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As duas superpotências
Após a guerra, os países europeus que enfrentavam a devastação e a desorganização social
e económica, os EUA e a URSS emergiriam como as únicas superpotências.
Ambas tiveram um papel decisivo na vitória dos Aliados, e mantiveram, mesmo após a
guerra, uma força militar esmagadora, dominaram extensos territórios, ricos em matérias-
primas, assim dispondo de um imenso poder económico. Tinham as condições para
estender a sua influência sobre importantes regiões do globo. No entanto o poder
económico e militar e o prestígio dos EUA ultrapassavam os da URSS, conferindo-lhes
hegemonia mundial.
Domínio económico financeiro dos EUA
A economia americana tinha prosperado com a guerra, pois o seu território escapara dos
ataques inimigos, assim podendo desenvolver um grande potencial tecnológico.
Com a Europa e Japão devastados, os EUA passaram a ser o principal país fornecedor de
produtos agrícolas e industriais, tornando-se, assim, a maior potência industrial e comercial
do mundo.
Beneficiar ainda de um enorme fluxo de capitais(proveniente dos seus investimentos no
estrangeiro), chegando a pertencer-lhe cerca de ¾ do stock de ouro mundial. O dólar
tornou-se a moeda fundamental das trocas internacionais e os EUA puderam assim
controlar as grandes organizações.
Sob o ponto de vista militar e geoestratégico, a posição dos EUA era igualmente dominante,
efetivamente, os EUA foram, durante anos, o único país a possuir a bomba atómica, por
outro lado, estabelecer aliança com numerosos países e instalaram uma vasta rede de
bases aéreas e navais, distribuídas por todos os continentes.
A partir dessas bases, os seus poderosos bombardeiros e os seus navios de guerra estavam
em condições de intervir militarmente em qualquer ponto do globo, onde quer que
interesses vitais da América pudessem estar em perigo.
A expansão do mundo comunista
O alastramento do comunismo na Europa
Ao contrário dos EUA, a URSS ficou com as suas estruturas económicas afetadas pela guerra,
o que exigiu um enorme esforço de reconstrução, por outro lodo a guerra permitiu-lhe
afirmar os seus prestígios internacionais e alargar a influência do seu modelo de socialismo
na Europa.
Nas conferências de Ialta e de Potsdam reconhecera-se que os países do leste europeu,
integravam na zona de influência soviética(Polónia, Roménia, Bulgária, Checoslováquia e
Hungria), o que facilitou a ascensão de poder, entre 1946 e 1949, dos partidos comunistas
nacionais.
Na Jugoslávia e na Albânia, onde os partisans comunistas tinham conseguindo derrotar os
exércitos de Hitler, também se instauraram regimes comunistas, logo em 1945.
A china, uma nova potência comunista
Em 1945, a China libertara-se de ocupação japonesa, para, logo em seguida, numa guerra
civil, que pôs frente a frente as forças nacionalistas, chefiadas por Chiang Kai-shek, e os
comunistas, liderados por Mao Zedong. Em 1949, alcançaram a vitória e Mao Zedong
proclamou Pequim, a Republica Popular da China com apoio e aliança da URSS.
O Antagonismo dos blocos
O nascimento de um mundo bipolar
Desde o final da guerra que o confronto entre as duas superpotências se tornava inevitável.
Ambas pretendiam lutar não só pela expansão da sua área de influÊncia como pelo triunfo
do seu modelo político:
Capitalismo Liberal
Organização política do Estado assente no pluralismo político, em eleições livres e na
democracia representativa.
Controlo mínimo do Estado sobre a ação dos indivíduos dos grupos sociais:
-Respeito pelas liberdades individuais;
-Propriedade privada dos meios de produção;
-Garantia da iniciativa privada e da livre concorrência;
-Economia de mercado (preços, lucros e salários sujeitos à lei da oferta e da procura);
-Sistemas de ensino e de saúde públicos e privados.
Comunismo
Organização política do Estado assente no partido único, considerando o representante dos
trabalhadores.
Controlo do Estado sobre a ação dos indivíduos dos grupos sociais:
- Supremacia do interesse coletivo;
- Os meios de produção são propriedade do Estado (fábricas e agricultura);
- Economia planificada: decisões económicas centralizadas de acordo com objetivos fixados
pelo Estado;
- Sistemas de ensino e de saúde exclusivamente público.
Devido a estas diferenças, a hostilidade acentuou-se, com cada um considerando o outro
uma ameaça. Cada uma das superpotências constituiu com os seus aliados um forte bloco
económico, política e militar, de modo a poder enfrentar o adversário. Durante décadas, o
mundo ficou dominado pela oposição entre esses dois blocos, que tinham como polos as
superpotências, essa era foi chamada de o mundo bipolar.
A política de contenção de comunismo
O ano de 1947 marcou o arranque da política de blocos.
Os comunistas, ocupavam já o poder em vários países da Europa de leste. Na França, na
Itália e na Grécia crescia a influência dos países comunistas, devido ás dificuldades do após
guerra.
Alarmando coma a situação, o presidente Truman proclamou a necessidade da América
conter o avanço comunista em todas as frentes(política de contenção).
A doutrina Truman levou os EUA a proporem aos países europeus um plano de auxilio
financeiro – o plano Marshall – destinado a promover a recuperação económica e a
estabilidade política, para que foi criada a Organização Europeia de Cooperação Económica.
O Plano Marshall permitiu a reconstrução dos países da Europa ocidental, que beneficiou o
próprio comercio americano. Sobretudo, marcou o primeiro passo na consolidação do
bloco ocidental, liderado pelo EUA.
A reação soviética
A URSS em 1947 criou, em Moscovo, o Korminform, um organismo que superintendia a
ação dos partidos comunistas de todo o mundo. E, em 1949, em resposta ao Plano Marshall,
a URSS instituiu o Comecon, para incentivar a cooperação económica com os novos Estados
Comunistas. Consolidava-se assim o bloco de Leste, chefiado pela URSS.
Fatores que contribuíram para o inicio da Guerra Fria(1947)
- Avança da influência da URSS na Europa de leste e a ameaça comunista(partidos) em
França, Itália e Grécia.
- Auxílio económico e financeiro dos EUA à Europa Ocidental(plano Marshall).
- URSS cria o Kominform (organismo de controlo e coordenação dos partidos
comunistas) e o Comeron (plano para recuperar a economia soviética e auxiliar,
economicamente
A Guerra Fria: o equilíbrio pelo terror
À beira do abismo
O antagonismo dos blocos desencadeou um clima de profunda tensão e numerosos
conflitos. Entre 1948 e 1949, o mundo esteve diversas vezes à beira de uma guerra total.
Como as duas superpotências nunca se defrontaram diretamente este longo período
chamou-se a Guerra Fria.
À medida que se agudizava a tensão, assistia-se a uma contínua escala militar, ambos
procuravam por uma força cada vez mais destruidora, de modo a tornar-se superior ao seu
rival, chamado de equilíbrio do terror, que evitava uma catástrofe mundial.
A escala militar e ideológica
A competição centrou-se na corrida ás armas nucleares e na militarização dos dois blocos.
Em 1949, os Soviéticos conseguiram produzir pela primeira vez a bomba atómica, ficando a
par com os Americanos, e dois anos depois os Americanos fabricaram a primeira bomba de
hidrogénio(500x +potente, que a bomba de Hiroshima) e passando 6 meses, a URSS
igualava, então com a construção de misseis de médio e longo alcance, o terror nuclear não
parava de aumentar.
Em 1949, os EUA formaram, com os seus aliados europeus e o Canadá, a Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO), cujo objetivo era dotar o bloco ocidental com
uma poderosa estrutura militar. Com pressão militar dos EUA, a URSS, por sua vez, em 1955,
uma aliança semelhante, o Pacto de Varsóvia, com os países europeus do bloco comunista
e como ambos havia numerosas alianças por todos os continentes, praticamente todo o
mundo viu-se envolvido no antagonismo bipolar.
Como a guerra Fria tratava-se de uma guerra de ideologias, qualquer um que simpatizante
pela ideologia política do inimigo era julgado suspeito ou traidor. Devido a isso, as duas
superpotências criaram agencias de espionagem, como a CIA e o FBI no caso dos EUA e KGB
no caso da URSS, que exerciam uma vigilância permanente no interior dos próprios países.
Na URSS e leste europeu, os que se opunham a Estaline eram alvos de violenta repressão,
por sua vez nos EUA, uma campanha anticomunista, conduzida pelo senador McCarthy,
perseguiu milhares de cidadãos por supostas «atividades antiamericanas»
Os grandes confrontos da Guerra Fria
-A Guerra da Coreia, sendo a Coreia do Sul apoiada pelos EUA e a Coreia do norte pela
China, consequentemente apoiada pela URSS;
-A morte de Estaline, em 1953 e novo líder soviético, Nikita Krustchev, que defendia o
diálogo com os países capitalistas e propunha uma política de coexistência pacífica entre
os dois blocos;
-Construção do Muro de Berlim pelas autoridades comunistas, em 1961;
-Crise de cuba em 1962.