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ditadura"
noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2021/07/11/cubanos-saem-as-ruas-sob-gritos-de-abaixo-a-ditadura.htm
11/07/2021 20h57
Por meio das redes sociais, dezenas de cubanos transmitiram ao vivo as manifestações
que começaram na cidade de San Antonio de los Baños, a sudoeste de Havana, e se
espalharam para outras cidades, de Santiago de Cuba, no leste, até Pinar del Río, no
oeste.
Nas transmissões, um grande grupo de pessoas era visto gritando palavras de ordem
contra o governo, contra o presidente Miguel Díaz-Canel e pedindo mudanças.
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Segundo Selvia, uma das participantes em San Antonio de los Baños, o protesto foi
organizado no sábado por meio das redes sociais para este domingo às 11h30 (horário
local).
"Nos encontramos em frente à praça da igreja e seguimos em marcha pela Rua Real",
disse ela por telefone à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol.
"Isso é pela liberdade do povo, não podemos aguentar mais. Não temos medo.
Queremos mudança, não queremos mais ditadura", disse.
Na transmissão pela televisão, Díaz-Canel disse que seu governo "está pronto para tudo
e que estará nas ruas combatendo".
"Sabemos que neste momento há uma massa revolucionária nas ruas fazendo frente a
isso", disse ele.
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#Cuba Qué irresponsabilidad... esto es el llamado a una guerra civil: "La orden de
combate está dada, a la calle los revolucionarios", amenaza Miguel Díaz-Canel
#SOSCuba #CorredorHumanitario
Os protestos
Depois de mais de uma hora e meia, algumas das transmissões foram interrompidas em
San Antonio, mas começaram a aparecer de outros lugares da ilha, incluindo Havana.
"Tem muita gente no Galeano e no Malecón. Eles pararam o trânsito e tudo o mais",
disse Mairelis à BBC News Mundo, de Centro Habana.
Três pessoas que participaram do protesto em Pinar del Río, Havana e San Antonio
afirmaram à BBC News Mundo que as manifestações foram reprimidas pela polícia.
Vários vídeos postados nas redes sociais também mostram o que parecem ser agentes
de tropas especializados detendo vários manifestantes.
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Os protestos são os maiores registrados em Cuba nos últimos 60 anos
Imagem: Facebook/Yoan de la Cruz
"Eles estão cortando nossa conexão. Não podemos nem fazer ligações nacionais", disse
Selvia.
A BBC News Mundo contatou cubanos das províncias de Havana, Pinar del Río e
Artemisa, que afirmam ter perdido a conexão com a Internet.
Alejandro, um dos participantes do protesto em Pinar del Río, disse que dezenas de
pessoas pararam em frente a um dos principais parques da cidade e depois marcharam
por uma rua principal.
"Vimos o protesto em San Antonio e as pessoas começaram a sair às ruas. Este é o dia,
não aguentamos mais", disse o jovem por telefone.
"Não há comida, não há remédio, não há liberdade. Eles não nos deixam viver. Já
estamos cansados", acrescentou.
Imagem: AFP
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Durante o fim de semana, as redes sociais da ilha foram tomadas por mensagens sob as
hashtags #SOSCuba e #SOSMatanzas para denunciar a situação crítica do coronavírus
na ilha, onde, segundo relatos, inúmeros hospitais colapsaram devido ao crescente
número de casos.
A BBC News Mundo conversou com vários cubanos que afirmam que seus parentes
morreram em casa sem receber atendimento médico ou em hospitais por falta de
remédios.
As redes sociais da ilha têm servido nos últimos tempos para que os cubanos expressem
seu mal-estar com relação ao governo e à situação no país.
Antes deste domingo, o maior protesto ocorrido em Cuba desde 1959 aconteceu em
1994 em frente ao Malecón em Havana, mas se limitou à capital e apenas algumas
centenas de pessoas participaram.
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