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My[ev rps
[vnkwah
vel
[lhq
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrôni-
co, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, sem permissão expressa do Editor (Lei
n. 9.610, de 19.02.98).
1 - Introdução
lbh lkh Mylbh lbh [lhq rma Mylbh lbh
Este é um estudo ao grau de Adeptus Major 6º=5□, constituído pelo trabalho a ser realizado por
ele nas 28 estações lunares, conforme descrito em Eclesiastes 3, versículos 2 a 8.
O nome deste estudo é [vnkwah My[ev rps (Sepher va-Etim ha-Ashekinoth), ou “O Li-
vro das Estações das Influências”.
[vnkwa (ashekinoth) possui a gematria de 777 que é também aquela de Myyx Myhla xvr
[xa (achath ruach elohim chaiim), “único é o espírito do Deus vivo”.
Mas xvr (ruach) é “vento”, “alento”, “pråïa” – daí sua importância neste estudo, pois antes
de usar magicamente as emanações, [vnkwa (ashekinoth), por meio de uma ferramenta externa,
uma karmamudrå, deve-se ter obtido a maestria das [vnkwa (ashekinoth) no interior das nåçës do
corpo de luz.
[lhq (Qoheleth), cuja gematria é 535, é um “pregador”, um “glorificador” da graça divina,
que é exatamente a tarefa principal de um Adeptus Major 6º=5□, que é tornar-se Voz e Veículo do
Santíssimo em si próprio, tornando real a presença macrocósmica (5) do Santíssimo em seu ser mi-
crocósmico (6).
Qoheleth, o termo original para Eclesiastes, significa literalmente pregador, que é como o autor
do Eclesiastes é denominado, denominando-se ele próprio como sendo “Salomão, o filho de David”.
Mas sabemos que tanto Salomão quanto Qoheleth são atribuições dadas à Sephirah Geburah, e, por-
tanto, ao Adeptus Major 6º=5□, o Senhor da Magiak no Colégio Interno.
Nisto há uma chave para o entendimento do comentário de Mestre Therion em Uma Estrela à
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lbh (HBL, hebel), 37, é Abel, irmão morto por Caim. Mas significa também “vaidade”, “vento”, “alento”, “ar’. Nor-
malmente este verso é traduzido por “Vaidade das vaidades, disse Qoheleth, vaidade das vaidades, tudo é vaidade”.
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Karmamudrå no budismo tântrico é a última etapa da prática, quando se utiliza uma parceira, uma yoginë física, ou uma
dåkinë espiritual. Mas esta etapa só é praticada após se ter obtido a maestria na prática interna. É um tolo ingênuo quem
pensa que os ritos do VIIIº e sua “consecução solitária” se referem apenas e, sobretudo, à masturbação, pois antes do tra-
balho com uma karmamudrå (IXº) deve-se ter obtido a maestria da absorção das ashekinoth (emanações) pingando dos
bindus nos cakras superiores em cima do maïipýra, a fogueira santa – tudo sendo cumprido no interior do corpo de luz
(VIIIº). Dependendo da claridade, nogah, dominante em cada uma das quatro fases da lua, é produzida uma ashekinah,
ou kåla, no interior das nåçës, que pode se tornar física por meio da excitação dos feixes de nervos daquela determinada
parte do corpo relacionada àquela nåçë, sendo, então, exsudada pelo corpo humano através do órgão correspondente. Mas
a chave para o início de toda a Obra está nas mãos do Zelator 2º=9□ e sua consecução em pråïåyåma, conforme descrito
em Eclesiastes 1:6.
Vista ao grau 5º=6□: “sua obra é usar destes [seus poderes mágicos] para suportar a autoridade de
seu Adeptus Exemptus 7º=4□ superior”. O Adeptus Major 6º=5□ deve agir como um Qoheleth!
A gematria de [lhq (Qoheleth), 535, dividida por 5 (Geburah) é igual a 107, que é dvd Ngm
(magen David), o escudo de David, o Hexagrama, atributo máximo de Geburah. E também é qz
(zaq), corrente, flecha chamejante, outra atribuição à Geburah.
Existe uma chave para a relação entre as 28 estações da Lua e o Adeptus Major 6º=5□, conforme
o título dvd Nb xywm (meshiach ben david), o “Messias de David”. xywm (meshiach) soma 358,
que reduzido é 7. Nb (ben) soma 52, que reduzido é 7. E, finalmente, dvd (david) é 14 (ou 2 x 7).
Portanto, temos 7 + 7 + 14 = 28. Além disso, xk (koach), “força”, “poder”, também soma 28.
Além disso, o primeiro versículo do Gênesis Jrah [av Mymwh [a Myhla arb
[ywarb (“No princípio criou Elohim os céus e a terra”) possui sete palavras com 28 letras no
total.
A base cabalística para este estudo vem dos comentários do Raavad sobre o Sepher Yetzirah,
embora nada seja dito sobre sua aplicação prática, nem sobre o uso mágico das 28 estações lunares, e
nem mesmo dos ritos frontais ou infernais de cada planeta relacionados a cada estação lunar.
Rabbi Avraham ben David de Posquieres (1120-1198), mais conhecido como Raavad, alcunha
formada pelas primeiras letras de seu nome, foi o primeiro rebe na época medieval a expor claramen-
te, em seu comentário ao Sepher Yetzirah 1:2, os 28 acampamentos do poder divino, com base nas 28
passagens da Lua, ou dias lunares, pelo mês sideral, que é o tempo que a Lua leva para passar pelos
12 signos do zodíaco.
Seu filho, Isaac, o Cego, herdou a liderança da escola cabalística do Raavad e, estabelecendo-a
na Provença, passou a tradição a dois gigantes da cabala medieval, seus discípulos Rabi Azriel e Rabi
Ezra de Gerona.
Ariel de Gerona é o autor do famoso Shaar ha-Kavanah le-Mekubalim ha-Rishonim (“O Portal
da Meditação dos Antigos Cabalistas”), citado por Chaim Vital em seu Shaare Kedushah (“Portais da
Santidade”), e graças a esta citação temos hoje as atribuições “luminosas’ (ou qual a atuação da “luz”)
de cada uma das seis Sephiroth, que são –
Outras fontes para este estudo também são o Sepher ha-Kana e o Atereth Tiphareth Israel.
Os 28 acampamentos da Lua estão citados em Ecleasiastes 3, versículos de 2 a 8 (ver Apêndice
I para uma tradução mais próxima do original hebraico).
hgn (nogah) possui a mesma gematria de ylyx (chili), “minha força”, “meu poder”, o que tam-
bém é muito revelador para este estudo e sua relação com o trabalho do Adeptus Major 6º=5□.
Por isso, o currículo do Adeptus Major 6º=5□ adverte que “é altamente desejável que aspirantes
a este grau tenham atingido o IX° grau da O.T.O., em cujo caso muito conhecimento secreto lhes é
oferecido, além daquele abertamente publicado. Os métodos de exame para o Colégio Interno dife-
rem, portanto, daqueles empregados no [Colégio] Externo”.
A única menção óbvia a este comentário de Mestre Therion é que o mesmo se relaciona ao 19º
Caminho de Teth, o Atu XI, a “Raptura”.
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O Raavad expôs claramente estas alusões, mas muitos antes dele já conheciam e utilizavam este ensinamento de forma
profunda. Ramban Gamliel, neto de Hillel Hazaken (séc. I antes e.v.), já dizia que: “eu sei, através dos ensinamentos
de meu avô, que a lua nova ocorre a cada 29 dias e meio, e 2/3 de uma hora e 73 chelekim (divisões de hora em 1080
chelekim)”. E esta aferição só pôde ser confirmada pela ciência com exatidão 2000 anos mais tarde!
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hgn (NGH, nogah), 58, “brilhar”, “iluminar”, “fazer brilhar”; “claridade’, “resplendor”, “clarão”, “brilho”.
Mas este estudo revela as qualificações práticas, baseadas na tradição puramente cabalística,
para se trilhar este caminho na Árvore da Vida, além de dotar o Adeptus Major 6º=5□ com uma arma
fundamental em sua batalha para “adquirir o pleno poder mágico” – que são as emanações lunares
provenientes de Yesod que atingem Malkuth.
Ainda assim, este estudo deve ser iniciado pelo Zelator 2º=9□, por ser este o Guardião da Esfera
da Lua, assim como pelo Philosophus 4º=7□, sendo este um mestre da magia prática no Colégio Ex-
terno.
Mas deve-se fazer uma observação quanto ao uso destas 28 estações lunares.
Assim como é dito no Abramelin que a plena consecução só é obtida quando o magista adquire
o Conhecimento e Conversação de seu Sagrado Anjo Guardião, assim também a plena consecução
das 28 estações lunares só poderá ser adquirida com a prévia consecução do S.A.G., tendo o adepto
assumido o grau de Adeptus Minor 5º=6□ interno.
2 - Teoria
Nyb vynp Mwyv hjra rhgyv lmrkh war-la hle vhylav
“E Elias subiu ao topo do [monte] Carmelo, e ajoelhou-se
sobre a terra,e pôs sua face entre seus joelhos”.
1 Reis 18:42.
Este estudo está baseado na atribuição hgn (nogah), em Geburah, e nos 28 acampamentos da
Lua em sua viagem pelo céu zodiacal (que é o mês lunar sideral), assim como também nas fases de
hgn (nogah), claridade, da Lua por estas 28 estações – que é o mês lunar de 29 dias e 12 horas.
A importância destas emanações lunares em Yesod está no fato de que elas são o produto final
de todas as [vnkwa (ashekinoth), emanações, das Sephiroth superiores que são armazenadas em
Yesod, a qual funciona como um depósito, ou fundação, para tais emanações influenciarem Malkuth
em seu devido tempo.
Estas [vnkwa (ashekinoth), emanações, são liberadas de Yesod para Malkuth por meio de, e
durante, cada uma das 28 estações pela quais a Lua passa ao cruzar o céu, recebendo e refletindo a luz
do sol (Tiphareth) em maior ou menor quantidade durante suas quatro fases – nova, crescente, cheia
e minguante.
Em sua fase nova, a Lua está na mesma direção do sol, ou seja, ambos estão em conjunção, refle-
tindo pouco ou quase nada da luz solar, o que gera ausência de claridade, e também ocasionalmente
eclipses – podendo a luz ocultar ou eclipsar a luz do sol. Esta é a fase da virgindade.
Em sua fase crescente, a Lua se encontra a 90º em relação ao sol, ou seja, está em quadratura
‘luminosa‘ com o mesmo. Esta é a fase da menstruação.
Em sua fase cheia, a Lua se encontra a 180º em relação ao sol, ou seja, está em oposição ao mes-
mo. Esta é a fase da maternidade.
Em sua fase minguante, a Lua se encontra novamente a 90º em relação ao sol, formando de novo
uma quadratura, mas agora “infernal”. Esta é a fase da menopausa.
Entre os 28 acampamentos da Lua, existem 4 que são mais fortemente influenciados, e estes são
o primeiro dia da Lua em cada uma das quatro fases: nova, crescente, cheia e minguante. A partir
deste primeiro dia de cada fase, embora ainda dentro de uma fase específica, a Lua estará sempre se
encaminhando ao nadir desta fase, que será o ápice da fase seguinte.
Assim, diz-se que os 12 signos zodiacais são visitados pela Lua durante suas quatro fases de cla-
ridade, as quais geram as 28 estações, ou acampamentos do Santíssimo na Lua (Yesod) em sua tarefa
de vigília sobre a terra (Malkuth).
Durante cada uma destas 28 estações, nas quais o Santíssimo acampa em sua vigília na Lua (Ye-
sod), 28 tipos diferentes de ashekinoth (influências) fluem para a terra (Malkuth).
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O Eclipse da Lua ocorre quando a Lua (Cheia) faz oposição com o Sol, mas passando pela sombra da Terra, podendo
ser total ou parcial, dependendo da latitude da região (do ponto de vista do observador). O Eclipse do Sol ocorre quando
o Sol faz conjunção com a Lua (Nova) passando sobre o disco solar. Podemos ter três tipos: total (quando a Lua oculta
totalmente o disco solar e está mais próxima da Terra); parcial (quando a Lua passa apenas por uma parte do disco solar);
e anular (quando a Lua se encontra mais afastada da Terra e seu diâmetro aparente fica menor, passando a ser apenas um
ponto negro sobre o disco solar. Muitas vezes esse fenômeno passa desapercebido para as pessoas).
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Da raíz Nkw (ShKN, shekin), 370, “morar”, “habitar”, “residir temporariamente”, “acampar”, “demorar-se”, “deter-
se”; “morador”, “habitante”, “vizinho”. Daí, [vnkwa (AShKNVTh, ashekinoth), 777, “influências”, “emanações”,
“tornado residência”. “Acampamento”, ou “estação”, é [e (AyTh), 470, “tempo”, “momento”, sendo, no hinduísmo,
Cada um dos 28 tipos de ashekinoth, emanações, absorve a influência de um dos sete planetas,
conforme veremos adiante, dependendo de que signo a Lua esteja “visitando” no céu zodiacal e
da atribuição a este signo de um determinado planeta. Sendo que durante esta estação específica, a
ashekiná, emanação, absorvida poderá ser uma emanação de aspecto tanto luminoso quanto infernal
daquele respectivo planeta.
Ou seja, para cada um dos 12 signos zodiacais há um dos sete planetas atribuídos, e este planeta
exerce quatro influências, sendo dois aspectos luminosos e dois infernais – isto é, 7 (planetas) x 4 (2
ashekinoth luminosas e 2 ashekinoth infernais) = 28 ashekinoth totais.
Estas influências (ashekinoth) foram absorvidas por Elias no topo do Monte Carmelo, quando
este pôs sua cabeça entre os joelhos, que é a posição de meditação dos antigos profetas, pois deste
modo sua face se aproximou de seu falo circuncidado, absorvendo as emanações lunares (ashekinoth)
oriundas de Yesod.
Isto fica mais claro e evidente quando consideramos as 28 estações conforme estabelecidos em
Eclesiastes 3, nos versos 2 a 8.
designado pela palavra kåla, que é usada para “tempo” no sentido de fonte (Yesod) de todas as coisas terrenas (Malkuth).
Na tradição tântrica, um kåla é uma emanação temporária exalada de perfumes, flores, e, sobretudo, do corpo humano,
tais como sangue, sêmen, saliva, etc.
O nível mais elevado espiritualmente de uma hnkwa (AShKNH, ashekinah), “influência”, é representado pelo Atu
II, “A Sacerdotisa”, que é também a Lua. No simbolismo pictórico do Tarô, o veículo e, também, o método mágico, para
a manifestação de uma hnkwa (ashekinah), “influência”, é o Atu VII, “O Carro”, com seus dois corcéis representando
os canais laterais, os quais, quando unificados no canal central, tornam possível a descida de hnkwa (ashekinah) até os
planos mais baixos no corpo de luz do adepto.
3
O cabalista medieval Joseph Gikatilla, discípulo de Abraham Abulafia, declara em seu Shaarê Orê (“Os Portais da Luz”),
ao falar da nona esfera e segundo portal (Yesod): “Sabei que existem Etim [períodos de tempo] para o bom e para o mau.
Salomão, a paz esteja com ele, já havia revelado a essência deste princípio quando ele disse – “um AyTh [tempo] para
nascer” [Eclesiastes 3:2]. Da mesma forma, existe um AyTh favorável e um AyTh desfavorável, como interpretaram os
rabis no Perek Chelek [o tratado talmúdico das horas Sanhedrin 102ª]. Agora, eu vos revelo uma verdade essencial: sabei
que o atributo ADoNaY [Malkuth] é chamado de AyTh [tempo] quando ele é unido a TZaDYK [Yesod] que é chamado
TOV [bom], formando assim AyT TOVah [bom tempo], pois TOV foi unido a AyTh. Se, Deus o impeça, TOV é separado de
AyTh, então, algo estranho às Esferas virá juntar-se a AyTh, e este é RA [mau], que é o significado de Árvore do Bem e do
Mal, o qual já explicamos tratar-se de um atributo de ADoNaY, também conhecido por este atributo. Tudo isso funciona
de acordo com a lei inquebrantável e a verdadeira justiça [Geburah] que Salomão, a paz esteja com ele, revelou ao final
do Eclesiastes. Por isso, os rabis reiteraram: “Deve-se abençoar no mau tanto quanto se abençoa no bom”.
Por isso, em Eclesiastes 7:14 está escrito: hz-[a Mg har her Mvybv bvtb hyh hbvt Mvyb hmvam
vyrxa Mdah ajmy a lw [rbd-le Myh lah hwe hz-[mel (“no dia da boa fortuna seja alegre;
no dia da adversidade, reflita: Deus criou tanto um quanto o outro, com o fito de que o homem não encontre nada após
ele”).
Estas 28 estações, ou acampamentos, ou “tempos”, da Lua correspondem aos sete planetas, mas
a ordem das estações deve ser reconsiderada de forma que correspondam exatamente aos planetas
– Q, W, S, T, V, U, e R; além de também corresponderem duas a duas aos aspectos luminoso ou infer-
nal de cada planeta. (As correspondências com as fases de hgn (nogah), ou claridade da Lua, serão
consideradas mais adiante.)
A versão GRA do Sepher Yetzirah menciona, embora as relações planetárias sejam diferentes desta, os pares de aspectos
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das ashekinoth luminosas e infernais para cada planeta. Q (semente/desolação), W (vida/morte), S (riqueza/pobreza), T
(graça/feiúra), V (sabedoria/ignorância), U (paz/guerra), R (domínio/submissão). Na versão GRA, tem-se, diferente-
mente, a seguinte relação planetária com os pares der aspectos das ashekinoth: Q (semente/desolação), T (vida/morte),
U (riqueza/pobreza), V (graça/feiúra), R (sabedoria/ignorância), W (paz/guerra), S (domínio/submissão). O adepto deve
decidir qual melhor se adeque a seu processo mágico, modificando igualmente as relações planetárias, os aspectos das
ashekinoth e as fases de claridade da lua.
Quanto às mansões (mercaboth) celestiais, as atribuições são Vilon-Malkuth (vida/morte), Rakia-Yesod (domínio/
submissão), Shehakin-Hod (riqueza/pobreza), Zebul-Netzach (graça/feiúra), Maon-Tiphareth (semente/desolação), Ma-
chon-Geburah (paz/guerra), e Aravot-Chesed (sabedoria/ignorância).
Rir R Chorar
Dançar Lamentar
Mas como vimos acima, a relação entre as ashekinoth emanadas da Lua e os sete planetas está
vinculada ao signo zodiacal pelo qual a Lua esteja viajando em determinado momento, auferindo-se
qual planeta é atribuído a este signo. (Veremos na parte prática como estas relações planetárias podem
ser potencializadas no trabalho com as ashekinoth em cada uma das 28 estações lunares).
O rabi Zalman de Liadi, em seu Shaar Haijud Vehaemuna, menciona as constelações (mazaloth)
para cada dia da semana e seus respectivos planetas.
No entanto, esta relação entre a Lua e os planetas é secundária quando consideramos a relação
entre a Lua e suas fases, conforme a quantidade de hgn (nogah), claridade, emanada por ela durante
seu percurso celeste sinódico.
Esta relação entre as ashekinoth e as quatro fases luminosas da Lua é considerada primordial e
básica para a compreensão e a utilização mágica destas emanações.
Mas para tratarmos desta relação com as fases da Lua, temos de tratar primeiramente do nome di-
vino de 42 letras, pois a permutação entre este Nome-de-42-Letras e o Tetragramaton Hhvhy (YHVH)
gera os 28 nomes divinos de seis letras a serem utilizados nas práticas com cada uma das 28 asheki-
5
As constelações (mazaloth) também correspondem às doze tribos de Israel. No entanto, em Deuteronômio 27:12-13, a
ordem para a benção é: Simão, Levi, Judá, Isacar, José e Benjamim; e a ordem para as maldições é: Ruben, Gad, Asher,
Zebulun, Dan e Naftali
6
Na versão final de Mestre Therion para o ritual do Rubi-Estrela, os nomes divinos e seus quadrantes são: ThERION (les-
te, Touro), NUITh (norte, Aquário), BABALON (oeste, Escorpião), e HADITh (sul, Leão). Ver estes atributos também
em Liber V vel Reguli, onde esta mesma fórmula é utilizada.
noth.
Ou seja, 42 (letras do nome divino) x 4 (letras do Tetragramaton) = 168 letras divididas por 6
(quantidade de letras em cada nome) = 28 (nomes divinos para cada uma das 28 ashekinoth).
O nome divino de 42 letras (b`m) é formado pela primeira letra de cada uma das 42 palavras da
oração xkb ana (ana bekoch, “a Ti imploramos”), criada por Rabi Nehunia ben ha-Kana na época
da destruição do Segundo Templo.
Estas 42 letras são: a, b, g, y, [, j, q, r, e, w, t, n, n, g, d, y, k, w, b, t, r, j, [, g, x,
q, b, t, n, e, y, g, l, p, z, q, w, q, v, j, y, [ (A, B, G, Y, Th, Tz, Q, R, Ay, Sh, T, N, N, G, D, Y,
K, Sh, B, T, R, Tz, Th, G, Ch, Q, B, T, N, Ay, Y, G, L, P, Z, Q, Sh, Q, V, Tz, Y, Th).
Com estas 42 letras formam-se 14 nomes de anjos de 3 letras , conforme seguem:
E, finalmente, permutando (e, por isso, adicionando poder a) estes 14 nomes angelicais com o
nome divino do Tetragramaton Hhvhy (YHVH), obtém-se os 28 nomes divinos a serem utilizados
7
Rabi Nehunia ben Ha-Kana adverte que o Nome-de-42-Letras só deve ser utilizado por quem obteve, previamente, a
consecução em [vv[wh (hishtavut) que é o estado de “estoicismo”, ou de equanimidade. O Talmud define tal pessoa
como um adepto que, quando insultado, não insulta, quando xingado, não responde, quando prejudicado, não reivindica,
vivendo no serviço de Deus (um 6º=5□, obviamente). [vv[wh (hishtavut) vem da raíz hvw (shava), que significa
igual, indiferente. Este “estado de estoicismo” é uma grande chave para a consecução ao grau de 6º=5□, pois somente
assim o adepto será capaz de usar seu poder mágico em consonância com os comandos (tendendo ao infinito) de seu
S.A.G. e de sua Verdadeira Vontade, sem deixar-se ser arrastado por suas intenções particulares e finitas, usando indiscri-
minadamente o poder mágico obtido. Por isso, as técnicas hindus de karma e bhakti yoga são imprescindíveis ao Adeptus
Major 6º=5□.
Rabi Isaac de Acco distingue três etapas necessárias para que um adepto se erga aos níveis mais elevados: a primeira
é devekut, que é a etapa em que os pensamentos se apegam a Deus (5º=6□); a segunda é hishtavut, que é a etapa de indi-
ferença às oscilações dos pensamentos através da união com Deus (6º=5□); a terceira etapa é, então, naturalmente obtida,
que é hitbodedut, a habilidade de isolar-se complemente de seus pensamentos através da união com Deus (7º=4□).
Também, o Salmo 119:30, segundo o Baal Shem Tov, fundador do movimento hasídico, deve ser traduzido como
“Escolhi um caminho de fé, através de Teus julgamentos [6º=5□] tornei-me equânime” (hishtavut como substituto a shivi-
ti).
8
Devemos considerar também as 42 letras nos versos em Êxodo 12:1-2, quando Moisés e Aarão são instruídos por Deus no
Egito: hnwh ywdxl Mkl avh Nvwar Mywdx war Mkl hzh wdxh :rmal (le-mor: hachodesh hazeh
lakem rosh chadeshim rishon hua lakem lechadshei hashanah, “dizendo: este mês será para vós o início dos meses, ele
será para vós o primeiro mês do ano”).
Da mesma forma, em Êxodo 3:13-14, quando Moisés pergunta a Deus: vmw-hm yl-vrmav (veameru li meh-she-
mu?, “dize-me, qual Teu nome?”), lhe é dito: hyha rwa hyha (eheieh asher eheieh, “serei o que serei”). A gematria
de hyha (eheieh) é 21, sendo que, como a resposta é dupla (“serei”, “serei”), tem-se uma gematria total de 42 como
resposta. Da mesma forma, a resposta sendo dupla, pode-se multiplica-la por ela mesma, e, assim, 21 x 21 = 441 que é a
gematria de [ma (emeth), “verdade”.
Existe também uma tradição na qual, unindo-se as três letras do primeiro triplo e as três letras do segundo, obtém-se
o nome de um arcanjo de seis letras (ou seis asas, como as seis asas dos serafim). Com isto, obter-se-ia 7 anjos de seis
letras, os quais estariam ligados a cada uma das 7 mercaboth. (Ver Sepher ha-Mercaboth ha-Levim).
3
Segundo Gikatilla, em Shaarê Orê (“Portais de Luz”), 216 letras são obtidas através das 54 permutações do Tetragra-
maton. Estas 54 permutações são o mistério da transmissão do poder (Adeptus Major 6º=5□) a tudo que existe, em todo
a criação. Eles são como uma alma para as 216 letras do Nome-de-72-triplos. As 54 permutações do Tetragramaton são
obtidas com YHVH (12), YYVH (12), YVVH (12), YYVV (6), YYHH (6), VVHH (6).
pelo adepto em seu trabalho em cada uma das 28 ashekinoth (influências) que são exsudadas pela Lua
durante seu ciclo sinódico completo (de Lua nova a Lua nova)10.
A permutação do Tetragramaton Hhvhy (YHVH) utilizada para formar os nomes divinos das 28
ashekinoth lunares é Y HVY HVY HV, com o qual se forma cada um dos 28 nomes divinos da se-
guinte forma:
Y
(1º, 4º, 7º, etc. letra do nome do anjo)
HVY
(2º, 5º, 8º, etc. letra do nome do anjo)
HVY
(3º, 6º, 9º, etc. letra do nome do anjo)
HV.
A gematria das letras do nome divino utilizada nesta permutação é 63, que equivale àquela do
Milui do Tetragramaton Hhvhy (o valor da pronúncia expandida das letras, ou mispar shemi) conheci-
do por g`s (sag), ou 63. (Ver apêndice II para as expansões do Tetragramaton.)
Além disso, embora estes nomes das 28 ashekinoth sejam utilizados durante toda a vigência, ou
24 horas, daquela determinada ashekinah, existe uma divisão entre as 12 horas diurnas e 12 horas
noturnas11 para que a permutação do Tetragramaton Hhvhy (YHVH) seja utilizado.
Para as 12 horas diurnas utiliza-se Hhvhy wvdqh (YHVH ha-Qadosh), cuja gematria é 441, e
para as 12 horas noturnas Hhvhy qvrbh (YHVH ha-Baruq), cuja gematria é 339. Por isso, encon-
tramos no Yalkut Shimoni (Parashah Ki-Tissah), do rabi Simão Ashkenazi Hadarshan, que os anjos
diurnos oram a Deus através de Hhvhy wvdqh (YHVH ha-Qadosh), e os anjos noturnos, através de
Hhvhy qvrbh (YHVH ha-Baruq).
A gematria 441 é a mesma de [ma (emeth), verdade; assim como a gematria 339 é a mesma
de tlw (shelet), “domínio”, “escudo”, “soberano”. Somados, ambas gematrias totalizam 780, que
é y[nkw (shekinethi), “resido”, “residirei”. E, também, 780 divididos por 12, obtém-se 65, ynda
(ADNY), Adonai.
Quando estes nomes divinos são multiplicados pelo número de horas em que cada um está exal-
tado, obtém-se 441 x 12 = 5292, e 339 x 12 = 4068. Ambas gematrias são reduzidas a 18, e também
a 9 – o que é extremamente significante para este estudo das 28 ashekinoth lunares.
As 12 permutações do Tetragramaton Hhvhy (YHVH) relacionadas as 12 horas diurnas e notur-
nas são12:
1º. YHVH 4º. HYVH 7º. VYHH 10º. HVYH
2º. YVHH 5º. HVHY 8º. VHYH 11º. HHVY
3º. YHHV 6º. HHYV 9º. VHHY 12º. HYHV
Com isso, completa-se toda a teoria com a qual o magista deve estar armado para iniciar o traba-
lho prático com as 28 ashekinoth lunares.
216, ou 63, é também a gematria de hrvbg (GBVRH), “poder”, “coragem”. Assim, como Nvyqn (neqaion), “limpe-
za”, também soma 216.
9
Ver apêndice II para os nomes divinos de 6 letras de cada uma das 28 ashekinoth, formados pela permutação entre o
Nome-Divino-de-42-Letras e o Tetragramaton.
10
Estas estão relacionadas às duas marés a cada 12 horas. As marés são devidas às forças de atração gravitacional da Lua
e do Sol sobre a Terra; os efeitos de maré causados pela Lua são um pouco mais do dobro daqueles causados pelo Sol.
As marés ocorrem porque o campo gravitacional, que tanto a Lua quanto o Sol exercem sobre pontos diferentes da Terra,
é variável em intensidade e orientação. Adicionalmente, cabe notar que as maiores marés ocorrem em Lua Cheia e em
Lua Nova, quando a Lua e o Sol estão quase alinhados com a Terra e a composição das duas forças de maré resulta ser
máxima; na Lua Minguante ou Crescente as marés são menores. Entretanto, as marés acontecem em qualquer dia e não
apenas em mudanças de fase da Lua.
11
Ver apêndice II para as permutações do nome divino de cada uma das 12 horas noturnas e diurnas.
3 - Prática
“Existe auxílio & esperança em outros encantamentos. A Sabedoria diz: sê forte!
Então, tu podes suportar mais prazer. Não sejas animal; refina tua raptura!
Se tu bebes, bebe pelas oito e noventa regras da arte: se tu amas,
excede pela delicadeza; e se tu fazes o que quer que
seja de prazeiroso, que haja sutileza nisto”.
Liber AL vel Legis II:70.
Existem muitas possibilidades, e diversas perspectivas dentro de cada uma destas possibilidades,
pelas quais se pode desenvolver um trabalho prático através da utilização das 28 ashekinoth lunares.
Estas possibilidades são de natureza mágico-cerimonial, mística, tântrica interna, tântrica exter-
na, etc.
Citaremos algumas destas possibilidades, embora seja impossível num estudo deste tamanho
expor todas as perspectivas dentro de cada uma destas possibilidades.
Mas existe um princípio básico para a utilização de todas estas possibilidades e perspectivas – a
compreensão do funcionamento e inter-relações das 28 ashekinoth conforme demonstrados na tabela
e no diagrama do Apêndice III.
A prática das 28 ashekinoth é circular (conforme Eclesiastes I:6), pois se inicia com o “nascimen-
to”, [dl (LDTh), 434, e termina com a “paz”, Mvlw (ShLVM), 376, formando um eterno ciclo.
Somadas as gematrias de ambas as palavras (434 + 376), obtém-se 810, que também é reduzido
a 9 (Yesod), a Lua em seu eterno revolver pelo céu. 810 é também a gematria de Nyq (Caim), a con-
secução plena em todas as 28 estações do círculo.
Além disso, 434 é a gematria de hmxlm wya (“senhor da guerra”) em Êxodo 15:3. E também
376 é lwvm (“dominador”), sendo ambas atribuições do Adeptus Major 6º=5□.
Todas as 28 ashekinoth possuem uma característica única e especial, mas existem conjunções
especiais de ashekinoth, chamadas de “portais”.
Um portal é formado por duas ashekinoth de mesma natureza (luminosa ou infernal) em dois
dias consecutivas.
Existem 3 portais luminosos e 3 portais infernais, conforme demonstrado no Apêndice III. Nes-
tes dias específicos, a força mágica das ashekinoth está significantemente aumentada, e isso poderá
ser usado pelo magista em seu proveito com relação ao sucesso em seu ritual.
O 1º portal luminoso (com 2 ashekinoth luminosas consecutivas) é composto pela 28º e a 1º
ashekinoth (28 + 1 = 29), assim como o 2º portal luminoso (com 2 ashekinoth luminosas consecuti-
vas) é composto pela 14º e a 15º ashekinoth (14 + 15 = 29).
Este é o número de máxima força mágica, conforme Mestre Therion (o que muitos não compre-
enderam a razão), pois esta é a fórmula do Magus 9º=2□ (mudança na estabilidade) refletida na esfera
da Lua e, portanto, do Zelator 2º=9□.
Daí, que 2 + 9 = 11, o número da Grande Obra.
E, prosseguindo, a soma dos outros portais (o,1º, 2º e o 3º infernais, e o 3º luminoso) é igual a
148 (4 + 5, 20 + 21, 22 + 23, 26 + 27), dos quais se diminui 29 do 1º portal luminoso e 29 do 2º portal
luminoso, obtendo-se um total de 90 (“noventa regras da arte”).
Quanto à prática, o objetivo deste estudo é delinear as possibilidades, apenas, e não comentar
passo a passo o que deve ser feito para cada resultado almejado. Isso deverá ser obtido pelo discer-
nimento e compreensão do magista à medida que ele utiliza o método, e também ascende espiritual-
mente pela Árvore da Vida.
Um rito infernal deve ser realizado pela exsudação sutil do pråïa da nåçë lateral lunar sendo
queimado no maïipūracakra, e depois direcionado ao svådhiúûhånacakra, de onde a exsudação física
é possível. Da mesma forma, um rito luminoso deve ser realizado pela exsudação sutil da nåçë lateral
solar. Deve-se notar que as nåçës laterais solar e lunar no magista homem correspondem, na magista
mulher, em posições opostas.
Se a opção do magista é “consagrar sozinho” o sigilo, ele também deve estar armado com seu
sigilo e ser capaz de ter gerado a exsudação sutil, no interior das nåçës, que será a base da exsudação
física emanada por sua baqueta.
Estas correlações com as ashekinoth poderão ser utilizadas pelo magista para que ele realize os
ritos luminosos, e, sobretudo, os ritos infernais dos sete planetas. Um rito infernal de Marte realizado
numa ashekinah favorável ao mesmo é um grande passo rumo ao sucesso deste.
Se o magista deseja realizar um trabalho mágico no 4º grau da Lua nova, que é especial para
“ceifar”, e para trabalhos infernais de desolação, e, portanto, do Sol, ele deveria usar o nome divino
vh j yvh (HVY Tz HV), e seria melhor que este dia fosse um domingo, e que a Lua esteja em Leão,
e que a prática seja realizada numa hora dedicada ao Sol durante o período noturno, invocando a Ra-
phael, e o nome divino utilizado em horas noturnas (com qvrbh, ha-Baruq, adicionando ao final da
permutação do nome divino daquela hora específica).
Mas devemos nos lembrar que, antes de gerar esta ashekinah fisicamente, devemos gerá-la inter-
namente, no interior das nåçës, sem o qual não haverá uma verdadeira exsudação externa.
Deve-se meditar profundamente em cada um dos 28 etim (tempos) e suas ashekinoth (influên-
cias) respectivas.
Por exemplo, uma conjunção de 5º Lua nova, num sábado, dia de Saturno, com Lua em Capri-
de luz), derretidos no interior dos cakras pinguem sobre a fornalha, que é citado em Liber AL III:25 & 27: “Queimai isto”,
e “estes gerarão ardor & poder de ardor em vós”.
E, sobretudo, os versos de Liber AL III:28-33 declaram a quem está destinado a prática e a consecução nos mesmos
– o Adeptus Major 6º=5□, pois “vós sereis fortes na guerra”, “meu altar é de latão rendado”, declarando, por fim, seu
trabalho com relação ao Adeptus Exemptus 7º=4□, conforme estabelecido em sua tarefa: “vem um homem rico do Orien-
te que derramará seu ouro sobre ti”, pois com o comando de seus superiores lhe é ordenado: “com ouro forja aço” e “sê
pronto a fugir ou a golpear” (ver as três tarefas do Adeptus Major 6º=5□ para que ele se torne um Adeptus Exemptus
7º=4□, conforme Uma Estrela à Vista).
3
O grande yogi medieval do Tamil-Nadu, Tirumular, em sua monumental obra Tirumantiram, declara: “Sobre o controle
do fluxo da semente masculina: para que a prata não derreta e se misture com o ouro, o ourives que é hábil fecha a
passagem com carvão”.
4
Este é o verdadeiro significado do “beijo da serpente” aludido por Mestre Therion diversas vezes. Em seu De Arte Magi-
ca, ele escreve “sobre um certo outro método de Magia não incluída nas instruções da O.T.O.: pode não ser completa-
mente impróprio aludir a um método de vampirismo comumente praticado [sic]. O vampiro [um adepto 6º=5□, pois todo
“sangue” é de Geburah] seleciona a vítima [uma ashekinah], intrépida e vigorosa [de acordo com a natureza da asheki-
nah] como deve ser, e, com a intenção mágica de transferir toda esta força para si mesmo, ele exaure [queima no interior
das nåçës] a presa [a ashekinah] por um uso adequado do corpo, normalmente a boca [pråïa], sem ele próprio entrar, de
qualquer outra forma, no processo. E isto é considerado por alguns como algo que partilhe da natureza da Magia Negra.
A exaustão deve ser completa. Se o trabalho é habilmente executado, alguns poucos minutos serão suficientes para pro-
duzir um estado semelhante, e não muito distante, do coma”. (Ver também a prática de “Lucidez Erotocomatósica”.)
Um Adepto Major 6º=5□ que é capaz de manter no interior de sua “boca” a consecução obtida no trabalho com uma
ashekinah específica será capaz tanto de abençoar quanto de maldizer por meio desta consecução – se a consecução é na
ashekinah referente à “morte”, ele terá obtido o poder mágico de cura ou morte ao pronunciar suas benções ou maldições.
Este poder “do bem e do mal” é a maior ameaça de corrupção de um adepto 6º=5□, e pode levá-lo a manter-se preso
neste grau por muitas encarnações. Por isso ele deve manter seu poder sempre voltado ao cumprimento das ordens de
seu S.A.G., como mais um general das hostes do Santíssimo, caso contrário despejará desordem e insensatez no universo
microcósmico ao qual jurara inundar com a Harmonia que seu S.A.G. lhe revelou em Tiphareth.
5
Formulei uma prática, chamada Liber Qoph vel Selene, que possui por objetivo instruir a Zelatores 2º=9□ a adorar a Lua
em suas quatro fases de claridade (nogah). Selene, a deusa grega da Lua, irmã de Hélios, vem da raíz grega selas, “radi-
ância”, “claridade” (nogah). Este ritual é um complemento a Liber Resh vel Helios, e suas quatro adorações ao Sol.
O Adeptus Major 6º=5□ deve especialmente dedicar-se a estas adorações à Lua de forma a extrair deste ritual poder
mágico a ser utilizado durante suas práticas com as 28 ashekinoth.
O sistema judaico-cabalístico também possui uma adoração semelhante, a Kidush Levanah, usada, sobretudo, por
cabalistas que se utilizam da técnica das 28 ashekinoth.
córnio, é especialmente favorável para “matar” sobretudo se realizado na 1º e 8º horas noturnas de-
dicadas a Saturno, utilizando-se o sigilo do arcanjo Kaptziel, e, também, o sigilo com o nome divino
específico a esta ashekinah e o nome divino das 12 horas noturnas.
Mas o magista deve ter em mente que este “tempo” para “matar” está relacionado à morte do
ego, dos pensamentos, dos vícios, dos empecilhos ao cumprimento da Grande Obra. Caso contrário,
ele estaria indo além do perímetro de seu círculo mágico e de sua Verdadeira Vontade, o que implica-
ria na realização de pura magia negra.
Como regra básica para qualquer magista, é muito instrutivo e esclarecedor que ele calcule, ba-
seado na data de seu nascimento, qual ashekinah atuava sobre sua natureza no momento de seu nasci-
mento. (Existem cálculos específicos que auxiliam na descoberta de em qual fase a Lua se encontrava,
considerando-se a último Lua nova, no momento de seu nascimento.)
Estas inter-relações com as ashekinoth lunares também devem ser levadas em consideração pelo
magista ao decidir pela melhor ocasião para assinar juramentos, consagrar armas mágicas, buscar
emprego, iniciar novos negócios, terminar relacionamentos, e muito mais.
Na verdade, simplesmente todas as ações na vida mágica e (aparentemente) profana do magista
podem ser consideradas, e obviamente influenciadas, sob o prisma das ashekinoth lunares – já que,
em se tratando de um Adeptos Major 6º=5□ ele deveria através da manipulação mágica das mesmas
obter o “pleno Poder Mágico”.
Alguns dos versos de Liber AL também podem ser melhor compreendidos quando se leva em
consideração as 28 ashekinoth lunares.
Em Liber AL II:70, temos: “A Sabedoria diz: sê forte!”, que é uma admoestação ao Adeptus Ma-
jor 6º=5º, em Geburah (“sê forte!”), com relação ao seu trabalho com as ashekinoth.
E continua: “bebe pelas oito e noventa regras da arte”. Uma “regra” corresponde a uma asheki-
nah, a um kåla hindu.
“pelas oito” corresponde a 8º ashekinah que é, a nível prático, o 8º dia do percurso lunar sinódico
(de Lua nova a Lua nova), ou seja, o 1º dia da Lua crescente, que corresponde a “erguer”, construir,
Saturno, vida.
“pelas oito e noventa regras da arte” corresponde a 3,5 lunações sinodais (de Lua nova a Lua
nova), pois 98 ashekinoth divididos por 28 dias lunares é igual a 3,5 meses lunares. Isso significa 3
ciclos sinodais inteiros mais 14 dias (0,5 mês lunar de 28 dias), o que nos leva à 14º ashekinah, o
último da Lua crescente (menstruação) e o ápice da 1º ashekinah de Lua cheia (maternidade). Este é o
segundo portal luminoso do mês lunar, e segundo Liber AL, especialmente dedicado a “refinar a rap-
tura”. Mas também devemos nos lembrar que o versículo adverte quanto à necessidade de levarmos
em considerações todas as inter-relações e conjunções necessárias para se realizar o trabalho mágico
com as 28 ashekinoth – “que haja sutileza nisto”.
Sobre as “oito e noventa regras da arte” (Liber AL II:70), deve-se contar sempre da primeira
noite em que o Sol entra em Áries (21-22 março), e 98 dias lunares depois tem-se sempre mais ou
menos a noite de 24 de junho (Câncer, Cheth, “O Carro”), que é uma noite extremamente “mágica”,
muito próxima ao equinócio de verão (HN) ou de inverno (HS).
Esta é a 98º ashekinah. Deve-se ressaltar, também, relação desta ashekinah específica com o
mês lunar de 28 dias, pois 98/28 = 3,5, que é exatamente 1/8 de 28. E 1 dividido por 8 é 0,125, e 125 é
5 (Geburah) elevado ao cubo (Binah). Isto implica também numa relação direta entre a 5º e a 3º cartas
no Tarô - “O Imperador” e “A Sacerdotisa”, como símbolos máximos do trabalho do Adeptus Major
6º=5□, pois ele é o Imperador e a Lua, a Essência de todas as ashekinoth lunares, é a Sacerdotisa.
Assim, está completo este estudo das Estações das Influências Lunares.
Possa o mérito da revelação deste texto ser maior do que a profanação do Sagrado-Que-Habita-
Em-Mim ao torná-lo público.
Possa o proveito daqueles que o leiam ser maior do que as eventuais artimanhas de meu ego em
desejar fazer-se ouvido e elogiado pelas palavras aqui escritas.
Possa eu ter o Supremo Mérito de residir aos pés da Besta! Sim, aos pés da Besta!
Explicit. AUM HA.
EEclesiastes 3:1.
Cada (LQL) período (ZMV) e tempo determinado (VAyTh) para cada (LQL) intenção (ChPTz)
sob (ThChTh) os céus (HShMYM).
Eclesiastes 3:2.
Um tempo (AyTh) para nascer (LLDTh), e um tempo (VAyTh) para morrer (LMVTh); um tem-
po (AyTh) para plantar (LTAyTh), e um tempo (VAyTh) para colher (LAyQVR) o que foi plantado
(NTVAy).
Eclesiastes 3:3.
[vnbl [ev Jvrpl [e avprl [e gvrhl [e
Um tempo (AyTh) para matar (LHRVG), e um tempo (VAyTh) para curar (LRPVA); um tempo
(AyTh) para derrubar (LPRVTz), e um tempo (VAyTh) para erguer (LBNVTh).
EEclesiastes 3:4.
dvqr [ev dvps [e qvxwl [ev [vkbl [e
Um tempo (AyTh) para chorar (LBKVTh), e um tempo (VAyTh) para rir (LShChVQ); um tempo
(AyTh) para lamentar (SPVD), e um tempo (VAyTh) para dançar (RQVD).
Eclesiastes 3:5.
Um tempo (AyTh) para dispersar (LHShLYQ) pedras (ABNYM) , e um tempo (VAyTh) para re-
colher (KNVS) pedras (ABNYM); um tempo (AyTh) para abraçar (LChBVQ), e um tempo (VAyTh)
para deixar (LDChQ) de abraçar (MChBQ).
1
Jpx (ChPhTz, chophetz), 158, alegria, agrado, vontade, intenção, desejo, assunto, negócio, objetivo.
2
etn (NTAy, nitá), 129, plantar, fincar; plantação, muda.
3
hnb (BNH, bineh), 57, construir, edificar, reconstruir; constituir família; sobreviver; ganhar um filho.
4
Jrp (PRTz, pharetz), 370, arrebentar, demolir, perfurar, invadir, irromper, alastrar, forçar entrada; brecha, divisão,
desastre.
5
apr (RPA, repha), 281, cura.
6
grh (HRG, harag), 208, matar, assassinar, executar; matança, massacre, assassinato.
7
dqr (RQD, riqed), 304, saltitar, saltar, dançar.
8
dps (SPD, sephed), 144, bater no peito em sinal de luto, prantear, lamentar.
9
qbx (ChBQ, chebeq), 110, abraçar, cruzar, acariciar.
10
snk (KNS, kenis), 130, recolher, reunir, enrolar.
Eclesiastes 3:6.
11
qylwhl [ev rvmwl 12
[e 13
dbal [ev 14
wqbl [e
Um tempo (AyTh) para procurar (LBQSh), e um tempo (VAyTh) para perder (LABD); um tempo
(AyTh) para reter (LShMVR), e um tempo (VAyTh) para soltar (LHShLYQ).
EEclesiastes 3:7.
Um tempo (AyTh) para rasgar (LQDVAy), e um tempo (VAyTh) para costurar (LThPVD); um
tempo (AyTh) para silenciar (LChShVTh), e um tempo (VAyTh) para falar (LDBR).
Eclesiastes 3:8.
Mvlw [ev 15
hmxlm [e anwl [ev bhal [e
Um tempo (AyTh) para amar (LAHB), e um tempo (VAyTh) para odiar (LShNA); um tempo
(AyTh) de guerra (MLChMH), e um tempo (VAyTh) de paz (ShLVM).
11
xlw (ShLCh, shalach), 338, deixar livre, deixar solto, deixar ir, soltar, desimpedir, mandar embora, lançar fora.
12
rmw (ShMR, shomer), 540, guardar, proteger; cuidar, conservar, manter; vigiar; reter; acautelar-se.
13
dba (ABD, abed), 7, extraviar-se, desviar; errar, vagar; perecer, sucumbir.
14
wqb (BQSh, beqesh), 402, procurar, buscar; pretender, tentar; exigir, requerer; implorar; pedir.
15
hmxlm (MLChMH, melachimah), 123, aperto, pressão, ímpeto; peleja, combate, luta, batalha, guerra.
TABELA I
TABELA II
TABELA III
TABELA I