Você está na página 1de 46

Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 10576

Quarta edição
11.10.2017

Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos ―


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Diretrizes para supervisão e manutenção


Mineral oil for electrical insulation — Guidelines for monitoring and
maintenance

ICS 29.040.10 ISBN 978-85-07-07196-9

Número de referência
ABNT NBR 10576:2017
38 páginas

© ABNT 2017
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

© ABNT 2017
Todos os direitos reservados. A menos que especificado de outro modo, nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida ou utilizada por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e microfilme, sem permissão por
escrito da ABNT.

ABNT
Av.Treze de Maio, 13 - 28º andar
20031-901 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: + 55 21 3974-2300
Fax: + 55 21 3974-2346
abnt@abnt.org.br
www.abnt.org.br

ii © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Sumário Página

Prefácio................................................................................................................................................vi
Introdução...........................................................................................................................................vii
1 Escopo.................................................................................................................................1
2 Referências normativas......................................................................................................1
3 Termos e definições............................................................................................................3
4 Propriedades, deterioração e degradação do óleo..........................................................4
5 Ensaios no óleo e seus significados.................................................................................5
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

5.1 Geral.....................................................................................................................................5
5.2 Cor e aparência...................................................................................................................6
5.3 Densidade............................................................................................................................6
5.4 Fator de perdas dielétricas e resistividade.......................................................................6
5.5 Índice de neutralização.......................................................................................................7
5.6 Rigidez dielétrica.................................................................................................................8
5.7 Tensão interfacial ...............................................................................................................8
5.8 Teor de água........................................................................................................................8
5.8.1 Geral.....................................................................................................................................8
5.8.2 Água no óleo........................................................................................................................8
5.8.3 Conteúdo de água no isolamento celulósico...................................................................9
5.8.4 Interpretação dos resultados.............................................................................................9
5.9 Sedimento e borra.............................................................................................................10
5.10 Teor de inibidor e estabilidade à oxidação.....................................................................10
5.10.1 Estabilidade à oxidação....................................................................................................10
5.10.2 Monitoramento dos óleos não inibidos..........................................................................10
5.10.3 Monitoramento dos óleos inibidos.................................................................................. 11
5.11 Bifenilas policloradas (PCB)............................................................................................ 11
5.12 Compatibilidade de óleos isolantes................................................................................12
5.13 Enxofre corrosivo..............................................................................................................12
5.14 Contagem de partículas....................................................................................................13
5.15 Ponto de fluidez.................................................................................................................14
5.16 Ponto de fulgor e combustão...........................................................................................14
5.17 Dibenzil dissulfeto (DBDS)...............................................................................................14
5.18 Passivador.........................................................................................................................14
5.19 Viscosidade.......................................................................................................................15
5.20 Análise cromatográfica de gases dissolvidos...............................................................15
5.21 Metais.................................................................................................................................15
5.22 Ferrografia analítica e quantitativa..................................................................................16
6 Amostragem de óleo do equipamento............................................................................16
7 Categorias de equipamentos...........................................................................................16
8 Avaliação do óleo mineral isolante em equipamentos novos......................................17
9 Avaliação do óleo em serviço..........................................................................................18
9.1 Periodicidade das análises de óleo em serviço.............................................................19

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados iii


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

9.2 Procedimentos de ensaios...............................................................................................19


9.2.1 Geral...................................................................................................................................19
9.2.2 Ensaios de campo.............................................................................................................20
9.2.3 Ensaios de laboratório......................................................................................................20
9.3 Classificação da condição de óleos em serviço............................................................20
9.4 Ação corretiva...................................................................................................................20
10 Manuseio e armazenamento............................................................................................21
11 Tratamento.........................................................................................................................22
11.1 Recondicionamento..........................................................................................................23
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

11.1.1 Geral...................................................................................................................................23
11.1.2 Equipamentos para recondicionamento.........................................................................24
11.1.3 Aplicação a equipamentos elétricos...............................................................................25
11.2 Regeneração......................................................................................................................26
11.2.1 Geral...................................................................................................................................26
11.2.2 Regeneração por percolação...........................................................................................27
11.2.3 Regeneração por contato.................................................................................................28
11.2.4 Renovação de aditivos.....................................................................................................28
11.3 Descontaminação de óleos contendo PCB....................................................................28
11.3.1 Geral...................................................................................................................................28
11.3.2 Processos de desalogenação usando derivados de sódio e lítio................................28
11.3.3 Processo de desalogenação usando polietileno glicol e hidróxido de potássio.......28
11.3.4 Desalogenação em modo contínuo por processo em circuito fechado......................29
12 Substituição do óleo em equipamentos elétricos..........................................................29
12.1 Substituição do óleo em equipamentos com tensão menor ou igual a 72,5 kV.........29
12.2 Substituição do óleo em equipamentos com tensão maior que 72,5 kV.....................29
12.3 Substituição do óleo contaminado com PCB em equipamentos elétricos.................29
13 Passivação.........................................................................................................................30
14 Valores-limite para ação corretiva...................................................................................30
Anexo A (normativo) Determinação de sedimento e/ou borra precipitável...................................32
Anexo B (informativo) Avaliação da umidade no óleo e isolação celulósica.................................34
B.1 Geral...................................................................................................................................34
B.2 Normalização do teor de água a 20 °C............................................................................34
B.3 Exemplo da determinação da saturação relativa da água no óleo a uma dada
temperatura........................................................................................................................36
B.4 Estimativa da condição da isolação celulósica a partir da saturação relativa do óleo......37
Bibliografia..........................................................................................................................................38

Figuras
Figura 1 – Variação de resistividade com a temperatura para óleos isolantes..............................7
Figura B.1 – Fatores de correção típicos.........................................................................................35
Figura B.2 – Exemplo de normalização do teor de água a 20 °C...................................................35
Figura B.3 – Exemplo da variação da saturação de água no óleo em função da temperatura
e acidez..............................................................................................................................37

iv © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Tabelas
Tabela 1 – Ensaios para óleo mineral isolante..................................................................................5
Tabela 2 – Valores de referência a para início de controle de óleos isolantes em equipamentos
novos..................................................................................................................................17
Tabela 3 – Resumo das ações corretivas.........................................................................................21
Tabela 4 – Valores-limite recomendados para óleo após recondicionamento.............................24
Tabela 5 – Condições para o processamento de óleos minerais isolantes inibidos e/ou
passivados.........................................................................................................................24
Tabela 6 – Valores recomendados para óleo após regeneração, em qualquer classe de
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

tensão, para equipamentos em operação.......................................................................26


Tabela 7 – Transformadores e reatores............................................................................................30
Tabela 8 – Transformadores de instrumentos.................................................................................31
Tabela 9 – Disjuntores........................................................................................................................31
Tabela 10 – Comutadores..................................................................................................................31
Tabela B.1 – Correlação da saturação relativa da água no óleo e a condição da isolação
celulósica...........................................................................................................................37

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados v


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização.


As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB),
dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais
(ABNT/CEE), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas
no tema objeto da normalização.

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da ABNT Diretiva 2.


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais
direitos de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados
à ABNT a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Ressalta-se que Normas Brasileiras podem ser objeto de citação em Regulamentos Técnicos.
Nestes casos, os Órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar outras datas
para exigência dos requisitos desta Norma.

A ABNT NBR 10576 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela
Comissão de Estudo de Óleos Minerais Isolantes (CE-003:010.001). O seu 1º Projeto circulou em
Consulta Nacional conforme Edital nº 03, de 17.03.2017 a 16.05.2017. O seu 2º Projeto circulou em
Consulta Nacional conforme Edital nº 08, de 09.08.2017 a 10.09.2017.

Esta quarta edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 10576:2012), a qual foi tecnica-
mente revisada.

O Escopo em inglês desta Norma Brasileira é o seguinte:

Scope
This Standard provides guidance for controling and quality preservation of insulating oil used in
electrical equipment.

This Standard applies to insulating oils that comply to the current specifications of “Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis” – ANP [2] for use in transformers, reactor transformers,
switchgears, switches and other electrical equipment in which oil sample collection is possible and
operating conditions as prescribed by its operating specifications are present.

This Standard provides guidance for the power transformers users to the evaluation of insulating oil
status and to keep the insulating fluid conditions acceptable. It includes instructions related to testing
as well as evaluation procedures and presents reconditioning and reclaiming methods as well as
decontamination alternatives for PCB contaminated oil.

NOTE Many corrective actions are usually carried out by specialized companies, through their own
equipment and techniques. The detailed description of these procedures is beyond the scope of this Standard.

vi © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Introdução

Os óleos minerais isolantes são utilizados em equipamentos elétricos empregados na geração, trans-
missão e distribuição da energia elétrica.

O monitoramento e a manutenção da qualidade do óleo são essenciais para assegurar a operação


confiável dos equipamentos elétricos preenchidos com óleo. Procedimentos para esta finalidade
são estabelecidos pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, concessionárias de energia
e indústrias.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Uma revisão na experiência atual revela ampla variação de procedimentos e critérios. É possível,
entretanto, comparar o valor e significado dos ensaios padronizados para o óleo e recomendar critérios
uniformes para avaliação dos dados de ensaios.

Se um determinado grau de deterioração for ultrapassado, haverá inevitavelmente algum prejuízo das
margens de segurança e a questão do risco de falha prematura deve ser considerada. Enquanto a
quantificação do risco pode ser difícil, um primeiro estágio envolve a identificação dos efeitos potenciais
do aumento da deterioração. O objetivo desta Norma é fornecer aos usuários uma base, tão ampla
quanto disponível, para a compreensão da deterioração da qualidade do óleo, de modo que possam
tomar decisões bem fundamentadas com relação às práticas de inspeção e manutenção.

Os óleos minerais novos, sem contato anterior com o equipamento, são recursos limitados e devem
ser manuseados com essa informação em mente. O óleo mineral usado é classificado como resíduo
perigoso [1]. Se ocorre derramamentos, isto pode ter impacto negativo sobre o ambiente, especialmente se
o óleo estiver contaminado por poluentes orgânicos persistentes, como as bifenilas policloradas (PCB).

As orientações fornecidas nesta Norma, ao mesmo tempo que tecnicamente recomendáveis, são
principalmente direcionadas a servir de base comum para a preparação de procedimentos mais
específicos e completos pelos usuários em função das circunstâncias locais. Deve ser empregado
um critério bem fundamentado de engenharia na busca do melhor compromisso entre os requisitos
técnicos e os fatores econômicos.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados vii


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A. Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 10576:2017

Óleo mineral isolante de equipamentos elétricos ― Diretrizes para


supervisão e manutenção

1 Escopo
Esta Norma fornece orientação sobre a supervisão e manutenção da qualidade do óleo isolante em
equipamentos elétricos.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Esta Norma é aplicável aos óleos minerais isolantes fornecidos originalmente de acordo com
as especificações vigentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis –
ANP [2] para transformadores, reatores, disjuntores, comutadores e outros equipamentos elétricos nos
quais possa ser efetuada a retirada de amostras de óleo e onde as condições normais de operação
estabelecidas nas especificações do equipamento se aplicam.

Esta Norma auxilia o operador do equipamento elétrico a avaliar as condições do óleo e a mantê-lo em
condições de serviço. Também inclui recomendações sobre ensaios e procedimentos de avaliação e
descreve métodos para o recondicionamento, regeneração e descontaminação do óleo contaminado
com bifenilas policloradas (PCB).

NOTA Muitas ações corretivas são geralmente realizadas por empresas especializadas, por meio de
seus próprios equipamentos e técnicas. A descrição detalhada destes procedimentos está fora do escopo
desta Norma.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para refe-
rências datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se
as edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 6234, Óleo mineral isolante – Determinação da tensão interfacial de óleo-água pelo método
do anel – Método de ensaio

ABNT NBR 7070, Amostragem de gases e óleo mineral isolante de equipamentos elétricos e análise
dos gases livres e dissolvidos

ABNT NBR 7148, Petróleo e derivados de petróleo – Determinação da massa específica, densidade
relativa e API – Método do densímetro

ABNT NBR 7274, Interpretação da análise dos gases de transformadores em serviço

ABNT NBR 8371, Ascarel para transformadores e capacitores – Características e riscos

ABNT NBR 8840, Diretrizes para amostragem de líquidos isolantes

ABNT NBR 10441, Produtos de petróleo – Líquidos transparentes e opacos – Determinação da


viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica

ABNT NBR 10504:2010, Óleo mineral isolante – Determinação da estabilidade à oxidação

ABNT NBR 10505:2017, Líquidos Isolantes Elétricos – Determinação do enxofre corrosivo

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 1


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

ABNT NBR 10710, Líquido isolante elétrico – Determinação do teor de água

ABNT NBR 11341, Derivados de petróleo – Determinação dos pontos de fulgor e de combustão em
vaso aberto Cleveland

ABNT NBR 11349, Produto de petróleo – Determinação do ponto de fluidez

ABNT NBR 12133, Líquidos isolantes elétricos – Determinação do fator de perdas dielétricas e da
permissividade relativa (constante dielétrica) – Método de ensaio

ABNT NBR 12134, Óleo mineral isolante – Determinação do teor de 2,6-di-terciário-butil paracresol –
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Método de ensaio

ABNT NBR 13882, Líquidos isolantes elétricos – Determinação do teor de bifenilas policloradas (PCB)

ABNT NBR 14248, Produtos de petróleo ̶ Determinação do número de acidez e de basicidade –


Método do indicador

ABNT NBR 14274, Óleo mineral isolante – Determinação da compatibilidade de materiais empregados
em equipamentos elétricos

ABNT NBR 14275, Equipamento elétrico – Líquido isolante – Determinação do conteúdo de partículas

ABNT NBR 14448, Óleos lubrificantes, produtos de petróleo e biodiesel – Determinação do número de
acidez pelo método de titulação potenciométrica

ABNT NBR 14483, Produtos de petróleo – Determinação da cor – Método do colorímetro ASTM

ABNT NBR 15362, Óleo mineral isolante inibido – Determinação da estabilidade à oxidação pela
bomba rotativa

ABNT NBR 16270, Líquidos isolantes elétricos – Determinação do teor de passivador em óleo mineral
isolante – Método de ensaio

ABNT NBR 16412, Óleo mineral isolante – Determinação do teor de dibenzil dissulfeto por cromatografia
em fase gasosa

ABNT NBR IEC 60156, Líquidos isolantes – Determinação da rigidez dielétrica à frequência industrial –
Método de ensaio

IEC 60422:2013, Mineral insulating oils in electrical equipment – Supervision and maintenance
guidance

ISO 4407, Hydraulic fluid power – Fluid contamination – Determination of particulate contamination by
the counting method using an optical microscope

ASTM D 5185, Test method for determination of additive elements, wear metals, and contaminants in
used lubricating oils and determination of selected elements in base oils by inductively coupled plasma
atomic emission spectrometry (ICP – AES)

ASTM D 6595, Test method for determination of wear metals and contaminants in used lubricating oils
or used hydraulic fluids by rotating disc electrode atomic emission spectrometry

ASTM D 7151, Test method for determination of elements oils by inductively coupled plasma atomic
emission spectrometry (ICP – AES)

2 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

ASTM D 1169, Test method for specific resistance (Resistivity) of electrical insulating liquids

BS 6522, Methods for determination of percentage water saturation of insulating oil

3 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.

3.1
aroclor
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

nome comercial utilizado para definir misturas conhecidas de bifenilas policloradas em proporções
definidas de cloro na mistura

EXEMPLO Aroclor 1242 indica 42 % de cloro da composição da mistura.

3.2
descontaminação PCB
processo que elimina ou reduz a contaminação por PCB do óleo mineral

3.3
ensaios complementares (Grupo 2)
ensaios que podem ser utilizados para se obter informações específicas adicionais sobre a qualidade
do óleo e que podem ser utilizados para auxiliar na sua avaliação para uso contínuo em serviço

3.4
ensaios especiais (Grupo 3)
ensaios utilizados principalmente para determinar a adequação do óleo para o tipo de equipamento
em uso e para assegurar o atendimento às considerações ambientais e operacionais

3.5
ensaios de rotina (Grupo 1)
ensaios mínimos exigidos para monitorar o óleo e assegurar que este está adequado para serviço
contínuo

3.6
óleo inibido
óleo que apresenta adição de inibidores de oxidação, conforme a ABNT NBR 12134

3.7
óleo não inibido
óleo isento da adição de inibidores de oxidação, conforme a ABNT NBR 12134

3.8
óleo passivado
óleo que apresenta adição de agentes químicos passivadores de metais, como, por exemplo, derivados
de benzotriazol (BTA)

3.9
recondicionamento
processo que elimina ou reduz os gases, água e partículas sólidas e contaminantes apenas por pro-
cessos físicos (filtragem e tratamento termovácuo)

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 3


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

3.10
regeneração
processo que elimina ou reduz contaminantes polares solúveis e insolúveis do óleo por processa-
mento químico e físico

3.11
regulamentação local
regulamentação definida pela legislação vigente no país (municipal, estadual ou federal)

NOTA É responsabilidade de cada usuário desta Norma se familiarizar com as regulamentações aplicá-
veis à sua situação.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

3.12
secagem da parte ativa
processo que reduz a umidade da isolação sólida

3.13
transformador de distribuição
transformador de potência utilizado em sistema de distribuição de energia elétrica

4 Propriedades, deterioração e degradação do óleo


O desempenho confiável de um óleo mineral isolante, em um sistema de isolamento, depende de
certas características básicas do óleo que podem afetar o desempenho geral do equipamento elétrico.
No sentido de atender satisfatoriamente a seu papel múltiplo de dielétrico, agente de transferência de
calor e extinção de arco, o óleo deve possuir certas propriedades básicas, como:

 a) rigidez dielétrica suficiente para suportar as tensões elétricas impostas pelo serviço;

 b) viscosidade adequada para que sua capacidade de circular e transferir calor não seja prejudicada;

 c) propriedades adequadas às condições climáticas esperadas no local de instalação;

 d) resistência à oxidação adequada para assegurar uma vida útil satisfatória.

O óleo mineral isolante em serviço está sujeito à deterioração devido às condições de uso. O óleo em
serviço é submetido a reações de oxidação devido à presença de metais e/ou compostos metálicos,
que agem como catalisadores. Como consequência podem ocorrer mudanças de cor, formação
de compostos ácidos e, em um estágio avançado da oxidação, precipitação de borra, que podem
prejudicar as propriedades elétricas.

Além dos produtos de oxidação, outros contaminantes, como água, partículas sólidas e compostos
polares solúveis em óleo, podem se acumular no óleo durante o serviço e alterar suas propriedades.
A deterioração de outros materiais que possam interferir no funcionamento adequado do equipamento
elétrico e diminuir sua vida útil pode também ser indicada por mudanças nas propriedades do óleo.

A presença destes contaminantes e de produtos de oxidação do óleo é indicada por alteração de uma
ou mais propriedades, da maneira descrita na Tabela 1.

4 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

5 Ensaios no óleo e seus significados


5.1 Geral

Um grande número de ensaios pode ser aplicado aos óleos minerais isolantes em equipamentos elé-
tricos. Os ensaios relacionados na Tabela 1, classificados como Grupo 1, são considerados suficientes
para determinar se as condições do óleo são adequadas para operação contínua e sugerir o tipo de
ação corretiva necessária, onde aplicável. Os ensaios não estão relacionados em ordem de prioridade.

Tabela 1 – Ensaios para óleo mineral isolante


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Propriedade Grupo a Subseção Norma


Cor e aparência 1 5.2 ABNT NBR 14483
Densidade b 1 5.3 ABNT NBR 7148
Fator de perdas dielétricas 1 5.4 ABNT NBR 12133
ABNT NBR 14248
Índice de neutralização (acidez) 1 5.5
ABNT NBR 14448
Rigidez dielétrica 1 5.6 ABNT NBR IEC 60156
Tensão interfacial 1 5.7 ABNT NBR 6234
Teor de água 1 5.8 ABNT NBR 10710
Sedimento e borra 2 5.9 ANEXO A
Teor de inibidor c 2 5.10 ABNT NBR 12134
Bifenilas policloradas (PCB) 3 5.11 ABNT NBR 13882
Compatibilidade 3 5.12 ABNT NBR 14274
Enxofre corrosivo d 3 5.13 ABNT NBR 10505
ABNT NBR 10504
Estabilidade à oxidação d 3 5.10
ABNT NBR 15362
ISO 4407
Partículas (contagem de partículas) 3 5.14
ABNT NBR 14275
Ponto de fluidez b 3 5.15 ABNT NBR 11349
Ponto de fulgor e combustão b 3 5.16 ABNT NBR 11341
Resistividade 3 5.4 ASTM D 1169
Teor de DBDS 3 5.17 ABNT NBR 16412
Teor de passivador c 3 5.18 ABNT NBR 16270
Viscosidade cinemática b 3 5.19 ABNT NBR 10441
ABNT NBR 7070
Análise de gases dissolvidos (AGD) 1 5.20
ABNT NBR 7274
Metais 2 5.21 ASTM D 7151
Ferrografia analítica e quantitativa 2 5.22
a O Grupo 1 possui ensaios de rotina, o Grupo 2 possui ensaios complementares e o Grupo 3 possui ensaios
investigativos.
b Não essencial, mas pode ser utilizado para estabelecer identificação do tipo de óleo.
c Restrito a óleos inibidos ou passivados.
d Exigido apenas em circunstâncias especiais (ver a subseção aplicável).

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 5


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

5.2 Cor e aparência


A cor de um óleo isolante é determinada pela luz transmitida e é expressa por um valor numérico
baseado na comparação com uma série de padrões de cores. Não é uma propriedade crítica, mas pode
ser útil para avaliação comparativa. Um número de cor que aumenta rapidamente ou muito alto pode
ser uma indicação de deterioração ou contaminação do óleo.

Além da cor, a aparência do óleo pode apresentar turbidez ou sedimentos, que podem indicar a pre-
sença de água livre, borra insolúvel, carbono, fibras, sujeira ou outros contaminantes.

5.3 Densidade
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

A densidade é usada para identificação do tipo de óleo. Em climas frios, a densidade do óleo pode ser
importante na determinação de sua adequabilidade para uso. Por exemplo, cristais de gelo formados
a partir de água separada podem flutuar no óleo de alta densidade e levar à abertura de arco elétrico
na fusão posterior. Não há evidência de que a densidade seja afetada pela deterioração normal do óleo.

5.4 Fator de perdas dielétricas e resistividade


Estes parâmetros são muito sensíveis à presença de contaminantes polares solúveis, produtos de
envelhecimento ou coloides no óleo. As alterações nos níveis de contaminantes podem ser monitoradas
pela medição destes parâmetros mesmo quando a contaminação for tão pequena que esteja próxima
do limite da detecção química.

A determinação de perdas dielétricas pode ser realizada por meio da medição do fator de potência
ou do fator de dissipação.

Limites aceitáveis para estes parâmetros dependem muito do tipo do equipamento. Entretanto, valores
altos do fator de dissipação dielétrica ou valores baixos de resistividade, podem afetar prejudicialmente
o fator de potência e/ou a resistência de isolamento do equipamento elétrico.

Há geralmente uma relação entre o fator de perdas dielétricas e a resistividade, com a resistividade
decrescendo à medida que o fator de perdas dielétricas aumenta. Normalmente não é necessário
realizar ambos os ensaios no mesmo óleo e geralmente o fator de perdas dielétricas é o ensaio mais
utilizado. A resistividade e o fator de perdas dielétricas são dependentes da temperatura. A Figura 1
exemplifica as alterações típicas da resistividade com a temperatura para óleos isolantes que são
aparentemente isentos de contaminação sólida e de água.

Informações úteis adicionais podem ser obtidas pela medição da resistividade ou do fator de perdas
dielétricas sob temperatura ambiente e sob uma temperatura maior, como 90 °C.

No caso de transformadores de instrumento de alta e extra-alta-tensão, deve-se dar especial atenção


ao fator de perdas dielétricas, pois há relatos de que um valor alto de fator de perdas dielétricas pode
acarretar o disparo térmico, conduzindo o transformador a falhas.

Óleos que atendem aos valores-limites, conforme 9.3, têm características similares às curvas A e B na
Figura 1 e apresentam resultados satisfatórios de ensaios tanto em altas como em baixas temperaturas.

Óleos que não atendem aos valores-limites, conforme 9.3, têm características similares à curva C e
apresentam resultados satisfatórios de ensaios sob 90 °C, combinados com um valor insatisfatório
em baixa temperatura. Isso é uma indicação da presença de água ou de produtos de degradação/
deterioração precipitáveis a frio sem qualquer quantidade significativa de degradação química ou
contaminação geral. Os resultados insatisfatórios em ambas as temperaturas indicam uma maior
extensão de contaminação, podendo impossibilitar a restauração do óleo para uma condição satisfa-
tória por recondicionamento.

6 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

A medição da resistividade pode ser útil para o monitoramento dos óleos em serviço, pois se mostrou
razoavelmente proporcional aos ácidos de oxidação e é afetada pelos contaminantes indesejáveis,
como sais metálicos e água. Outros compostos presentes em óleos usados, que podem afetar
a resistividade, incluem aldeídos, cetonas e álcoois. Um aumento da temperatura reduz a resistividade,
assim como acontece com a água, quando precipitada a baixas temperaturas, uma vez que atingiu
o ponto de saturação.
NOTA Foi observado nos transformadores de instrumentos que alguns tipos de óleo podem apresentar
um grande aumento no fator de perdas dielétricas, após um tempo de oxidação muito pequeno, conduzindo
à falha do equipamento.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

1000

500

200

100
B

50
Resistividade GΩ m

20

A C
10

0,5

0,2
0 20 40 60 80 100 120

Temperatura do óleo °C

Legenda
A óleo seco com resistividade de 60 GΩ⋅m a 20 °C
B óleo seco com resistividade de 200 GΩ⋅m a 20 °C
C óleo úmido, com 100 % de saturação à temperatura de 35 °C

Figura 1 – Variação de resistividade com a temperatura para óleos isolantes

5.5 Índice de neutralização


O índice de neutralização (acidez) do óleo é a medida dos componentes ácidos presentes no óleo.
O índice de neutralização de um óleo usado decorre da formação de produtos da oxidação ácida.
Os ácidos e outros produtos de oxidação afetarão, em conjunto com a água e contaminantes sólidos,
o dielétrico e outras propriedades do óleo. Os ácidos têm um impacto na degradação dos materiais
celulósicos e podem também ser responsáveis pela corrosão de peças de metal de um transformador.
A taxa de aumento da acidez de um óleo em serviço é um indicador da taxa de envelhecimento do óleo.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 7


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

5.6 Rigidez dielétrica

A rigidez dielétrica é uma medida da capacidade do óleo resistir à solicitação elétrica.

O óleo seco e limpo apresenta uma rigidez dielétrica inerentemente alta. Água livre e partículas sólidas,
particularmente estas últimas em combinação com altos níveis de água dissolvida, tendem a migrar
para regiões de alta solicitação elétrica e reduzir drasticamente a rigidez dielétrica. A medida da rigidez
dielétrica, portanto, serve principalmente para indicar a presença de contaminantes, como água ou
partículas. Um valor baixo de rigidez dielétrica pode indicar que um ou mais destes elementos está
presente. Entretanto, uma alta rigidez dielétrica não indica necessariamente a ausência de contaminantes.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

5.7 Tensão interfacial

A tensão interfacial entre o óleo e a água é um ensaio para se detectar contaminantes polares solúveis
e produtos de oxidação. Esta característica varia com rapidez durante os estágios iniciais de envelhe-
cimento, mas tende a estabilizar quando a deterioração é ainda moderada.

Uma rápida diminuição da tensão interfacial pode também ser uma indicação de problemas de
compatibilidade entre o óleo e alguns materiais do transformador (vernizes, gaxetas etc.) ou de conta-
minação durante o enchimento com óleo.

Para transformadores em sobrecarga, a deterioração dos materiais é rápida e a tensão interfacial


é uma ferramenta para a detecção da deterioração.

5.8 Teor de água

5.8.1 Geral

Dependendo da quantidade de água, da temperatura do isolamento e do grau de envelhecimento


do óleo, o teor de água dos óleos isolantes influenciam:

 a) na rigidez dielétrica do óleo,

 b) no isolamento celulósico,

 c) na taxa de envelhecimento do óleo e da isolação celulósica.

O teor de água no óleo e na isolação sólida tem portanto um impacto significativo na condição opera-
tiva e na vida útil do transformador.

As duas principais fontes de aumento de teor de água no sistema isolante do transformador são:

—— entrada de umidade da atmosfera;

—— degradação do isolamento celulósico.

Nos equipamentos elétricos isolados a óleo mineral, a água está presente no óleo na forma dissolvida
e eventualmente como um hidrato adsorvido por produtos polares de envelhecimento (água ligada)
em óleos muito oxidados. Partículas, como fibras de celulose também podem reter alguma água.

5.8.2 Água no óleo

O teor de água absoluto, normalmente denominado simplesmente como teor ou conteúdo de água,
tem seu resultado expresso em mg/kg e independe da temperatura, do tipo e condição do óleo. O teor
de água absoluto pode ser medido conforme a ABNT NBR10710.

8 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Por outro lado, a solubilidade de água no óleo, embora também expressa em mg/kg, é dependente da
temperatura, da condição e do tipo de óleo.

A saturação relativa da água no óleo é definida pela relação do teor de água absoluto dividido pela
solubilidade da água no óleo, e o resultado é dado em percentagem. A saturação relativa pode ser
avaliada pela utilização de um método adequado, como o descrito na BS 6522 ou, online por meio de
sensores capacitivos [6].

Como referência, um exemplo de determinação da saturação relativa da água em óleo é apresentado


no Anexo B.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

5.8.3 Conteúdo de água no isolamento celulósico

Transformadores passam por um processo de secagem durante a fabricação até que medições ou
procedimentos padronizados obtenham teores de umidade no isolamento celulósico inferiores a 0,5 % ou
1,0 %, dependendo dos valores acordados entre o comprador e fabricante do equipamento elétrico.

Após a secagem inicial, o conteúdo de umidade do sistema de isolamento celulósico aumenta, depen-
dendo das condições ambientais e/ou de operação.

Em um transformador, a massa total de água deve estar distribuída entre o isolamento celulósico (papel)
e o óleo de tal modo que a maior parte da água esteja no papel. Pequenas mudanças na temperatura
alteram significativamente o teor de água dissolvida no óleo, mas alteram apenas ligeiramente o teor
de água do papel.

Em um transformador, quando o óleo estiver operando em uma temperatura constante e relativamente


elevada por um longo período de tempo, o equilíbrio termodinâmico entre a água absorvida pelo isola-
mento celulósico e a água dissolvida no óleo é favorecido. Este equilíbrio é dependente da tempe-
ratura de modo que, em temperaturas elevadas, mais água se difunde no óleo a partir do isolamento
celulósico. No entanto, se a temperatura do óleo não é suficientemente elevada, este equilíbrio não é
atingido, em função da baixa taxa de difusão da água da isolação celulósica para o óleo.

A determinação do teor de água na isolação celulósica de um transformador por meio da medição de


água no óleo tem sido frequentemente descrita, mas os resultados práticos não costumam estar de
acordo com as predições teóricas. O processo de secagem do isolamento celulósico pode não retirar
tanta água como calculado.

Todos os cálculos e correlações entre o teor de água no óleo e o conteúdo de água na isolação celulósica
são dependentes de uma condição de equilíbrio entre o óleo isolante e o isolamento celulósico e
vice-versa. Este equilíbrio é influenciado por muitos fatores, como a diferença de temperatura entre
óleo e isolação celulósica. Uma estimativa da condição da isolação celulósica a partir dos valores de
saturação relativa da água em óleo é apresentada no Anexo B (Seção B.4).

5.8.4 Interpretação dos resultados

A rigidez dielétrica e o teor de água estão fortemente correlacionados. Ambos são dependentes
da temperatura e, portanto, é mais adequado medir o teor de água em diferentes temperaturas de
operação do transformador, a fim de obter uma avaliação confiável da umidade na isolação celulósica.

A interpretação do teor de água no óleo está fortemente relacionada com a temperatura do óleo
durante a amostragem tomada diretamente no fluxo de óleo. Para transformadores com uma carga
relativamente constante, um cálculo normalizado do teor de água para 20 °C pode ser útil para análise
de tendências. O procedimento é descrito no Anexo B (Seção B.2).

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 9


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

5.9 Sedimento e borra

Este ensaio é realizado para distinguir sedimento e borra.

Sedimento é o material insolúvel presente no óleo.

Sedimento inclui:

 a) produtos de oxidação ou degradação insolúveis de materiais isolantes sólidos ou líquidos;

 b) produtos sólidos decorrentes das condições de serviço do equipamento; carbono, metal, óxidos
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

metálicos;

 c) fibras e outros materiais estranhos de diversas origens.

A borra é um produto de degradação polimerizado de materiais isolantes sólidos e líquidos. A borra


é solúvel em óleo até um determinado limite, dependendo das características de solubilidade e da
temperatura do óleo.

A presença de sedimento e/ou borra pode alterar as propriedades elétricas do óleo e, além disso, os
depósitos podem impedir a troca de calor, favorecendo assim a degradação térmica dos materiais
isolantes.

O sedimento e a borra devem ser medidos de acordo com o método descrito no Anexo A.

5.10 Teor de inibidor e estabilidade à oxidação

5.10.1 Estabilidade à oxidação

A capacidade do óleo mineral isolante de suportar a oxidação sob solicitação térmica e na presença
de oxigênio e de um catalisador de cobre é chamada estabilidade à oxidação. Ela fornece informações
gerais sobre a expectativa de vida do óleo sob as condições de serviço no equipamento elétrico.
A propriedade é definida como resistência à formação de compostos ácidos, borra e compostos
que exercem influência no fator de perdas dielétricas sob determinadas condições. Os limites de
desempenho aceitáveis devem estar de acordo com as especificações vigentes da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP [2].

A propriedade depende principalmente do processo de refino e de como este é aplicado a uma


determinada matéria-prima. Os óleos minerais refinados contêm, em quantidades variáveis, compostos
naturais que agem como inibidores da oxidação, que são conhecidos como inibidores naturais.
Os óleos que contêm somente inibidores naturais são designados como óleos não inibidos.

Os inibidores de oxidação sintéticos podem ser adicionados para aprimorar a estabilidade à oxidação.
Em óleos para transformadores, é utilizado principalmente o tipo fenólico; o composto geralmente
usado é o 2,6-diterc-butil-paracresol (DBPC). A eficiência dos inibidores adicionados varia com a
composição química do óleo básico.

5.10.2 Monitoramento dos óleos não inibidos

O envelhecimento dos óleos não inibidos é normalmente monitorado pela formação de compostos de
oxidação identificados pelo aumento na acidez, no fator de perdas dielétricas e na redução da tensão
interfacial (ver 5.4; 5.5; e 5.7).

10 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Em estágio avançado de oxidação, borra solúvel e insolúvel também podem ser determinadas de
acordo com o Anexo A.

NOTA Os óleos minerais naftênicos, produzidos com elevados teores de enxofre e conteúdo de carbono
aromáticos, com a finalidade de apresentarem tendência à evolução de gases negativa e elevada estabi-
lidade à oxidação, sem a necessidade de aditivos antioxidantes, podem apresentar potencial corrosivo em
determinadas condições de operação.

5.10.3 Monitoramento dos óleos inibidos

Os óleos inibidos têm um comportamento diferente de oxidação comparados aos óleos não inibidos.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

No início, o inibidor sintético é consumido com pouca formação de produtos de oxidação. Isso é
conhecido como período de indução. Após o inibidor ser consumido, a taxa de oxidação é determinada
principalmente pela estabilidade à oxidação do óleo básico.

O monitoramento do consumo de inibidor é feito por meio da medição do teor de DBPC.

O teor de inibidor deve ser monitorado em intervalos regulares, cuja frequência depende da tempera-
tura operacional e dos níveis de carga. Quando o teor do inibidor for inferior ao indicado na Tabela 7,
existem duas opções, descritas a seguir:

 a) reinibição do óleo para o valor original da concentração do inibidor, se outros parâmetros indicarem
um baixo grau de oxidação;

 b) se o óleo apresentar grau elevado de oxidação, executar regeneração e inibição até a concentração
original.

NOTA 1 Para determinar o desempenho do óleo após reinibição, podem ser utilizados os ensaios de esta-
bilidade à oxidação. Como estes ensaios são destinados a óleos novos, a interpretação dos resultados de
ensaio pode ser difícil. Embora não amplamente utilizada, a ABNT NBR 15362 pode ser benéfica na determi-
nação do tempo de indução para óleos inibidos.

NOTA 2 A presença de inibidores de corrosão, normalmente derivados de benzotriazol (BTA), pode ocorrer
nos óleos com elevados teores de enxofre e conteúdo de carbonos aromáticos. Neste caso, o ensaio de
estabilidade à oxidação e ensaio de enxofre corrosivo terão seus resultados influenciados. Recomenda-se
a verificação da presença de inibidores de corrosão, conforme a ABNT NBR 16270.

5.11 Bifenilas policloradas (PCB)

As bifenilas policloradas (PCB) são uma família de hidrocarbonetos aromáticos clorados sintéticos,
com boas propriedades térmicas e elétricas. Estas propriedades, combinadas com a excelente estabi-
lidade química, tornaram-nas úteis em numerosas aplicações comerciais. Entretanto, sua estabilidade
química e resistência à biodegradação deram origem à preocupação relacionada com a poluição
ambiental, higiene e segurança do trabalho.

NOTA Com a preocupação crescente sobre o impacto ambiental dos PCB, no Brasil, foi publicada em
1981 a Portaria Interministerial 019 [3] que proíbe a comercialização e uso de PCB em todo o território
nacional. Em 2005, o país ratifica a Convenção de Estocolmo com o compromisso da retirada total de uso de
PCB até o ano de 2025 [4].

O teor de PCB do óleo em equipamentos novos deve ser medido para confirmar se o óleo está
isento de PCB. Daí em diante, sempre que houver um risco de contaminação potencial (tratamento
de óleo, reparos em transformador etc.), o óleo deve ser analisado conforme a ABNT NBR 13882.
Se o teor de PCB exceder os limites definidos, devem ser adotadas medidas conforme indicado na
ABNT NBR 8371.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 11


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Toda a informação que envolve a questão do PCB, em óleos isolantes e equipamentos elétricos,
incluindo armazenamento, transporte, concentrações-limite, técnicas de análise aplicáveis, destinação
final, dentre outros, se encontra descrita na ABNT NBR 8371.

5.12 Compatibilidade de óleos isolantes


Os óleos que atendem às especificações vigentes da ANP, quando novos, podem ser utilizados
para complementação de nível em equipamentos elétricos, embora a mistura de óleos isolantes de
diferentes fabricantes implique na perda de rastreabilidade do produto. Importante ressaltar que os
óleos utilizados para complementação de nível devem passar por tratamento prévio.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Os óleos que não contêm aditivos são considerados compatíveis entre si e podem ser misturados em
qualquer proporção. A experiência de campo indica que nenhum problema foi encontrado quando óleo
novo foi adicionado em pequenas porcentagens, ou seja, menos de 5 %, a óleos usados classificados
como ‘bons’ (ver 9.3), embora adições maiores a óleos muito envelhecidos possam provocar a
precipitação de borra.

Os ensaios de compatibilidade podem ser necessários para a determinação da viabilidade de mistura


de óleos novos de tipos e origens diferentes com o óleo em serviço. As características principais da
mistura, como o fator de dissipação dielétrica, a acidez, o ponto de fluidez e a estabilidade à oxidação,
não podem ser inferiores àquelas do pior óleo individual. Recomenda-se consultar o fornecedor do óleo
se surgir qualquer dúvida a respeito de compatibilidade.

As características principais, incluindo estabilidade à oxidação e fator de perdas dielétricas, após


o envelhecimento, são determinadas em uma mistura dos óleos componentes (amostra composta).
Os óleos devem ser misturados na mesma proporção, da maneira esperada no campo. Se, entretanto,
esta proporção não for conhecida, então devem ser misturados na relação 1:1. Após a mistura, os óleos
devem ser ensaiados conforme a ABNT NBR 10504. Os resultados obtidos na amostra composta não
podem ser menos favoráveis do que aqueles do pior óleo individual. Os ensaios mínimos considerados
necessários para caracterizar as misturas de óleo são:

 a) fator de perdas dielétricas;

 b) acidez; e

 c) estabilidade à oxidação.

NOTA Se no mínimo um dos óleos da mistura for inibido, então convém que o procedimento para o
ensaio de estabilidade à oxidação para óleo inibido seja utilizado.

5.13 Enxofre corrosivo


A quantidade de enxofre no óleo depende do processo de refino, do grau de refinação e do tipo de
petróleo, o qual está normalmente presente em forma de compostos organossulfurados, mas a conta-
minação de enxofre elementar também pode ocorrer. A presença de compostos reativos que causam
corrosão em temperaturas normais de operação é devido ao mau refino ou a contaminação.

A temperaturas relativamente elevadas, as moléculas de óleo contendo enxofre podem se decompor


e reagir com superfícies metálicas e formar sulfetos metálicos. Estas reações podem ocorrer em
chaves comutadoras, com consequente impacto na condutividade dos contatos. Ver ABNT NBR 10505.

Algumas moléculas contendo enxofre também podem causar a formação de sulfeto de cobre (Cu2S),
que, por sua vez, se deposita na isolação celulósica do equipamento elétrico. Este fenômeno leva
a uma redução das propriedades do isolamento elétrico e já resultou em várias falhas de equipa-
mentos em serviço [7].

12 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

A deposição de Cu2S ocorre preferencialmente em equipamentos elétricos com isolação celulósica,


onde os compostos de enxofre corrosivo estão presentes no óleo, o cobre utilizado está desprotegido,
as temperaturas ambientes e/ou operacionais são elevadas e a quantidade de oxigênio no óleo é
limitada. Um grupo de substâncias que causam estes efeitos no óleo são os dissulfetos, por exemplo,
o dibenzil dissulfeto.

A ANP [2] fornece especificações técnicas para óleos novos que visam assegurar que a deposição
do sulfeto de cobre (Cu2S) no papel não ocorra em serviço. O ensaio utilizado para este propósito
(ABNT NBR 10505) é aplicado a óleos que não contêm aditivo passivador de metal.

A metodologia de ensaio da ABNT NBR 10505 foi desenvolvida em princípio para recebimento e
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

qualificação de líquidos isolantes novos, antes de qualquer contato com materiais de fabricação de
equipamentos elétricos. Dois procedimentos são apresentados, um para a corrosão em cobre e outro
para a corrosão em prata. O cobre é ligeiramente menos sensível à corrosão do enxofre do que a
prata, mas os resultados são mais fáceis de interpretar e menos propensos a erros. O procedimento
para a corrosão em prata é fornecido especificamente para aqueles usuários que têm aplicações onde
o líquido isolante está em contato com uma superfície de prata e, em particular, para a determinação
de corrosividade em óleos regenerados.

Para a aplicação do método de corrosão em cobre em óleos após contato com o equipamento, óleos
regenerados ou óleos usados, deve-se levar em consideração que a presença de compostos de
oxidação do óleo pode alterar ou mascarar a cor das tiras de cobre, prejudicando a interpretação dos
resultados. Como alternativa, a ABNT NBR 10505:2017, Anexo A, apresenta um método de corrosão
em cobre especialmente desenvolvido para o monitoramento de óleos em serviço, onde a influência
da cor do óleo e a presença de compostos de oxidação é minimizada.

Uma combinação de vários fatores, não só o potencial de corrosividade do óleo, pode levar a uma
falha no equipamento elétrico. Neste caso, deve ser realizada uma avaliação de riscos, incluindo as
condições de operação e projeto do equipamento.

5.14 Contagem de partículas


A presença de partículas no óleo isolante em equipamentos elétricos pode ter um número de fontes
possíveis. O próprio equipamento pode conter partículas provenientes da fabricação e o óleo pode
conter partículas decorrentes do armazenamento e manuseio, se não for corretamente filtrado.
O desgaste e o envelhecimento do óleo e dos materiais sólidos podem produzir partículas durante a
vida em serviço do equipamento. Sobreaquecimentos em torno de 500 °C podem formar partículas de
carbono. As partículas de carbono, produzidas no comutador sob carga, podem migrar por vazamento
para o compartimento de grande volume de óleo (tanque principal) e contaminar as peças imersas
no óleo do transformador. Uma fonte típica de partículas metálicas é o desgaste de rolamentos das
bombas.

O efeito de partículas na rigidez dielétrica do óleo isolante depende do tipo de partícula (metálica,
fibras, borra etc.) e do seu teor de água.

Historicamente, algumas falhas em transformadores de alta-tensão foram associadas à contaminação


por partículas. Os ensaios tradicionais de rigidez dielétrica não foram suficientes para identificar o
problema e os métodos de contagem de partículas foram recomendados como ferramenta de moni-
toramento [10].

A identificação da natureza das partículas é mais importante do que a contagem de partículas, uma
vez que partículas metálicas podem ser muito mais perigosas do que a fibra de celulose. Além disso,
a identificação de partículas é um passo necessário para verificar a origem dessas partículas e para
permitir a ação corretiva rápida.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 13


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

A investigação sobre a natureza das partículas pode ser feita por intermédio de espectrometria
de emissão atômica, espectrofotometria de absorção atômica, ferrografia analítica ou outra técnica
similar que atenda aos requisitos (ver ASTM D 5185, ASTM D 6595, ASTM D 7151 e CIGRE Technical
Brochure 157).

5.15 Ponto de fluidez

O ponto de fluidez é uma medida da capacidade do óleo fluir sob baixas temperaturas. Não há evi-
dências de que esta propriedade seja afetada pela deterioração normal do óleo. Alterações no ponto
de fluidez podem normalmente ser interpretadas como o resultado da complementação com tipos
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

diferentes de óleo.

5.16 Ponto de fulgor e combustão

Descargas elétricas no óleo ou exposição prolongada a temperaturas muito altas podem produzir
quantidades suficientes de hidrocarbonetos de baixa massa molecular, causando a diminuição do ponto
de fulgor do óleo.

Um ponto de fulgor baixo pode ser indicação da presença de produtos combustíveis voláteis no óleo.
Isto pode resultar da contaminação por um solvente, mas, em alguns casos, observou-se que a causa
era devida a descargas com centelhamento intenso.

5.17 Dibenzil dissulfeto (DBDS)


Em temperatura normal de operação do transformador, o DBDS é potencialmente corrosivo para as
superfícies de cobre e, pode formar sulfeto de cobre sob certas condições.

Dentre os compostos de enxofre com característica corrosiva, o DBDS desempenha um papel


predominante no problema da corrosão. Identificado como o principal composto de enxofre em vários
óleos isolantes, está presente na maioria dos óleos isolantes corrosivos produzidos e misturados após
1988-1989 (embora aprovados nos ensaios de corrosividade do seu tempo). A partir de 2006, pouco
oleo isolante contendo DBDS em quantidades detectáveis foi comercializado no Brasil.

NOTA 1 É importante notar que há óleos com característica corrosiva em serviço, apesar da ausência de DBDS.

NOTA 2 O dibenzil dissulfeto é um composto de enxofre usado como aditivo antioxidante em compostos de
borracha, estabilizador para frações de petróleo e, aditivo para óleos silicone e lubrificante.

5.18 Passivador
A adição de um passivador de metal é a técnica de mitigação que tem sido usada amplamente, a fim
de minimizar os riscos de corrosividade ao cobre por compostos de enxofre corrosivo em óleos em
serviços que não cumpram com os requisitos da ABNT NBR 10505. Em particular, um derivado do
tolutriazol tem sido utilizado. Tipicamente 100 mg/kg (0,01 % em peso) desta substância é adicionada
para inibir as reações do cobre com enxofre corrosivo.

Os passivadores de metal são aditivos químicos derivados do tolutriazol adicionado aos óleos minerais
isolantes em serviço de modo a passivar o cobre do transformador na prevenção da ocorrência de
corrosividade devido a presença de compostos de enxofre corrosivo.

Passivadores de metal tem uma longa história de uso em óleo mineral, principalmente em óleo lubrifi-
cante, mas também, em menor medida, em óleo isolante. Eles têm sido utilizados não só para neutra-
lizar a corrosão, mas também para melhorar a estabilidade à oxidação e para suprimir a eletricidade
estática.

14 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Na passivação, após um período de equilíbrio, em que parte do composto é absorvido pelo papel,
um teor entre 65 mg/kg e 70 mg/kg permanece no óleo isolante. É essencial monitorar o teor de
passivador durante o serviço para garantir a proteção continuada do transformador. Os estudos da
CIGRÉ [8] demonstram que o passivador é efetivo para prevenir a corrosividade em concentrações
acima de 20 mg/kg.

Recomenda-se a repassivação se o teor de passivador cair abaixo de 50 mg/kg.

5.19 Viscosidade

A viscosidade está relacionada à velocidade de fluxo do líquido dielétrico e tem influência sobre
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

a transferência de calor e, consequentemente sobre a elevação de temperatura do equipamento.


Nas temperaturas mais baixas, o aumento da viscosidade também influencia na velocidade das partes
móveis, como aquelas existentes em disjuntores, chaves, mecanismos de comutadores de carga
(OLTC) e bombas.

O envelhecimento e a oxidação normal do óleo não afetam de maneira significativa a sua viscosidade.

5.20 Análise cromatográfica de gases dissolvidos

A formação de gases em equipamentos elétricos imersos em óleo pode se dar devido ao processo de
envelhecimento natural, e/ou em maior quantidade, como resultado de defeitos incipientes. A operação
em presença de defeitos pode causar sérios danos aos equipamentos. Logo, é de grande interesse
que se possa detectar o defeito em seu estágio inicial de desenvolvimento, podendo a natureza e a
importância dos defeitos serem avaliadas a partir da composição dos gases e da taxa de crescimento
com que são formados.

No caso da ocorrência de um defeito incipiente, as quantidades de gases gerados são pequenas.


Estes gases dissolvem-se no líquido isolante; gases livres são encontrados somente em casos
especiais. Os gases dissolvidos são divididos entre as fases líquida e gasosa, por difusão.

A análise periódica de amostras de óleo quanto a gases dissolvidos é uma das formas de detectar
defeitos em equipamentos elétricos.

A interpretação dos resultados obtidos por esta técnica deve ser conforme a ABNT NBR 7274.
Esta interpretação e a significação de uma análise são melhoradas se forem utilizados o mesmo
material e as mesmas técnicas durante toda a investigação. Isto é particularmente importante quando
se trata de apreciar a evolução da formação de gases em um equipamento, por meio de análises de
amostragens feitas em intervalos sucessivos.

5.21 Metais

A contaminação do óleo mineral isolante por metais é causa de preocupação por parte de fabri-
cantes e usuários de transformadores e reatores, principalmente de alta e extra-alta-tensão. Trabalhos
técnicos desenvolvidos por vários pesquisadores demonstram principalmente a grande influência das
partículas metálicas sobre a rigidez dielétrica do óleo.

Em equipamentos novos, os metais em suspensão no óleo podem ser provenientes das diversas
etapas de fabricação e montagem (cobre, ferro, silício, etc.) e em equipamentos em operação, além
dos metais presentes no equipamento novo, o nível de contaminação por metais pode aumentar devido
a problemas operacionais com bombas de circulação, descargas elétricas e desgaste mecânico.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 15


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Os metais que se encontram em suspensão no óleo podem ser atraídos para regiões de altos esforços
dielétricos, agrupando-se como agulhas em cadeia, que concentram estes esforços. Isto pode dar
origem a descargas parciais e inclusive pode causar a ruptura dielétrica do óleo (arco).

A técnica utilizada atualmente para a determinação de metais em óleo mineral isolante é chamada
de espectrometria de emissão atômica, acoplada ao plasma (ICP-AES).

5.22 Ferrografia analítica e quantitativa

Ferrografia é uma técnica que permite uma avaliação do desgaste dos componentes de uma máquina,
possibilitando a separação, classificação, medição e visualização das partículas existentes em uma
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

amostra de óleo mineral isolante. Esta técnica pode ser empregada na análise de falhas, avaliação de
desempenho e também como uma técnica de manutenção preditiva.

O desenvolvimento desta técnica foi baseado em premissas como: todas as máquinas desgastam,
o desgaste gera partículas, sendo que o tamanho e a quantidade de partículas geradas indicam o tipo
de desgaste e apontam para possíveis causas. Se a velocidade do fluxo de óleo é baixa, a maioria das
partículas suspensas no óleo (desgaste, contaminação, etc.) se decanta.

A ferrografia quantitativa determina a concentração de partículas de desgaste maiores que 5 µm,


permitindo a análise de tendências e informações importantes quanto às alterações no modo de
desgaste.

A ferrografia analítica identifica o tipo de desgaste (pitting, abrasão por contaminantes, desalinha-
mentos, corrosão etc.).

6 Amostragem de óleo do equipamento


As amostras devem ser representativas do óleo isolante contido no equipamento. Procedimentos de
amostragem sem os devidos cuidados ou contaminação no recipiente da amostra podem conduzir
a conclusões errôneas a respeito da qualidade do óleo e a perdas de tempo, esforços e despesas
decorrentes da obtenção, transporte e ensaios da amostra.

Para amostragem do óleo isolante em equipamento, proceder conforme a ABNT NBR 8840. Quando
disponível, as instruções do fabricante devem ser seguidas.

7 Categorias de equipamentos
Os equipamentos foram divididos, independentemente do tipo, em classes de tensão, sendo:

 a) menor ou igual a 36,2 kV;

 b) maior que 36,2 kV e menor ou igual a 72,5 kV;

 c) maior que 72,5 kV e menor ou igual a 145 kV;

 d) maior que 145 kV.

16 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

8 Avaliação do óleo mineral isolante em equipamentos novos


Parte dos equipamentos elétricos é fornecida ao usuário final já preenchida com óleo mineral. Nestes
casos, como o óleo já entrou em contato com o isolante e outros materiais, ele não pode mais ser
considerado um “óleo novo” conforme definido nas especificações vigentes da ANP [2].

As propriedades podem variar com o tipo de equipamento devido aos diferentes tipos de material
e relações entre a isolação líquida e sólida, contemplando os limites da Tabela 2.

Tabela 2 – Valores de referência a para início de controle de óleos isolantes


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

em equipamentos novos
Categoria de equipamento c
Características b Método de ensaio > 36,2 kV > 72,5 kV
≤ 36,2 kV > 145 kV
≤ 72,5 kV ≤ 145 kV
Aparência Visual Claro e isento de materiais em suspensão
Cor, máx. ABNT NBR 14483 1,0
Índice de neutralização,
ABNT NBR 14248 0,03
mg KOH/g, máx.
Tensão interfacial a
ABNT NBR 6234 40
25 °C, mN/m, mín.
Teor de água, mg/kg, máx. ABNT NBR 10710 20 15 10 10
Rigidez dielétrica, kV, mín.
ABNT NBR IEC 60156 55 60 70 80
Eletrodo tipo calota
Fator de perdas dielétricas,
%, máx.d
% a 25 °C ABNT NBR 12133 0,05 0,05
% a 90 °C 0,70 0,50
% a 100 °C 0,90 0,60
Teor de PCB, mg/kg, ABNT NBR 13882 ND
ABNT NBR 10505
Enxofre corrosivo Não corrosivo
DIN 51353
Contagem de partículas,
máx. e, f
● ≥ 4 µm ABNT NBR 14275
● ≥ 5 µm ISO 4407
10 000
Antes do enchimento g: – partículas
/100 mL
15 000
Após o enchimento h: – partículas
/100 mL

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 17


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Tabela 2 (continuação)
Categoria de equipamento c
Características b Método de ensaio > 36,2 kV > 72,5 kV
≤ 36,2 kV > 145 kV
≤ 72,5 kV ≤ 145 kV
15 000
Após o enchimento h: – partículas
/100 mL
a Estes valores de referência são aplicados a ensaios realizados em amostras antes do enchimento, retiradas após
24 h e até 30 dias após o enchimento do equipamento, antes da energização. Nos casos onde a energização for
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

superior a 30 dias e dentro do período de garantia do equipamento, os valores de referência devem ser acordados
entre comprador e fabricante.
b Além das mencionadas anteriormente, outras características podem ser determinadas nos casos de necessidade
de identificação do tipo de óleo ou mais informações sobre ele.
c Para óleos de tanque de comutador, os valores de referência são os mesmos do óleo do equipamento, respeitando
a classe de tensão.
d Valores para fator de perdas dielétricas acima dos recomendados podem indicar excessiva contaminação ou
aplicação indevida de materiais sólidos na manufatura do equipamento e devem ser investigados.
e Os padrões utilizados anteriormente ao ano de 1999 (ACFTD) não são equivalentes aos atuais padrões NIST,
que agora são utilizados por contadores automáticos e apresentam valores divergentes. Para compatibilizar os
resultados anteriores aos atuais padrões NIST, o que antes era quantificado como 2 µm, agora é considerado
como 4 µm, via contagem automatizada (ABNT NBR 14275) ou 5 µm, via contagem real por microscopia óptica
(ISO 4407).
f Os valores apresentados nesta Tabela referem-se a transformadores de potência e reatores (para categorias com
classe de tensão acima de 145 kV).
g O valor de referência da contagem de partículas antes do enchimento (para categorias de equipamentos maior ou
igual a 525 kV) é de no máximo 5 000 partículas/100 mL.
h O valor de referência da contagem de partículas após enchimento (para categorias de equipamentos maior ou igual
a 525 kV) é de no máximo 7 000 partículas/100 mL.

ND = Não detectado

9 Avaliação do óleo em serviço


O óleo isolante em serviço é submetido à temperatura, oxigênio, água e outros catalisadores, todos
prejudiciais às propriedades do óleo. Para avaliar a qualidade do óleo em serviço, devem ser realizadas
amostragens e análises regulares.

Em alguns casos, o primeiro sinal da deterioração do óleo pode ser obtido pela observação direta da
cor e limpidez do óleo através do visor do conservador. Do ponto de vista ambiental, esta inspeção
simples e fácil pode ser também utilizada para monitorar vazamentos e derramamentos de óleo no solo.

A interpretação dos resultados, em relação à deterioração funcional do óleo, deve ser efetuada por
pessoa capacitada com base nos seguintes elementos de gerenciamento de risco e análise do ciclo
de vida:

 a) valores característicos para o tipo e família de óleos e equipamentos desenvolvidos por métodos
estatísticos;

 b) avaliação de tendência e a taxa de variação dos valores para uma determinada propriedade do óleo;

 c) valores normais ou típicos para o tipo e família apropriados do equipamento.

18 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

No caso de óleo contaminado com PCB, o impacto ambiental é um fator crítico a ser considerado,
assim como as regulamentações locais. Se houver suspeita de que o óleo tenha sido contaminado com
PCB, devem ser realizadas análises específicas, e a interpretação dos resultados deve ser utilizada
na avaliação do risco para serem consideradas a prevenção e a mitigação dos danos potenciais ao
ambiente e para serem evitados riscos desnecessários à equipe e para o público.

9.1 Periodicidade das análises de óleo em serviço

9.1.1 Não é possível determinar uma regra geral para periodicidade das análises do óleo em serviço,
que possa ser aplicada a todas as situações encontradas.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

9.1.2 A periodicidade depende do tipo, função, categoria (classe de tensão) e condições de serviço
do equipamento e do óleo, e deve levar em consideração ainda a importância relativa do equipamento
para o processo produtivo do usuário.

9.1.3 Para transformadores de potência e reatores, sugere-se a seguinte periodicidade de amostragem:

 a) antes da energização;

 b) de 24 h a 72 h após a energização;

 c) um mês após energização;

 d) semestral até o término da garantia;

 e) após o término da garantia, realizar anualmente os ensaios físico químicos do Grupo 1 – Tabela 1
juntamente com análise de gases dissolvidos por cromatografia.

NOTA Esta recomendação de periodicidade não se aplica a transformadores para redes aéreas de
distribuição.

9.1.4 Outros critérios devem ser seguidos em condições especiais, por exemplo:

 a) transformadores em sobrecarga requerem análises mais frequentes;

 b) equipamentos, onde algumas propriedades significativas do óleo se aproximam do limite reco-
mendado para a continuação em serviço, requerem análises mais frequentes.

9.2 Procedimentos de ensaios

9.2.1 Geral

O local, número e tipo de ensaios que podem ser realizados em uma dada amostra de óleo, variam
dependendo das circunstâncias locais e de considerações econômicas.

O óleo em serviço tende a variar amplamente na extensão da degradação e no grau de contaminação.


Em geral, um único tipo de ensaio não é suficiente para avaliar a condição do óleo.

O diagnóstico deve ser, preferencialmente, baseado nas características significativas determinadas


em laboratórios adequadamente qualificados e equipados. Entretanto, alguns usuários consideram
vantajosa a realização de ensaios de triagem no campo.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 19


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

9.2.2 Ensaios de campo


Em algumas circunstâncias, existe a necessidade de realizar os ensaios de campo. Estes são tipica-
mente escolhidos para atender aos seguintes requisitos:

 a) obter uma estimativa rápida da condição do óleo;

 b) estabelecer a classificação de óleos envelhecidos em serviço (ver 9.3);

 c) eliminar qualquer alteração das propriedades da amostra de óleo em razão do transporte para um
laboratório e/ou armazenamento de amostras de óleo; e
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

 d) avaliar/validar instrumento do ensaio online, comparando com instrumentos do ensaio de


laboratório.

Os seguintes ensaios podem ser utilizados como ensaios de campo:

—— inspeção visual (cor e aparência);

—— rigidez dielétrica;

—— teor de água (valor absoluto ou relativo);

—— acidez.
NOTA A experiência tem mostrado que os ensaios de rigidez dielétrica e teor de água realizados no campo
podem produzir resultados confiáveis e podem ser utilizados como ensaios de aceitação.

9.2.3 Ensaios de laboratório

Uma avaliação completa inclui todos os ensaios relacionados na Tabela 1. Entretanto, estes ensaios
podem ser subdivididos em três grupos. Os ensaios aplicáveis a um ou mais grupos podem ser
exigidos de acordo com os requisitos específicos (Tabelas 1 e 2).

9.3 Classificação da condição de óleos em serviço


É complexo estabelecer regras rigorosas e rápidas para a avaliação do óleo em serviço ou limites reco-
mendados de ensaios para todas as aplicações possíveis do óleo isolante em serviço. A classificação
e qualquer ação corretiva consequente devem apenas ser adotadas após a devida consideração dos
resultados de todos os ensaios. A tendência destes resultados ao longo de um intervalo de tempo
é considerada uma informação essencial para se chegar a uma decisão final.

De acordo com a experiência atual, os óleos em serviço podem ser classificados como “atendem aos
valores-limites” ou “não atendem aos valores-limites”, com base na avaliação de suas propriedades.

9.4 Ação corretiva


Em geral, dois tipos de contaminação e deterioração do óleo devem ser considerados: física e química.
Cada tipo requer uma ação corretiva conforme a Tabela 3.

As seguintes recomendações devem também ser observadas:

 a) quando um resultado de ensaio estiver fora dos limites recomendados nas Tabelas 7 a 10, este
deve ser comparado com resultados anteriores. No caso de resultados discrepantes com o
histórico, uma nova amostra deve ser retirada para confirmação antes que qualquer outra ação
seja adotada;

20 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

 b) se forem observadas alterações significativas nas características do óleo, ensaios mais frequentes
devem ser realizados e a ação corretiva apropriada deve ser adotada. Pode ser desejável consultar
o fabricante do equipamento.

Tabela 3 – Resumo das ações corretivas


Causa principal Sintomas Ações corretivas
Teor elevado de água Recondicionamento
Valor baixo de rigidez dielétrica (ver 11.1)
Física
Teor elevado de partículas
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Turvamento (não claro)


Valor elevado de cor Regeneração (ver 11.2)
Baixa tensão interfacial ou
Valor elevado de acidez troca de óleo (ver 12)
Valor elevado do fator de perdas
Química
Presença de sedimentos e/ou borra
Baixo teor de inibidor, para óleo inibido
Baixo teor de passivador, para óleo passivado Restaurar a concentração original do
aditivo de acordo com a Tabela 7
PCB Contaminação detectável de PCB Conforme a ABNT NBR 8371
Realizar avaliação de riscos e
corrigir, se necessário:
Enxofre – Passivação (ver Seção 13);
Óleo com característica corrosiva
corrosivo
– Troca de óleo (ver Seção 12);
– Regeneração (ver Seção 11.2)

NOTA 1 Em alguns casos, se a contaminação química for extremamente elevada, pode ser mais econômica a substi-
tuição do óleo. Um ensaio de viabilidade de regeneração é recomendável.
NOTA 2 Quanto mais envelhecido estiver o óleo no momento de passivação e mais severa as condições de operação
do equipamento, maior é o risco de que passivação não seja uma solução suficiente a longo prazo. Um esquema
detalhado para tratar de enxofre corrosivo e formação de sulfeto de cobre é proposto na Brochura CIGRÉ, nº 378 [7].

10 Manuseio e armazenamento
O máximo cuidado no manuseio do óleo é essencial.

Deve-se ter especial atenção a procedimentos para manipulação segura do óleo isolante, e procedi-
mentos ambientais devem ser adotados de acordo com os regulamentos locais.

Atenção especial deve ser dada para evitar a contaminação cruzada por PCB e também por outros
tipos de óleos isolantes, como silicone, óleo vegetal.

Os tambores devem ser identificados claramente de forma a indicar se são para óleo limpo ou sujo,
e devem ser reservados para o tipo indicado. Nenhum tipo de produto, exceto óleo mineral isolante,
deve ser colocado previamente em tambores ou caminhões-tanque utilizados para destinação do óleo.

Os tambores devem ser armazenados horizontalmente e colocados em posição tal que haja uma
pressão do óleo na tampa ou no bujão. Preferencialmente, devem ser armazenados em local abrigado
e ventilado.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 21


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Não é recomendado o abrigo sob lonas plásticas.

Durante o transporte, os tambores devem estar na posição vertical.

Na prática, pode-se encontrar dificuldade para manter a qualidade do óleo quando este é transferido
de um recipiente para outro em função de uma possível contaminação. Portanto recomenda-se que
este procedimento seja realizado com os devidos cuidados, por pessoal capacitado, no sentido de
evitar contaminações que possam interferir nas características físico-químicas do óleo isolante.

O armazenamento do óleo em tambores danificados nem sempre é conveniente e a transferência do


óleo destes recipientes para o equipamento elétrico deve ser efetuada por meio de uma instalação
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

adequada de tratamento para a remoção de água e gases dissolvidos.

Em locais com equipamentos de tratamento de óleo fixos, a tubulação que sai dos tanques de óleo
limpo para o equipamento elétrico deve ser mantida limpa e isenta de água. Respiradores com
desumidificadores devem ser regularmente inspecionados. Onde unidades móveis de tratamento são
utilizadas, as tubulações flexíveis e as bombas manuais devem ser cuidadosamente inspecionadas
para assegurar que estejam isentas de sujeira e água, bem como devem ser lavadas com óleo limpo
antes do uso. Se o óleo limpo for proveniente de tambores, ele deve ter sido ensaiado recentemente
e os orifícios de enchimento dos tambores devem estar limpos.

As mangueiras utilizadas para óleo limpo e as mangueiras utilizadas para óleo sujo devem ser
claramente identificadas e equipadas com plugues para o fechamento das extremidades, quando fora
de uso. As mangueiras devem ser compatíveis com o óleo. Se mangueiras blindadas com malha de
aço forem utilizadas, elas devem ser interligadas eletricamente e devidamente aterradas para impedir
o acúmulo de cargas estáticas.

11 Tratamento
O tratamento de óleos usados deve ser efetuado com o devido cuidado. Todas as medidas de
segurança devem ser adotadas para minimizar qualquer risco aos trabalhadores, à saúde pública e
ao meio ambiente. O tratamento do óleo deve ser realizado por pessoal qualificado e rigorosamente
de acordo com as regulamentações locais. A avaliação completa do risco deve ser sempre efetuada
antes de iniciar qualquer tratamento.

Deve-se exercer controle rigoroso para que seja evitada a contaminação cruzada por PCB.

Deve-se exercer controle rigoroso para evitar derramamento acidental no meio ambiente. Tubulações,
bombas e mangueiras devem ser cuidadosamente inspecionadas quanto à estanqueidade.

Como os tratamentos de óleo são normalmente realizados sob vácuo, deve-se prestar atenção
especial para evitar emissões para a atmosfera.

Os tratamentos de óleo produzem resíduos e portanto faz-se necessário escolher a melhor tecnologia
disponível para minimizar a geração de resíduos ou materiais sujos. Descartar os resíduos de acordo
com as regulamentações locais.

Se o tratamento for realizado em equipamento energizado, medidas rígidas de segurança devem ser
adotadas para evitar risco aos trabalhadores e ao equipamento.

Deve-se tomar o devido cuidado ao manusear óleo aquecido. Os trabalhadores devem usar os equi-
pamentos de proteção individual adequados de acordo com as regulamentações locais e a avaliação
de risco.

22 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

11.1 Recondicionamento

11.1.1 Geral

O recondicionamento é um processo que elimina ou reduz a contaminação física por meio de pro-
cessos físicos (filtração, desumidificação, desgaseificação etc.)

O recondicionamento é realizado na instalação do usuário, empregando-se meios físicos somente


para remover contaminantes do óleo.

O recondicionamento reduz o teor de partículas e de água do óleo. O processo pode também remover
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

alguns gases dissolvidos e outros componentes, como compostos furânicos. Após a intervenção, os
parâmetros de acompanhamento podem sofrer alterações e os novos valores devem ser utilizados
para avaliação do desempenho do óleo no equipamento.

Os meios físicos utilizados para a remoção de água e partículas do óleo incluem vários tipos de
filtração, centrifugação e técnicas de tratamento termovácuo.

Se o tratamento sob vácuo não for empregado, é recomendável limitar a temperatura a 30 °C. Se o
tratamento sob vácuo for utilizado, uma temperatura mais elevada pode ser vantajosa. Entretanto,
sob o vácuo utilizado, o ponto de ebulição inicial do óleo sob tratamento não pode ser ultrapassado
para evitar a perda indevida de frações mais leves. Se esta informação não estiver disponível,
é recomendável que o óleo não seja tratado sob vácuo a temperaturas superiores a 85 °C.

NOTA O processamento de óleo mineral isolante inibido sob vácuo e sob temperaturas elevadas
pode causar perda parcial de inibidores de oxidação. Os inibidores comuns, 2,6-ditert-butil-paracresol e
2,6-ditert-butil fenol, são mais voláteis que o óleo mineral isolante. A seletividade para a remoção da água
e ar em vez da perda de inibidor e óleo é aprimorada pelo uso de baixa temperatura de processamento.

Se for desejável reduzir partículas sólidas e água livre, a filtragem sob temperatura ambiente e pressão
atmosférica pode ser apropriada. Esse processo não é adequado para grandes quantidades de água
livre, sendo recomendada a remoção do excesso antes da filtração do óleo.

Os filtros utilizados para o tratamento dos óleos sujeitos ao risco de contaminação por carbono (por
exemplo, de comutadores de derivações) não podem ser utilizados para o tratamento de outros óleos.

Para evitar a perda de aditivos, as condições que se apresentaram como satisfatórias para a maior
parte do processamento de óleo mineral inibido são mostradas na Tabela 5.

Se o óleo for purificado a quente, sua viscosidade vai ser reduzida e a vazão com certos tipos de
purificador vai ser maior. Por outro lado, a borra e a água livre são mais solúveis no óleo quente,
portanto, as partículas e a água livre são mais eficazmente removidas pelo tratamento à temperatura
ambiente. A água dissolvida, a água emulsionada e os gases dissolvidos são eficazmente removidos
pelo tratamento aquecido sob vácuo.

Se o óleo contiver material particulado, é recomendável passá-lo através de filtro antes do processa-
mento sob vácuo.

Os valores-limite recomendados para óleo após recondicionamento encontram-se na Tabela 4.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 23


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Tabela 4 – Valores-limite recomendados para óleo após recondicionamento


Categoria de equipamento
Características Método de ensaio > 36,2 kV > 72,5 kV
≤ 36,2 kV > 145 kV
≤ 72,5 kV ≤ 145 kV
Teor de água, mg/kg, máx. ABNT NBR 10710 20 15 10 10
Rigidez dielétrica, kV, mín.
ABNT NBR IEC 60156 55 60 70 80
Eletrodo tipo calota
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Na Tabela 5 são apresentadas as condições para o processamento de óleos isolantes.

Tabela 5 – Condições para o processamento de óleos minerais isolantes inibidos e/ou passivados
Temperatura Pressão mínima
(°C) (Pa)
40 8
50 15
60 30
70 80
80 200
85 280

NOTA Existe dois documentos com informações sobre recondicionamento: Brochura técnica CIGRE
nº 227 [5] e Brochura técnica CIGRE nº 413 [8].

11.1.2 Equipamentos para recondicionamento

11.1.2.1 Filtros

O equipamento de filtração normalmente força a passagem do óleo sob pressão através de material
absorvente como papel ou outro meio filtrante. Os filtros deste tipo são normalmente utilizados para
remover contaminantes em suspensão (o meio filtrante deve ser capaz de remover partículas maiores
que 5 μm). Este equipamento não desgaseifica o óleo.

A capacidade de um filtro para remover a água é dependente da condição de secagem e da quantidade


do meio filtrante. Ao se filtrar óleo que contenha água, o teor de água do meio filtrante rapidamente
entra em equilíbrio com o teor de água do óleo. Uma indicação contínua do teor de água do óleo
tratado é útil para monitorar a eficiência do processo.

Deve-se tomar cuidado para se assegurar que os filtros de papel sejam do grau correto, de modo que
não soltem fibras.

Durante o serviço, os filtros contaminam-se com o óleo usado e com partículas sólidas, portanto,
o seu descarte deve estar de acordo com as regulamentações locais. Os filtros que provavelmente
foram contaminados com PCB devem ser descartados conforme os procedimentos recomendados na
ABNT NBR 8371.

24 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

11.1.2.2 Centrífugas

Em geral, uma centrífuga pode tratar uma concentração muito maior de contaminantes do que um
filtro convencional, mas não remove alguns contaminantes sólidos com a eficiência de um filtro.

Consequentemente, a centrífuga é, em geral, usada para limpeza grosseira, onde grande quantidade
de óleo contaminado deve ser tratado.

Frequentemente, na saída da centrífuga é instalado um filtro para a limpeza final.

11.1.2.3 Tratamento termovácuo


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

O processo de tratamento sob vácuo é um meio eficiente para a redução do teor de gás e água de
um óleo mineral isolante para valores muito baixos (para remover o excesso de água de sistemas
de isolação de papel, o tratamento termovácuo não é um processo eficiente. Neste caso, técnicas
especiais podem ser necessárias).

Existem dois tipos de sistemas de tratamento termovácuo e ambos funcionam com temperatura
elevada. Em um método, o tratamento é realizado por meio da pulverização do óleo em uma câmara
de vácuo; no outro, o óleo flui em finas camadas sobre um conjunto de defletores dentro de uma
câmara de vácuo. Em ambos os tipos, o objetivo é expor a máxima superfície e a mínima espessura
de óleo ao vácuo.

Além da remoção de água, o tratamento termovácuo desgaseifica o óleo e pode remover alguns
ácidos mais voláteis e derivados de furanos.

11.1.3 Aplicação a equipamentos elétricos

11.1.3.1 Purificação direta

O óleo é passado através de um purificador e depois armazenado em recipientes limpos e adequados.


Quando o equipamento elétrico deve ser preenchido novamente, o óleo é passado através do
purificador novamente e então diretamente para o equipamento. Este método pode ser utilizado para
conjuntos de manobra. É adequado também para transformadores menores, mas deve-se tomar
cuidado para assegurar que o núcleo, os enrolamentos, o interior do tanque e outros compartimentos
que contenham óleo sejam completamente limpos. Os compartimentos que contêm óleo, de todos os
equipamentos, devem ser também bem limpos, por meio do óleo do purificador.

11.1.3.2 Purificação por circulação

O óleo é circulado através do purificador, sendo retirado do fundo do tanque do equipamento elétrico.
O reenchimento é executado pelo topo e deve ser efetuado suave e horizontalmente no ou próximo ao
nível superior do óleo, para evitar, tanto quanto possível, a mistura de óleo limpo com óleo que ainda
não passou através do purificador. O método de circulação é particularmente útil para a remoção
de contaminantes suspensos mas, pode ser que, nem todos os contaminantes aderentes sejam
necessariamente removidos.

A experiência tem mostrado que geralmente é necessário passar o volume total de óleo através
do purificador não menos de três vezes e o equipamento com uma capacidade apropriada deve
ser escolhido com isso em mente. O número final de ciclos depende do grau de contaminação e é
essencial que o processo seja continuado até que uma amostra, retirada do fundo do equipamento
elétrico, após o óleo ter sido deixado em repouso por algumas poucas horas, seja aprovada no ensaio
de rigidez dielétrica.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 25


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Recomenda-se que a circulação seja efetuada com o equipamento elétrico desligado da fonte de
energia. Em todos os casos, o óleo deve ser deixado em repouso por algum tempo, de acordo com as
instruções do fabricante, antes do equipamento ser reenergizado.

NOTA É prática efetuar-se este processo com o transformador energizado, mas recomenda-se que isso
seja feito apenas após uma avaliação completa do risco.

Outra técnica que pode ser às vezes utilizada para transformadores, no qual o óleo é continuamente
circulado durante o serviço normal através de um material adsorvente, como peneira molecular,
mantendo assim tanto o óleo como os enrolamentos secos e removendo muitos produtos de oxidação.
Este é um método especializado não considerado nesta Norma.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

11.1.3.3 Transformadores de instrumentos selados


Para evitar o risco de introdução de ar no transformador, que pode conduzir à falha prematura, o recon-
dicionamento do óleo deve ser efetuado rigorosamente, de acordo com as instruções do fabricante,
no momento do recondicionamento.

11.2 Regeneração
11.2.1 Geral
É um processo que elimina ou reduz os contaminantes polares solúveis e insolúveis existentes no óleo
por meio de processamento químico e físico. Os processos de regeneração requerem competência,
equipamentos e experiência especiais. O produto resultante deve ser avaliado por meio de parâmetros
críticos de modo a obter informações sobre a eficiência do processo e estimar o tempo de vida útil
remanescente.
Por meio deste processo, aplicado a um óleo mineral isolante, pode-se obter como resultado, que este
seja restaurado a um padrão aceitável. A regeneração de óleos de moderada a alta acidez, usual-
mente resulta em óleos com resistência à oxidação mais baixa do que o óleo novo original.
Estes processos devem resultar em um óleo que atenda aos valores da Tabela 6.

Tabela 6 – Valores recomendados para óleo após regeneração,


em qualquer classe de tensão, para equipamentos em operação
Característica Método de ensaio Valores recomendados
Índice de neutralização, mg KOH/g de óleo, máx. ABNT NBR 14248 0,03
Tensão interfacial a 25 °C, mN/m, mín. ABNT NBR 6234 40,0
Fator de perdas dielétricas a 25 °C, %, máx. ABNT NBR 12133 0,07
a 90 °C, máx. 0,60
ABNT NBR 12133
a 100 °C, máx. 0,70
Teor de inibidor (DBPC), %, máx. ABNT NBR 12134 0,33
Rigidez dielétrica, kV, mín. ABNT NBR IEC 60156 Conforme Tabela 4
Água, mg/kg, máx. ABNT NBR 10710 Conforme Tabela 4
RBOT, min. ABNT NBR 15362 220
NOTA Estes valores não se aplicam a transformadores reformados, após contato.

26 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Os valores de rigidez dielétrica e teor de água não se aplicam para tanques e containers. Neste caso,
utilizar os valores da ANP.

A concentração de PCB após regeneração deve ser menor ou igual à concentração de PCB antes
da regeneração, limitada ao valor máximo de 50 mg/kg.

Antes de executar um processo de regeneração, é recomendado efetuar um ensaio de viabilidade em


laboratório.

Há dois tipos de regeneração de óleo: por percolação e por contato.


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

11.2.2 Regeneração por percolação

O processo completo consiste em fases consecutivas.

O óleo, retirado da parte inferior do equipamento elétrico, é aquecido a uma certa temperatura e
circulado através de um filtro (para eliminar partículas e sólidos em suspensão) sendo retornado
ao equipamento pelo topo.

É então circulado através de um ou mais cartuchos contendo terra “fuller” ou outro material adequado,
para eliminar contaminantes polares solúveis.

O óleo é finalmente circulado através de um dispositivo de recondicionamento (desidratador a vácuo


ou centrífuga) para eliminar água e gases.

A terra “fuller” é um material ativo, contendo áreas polares ativas, tanto internas como externas,
as quais permitem que os componentes não polares do óleo passem através dele sem retenção,
porém retêm os contaminantes polares ou os compostos de degradação dissolvidos no óleo.

Há disponibilidade de vários tipos de diferentes argilas que têm provado serem adequadas para este
serviço. As mais usadas são as dos tipos sepiolita, bentonita, atapulgita ou montmorilonita, entre
as quais a terra “fuller” é a mais comumente usada. São constituídas de anions silicato [Si2O5]n
condensadas com camadas octaédricas do tipo X(OH)2, onde X pode ser magnésio, alumínio etc.

Normalmente, a terra “fuller” é tratada para aumentar sua área superficial específica e a concentração
e polaridade de seus ácidos Lewis. A terra “fuller” pode ser usada sozinha ou combinada com outros
produtos químicos como fosfato trisódico, carvão ativo e silicato de sódio.

A retenção de contaminantes por áreas ativas adsorventes é geralmente melhorada pela temperatura,
e assim sendo, o processo normalmente ocorre entre 60 °C e 80 °C.

A experiência demonstrou que é usualmente necessário passar o volume total do óleo através do
adsorvente no mínimo três vezes; contudo, pode ser usado equipamento de regeneração com capa-
cidade para efetuar os três ciclos. O número final de ciclos depende do grau de contaminação inicial
e dos níveis finais desejados para as propriedades do óleo.

No caso de equipamento altamente contaminado, é prática transferir todo o óleo para um tanque limpo,
regenerar uma pequena porção do óleo e usá-lo para lavar completamente o equipamento elétrico,
especialmente os enrolamentos. A esta porção do óleo é dado o destino adequado às regulamentações
locais, e o óleo remanescente é então regenerado conforme descrito acima.

É importante ter em mente que uma pequena porção do óleo, menor que 5 %, é retida pelo adsor-
vente, por isso, uma quantidade adicional de óleo é necessária para completar o nível no equipamento,
no final do processo.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 27


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Durante o serviço o adsorvente é contaminado com óleo usado e contaminantes sólidos, portanto,
o descarte ou reativação do produto deve ser realizado de acordo com as regulamentações locais.
Consideração especial deve ser dada ao material adsorvente que se admita estar contaminado com PCB.

11.2.3 Regeneração por contato

Este processo consiste na agitação do óleo contaminado, na presença de terra “fuller”, em um


recipiente adequado. Não é um sistema apropriado para aplicações industriais porque necessita de
longos períodos de inatividade do equipamento elétrico, porém pode ser de utilidade na reciclagem
de grandes quantidades de óleos usados.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Normalmente este processo é usado em laboratório para investigar a viabilidade de um processo de


regeneração para um determinado óleo e estimar os níveis finais das propriedades que podem ser
alcançadas pela regeneração no campo.

11.2.4 Renovação de aditivos

Como a regeneração é realizada após o envelhecimento do óleo, é inevitável que os inibidores (naturais
ou adicionados) do óleo sejam no mínimo parcialmente consumidos. É, portanto, recomendada a
readitivação dos óleos regenerados, antes da reativação do equipamento. Os aditivos mais largamente
usados são 2,6-di-terciário-butil-paracresol (DBPC) e 2,6-di-terciário-butil-fenol (DBP). Passivadores
de metais também são reduzidos ou removidos devido à sua natureza polar.

11.3 Descontaminação de óleos contendo PCB


11.3.1 Geral

Algumas regulamentações locais permitem a manutenção em operação de transformadores contendo


óleos contaminados com PCB. Caso o óleo seja contaminado acidentalmente, há vários processos
e técnicas disponíveis para a descontaminação, local ou externa, de óleos contaminados com PCB.
Estes processos são baseados em reações químicas entre os PCB e um reagente para remover
o cloro presente. Todos os métodos de descontaminação de PCB, tanto locais como externos, devem
ser aplicados por empresas licenciadas, atendendo totalmente às regulamentações locais.

As técnicas externas de descontaminação são limitadas por considerações como o transporte seguro
do equipamento e líquido contaminados a uma empresa de processamento de óleo autorizada e são
sujeitas a regulamentações locais.

11.3.2 Processos de desalogenação usando derivados de sódio e lítio

Estes processos são aplicados normalmente em bateladas e usam reagentes baseados em sódio
metálico, hidreto de sódio, hidreto de lítio e aditivos, para a desalogenação do PCB no óleo. Este
tipo de processo é normalmente realizado sob pressão e temperatura entre média e alta (150 °C a
300 °C). Esta temperatura é mais elevada do que o ponto de fulgor do óleo (140 °C a 150 °C) e,
portanto, introduz riscos subsequentes de segurança.

Devem ser tomadas as medidas adequadas para minimizar o risco de fogo ou explosão, especialmente
na presença de óleo úmido.

11.3.3 Processo de desalogenação usando polietileno glicol e hidróxido de potássio

Este processo, desenvolvido para evitar os problemas associados ao uso de sódio metálico, usa
um reagente líquido baseado em polietileno glicol e um hidróxido de metal alcalino, como, hidróxido
de potássio. Este tipo de processo, realizado a temperaturas entre 130 °C e 150 °C, tem eficiência
limitada sobre certos tipos de contaminantes (por exemplo, aroclor 1242).

28 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

11.3.4 Desalogenação em modo contínuo por processo em circuito fechado

Este processo usa um reagente sólido que consiste de uma mistura de glicol de alto peso molecular,
uma mistura de bases e um promotor de radicais ou outro catalisador para a conversão química do
cloro orgânico em sais inertes, sobre um suporte particulado de alta área superficial.

Este processo normalmente funciona entre 80 °C e 100 °C e tem a capacidade de descontaminar


o equipamento no local, por meio de circulação contínua do óleo em sistema fechado (sem drenagem
do óleo ou uso de tanques auxiliares), usando a capacidade de solvência do óleo para a extração do
PCB de materiais sólidos existentes no interior do equipamento.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

NOTA Alguns processos de desalogenação demonstraram que removem eficientemente alguns compos-
tos de enxofre corrosivo do óleo.

12 Substituição do óleo em equipamentos elétricos


12.1 Substituição do óleo em equipamentos com tensão menor ou igual a 72,5 kV

Inicialmente, drenar toda a carga de óleo a ser substituída.

Uma quantidade adicional de óleo limpo e de qualidade que atenda aos requisitos da Tabela 2 para
esta classe de tensão, deve ser utilizada para lavar o interior do tanque, incluindo a parte ativa.
É essencial que o tanque e as superfícies dos condutores e isoladores sejam limpos de forma eficaz e
mantidos livres de fibras. Estas fibras são facilmente introduzidas por meio da utilização de materiais
de limpeza não satisfatórios durante a manutenção da fábrica; na prática, os únicos materiais eficientes
e admissíveis são sintéticos. É também essencial que o tanque e outras superfícies sejam mantidos
livre de água.

Um jato pressurizado com óleo limpo de qualidade conhecida tem mostrado benefícios na remoção
de fibras e outros materiais estranhos.

Deve-se notar que possivelmente até 10 % do óleo original pode permanecer absorvido na isolação
sólida e seus contaminantes podem demorar um tempo maior para migrar para o óleo novo.

A aplicação de um procedimento de extração por vácuo se mostrou eficiente na remoção dos conta-
minantes, desde que o equipamento possa suportar o vácuo.

Durante o processo de enchimento do tanque a entrada de ar deve ser evitada. Preferencialmente,


os tanques devem ser enchidos a partir do fundo. Após o enchimento, recomenda-se um período de
repouso superior a 12 h, a fim de permitir a saída de bolhas de ar, antes do comissionamento dos
transformadores.

12.2 Substituição do óleo em equipamentos com tensão maior que 72,5 kV

Consultar as recomendações do fabricante do equipamento.

12.3 Substituição do óleo contaminado com PCB em equipamentos elétricos

Proceder conforme a ABNT NBR 8371.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 29


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

13 Passivação
O passivador de metais é adicionado em uma solução, dissolvido em óleo isolante. Esta solução está
disponível comercialmente, porém alguns prestadores de serviços preparam a solução com o óleo
a ser passivado. A solução pode ser adicionada por meio de uma unidade de processamento de óleo
ou outro equipamento adequado.

14 Valores-limite para ação corretiva


A Tabela 7 apresenta valores-limite para óleo em transformadores e reatores em uso.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

Tabela 7 – Transformadores e reatores


> 36,2 kV > 72,5 kV
Característica Método de ensaio ≤ 36,2 kV > 145 kV
≤ 72,5 kV ≤ 145 kV
Claro, isento de materiais em
Aparência Visual
suspensão
Rigidez dielétrica, kV eletrodo
ABNT NBR IEC 60156 40 50 60
tipo calota, mín.
Teor de água,
ABNT NBR 10710 40 30 20
mg/kg, máx.
Fator de perdas, %, máx.
a 25 °C 0,5 –
ABNT NBR12133
a 90 °C 15 12
a 100 °C 20 15
Índice de neutralização mg
ABNT NBR 14248 0,20 0,15
KOH/g, máx.
Tensão interfacial, a
ABNT NBR 6234 20 22 25
25 °C, mN/m, mín.
Ponto de fulgor, °C, mín. ABNT NBR 11341 130 °C
Nenhum sedimento ou borra precipitável deve
Sedimentos Ver Anexo A ser detectado. Resultados inferiores a 0,02 % em
massa devem ser desprezados
Reinibir para 0,3 % quando forem atingidos
Inibidor (DBPC) ABNT NBR 12134
valores menores que 0,1 %

A Tabela 8 apresenta valores-limite de óleo em transformadores de instrumentos em uso.

30 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Tabela 8 – Transformadores de instrumentos


Característica Método ≤ 145 kV > 145 kV
Claro, isento de Claro, isento de
Aparência Visual
materiais em suspensão materiais em suspensão
Rigidez dielétrica, kV
ABNT NBR IEC 60156 40 50
Eletrodo tipo calota, mín.
Fator de perdas
dielétricas, % máx.
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

a 25 °C ABNT NBR 12133 0,5 –


a 90 °C 15 12
a 100 °C 20 15
Teor de água, mg/kg ABNT NBR 10710 Ver NOTA Ver NOTA
NOTA Para definição dos valores-limite de teor de água (mg/kg), recomenda-se consultar os fabricantes, como também
a experiência de cada empresa.

A Tabela 9 indica valores – limite para óleos de disjuntores em uso.

Tabela 9 – Disjuntores
Característica Método Todas as classes de tensão
Rigidez dielétrica, kV
ABNT NBR IEC 60156 20
Eletrodo calota, mín.

A tabela 10 indica valores – limite para óleos de comutadores.

Tabela 10 – Comutadores
Característica Método Comutador de neutro a Comutador de linha b
Rigidez dielétrica, kV
ABNT NBR IEC 60156 30 40
Eletrodo de calota, mín.
Teor de água
ABNT NBR 10710 40 30
mg/kg, máx.
a Para uso no neutro dos enrolamentos.
b Para uso em qualquer posição que não seja o neutro dos enrolamentos.

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 31


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Anexo A
(normativo)

Determinação de sedimento e/ou borra precipitável

Este método determina a presença de sedimento e borra precipitável em óleos isolantes usados.

NOTA 1 Para os efeitos desta Norma, sedimento é qualquer substância que seja insolúvel depois da
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

diluição do óleo com n-heptano e que seja insolúvel na mistura de solventes mencionada em A.6.

NOTA 2 Para os efeitos desta Norma, borra precipitável é o produto de deterioração do óleo e/ou
contaminantes que sejam insolúveis depois da diluição do óleo com n-heptano nas condições prescritas,
mas que sejam solúveis na mistura de solventes mencionada em A.6.

NOTA 3 Recomenda-se que todos os reagentes mencionados sejam de grau P.A.

A.1 Agitar completamente a amostra de óleo usado, no recipiente de amostragem, até qualquer
sedimento ficar homogeneamente suspenso no óleo.

A.2 Pesar (10,0 ± 0,1) g de óleo em um frasco de Erlenmeyer com tampa e introduzir 100 mL
de n-heptano.

A.3 Homogeneizar a amostra e o solvente e deixar a mistura no escuro por um período de 18 h


a 24 h.

A.4 Se um depósito sólido for observado, filtrar a solução por meio de um cadinho sinterizado,
tarado, de porosidade entre 5 μm e 15 μm, com a ajuda de vácuo. Limpar o frasco com n-heptano para
assegurar a completa transferência do precipitado para o cadinho. Lavar o cadinho e o precipitado
com n-heptano, até retirada total do óleo.

NOTA A porosidade do cadinho pode ser determinada conforme a ABNT NBR 10504:2010, Anexo A.

A.5 Deixar o n-heptano evaporar e então secar o cadinho em uma estufa a (100 ± 5) °C,
por 1 h. Esfriar o cadinho em um dessecador e a seguir pesá-lo. Calcular o total de material inso-
lúvel (sedimento e borra precipitável), por meio da equação a seguir:

C − CT
% Total = A × 100
Móleo

onde

CT é a massa do cadinho tarado, expressa em gramas (g);

CA é a massa do cadinho com sedimento e borra precipitável, expressa em gramas (g);

Móleo é a massa de óleo, expressa em gramas (g).

A.6 Dissolver a borra do cadinho por meio de um tratamento com uma quantidade mínima de uma
mistura de partes iguais de tolueno, acetona e álcool (etanol ou isopropanol), a aproximadamente
50 °C, até que toda a borra seja dissolvida, restando somente sedimentos.

32 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

A.7 Secar em estufa a (105 ± 5) °C até massa constante, esfriando o cadinho sempre em dessecador.

A.8 Calcular a quantidade de sedimento por meio da seguinte equação:

C − CT
% sedimentos = B × 100
Móleo

onde

CB é a massa do cadinho com sedimentos, expressa em gramas (g);


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

CT é a massa do cadinho tarado, expressa em gramas (g);

Móleo é a massa de óleo, expressa em gramas (g).

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 33


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Anexo B
(informativo)

Avaliação da umidade no óleo e isolação celulósica

B.1 Geral
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

As ferramentas apresentadas neste Anexo, para interpretar os resultados, são aplicáveis somente
se estiverem reunidas as seguintes condições:

 a) existe equilíbrio entre óleo e papel;

 b) não há entrada anormal de umidade (vazamentos);

 c) presença de isolação celulósica no equipamento;

 d) ausência de água livre.

B.2 Normalização do teor de água a 20 °C


Para a interpretação mais precisa do teor de umidade e para avaliação de tendência, os resultados
do teor de água no óleo podem ser corrigidos em função da temperatura de amostragem.
Esta correção permite que amostras de um mesmo transformador, mas tomadas em diferentes
condições de carga e/ou temperatura ambiente tenham os efeitos da variação de temperatura nos
resultados de determinação do teor de água minimizados.

Por razões práticas, a temperatura definida é ajustada para 20 °C, já que abaixo desta temperatura
a taxa de difusão da água é muito lenta para atingir o equilíbrio no equipamento em operação.

A Equação B.1 de correção demonstrada por vários estudos independentes (Ver Figura B.1), é:
f = 2, 24e( −0,04ts ) (B.1)

onde

f é o fator de correção;

e é o número irracional (logaritmos neperianos), 2,718 3;

ts é a temperatura da amostra de óleo, no momento da coleta, expressa graus Celsius (°C).

A temperatura da amostra do óleo (ts) deve ser determinada medindo a temperatura diretamente no
fluxo de óleo. No caso da leitura do indicador de temperatura do topo do óleo ou quando correções
para modos de resfriamento ONAN (óleo natural, ar natural) ou OFAF (óleo forçado, ar forçado) forem
usados, estes devem ser devidamente anotados. Um exemplo da normalização do teor de água a 20 °C
é apresentado na Figura B.2.

NOTA 1 Valores corrigidos são válidos somente para comparar resultados obtidos a diferentes tempe-
raturas do óleo. Valores reais de teor de água na amostra de óleo são os valores medidos conforme a
ABNT NBR 10710 e não os corrigidos.

34 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

NOTA 2 A Equação B.1 não se aplica a temperatura inferior a 20 °C.

2,00

1,60
Fator de correção

1,20

0,80
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

0,40

0,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80

Temperatura (°C)

Figura B.1 – Fatores de correção típicos


EXEMPLO

Teor de água medido 10 mg/kg

Temperatura da amostra de óleo 40 °C

Fator de correção (Equação B.2) 0,45

Teor de água dissolvida corrigida (10 × 0,45) 4,5 mg/kg

35 70
30 60
Conteúdo de água (mg/kg)

25 50
20 40
Temperatura (°C)

15 30
10 20
05 10
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Sequência de amostragem

Legenda

temperatura da amostra
teor de água na temperatura de amostragem
teor de água padronizado a 20 °C

Figura B.2 – Exemplo de normalização do teor de água a 20 °C

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 35


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

B.3 Exemplo da determinação da saturação relativa da água no óleo a uma


dada temperatura
O teor de água absoluto (WABS), ou simplesmente teor ou conteúdo de água, independe da temperatura,
do tipo e condição do óleo, e seu resultado é dado em mg/kg. O teor de água absoluto (WABS) pode
ser medido conforme a ABNT NBR 10710. Já a solubilidade de água em óleo (WS), embora também
expressa em mg/kg, é dependente da temperatura, da condição e do tipo de óleo.

A saturação relativa (WREL) é definida pela relação WABS/WS; o resultado é dado em porcentagem
e também é útil para avaliação de tendência. Saturação é a razão entre o teor de água presente no
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

óleo mineral isolante a uma determinada temperatura e a solubilidade da água no óleo, na mesma
temperatura, expressa em porcentagem. A saturação pode ser calculada a partir dos valores obtidos
por titulação Karl Fischer (ABNT NBR 10710) ou por sensores de umidade online.

O valor da solubilidade da água no óleo (WS) deve ser determinado utilizando a temperatura na coleta
do óleo com o uso do gráfico da Figura B.3.

Para teores de água no óleo acima do nível de saturação, isto é, quando WABS > WS (ou WREL > 100 %),
o excesso de água pode não permanecer dissolvido e água livre pode ser percebida por meio da
presença de gotículas ou turbidez.

O teor de água no óleo é diretamente proporcional à concentração de água relativa (saturação relativa)
até o nível de saturação. A solubilidade da água no óleo (WS) é dependente da temperatura e é
expressa por:

 B  (B.2)
− 
W S = Wóleo × e T 

onde

T é a temperatura do óleo no ponto de amostragem em Kelvin e,

Wóleo e B são constantes que são semelhantes para muitos óleos de transformador, mas podem
ser diferentes para alguns produtos, principalmente devido às diferenças no teor de aromáticos.

Quando presente, parte da água livre pode se converter em água dissolvida em temperaturas elevadas.

Se os óleos se tornarem muito oxidados, com quantidades crescentes de subprodutos polares de


envelhecimento, suas características de solubilidade da água, que são também dependentes do tipo
de óleo, também aumentam. A solubilidade da água em óleos muito oxidados pode ser muito mais
elevada do que nos óleos novos (Figura B.3). Cada óleo deve ser considerado separadamente e
nenhuma equação universal está disponível.

36 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

250 Teor de água de saturação em óleo novo log Ws= [7,0895 - (1567/T)]

Teor de água de saturação típico em óleo oxidado com acidez de


0,3 mg KOH/g

200

150
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

100

50

0
0 10 20 30 40 50 60
Temperatura do óleo durante a ope ração (°C)

Figura B.3 – Exemplo da variação da saturação de água no óleo


em função da temperatura e acidez

B.4 Estimativa da condição da isolação celulósica a partir da saturação relativa


do óleo
A partir da determinação da saturação relativa da água no óleo, e somente se as condições citadas
em B.1 forem satisfeitas, é possivel estimar a condição da isolação celulósica.

Tabela B.1 – Correlação da saturação relativa da água no óleo e a condição da isolação celulósica
Saturação relativa da água no óleo (%) Condição da isolação celulósica
<5 Isolação seca
> 5, < 20 Isolação moderadamente úmida
20 a 30 Isolação úmida
> 30 Isolação extremamente úmida
Fonte: IEC 60422

O cálculo da umidade da isolação celulósica e possíveis ações corretivas são indicados no Guia
de Manutenção de Transformadores de Potência do CIGRÉ – Brasil [10].

© ABNT 2017 Todos os direitos reservados 37


Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

ABNT NBR 10576:2017

Bibliografia

[1]  ABNT NBR 10004, Resíduos sólidos – Classificação

[2]  RESOLUÇÃO ANP Nº 36, de 05.12.2008 – DOU 08.12.2008

[3]  Portaria Interministerial 019 (Ministério da Indústria e Comércio, Ministério do Interior e Ministério
de Minas e Energia)
Documento impresso em 19/07/2021 11:22:49, de uso exclusivo de STERLITE BRAZIL PARTICIPACOES S.A.

[4]  Decreto Federal nº 5.472/2005

[5]  CIGRE Technical Brochure 227, 2003, Life Management Techniques for Power Transformer

[6]  CIGRE Technical Brochure 349, 2008, Moisture Equilibrium and Moisture Migration within
Transformer Insulation Systems

[7]  CIGRE Technical Brochure 378, 2009, Copper Sulphide in Transformer Insulation

[8]  CIGRE Technical Brochure 413, 2010, Insulating Oil Reclamation and Dechlorination

[9]  CIGRE Brasil Brochura 15, 2013, Guia de Manutenção para Transformadores de Potência

[10]  CIGRE Technical Brochure 157, 2000, Effect of particles on transformer dielectric strength

38 © ABNT 2017 Todos os direitos reservados

Você também pode gostar