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24/3/2011

Medição de Temperatura
(Parte 3)
Termômetros Elétricos de Contato
Termopares

Instrumentos e Medidas Elétricas


Prof. Leônidas Melo

IME: Medição de Temperatura – Termômetros Eletrônicos

Tópicos
 Conceitos básicos
 Cabos de compensação e de extensão
 Leis termométricas
 Tipos e características dos termopares
 Montagem e isolamento

IME: Medição de Temperatura – Termômetros Eletrônicos

Conceitos básicos

Efeito Peltier:
“Se uma corrente elétrica flui na junção de dois
metais, calor é gerado ou absorvido neste local.”

Calor gerado devido à Tensão gerada devido ao


aplicação de uma F.E.M aquecimento da junção

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Efeito Thompson:
“Um fio homogêneo apresenta uma f.e.m. sempre que
seus extremos estejam em temperaturas diferentes.”

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Seebeck - Em 1821, o alemão Seebeck descobriu
que, quando aquecemos uma junção de dois
metais, uma força eletromotriz é gerada entre os
dois condutores.

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Essa f.e.m. induzida define um condutor positivo (+)


e um condutor negativo (-). O condutor negativo é
sempre ‘avermelhado” (isolante no tom vermelho)
de acordo com a norma ISA (International Stardards
of America), facilitando a correta conexão dos
termopares.

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Cabos de extensão e Compensação

Cabos de extensão

São aqueles fabricados com o mesmo material do


termopar devido ao seu baixo custo. Desse modo
para os termopares tipo T, J, K e E são utilizados
cabos do mesmo material para sua interligação
com o instrumento receptor.

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Cabos de compensação

Para os cabos dos termopares nobres (R, S e B)


não seria viável economicamente a utilização de
cabos de extensão. Assim, para tornar possível a
utilização desses sensores, desenvolveu-se cabos
de natureza diferente porém com a característica
de produzirem a mesma curva de força
eletromotriz desses termopares ou ainda, mesmo
que não idênticas mas que se anulem (Cu e Cu-Ni
para S e R e Cu para B).

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Cabos de Compensação e de extensão

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Circuito para compensação eletrônica da temperatura de


junta fria a 0oC, utilizando um termistor para leitura da
temperatura ambiente.

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Leis Termométricas
Lei do Circuito Homogêneo
 O valor da força eletromotriz gerada depende
somente da diferença de temperatura entre a junta
de mediação e a junção de referência;
 O valor da força eletromotriz não depende do
comprimento do termopar;
 O valor da força eletromotriz não depende do
diâmetro dos termoelementos que compõem o
termopar;
 O valor da força eletromotriz não depende da
distribuição da temperatura ao longo do termopar.

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Lei dos Metais Intermediários


A F.E.M. gerada por um par termoelétrico não será
alterada se inserirmos em qualquer ponto do
circuito, um metal genérico diferente dos que
compõem o sensor, desde que as novas junções
formadas sejam mantidas na mesma temperatura.

Uma aplicação prática desta lei é o uso dos contatos de


latão ou cobre no bloco de ligação, para a interligação
do termopar ao seu cabo.

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Lei das Temperaturas Intermediárias


A F.E.M. gerada em um circuito termoelétrico com suas junções às
temperaturas T1 e T3 respectivamente, é a soma algébrica de F.E.M.
gerada com as junções às temperaturas T1 e T2 e a F.E.M. do mesmo
circuito com as junções às temperaturas de T2 e T3.

Uma consequência desta lei é o uso dos cabos compensados, que


tendo as mesmas características termoelétricas do termopar, podem
ser introduzidos no circuito sem causar erros no sinal gerado.

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Tipos e Características dos Termopares


Foram desenvolvidas diversas combinações de
pares de ligas metálicas com o intuito de se obter
uma alta potência termoelétrica (mV oC) para
que seja detectável pelos instrumentos de
medição, aliando-se ainda às características de
homogeneidade dos fios, resistência à corrosão,
relação razoavelmente linear entre temperatura
e tensão entre outros, para que se tenha uma
maior vida útil do mesmo.

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Podemos dividir os termopares em três grupos:

 Termopares de Base Metálica ou Básicos

 Termopares Nobres ou a Base de Platina

 Termopares Especiais

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Termopares básicos
Termopar Tipo T (Cobre-Constantan)

 Termoelemento positivo: Cu100%


 Termoelemento negativo: Cu55%Ni45%
 Faixa de utilização: -270 0C a 400 0C
 F.E.M produzida: -6,258mV a 20,872mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas
inertes, oxidantes ou redutoras. Devido à grande
homogeneidade com que o cobre pode ser processado,
possui uma boa precisão. Em temperaturas acima de
3000C, a oxidação do cobre tornase muito intensa,
reduzindo a vida útil e provocando desvios em sua curva
de resposta original.

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Termopar Tipo J (Ferro-Constantan)

 Termoelemento positivo: Fe99,5%


 Termoelemento negativo: Cu55%Ni45%
 Faixa de utilização: -210 0C a 760 0C
 F.E.M produzida: -8,096mV a 42,919mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas
inertes, oxidantes ou redutoras. Não é recomendado em
atmosferas com alto teor de umidade e em baixas
temperaturas (O termoelemento Fe99,5%se torna
quebradiço. Acima de 5400C o ferro oxida-se rapidamente.
Não é recomendado em atmosferas sulfurosa acima de
5000C.

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Termopar Tipo E (Cromel-Constantan)

 Termoelemento positivo: Ni90%Cr10%


 Termoelemento negativo: Cu55%Ni45%
 Faixa de utilização: -270 0C a 1000 0C
 F.E.M produzida: -9,835mV a 76,373mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas
inertes, oxidantes ou vácuo, não devendo ser utilizado em
atmosferas alternadamente oxidantes e redutoras Dentre
os termopares usualmente mais utilizados é o que possui
maior potência termoelétrica, bastante conveniente
quando se deseja detectar pequenas variações de
temperaturas.

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Termopar Tipo K (Cromel-Alumel/NiCrNi)

 Termoelemento positivo: Ni90%Cr10%


 Termoelemento negativo: Ni95%Mn2%Si1%Al2%
 Faixa de utilização: -270 0C a 1200 0C
 F.E.M produzida: -6,458mV a 48,838mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas
inertes, oxidantes. Pela sua resistência à oxidação é
utilizado em temperaturas superiores a 6000C, e
ocasionalmente em temperaturas abaixo de 00C. Não deve
ser utilizado em atmosferas redutoras. Em altas
temperaturas e em atmosferas pobres de oxigênio ocorre a
difusão do cromo, provocando grandes desvios da curva de
resposta do termopar.

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Termopar Tipo N (Nicrosil-Nisil)

 Termoelemento positivo: Ni84,4%Cr14,2%Si1,4%


 Termoelemento negativo: Ni95,45%Si4,4%mg0,15%
 Faixa de utilização: -270 0C a 1300 0C
 F.E.M produzida: -4,345mV a 47,513mV
 Características: Substituto do termopar tipo, por possuir
uma resistência a oxidação bem superior a este, e em
muitos casos também é um substituto dos termopares de
base de platina em função de sua temperatura máxima de
utilização. É recomendado para atmosferas oxidantes,
redutoras ou pobres em oxigênio. Não deve ser esposto à
atmosferas sulfurosas.

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Termopares Nobres
Termopar Tipo S (Platina-Rhodio/PtRh 10%)

 Termoelemento positivo: Pt90%Rh10%


 Termoelemento negativo: Pt100%
 Faixa de utilização: -50 0C a 1768 0C
 F.E.M produzida: -0,236mV a 18,693mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas inertes
e oxidantes, apresentando uma estabilidade ao longo do
tempo, em altas temperaturas, muito superior aos
termopares não constituídos de platina. Devem ser usados
em tubos de proteção cerâmico de alumina tipo 799
(99,7% de pureza).

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Termopar Tipo R (Platina-Rhodio/PtRh 13%)

 Termoelemento positivo: Pt87%Rh13%


 Termoelemento negativo: Pt100%
 Faixa de utilização: -50 0C a 1768 0C
 F.E.M produzida: -0,226mV a 121,101mV
 Características: Mesma do termopar S. Potência
termoeletrica 11% maior.

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Termopar Tipo B (Platina-Rhodio/PtRh 6% e PtRh30%)

 Termoelemento positivo: Pt70,4%Rh29,6%


 Termoelemento negativo: Pt93,9%Rh6,1%
 Faixa de utilização: 0 0C a 1820 0C
 F.E.M produzida: 0,000mV a 13,820mV
 Características: Pode ser utilizado em atmosferas
inertes, oxidantes e, por um curto espaço de tempo em
vácuo. Normalmente utilizado em temperaturas superiores
a 14000C, por apresentar menor difusão de ródio.

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Termopares Especiais
Termopar com liga (Tungstênio e Rhênio)
Faixa de utilização: 2300 0C a 2750 0C

Termopar com liga (Irídio 40% -Ródio/Irídio)


Faixa de utilização: até 2000 0C (períodos limitados)

Termopar com liga (Platina-40%Ródio/Platina-20%Ródio)


Faixa de utilização: Continuamente até 1600 0C e por
curto período até 1850 0C

Termopar com liga (Ouro-Ferro/Chromel)


Faixa de utilização: temperaturas criogênicas

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Correlação da F.E.M com a temperatura

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Montagem e Isolamento
Termopar
Convencional

Missangas de
óxido de
magnésio

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Montagem do bloco

Tubo de proteção metálico/cerâmico

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Termopar com isolação mineral

Junção Isolada
Junção Aterrada
Junção Exposta

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Vantagens do termopar com isolação mineral

 Estabilidade na F.E.M
 Resistência mecânica
 Dimensão reduzida
 Impermeabilidade à água, óleo e gás.
 Facilidade de instalação
 Adaptabilidade
 Resposta mais rápida
 Resistência à corrosão
 Resistência de isolação elevada
 Blindagem eletrostática

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Poços de proteção termométrica

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