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Trabalho, energia e conservação de energia

Universidade Federal de Uberlândia


Campus Patos de Minas
Instituto de Fı́sica

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Uma breve introdução

Antes de discutirmos o conceito de trabalho iremos abordar um conceito geral, de


difı́cil definição, que chamamos de energia.

Considere o esquema abaixo no qual é analisado um modelo de “sistema


monetário”.

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A variação da riqueza de um “sistema” pode ser dada por
∆R = G − D .
Em outras palavras, a variação da riqueza de um sistema é a diferença dos ganhos
com as despesas, e não há como ∆R 6= G − D. Dizemos que o modelo é um
modelo que fala sobre a conservação de riqueza.

A energia funcionará da mesma forma!!! Grosseiramente, a energia será o


“dinheiro” da NATUREZA!!!

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Veja que a todo momento fazemos e faremos o uso do termo SISTEMA.
Sistema é um conjunto de entes que iremos analisar.
Vizinhança é tudo que resta fora do sistema.
Na figura abaixo em (a) a bola seria o sistema e a Terra a vizinhança, ao passo
que em (b) o sistema é a bola e Terra com vizinhança vazia.

Portanto, o sistema pode variar dependendo da escolha mas as interações não!


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Trabalho

Definição
É o processo de transferência/transformação de energia entre elementos do
sistema e/ou do sistema com sua vinzinhaça. Denominaremos trabalho pela letra
W e sua unidade é joule (J). 1 J=1 N·m.

Imagine que queiramos movimentar uma caixa. Para fazê-la movimentar devemos
fornecer energia para ela. Fazemos isso, aplicando uma força sobre a mesma
durante todo o deslocamento. Se desejamos pará-la, devemos retirar energia dela!

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Note que o trabalho pode ser positivo ou negativo, sendo que1
W >0 A vinzinhança realiza trabalho sobre o sistema
e a energia do mesmo aumenta.
W <0 O sistema realiza trabalho sobre a vinzinhança
e a energia do mesmo diminui.

1 Apesar de já estarmos adiantando o notações e definições de energia cinética K , energia

potencial U e energia térmica Eterm , na figura, entenda apenas que energia pode ser transformada
dentro do sistema e que energia de um sistema aumenta ou diminui dependendo de W .

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De forma mais simples, considere um sistema no qual aplicamos uma força
constante ~F. O trabalho realizado sobre uma partı́cula que se desloca de ~d é
dado por
W = ~F · ~d .

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Analisemos o efeito do trabalho com relação à velocidade do corpo.

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Em resumo
Quando uma partı́cula sofre um deslocamento d, ela aumenta sua velocidade se
W > 0 e diminui sua velocidade se W < 0.

Quando há uma força resultante F constante sobre o sistema temos, como efeito,
uma aceleração ax . Nesse caso,

v22 − v12 v22 − v12


v22 = v12 + 2ax d ⇒ ax = ⇒ F = max = m ,
2d 2d
onde v2 é uma velocidade posterior a v1 . Finalmente
1 2 1 2
W = Fd = mv − mv1 = K2 − K1 = ∆K .
2 2 2
Chamamos
1 2
K= mv ,
2
de energia cinética da partı́cula (sistema).
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Apesar de no resultado anterior termos utilizado um caso particular, podemos
demonstrá-lo sob contextos bastantes gerais. Este é conhecido como teorema
trabalho - energia cinética.

Teorema Trabalho - Energia Cinética


A variação de energia cinética em um sistema é igual ao trabalho total realizado
sobre o sistema, matematicaticamente, podemos escrever

Wtotal = K2 − K1 = ∆K , (1)

onde o trabalho é realizado de um instante 1 a um instante 2 e a energia cinética


K1 é a energia cinética no instante 1 e K2 a energia cinética em um instante 2.

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Trabalho de forças variáveis

E quando não é constante, como calculamos o trabalho?

Resposta: Seguimos a mesma ideia! Considere a situação abaixo no qual


aplicamos uma força variável sobre uma partı́cula que encontra-se na horizontal

Em (c) dividimos o deslocamento total x2 − x1 em pedacinhos ∆x. Para cada


pedacinho, consideramos um valor constante de força Fx .

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Aproximadamente o trabalho realizado sobre a partı́cula é dado por

W ≈ Fax ∆xa + Fbx ∆xb + . . . .

Que equivale a área debaixo da curva de Fx por x, ou seja


Z x2
W = Fx dx .
x1

No exemplo acima, utilizamos uma força que era paralela ao deslocamento.


Entretanto, nem sempre as forças são paralelas. Mas é importante notar que
forças perpendiculares ao deslocamento, não realizam trabalho. Portanto, uma
generalização da expressão acima é
Z posição final Z posição final
W = ~F · d~` = Fparalela ao deslocamento d` .
posição inicial posição inicial

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Um exemplo: força elástica

A força elástica é um tipo de força que chamamos de restauradora. Um exemplo


simples é o sistema massa-mola. Se comprimimos ou esticamos uma mola a
mesma produz uma força, sobre você, de forma a voltar a posição se , ou seja, ela
é sempre contrária ao deslocamento ∆s em relação a se . Matematicamente,
podemos escrever
Fel = −k∆s ,
onde k é uma constante, chamada constante de mola.

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Aqui vale a pena observar a diferença de força que você realiza sobre um objeto e
a força que o objeto realiza sobre você. Na figura anterior foi representado, a todo
momento a força realizada sobre você. Nesse sentido, a integral da função
representada (gráfico) fornece o trabalho que a mola realiza sobre você. Para não
causar confusão, sempre que formos falar deste trabalho iremos escrever Wmola .

Se o interesse for calcular o trabalho que você realiza sobre a mola, aı́ a força tem
sinal oposto (Fx = kx - ver figura) e, portanto, o trabalho também. Denominando
este trabalho de Wapl , temos que

Wmola = −Wapl .

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A fim de calcular o trabalho Wapl , considere a figura abaixo

Nela alongamos a mola de uma posição x1 para uma posição x2 . Nesse caso veja
que  
1 1 1 2 1 2
Wapl = kx22 − kx12 =⇒ Wmola = − kx2 − kx1 .
2 2 2 2
Ou seja, a mola ganha energia já que Wapl > 0, ou de maneira recı́proca
Wmola < 0.

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Nem toda força (resultante) realiza trabalho!!!

Nem toda força, sendo a resultante ou não, realizando trabalho.

No movimento circular uniforme, como o módulo da velocidade não se altera, sua


energia cinética se mantém constante, portanto, Wtotal = 0. Isso acontece porque
a força resultante é perpendicular ao seu deslocamento durante todo o trajeto (
~F · d~s = 0, o que implica em ~F · d~s = 0).
R

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Potência

A rapidez com o que o trabalho é realizado é dada a partir do conceito de


potência2 . De forma geral, podemos escrever
Trabalho
Potência = .
tempo

Sua unidade, no SI, é J/s = W (watt).

∆W
Potência média: Pm = ∆t .
∆W dW
Potência instantânea: P = lim∆t→0 ∆t = dt .

2 De forma geral, a potência mede a rapidez com que a energia é transferida dentro de um

sistema
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Considere o trabalho realizado em um pequeno deslocamento d~` . Neste caso

dW d~`
dW = ~F · d~` ⇒ = ~F · .
dt dt
Ou seja,
P = ~F · ~v = Fv cos φ .
O mesmo raciocı́nio pode ser aplicado considerando variações finitas. Neste caso,

Pm = ~F · ~vm = Fvm cos φ .

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Energia Potencial

Vimos que quando realizamos um trabalho sobre uma partı́cula fornecemos


energia para mesma, mas para onde vai essa energia quando a velocidade do
corpo não se altera?

Se pegamos um objeto do chão, em repouso, e a levamos para o alto de uma


mesa, também em repouso, significa que ∆K = 0 e, portanto

Wtotal = 0 =⇒ Waplicado = −Wcampo gravitacional .

Ou seja, temos que realizar um trabalho positivo para pelo menos vencer o
trabalho da força gravitacional. Podemos concluir que o campo gravitacional em si
tem uma energia associada, i.e., no caso especı́cfico esta energia está associada
às posições das partı́culas.

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A figura a seguir resume bem o exemplo anterior.

Se consideramos o sistema como sendo o altere e a Terra, a pessoa realiza um


trabalho externo positivo apenas no altere aumentando a energia do sistema!!!

Essa energia é acumulada no sistema devido à sua mudança de configuração, o


que chamamos de Energia Potencial!!!
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Energia Potencial
É a energia consequente da interação entre os corpos e, como consequência, está
associada à configuração do sistema, muitas vezes, se resume à posição relativa
dos elementos que constituem o sistema.

A energia cinética está associada ao estado de movimento dos elementos do


sistema e a potencial não relaciona-se com o movimento em si.

Em mecânica, trabalhamos basicamente com dois tipos de energias potenciais


Energia potencial gravitacional: Energia associada ao peso e altura dos
objetos (configuração do corpo com relação à Terra).
Energia potencial elástica: Energia associada à força de restauração dada
pela lei de Hooke (configuração de uma mola, por exemplo).

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Energia potencial gravitacional

Considere as duas situações abaixo.

Na primeira figura, a força gravitacional realiza um trabalho positivo (adiciona


energia ao sistema), na segunda, realiza um trabalho negativo (retira energia do
sistema). No contexto de transferência de energia, a energia potencial
gravitacional Ugrav (energia que veio da vizinhança) diminui no primeiro caso
enquanto aumenta no segundo caso.

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Essa variação pode ser escrita matematicamente por

Wcampo grav = −∆Ugrav ,

onde Wcampo grav é o trabalho realizado pela força gravitacional. Calculando o


trabalho para o primeiro caso da primeira figura anterior

Wcampo grav = mg (y1 − y2 ) = −(mgy2 − mgy1 ) .

Identificando Ugrav = mgy 3 , temos

Wcampo grav = U1 − U2 = −(U2 − U1 ) = −∆Ugrav .

Observação importante
Não é correto associar Ugrav como a energia potencial do corpo. Esta é uma
energia associada ao conjunto Terra e corpo. Veja que a mesma envolve uma
caracterı́stica do corpo e uma caracterı́stica da Terra.

3 Tenha em mente que essa expressão é válida com a escolha do eixo y positivo para cima.
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A referência da energia potencial gravitacional
Na figura abaixo temos duas pessoas que estão utilizando referências diferentes
para encontrar a energia potencial gravitacional. A princı́pio parece que é
apresentado um pequeno paradoxo, já que as energias são diferentes!

Mas veja que a variação da energia potencial gravitacional nos dois casos é
igual!!!!
Amber: ∆Ugrav = 0J − 9, 8J = −9, 8J.
Bill: ∆Ugrav = −9, 8J − 0J = −9, 8J.

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De modo geral podemos definir uma função energia potencial gravitacional do tipo

U(y ) = U0 + mgy ,

onde U0 é uma constante a se definir pela referência escolhida4 .

Porque essa liberdade (ou ambiguidade a menos de uma constante) não oferece
problema?

Resposta: No contexto da aplicação e medição de problemas que envolve o


conceito de energia, o que quantificamos é transferência de energia, ou seja,
quantificamos o trabalho!!! Como a variação é a mesma, não há ambiguidade!!!

4 Por se tratar de uma constante, ela desaparece no cálculo das variações de energia.

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Conservação de energia mecânica (somente forças
gravitacionais)

Suponha que um corpo caia de uma posição yi . O trabalho total sobre a partı́cula,
desprezando a resitência do ar, é

Wtotal = Wgrav = −∆Ugrav .

Pelo teorema trabalho e energia cinética temos

∆K = −∆Ugrav ⇒ ∆K + ∆Ugrav = ∆(K + Ugrav ) = 0 .

Ou seja, a soma das energias cinética e potencial é mantida constante no inı́cio (i)
e final (f) do processo. Matematicamente

1 2 1
Ki + Ugrav, i = Kf + Ugrav, f ⇒ mv + mgyi = mvf2 + mgyf .
2 i 2

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Sob o ponto de vista de diagrama observe a figura abaixo.

A soma da energia cinética mais a energia potencial (neste caso, apenas a


gravitacional) é definida como Energia Mecânica.

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Energia potencial elástica

Considere, agora, um sistema do tipo massa-mola.

Sabemos que o trabalho realizado pela mola é


1 2 1 2
Wel = kx − kx .
2 1 2 2

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Assim como no caso gravitacional, associamos ao trabalho realizado pela força
elástica uma energia potencial, tal que
1 2
Uel = kx ,
2
então
Wel = −∆Uel = −(Uel,2 − Uel,1 ) .

Escolhemos nossa referência no ponto onde a mola está relaxada, nem


comprimida, nem esticada. Se tivéssemos pego outro ponto de referência uma
constante seria adicionada. De forma geral, podemos escrever a função energia
potencial elástica como
1
Uel (x) = U0 + kx 2 ,
2
onde o valor de U0 depende da referência adotada. No exemplo anterior adotamos
U0 = 0, pois escolhemos que em x = 0 (mola relaxada) não há energia associada.

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A variação de cada energia para esse sistema pode ser vista abaixo. Observe que a
energia mecânica também se conserva.

Notação nos gráficos de energia:


ET - Energia Mecânica
EP - Energia Potencial

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Forças conservativas e não conservativas
Na figura abaixo temos 4 diferentes caminhos representados para que uma
partı́cula saia de uma posição yi até uma posição yf .

Note que a componente horizontal dos caminhos não realiza trabalho através da
força gravitacional, portanto, para todos os casos

Wgrav = −mg (yf − yi ) = −mg ∆y ,

onde tomamos y crescendo para cima e, portanto, ∆y < 0.


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Em resumo, o trabalho da força gravitacional não depende de como chegamos ao
chão e sim apenas de onde estávamos antes, em relação ao chão (é possı́vel
realizar uma demonstração mais geral).

Todas as forças que têm como caracterı́sticas a independência de caminho na


realização de trabalho são ditas forças conservativas

Para forças conservativas, a variação na energia potencial dos pontos A e B


independe das trajetórias 1 e 2.

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Exemplos de forças conservativas:
Força gravitacional
Força elástica
Força elétrica

Todas as forças são conservativas?


Resposta: Não! Como um exemplo, pense na força de atrito!

O trabalho realizado pela força de atrito,


em uma superfı́cie horizontal é

Watrito = −µc mg ∆s .

Ou seja, quanto maior o comprimento


percorrido, ∆s, maior (em módulo) será
o trabalho da força de atrito.

Note que ∆s aqui é o caminho percorrido e não o deslocamento.

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O trabalho realizado por forças conservativas pode ser escrito a partir de uma
energia potencial
Wconservativo = −∆U .
Quando, no sistema, atuam apenas conservativas, temos

Wtotal = −∆U = ∆K ⇒ ∆(K + U) = ∆Emec = 0 ,

onde Emec = K + U é a energia mecânica do sistema5 .

Conservação da energia mecânica


Em um sistema onde apenas forças conservativas atuam a energia mecânica é
conservada, ou seja,
Uincial + Kincial = Ufinal + Kfinal .

5 No nosso caso iremos trabalhar basicamente com U = Ugrav + Uel

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Caso também existam forças não conservativas no sistema, o trabalho total se
divide, tal que,
Wtotal = Wconservativo + Wnão conservativo .

Isso implica que

−∆U + Wnão conservativo = ∆K ⇒ −(Uf − Ui ) + Wnão conservativo = Kf − Ki .

Ou seja
Ki + Ui + Wnão conservativo = Kf + Uf ,
onde os sı́mbolos i e f representam, respectivamente, inicial e final.

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Lei de conservação da Energia

Antes de discutir o conceito de conservação de energia, vamos chamar atenção


sobre o significado de energia interna Uint de um sistema.

A energia interna é consequência do movimento e configuração microscópicos

Uint = Kmicro + Umicro .

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A energia cinética microscópica está associada ao movimento dos átomos,
enquanto que a energia potencial está associado às ligações/interações entre
átomos.

A realização de trabalho pode alterar essa energia interna (configuração),


aumentando, por exemplo, a temperatura do corpo. É o que acontece, por
exemplo, com a força de atrito!
Energia 37 / 47
Podemos, então, escrever

Wnão conservativo = −∆Uint .

Note que, apesar da notação, Uint não se trata de uma energia potencial uma vez
que é consequência de forças não conservativas.

Considerando uma possı́vel interação entre sistema e a vizinhança realizando um


trabalho Wext sobre o sistema, temos

∆K = Wtotal = Wconservativo + Wnão conservativo + Wext


= −∆U − ∆Uint + Wext .

Ou seja,
Wext = ∆K + ∆U + ∆Uint = ∆Esistema ,
onde usamos que Esistema = K + U + Uint = Emec + Uint

Energia 38 / 47
Esquematicamente podemos descrever a lei de conservação pelas figuras abaixo

Observação: Eterm faz o papel de Uint .

Outra forma de interação do sistema com a vizinhança seria via troca de calor e a
equação geral para conservação de energia é dada por

Wext + Q = ∆Esistema .

Esta última equação é conhecida como a 1ª Lei da Termodinâmica.


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Força e energia potencial
Qual a relação entre força e energia potencial?

Como exemplo iremos avaliar a energia potencial elástica de uma mola com sua
energia mecânica (ET ) constante.

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Considerando xe a posição de equilı́brio da mola, ao deslocarmos a bola para
uma posição xR , o sistema massa-mola apresenta apenas energia potencial
elástica.

Quando liberada a bolinha é puxada para o ponto de equilı́brio, adquirindo


uma energia cinética, sendo que seu valor máximo ocorre quando a mesma
passa por xe .

Quando a bolinha passa por xc , a mesma vai perdendo energia cinética para a
mola, i.e., a mesma vai sendo transformada em energia potencial novamente.

Se não ocorrer dissipação esse processo vai ocorrendo infinitamente.

Energia 41 / 47
Perceba que
Quando há um deslocamento para a direita devido a uma força aplicada, a
partı́cula volta para a posição de equilı́brio.
Além disso, quando ela passa da posição de equilı́brio com alguma energia, a
mesma começa a receber novamente uma ação restauradora da mola para
que volte para a posição de equilı́brio.
Isso vai ocorrendo continuamente!

Matematicamente temos
Z
dU
Wmola = Fx (x)dx = −∆U ⇒ Fx (x) = − ,
dx
ou seja, a força é identificada com a derivada da função potencial na posição.
Para o exemplo especı́fico veja que
1 2 dU
U(x) = kx ⇒ Fx (x) = − = −kx ,
2 dx
que é a lei de Hooke.
Energia 42 / 47
De maneira geral, como Z
W = ~F · d~r = −∆U ,

temos
~F = −∇U
~ ,

~ representa o gradiente de U
onde ∇

~ = î ∂U + ĵ ∂U + k̂ ∂U .
∇U
∂x ∂y ∂z

Portanto
∂U ∂U ∂U
Fx = − , Fy = − e Fz = − .
∂x ∂y ∂z

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Diagramas de energia

Da discussão anterior alguns pontos importantes devem ser ressaltados.

1. Os pontos xL e xR delimitavam quando que a bolinha atingia velocidade nula


e voltava para a posição xe . Isso porque a energia acessı́vel é limitada e o
valor máximo de energia potencial acontece quando a energia cinética é nula.
Estes pontos são ditos pontos de retorno.

2. Em xe , a energia potencial é mı́nima, ou seja, sua derivada é nula, isso


significa que Fx = 0, porém a energia cinética é máxima. Mas ao afastar
deste ponto, a força atua novamente para fazer a bola voltar para xe . Se a
bola fosse colocada exatamente em xe (ou seja, em repouso), ela não se
moveria.

3. Pontos nos quais a derivada da função energia potencial é nula, são


chamados de pontos de equilı́brio.

Energia 44 / 47
Considere a figura abaixo, onde representamos um potencial U(x) hipotético.

4. Os pontos x1 , x2 , x3 e x4 apresentam dU/dx = 0, entretanto são diferentes.


Veja que a partı́cula ”tende” a se aproximar de x1 e x3 , bem como se afastar
de x2 e x4 (basta fazer uma análise de forças). Os primeiros são ditos pontos
de equilı́brio estável, enquanto os outros dois de pontos de equilı́brio
instável.

Energia 45 / 47
Associando em conjunto um diagrama de força

Energia 46 / 47
DÚVIDAS?!

Energia 47 / 47

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