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2ª Aula – GIGANTE DOS CANANEUS – INTRIGA,

ESCÂNDALO, FUXICO, FOFOCA
Publicado em agosto 13, 2012por Mrs. Pena
1º) CANANEUS: INTRIGA, ESCÂNDALO, FUXICO, FOFOCA
 Canaã, o mesmo nome que se atribui a TERRA PROMETIDA é o nome de um
povo mau que descende de Cão, o filho de Noé que havia rido da nudez do pai
após este ter ingerido vinho. Como se vê dos relatos Cão foi colocado por
servo de seus irmãos por causa da sua atitude que foi vista com maus olhos.
Contudo, como vimos na última aula não foi Cão o amaldiçoado por tal ato,
mas sim Canaã seu filho mais novo.
Vejamos os relatos bíblicos: “E os filhos de Cão são: Cuse, e Mizraim, e Pute,
e Canaã” (Gn. 10:6). E qual é a maldição de Canaã? Logo depois do dilúvio,
lemos: “E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu
do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio da sua tenda. E viu Cão, o
pai de Canaã, a nudez de seu pai, e fê-lo saber a ambos os seus irmãos fora.
Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus
ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus
rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E
despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera, e disse:
Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos” (Gn. 9:20-25).
Diante de tudo isso, ao invés de Canaã perseguir o Deus de Noé e se
arrepender de seus maus caminhos, ele se afastou de Deus. Criou deuses
próprios e multiplicou sua maldade sobre a face da terra.

É óbvio que Cão deveria ter sido o amaldiçoado e não Canaã que nada fez em
relação ao seu avô. Mas já nesse ponto encontramos o prenúncio de que a
maldição alcança as gerações futuras! A semente de Cão já se encontrava em
Canaã.

Vamos ver então os pontos e características que envolvem esse grande povo,
e sua posição na Terra.

A designação “Canaã” é usada em sentido restrito, e também em sentido lato.


Implica ou a tribo que habitava uma particular porção da terra ao ocidente do
Jordão antes da conquista, ou o povo que habitava, de uma maneira geral,
todo o país de Canaã.

 
Quanto à sua significação restrita: a região baixa da parte ocidental
compreendia as planícies que ficam entre a praia do Mediterrâneo e a base dos
montes de Benjamim, de Judá, e de Efraim, a planície de Filístia do sul, e de
Sarom entre Jafa e o Carmelo, a grande planície de Esdrelom, junto à baía de
Aca, a planície da Fenícia, contendo Tiro, Sidom, e todas as outras cidades
daquela nação, e finalmente, o vale do Jordão, que se estendia desde o mar de
Genesaré até ao sul do mar Morto, cerca de cento e noventa quilômetros de
comprimento, por treze a vinte e dois quilômetros de largura.

A tribo cananeia habitava a costa desde Sidom até Gaza, e dali até à
extremidade sul do mar Morto (Gn 10.18,19). Os carros, que constituíam uma
parte importantíssima dos seus exércitos, em nenhuma parte podiam ser
conduzidos a não ser nas planícies. Inclusive, essas características nos são
apontadas nas referências bíblicas de Js 17.16 e Jz 1.19 e 4.3. Eram estes
terrenos planos a parte mais rica do país. Na sua significação mais ampla, o
termo ‘cananeus’ incluía todos os habitantes não israelitas da terra, antes da
conquista.

É importante conhecermos como os historiadores veem esses povos.

Em escavações em Gezer, arqueólogos (Palestine Exploration Fund),


encontraram ruínas de um “lugar alto”, correspondente à época dos cananeus
(1500 a.C) que tinha sido um templo, no qual adoravam seu deus baal e sua
deusa astorete.

Era uma superfície de 50m por 40m, cercada de muro, sem cobertura, onde os
habitantes celebravam suas festas religiosas. Dentro do muro havia 10 colunas
de pedra bruta as quais se ofereciam sacrifícios. Sob os detritos, neste lugar
alto, os arqueólogos encontraram grande quantidade de jarros contendo os
despojos de crianças recém-nascidas, que tinham sido sacrificadas.
Outra prática horrível era o que chamavam de sacrifícios dos alicerces. A cada
construção de uma casa, sacrificava-se uma criança, cujo corpo era metido no
alicerce, a fim de trazer felicidade para o resto da família. Muito disso foi
encontrado em Gezer, Megido, Jericó e outros lugares. Ainda, nesse lugar alto,
debaixo do entulho, havia grandes quantidades de imagens e placas
ornamentais, de asterote, exibindo, grosseiramente exagerados os órgãos
sexuais, destinados à provocação de desejos sensuais.

Era assim, praticando a licenciosidade como rito, que os povos cananeus


prestavam seu culto aos deuses, e também assassinando seus primogênitos,
como sacrifício aos mesmos deuses. Parece que em grande escala, a terra de
Canaã tornou-se uma espécie de Sodoma e Gomorra de âmbito nacional.

Desde a década de quarenta, a arqueologia tem possibilitado conhecer cada


vez mais sobre os povos antigos do oriente, principalmente o povo cananeu e
sua religião. Descobertas arqueológicas mostraram centenas de placas de
barros pertencentes ao templo de Ras Sharma. Esses textos religiosos provam
que a oposição contra a qual Moisés e os Israelitas tiveram que lutar não eram
doutrinas de pequenos cultos de fertilidade presididos por insignificantes
deuses e deusas, mas, pelo contrário, um dos mais elaborados sistemas
religiosos do mundo antigo.

Eram conhecidos como povos das “Regiões baixas”. A Bíblia nas referências já
citadas, o trata como “povos do vale”, já que viviam nas planícies.

A religião dos cananeus já era bem difundida e já estava estabelecida na


Palestina antes da conquista israelita. Era uma religião com ritos já bem
elaborados e se identificava com os interesses de uma população agrícola.

Divindades Pagãs dos povos Cananeus:


BAAL– O supremo deus dos cananeus, correspondendo a Bei, senhor dos
babilônios. O título por extenso, do Baal cananeu, era Baal-Semaim, isto é
senhor do céu. Baalins (Jz 2.11- Então fizeram os filhos de Israel o que era
mau aos olhos do SENHOR; e serviram aos baalins.) é a forma plural; cada
lugar tinha seu próprio Baal. Assim havia Baal-Hazor, Baal-Hermom, Baal-
Peor, etc. Baal era o deus do sol, responsável pela germinação e crescimento
da lavoura, o aumento dos rebanhos e a fecundidade das famílias. Em tempos
de seca e de peste, sacrificavam-lhe vítimas humanas para apaziguar a sua ira
(2 Rs 16.3 – Porque andou no caminho dos reis de Israel, e até a seu filho fez
passar pelo fogo, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR
lançara fora de diante dos filhos de Israel; 2 Reis 21.6 – E até fez passar a seu
filho pelo fogo, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro e ordenou adivinhos e
feiticeiros; e prosseguiu em fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, para o
provocar à ira; Jr 19.5 – Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem
seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem
falei, nem me veio ao pensamento.). Nesses holocaustos, a família geralmente
oferecia o primogênito, a vítima sendo queimada viva. Baal era a divindade
masculina e Astarote a feminina entre os fenícios e os cananeus. A adoração a
Baal, no tempo de Moisés, passara para os amonitas e os moabitas, como
vemos em Nm 22.41. No tempo de Acabe e Jezabel, o culto a Baal permeou a
maior parte da nação (1 Rs 18.22);
MOLOQUE, a divindade nacional dos amonitas. Também chamava-se Milcom
e Melcã (1 Rs 11.5 e Jr 49.3). Era adorado com sacrifícios humanos e prova de
fogo. O rei Acaz queimou a seus filhos no fogo (2 Cr 28.3), e o rei Manassés
ofereceu o seu próprio filho em sacrifício a Moloque (2 Rs 21.6). Esse é o deus
da crueldade e do sadismo.
Veja como o sábio de Israel, Salomão se corrompeu: 1 Reis 11: 4-8 – Porque
sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram
o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para
com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, Porque Salomão
seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas.
Assim fez Salomão o que parecia mal aos olhos do SENHOR; e não
perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai.
Então edificou Salomão um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, sobre
o monte que está diante de Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos
de Amom.
E assim fez para com todas as suas mulheres estrangeiras; as quais
queimavam incenso e sacrificavam a seus deuses.
MAMOM, palavra aramaica que se traduz por riqueza. Ela aparece em Mt 6.24
e Lc 16.13, nestas palavras de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de se aborrecer de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e
desprezará a outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Por estes deuses percebemos que os amonitas e moabitas de que trata Esdras
9:1-3 é justamente a disseminação de deuses que exigiam assassinato de
primogênitos e crianças, adoração a riquezas e prostituição.

É relevantíssimo esclarecer que os dois povos: amonitas e moabitas são fruto


da relação incestuosa entre Ló e suas filhas, que vendo que a mal havia virado
sal na saída de Sodoma e Gomorra, mas corrompidas pelos costumes daquela
terra, decidiram dar solução ao fim da família do pai que não tinha tido filhos
homens, que conforme a tradição era quem de fato daria continuidade aquele
nome. E é justamente por sua contaminação na semente que tais povos
nascem contaminados e amaldiçoados (Gen. 19:30-38).

Voltando ao cananeus, vemos pelos relatos bíblicos que eram, portanto, um


povo perverso que habitava a Terra Prometida quando Abraão chegou. Por
causa das atrocidades praticadas em sua religião, como prostituição no templo
e sacrifício de crianças, e também por causa de sua recusa em arrepender-se
e em voltar-se para Deus, o Senhor ordenou que fossem destruídos.

Esse povo tinha o espírito de INTRIGA, ESCÂNDALO, FUXICO, FOFOCA.


Mas, como aplicarmos essas características culturais e históricas em nosso
tempo para discernimos contra quem estamos lutando em nossos dias?

Eram inimigos treinados para agirem maldosamente, com ações em níveis


baixos em todos os sentidos. Os demônios que se alimentam de escândalos,
são os que produzem estes golpes baixos em todos os níveis, são aqueles que
têm como especialidade armar ciladas – e nós, como Igreja, precisamos estar
com os olhos abertos para enxergar a ação maligna destes espíritos.

Como podemos então defini-los de forma acessível?! São os


chamados“negociadores”, simbolizam os que não têm qualquer interesse pela
verdade divina, mas apenas se valem dela para proveito próprio, seja por
ganhos financeiros, por influência social, ou até satisfação intelectual.
Se buscarmos o conhecimento bíblico somente de forma intelectual, sem de
fato estarmos dispostos a obedecer a Deus de coração e alma, estaremos
negociando com a verdade divina. Conforme a ordem divina, os cananeus,
como os demais povos da Terra Prometida, deveriam ser exterminados por
causa de seus pecados (Deuteronômio 9.5 – Não é por causa da tua justiça,
nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela
impiedade destas nações o SENHOR teu Deus as lança fora, de diante de ti, e
para confirmar a palavra que o SENHOR jurou a teus pais, Abraão, Isaque e
Jacó), entretanto os israelitas não o fizeram, pois são citados no
recenseamento de Davi muitos séculos mais tarde (2 Samuel 24.7). Houve
miscigenação de cananeus com israelitas (1 Crônicas 2.3), um dos apóstolos
citado em Mateus 10.4, era cananeu.
Se detectarmos esse tipo de atuação em nossa vida ou na vida de nossos
amados familiares ou irmãos em Cristo nossa posição é orar por aquela vida,
colocá-la diante do Senhor, clamar por estratégia e até mesmo auxiliar a
pessoa a compreender a contaminação e necessidade de libertação desse
GIGANTE.

Mas essa vertente de poder divino para obter seus fins não é o único prisma
dos cananeus.

Existem pessoas que adoram tornar pública a desgraça da vida dos outros:
FOFOCA. Jogam também duro e no mais baixo nível contra as pessoas. E o
que é pior é a característica mais comum no meio do povo de Deus.

Isso quando não pensam que no fundo estão legitimadas pelo pretexto do vou
orar por essa pessoa, me ajude em oração! Ou ainda quando o fazem apenas
para serem aceitas no grupo onde querem ser recebidas.

Medite em Provérbios 18.20-21: Do fruto da boca o coração se farta; do que


produzem os lábios se satisfaz. A morte e a vida estão no poder da língua; o
que o bem a utiliza come do seu fruto.
A ‘semente dos cananeus’ na igreja de hoje são vistas em crentes
carnais. Eles nunca se decidiram de verdade por Cristo. Não dão testemunho
de vidas transformadas porque nunca tiveram de fato um encontro com Jesus!
Vivem uma falsa vida de crente. Pecam no namoro e ‘escondem’ da família, do
pastor e da igreja…

Traem e ficam enrustidos na ‘Síndrome de Acã’; e como a igreja sofre!!!


O crente carnal costuma sair com conversas do tipo: “Eu não sinto nada nos
cultos…”

Vamos ver em nossos estudos que todos os povos abomináveis decorrem de


Canaã, são filhos, descendentes. Veja Gen. 10:15-19. Todos eles tem raízes
em Canaã. Mas cada qual tem suas características. Todos adoravam os
deuses camitas. Inclusive o povo que leva cativo a Israel, os babilônios
adoravam os mesmos deuses de Canaã.

Portanto, vamos orar e nos examinar. Vamos clamar para que o Senhor nos
entregue este gigante!

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