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Daniella Berton
Othelo Sabbag Lopes
Valéria Scervenski
O QUE É CAPITAL
Direito / N
Turma A
Curitiba
2011
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1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
O conceito mais próximo de capital é o de riqueza, entretanto, esses não são sinônimos,
pois a riqueza individual não é riqueza para o estado. Por exemplo, você pode vender uma casa pelo
dobro do preço que comprou e enriquecer, mas isso não traz riqueza alguma para a sociedade – nem
ônus, nem bônus. Perante o estado e a sociedade, riqueza é a capacidade de produzir bens e serviços, e
isso só é possível através do processo de produção (PP), formado por três elementos básicos: mão de
obra, matéria prima e equipamentos.
O processo de produção é representado da seguinte maneira pelo autor:
D M P M’ D’
Cc
C
Cf
O dinheiro inicial (D) permite ao indivíduo comprar capital produtivo (M) e tornar-se
capitalista. Para começar o PP, compra-se maquinário (Cf) e matéria prima (Cc, que inclui os gastos
constantes, como energia) e contrata-se mão de obra (T). Feito isso se inicia a produção (P) que
transforma a matéria prima em mercadorias finais (M’), que ao serem vendidas produzem uma quantia “x”
de dinheiro (D’). Partindo desse esquema, temos três possibilidades:
patrimonialmente, e levam essa diretriz às últimas consequências – daí os recentes “surtos” de tecnificação fomentados
pelas grandes empresas, que sentiram a ineficiência logística das máquinas ultrapassando a compreensão dos
funcionários, e resolveram investir em intercâmbios, cursos, seminários e contratação massiva de treinees.
A tarefa da preparação profissional, então, sobra para o governo que, com outras prioridades e
dívidas em mãos, resolve postergar os investimentos e acaba muitas vezes por não fazê-los.
Para haver acúmulo de capital não basta que haja excedente, precisa haver uma poupança para
investimento produtivo. Ilustrando: para que um agricultor possa se dedicar à construção de uma estrada em sua
fazenda, ele precisa ter armazenado alimento para subsistir no período em que estiver longe da plantação.
A complicação é a inconvergência entre as ações individuais e políticas. Palavras do autor:
“como se pode chegar a uma igualdade de investimento e poupança, se as decisões de poupar [...] são
independentes das decisões de investir, tomadas por empresários e pelo governo?”
Daí a apropriação do excedente perpetrada nos movimentos do governo que acabam por
desvalorizar o papel moeda. Subsidiando grandes corporações e colocando mais moeda em circulação
(valor abstrato), o governo concede à sociedade maior poder de consumo quando há no mercado a
mesma quantidade de produtos. Depois disso ou o comércio aumenta seus preços aproveitando da maior
procura – o dinheiro se desvaloriza nas mãos do consumidor e se consuma a inflação –, ou se escasseam
os produtos e o consumidor é obrigado a poupar sua moeda estéril devido à falta de estoque. Assim o
governo realiza sua poupança posterior, ex-post, através das mãos e dinheiro da sociedade. Entre outros meios
de apropriação do excedente também estão o intermédio comercial, com os atravessadores que lucram sobre os
produtores, e o monopólio de ramos produtivos, dificultador da poupança devido a falta de concorrência.
O capitalismo evolui rapidamente. Formaram-se então três pólos: o NAFTA, com Estados Unidos,
Canadá e México; a União Européia que unificou a moeda e políticas de imigração e expandiu seus comércios
com países do antigo Leste Europeu; e o Japão, que pretende formar a chamada “zona de prosperidade” com
países vizinhos. Já no resto da Ásia, África e América Latina, impera a miséria da fome e do analfabetismo.
Os países do leste tem se esforçado para aplacar a desigualdade social. Já no Brasil, onde 1% da
população gasta mais do que 85 milhões de pessoas das classes C e D, a desigualdade se reafirma cada vez mais.
É necessidade de todos os países um planejamento central, definidor de estratégias e vocações
econômicas da nação, e um planejamento empresarial que aborde relações intra e interempresariais, o que permite
melhora na organização do sistema de interdependência entre várias empresas – o chamado mercado administrativo.
O mercado funciona em muitas áreas da economia, e entendê-lo está além de apenas ser a favor
ou contra ele. É o mercado que permite às pequenas empresas a competição párea com as grandes
monopolizadoras. Assim sendo, a economia se desloca em blocos.
As políticas salarial, de preços, fiscal, de crédito, de previdências e cambial, com intervenção estatal,
tem o propósito de regular gastos e remuneração dos setores. Estes instrumentos tem o poder de modificar o
mundo de uma forma geral, e este seria um dos motivos pelos quais os países pobres continuam pobres: a
economia mundial se internacionalizou, mas os meios de abordagem da política econômica continuam sendo
nacionalmente restritos. É preciso que os governantes dominem a situação econômica a nível mundial para que
se controle e combata o caos social regional. Mas com o poder dividido na mão de centenas de empresas
transnacionais profissionalmente administradas e aspirantes unicamente ao lucro, o planejamento estatal deve
ser absolutamente eficiente, e a administração democrática deve conciliar consensos políticos e econômicos.
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3. CONCLUSÃO
A teoria da mais-valia, elaborada por Karl Marx e citada no texto, que consiste na base
do lucro para os capitalistas, marca a origem da desigualdade social ao pagar cada vez menos aos
trabalhadores e incorporar cada vez os excedentes aos cofres capitalistas.
Isto nos faz pensar sobre o problema do abismo social que se desenvolve e se
apresenta cada dia mais irreversível. Enquanto os donos das empresas se enriquecem cada vez
mais, os trabalhadores, subordinados, mal custem o consumo dos produtos que eles mesmos
produzem. O surgimento de novas tecnologias e tendências de consumo, como o autor explora, só
impõe mais distância entre o país rico e o subdesenvolvido na escala social.
A falta de consciência social consente que sociedades mais enriquecidas, afogadas na
ambição de se comprar e lucrar, não se abalem ou comovam com o fato de nações inteiras e
milhões de pessoas por todo o mundo estarem envolvidas pela pobreza. Essa reflexão verte num
sentimento de revolta e mal estar ao conduzir-nos à uma clara impressão de que a racionalidade
humana é encurtada pelo seu potencial de corrupção de ideais e pela sua essência individualista.
As empresas precisam conciliar sua atividade lucrativista com seu potencial e vocação
humanísticos, revertendo renda para atividades do terceiro setor e deixando o bem estar social à
frente da conta bancária na hora de pensar as prioridades.
Na mesma parcela, os governos devem aprimorar seus mecanismos orgânicos para
otimizar a regulação da atividade privada e distribuir da melhor maneira os recursos nos problemas
pacientes, e as sociedades devem atentar para o fato de a miséria não ser unicamente consequência
do sistema econômico, mas também do sistema político, e é aí que devem insurgir os movimentos
de derrubada de ditadura e instauração do poder democrático.
A leitura da obra acende mais uma vez aquele alerta, clichê da discussão econômica, de
que o mundo precisa abrir os olhos para os problemas de hoje e resolvê-los antes que sejam
infindáveis. Como na questão ambiental, o receio que persevera é o de que não despertemos desse
equívoco a tempo de corrigi-lo.
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA