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BANCA EXAMINADORA
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Profº. Rodrigo Luduvice da Silva
Orientador
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Profª. Daisy Lima de Souza Santos
Examinadora
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Roberta Carvalho Veiga
Representante da Empresa Labocliv
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho traz como tema geral, o processo de controle do fluxo de caixa
como ferramenta na tomada de decisão. Com o registro das entradas e saídas de
caixa é possível que o gestor possa avaliar a situação real da empresa e tomar
decisões mais seguras. O objetivo primário foi identificar como o Demonstrativo de
Fluxo de Caixa (DFC) pode influenciar na gestão de um laboratório de Análises
Clínicas, visto que a atividade laboratorial é tão burocrática no Brasil, principalmente
por se tratar de uma instituição de saúde. O Foco da pesquisa esteve associado à
avaliação dos registros de DFC entre os anos de 2014 a 2018, do Labocliv-
Laboratório e Clínica Médica do Vale, um conceituado laboratório sediado em Santo
Antônio de Jesus na Bahia, com mais de 20 unidades de atendimento espalhadas
pelas cidades circunvizinhas. A análise financeira do fluxo de caixa permite que o
gestor da empresa possa agir no momento correto, apesar das variações de
mercado onde está inserida, investindo ou recuando se necessário, e estar com
dados concretos antes de tomar uma decisão fará toda a diferença para a
organização no final desse processo. Foi possível identificar se a gerência financeira
da empresa estudada realizava o acompanhamento das entradas e saídas
monetárias, a fim de um maior controle dos seus gastos e ganhos e, ainda, verificar
se havia alguma dificuldade na elaboração do DFC. Para enfim, diagnosticar se o
houve realmente um controle dos registros de caixa e como a empresa evoluiu ao
longo dos quatro anos observados. A necessidade de entender como o Labocliv se
utiliza de tal ferramenta para gerir seu negócio foi uma das motivações da pesquisa.
A metodologia utilizada foi de pesquisa documental e o método de abordagem foi o
indutivo e estudo de campo (monográfico), mediante aplicação de um questionário,
contendo dezenove perguntas objetivas e subjetivas, destinadas á gerência
financeira da empresa com a finalidade de entender como o layout da organização
financeira se aplicou nos últimos quatro anos.
This paper presents as a general theme, the process of cash flow control as a tool in
decision making. By recording cash inflows and outflows, it is possible for the
manager to be able to assess the actual situation of the company and make safer
decisions. The primary objective was to identify how the Cash Flow Statement (CFD)
can influence the management of a Clinical Analysis laboratory, since laboratory
activity is so bureaucratic in Brazil, mainly because it is a health institution. The focus
of the research was associated with the evaluation of CFD records between 2014
and 2018, from Labocliv-Laboratory and Medical Clinic of Vale, a reputable
laboratory based in Santo Antônio de Jesus in Bahia, with more than 20 service units
spread through the surrounding cities. Financial cash flow analysis allows the
company manager to act at the right time, despite the market variations where it
operates, investing or retreating if necessary, and having hard data before making a
decision will make all the difference to organization at the end of this process. It was
possible to identify if the financial management of the studied company was
monitoring the monetary inflows and outflows, in order to better control their
expenses and earnings, and also to verify if there was any difficulty in preparing the
CFD. Finally, diagnose if there was actually a control of cash registers and how the
company evolved over the four years observed. The need to understand how
Labocliv uses such a tool to manage its business was one of the research
motivations. The methodology used was documentary research and the method of
approach was the inductive and field study (monographic), by applying a
questionnaire containing nineteen objective and subjective questions, aimed at the
company's financial management in order to understand how the layout of the
financial organization has applied in the last four years.
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10
2. CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................ 13
2.1 GESTÕES DAS EMPRESAS DE LABORAÓRIO E ANÁLISES CLÍNICAS
(COMO ACONTECE A GESTÃO DOS LABORATÓRIOS NO BRASIL)........... 14
3. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................ 16
3.1 O ESTABELECIMENTO DOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NO
ESTADO DA BAHIA X GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA........... 16
10
ativos na compra de produtos ou realize investimento num serviço dentro de um
espaço de tempo incorreto (sem demanda), isso garante também, que o investidor
possa aplicar seu capital no momento correto, com retorno calculado evitando
prejuízos futuros. Essa gestão do fluxo de caixa se torna mais segura para a
empresa, porque as decisões podem ser tomadas com base em dados reais de
registros financeiros, e a margem de erro se torna mínima. Atualmente, devido à
concorrência, muitas empresas passam a buscar por uma maior eficiência na gestão
de seus recursos financeiros, planejando investimentos com embasamento
estatístico nas pesquisas de mercado, mantendo um acompanhamento permanente
dos resultados atingidos, para evitar possíveis erros na tomada de decisão. Desta
forma, o gestor pode avaliar com mais segurança sobre quais medidas adotar para o
desenvolvimento da organização, bem como a aplicação dos excedentes de caixa
(lucros) em áreas rentáveis para a empresa como aperfeiçoamento de um produto
que seja o carro-chefe do negócio, investimentos estruturais: reformas, ampliações
da rede em outros locais; otimização de sistemas de software para a prestação de
serviços garantindo agilidade no atendimento ao cliente dentre outros. Em caso de
baixo fluxo de caixa, as decisões serão embasadas na retenção de custos,
redefinição de estoque, levantamento de recursos humanos (controle da folha),
criação de promoções atrativas para o consumidor, estas são também, estratégias
pertinentes para garantir a saúde financeira da empresa. Como pontuado
anteriormente, sempre existirão desafios para que uma empresa possa manter a
competitividade, e conciliar isso a uma boa gestão do fluxo de caixa se torna ainda
mais desafiador, tanto quanto garantir a posição de liderança num determinado
segmento de mercado. Em geral, chegar na frente significa estar em constante
transformação, seja na busca da criação de um novo produto, um novo layout
organizacional, novas políticas sustentáveis – a propósito, tem sido um atrativo para
a maioria dos consumidores – e principalmente estar preparado para a volatilidade
financeira, pois, esse fenômeno econômico atinge todo e qualquer nicho de
mercado. Nessa perspectiva, o presente trabalho irá abordar as principais
estratégias utilizadas para o controle e alavancagem do fluxo de caixa na empresa
do segmento de Medicina Laboratorial (Labocliv Laboratório e Clínica Médica do
Vale Ltda.) e como esse processo interfere diretamente da tomada de decisão
observando as mudanças que ocorreram na empresa entre os anos de 2014 a 2018.
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O tema desse projeto é justificado pela necessidade de entender o processo de
gestão organizacional embasada pelos registros de fluxo de caixa em empresas que
estão iniciando suas atividades ou até mesmo que já possuam uma experiência de
mercado, mas que não se atentam para a importância de uma boa gestão do seu
fluxo de caixa e utilizar este, como uma das ferramentas para embasar melhores
decisões para o negócio. A escolha de analisar uma empresa no ramo de Medicina
Laboratorial se deu pelo interesse em identificar rotinas financeiras do fluxo de caixa
neste segmento de saúde e entender como tais rotinas interferem na gestão de um
laboratório de análises clínicas.
Por sua vez, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) para empresas nessa área,
pode também auxiliar na tomada de decisões em diversos setores dessa
organização, tais como: fluxo de atendimento nos postos de coleta do laboratório,
gerência financeira, organizar recursos de materiais e atendimento, dentre outros.
Estas rotinas consequentemente geram dados nos registros de caixa que servem de
análise para o controle financeiro e para manter a estabilidade do negócio. Por isso,
o DFC é uma das ferramentas de gestão que interfere diretamente nos fluxos
operacionais de toda e qualquer organização, bem como neste caso, o de medicina
laboratorial.
Para que se haja uma compreensão mais ampla do tema em questão, entende-se
que o Demonstrativo de Fluxo de Caixa é um indicador de controle financeiro que
projeta para períodos futuros de curto ou longo prazo, todas as entradas e as saídas
(receitas e despesas) de uma empresa, indicando como será o saldo de caixa para o
período projetado, e este é um dos maiores desafios do dia a dia de uma
organização- lidar com níveis instáveis de abundância e escassez no fluxo de caixa
proveniente de um mercado volúvel.
Esse trabalho tem como objetivo geral, analisar como o processo de controle do
fluxo de caixa, numa empresa no segmento de laboratório de análises clínicas,
influencia na tomada de decisão. Sendo os objetivos específicos:
Interpretar e comparar dados financeiros do fluxo de caixa do período
pesquisado (2014 - 2018).
Verificar como o fluxo de caixa influencia na tomada de decisão.
Identificar fatores que interferem no controle do fluxo de caixa.
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A intenção final desse estudo foi de comprovar a fundamental importância do DFC
como uma das ferramentas da administração financeira, apontando informações
necessárias sobre os reais resultados das empresas para que os processos
decisórios sejam embasados com mais coerência e segurança.
Partindo desta explanação, este trabalho levanta o seguinte problema: Como o
processo de gestão do fluxo de caixa, numa empresa no segmento de laboratório de
análises clínicas, influência na tomada de decisão? Um estudo de caso na empresa
Labocliv – Laboratório e Clínica Médica do Vale.
A teoria aplicada nesse projeto buscou interpretar como controle do fluxo de caixa
numa organização de saúde pode interferir na tomada de decisão. Nesse contexto
foram inclusos diversos fatores que influenciam na gestão das rotinas de um
laboratório de análises clínicas, como por exemplo, a instabilidade no mercado de
saúde suplementar e a sazonalidade na demanda de serviços laboratoriais. Em
contra partida, é notável que os mercados modificam-se continuamente e a
exigência dos consumidores aumenta na mesma velocidade, e não conhecer o
mercado em que se atua pode levar os empresários a perderem oportunidades, e
isso implica de maneira negativa no fluxo de caixa, pois, sem conhecimento de
mercado, não se presta um bom serviço, e sem um bom serviço, não existirá
demanda de atendimento. Nesse sentido, os objetivos de aspecto financeiro devem
estar ligados à estratégia da empresa para gerir o a dinâmica de caixa, observando
não somente a obtenção de lucros, mas também focando no planejamento.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO
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efetivo da organização e tomar decisões de investimento, financiamento, distribuição
de lucros e/ou pagamento de dividendos. Ter posse dessas informações através de
uma ferramenta de uso diário como o fluxo de caixa, é importante para a boa gestão
da organização e evita o risco de má utilização dos recursos, Gazola Júnior (2004)
destaca que muitas empresas têm dificuldade em identificar a situação econômico-
financeira da sua empresa por não saber organizar e avaliar os registros financeiros,
o que dificulta no processo de tomada de decisão, pois, como saber o momento
certo de investir, realizar um empréstimo, ou captar recursos externos quando não
se conhece a situação real do próprio negócio? Portanto, mais uma vez a relevância
do DFC está ligada a segurança para a continuidade do negócio. O DFC evidencia
ainda, o confronto entre as entradas e saídas de caixa, verificando se haverá sobras
ou faltas de dinheiro. Permite à administração da empresa decidir com antecedência
se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo
do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos na
rotina organizacional, bem como será analisado ao longo deste projeto.
Todos os pontos citados nesse trabalho fazem parte do planejamento administrativo
ligado à gestão do fluxo de caixa dentro de uma empresa de medicina laboratorial,
tendo os registros financeiros como uma das principais ferramentas de controle
organizacional, e alocação de recursos para o funcionamento do negócio, a saber,
na perspectiva de um laboratório de análises clínicas.
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laboratoriais para apoio ao diagnóstico eficaz. Por ser um laboratório de análises
clínicas torna-se um fornecedor de serviços bastante variados. Um grande
laboratório pode realizar até 3.000 tipos diferentes de exames. Devido à
complexidade da gestão no ramo de análises clínicas no Brasil muitos laboratórios
de pequeno porte possuem grande dificuldade em se expandir, pois, há uma gama
de documentações tributárias, normas operacionais e processos sanitários a serem
cumpridos e o custo de adequação à esses processos acaba sendo bastante alto
para os laboratórios que estão iniciando suas atividades. Portanto, é pertinente que
nesse estágio o fluxo de caixa seja a ferramenta financeira que irá nortear a maioria
das decisões tomadas a curto e longo prazo, isso vai garantir que o laboratório
possa continuar expandindo com segurança, mantendo a competitividade no
mercado. No Brasil os laboratórios de grande porte conseguem oferecer um serviço
de qualidade e exames com preços mais acessíveis aos clientes justamente pelo
volume no giro e o poder de negociação mais elevado com fornecedores externos,
como reagentes, tubos, seringas e outros materiais utilizados no processo de análise
das amostras coletadas dos pacientes no laboratório. A competitividade no preço
ofertado pelo serviço laboratorial privado se torna um grande fator de liderança
nesse mercado, pois, o SUS – Sistema Único de Saúde oferece uma tabela de
remuneração dos serviços de análises clínicas muito baixa em relação aos custos
dos exames bem como o Planserv – Fundo de Assistência à Saúde dos Servidores
Públicos Estaduais – para os laboratórios privados. Para entender essa dinâmica o
fluxo de caixa é comparado às diversas tabelas de preços pagas pelo sistema
particular e convênios de saúde suplementar (Cassi, SulAmérica, Postal Saúde,
Bradesco e etc.) os valores pagos pela tabela SUS e Planserv são claramente mais
baixos e competir com grades laboratórios nesse segmento com a grande demanda
apresentada pelo sistema SUS se torna quase inviável para os pequenos
laboratórios com custos operacionais mais altos, por isso é fundamental que se
tenha um fluxo de caixa com acompanhamento contínuo de ganhos para que se
possa adequar a estrutura do laboratório à demanda de serviço vigente no mercado
de análises clínicas. A área de saúde, em especial laboratórios de análises clínicas
não se absteve das mudanças ocorridas nas áreas da ciência e tecnologia nos
últimos anos, e a crise econômica do país dificultou ainda mais o progresso para a
maioria das áreas que abrangem esse segmento. Dessa forma, os gestores de
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laboratórios clínicos não necessitavam apenas de especialização na área de
análises clínicas para acompanhar seus avanços tecnocientíficos, mas também se
preparar para gerir o negócio com segurança e consequentemente criar uma
estrutura organizacional sólida para melhor atender seus clientes.
Segundo Alves et. al. (2000, p.7) a maioria dos dirigentes de laboratório no Brasil
não possuem o conhecimento ou formação acadêmica na área de administração e
isso dificulta ainda mais sua permanência nesse mercado competitivo, porém, isso
não os impede de utilizar a experiência na área de saúde para agregar ainda mais
seus conhecimentos ao processo produtivo numa perspectiva operacional
agregando ciência e tecnologia, bem como utilizar ferramentas financeiras para
análise e alavancagem do seu negócio, o fluxo de caixa é, por exemplo, um dos
instrumentos mais utilizados nos processos decisórios de uma organização, sendo,
portanto, um dos artifícios mais seguros e objetivos para alcançar metas projetadas
a curto ou médio prazo.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
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Figura 1-Quantitativo de Laboratórios por Região - Brasil
Fonte: Ministério da Saúde - Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES
(2016).
Nesse ponto da pesquisa SEBRAE (2016) liderada por Antônio Ricardo Alvarez
Alban, é apontada uma das maiores dificuldades na gestão de laboratórios iniciantes
de médio porte na Bahia, o custo operacional, mais precisamente dirigida à gestão
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financeira dos recursos investidos em equipamentos para a realização dos exames,
custo da estrutura física englobando aluguéis, água, luz, bem como as exigências
legais (registro na Junta comercial, Secretaria da Receita Federal (CNPJ); regulação
sanitária, dentre outros). A importância de se ter um capital de giro para a
implantação do Laboratório nessa fase inicial é importante para garantir a
continuidade das atividades e a efetivação do negócio no mercado, e esse foi um
dos pontos considerados mais difíceis pelos gestores dos laboratórios pesquisados,
as decisões precisam ser bastante precisas e um bom planejamento financeiro, bem
como a organização do fluxo de caixa se torna um dos diferenciais para se manter
na liderança desse segmento. Os apontamentos realizados na pesquisa referente
aos laboratórios de médio porte na Bahia identificaram também, que a maioria dos
gestores, cerca de (75%), são bioquímicos formados sem um conhecimento
administrativo tão abrangente e isso dificultou bastante o estabelecimento e a
continuidade das atividades de cada laboratório, pois tiveram que recorrer à
terceiros para dar continuidade ao planejamento e organização das finanças dentre
outras rotinas administrativas pertinentes para a gestão de um empreendimento, por
isso, a importância de se delegar competências administrativas a profissionais
qualificados para uma determinada área pode ser decisivo para a efetivação do
negócio.
Para toda e qualquer empresa, o fluxo de caixa pode ser utilizado como umas das
ferramentas de gestão financeira, através dele, algumas rotinas básicas podem ser
observadas, como: previsões de entrada e saída de recursos, registro dos
pagamentos de fornecedores, mão de obra interna e externa e recebimentos
efetivamente realizados dentro do período estipulado. Dessa forma, será possível
obter um levantamento preciso dos recursos disponíveis na empresa, fazer análise
de custos para formação dos preços dos produtos e serviços prestados, realizar
estudos de viabilidade para o lançamento de um determinado produto, e estipular
para este, o alcance público alvo dentre outras rotinas gerenciais. A gestão do DFC
(Demonstrativo de Fluxo de Caixa) pode reduzir substancialmente a necessidade de
capital de giro, isso porque, a programação correta das saídas no caixa, aliadas às
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entradas programadas dentro de um período específico, podem garantir um lucro
médio desejável para o negócio, evitando a busca de reservas de caixa para o
pagamento de obrigações da empresa. O fluxo de caixa permite ainda, que empresa
possa identificar e reagir rapidamente a uma situação financeira desfavorável. Ao
perceber que as receitas estão caindo, o primeiro passo é identificar o problema, em
seguida, estabelecer alternativas mais precisas para reduzir as despesas a fim de
que o capital de giro seja pouco afetado, fazendo com que haja um equilíbrio no
resultado da receita mensal conforme citado por Alban (2016) na sua pesquisa:
As baixas nas receitas registradas no fluxo de caixa como citado acima, podem ser
indicadores negativos de aceitação do produto ou serviço no mercado, na má gestão
dos recebimentos como atrasos de cobrança e/ou inadimplência dos clientes. Esse
problema também ocorre quando existem diferenças entre os prazos de pagamentos
e recebimentos, se estes não estiverem equilibrados, haverá períodos em que o
fluxo de saída será mais alto que a receita, nesse ponto, sem um capital de giro
adequando e uma boa reserva de caixa, o negócio pode ruir, e a recuperação se
torna mais difícil.
Em síntese, a atividade financeira de uma organização requer acompanhamento
contínuo dos resultados atingidos, de maneira a avaliar o desempenho da mesma,
bem como proceder com os ajustes e correções necessários no processo decisório.
Um dos objetivos básicos de gestão do DFC é prover a empresa de recursos de
caixa suficientes de modo a respeitar os vários compromissos assumidos pela
empresa e viabilizar a maximização dos lucros dentro do período estipulado. A
Importância do processo de gestão de caixa é reforçada por ALBAN (2016)
utilizando também a organização entre receitas e despesas de acordo com o centro
de custo correspondente a cada setor da empresa, segundo o autor citado, essa
organização no fluxo de caixa pode ser aplicada também à administração de
laboratórios de análises clínicas, permitindo conhecer o que cada setor pode gerar
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de receita e/ou despesas dentro da organização, garantindo que as decisões a
serem tomadas sejam as mais precisas para o negócio:
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Outra análise que pode ser feita através do fluxo de caixa são os níveis de liquidez
no negócio em que se atua. De forma específica, os níveis de liquidez vão apontar a
capacidade de conversão do produto ou serviço ofertado em dinheiro sem perdas
significativas do seu valor, como: qual a facilidade de venda de um determinado
produto? Tem uma boa aceitação no mercado? O fluxo de vendas e alto para esse
produto?
O conceito de liquidez é normalmente aplicado à agilidade com que um investidor
consegue se desfizer de um investimento para voltar a ter dinheiro na mão sem que,
para isso, precise ter prejuízo. No fluxo de caixa os níveis de liquidez podem ser
observados alinhando os principais produtos vendidos num determinado período, o
volume de vendas de cada um destes, e a facilidade de saída dos mesmos. Com
esses dados, é possível definir qual seria o produto ou serviço mais demandado,
permitindo que o investidor possa decidir qual produto é mais lucrativo e propício
para a aplicação de um maior capital e a capacidade de retorno financeiro do
mesmo. Na área contábil os índices de liquidez são calculados para avaliar a
capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações, para uma análise
holística, esses dados são dados coletados diretamente do balanço patrimonial,
sendo de grande importância para a administração da empresa, as variações destes
índices devem ser observadas pelos gestores. Atualmente estuda-se 4 índices de
liquidez:
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Resultado igual a 1: Os valores dos direitos e obrigações a curto prazo são
equivalentes.
Resultados menores que 1: Não haveria disponibilidade suficientes para quitar as
obrigações a curto prazo, caso fosse preciso.
Similar à liquidez corrente a liquidez Seca não inclui os totais de estoque, por não
apresentarem liquidez compatível com o grupo patrimonial onde estão inclusos. O
resultado deste índice será permanentemente menor ao de liquidez corrente, sendo
cauteloso com relação ao estoque para a liquidação de obrigações. A fórmula geral
aplicada é: Liquidez Seca = (Ativo Circulante - Estoques) / Passivo Circulante.
22
3.4 NÍVEIS DE LIQUIDEZ IMEDIATA NO FLUXO DE CAIXA DE UM
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
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Deve ser uma prática diária do gestor, ao chegar no laboratório e ao
sair no final do dia verificar o fluxo de caixa, analisar as previsões de
entradas e saídas para planejar ou modificar alguma coisa. Os dados
devem ser lançados de forma precisa e discriminada. Mesmo que o
gestor tenha uma pessoa responsável pelo fluxo de caixa, ele deve
estar junto, e estar inteirado, pois as decisões serão de
responsabilidade dele. (TERRA, Mauro. A Importância do Fluxo de
Caixa-SP, 2018).
Seguindo a linha de rotina citada, é importante entender que o fluxo de caixa é uma
ferramenta dinâmica, deve ser atualizada a todo o momento pelo gestor do
laboratório; isso auxiliará na aplicação das decisões e permitirá que o gestor observe
com mais clareza cada processo dentro da empresa, vendo qual deles gera maior
custo, ou em qual deles se obtém maior lucro. Assim, a empresa continuará a gerar
lucros que só tendem a aumentar.
Observar os indicadores criados no planejamento estratégico do laboratório e
enxergar sua capacidade de melhoria nas rotinas operacionais é importante para
que o sistema de gestão melhore constantemente, logo, também a saúde financeira
do laboratório. O custo e despesas geradas com fornecedores, por exemplo, no
ramo laboratorial pode variar de acordo com o dólar, pois alguns produtos são
importados, como os reagentes utilizados na manipulação dos materiais biológicos,
e isso gera também, uma variação no preço dos exames realizados pelo laboratório.
Essa gestão de custos e despesas é também citada por Terra (2018) como um fator
importante na administração financeira do laboratório e deve ser levado em conta
para a análise do fluxo de caixa:
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pode aplicar no processo de precificação dos produtos e serviços, isso evita a
prática de preços abusivos ou muito abaixo do mercado, evitando assim que o fluxo
de caixa seja prejudicado. Um dos cálculos mais simples para fazer a precificação
de qualquer produto é a separação dos custos de produção (matéria prima, mão de
obra, etc.) e somar estes à uma base de lucro pré-estabelecida. É importante
considerar os preços presentes no mercado para os serviços que o laboratório
oferece, pois, o valor dos mesmos não pode estar muito distante do que é praticado
na praça. A metodologia apontada pelo SEBRAE na valoração dos serviços de
laboratório pode ser exemplificada na tabela a seguir:
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Essa tabela do SEBRAE exemplifica cada etapa do processo de precificação de
qualquer serviço fornecido por um laboratório e pode ser utilizado também para
valorar qualquer produto, desde que as margens de lucro sejam inseridas de acordo
com a demanda existente para o mesmo no mercado. Tendo os valores dos serviços
definidos, o laboratório inicia a etapa de vendas, e em seguida avalia o desempenho
de acordo com o fluxo de caixa apresentado, a partir daí são tomadas as decisões
que podem definir a continuidade do serviço prestado como: adicionar melhorias,
reduzir custos ou investir no segmento com novas tecnologias para alcançar
melhores resultados garantindo a satisfação do cliente. Outro ponto pertinente na
gestão do fluxo de caixa após a análise das vendas é a organização e a
programação de pagamento das obrigações (custo com fornecedores, contas de
água, luz, internet, dentre outros), segundo Terra (2018) o laboratório pode organizar
o pagamento das faturas junto aos fornecedores de forma mais flexível para ambas
as partes:
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entre 07 e 30 dias o gestor terá um caixa seguro e real para gerir pagamentos de
fornecedores, funcionários e outros custos gerais do laboratório. Para o caixa
referente as entradas de convênios no entanto, o planejamento deve ser feito numa
projeção compatível ao calendário de pagamento fornecido pelas operadoras de
saúde, pois, os pagamentos são efetuados entre 60 e 90 dias após os atendimento
dos pacientes. O risco de uma quebra de caixa nessas circunstâncias é muito maior
porque na maioria das vezes os convênios não quitam as faturas na data prevista,
geralmente alegam a insuficiência de caixa, com a crise econômica e o desemprego,
muitos beneficiários perderam o plano de saúde e o descredenciamento desses
pacientes, consequentemente afeta o fundo monetário dos planos de saúde. Os
caixas referentes às entradas de convênios não são considerados seguros para se
fazer planejamentos a curto prazo, de qualquer forma, quando os pacientes são
atendidos no laboratório, já foram gastos materiais de manipulação (tubos, seringas,
agulhas, luvas), água, luz, ar condicionado, recursos humanos, etc. Portanto, é
pertinente que a empresa possua um capital de giro seguro para a manutenção da
estrutura física e das rotinas laboratoriais. Esses e outros fatores demonstram a
importância de que o gestor da organização tenha pleno conhecimento do seu fluxo
de caixa como complemento de análise das rotinas financeiras, reafirmando assim, a
importância do equilíbrio financeiro no fluxo de caixa do laboratório, essa pode ser,
portanto, umas das estratégias para a continuidade dos atendimentos à pacientes
credenciados aos planos de saúde, pois, o laboratório manterá as atividades, e as
despesas geradas precisam ser quitadas num período fixo, enquanto os
recebimentos laborais só serão ressarcidos após o período estabelecidos pelos
convênios. A gestão do fluxo de caixa neste segmento de saúde, especificamente o
caixa referente aos recebimentos dos convênios bem como a importância da tomada
de decisão correta é destacada por ALBAN (2016) quando o mesmo, fala sobre gerir
os recebimentos das faturas de convênio, pois, estas são quitadas em períodos mais
longos, diferente do pagamento à vista, em espécie ou cartão realizado por
pacientes particulares. Atender pacientes de convênio exige um planejamento
financeiro minucioso, desde o credenciamento do laboratório junto ao convênio (Os
laboratórios precisam firmar um contrato com os convênios para poder atender
pacientes referenciados à estes) até o recebimento final, quando as faturas são
liberadas e analisadas no site da operadora para emissão da nota fiscal. O
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planejamento do fluxo de caixa com a previsão dos recebíveis de convênios é
importante porque dessa forma o laboratório poderá gerir as saídas de caixa e
concilia-las com as entradas efetuadas pelas operadoras de saúde. Se, por
exemplo, a fatura de um convênio foi enviada na primeira semana de Janeiro, o
recebimento desta, ocorrerá na primeira semana de Março, dessa forma, algumas
saídas de caixa como o pagamento de reagentes, seringas, luvas ou outros custos
gerados na atividade laboratorial daquela fatura enviada em Janeiro para o convênio
podem ser quitados na primeira semana de Março. Esse planejamento evita que a
receita gerada no caixa dentro de um determinado período seja destinada de forma
indevida para outro fim.
O agravante nesse processo de recebimento junto aos convênios além do longo
prazo de recebimento das faturas de atendimento são as chamadas “glosas” – é o
termo que se refere ao não pagamento por parte dos planos de saúde, de valores
referentes a atendimentos, medicamentos e materiais de coleta de exames cobrados
pelos prestadores (hospitais, clínicas e laboratórios) na guia do paciente – quando o
convênio aplica uma glosa na fatura enviada pelo laboratório ele identifica a guia do
paciente e justifica o motivo do não pagamento. Os motivos de glosa mais comuns
são: carteira do paciente informada incorretamente, senha de autorização incorreta,
falta de autorização de exames, ausência de carimbo médico no pedido de exames
dentre outros. Existe uma tabela regulamentada pela ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) com códigos padrões que justificam cada tipo de glosa das
quais os convênios podem aplicar nas faturas enviadas pelos prestadores e esses
códigos de glosa facilitam a análise de recebimento das contas pelos prestadores e
permitem identificar possíveis erros no faturamento e que podem ser corrigidos no
recurso para evitar uma perda financeira das contas enviadas aos convênios. Na
imagem abaixo, segue um modelo da tabela de glosas regulamentada pela ANS
atualmente a tabela possui cerca de 525 códigos:
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Fonte: ANS, Tabela de Glosas. 2018.
Para evitar as glosas e os consequentes prejuízos das mesmas na baixa das faturas
enviadas aos convênios, a gestão do laboratório pode intervir diretamente nos
setores da recepção – onde os pacientes recebem o primeiro atendimento – e do
faturamento, onde as contas são efetivamente processadas gerando as faturas
enviadas aos convênios. O laboratório pode providenciar um treinamento para
recepcionistas e faturistas sobre adequação às normas de atendimento à pacientes
de convênio e faturamento destes estabelecidas pela ANS, dessa forma, as glosas
poderão ser evitadas garantindo o recebimento integral da fatura pelo convênio sem
prejuízos ao fluxo de caixa do laboratório. ALBAN (2016) cita em sua pesquisa pelo
SEBRAE, que a gestão do fluxo de caixa referente aos atendimentos de convênios
está ligada não apenas ao gerenciamento das glosas aplicadas, mas também à
atenção por parte do prestador para realizar recurso destas junto às operadoras de
saúde para tentar recuperar essas perdas de caixa:
Como foi citado, o recurso de glosa pode ajudar na recuperação das perdas junto
aos convênios possibilitando ao prestador o recebimento de valores que foram
glosados nas primeiras faturas enviadas às operadoras de saúde, por isso, a
importância de acompanhar os relatórios de caixa e concilia-los aos recebimentos
32
dos convênios. Portanto, os laboratórios de análises clínicas que possuem
credenciamento junto às operados de saúde precisam se atentar de forma
cuidadosa ao fluxo de caixa como um todo, pois, seja em sua fase inicial ou já
estabelecida no mercado, todo laboratório possui uma carteira fixa de pacientes
beneficiários de algum plano de saúde, e o atendimento à esses pacientes pode
gerar lucro ou prejuízo para o negócio se as faturas não forem acompanhadas pelo
gestor financeiro.
Os atendimentos particulares (pagamento à vista) gerados nos laboratórios são
ainda a segurança da saúde financeira da empresa nesse ramo de negócio porque
os custos fixos da organização precisam ser sanados em tempo hábil, e os
convênios não garantem esse prazo. Em geral, os laboratórios são dependentes
desta relação com os administradores de planos de saúde. Analistas financeiros da
área de gestão em saúde afirmam que o ponto ideal de dependência dos convênios
seria de 15 a 20%, pois, segundo a pesquisa citada pelo SEBRAE, para que as
empresas no segmento de saúde atinjam um nível financeiro saudável, seu
faturamento não pode depender de um retorno dos convênios superior a 20%, ou
seja, a empresa deve ter um faturamento particular predominante de 80 a 85%; isso
porque o ramo de Saúde Suplementar tem se tornado muito instável com a crise
vivida no Brasil entre 2017 e 2018, as empresas que contrataram um plano de saúde
para os colaboradores, com a crise, tiveram que demitir funcionários acabaram
tendo que e esse fato fez com que muitos trabalhadores perdessem o plano de
saúde. O Sistema de Saúde Suplementar é visto atualmente como ponto de risco,
não apenas para os laboratórios de análises clínicas, mas para a maioria das
empresas no ramo de saúde, pois parte da receita gerada está veiculada à demanda
de atendimento aos pacientes com carteira de convênio, são inclusos nessa área,
beneficiários do sistema de saúde suplementar que possuem um plano coletivo pago
em parte ou totalmente pelo empregador, e com o desemprego, esses beneficiários
perdem o convênio recorrendo consequentemente ao SUS, isso gera uma demanda
desenfreada no sistema público de saúde, enquanto pequenos hospitais e
laboratórios privados sofrem com a falta de demanda gerada pela crise econômica
desencadeada nesse processo. A cartilha do SEBRAE (2016) cita esse fato
justificando o impacto que a crise econômica gera especificamente com a redução
33
dos usuários de convênios subsidiados por empregadores e como isso afeta a
demanda dos atendimentos em laboratórios, clínicas e hospitais:
35
Figura 4-DFC Modelo Direto
37
mesmos se comportam no segmento de saúde tendo como vetores: estrutura física,
abrangência de mercado, tecnologia e desafios financeiros.
38
3.8.1 Passo 1 – A Necessidade da Pesquisa
39
volume de atendimento e consequentemente num aumento significativo do fluxo de
caixa.
Por fim, a análise dos dados é feita com referência aos objetivos pretendidos no
projeto e serão aplicadas a partir daí estratégias seguras para efetividade de
negócio. Segue abaixo a planilha detalhada para ilustração dos passos citados
acima, as divisões de espaço para a decisão estão dispostas na horizontal eixo (x) e
os níveis de segurança para garantir uma tomada de decisão mais segura sendo 0%
(insegurança) a 70% (segurança confiável) eixo (Y), não existe 100% de segurança
quando se aplica um projeto, pois, as probabilidades na aplicação são imprecisas:
70
60 Passo 1 – A necessidade de
pesquisa
50
40 Passo 2 – Definir o
30 problema
20
Passo 3 – Coleta de dados
10
0
1º PASSO 2º PASSO 3º PASSO 4º PASSO
Fonte: Estudo sobre Laboratórios Baianos de Análises Clínicas- SEBRAE / Salvador-Ba 2016
Como visto no gráfico acima, estruturar corretamente o fluxo de caixa é uma das
premissas para o bom funcionamento de qualquer empresa, o que não difere dos
laboratórios de análises clínicas, e facilitará no processo de tomada de decisão.
40
Na pesquisa realizada pelo SEBRAE em 2016, precisamente nos laboratórios de
análises clínicas da região do estado da Bahia, os principais erros na gestão do fluxo
de caixa ocorrem em pequenos laboratórios. Geralmente são jovens gestores e/ou
Bioquímicos iniciando uma carreira na área, e estes, por falta de experiência ou
prática de mercado acabam deixando de se atentar para pequenas premissas na
gestão financeira do negócio como averiguar as projeções futuras do fluxo de caixa.
Um exemplo seria o planejamento de férias de colaboradores, onde muitas vezes
antecipar a data de forma a não permitir o desembolso das mesmas ocorrer dia 20,
por exemplo, já que é uma data base para recolhimento de encargos federais.
Segundo a pesquisa do SEBRAE, o dia do pagamento da folha é um dos principais
motivos da quebra de caixa do laboratório, isso porque a maioria dos custos fixos da
empresa se acumulam justamente no início do mês entre a primeira e a segunda
semana, sendo esse o período de volume desproporcional no caixa no que tange as
receitas e despesas, por isso, TERRA 2018 reafirma a necessidade básica da
empresa possuir um capital de giro proporcional ao corpo operacional do laboratório,
essa dinâmica pode ser observada no gráfico a seguir:
Na imagem acima Terra (2018) detalha como o caixa fixo mensal pode ser
plansejado, consiliando o fundo emergencial – aconselhavel para toda e qualquer
empresa – mais a divisão de receitas e despesas planejadas dentro de cada
semana. Pode ser observado que na primeira semana o fundo emergencial está
quase compatível às despesas, isso porque, segundo Terra 2018, é o nível aceitável
dentro do fluxo de caixa, já que na primeira semana do mês as empresas possuem
41
obrigações como: folha de pagamento dos colaboradores, contas de água, luz,
internet, dentre outros custos fixos. Na segunda semana, a empresa pode continuar
alimentando o fundo emergencial com as receitas, e negociar as datas de
pagamento das obrigações com os fornecedores, condensando as saídas de caixa
nas semanas seguintes, isso permitirá que o caixa não fique negativo. Na terceira
semanda o fundo emergencial poderá estar equilibrado novamente, as despesas
menores, pois o planejamento de gastos estará funcionando conforme esperado e
as receitas podem ser preservadas evitando a quebra de caixa. Por fim, na quarta
semana, a empresa estará novamente o fundo emergencial preparado para as
obrigaçoes do mês seguinte, os fornecedores já terão as datas de recebimento pré-
estabelecidas e as receitas podem ser utilizadas em investimentos internos como
reserva de caixa, aplicações bancárias, etc.
4. METODOLOGIA
O trabalho foi embasado numa perspectiva qualitativa à luz das teorias de Antônio
Ricardo Alvarez Alban (2016) – Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do
SEBRAE, na obra: “Estudo sobre Laboratórios Baianos de Análises Clínicas”. O
material discute sobre o estabelecimento dos laboratórios de análises clínicas no
estado da Bahia, onde são colocadas as principais dificuldades de crescimento e
expansão enfrentadas pelos mesmos, sejam eles de pequeno ou médio porte, frente
aos grandes laboratórios já estabelecidos nesse ambiente de mercado, bem como a
competitividade estabelecida pelas grandes operadoras de saúde suplementar que
por sua vez, representam uma parte dos ganhos financeiros de um laboratório o que
reflete diretamente na dinâmica do fluxo de caixa.
A estrutura conceitual do fluxo de caixa foi embasada na obra do Dr. Mauro Terra
(2018) – Diretor dos Laboratórios Terra Pereira, Diagnotest e Labmeg, Biomédico de
formação primária, Servidor Público Estadual e Federal; em seu artigo: “A
Importância do Fluxo de Caixa na Organização”. Para intercalar as citações deste
autor, foi inserido um tópico sobre liquidez financeira tendo como base o fluxo de
caixa para avaliar níveis de liquidez a curto prazo dentro de uma organização.
42
Foi aplicado também, um questionário que norteou a entrevista com os gestores do
Labocliv, onde foram pontuadas quais as principais mudanças ocorridas na empresa
no período pesquisado (2014 a 2018) e como a gestão do fluxo de caixa influenciou
na tomada de decisão para o laboratório em questão. A pesquisa documental teve
como base os registros do fluxo de caixa do Labocliv entre os anos de 2014 à 2018
fornecidos pela Diretoria Financeira da empresa. Para tanto, o material base do
trabalho e os esboços do fluxo de caixa foram comparados apenas de forma
estatística, preservando os percentuais reais dos documentos fornecidos pelos
gestores da empresa, onde a matriz original do DFC foi enviada com escala em
reais (R$). As comparações foram construídas com gráficos estatísticos,
obedecendo a uma ordem cronológica das mudanças ocorridas no Labocliv, aliado
ao período específico de cada fluxo de caixa. A análise exploratória contou também
com uma entrevista específica junto à gerência financeira da empresa, onde se
discutiu como o DFC do Labocliv foi avaliado em 2014 e quais medidas foram
tomadas pela administração do laboratório para o avanço da mesma nos anos
seguintes. A análise qualitativa constituiu-se com base nos dados coletados na
entrevista norteada com dezenove questões objetivas e subjetivas com a gerência
administrativa da empresa em questão, e um gráfico foi montado para ilustrar a
evolução da mesma nesse período. Essa entrevista foi pertinente para o projeto,
pois, a análise dos dados registrados no fluxo de caixa nos anos de 2014 a 2018
puderam ser comparados às questões respondidas pela gerência financeira da
empresa. Nessa perspectiva, foi possível observar efetivamente como os níveis de
resultado financeiro apresentados no fluxo de caixa dentro do período pesquisado
(no qual houve mudanças significativas no quadro operacional da empresa),
interferiram na postura dos gestores na empresa Labocliv para a tomada de decisão
e como o Laboratório evoluiu ao longo desses quatro anos.
43
Antônio de Jesus, baixo sul e Vale no recôncavo baiano, nascia, ali, o Labocliv. Já
conceituado na região por seus serviços na área de medicina laboratorial, o Labocliv
buscou disponibilizar consultas e procedimentos médicos em diversas
especialidades, visando satisfazer as necessidades da população que, até então,
tinha que se deslocar muitos quilômetros em busca de atendimento médico. Tendo
sempre como objetivo prestar um serviço de qualidade e um atendimento de
excelência na área de Medicina Diagnóstica, o Labocliv dispõe em 2018, de uma
rede com 20 Unidades de Atendimento e mais de 100 colaboradores, estando
presentes nos municípios de Amargosa, Laje, Mutuípe, Jiquiriçá, Ubaíra, Santa Inês,
São Miguel das Matas, Nazaré, Tancredo Neves e Valença, Jaguaquara,
Wenceslau, Teolândia, além de Santo Antônio de Jesus, onde funciona a Central
Técnico-Administrativa e o maior e mais bem equipado Centro Médico Laboratorial
de todo o Recôncavo. O Labocliv é, também, membro da Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas, participando do Programa de Controle de Qualidade PNCQ-
SBAC, tendo obtido a classificação Excelente desde a sua inscrição.
44
5.1 O FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTAS DE GESTÃO FINANCEIRA
45
creditadas em 30 ou 60 dias, similar ao que acontece com os convênios de saúde,
responsáveis por uma receita com recebimentos de médio prazo entre 60 a 90 dias.
Somando os valores referentes a receita do DFC (cartão, espécie, parceria local) o
Labocliv captou 75% da receita particular, tendo 25% da receita comprometida aos
convênios, foi, portanto, um percentual um pouco acima da média esperada, porque,
segundo a pesquisa citada pelo SEBRAE (2016), para que as empresas no
segmento de saúde atinjam um nível financeiro saudável, seu faturamento não pode
depender de um retorno dos convênios superior a 20%, pois, o crédito é demorado e
não possui garantia de 100% do recebimento.
Continuando a análise no primeiro trimestre de 2014, no que tange as saídas de
caixa, a folha de colaboradores do Labocliv correspondeu a 53%, esse percentual é
justificado pelo custo de manuntenção das 15 unidades ativas do Labocliv, no
entanto, as glosas de convênio corresponderam a 17% gerando uma quebra de
caixa inesperada, o que gerou um saldo negativo de -3% no final do exercício.
Conforme citado por Alban (2016) “Saldos negativos devem ser analisados com
precisão no fluxo de caixa. A primeira providência é descobrir as causas [...]”. Esse
ponto não foi analisado pela diretoria no primeiro trismestre de 2014, pois, no
exercício seguinte, a situação se repetiu, como pode ser visto no DFC consolidado
do segundo trimestre de 2014:
46
LABORATÓRIO CONVÊNIOS 27,00% CASSI, BRADESCO, PLANSERV.. ETC
PARCERIA LOCAL 17,00%
TOTAL 100,00%
DESPESAS VALOR OBS.
FOLHA CORPORATIVA 53,00%
MATERIAIS 17,30% LUVAS, SERING, TUBOS, LÂMINAS.
MED.REAGENTES 3,70% IMPORTADO- AUTERAÇÃO DÓLAR
CUSTOS FIXOS 13,00%
GLOSAS 18,00%
TOTAL 105,00%
RESULTADO SALDO ACUMULADO (R-D) -5,00% liquidez (-) 1%
47
que todos os custos possam ser corretamente repassados no preço de
venda: PV.
A realização de promoções pode ser atrativa, e é um das estratégias na captação de
clientes, no entanto, os custos envolvidos precisam ser cuidadosamente calculados,
pois, o aumento no volume de vendas significa também aumento proporcional de
custos e despesas como foi citado por Terra (2018) quando ele fala sobre utilizar o
flux de caixa como uma ferramenta para a tomada de decisão no âmbito de vendas.
Seguindo a análise do DFC no 2º trimestre de 2014, A receita correspondente às
operadoras de convênios girou em torno de 27% , porém, o Labocliv ainda estava
em fase de adaptação na implatação das tabelas de cobranças no sitema interno da
empresa, e os valores cobrados ainda estavam sendo ajustados, isso causou um
pouco de desequilíbrio entre os valores faturados de convênio , por exemplo:
A. De Abril a Junho de 2014, foram faturados 100% das contas de convênio
para Laboratório;
B. Em Abril de 2014 foi recebido dos convênios 82% desse total.
O motivo da diferença de 18% gerada nessa quebra de caixa, foram as glosas
aplicadas pelos convênios, finalizando o exercício com -5% de saldo total, o gau de
liquidez foi reduzido em -2 %. Por conta disso, no segundo semestre de 2014 a
gestão financeira do Labocliv estudou melhorias para reparar os erros que gerarm
as quebras de caixa, principamente do que tange ao controle das contas de
convênio, o fluxo no atendimento de convênios era relativamente bom, no entanto,
neste período, o Labocliv não fazia o acompanhamento das glosas, e os prejuízos
foram observados nos meses seguintes. No fim de 2014, o exercício geral foi
fechado com uma média de saldo geral -1% do lucro esperado, isso significa que,
apesar das primeiras médias de saldo (-3%) no primeiro trismestre e (-5%) no
sugundo trismestre, o Labocliv se policiou para reduzir os custos de despesas
operaconais, fechando com saldo de lucros abaixo do esperado, porém recuperando
as perdas do primeiro semestre do corrente ano.
A partir daí, em 2015, com base nesses dados, a tomda de decisão foi embasada
nas seguintes pontos:
A. Criação do setor de Recurso de Glosa, para que as diferenças fossem
acompanhadas e recuparadas continuamente junto aos convênios;
B. Renegociação de preços com os fornecedores;
48
C. Fidelização de clientes com o cartão fidelidade, junto com lojas parceiras
da região onde eram situadas as unidades Labocliv;
D. Criação do setor de Imagem e Atendimento ambulatorial.
Com a implantação dessas mudanças, o DFC do Labocliv foi acompanhado pela
gestão da empresa com mais atenção e cuidado, principalmente pois, a implantação
de um novo serviço como o Ambulatório e Imagem. No primeiro semestre de 2015 o
DFC foi consolidado com um resultado positivo como pode ser visto na tabela a
seguir:
51
LABORATÓRIO CONVÊNIOS 18,50% CASSI, BRADESCO,PLANSERV..ETC
PARCERIA LOCAL 13,50%
INVESTIMENTO EXTERNO 50,00%
RECUPERAÇÃO DE GLOSAS 7,00%
TOTAL 150,00%
DESPESAS VALOR OBS.
FOLHA CORPORATIVA 52,00%
MATERIAIS 11,50% LUVAS, SERINGA, TUBOS, LÂMINAS.
MED. REAGENTES 3,20% IMPORTADO- AUTERAÇÃO DÓLAR
CUSTOS FIXOS 13,50%
INVESTIMENTO CONSTRUÇÃO 64,00%
GLOSAS 6,30%
TOTAL 150,50%
RESULTADO SALDO ACUMULADO (R-D) -0,50% Liquidez -1%
52
IMAGEM+ AMBULATÓRIO 12,50%
LABORATÓRIO CONVÊNIOS 19,70% CASSI, BRADESCO,PLANSERV..ETC
PARCERIA LOCAL 12,80%
INVESTIMENTO EXTERNO 35,00%
RECUPERAÇÃO DE GLOSAS 6,00%
TOTAL 138,30%
DESPESAS VALOR OBS.
FOLHA CORPORATIVA 52,00%
MATERIAIS 12,70% LUVAS, SERING,TUBOS,LÂMINAS
MED.REAGENTES 3,10% IMPORTADO- AUTERAÇÃO DÓLAR
CUSTOS FIXOS 13,50%
INVESTIMENTO CONSTRUÇÃO 41,70%
GLOSAS 6,50%
TOTAL 129,50%
RESULTADO SALDO ACUMULADO (R-D) 8,80% Liquidez + 8%
Fonte: DFC Labocliv 2016-Arquivo interno
53
LABORATÓRIO ESPÉCIE 41,00%
IMAGEM+ AMBULATÓRIO 18,50%
LABORATÓRIO CONVÊNIOS 10,50% CASSI, BRADESCO,PLANSERV..ETC
PARCERIA LOCAL 11,50%
RECUPERAÇÃO DE GLOSAS 5,00%
TOTAL 100,00%
DESPESAS VALOR OBS.
FOLHA CORPORATIVA 53,00%
MATERIAIS 11,50% LUVAS, SERING,TUBOS,LÂMINAS
MED.REAGENTES 3,40% IMPORTADO- AUTERAÇÃO DÓLAR
CUSTOS FIXOS 13,00%
RATEIO PARCELAMENTO DAS OBRAS 2016 15,00%
GLOSAS 6,10%
TOTAL 102,00%
RESULTADO SALDO ACUMULADO (R-D) -2,00% Liquidez -2%
54
as obrigações como 13º salário, e carga tributária trimestral e anual, isso evitará
surpresas na dinâmica do fluxo de caixa.
No segundo semestre de 2017, a baixa no faturamento de convênios se manteve, no
entanto, para evitar um desequilíbrio na receita e aumentar a carteira particular o
Labocliv investiu mais uma vez em promoções sazonais como pacote de exames no
Outubro Rosa, Chek-up infantil e Novembro azul, desta vez, o cuidado com o
consumo de materiais esteve mais controlado, e o resutado foi positivo:
55
C. Negociação com novos fornecedores;
D. Prospecção para implantação de um sitema interno mais completo e com
custos reduzidos;
E. Retorno sobre o investimento implantado em 2016.
Para que a análise dos dados acima fosse mais completa, o fluxo de caixa do ano
de 2018 foi consolidado em uma única planilha, dessa forma, pode-se obter uma
ideia clara dos resultados obtidos com a implantação dessas mudanças:
Como foi dito, 2018 foi um ano de muitas mudanças para o Labocliv, o DFC
apresentou um aumento significativo na receita, se comparado aos anos anteriores,
isso porque apesar da crise, a empresa optou por explorar novas praças e agregar
novos serviços. Os investimentos bancários fizeram toda a diferença, porque os
rendimentos do capital aplicado puderam subisidiar em grande parte as obras de
expansão da unidades. A baixa na carteira de convênios desencadeada pela crise
econômica no país iniciada em 2014, foi relativamente positiva, pois, reduziu
56
adependência da receita ligada a estes convênios que creditavam as faturas após
60 e 90 dias. O total de receita realizável (crédito até 30 dias) do labocliv resultou em
98,5% em 2018, o resgate de investimento bancário foi aplicado em 50% para o
início das obras na nova unidade de Valença, cerca de 15% desses lucros foram
investidos no novo sitema interno do Labocliv, este, foi implantado para compilar as
informações de todas as unidades em uma central de processamento na sede da
empresa em Santo Antônio de Jesus, anteriomente, o Labocliv possuia dois
sistemas distintos, operando em poucas unidades, e o custo de manutenção para os
dois sistemas acabava se tornando mais caro para a organização. O parcelamento
negociado com os fornecedores ajudou a diluir o custo fixo dos materiais básicos
utilizados na realização dos exames. Por fim, o DFC de 2018 fechou com um saldo
positivo de 12,6%, sendo este, um resultado prospectado com sucesso em relação
ao investimento também aplicado em 2016.
57
A segunda pergunta pergunta do primeiro bloco indaga qual frequência em que
dinâmica do fluxo de caixa é acompanhada pelo gestor financeiro da empresa? Essa
pergunta faz alusão a necessidade gerencial do DFC sinalizada por Terra (2018)
quando o mesmo afirma a necessidade de um acompanhamento diário do DFC pelo
gestor da empresa. Essa questão foi justificada pela gestão financeira com sendo o
acompanhamento diário, porém, com análises mensais para tomada de decisão das
rotinas no mês subsequente.
Na terceira pergunta do primeiro bloco questionou-se: quais informações, além das
entradas e saídas do DFC, são observadas no demonstrativo consolidado do fluxo
de caixa do Labocliv? Em resposta, foi argumentado pela gestão financeira da
empresa que são ponderadas informações como:
1. Origem de cada despesa (consumo setorial) – dessa forma é possível evitar
desperdícios ou escassez dentro do processo produtivo.
2. Volume de vendas por unidade e por período específico, determinando a cultura
ou sazonalidade na demanda por exames em cada região. Essa análise é feita para
determinar quando é lucrativo ou não manter uma determinada carteira de exames
em uma unidade, separando o produto “estrela” ou “abacaxi” como visto numa
matriz BCG¹.
A quarta pergunta do primeiro bloco enfatiza questão do uso do DFC como
ferramenta para tomada de decisão. Nessa etapa, a gestão do Labocliv afirma que
sim, utiliza o DFC para embasar as decisões e/ ou startar algum projeto, assim
evitam possíveis prejuízos ou mau uso dos recursos da empresa.
Na quinta pergunta, concluindo o primeiro bloco, com base nas ferramentas de
controle citadas por Terra (2018), foi questionado quais destas ferramentas eram
utilizadas pelo Labocliv para garantir o giro saudável do fluxo de caixa:
A. Investimentos de capital interno;
B. 2. Projeções de entrada e saída;
C. 3. Negociação fixa de contas a pagar (Notas fiscais, Boletos, O.S, etc);
D. 4. Controle e projeção de Custos fixos.
Das ferramentas acima, o Labocliv realiza investimentos do capital interno em títulos
bancários com retornos a curto prazo, projeções financeiras para quitar faturas
periódicas, e sim, faz negociação com os prazos de pagamento com fornecedores,
assim, consegue diluir as contas e aliviar as saídas de caixa.
58
O segundo bloco foi associado ao Gerenciamento das Despesas, quando Alban
(2016) cita a importância sobre o gerenciamento das contas a pagar, sendo a folha
de pagamento corporativa um dos principais motivos que geram a quebra de caixa
em empresas sem planejamento financeiro.
A primeira questão do segundo bloco indaga sobra a existência de um planejamento
junto ao setor de compras para controlar gastos com matéria prima e materiais de
produção intern. Nessa questão a direção fiananceira do labocliv afirma que ainda
não possui um planejamento claro junto ao setor de compras, mas possui uma
média estimada mensalmente para os gastos em geral, e quando esta excede, é
realizada uma reunião para combinar retenções cabíveis. O ideal seria manter um
planejamento prévio de gastos, dessa forma, pode-se evitar desperdícios, volume de
estoque ocioso e garantir um giro de caixa mais saudável para a empresa.
A segunda e terceira questões do segundo bloco, se referem a escolha dos
fornecedores, outro fator importante de controle no setor comercial da empresa, a
direção afirmou que o Labocliv possui uma carteira fixa de fornecedores isso
aumenta o poder de negociação, porém, na compra de produtos exporádicos
(reagentes, tonner de impressão) ou máquinas para análise de amostras, a
negociação é feita com quem ofertar o melhor preço. Quanto as reservas de
estoque, o Labocliv procura não manter um estoque avulso, os produtos e
medicamentos são comprados de acordo com a média de produção estipulada para
o período, isso garante também a redução do capital imobilizado, fazendo com que
os gastos sejam proporcionais ao que é produzido e vendido. Na quarta questão da
entrevista discutida a forma de pagamento que melhor se adequa ao modelo de
caixa do Labocliv, como é um laboratório, e a demanda é bastante variável, a
empresa opta geralmente por pagamentos de 15 e 30 dias, a depender do
fornecedor, porém, o plano de pagamento é feito semanalmente para evitar
surpresas e uma quebra de caixa. A quinta questão foi relacionada ao repasse às
variações de preço no mercado laboratorial quando a matéria prima excede o custo
normal, nesse ponto, o labocliv ainda não consegue repassar 100% dos custos no
valor final dos exames, isso por sua vez, diminui a margem de lucro esperada, o
motivo principal é alta concorrência existente em Santo Antônio de Jesus, as tabelas
de preço são bastante concorridas, porém, o custo percebido pelo cliente deve ser
um diferencial, e o labocliv pode apostar nisso, com uma boa estrutura, salas
59
climatizadas, segurança no resultado dos exames, bem como agiliade na entrega
dos mesmos. Isso garante a cobrança de um preço justo e com o retorno esperado
pela empresa. O sexto e último pondo do segundo bloco, aborda o controle de
despesas citado por Alban (2016) na pesquisa realizada pelo SEBRAE
especificamente sobre a folha de pagamento dos colaboradores, sobre isso, a
gestão do labocliv ainta tenta gerar um caixa fixo para quitar a folha, ainda é uma
parte da gestão financeira que está sendo organizada.
O terceiro bloco da entrevista abrange o gerenciamento da receita do Labocliv, a
primeira e segunda questões falam sobre o tema discutido por Terra (2018) no
referencial deste trabalho, no que tange a projeção de fluxo de caixa, nessas
questões, o a direção do Labocliv afirmou que sim, realiza projeções de caixa para
organização prévia de todo e qualquer investimento, como ocorreu na abertura da
nova unidade em Valença-Ba, a obra já era almejada, mas, para que esta ocorresse,
a empresa realizou uma projeção de caixa para quitação das despesas da obra em
até dois anos. Houveram algumas estrapolações que fugiram do orçamento, mas
puderam ser corrigidas dentro do prazo.
Na terceira questão do terceiro bloco, foi questionada a existênciade uma carteira
fixa de atendimento a convênios de saúde suplementar, a resposta foi afirmativa, e o
percentual desses convênios na receita do Labocliv não excede 20%, o que é
positivo para o laboratório, visto que a instabilidade existente no mercado de saúde
suplementar pode prejudicar o equilíbrio no fluxo de caixa. Na sequência, a quarta
,quinta e sexta questões, abordam a forma de controle dos recebimentos de contas
faturadas para os convênios, e como o Labocliv realiza essse processo. Em
resposta, a direção afirmou que depois de receber muitas glosas no período de
2014, foi criado um setor de recurso, para que o faturamento pudesse fazer um
balanço do que foi faturado para os convênios, baixar as faturas e conciliar-las
depois de 45 e 60 dias, emitir nota fiscal de recebimento e fazer a recuperação das
perdas aplicadas pelos convênios. O sistema interno do Labocliv faclitou esse
processo e houve uma diminuição significativa de até 95% nas glosas.
No quarto e último bloco da entrevista,baseada na afirmação de Terra (2018), onde
o mesmo fala sobre a sazonalidade no mercado de medicina laboratorial e a
importância de manter um fundo de caixa planejado para esses períodos, foi
questionado como o labocliv lida com tal sazonalidade e se o laboratório possui
60
algum fundo de caixa para esses períodos. Em resposta a direção afirmou que sim,
tenta mater um fundo de caixa para estes períodos de baixa, como solução, mantém
pacotes promocionais de exames laboratoriais para aumentar o fluxo de vendas,
bem como nos meses de outubro (outubro rosa), novembro azul, e janeiro quando
as crianças estão de férias (check-up kids). Isso mantêm o volume de caixa
equilibrado, e se tornou uma política anual da empresa.
A entrevisa foi concluída com o questionamento de quais estratégias foram
utilizadas pelo Labocliv entre os anos de 2014 e 2018 que foram o diferencial de
sucesso para maximização da receita. Foram elas:
A. Criação do setor de recurso de glosa para recuperação das perdas
aplicadas pelos convênios;
B. Ampliação de Laboratório com os setores de imagem e ambulatório com
atendimento clínico para o giro de exames;
C. Criação do Unidade Kids;
D. Ampliação das unidades de Amargosa, Gandu e Valença;
E. Renegociação com fornecedores e a criação de parcerias locais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
61
DFC, ampliando a praça com a abertura de novas unidades, e agregando
especialidades que pudessem gerar volume para o produto carro chefe da empresa :
Laboratório.
Após análise dos dados apresentados nesta pesquisa, e sugestível que o laboratório
em questão crie um fundo fixo de caixa (depósitos periódicos dos percentuais de
lucro, e ou aplicação bancárias dos dividendos) para suprir obrigações em períodos
de baixa, e despesas tributárias, bem como a folha de colaboradores, isso porque,
tais saídas geram consequentes quebras de caixa quando o fluxo de receita não é
proporcional num dado período, esse fundo fixo facilitaria a gestão dos recursos da
empresa sem prejuízos futuros. Por fim, considera-se nessa pesquisa que o fluxo de
caixa sim, seja uma ferrmenta financeira de grande influência no processo desisório
de toda e qualquer organização.
62
REFERÊNCIAS
62
APÊNDICE
63
QUANTO AO GERENCIAMENTO DAS DESPESAS:
1. No que tange ao controle de despesas, o Labocliv executa algum
planejamento junto ao setor de compras? Caso sim, este como funciona?
2. Os fornecedores de produtos, materiais e medicamentos do Labocliv são
fixos, ou a empresa adota a estratégia de compra por oportunidade? Justifique.
3. O Labocliv mantém estoque planejado de acordo com o fluxo de execução
dos exames laboratoriais? Caso afirmativo, como isso ajuda no processo interno?
4. Quando ao pagamento das obrigações junto aos fornecedores, o Labocliv
utiliza qual modalidade de pagamento?
A. Pagamento à vista
B. Pagamento semanal
C. Quinzenal
D. Mensal
E. Varia de acordo com o fornecedor
64
2. O Labocliv possui um planejamento para manutenção do capital de giro?
Como é executado?
65