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FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS Henrique II (1154-1189): primeiro rei da dinastia dos
Plantagenetas, fez com que as leis fossem válidas em
1. MONARQUIA NACIONAL todo o reino e não apenas nos domínios reais.
Nomeou ainda juízes para percorrer os condados,
Foi a forma sob a qual se estruturou o Estado na Baixa presidir os tribunais locais e aplicar as leis. Procurou
Idade Média e Idade Moderna. também submeter a Igreja à legislação real, fazendo
com que os clérigos fossem julgados nos tribunais do
1.1. PRINCIPAIS FATORES Estado e não em tribunais eclesiásticos, fato que
provocou grande resistência na Igreja.
Renascimento Comercial e Urbano Ricardo Coração de Leão (1189-1199): dos dez anos
Interesse da realeza em centralizar o poder político e de seu governo, Ricardo ausentou-se da Inglaterra por
unificar o sistema jurídico e econômico. nove anos, liderando a Terceira Cruzada e lutando no
A aliança rei-burguesia, a fim de submeter ao seu continente europeu para manter seus domínios na
poder a nobreza feudal e o clero. França. Essa longa ausência causou enfraquecimento
O surgimento de um espírito nacionalista e da noção da autoridade real e o fortalecimento dos senhores
de Estado. feudais.
João Sem-Terra (1199-1216): em seu reinado o
1.2. FRANÇA enfraquecimento da autoridade real foi ainda maior.
Após ser derrotado em conflitos com a França e com o
Hugo Capeto (Dinastia Capetíngia) papado, João Sem-Terra foi obrigado pela nobreza
Filipe Augusto (1180-1223): organizou um exército inglesa a assinar um documento chamado de Magna
mercenário, começou a libertar as cidades do domínio Carta. Por esse documento, a autoridade do rei da
dos senhores feudais, nomeou funcionários (Bailios e Inglaterra ficava bastante limitada.
Senescais) a fim de aplicarem as leis e recolherem - Magna Carta (1215): pela carta, o rei ficava proibido de
impostos e transformou Paris na capital da França. criar impostos sem consentimento do Grande
Luís IX (1226-1270): aumentou os territórios da Coroa Conselho; nenhuma pessoa livre podia ser presa ou
à custa dos feudos tomados à força da nobreza. punida sem o julgamento de seus iguais perante a lei;
Recebeu apoio dos comerciantes das cidades, que todos os ingleses tinham garantida a livre proteção
necessitavam de um governo central capaz de contra as arbitrariedades do poder político; caso o rei
protegê-los em suas atividades. Em troca, os violasse a Carta, perderia terras e bens. A Magna
comerciantes pagavam impostos diretos ao rei em vez Carta deve ser considerada o fundamento das
de pagá-los à nobreza. Criou uma moeda única, cuja liberdades inglesas, que se constituíram nos séculos
aceitação tornou-se obrigatória em todo o território do seguintes.
reino. Henrique III (1216-1272): além da oposição da
Filipe, o Belo (1285-1314): o poder passou a ser nobreza, enfrentou forte oposição popular. Um nobre,
definitivamente centralizado. Um excelente Simon de Montfort, liderou uma revolta da aristocracia
administrador. Expulsou os mercadores e banqueiros e, para conseguir a adesão popular, convocou o
estrangeiros da França para evitar a saída de dinheiro. Grande Conselho em 1265, do qual participavam, ale
Teve atritos com o papa Bonifácio VIII, colocando-o da nobreza e do clero, representantes da burguesia.
inclusive como prisioneiro em Avignon, por motivos de Eduardo I (1272-1307): oficializou-se o Parlamento.
impostos. Foi também durante se governo que se Durante os reinados de Eduardo II e de Eduardo III, o
instituiu a “Assembléia dos Estados Gerais”, composta poder do Parlamento continuou a se fortalecer. Em
de representantes do clero, da nobreza e da 1350, o Parlamento, foi dividido em duas câmaras: a
burguesia. Com sua morte, a França entrou num Câmara dos Lordes, formada pelo clero e pelos
colapso político, que gerou a “Guerra dos Cem Anos”. nobres, e a Câmara dos Comuns, formada pelos
cavaleiros e pelos burgueses.
1.3. INGLATERRA
GUERRA DAS DUAS ROSAS
Em 1066, Guilherme o Conquistador, duque da
Normandia (França), conquistou a Inglaterra, pela No fim do século XIV, uma disputa entre a família dos
batalha de Hastings, vencendo o rei Haroldo. Platagenetas e a dos Lancaster, pelo trono da
Guilherme o Conquistador (1066-1087): dividiu a Inglaterra, provocou intenso conflito: a Guerra das
região em condados, para os quais nomeou Duas Rosas (a rosa branca simbolizava os York e a
funcionários do rei, chamados xerifes. Eles tinham rosa vermelha, os Lancaster). Só em 1485 Henrique
autoridade sobre os senhores feudais, os comerciantes Tudor, descendentes dos Lancaster e com apoio da
e os camponeses. burguesia, conseguiu conciliar os dois grupos. Com o
nome de Henrique VII, foi o primeiro rei da dinastia dos
Tudor. O fim dos conflitos possibilitou um período de
concentração do poder na figura do rei, que culminaria Nos primeiros anos da guerra, os ingleses, mais bem
no absolutismo inglês dos séculos seguintes. organizados e com excelente infantaria, obtiveram
vitórias espetaculares. Apenas em 1429, um fato
1.4. PORTUGAL mudaria o curso da guerra em favor dos franceses. A
camponesa Joana D’Arc, comandando um pequeno
Guerras de Reconquista: lutas dos cristãos pela exército enviado por Carlos VII, libertou Orléans,
expulsão dos árabes islâmicos que, desde o século sitiada pelos ingleses. Seguram-se outras vitórias, até
VIII, ocupavam a Península Ibérica. que os franceses conquistaram Reims. Carlos VII foi
Condado Portucalense: território doado pelo rei de então coroado rei da França, em meio ao entusiasmo
Leão e Castela ao nobre francês Henrique de nacional.
Borgonha por ter participado da luta pela expulsão dos
muçulmanos da Península Ibérica. Conseqüências
Afonso Henriques: venceu os muçulmanos e foi
proclamado rei de Portugal em 1139, inaugurando a - Enfraquecimento da aristocracia feudal
Dinastia de Borgonha. Estendeu seus domínios para o - Fortalecimento do rei e da burguesia
sul, até o rio Tejo, e fez Lisboa sua capital. - Estabelecimento dos limites territoriais da França e da
- A dinastia de Borgonha, que governou Portugal mais Inglaterra
de dois séculos, conquistou as terras a sudoeste da - Nascimento do sentimento nacionalista na França e na
Península, impulsionou a indústria, a agricultura e o Inglaterra
comércio; a exploração de jazidas minerais e a pesca
foram importantes fontes de rendas. CRISE DO FEUDALISMO – SECULO XIV e XV
- Fernando I: último rei (sem herdeiros diretos) da
dinastia de Borgonha. Com sua morte, a Coroa Causas
portuguesa ficou ameaçada de ser anexada pelo
soberano de Castela, parente do rei morto. Para evitar - Agravamento das contradições envolvendo feudalismo
a perda da independência, as Cortes reunidas em e capitalismo
Coimbra elegem o mestre da Ordem de Avis, João I, - Estagnação mercantil
como rei de Portugal. - Crise agrícola
- João I: no início de seu governo Portugal foi invadido - Superexploração feudal
pelo rei de Castela que pretendia anexar o território - Grande fome
lusitano, mas foi derrotado na Batalha de Aljubarrota. - Guerra dos Cem Anos
- Insurreições urbanas e rurais (Revoltas Camponesas
1.5. ESPANHA → Jacqueries, na França)
- Alto custo das mercadorias
Guerras de Reconquista: lutas dos cristãos pela - Peste Negra
expulsão dos árabes islâmicos que, desde o século - Falta de moedas
VIII, ocupavam a Península Ibérica.
Formação de quatro reinos: Leão, Castela, Navarra e A crise de crescimento da economia só encontrou
Aragão alternativas com a exploração de novos mercados,
Política de Casamento: Casamento de Fernando capazes de fornecer alimentos, produtos e metais a
(herdeiro do trono de Aragão) e Isabel (irmã do rei de baixo custo; e ainda com o consumo de mercadorias
Leão e Castela) produzidas na Europa. Assim, a expansão marítima
Em 1492, os exércitos de Fernando e Isabel dos tempos modernos seria, acima de tudo, resultado
apoderaram-se de Granada e expulsaram os árabes direto da crise do crescimento da economia européia,
da Península Ibérica consolidando a monarquia. na segunda metade do século XV. Em outras palavras,
apenas com os grandes descobrimentos dos séculos
2. GUERRA DOS CEM ANOS (1337-1453) XV e XVI, a Europa retomaria o pleno desenvolvimento
econômico.
- Conflito envolvendo França e Inglaterra.
Causas