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AÇÃO ORDINÁRIA no. 2009.51.01.

006464-4
AUTOR: NOELIA FRANCISCA DE MATOS
ADV. : ADALBERTO MARQUES HOFFMANN
RÉU : UNIÃO FEDERAL JFRJ
Fls 13

SENTENÇA TIPO “C”

NOELIA FRANCISCA DE MATOS propôs Ação


Ordinária contra a UNIÃO FEDERAL
objetivando a concessão de uso especial
para fins de moradia quanto ao imóvel no
qual reside à Rua Cândido Mendes, no.
891, 4º. andar, Santa Teresa, na forma
da MP no. 2.220, de 04.09.2001, o que
foi objeto de requerimento em
20.03.2007. Alega que sucedeu o antigo
morador do quarto que ocupa; que tem o
imóvel como seu por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição; que o
imóvel tem área inferior a 250 m2; e que
não é proprietária ou concessionária, a
qualquer título, de outro imóvel urbano
ou rural. Pediu a concessão da
gratuidade de Justiça; a citação da ré;
e a procedência da ação, ao final,
concedendo-se o uso especial do imóvel
urbano ocupado pela autora a ela. (fls.
02/03) Juntou documentos (fls. 04/10).

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a ALBERTO NOGUEIRA JUNIOR.


Documento No: 28860215-11-0-13-4-185291 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
A União Federal contestou às fls.
21/23, alegando que “a titularidade da
União relativamente ao imóvel pretendido
se acha questionada neste Juízo através JFRJ
do processo no. 2003.51.01.002389-5” – Fls 14
Ação de Oposição em face de ACÁCIO ALVES
DE SOUZA E OUTROS – pelo que incidente a
norma do art. 265, IV, “a” do CPC; no
mérito, que a autora declarou residir no
imóvel desde 2001, pelo que não
abrangida pela norma do art. 1º. da MP
no. 2.220/2001; que o art. 7º. da MP
2.220/2001 permite a transferência do
direito à concessão de uso especial para
fins de moradia a terceiros, por ato
inter vivos ou causa mortis, mas é
também necessário que o transmitente já
tenha o mencionado direito reconhecido
no seu patrimônio, o que não foi caso; e
que “a autora não tem o imóvel pleiteado
como seu, isto é, não pode ser
considerada legítima possuidora do bem,
eis que a própria posse em torno do
imóvel se acha questionada através da
Ação de Interdito Proibitório no.
2002.51.01.017968-4”.

Réplica da autora às fls. 26/27.

Às fls. 28, o MM. Juízo suspendeu o


andamento da causa, até o julgamento da
Ação de Oposição no. 2003.51.01.002389-
5.

Às fls. 31/51, juntada de cópia da


sentença proferida para a Ação de
Reintegração/Manutenção de Posse no.
2002.51.01.017968-4 e a Ação de Oposição
no. 2003.51.01.0023895, as quais foram
extintas sem julgamento do mérito.

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Às fls. 52, o MM. Juízo intimou a
autora a trazer aos autos “documentos
que possam demonstrar sua ocupação no
imóvel pelo tempo alegado na inicial”, e JFRJ
a União Federal, para que informasse “se Fls 15
o pedido administrativo de fls. 03 foi
decido pela Secretaria de Patrimônio da
União – SPU, bem como a esclarecer se o
órgão entendeu ser inaplicável à
situação fática da autora a norma da Lei
no. 11.481, de 31.05.2007, no prazo de
trinta dias”.

Petição da União Federal às fls. 57,


com os documentos de fls. 58/59,
informando que o imóvel sofreu Auto de
Interdição no. 20.011/2010 pela
Subsecretaria da Defesa Civil da
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e
que ainda não fora tomada uma solução
administrativa para o caso.

Certidão do Sr. Oficial de Justiça às


fls. 66, informando que a autora
recusou-se a atendê-lo.

É o Relatório.

Passo a decidir.

PRELIMINARMENTE

O imóvel foi interditado pela


Subsecretaria de Defesa Civil da
Prefeitura desta Cidade, por ameaçar a
integridade de pessoas e bens.

Enquanto não for reformado pela União


Federal, não poderá ser usado para fins
de moradia, ao menos, licitamente.

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Trata-se de impossibilidade jurídica
e material do objeto da ação, por fato
superveniente da Administração Pública
municipal. JFRJ
Fls 16
Isto posto, julgo a ação extinta, sem
julgamento do mérito, na forma dos arts.
267, IV c/c 462 do CPC. Sem custas e sem
honorários advocatícios.

Intime-se a União Federal,


pessoalmente, desta sentença.

Decorrido o prazo legal sem


interposição de recurso, baixem-se e
arquivem-se, certificando-se.

P . R. I .

Rio de Janeiro, 22 de agosto de 2014

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