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ZANINI, Walter. História Geral da arte no Brasil.

Das origens do Modernismo à Semana de 1922

Na Semana de Arte Moderna demonstrava-se o quanto era imperiosa e urgente a renovação mental do meio. A
transformação pretendida embasava-se na absorção das tendências mais avançadas da cultura e da arte do Velho
Mundo, havendo consciência da necessidade de introduzir nessa atualização um conhecimento aprofundado da
realidade nacional.

Haviam permanecido muito influentes na pintura brasileira intersecular o academismo derivado da ortodoxia
neoclássica, as impregnações românticas e realistas, às quais faltara a vivencialidade histórica geradora dessas
problemáticas e assimilações tardias da sensibilidade impressionista.

FUNDAÇÃO da Academia Imperial das Belas-Artes em 1826, transformada em 1890 na Escola Nacional de Belas-
Artes, reduto do ensino oficial das artes no Brasil.

Dois artistas, principalmente, exerceram enorme influência na metamorfose operada no contexto antes de 1922:
Anita Malfatti (1889-1964) e Victor Brecheret (1894-1955).

A histórica recorrência da cultura brasileira às fontes europeias ratificava-se uma vez mais nessa geração que
aparecia disposta a contestar paralisantes correntes nos primeiros dois decênios do século XX. Se permanecia o
contributo francês, tradicionalmente primordial. Outras inserções salientes, como o já referido Futurismo, de
procedência italiana, nas letras, ou o Expressionismo alemão, nas artes plásticas, alteravam a quase unicidade do
apelo anterior.

No âmbito da arquitetura, encontra-se outro aspecto significativo desse comportamento, como demonstra a
irrupção do neocolonial, tentando inicialmente ganhar terreno na cosmopolita São Paulo pela pregação de Ricardo
Severo (1869-1940) e com melhores resultados na obra de Victor Dubugras (1868-1933), mas que se tornaria
realmente fértil na atmosfera conservadora do Rio.

No plano do pensamento transformador, teria cabido a Oswald de Andrade, que a crítica supõe informado das
recentes experiências da literatura europeia já em 1912, ao escrever os versos livres de "Último passeio de um
tuberculoso pela cidade, de bonde" - obra todavia extraviada e que se desconhece - um empenho antecipador nesse
sentido.

ANITA MALFATTI - Exemplos maiores da produção que assinala o clímax de toda a trajetória da artista, em 1915-
16, pertencentes a museus e coleções, de São Paulo, são as paisagens "Rochedos", "O Farol", "A Ventania"; as figuras
"A Estudante Russa", "O Homem Amarelo" (segunda versão), "A Boba", "A Mulher de Cabelos Verdes" e "O Japonês"
(todas pinturas a óleo), além de "O Homem Amarelo", primeira versão e "O Homem das Sete Cores" (ambos pastéis).
"Torso", realçado a carvão e pastel e vários desenhos a carvão, entre eles "O Homem de Muita Força" e "Nu
Masculino Sentado".

Superando convenções de forma, cor e percepção do espaço, ainda visíveis em obras de 1914 e dominando os
códigos técnicos, a sua linguagem verticalizara-se em todos os sentidos. Alta temperatura de cor e tensão gráfica
equilibravam-se agora na concisão da imagem subjetiva, onde o anímico enraizamento expressionista recorria a
esquemas de construção cubo-futurista.

Anita concentrou-se em temário reduzido no seu expressionismo- quase sempre figuras de retratados de feições
vagas e abstratizadas e vistas paisagísticas. Lúcida e decidida, a pintora brasileira participou desse universal contexto
plástico de ideias e símbolos "sem preocupação de glória, nem de fortuna, nem de oportunidades proveitosas",
transmitindo uma inquietação pessoal que tocava em problemas essenciais do seu tempo.
A boba

Nu masculino sentado

O farol
O homem amarelo

Di Cavalcanti aparecia como o menos afirmado. Nascido no Rio, iniciara-se na arte através da caricatura, em
1914, na revista Fon-Fon, praticando-a intensamente nos anos seguintes ao lado de uma atividade de ilustrador.
Paralelamente, exercia o jornalismo.

Di Cavalcanti – o beijo
Vicente do Rego Monteiro – nascimento
de mani

A ARTE NO PERÍODO PRÉ-COLONIAL

É totalmente inadequado presumir uma atividade artística para as culturas primitivas e, portanto, tentar
identificar uma classe de produtos de arte ou buscar especialização na sua manufatura. Por outro lado, remeter
todos e quaisquer fenômenos formais relevantes a um contexto cerimonial e conteúdos simbólicos é praticar outra
forma de reducionismo que nada pode esclarecer.

CERÂMICA

Na cerâmica, a diversificação das formas de recipientes cerâmicos é bastante restrita. São variações básicas da
esfera e do cilindro. Formas retangulares, atestadas na cerâmica marajoara ou na tupi-guarani são marginais.

A predominância é de linhas contínuas, volumes simples. Exceção significativa, mas localizada, seriam algumas
tradições amazônicas, com a presença de vasos antropomorfos, zoomorfos ou ceriátides...

MUIRAQUITÃS = em pedra verde, amarela, azulada ou branca leitosa, representam batráquios e em menor
escala, formas geométricas.

ARTE RUPESTRE

Hoje pode-se dizer que, com exceção do litoral, não há região do território brasileiro que não apresente em
abundância manifestações rupestres. Talvez possa-se falar em áreas de concentração.

As pinturas são mais frequentes do que as gravuras e ambas as categorias podem encontrar-se associadas.

Os motivos são bastante diversificados, geométricos ou orgânicos e executados, também segundo técnicas
muito variadas: linhas filiformes, contornos, cores planas. Linhas, pontos, círculos, losangos, retângulos com grades,
triângulos...

Extremamente raras são as representações vegetais, como árvores. A representação humana, assim como
animal, é também comum, quer figura isolada ou em associações.
OS TUPIGUARANI

É possível distinguir na cerâmica, 3 subtradições:

- Pintada

- Corrugada

- Escovada

TEORIA DO BARROCO

Cinco símbolos de visualidade do Barroco:

1. o conflito e a passagem do linear ao pictórico, que sobrevém quando a linha, guia ocular e elemento táctil
de contorno, dede lugar ao conceito visual puro, expressamente pictórico, capaz de captar opticamente o objeto,
sem isolá-lo pela linha de contorno, mas integrando-o no conjunto de entes visuais que compõem um mesmo todo
ambiental e existencial apreensível pela visão e traduzível na criação artística.

2. a passagem da superfície à profundidade, imediatamente decorrente da relação anterior.

3. oposição entre a forma fechada e a forma aberta, pois, se tanto na visão linear quanto na visão pictórica,
toda obra de arte tende a fechar-se num todo íntegro e completo, não é menos certo que as formas podem soltar-
se, escapando a regras fixas e a construções rígidas.

4. passagem da multiplicidade à unidade.

5. antinomia clareza-absoluta/clareza relativa.

O Barroco serviu de expressão ao absolutismo, à Igreja no período que se seguiu à Contrarreforma, aos
senhores enriquecidos.

ANTONIO FRANCISCO DA COSTA LISBOA

Aos 14 anos já realizava um desenho par ao chafariz da casa dos Governadores.

Sua primeira obra datada, 1761, é o busto que coroa o chafariz do Alto da Cruz do Padre Faria.

PINTURA

Na primeira fase da pintura colonial no BR, vamos encontrar manifestações ao gosto do Renascimento tardio,
particularmente na obra dos jesuítas. São comuns nessa fase as composições em reticulado formando os tetos
artesoados.
OS DOIS PRINCIPAIS CERAMISTAS

Dom Clemente da Silva-Nigra

Frei Agostinho da Piedade0

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