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Em seguida, ele deixa de falar de obras, para falar de fruto – e não é qualquer
fruto, mas, o fruto do Espírito. Observe-se que a palavra fruto está no singular,
dando a idéia de que nenhuma das nove atitudes descritas pode ser tratada ou
vivenciada individualmente.
1 – O PRIMEIRO GRUPO
É por isso que se diz que “amar é uma decisão”, porque, uma vez que o amor de
Deus está derramado em nossos corações, basta decidir usá-lo. Então a primeira
evidência de que alguém está andando no Espírito é a prática do amor. Esta é a
condição sine qua non para que as evidências das demais partes do fruto em
análise aflorem na vida de um cristão.
Diga-se, por oportuno, que não se está a tratar de um amor subjetivo, que é
sentido, mas de uma amor objetivo, que é prático esse faz aparente a partir das
ações daquele que é cheio do Espírito.
A segunda parte do fruto do Espírito é a alegria (gozo): A alegria que Paulo relata
aqui não é a alegria que é proporcionada pelas coisas que estão no mundo – e
que é efêmera –, mas, proporcionada pelo próprio Espírito.
É aquela alegria equilibrada, que não ultrapassa limites e não permite que a
pessoa tome atitudes precipitadas, eufóricas e inconseqüentes. A alegria que é
provocada pelos caminhos que o mundo oferece é uma alegria falsa que leva ao
seu antônimo – a tristeza. O livro de Provérbios, no capítulo 14, versículos 12 e
13, fala sobre isto:
A alegria gerada pelo Espírito não está nas coisas do mundo, mas, na esperança
que o crente tem em Jesus. Ele não se deixa abater, não se entristece, pois sabe
que, apesar das dificuldades aparentes, o Senhor pode reverter o quadro e isto o
faz confiante, esperançoso e, por isto, alegre. Ressalte-se que, sem o amor, é
impossível ser alegre, pois, como dito, um fruto não pode ser vivenciado
isoladamente dos demais.
A terceira parte desse fruto é a paz: O Senhor Jesus, quando prometeu que o
Espírito Santo viria como o outro consolador para que os discípulos não ficassem
órfãos, disse:
Veja-se que o Nosso Senhor não usou o verbo dar no tempo futuro, o que dá a
idéia de uma coisa que está perfeita, pronta, sem necessidade de atos que
venham complementa-la. E mais: Ele disse que essa paz que nos foi dada é
diferente da paz gerada pelo mundo – uma paz falsa, passageira, e
amedrontadora, já que se sustenta em coisas cuja solidez é duvidosa.
A paz que brota como fruto do Espírito é duradoura, eficaz, porque a pessoa que
exercita esse fruto repousa no “Pai das luzes, em que não há mudança nem
sombra de variação”.
É semelhante a uma criança que descansa nos braços do pai. Ela se sente
segura, porque acha que o seu pai vai lhe livrar de tudo que se levante contra ela.
Ainda que o pai já tenha falhado em algumas vezes, ela se sente segura.
Deus jamais falhou, e o que precisamos fazer é confiar Nele, repousar em Seus
braços e saber que Ele tem o melhor para cada um de nós. Ressalte-se,
entretanto, e uma vez mais, que é impossível que essa paz ser vivenciada, sem
que o amor e a alegria também o sejam, pois, repita-se, um fruto não pode ser
tratado de forma isolada dos demais.
2 – O SEGUNDO GRUPO
3. O TERCEIRO GRUPO
A primeira parte deste terceiro grupo é a Fidelidade. Esta subdivisão, como dito
inicialmente, está se referindo à relação que o cristão tem com Deus e com a sua
vontade revelada na Bíblia Sagrada. No original, ela está relacionada à palavra
pistis (fé), no sentido de “fé em Deus”. Entretanto, no contexto da carta aos
Gálatas, ela foi traduzida por fidelidade, que significa lealdade. O apóstolo Paulo
já havia falado nesta carta (cap. 1:6-9, 3:1 e 5:7) sobre como os gálatas estavam
sendo desleais com Deus, abandonando os ensinamentos constantes na Sua
Palavra.
Agora, Paulo estava sendo mais explícito e mostrando que o desvio dos Gálatas
era provocado pela inexistência do fruto do Espírito. E essa inexistência ficava
caracterizada pela falta de lealdade aos padrões da verdade insculpidos na
Palavra de Deus e, também, no trato com outras pessoas.
Sim, porque a falta de lealdade a Deus leva à falta de lealdade com as pessoas. O
relacionamento com os demais é um reflexo do relacionamento com Deus.
Por tal razão é que há tantos desvios de conduta! A lealdade com Deus é
fundamental para uma vida de sucesso.
Então, quando não conseguem o que querem, colocam a culpa em Deus, dizem
que Deus é injusto, que Deus não existe etc.. A mansidão é o que torna os
homens menos impetuosos e mais obedientes à vontade de Deus. Só assim os
homens poderão ser bem sucedidos em seus projetos de vida.
Por fim, Paulo refere-se ao domínio próprio. Trata-se da relação que alguém tem
consigo mesmo. A pessoa que tem essa bênção evidenciada na sua vida tem “o
poder de conter-se a si mesma”, que foi o que o escritor quis dizer – se tomado
por base o sentido do termo usado no original. Domínio próprio é o domínio sobre
os nossos desejos.
CONCLUSÃO
Vê-se que essas qualidades (amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio) não são naturais (não estão
presentes na vida de cada pessoa, bastando, tão somente, serem postas em
prática). Se assim fosse, Paulo não as teria citado como sendo fruto do Espírito
Santo. Elas precisam ser cultivadas espiritualmente!
É por esta razão que o apóstolo diz: “Se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito”. Isto é, se temos o Espírito Santo, evidenciemos que o temos com nossas
ações. Deixemos que as pessoas vejam que temos uma vida de acordo com a
vontade de Deus.
Seja abençoado(a).