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MICROBIOLOGIA

BIOLOGIA, AULA 13 – LEONARDO RIBAS


MICROORGANISMOS

VÍRUS BACTÉRIAS FUNGOS

Organismos muito simples e Procariotos unicelulares. Heterótrofos pluricelulares e


acelulares. São parasitas Podem ser parasitas, eucariontes. Não possuem
obrigatórios de outros seres. simbiontes ou de vida livre. formação de tecidos.
VÍRUS
Os vírus são organismos que não se encaixam
em nenhum outro grupo de organismos. Estes Anatomia vírus bacteriófago – parasita de bactérias
seres vivos apresentam organização muito
simples e não possuem membrana plasmática,
citoplasma, organelas e nem núcleo celular, e,
por isso, são considerados acelulares. Os vírus
são constituídos basicamente por uma cápsula
de proteínas que abriga o material genético em
seu interior. Por não apresentarem nenhuma
organela celular, estes organismos não
apresentam metabolismo próprio, sendo então
parasitas intracelulares obrigatórios. Fora de
uma célula hospedeira, os vírus não possuem
ação nenhuma. Possuem apenas um tipo de
material genético DNA ou RNA.
1. cabeça; 2. cauda; 3. DNA viral; 4. capsídeo; 5. colar; 6. bainha; 7. fibras;
8. espículas; 9. placa basal.
Cabeça: região que abriga o material genético. Apresenta formato
icosaedro, com 20 lados;
Cauda: apresenta formato cilíndrico, armazena algumas substâncias como
proteínas e ATP para pequenas necessidades.
Fibras da cauda: filamentos utilizados para a fixação na célula hospedeira.
VÍRUS
Existem dois tipos de reprodução em vírus, o
ciclo lítico e o ciclo lisogênico.

No ciclo lítico, o vírus insere o seu material


genético dentro da célula hospedeira e passa a
controlar todas as funções metabólicas dela,
destruindo-a ao final do ciclo. Em geral, este
ciclo ocorre em cinco etapas:
Absorção: ocorre o reconhecimento do vírus
com a célula hospedeira.
Penetração: o vírus insere o material genético
na célula. Pode ocorrer penetração direta
(apenas o material genético), fusão do envelope
viral com a membrana plasmática e endocitose
(o parasita é englobado pela célula).
Síntese: o vírus começa a controlar o
metabolismo da célula. No ciclo lisogênico, o vírus insere o material genético viral junto ao
Montagem: os componentes virais produzidos material genético da célula hospedeira, tornando-se parte da célula. Neste
são organizados em novos indivíduos. ciclo, o vírus não interfere no metabolismo da célula. No processo de
Liberação: os vírus montados rompem a divisão celular, a célula hospedeira duplicará o seu material genético
membrana da célula e infectam novas células. junto com o do vírus, dividindo o seu material genético e o do vírus entre
as células filhas. A célula transmitirá o vírus sempre que passar por
mitose.
VÍRUS
O retrovírus e a transcriptase reversa. É uma
enzima presente em alguns vírus que promovem
a formação de DNA a partir de RNA.
O RNA de um retrovírus é utilizado como molde
para a produção de um DNA. O DNA é formado
em uma fita simples que fica dispersa no
citoplasma e após a formação desta fita de DNA,
o RNA é degradado. A transcriptase reversa
duplica essa fita simples de DNA, tornando-a
uma fita dupla. Esta nova fita de DNA é
incorporada ao DNA da célula hospedeira com a
ajuda da enzima integrase. Posteriormente,
ocorre a produção de proteínas e RNA virais e a
enzima protease quebra estas proteínas
precursoras em proteínas menores e maduras.
Por fim, o RNA e as proteínas são liberados para
infetar novas células.
VÍRUS
HIV: retrovírus que causa a aids. Poliomielite: poliovírus A, B e C. Transmitida
Transmissão por contato sanguíneo ou por água e alimentos. Causa lesões nos
sexual, ataca o sistema imunológico. neurônios motores. Vacina Sabin,

Influenza: retrovírus que causa a gripe. Raiva: Lissavírus. Transmitida por mordida
Transmissão por saliva, provoca tosse, de animais. Provoca lesões no sistema
febre, coriza, e dor de cabeça. Há vacinas. nervoso central. Uso de vacina.

Rubéola: vírus de RNA. Transmitida pela Hepatite: vírus VHA e VHB. Provoca lesões
saliva e provoca lesões avermelhadas, no fígado. Transmitida por água, alimentos
febres. Pode ser mais perigosa na gravidez. e fezes (A) e por contato com sangue (B).

Sarampo: transmissão pela saliva causando Dengue: flavivírus da dengue. Transmitida


lesões avermelhadas, febre e conjuntivite. pelo vetor. Provoca febre, dor muscular e
Possui vacina como prevenção. hemorragias. Controle do vetor.

Varíola: poxvírus. Provoca lesões Ebola: vírus tipo Filoviridae. Transmitido por
avermelhadas e bolhas, com grande taxa de fluidos. Sintomas gripais e fase
mortalidade. Erradicada desde 1975. hemorrágica.
BACTÉRIAS
BACTÉRIAS
As bactérias representam os organismos
procariotos. A sua organização celular é muito
simples se comparado aos eucariotos. Os
principais componentes de um procarioto são:
Cromatina: composto por um filamento de
DNA longo e disperso no hialoplasma.
Plasmídeos: genes adicionais que podem
associar na sobrevivência das bactérias.
Parede celular: cobertura espessa e rígida
composta por peptideoglicano.
Membrana plasmática: membrana lipoproteica
com permeabilidade seletiva.
Cápsula: envoltório viscoso em algumas
bactérias. Confere maior proteção.
Hialoplasma: material gelatinoso que preenche
o espaço celular. Composto por água e proteínas.
Ribossomos: organoides responsáveis pela
síntese proteica.
Mesossomo: invaginações na membrana
plasmática que contém enzimas envolvidas com
a respiração e participam da divisão celular.
Fímbrias (Pili): estruturas proteicas que servem
para adesão.
BACTÉRIAS
As bactérias são seres unicelulares e que podem
formar colônias, apresentando diferentes
morfologias e composição estrutural.
Por apresentarem algumas formas básicas, as
bactérias podem ser divididas conforme a sua
forma e arranjo:
As bactérias com formato esférico são chamadas
de cocos e podem ser encontradas em cinco tipos
de arranjos: diplococos (arranjo em pares);
Tétrades (arranjo de quatro cocos); Sarcinas
(grupos de oito); Estreptococos (arranjo em
cadeias); e Estafilococos (grupos que se
assemelham a cachos de uvas).
As bactérias com formato de bastão são
denominadas de bacilos e apresentam três tipos
de arranjos: diplobacilos (pares de bacilos);
estreptobacilos (organizados em cadeia); e
Paliçadas (organizados lado a lado).
Existem também as bactérias em formato de
espirilos (espiraladas rígidas), espiroquetas
(formato helicoidal e flexíveis) e vibriões
(formato semelhante a uma vírgula).
BACTÉRIAS
Podem ser classificadas também conforme a sua
parede celular. Através do método de coloração
de Gram, podemos classificar as bactérias em
Gram-positivas, Gram-negativas e micoplasmas.
Este método utiliza corante violeta e avalia os
graus de permeabilidade na parede celular das
bactérias.
As bactérias Gram-positivas possuem uma
quantidade maior de peptídeoglicano ligados
com ácidos tecoicos e lipotecoicos. Após a
coloração, estas bactérias retém a colocação em
sua parede celular, apresentando cor violeta.
As Gram-negativas apresentam menor
quantidade de peptídeoglicano sem ácidos
associados e uma camada lipoproteica externa
mais espessa que não retém a coloração, e ao
final do teste, apresentarão cor rosa.
As micoplasmas são bactérias que não possuem
parede celular e, portanto, não reagem ao
método.
BACTÉRIAS
Quanto à alimentação, existem bactérias
heterótrofas, como as bactérias decompositoras
ou parasitas, e autótrofas, que obtém o seu
alimento através da quimiossíntese e fotossíntese
(sulfobactérias). As bactérias fotossintetizantes
possuem o pigmento bacterioclorofila e
utilizam como reagente o ácido sulfúrico.
A respiração destes organismos pode ser de duas
formas, aeróbica ou anaeróbica.
A respiração aeróbica é conhecida como
respiração celular e ocorre quando catabolismo
da glicose é feito com o auxílio do oxigênio,
podendo ser por três vias, a glicólise, o ciclo dos
citratos e a cadeia fosforilativa.
Na forma anaeróbica é realizada a fermentação,
ocorre quando se cataboliza a glicose sem
auxílio do oxigênio como aceptor de elétrons,
utilizando outros aceptores como nitritos e
sulfatos. Envolve diferentes vias fermentativas
como a fermentação lática, alcóolica e acética.
BACTÉRIAS
Para a maioria das bactérias, a reprodução realizada de
forma assexuada, e algumas espécies conseguem promover a
troca de material genético.
Na reprodução assexuada, existem duas formas. A primeira
delas e por bipartição ou cissiparidade, onde uma célula
mãe se divide em duas células filhas. A segunda forma é por
brotamento onde uma célula filha brota na célula mãe,
podendo se manter agregadas e formar colônias.
A forma sexuada é compreendida por conjugação
bacteriana onde as bactérias trocam o seu material genético
por meio de um pilo sexual.
São capazes de formar esporos bacterianos para resistir as
condições ambientais desfavoráveis para a sobrevivência.
BACTÉRIAS
As bactérias tem grande importância ambiental e
econômica. Boa parte dos demais seres vivos realiza
relações simbióticas com inúmeras espécies de bactérias.
Para os animais, as bactérias são componentes essenciais da
microbiota da pele (proteção contra organismos
patogênicos), trato digestivo (secreção de enzimas) e outros
sistemas. Para as plantas, as bactérias presentes no solo se
associam as raízes e fornecem alguns compostos inorgânicos
(fixadoras de nitrogênio) necessários para os processos
metabólicos da planta.
Economicamente, as bactérias são empregados em vários
processos alimentícios (fermentação), farmacêuticos
(produção de vacinas e fármacos), tecnológicos (organismos
geneticamente modificados, químicos (produção de acetona,
butanol) e ambientais (tratamento de esgoto).
ARCHAEA
As arqueas representam o segundo domínio de procariotos
existentes. A grande diferença das arqueas com as bactérias é
que não há peptídeoglicano na parede celular. Estes
organismos possuem o RNA mais semelhante ao dos
eucariontes do que ao das bactérias. E apresentam os
lipídeos de suas membranas diferentes dos demais seres
vivos, com cadeiras de hidrocarbonos ramificadas. A maior
parte das arqueas são quimiossintetizantes, enquanto as
bactérias apresentam muitas vias de catabolismo. Essas
características possibilitam que estes organismos vivam em
ambientes extremos, onde outros organismos não
sobreviveriam.
Este domínio possui três grandes grupos:
Termoacidófilas: suportam baixos níveis de pH e altas
temperaturas.
Metanogênicas: geram energia através de quimiossíntese
produzindo matéria orgânica e gás metano.
Halófilas: arqueas que conseguem sobreviver em ambientes
com alta concentração salina.
FUNGOS
Os fungos são organismos uni ou pluricelulares,
eucariontes e heterotróficos. Estes organismos se diferem
dos demais organismos por apresentarem o corpo organizado
em hifas, filamento de células que originam o micélio
(cogumelos) e o micobionte (líquens), formando o
pletênquima (falso tecido nos fungos). Por serem
heterotróficos e não possuírem sistema específico para a
digestão, realizam o processo de exocitose de enzimas, ou
seja, secretam enzimas para fora do corpo que degradarão
matéria orgânica do meio externo e que serão absorvida
seletivamente pelo fungo, e por isso ocupam o nível trófico
de decompositores reciclando a matéria orgânica junto com
as bactérias. Estes organismos apresentam parede celular
com a presença de quitina, proteína presente também nos
artrópodes. Armazenam em seu interior glicogênio como
reserva energética, semelhante aos animais. Se reproduzem
de forma sexuada, com a liberação de esporos fúngicos, e
assexuada. De forma geral, os fungos são divididos
conforme a produção de esporos, sendo basicamente
subdivido em quatro grupos: Zicomicetos (presença de
zigósporos); Ascomicetos (ascósporos); Basidiomicetos
(basideósporos); e Deuteromicetos sem a fase sexuada e
sem produção de esporos sexuados.
FUNGOS
A parede celular fúngica é constituída basicamente por manose, glucano e quitina, garantindo resistência à
pressão osmótica e, em espécies parasitas, garantindo adesão ao hospedeiro.
Existem dois tipos de crescimento fúngico, os bolores e as leveduras. O crescimento do tipo bolor
apresenta as hifas que se ramificam por toda a área do individuo ou da colônia. Essas estruturas oferecem
melhor fixação no substrato e melhor superfície de absorção de nutrientes. As hifas podem crescer de duas
formas, a primeira cresce de forma aglomerada e massiva formando o micélio, e a segunda se profeta
acima do micélio formando as hifas aéreas.
As leveduras são células cilíndricas e não apresentam forma filamentosa ou formação de corpo
reprodutivo como os demais fungos.
FUNGOS
Podemos separas os fungos em quatro grupos básicos de acordo com a formação de esporos:
Zigomicetos: formam esporos sexuados em forma de zigósporos, formados a partir da união de dois esporos.
Comumente são os fungos que causam os bolores em alimentos, e existem espécies patogênicas.
Deuteromicetos: são conhecidos como fungos imperfeitos, pois são muito semelhantes com as demais formas,
entretanto não apresentam reprodução sexuada. Muitas espécies são patogênicas e contaminantes como Candida
albicans e Aspergyllus niger.
Ascomicetos: formam esporos sexuados por meiose em forma de ascósporos no interior de um esporângio
denominado asco. Apresentam como corpo de frutificação o ascocarpo.
Basidiomicetos: esporos sexuados em basidiósporos, formados no basídeo. Apresentam como corpo de
frutificação o basidiocarpo (cogumelo).
FUNGOS
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A reprodução dos fungos pode ser tanto de 4
forma assexuada como de forma sexuada. Na
primeira, os esporos assexuais são formados 6
pelas hifas de um fungo e quando germinam
são uma cópia fiel do fungo. Na reprodução
sexuada, os esporos são originados pela fusão
de duas hifas de diferentes indivíduos da
mesma espécie. A forma sexuada possui uma
etapa haploide (n), uma etapa diploide (2n) e
uma etapa dicariótica (n+n). Os micélios (n) se
desenvolvem a partir de um esporo liberado
por indivíduos diferentes (1). Estes dois
micélios passam pelo processo de
plasmogamia (fusão do citoplasma)(2). Neste
momento, as hifas se tornam dicarióticas, ou
seja, possuem dois núcleos haploides (3). No
corpo de frutificação, ocorre a cariogamia
(fusão dos núcleos haploides) iniciando e
estágio diploide (4). Ocorre então a meiose 1
zigótica, formando esporos haploides (5). Por
fim, cocorre a liberação dos esporos e a
germinação, iniciando o ciclo novamente (6). 3
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FUNGOS
Os fungos, assim como os demais microrganismos, apresentam grande importância ambiental e econômica.
São amplamente empregados na indústria alimentícia para fermentação de alimentos (queijos, bebidas,
fermentos biológicos) ou no consumo direto do fungo (cogumelos). Na indústria farmacêutica, os fungos
representaram grandes saltos na formulação de antibióticos como a penicilina, extraída de fungos do
gênero Penicillum. Os fungos apresentam também uma importância ambiental, atuando como
decompositores da matéria orgânica, e fungos simbiontes que compõe a microbiota de alguns animais.
Ainda, existem espécies de fungos patogênicos causadores de doenças nos humanos.

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