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a l i a h o i i a

A B R IL D E 1959
VOL X III — N y 4

Órgão Oficial DA M IS S Ã O BRASILEIRA DA IGREJA DE JESÚS CRISTO DOS S A N T O S DOS Ú L TIM O S DIAS

EDITORIAL
a “ E a Verdade Vos Libertará” ............................................. 83

DE IN T E R Ê S S E GERAL
Sua Dúvida.................. ..... .................................... ....................85
Um Templo para 0 Altíssimo............................................. 86
Um Estilo Próprio.................................................................. 88
A Transfiguração.....................................................................92
Abençoados Sejam os Puros de C o ração........................95
Oração em Família traz Harmonia............................... 109
Doença Espiritual................................................................. 115

SEÇÕES ESPECIAIS
Jóias do Pensamento..............................................................84
Igreja no M u n d o .....................................................................84
Grande Sucesso a Segunda Conferência dos Jovens
Santos dos Últimos Dias..................................................96
Juventude, Avante!.................................................................. 97
Sacerdócio da Missão....................................................... 110
Seja Honesto Consigo M e s m o ........................................112
C O N F E R Ê N C IA D O S Seu Ramo.............................................................................. I 13
Reminiscências ...................................•....................................114
JO V E N S

Durante a Conferência, os jo­


R E D A Ç A O
vens Santos dos Últimos Dias Editor W m , G r a n t B an certer
puderam visitar lugares mara­ Redação — D o n a l d R. H a r t s f ie l d

vilhosos de São Paulo.


D epois de percorrer várias D IR E T O R G E R E N T E :

localidades da cidade, foram Ciarei M afra dos Santos


Registrado sob o N .° 93 do Livro B, N .° 1
todos visitar o Instituto Butan- e M atricula de Oficinas Impressoras,
Jorn ais e Periódicos, conforme Decreto
ta. A seguir teve lugar o pic-nic N .° 4.857, de 9-11-1939.
que se realizou no belo recan­
to de propriedade da P refeitu­ M IS S Ã O B R A S I L E I R A
R. Itapeva, 378 - Bela Vista - C. Postal, 862
ra de São Paulo, chácara Mo-
São Paulo, E . S . P . — Fone, 33-6761
rumbi.
N inguém jam ais se esquece­
rá dos agradáveis momentos PREÇOS :
por, todos desfrutados naquele E xterio r: Ano ............... . US$3.00
N o Brasil-, Ano ............ Cr$ 80,00
agradável recanto. E xem plar ........ . Cr$ 7,00
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E A LIBERTARÁ”

a ente W m . G. Bangerter
a

A lista dos mandamentos que nos são


O U AN DO o após­
tolo Pedro es­
creveu aos membros
impostos pode freqüentemente parecer
longa, e se perdermos de vista as bênçãos
da Igreja nos primór- recebidas, não haverá alegria ao lermos
dios da Era Cristã, que devemos ser obedientes e fazer sacri­
êle apontou-lhes os fícios. De outro lado, um constante retor­
novos propósitos da no à verdade fundamental do Evangelho
vida e as bênçãos que Restaurado tornar-nos-ia felizes em nosso
h a v i a m recebido: privilégio de fazermos úteis as nossas vi­
“ Mas vós sois a gera­ das. Nenhum homem pode crescer sem um
ção eleita, o sacerdó­ grande objetivo. Ninguém está realmente
cio real, a nação san­ vivo se não deseja crescer. Joseph Smith
ta o povo escolhido sabia disso, e nos princípios que pronun­
para que anuncieis as virtudes d ’Aquêle ciou, provindos do trono de Deus, ensinou
que vos chamou das trevas para a sua ma­ a Igreja a progredir. Muito embora êle
ravilhosa luz” (l Pedro 2 : 9 ) . Estas pala­ não tivesse tido o privilégio de estudar
vras descrevem acuradamente os membros muito em estabelecimentos escolares, sua
da Igreja Restaurada. Com uma vocação vida foi de constante crescimento em to­
tão excelente, quanto devemos nós, cer­ das as direções. Êle não se satisfez
tamente, nos tornar a luz do mundo de que apenas com as instruções especiais que o
falou o Salvador! Uma cidade edificada Senhor lhe revelou dos céus, mas compre­
sôbre o monte, que não deve ser oculta. endeu que cada parcela de conhecimen­
Tendo sido chamados “das trevas p a­ to humano era digna de seu interêsse, e
ra a maravilhosa luz”, sabemos que ainda assim foi que se tornou instruído e profi­
não somos perfeitos. Entre nós existe ain­
ciente, até certo grau, em várias matérias.
da necessidade de maiores conhecimentos,
Estudando leis e línguas estrangeiras, en­
diligência em guardar os mandamentos, e
companheirismo mais íntimo com o Espí­ trando na política e na vida da comunida­
rito do Senhor. Se somos a “geração elei­ de, atuando na agricultura e no comér­
t a ” , nossa responsabilidade exige que, em­ cio, e fundando escolas e universidades, êle
bora vindos do mundo comum, não perma­ ensinou aos Santos dos Últimos Dias que
neçamos comuns. Isaías, falando de sua deveriam ser expoentes também na sabe­
chamada para líder e profeta disse que o doria humana.
Senhor tomara a matéria prima de sua qua­ É sem dúvida, de magna importância
lificações e fizera dêle uma “seta polida” gu ard ar o Dia do Senhor, a Palavra de Sa­
na aljava de Deus. Não para ser uma fle- bedoria, ser honesto, veraz, casto, benevo­
xa como as outras, mas uma que iria rá­ lente, e fazer sacrifícios para a edificação
pida e certeira ao alvo. (Isaías 4 9 :2 ) . Nós do Reino através dos dízimos, ofertas e
também representamos a moderna Israel e fundos de construção. Essas são as obras
tendo sido escondidos na concha de Sua básicas de nossas fidelidade. Além :'isso,
mão somos trazidos “ para ser Meu servo” , com a Maravilhosa luz que está sôbre nós
no qual Eu serei glorificado” . ( c o n t í n u a n a p á g in a to s)

A bril de 1959 83
Jóias do Pensam ento

• O T rabalho M ission ário M antém -se A lto


nas M on tan h as dos A ndes no Perú — Monte-
vidéo, U ruguai — N o dia 8 de julho de 1956 mais um país foi
Procure a Fôrça A través aberto para ativo trabalho missionário, e uma nova página se
da O ração escreveu no processo da Ig re ja na América do Sul.
Trechos do discurso feito pelo bispo Thor- A M issão U ruguaia, atualmente sob a direção do Presidente
pc B . Isaacson na Conferência geral se­
F ran k D. P arry , levou avante seus planos de maior trabalho
mestral, em Outubro de 1956.
proselista com o estabelecimento de um distrito no Perú.
“Confia no Senhor com todo o teu Aninhados na região dos estreitos e desertos vales do lado oeste
coração, e não te estribes no teu pró­
dos Andes, muitos membros norte-am ericanos vinham vivendo
prio entendimento”.
“Reconhece-O em todos os teus e trabalhando no P erú sem um contato religioso organizado.
caminhos, e Êle endireitará as tuas O aparecimento de novas oportunidades de trabalho, o a fluxo
veredas” (P rov. 3 :5-6). de membros da Ig reja e contatos mais estreitos com a população
Êste é o melhor conselho que eu local, foram os fatores decisivos que motivaram Elder H enry
poderia dar a qualquer pessoa que D. Moyle, do Quorum dos Doze, a recomendar a expansão da
estivesse em a fliç ã o ... atividade missionária no seio dos ásperos altiplanos do pais que
E sta passagem lembra-me do pro­ ocupa na América do Sul o terceiro lugar em tamanho.
tocolo da posse do presidente Dwight
D. Eisenhower, quando êle inclinou Atualmente há quatro ramos atendendo às necessidades de
sua cabeça e orou porque sentira ne­ inúmeros investigadores e mais de 200 membros da Ig reja no
cessidade de uma orientação divina. Perú.
O mesmo caminho têm seguido
O primeiro ramo organizado localizam-se em Lima, a ca­
outros grandes líderes. Realmente,
estudando a vida dos grandes ho­ pital. E lder F red S. Williams, ex-presidente da missão, tem
mens, eu não pude encontrar sequer estado nas funções de presidente do ram o desde sua chamada
um que não tivesse seguido essa mes­ em 1956. O Presidente W illiams representa um crédito inesti­
ma prática. Isto também é verdade mável para a obra missionária. Sua experiência anterior tem
em relação a Jesus, o Filho de Deus, sido apreciável na organização e estabelecimento do distrito.
ao ir ao jardim de G ethsem ane...
Como não confiava em Seu pró­
prio entendimento, visitava o jardim ,
o que fêz não apenas uma vez, mas * A B ib lioteca H istó rica se E x p a n d e — A atm os­
em muitas ocasiões, procurando fo r­
ça através de Seu Pai. L á Êle foi fera usualmente calma da Biblioteca H istórica da Ig reja entrou
principalmente na noite anterior à tem poràriamente em evidência enquanto se completa uma g ran ­
Sua cruxificação, quando desejava de operação de mudança. A transferência de arquivos, livros,
ser abençoado e fortalecido por Seu registros e periódicos requererá muitas semanas e está atualmen­
Pai para ir adiante com o ordálio te em pleno andamento.
que O esperava no dia seguinte.
Nosso amado profeta Joseph Smith O motivo da mudança é a falta de espaço nas prateleiras
não confiava em seu próprio enten­ para acomodar o crescente fluxo de m ateriais a serem arqui­
dimento. Êle foi ao Bosque S agra­ vados na biblioteca, de acôrdo com E arl E. Olson, o bibliote­
do buscar orientação d iv in a ... E is­ cário. Êle e os demais membros da adm inistração estão fazendo
to faz lem brar da visita que Joseph o serviço.
e Oliver fizeram às margens do Rio
Susquehanna quando necessitaram de Atualm ente a Biblioteca ocupa uma grande sala no 3.9 an­
orientação divina e não podiam con­ dar do Edifício da A dm inistração da Ig re ja e ainda uma vasta
fiar em seu próprio entendimento. área no porão.
Êles foram àquêle lugar isolado per­ “J á acabamos de m udar pràticam ente tudo no porão, inclu­
to de suas casas e, então, cairam sô­
sive livros de atas, jornais, periódicos, panfletos e livros”, dis­
bre seus joelhos e pediram que Deus
lhes revelasse Sua vontade. Êle en­ se Elder Olson explicando ainda que as prateleiras tinham sido
viou um mensageiro celestial, João prèviamente construídas para acomodarem mais material. Ao fa ­
Batista, para entregar Sua mensa­ zerem a mudança, um melhor sistema de arquivamento foi ins­
gem : “N ão te estribes no teu pró­ tituído e atualmente todo o m aterial se encontra perfeitamente
prio entendimento”. B classificado e catalogado. I

84 A L IA H O S A
N estas páginas está respondida clara e
suscintamente, «Comu são Abençoadas as
N ações do Mundo A través de Abraão e
sua Semente ? »

^Pergunta: “E m nossos estudos das escrituras


surgiu unut dúvida quanto ao significado do convênio
feito entre Abraão e o Senhor, como relata Gênesis, ca­
pítulos 17, 18 e 22. Compreendem os a prom essa de que
sua sem ente se tornaria uma grande e poderosa nação
e que êsse convênio era para ser eterno, mas não com­
preendem os a promessa, “D a tua sem ente tôdas as na­
ções do m undo serão abençoadas”. Israel, durante a
maior parte do tem po de sua história, foi um a nação ex­
clusiva que foi proibida de misturar-se com as nações
vizinhas, e através dos anos os judeus mantiveram essa
exclusividade. Como são as nações do m undo abençoa­
das através de Abraão e sua sem ente?”
Resposta: Essas passagens em Gênesis não
transmitem o significado completo dêste convênio que o
Senhor fêz com Abraão. Sem dúvida, muito da promes­
sa de bênçãos às nações foi perdido através das trans­
crições e traduções das escrituras. No livro de Abraão
nós encontramos um relato mais acurado, como segue:
“Meu nome é Jeová, e conheço o fim desde o prin­
cípio; portanto Minha mão estará sôbre ti” .
“ E farei de ti uma grande nação, e te abençoarei
sobremaneira e farei teu nome grande entre tôdas as
nações, e serás uma bênção à tua semente depois de ti,
para que em suas mãos levem êste ministério e Sacerdó­
cio a tôdas as nações;
“ E Eu os abençoarei através de teu nome; pois
quantos receberem êste evangelho, serão chamados se­
gundo teu nome, e serão contados entre tua semente, e
se levantarão e te abençoarão como seu pai;
“ E Eu abençoarei aos que te abençoarem, e amaldi­
çoarei os que te amaldiçoarem; e em ti (isto é, em teu
Sacerdócio) e em tua semente (isto é, em teu Sacer*
dócio), pois te prometo que êste direito continuará em
ti, e em tua semente depois de ti (que é, por assim di­
zer, a semente literal, ou a semente corporal), serão
abençoadas tôdas as famílias da terra, mesmo com as
bênçãos do Evangelho, que são as bênçãos da Salva­
ção, até mesmo da vida eterna” . (Abraão 2:8-11).
A grandeza da nação israelita na Palestina não
entra nesta questão. Davi fêz Israel uma nação de po­
der para ser respeitada. Nos dias de Salomão sua fama
( continua na pígina 106)

85
77Um Templo Para o Altíssimo77
por GOLD1E S O E L B E R Y

OCÊ já viu o Templo de Salt Lake? É de Tenho certeza que as pessoas que construí­
suster a respiração, não é? Eu nunca o con­ ram o templo eram bastante peculiares. A pró­
templei sem sentir grande admiração pelas pes­ xima vez que você vir uma fotografia ou o tem­
soas que o construíram. Pense nas horas de tra­ plo mesmo, note o quão cuidadosamente foi cor­
balho; de amor; de dedicação prestadas à ca­ tada cada pedra e note, também, que os blocos
da pedra. Pense no quanto êles devem ter tra­ são do melhor granito — não apenas qualquer
balhado para conseguir tudo perfeito — com pedra — mas granito que teve que ser transpor­
a certeza de que nada estava fora do lugar. tado por juntas de bois de uma distante pedrei­
Mas, não acha você, como certamente o ra. E note, também, quão sólido é o alicerce —
acharam nossos antepassados, que os resultados quão profundamente está êle fundamentado na
valeram o sacrifício em pregado? Não há um terra. Nossos ancestrais pretendiam construir
edifício na terra que possa ultrapassar o tem­ um templo que fosse digno do nome — um tem­
plo. E, pense só no quão útil êle é — poderia plo que haveria de permanecer por gerações.
haver melhor emprêgo para tal edifício do que Eu também estou construindo um templo.
nêle realizar o trabalho do Senhor? G .aça s às palavras de sabedoria providas pelo

86 A LIA HONA
Pai, fui capaz de selecionar os melhores mate­ ra vingar-me de algumas coisas erradas que al­
riais. Eu não quero pedras baratas. E, vou gumas pessoas me fizeram, mas, não sei, me
também ser peculiar. parece tão inútil ter tão boas ferramentas e en
Tentei prover tudo o que meu templo deve tão gastá-las num passatempo tão infrutífero.
conter. Tenho uma biblioteca; um centro de a p a­ Deve haver um melhor uso para tão valiosos
relhos de audição e visão; uma sala de música; instrumentos.
uma sala de jantar; dois quartos equipados com Alguns de meus conhecidos me sugeriram
instrumentos criativos; um quarto para abrigar também que deveria dar um jeito naquele quar­
minhas emoções e um quarto especial para ora­ to especial para oração — êle lhes parece anti­
ção e meditação (que eu chamo de meu quar­ quado. Entretanto, não acho que darei um jeito
to “espiritual” ) . nêle. Se eu o fizesse, onde comungaria com
Tenho encontrado alguma dificuldade em Deus?
arranjar equipamento adequado para meu tem­ Mas, já falei o bastante sôbre o meu templo.
plo. Nestes dias é difícil conseguir materiais Tenho certeza que você também gostaria de fa­
de valor; há tantos substitutos baratos no mer­ lar um pouquinho sôbre o seu
cado. E, ainda mais, com todos êsses vendedo­ Deitou você o alicerce sôbre uma boa e só­
res modernos tão persuasivos, é realmente um lida fé? Está verificando com certeza se ne­
trabalhão discernir o que é de valor e o que não nhum dos blocos em seu templo está servindo
o é. Há muitas pessoas ansiosas por oferecer como pedra de estorvo? Está usando material
barganhas, mas, não acho que as queira. Usual­ durável, tal como oração, humildade e serviço?
mente encontramos mais dificuldades em ver-nos Temos que ser cuidadosos hoje em dia, não
livres delas do que em comprá-las! deixando que ninguém nos empurre sucedâneos
O equipamento da biblioteca em especial e insistindo em materiais de qualidade. Um ami­
tem sido bastante trabalhoso. Fui muitas vêzes go meu deixou que alguns vendedores persua­
tentado a equipá-la com contos comuns (sendo sivos o convencessem a comprar algumas ervas
que são tão b arato s), mas decidi que seria in­ para o seu sistema comestível e agora a impres­
gratidão de minha parte — Deus ine deu uma tável droga tornou tudo amarelo. Pobre rapaz,
maravilhosa máquina pensante para pôr em mi­ tem agora vergonha de que alguém veja seu
nha biblioteca; não seria justo que eu a rodeas­ templo — êle tem pavor de admitir que caiu num
se com uma tal imprestável ficção. Tenho tido tão ridículo “conto do vigário” .
dificuldade também com o centro de aparelhos Espero que você decida ter um quarto de
de audição e visão. Não sei se equiparei com oração. Descobri que êsse é o quarto mais va­
instrumentos que captaram tudo o que recebe­ lioso em meu templo. Entretanto, lhes darei uma
rem, ou se o ajustarei somente para freqüência sugestão. Pinte as paredes com paz. Você verá
ultra alta. que usará êste quarto um bocado nos anos a
Um mui distante parente meu, chamado Lú- vir e nada é mais satisfatório para observar
cifer, quer que eu alugue um dos meus quartos do que a paz.
a uma sua amiga, chamada Paixão mas não vou Tenho pensado bastante sôbre para que de­
fazê-lo, nem mesmo para um parente! Quando vo usar meu templo. Já é tempo de decidir. Eu
a Paixão está por perto, causa distúrbio que a poderia fechar a máquina pensante e usá-lo es­
máquina pensante não pode operar, e, quando a tritamente por prazer, mas isto iria destruir
máquina pensante quebra, tudo se desarranja. minhas chances de ganhar uma herança Celes­
Lúcifer está também tentando persuadir-me tial. Isto dificilmente seria prudente.
adeixá-lo usar minha sala de jantar para um Gostaria de usar o meu templo para o tra­
de seus coquetéis, mas êle não o conseguirá. balho do Senhor. Gostaria de pensar que meu
Eu sei que espécie de amigos Lúcifer tem — não templo poderia representar tanta verdade e ser­
vou dar-lhes nenhuma oportunidade de virem viço quanto o Templo de Salt Lake.
pelo teto abaixo. O Pai ofereceu-me um negócio muito vanta­
Sabe, alguns de meus amigos me dizem que joso, sabe? Êle prometeu que se eu usar meu
eu deveria usar meus instrumentos criativos p a ­ ( continua na página /05)

A bril de 1959 87
,c U m G s tifo P r ó p r i o

por Elder S P E N C E R W . K IM B A L L
do Conselho dos Doze

realmente um privilégio, jovens irmãos e


irmãs, estar aqui, na maior universidade
do mundo. Não há outra que se lhe possa com­
parar. Há muitas outras universidades com um
maior número de inscrições, com maiores facul­
dades, e mais elaboradas facilidades. Há ins­
tituições especializadas no desenvolvimento da
mente, mas a Universidade de Brigham Young
destina-se a ensinar a mente e o espírito. Aqui
vocês têm o privilégio de seguir as matérias aca­
dêmicas regulares e ao mesmo tempo apreen­
der como, eventualmente, exaltar a si próprios
e ajudar-se a se tornar deuses. É, sem dúvida,
um grande previlégio comparecer à Universida­
de de Brigham Young.
Esta instituição não tem justificação para
sua existência, a menos que venha a construir
caráteres, criar e desenvolver fé e produzir ho­
mens e mulheres fortes e corajosos, constantes
e trabalhadores — homens e mulheres que tor-
nar-se-ão intrépidos no Reino de Deus e presta­
rão testemunho da Restauração e da divindade
do Evangelho. Não está justificada numa base
acadêmica somente, pois seus pais pagam im­
postos para sustentar instituições do Estado as
quais vocês podem freqüentar. Esta instituição
foi estabelecida por um Profeta de Deus para
o propósito específico já por mim indicado.
Fui à cidade do México recentemente e, es­
tando na casa da missão, ví entrar um membro
mexicano de cêrca de 40 anos de idade. Suas
roupas eram comuns, poderíamos dizer humil­
des. Depois de falar por um momento com o
presidente da missão, êste último apresentou-
-mo, dizendo-lhe: “ Gostaria você de conhecer
Elder Kimball?” E, após ter eu lhe estendido
um aperto de mão, mostrou-me um recibo de

88 A LIA HOXA
2) iscurso dirigido aos estudantes da cllniversidade
de cJòrigíjam Q)oung em SProvo, Htalj,
durante uma £%ssem6léia S)evocional

dízimo. Êle havia caminhado quarenta milhas elíptica, com um comprimento duplo da largu­
para p agar seu dízimo. Não era mais do que ra, com soalhos sujos. Eram feitas de pau a pi­
uns poucos pesos, o equivalente a alguns cru­ que. Os telhados eram feitos de fôlhas tiradas
zeiros, mas, mesmo assim, êle tinha feito um das matas. Novamente pensei porque rastejam
considerável sacrifício para vir pagar seu dí­ êles na terra hoje, quando num passado longín­
zimo. Parte do dízimo daquele homem veio p a­ quo tinham seus observatórios e examinavam os
ra cá, ajudar na construção dêstes edifícios, pa­ céus? A resposta então me veio com grande
gar êstes instrutores e dar-lhes esta grande opor­ fôrça: Porque êles esqueceram o propósito da
tunidade. vida. Esqueceram porque vieram à terra e a ha­
Ao vir para acertar o meu dízimo, um pou­ bitaram levando uma vida mundana, até que
co antes do fim do ano, estavam na minha fren­ veio o tempo em que Deus não mais os tolerou
te um pai e seu filhinho. Quando entraram no es­ e permitiu que fôsse dizimados e destruídos.
critório do bispo vi o menino segurar fortemen­ Eu e minha espôsa fizemos, em 1937, uma
te algumas moedas. Um pouco mais tarde êle outra viajem bastante interessante. Sempre gos­
voltou com um recibo de dízimo concernente às tamos de viajar e desta fomos à Europa. Entre
mesmas. Parte dessas moedas serão usadas p a­ as coisas interessantes que vimos na Itália, esta­
ra educá-los, jovens. Não há justificação para va a cidade de Pompéia. Quando ainda menino,
a existência da Universidade de Brigham Yonug em minha adolescência, 1í, na biblioteca de meu
a menos que vocês estejam crescendo, tanto es­ pai, o livro intitulado “ Os Ültimos Dias de
piritual quanto mentalmente, a ponto de virem P om péia” . Êsse livro intrigou-me; li-o muitas
a tornar-se os líderes da Igreja amanhã, a tor- vêzes. Portanto, ao cruzarmos a fronteira da
nar-se os seus profetas, videntes e reveladores, França com a Itália, um de meus maiores dese­
os membros do comitê e, finalmente, os pais e jos era de ver Pompéia.
mães devotados de uma geração justa à vir. Depois de passar alguns dias entre as rui-
Eu e minha espôsa passamos o Natal na ter­ nas de Roma, fomos a Nápoles, Vesúvio e Pom­
ra dos Maias. Usamos para isso algumas de péia. Subimos as m ontanhas até onde era pos­
nossas economias tão àrduamente conseguidas. sível ir de taxi e então escalamos o resto do
Passamos duas semanas em Chichem, Itza e caminho, até o tôpo. Permanecemos na cratera
Uxmal, escalando as velhas pirâmides e as rui- do vulcão e a menos de um metro de nossos pés
nas de uma antiga civilização. À proporção que estava aquela fervente massa em ebulição. P u ­
subíamos os íngremes degraus, tateando nosso demos sentir sua respiração escaldante e ver sua
caminho através de escuras passagens e olhan­ rica côr. O Vesúvio estava ainda vivo. Lem-
do aquela vasta área, veio-me à mente êste pen­ bramo-nos então que no ano 79 A .D . o Senhor
samento: Porque? Porque não estão êstes indí­ permiu-lhe explodir, literal e figurativamente.
genas Maias construindo ainda hoje templos e Esta cidade de Pompéia era, como viemos a
outras magníficas estruturas? Fomos a algu­ saber por observação de primeira mão, uma ci-
mas das pequenas habitações Maias de hoje. cidade mundana. De Roma vinham a Pompéia
Eram casas pequenas, sem cantos, de forma perto da costa do Mediterrâneo, os políticos, os

A bril de 1959 S9
abastados e os socialistas, lá gastando seu di­ feita, as casas, bem assim como seu conteúdo,
nheiro em um viver perdulário e desregado. estavam no mesmo lugar. Não houve uma quei­
ma geral, mas os telhados queimaram comple­
Entramos na cidade de Pompéia que já fôra
tamente. Ao ver o acontecido e refletir sôbre a
escavada. As estradas de pedra mostram as mar­
cena, compreendi porque foi Pompéia destruída.
cas de rodas de carros de guerra. As ruas são
Foi por causa de sua fraqueza e depravação.
mais baixas que as calçadas, e pudemos ver as
Penso que Pompéia deve ter estado na mesma
esquinas das mesmas gastas pelos eixos dêsses condição em que as “cidades das campinas” ha­
carros ao baterem nas pedras. Fomos ao lugar viam estado já muito antes disto.
onde sua comida era preparada. Entramos nas
Vocês lembram da história de Sodoma e Go-
casas em que viviam; nos teatros e balneários,
morra. Abraão foi avisado sôbre a destruição de
em seus bordéis vazios e casas de prostituições
Sodoma e Gomorra porque, como diz a Bíblia,
que estavam fechadas com cadeados e traziam “seus pecados são muito graves” . E disse
taboletas em italiano “Só P ara Homens” . Abraão a seu Pai Celestial: “ Destruirás também
Êstes lugares de vergonha ficaram, depois o justo com o ímpio? Se porventura houver cin­
de 19 séculos, como uma testemunha de sua de­ qüenta justos na cidade, poupá-la-á?” O Senhor
gradação, e nas paredes destes edifícios, em disse que se pudesse encontrar cinqüenta justos
côr, conservam-se, ainda por já aproxim adam en­ a cidade seria salva. Dúvidas vieram à mente
te dois milênios, os quadros de todos os vícios de Abraão, porquanto perguntou novamente se
que poderiam ser cometidos pelos sêres huma­ a cidade seria salva se não houvesse bem cin­
nos — todos os abomináveis pecados acumula­ qüenta. E disse-lhe novamente o Senhor que se
dos desde que Caim se iniciou nos caminhos do houvesse quarenta e cinco justos, Êle ainda a
mal. salvaria por amor dos justos. O número foi en­
Pude então compreender porque Pompéia tão reduzido a trinta, vinte, dez e, ao não serem
fôra destruída. Havia chegado o tempo em que achados dez justos, veio a destruição.
tinha que ser destruída. E então o Vesúvio, esta “ Então o Senhor fêz chover enxofre e fogo,
grande montanha vulcânica, entrou em erupção do Senhor desde os céus, sôbre Sodoma e Go­
e explodiu e as cinzas espalharam-se pelos céus morra. E derribou aquelas cidades, e tôda aque­
por quilômetros e quilômetros, milhares de to­ la campina, e todos os moradores daquelas ci­
neladas delas. A lava ultrapassou a borda da­ dades ,e o que nascia da terra” (Gênesis 19:
quela estrutura cônica e levou consigo tudo o 24-25).
que encontrou em seu caminho. Queimou as vi­ E Abraão “olhou p ara Sodoma e Gomorra,
nhas, os pomares e as casas. Destruiu tudo em e para tôda a terra da campina; e viu e eis que
sua passagem e algumas pequenas cidades fo­ o fumo da terra subia, como o fumo duma for­
ram completamente queimadas ou cobertas. nalh a” (Gênesis 1 9 :2 8 ).
Mas Pompéia não foi queimada! Não estava
Porque foi Sodoma destruída? Porque foi
no caminho em que a torrente de lava passou,
Gom orra destruída? Como puderam êles ser tão
mas as lavas e as cinzas subiram até bem alto
completamentes aniquilados? foi-lhes jogado
no ar, para depois gradualmente voltar e assen­
uma bomba atômica ou coisa parecida? O fogo
tar, cobrindo a cidade completamente. O povo veio dos céus. Alguma estranha espécie de com­
residente nesses edifícios ficou como que her- bustão foi permitido destruir estas cidades. Nin­
mèticamente prêso por êsses elementos, morren­ guém agora sabe onde se encontravam. Nem
do sufocado. Seus corpos foram achados aper­ mesmo as ruinas podem ser achadas.
tando-se num abraço m o rtal. Gatos e cachor­ Vimos, perto da Cidade do México ,outro
ros foram achados nos edifícios. Foram encon­ dia, uma estrutura que os arqueólogos afirmam
trados da maneira que morreram — cobertos haver sido construída 2.000 anos antes de Cris­
de cinzas, de modo que quando a escavação foi to. Pode ter sido construída pelo jareditas. Es­

90 A LIA HO XA
tá ainda em pé, mas, segundo sabemos, não há tórias de Jerusalém, com seu templo destruído,
vestígio de Sodoma e Gomorra. Essas cidades período após período, de Roma, onde passamos
foram completamente arrazadas. Fôsse bomba dias interessantes no Coliseu, transpondo os fa­
atômica ou coisa parecida, não importa, o que mosos arcos, as passagens subterrâneas, as ca­
importa é o porque de terem elas sido destruí­ tacumbas, as grandes mansões, e os balneários,
das. Por causa da iniqüidade do povo. Êles ha­ nos quais os romanos encontraram a sua queda
viam esquecido a razão de haver-lhes sido dada por causa de iniquidades; poderemos citar Ni-
a mortalidade. Pensaram que vieram ao mundo nive e Babilônia; poderíamos ter visitado muitos
só para se divertirem e p ara correrem e cada lugares onde habitaram os jareditaís e nefitas
desejo, apetite e paixão; por isso perderam suas -— e tôdas as vêzes, irmãos e irmãs, descobriría­
vidas. mos que houve um caminho que os levou à des­
Voltem seus pensamentos ao começo do truição. É o caminho da submissão à tentação
mundo e verão que sempre aconteceu o mesmo. — ao desejo — à carne. E somente há um ca­
Daniel e seus companheiros foram levados ca­ minho que preserva alguém dêsse perigo, é o
tivos à Babilônia. Daniel era sábio por ser fiel caminho apertado e estreito que poucos acharão,
e por levar uma vida limpa. E, por estar achega- mas que conduzirá a Deus.
do a seu Pai Celestial, d ’Êle recebeu revelações.
Ao lêr o Livro de Mormon, deparei com a
Belsazar, o rei ímpio, mandou trazer para que
passagem em que Alma falava a seu filho, Co-
bebessem, os vasos de ouro e de prata, que Na-
riaton, reconhecendo quão grande, dominante
bucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo
e quase universal é o pecado (êle estava falando
que estava em Jerusalém, e milhares de seus
sôbre a impureza sexual). Assim disse êle a Co-
grandes, com suas mulheres e concubinas, es­
riaton: “ Não sabes, meu filho, que estas coisas
tabeleceram-se na grande côrte, numa fabulosa
cidade que era então, em sua opinião, indes­ são abomináveis à vista do Senhor? Sim, o mais
trutível. detestável de todos os pecados, com exceção de
Êle mandou trazer esses vasos de ouro que sangue inocente derram ado ou negação do Espí­
foram roubados da Casa do Senhor e que ha­ rito S a n to ?” (Alma 3 9 : 5 ) .
viam sido consagrados para propósitos s ag ra­
dos e nêles beberam vinho. Bebedeira, adultério O MAIS ABOMINÁVEL!
e debocha seguiram. E, enquanto estavam
“ E agora, meu filho, eu peço a Deus, e, se
neste estado de pecado, lá, sôbre a parede, Bel­
não te arrependeres, êles aparecerão com um
sazar via a mão de um homem, escrevendo. O
testamento contra ti, no último dia.
degenerado rei, profundamente abalado, ofere­
ceu a seus astrólogos e adivinhos qualquer pre­ E agora, meu filho, eu desejo que te arre­
ço que pudessem interpretar o que estava escri­ pendas e renegues teus pecados e não te entre­
to. Foi uma experiência frustativa para êle. Mas, gues a lascívia; que, porém, desprezes tôdas es­
embora lhes tivesse sido prometido serem vesti­ sas coisas, pois, a não ser que assim procedas,
dos de púrpura e terem uma cadeia de ouro ao de nenhum outro modo merecerás o reino de
pescoço, e ser o terceiro em importância no Deus. Lembra-te; convence-te e despreza a prá­
reino, nenhum dêles conseguiu decifrar. tica dessas coisas” . (Alma 3 9:7-9).
Daniel foi recomendado pela rainha, que ha­ Naqueles dias agitados dos nefitas — tris­
via ouvido falar de seu estranho poder. Êle lhes tes e desesperados dias, quando Mormon tam­
revelou interpretação. A primeira linha dizia- bém viu a mão escrevendo na parede — êle
“ Contou Deus o teu reino e o acabou” . Na pró­ contou a Moroni que os lamanitas eram cul­
xima linha: “ Pesado fôste na balança e fôste
pados de assassinatos, numerosos crimes e mes­
achado em falta” . Na terceira: “ Dividido foi o
mo canabalismo ao proverem com a carne dos
teu reino, e deu-se ao medos e persas. “ E, des­
pais cativos a seus próprios filhos e esposas. A
truição veio sôbre êles” .
despeito de tudo isso, disse: “ E, apesar de ser
Babilônia caiu. Porque? Por causa da ini­
qüidade. Poderíamos continuar contando as his­ (continua na página 1 0 1 )

A bril de 1959 91
A TRANSFIGURAÇAO
por D O Y L E L. G R E E N
V A R T E XV

A primavera voltara novamente à Terra San­ Durante êsse tempo Êle foi extremamente
ta. De acôrdo com muitos historiadores popular para a maioria das pessoas, com exce­
transcorria o ano 29 D . C . Faziam dois anos e ção dos líderes judeus. Mas agora Sua popula­
meio que Jesus havia deixado seu lar em Nazaré ridade estava declinando. O povo fôra preveni­
e procurado por João Batista para ser por êle do p ara que não procurassem fazê-Lo rei, en­
batizado. Durante êsse tempo, três comemora­ quanto prosseguiam na Sua caminhada pelas
ções da Páscoa tiveram lugar desde quando Je­ praias do nordeste da Galiléia. Êle pregou o
sus iniciou o Seu ministério. Foi também nessa sermão do pão da vida, predisse a Sua morte
época que o Senhor efetuava Seu trabalho de e ressurreição e tentou deliberadamente limitar
pregar o evangelho, escolher os discípulos e es­ Seus seguidores àquêles que realmente acredi­
tabelecer a Igreja na Galiléia que era o lugar tavam em Suas palavras e tinham desejo de
onde morava. Muitas viagens foram feitas por aprender mais a respeito do evangelho. Os curio­
Êle através de todo o território; muitos mila­ sos e aquêles que O estavam seguindo por in-
gres foram realizados; muitos sermões Êle ha­ terêsses egoístas não foram encorajados a per­
via pregado. manecer. Êle havia, em várias ocasiões, oíen-

92 A LIA HOXA
dido sàbiamente os escribas e os fariseus, os para seus lares, temendo que pudessem ser ven­
quais procuravam matá-lo. Mas ainda não ha­ cidos pela fome durante a viagem. Quando Je­
via chegado a ora, pois ainda não estava termi­ sus mencionou isso aos discípulos, sem dúvida,
nado o Seu trabalho: ainda não estava completa êles se lembraram de que há não muito tempo
a organização da Igreja, e Jesus ainda não ha­ atrás, nas mesmas circunstâncias, Jesus havia
via realizado tôdas as coisas para as quais Seu usado o Seu grande poder para multiplicar pães
Pai O havia enviado. para que o povo se alimentasse. Êles Lhe dis­
A oeste e ao norte da província da Galiléia seram: “ Onde haverá neste deserto tanto pães
e junto às praias do Mar Mediterrâneo, estava para fartar tão grande m ultidão?” Quando Je­
o país da Fenícia, cujas principais cidades eram sus perguntou-lhe quantos pães êles tinham,
Tiro e Sidônia, sendo que o país, às vêzes, era disseram: “ Sete, e alguns peixinhos” .
mencionado depois delas. Como o calor da pri­ Como havia feito da outra vez, Jesus man­
mavera e do início do verão tornava-se mais dou que a multidão se sentassem ao solo. En­
forte e, a inquietação dos líderes judeus aumen­ tão, abençoando os pães e os peixes, deu-os aos
tava, Jesus deixou a vizinhança do Mar da G a­ discípulos que distribuiram-os à multidão.
liléia e foi em direção ao norte, “retirou-se para “Todos comeram e se fartaram ; e, do que
os lados de Tiro e Sidônia” , Mas, mesmo quan­ sobrou recolheram sete cêstos cheios” .
do já estava longe das principais áreas da po­ “ Ora, os que comeram era quatro mil ho­
pulação judia, ainda o povo, depois de saber mens, além de mulheres e crianças” .
quem era Êle, comprimia-se ao Seu redor. Depois de estarem satisfeitos, Jesus despe­
Entre êsses que O procuraram nas vizinhan­ diu-os.
ças de Tiro e Sidônia estava uma mulher cana- Entrando num navio, o Salvador atravessou
néia, a qual litigava ao Salvador que tivesse o Mar da Galiléia, como já havia feito muitas
compaixão de sua filha, a qual estava “ horri­ vêzes, até as proximidades de M agadã na ban­
velmente endemoninhada” . Quando Jesus en­ da ocidental. Ali os fariseus e os saduceus ten-
viou os doze apóstolos para pregar, Êle ins­ taram-No pedindo que lhes fôsse mostrado um
truiu-os a não levar o evangelho aos gentios, sinal dos céus. Jesus respondeu-lhes: “uma ge­
mas, antes, à ovelha perdida da casa de Israel. ração má e adúltera pede um sinal”, e conti­
Lembrando isto Seus discípulos o aconselha­ nuou dizendo que nenhum sinal seria dado.
ram a mandar embora aquela mulher, mas sen­ Voltando-se para Seus discípulos disse:
do tão persistente, Jesus lhe disse: “ Ó mulher, “Vêde, e acautelai-vos do fermento dos fariseus
grande é a tua fé! Faça-se contigo como que­ e saduceus” . Então os apóstolos não compre­
res” . Ao retornar ao lar ela encontrou curada enderam o significado mas discorreram entre si
a sua filha. que haviam descuidado de trazer alimento do
D a Fenícia, Jesus voltou à Galiléia, através outro lado do mar e pensaram que o Mestre de­
da terra de Decápolis, que é um país ao norte veria estar se referindo a êsse descuido. Jesus,
do mar da Galiléia. Era assim chamada porque ao saber os seus pensamentos, lembrou-lhes da
nela dez cidades gregas, certa vez, se coliga­ miraculosa alimentação dos cinco e dos quatro
ram em defesa mútua. mil. “Como não compreendeis que não vois fa­
Foi nesse lugar que ocorreu a segunda mul­ lei a respeito de pães? E sim: Acautelai-vos do
tiplicação dos pães. Jesus “subindo ao monte fermento dos fariseus e saduceus” . Finalmente
sentou-se ali”, e logo veio a Êle muita gente êles entenderam que Êle falava da doutrina d a ­
que trazia consigo coxos, aleijados, cegos, mu­ queles líderes judeus.
dos e outros muitos. A todos Jesus curou e o po­ Dentre os milagres que tiveram lugar nes­
vo ficou tão maravilhado que “glorificavam ao sa jornada, a cura de um cego em Betesda re­
Deus de Israel” . cebeu menção especial. Depois de estar curada
Por três dias o povo esteve com Êle e, se a sua vista, êle foi instruído pelo Senhor que fôs­
durante êsse tempo houvera algum alimento, já se para a cidade e nada dissesse a ninguém.
devia ter sido consumido. Jesus teve pena da Jesus novamente tomou a direção norte, pas­
multidão e não queria que êles fôssem embora sou pelo lago Merom e subiu até as agradáveis

A bril dè 1959 93
e arborizadas áreas que cercavam o monte Her- perdê-la-á; e quem perder a vida por minha
mon, a mais alta montanha do lugar. causa, achá-la-á” .
Enquanto estavam nas proximidades da Ce- “ Pois, que aproveita o homem se ganhar o
saréia de Filipe, Jesus proferiu algumas pala­ múndo inteiro se perder a sua alma; o que d a­
vras que têm significado especial para nós. De­ rá o homem em troca da sua a im a?”
pois de perguntar aos Seus discípulos “ Quem Seis dias depois, Jesus toma consigo os
diz o povo ser o Filho do hom em ?” , êles res­ Seus três principais apóstolos, Pedro, Tiago e
ponderam que alguns diziam ser Êle João Batis­ João e “os leva, em particular, a um alto mon­
ta, alguns Elias, e outros Jeremias, ou um dos te” .
profetas. Ali teve lugar um maravilhoso acontecimen­
Prosseguiu Jesus: “Mas vós, quem dizeis to, do qual Êsses três grandes e abençoados ho­
que eu so u ?” mens tiveram o privilégio de participar e ver um
Respondendo pelos discípulos, Simão Pedro pouco da glória de Deus. Enquanto êles olha­
disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” . vam, Jesus “ foi transfigurado” . As escrituras
“ Bem-aventurado és, Simão B arjonas”, dis­ dizem que Sua face brilhava como o Sol e que
se Jesus, “porque não foi carne e sangue quem Suas vestes eram tão brancas como a luz. En­
te revelou, mas meu Pai que está nos céus” . quanto aparecia assim gloriosamente diante dê-
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sô­ les, puderam êles ver também os grandes profe­
bre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as tas Moisés e Elias falando com Êle. Lucas con­
portas do hades não prevalecerão contra ela” . ta que êles falaram a respeito de Sua cruxifi-
“ Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o cação e do que aconteceria em Jerusalém.
que ligares na terra, terá sido ligado nos céus; Muito mais glorioso, foi que uma nuvem
e o que desligares na terra terá sido desligado branca envolveu-os e puderam êles ouvir uma
nos céus”. voz que dizia: “ Êste é o meu Filho amado, em
Então, Êle instruiu Seus discípulos a não quem me com prazo: a êle ouvi” .
dizerem a ninguém que Êle era Jesus o Cristo, Sabendo estarem ouvindo a voz do próprio
pois sabia que o Seu tempo era limitado. Êle Deus, Pedro, T iago e João caíram temeroso sô­
sabia que a Igreja, depois de sua ida, enquan­ bre suas faces.
to Êlesobrevivesse e quando fôsse restabeleci­ “Aproximando-se dêles, tocou-lhes Jesus, di­
da, poderia funcionar somente se os céus es­ zendo: Erguei-vos, e não tem ais” .
tivessem abertos. É a rocha da revelação sôbre “ Então êles, levantando os olhos, a ninguém
a qual a Igreja está construída, tendo próprio viram senão a Jesus” .
Pedro recebido seu testemunho do Senhor atra­ Que estupenda experiência tiveram êsses três
vés da revelação. discípulos escolhidos do Senhor! Era tão gran­
Durante a última parte do verão e o come­ diosa e gloriosa que êles deveriam estar ansio­
ço do outono, Jesus semelhantemente dispen- sos para dizer aos outros discípulos, aos seus
deu grande parte de Seu tempo nas redondezas familiares e aos seus amigos, mas foram impe­
da Cesaréia de Filipe, ensinando Seus discípu­ didos de fazê-lo, pois “ ordenou-lhes Jesus: A
los e preparando-os para continuarem o trab a­ ninguém conteis a visão, até que o Filho do ho­
lho quando Êle não mais estivesse entre êles. mem ressuscite dentre os mortos” .
Uma das coisas que Êle frisou foi que sofre­ Acredita-se que o monte onde ocorreu a trans­
ria muito em Jerusalém e finalmente seria mor­ figuração se chamava monte Hermon, que está
to, e depois de três dias ressuscitaria. Isto foi situado a, mais ou menos, quarenta milhas ao
muito difícil para os discípulos compreenderem, norte e um pouco a leste do mar da Galiléia e
e certa vez disse P edro: “Tem compaixão de ti, cêrca de quinze milhas da cidade de Cesaréia
Senhor; isso de modo algum te acontecerá” . De­ de Filipe. A montanha tem cêrca de cinco mil
pois de repreender a Pedro Êle disse aos Seus metros de altura e seu cimo constitui o lugar
discípulos: “ Se alguém quer vir após mim, a si mais alto da Síria. Ê interessante notar que
mesmo negue, tome a sua cruz e siga-me” . existem três picos principais no cimo da mon-
“ Porquanto quem quiser salvar a sua vida, ( continua na página 107)

94 A LIAHONA
J^ençú-ddM (teçam m de Co-iaçâo-
por W . /. B R E B N E R

N OSSAS escrituras contêm sião em que Cristo prometeu o “Com que ternura de amor,
muitas passagens a res­ Espírito Santo a Seus discípu­ com que solicitude de afeição
peito dos jovens que bancavam los, Êle disse: “Mas quando velarão (os espíritos do bem)
fôrças interiores em sua pure­ vier o Consolador, que eu da nosso sono, e procurarão comu­
za de propósito de pensamen­ parte do Pai vos hei de enviar, nicar com os nossos espíritos,
tos quando pretendiam realizar aquêle Espírito Verdade que para advertí-los dos perigos e
aquilo que parecia impossível. procede do Pai, Êle tes+ificará tentações, para confortar e
Aqui estão como exemplos, José acalmar nossa mágua, p a ra evi­
de Mim” (João 15:26>. Que
que foi vendido ao Egito, mas tar os males que possa nos so­
que lá se elevou tornando-se brevir, ou talvez para nos dar
oficial no tempo da fome, Nefi, alguns bons preságios de re­
que acreditava que . . O Se­ cordação de amor imorredou-
nhor nunca dá ordens aos filhos ro!” P ara obter tão alta bên­
dos homens, sem antes prepa­ ção como esta, meus irmãos e
rar o c a m i n h o . . . ” (I Ne. 3: irmãs, devemos seguir os man­
7 ) ; e foi e obteve os registros damentos de Deus devemos nos
N a P róxim a R ev ista :
necessários para o engrandeci- esforçar por cumprir o que Êle
mento de seu povo; Joseph
N ão P erca ! espera de nós e fazer somente
Smith, que procurou sabedoria «Q uem é o P róxim o?» as ações, pronunciar somente
num bosque, quanto a qual por H ugh B. Brown as palavras, ter só os pensa­
igreja era a verdadeira. . . Ca­ mentos, que um sábio, bondo­
«M inha Mãe»
da jovem encontrou-se a si pró­ so e amantíssimo Pai Celestial,
por David O. M cK ay
prio porquanto se fizera digno nos dá.
de auxílio divino em épocas de «Jesus V isita a Judéia» A pureza de propósito e a
necessidades. por D oyle L. Green
pureza de pensamentos deve­
Podemos seguir êsses exem­ «O Ôlho não viu» rão ser as principais fontes de
plos. Podemos extirpar de nos­ por Harold B. Lee nossos esforços terrenos. Se
sas mentes os maus pensamen­ aderirmos a êste princípio o Se­
. . . e outros artigos escritos
tos que nos querem tomar de
pelas autoridades da Igreja. nhor nos promete uma grande
assalto. Devemos sempre estar
bênção. Em Doutrina & Convê­
em guarda porque Satanás a
nios, o Senhor disse: “ . . . en­
todo momento está de embos­
cada tentando-nos a deixar a tão tua confiança se *ornará
veracidade do evangelho. Se forte na presença de Deus; e
como o orvalho dos céus, a
formos humildes e nos subme­
doutrina do sacerdócio se des­
termos à vontade do Senhor,
tilará sôbre a tua alma.
chegaremos ao nosso objetivo. bênção maravilhosa é esta! Co­ “ O Espírito Santo será teu
Mas não devemos supor que mo nossa alma, nosso inteiro companheiro constante, e o teu
Cristo nos deixa combater so­ ser se regozijará com tal privi­ cetro, um imutável cetio de re­
zinhos as fôrças do mal. Pelo légio! A êsse respeito, temos tidão e verdade, e o teu domí­
contrário, Êle nos tem dado um entretanto, um outro dom de nio, um domínio eterno, e sem
dos mais maravilhosos compa­ nosso Pai Celestial. Em Cha­ medidas compulsórias fluirá a
nheiros que o homem poder ter ves da Teologra de Parley P. ti para todo o sempre” (D. &
— o Espírito Santo. Na oca­ Pratt, págs. 120-121, lemos: C. 121:45-46). H

A bril de 1959 95
Qrande cSucesso a Sec/unda Qon/erência
dos jo v e n s Santos dos Uítimos ~I)ias
Cêrcâ de 400 Jovens da /Vl/ssão, assistiram aos
cinco dias de Conferência realizada em São Paulo

$ Ã 0 PAU LO — T odos os jovens foram con­ Outros D istritos e Ram os fizeram esforços
vidados . . . e vieram mesmo . . . de trem, semelhantes.
de avião, de ônibus ou de autom óvel para assis­ O tem a da Conferência dêste ano foi “Olhe
tirem à primeira Conferência Geral dos Jovens o Futuro com Fé e Confiança’’, e suas ativida­
da Missão Brasileira. des foram planejadas segundo êste tema.
Cêrca de 400 jovens da missão, cobrindo O Presidente da Missão, W m . Grant B an-
um a área que com preende os E stados de Minas gerter, proferiu discursos inspiradores sôbre o
Gerais, São Paulo, Paraná, Sta. Catarina e Rio tema na reunião de abertura, na reunião de cas­
Grande do Sul, assistiram os cinco dias de Con­ tidade e no encerramento.
ferência realizada em São Paulo do dia 28 de ja­ Entre outras coisas, o program a de árbitro
neiro ao dia 1.9 de fevereiro. individual da M issão foi lançado juntam ente com
o programa de árbitro da A. M. Al, incluindo
Abrilhantando a Conferência estava a visita
inesperada do Elder Spencer W . Kimball do tôdas as classes de jovens.
Conselho dos D oze Apóstolos e Irm ã Kimball. Atletism o teve im portante lugar na C onferên­
Os K imballs estavam de viagem para o sul a cia. Os tim es dos Distritos participaram de pe­
fim de visitar as m issões do U ruguai e da Ar­ lejas eliminatórias de Bola ao Cêsto, Voleibol e
gentina . . . planejando visitar o Brasil durante Futebol de Salão. Troféus foram distribuídos
as duas primeiras sem anas do mês de março. aos times vencedores num program a especial
Aconteceu que êles chegaram em São Paulo pa­ que teve lugar durante o “Grande Baile” reali­
ra a abertura da Conferência e o Irmão Kimball zado na últim a noite da Conferência. Foi tam ­
bondosam ente consentiu em abrir a primeira bém entregue um trofeu de divertim ento ao D is­
sessão com apelos especiais à juventude do trito que melhor se conduziu durante a C onfe­
Brasil. rência e que m ostrou maior entusiasmo.
N o ano passado as conferências dos jovens D ivertim entos foram providos pelo “show ”
foram realizadas em quatro lugares diferentes dos talentos pela brincadeira dar.çante e pelo
da missão devido à dificuldade de transportes “Grande B aile”, o que deu oportunidade aos jo­
N este ano os líderes da missão acharam que vens de tôda a missão de se tornarem bons am i­
uma conferência geral com pensaria o tem po adi­ gos.
cional, os esforços e as quantias envolvidas pa­ A reunião de testem unhos ao amanhecer
ra trazer a juventude de todo o Brasil para São abrilhantou a últim a sessão da Conferência.
Paulo. Q uase todos os jovens, m uitos dos quais m em ­
M uitos D istritos e Ram os fizeram esforços bros recentes, deram seus testem unhos da divin­
suprem os para conseguir os fundos necessários dade do Evangelho.
para transportes próprios além da taxa indivi­ Os líderes da missão havia originalmente
dual. O D istrito de Pôrto Alegre levantou sozi­ antecipado hospedagem para 250 jovens. A en­
nho Cr$ 80.000,00 para pagar seu próprio trans­ tusiástica resposta através da M issão foi um
porte. Pôrto Alegre é mais longínquo ponto da indício do sucesso da Conferência.
missão distante de São Paulo — mais de 1.500 A Conferência será agora um acontecimento
quilômetros. E os jovens de Pôrto Alegre via­ anual, e para o próxim o ano os planos já estão
jaram mais de 48 horas no ônibus que aluga­ sendo feitos.
ram, atravessando as piores estradas para assis­ Os planos para a Conferência do próxim o
tir a Conferência. ano incluem 700 jovens. ■

96 A LIA HO XA
A s exp e riên c ia s não foram a p e n a s d ivertim entos. Em
a d iç ã o a o fo rte elem ento e s p iritu al d a C onferência e s ta ­
vam o P resid en te d a M issão W . G. B an g erter e irm ã

cJuventude Sívante ! !! B an g erter. E a m avavilhosa e in esp erad a su rp rê sa de


nossos benvindos v isita n te s, E lder S pencer W . Kim ball
d o C onselho d os D oze e su a en c a n ta d o ra esp ô sa .

lu tu ro c o m ^
■L e confianca

Ê les vieram d e tô d as as p a rte s d a M i s s ã o .. . n o rte, sul,


leste e oeste. O s jo v en s s a n to s d os últim os d ias encon­
traram -se com seus irm ãos e irm ãs na fé pela p rim eira Irm ão e Irm ã K im ball es­
vez n a H istória d a M issão. O G ra n d e D ia . . . e o re­ tavam d e p assa g em pelo
g is tro de cinco d ia s de exp e riên c ia s m aravilhosas. B rasil em su a viagem p a ­
ra o U ru g u ai e A rgenti­
n a, com o re p rese n ta n tes
o ficiais d a Ig reja àq u e ­
las M issões. Irm ão Kim ­
ball b o n d o sam en te c o n ­
sentiu em ab rir a C onfe­
rência com ap e lo s espe­
ciais a o s jo vens.

“ D am os-T e G ra ç a s ” , foi o últim o hino d a a b e rtu ra d a


C onferência, p ois o irm ão e a irm ã K im ball a p ressaram -
N ovas f i s io n o m ia s ... novas a m iza d es foram fe ita s na -se p a ra p e g a r seu navio rum o ao sul, e cêrca de 40 0 jo ­
b rin c a d e ira d a n s a n te d a prim eira noite. D ecorações, vens iniciaram seu s cinco d ias de exp e riên c ia s e d iv erti­
b oa m úsica e m uitos jo v en s fizeram um a noite de sucesso. m entos p ró p rio s d os S a n to s d os Ú ltim os D ias.

A b ril de 1959 97
Atividades

A lguns g anharam
Esportes m as todos se diver
ram que sab e r jo g
c i e n te ., boa atu a
essencial.

T ro f é u s foram d istrib u íd o s a o s v á rio s tim e s d e


voleibol, futebol d e sa lã o e b a sq u e te . Um tro fé u
especial foi e n tre g u e ao D istrito que d em o n stro u
m ais p artic ip a ç ã o , co o p e raç ão e m ais esforço.

O b jetiv o s es p iritu a is d a C o n ferên cia n ão


foram e s q u e c id o s ..-, m esm o n os jo g o s ou
divertim entos.

II C O N F E R E N C I
dos JOVENS
M IS S Ã O B R A S I I

T im e fem inino de capeã:


c h a s d e P ô rto Alegre,
m elhores no próxim o í
s e ra m .

C o rrid a p a r a o ca m p e o n a to d e voleibol^ p ro ­
d u ziu êste g ru p o de as p e c to “ a fia d o ” de
C u ritib a . M ais su lin o s p a r a to rce r no p ró x i­
m o an o . “ E sp ere a te o p ró x im o a n o ” , foi o
q u e d ise sra m .
A v itó ria foi m a ra v ilh o sa p a r a os que g a n h a ra m .
M ais t r e i n o . . . m elhores tinies p a ra o próxim o
a n o , foram a s resoluções to m a d a s p elos que g a ­
n h aram ou p erd era m .
D iferente a in d a foi a a tu a ç ã o do R am o de C a m p in a s.
N ovam ente lo n g as h o ra s d e trab a lh o c* p re p a ro re su lta­
ram num ex celente “ s h o w ” . T o d o s se ale g raram em

Talentos p a rtic ip a r.

e
ílg u n s p erd era m ,
O u tro s aprende-
m sem pre é sufi-
^Passeios
le to d o o tim e é

A rte D ram ática foi um a p a r te d a C onferência a p re s e n ta ­


d a pelo “ show d os ta le n to s " . Aqui, jo v en s do D istrito
d e S ão P a u lo ap re s e n ta ra m d e m aneira p ro fissio n al a
p o p u la r p eç a infantil b ra sile ira “p lu ft" . T o d o s ficaram
bem im p ressio n ad o s com su a ótim a atu a ção .

“ N oites G a ú c h a s ” com m úsicas e c o n to s foi ap re s e n ta d a


p elo s jo v e n s do D istrito de P ô rto A legre. A excelente
a tu a ç ã o foi o re su lta d o d e m uitas h o ra s de tra b a lh o e
p re p aro .

>.U.D. da SAO PAULO 1959


:IRA

C om o vestir-se e com o n ão se v estir foi o tem a d o d esfi­


le de m o d as d a C onferência. M oças d e tô d a ã m issão
ap re n d e ra m o q u e sig n ifica “ bem vestir-se” Ê cla ro ,
fo i só p a ra a s m oças.

m le ib o l. . . gau-
> serem os a in d a
foi o q u e dis-

O pic-nic d a C o nferência tom ou o s jo v en s e levou-os à


vários p o n to s in te re s sa n te s d a g ra n d e c id a d e q u e é S ão
P a u l o . . . d ep o is p a ra um a bela c h á c a ra on d e com eram
e se divertiram .

F a n s to rce ra m m uito p a ra a v itó ria d os tim es fa voritos.


Nem to d o s o s seu s tim es venceram , inas to d o s se diver­
tiram .
^Prêmios Sftailes

A entrega do troféu ao D istrito de Pôrto Alegre pelo


Presidente B angerter abrilhantou o program a.

Irmã B angerter entregou o troféu de voleibol ao C apitão O prim eiro Conselheiro da M issão. W illiam Reich, en­
do time vencedor de Pôrto Alegre. P ôrto Alegre jogou tregou o troféu de futebol ao representante do Distrito
com C uritiba na final. de Bauru. O s times jogaram futebol de salão em eli­
m inatórias.

Testemunfjos
“ Um testem unho pessoal é e sem nre será a fortaleza da
ly reja . Feliz é o homem em cuia alm a habita êste só­ ...b e m -a v e n tu ra d o s sois. pois o testem unho
lido e inabalável poder, pois êle tem uma esperança eter­ que tendes p restado está registrado nos céus
na c um orientador divino que perm anecerá com êle a^o- p ara ser visto pelos anjos; e êles se regozi­
r a e p ara sem pre" C h a r l e s A C a l i . is jam com vossa c a u s a . . . (D . & C. 6 2 :3 )

100 A LIAHOJiA
«U m E stilo Próprio» É possível que qualquer jovem Santo dos
( continuação da página 91) Últimos Dias possa chegar à idade do casamen­
to, sem saber que êste é o mais abominável pe­
monstruosa esta abominação dos lamanitas, em cado depois da negação do Espírito Santo e
nada excede a do nosso povo em Moriantum. derramamento de sangue inocente? Como chega­
Pois eis que muitas das filhas dos lamanitas fo­ mos a êste estado? Como enveredamos por êste
ram aprisionadas, e foram depois desprovidas caminho? Como atingimos esta situação?
daquilo que é mais caro e precioso sôbre tôdas
Penso que há muitas coisas que nos condu­
as coisas, ou sejam a castidade e a virtude. De­
zem a esta atitude. Vou falar-lhes sôbre algumas
pois de terem feito isso, êles as m ataram da mais
destas situações, que acredito romperem nossa
cruel maneira, torturando seus corpos até à mor­
estrutura moral. Nós, primeiramente, nos torna­
te e, depois, disso, devoraram suas carnes como
mos descuidados e inativos. O Evangelho não
feras selvagens em virtude da rudeza dos seus
é assim tão importante p ara nós. Falhamos em
corações; e fizeram tudo isso como prova de co­
assistir às reuniões. Deixamos que nossos deve-
ragem ” (Moroni 9 :9-10).
res escolares nossa vida social, nossos negócios
Qual é entre tôdas as coisas, a mais cara
ou profissões intervenham e tomem o lugar das
e preciosa? É a castidade e virtude! Qual é o
tão importantes atividades da Igreja, até que,
maior e mais abominável pecado no mundo, ge­
finalmente, não sentimos mais tão intensamente
ralmente cometido pelas pessoas? É o pecado
nossa responsabilidade. Já não somos mais en­
do adultério. Priva-os daquilo que é mais caro
tusiásticos.
e precioso sôbre tôdas as coisas: a castidade e a
virtude. Há também outras coisas que encorajam a
falta de castidade, e, uma delas é a falta de
O mundo afastou-se bastante da doutrina
que exige a limpeza de corpo e alma. Falta de modéstia que se desenvolveu e está se desenvol­
castidade, impureza sexual, veio a ser o man­ vendo de um tempo para cá. Hoje em dia os jo­
damento do dia. Estudantes de universidades e vens, rapazes e moças, sabem tôdas as coisas.
colégios, rapazes e moças, estão sendo pilhados Não sabíamos estas coisas quarenta anos atrás.
por êste insidioso pecado que pode conservá-los A juventude sabe tôdas as respostas. Podem fa­
afastados de seu Pai Celestial. Eu sei que isto lar sôbre coisas relacionadas ao sexo como se
é verdade. Eu não estou, meus jovens irmãos, estivessem falando sôbre o A. B. C. Um espíri­
falando de algo que não tenho conhecimento. to de falta de modéstia tem se desenvolvido até
Nós, entrevistamos milhares de missionários, chegar ao ponto em que nada é sagrado — NA­
oficiais da Igreja, membros em geral, etc. A DA É SAGRADO
impureza é 0 grande demônio. Evitem-na como Um fator contribuinte para a falta de modés­
se evita a lepra, como se deve evitar qualquer tia e rompimento dos valores morais é a vesti­
coisa má. Deus escreveu nas táboas quando no menta moderna. Sei que não vou tornar-me po­
Monte Sinai: “ Não matarás. Não cometerás pular ao dizer isto, mas, tenho a certeza de que
adultério” . Êle citou um em seguida do outro os vestidos imodestos usados por nossas jovens
— “ Não matarás. Não cometerás adultério” e suas mães, contribuem em parte p ara a imora­
— e o segundo não está muito atrás do primei­ lidade atual. Mesmo algumas de nossas mães,
ro em importância. É muito importante que com­ esposas e irmãs usam vestidos decotados e en­
preendamos estas coisas e saibamos a importân­ corajam o seu uso. Há até mesmo pais que os
cia delas. encorajam. Imagino se nossas irmãs compreen­
Um jovem casal veio a mim alguns anos dem a tentação que estão ostentando diante dos
atrás. Êles queriam ser casados no templo. Ti­ rapazes ao deixarem seus corpos em parte des­
nham perdido a sua castidade seis meses atrás, cobertos. Imagino se o sabem realmente. Noto
desde o tempo em que ficaram noivos. E, ao com freqüência os muitos e apertados “swea-
ser-lhes chamada a atenção sôbre o assunto, (é ters”, revelando a linha do corpo. Acho que
até difícil acreditar) disseram: “ Bem, isto não “sw eaters” podem ser usados, mas não é neces­
é tão errado assim, não é irmão Kimball?” ISTO sário que sejam usados para dar ênfase às for­
NÃO É TÃO ERRADO ASSIM! mas da moça que os usa. Vejo jovens na rua

A b ril de 1959 101


usando “shorts” . Se é que há algum lugar apro­ tamente que os homens não irão gostar mais
priado para usar-se ”shorts”, êste lugar é o seu dela pelo fato de estar com as costas desnuda.
próprio quarto, a sua própria casa. Êles são Minha jovem, se êle fôr um rapaz decente, um
imodestos. O Presidente Gerge Albert Smith, rapaz digno de você, a am ará ainda mais ao
vosso profeta, mencionou isto muitas vêzes. Êle vê-la propriamente vestida. Mas, naturalmente,
nos disse: “ Irmãos, ao irem falar com os santos, se êle é um rapaz viciado, gostará de vê-la ves­
preguem-lhes modéstia” . É isto o que eu estou tida parcialmente.
fazendo. Tenho ainda uma outra citação: “As dez
Vejo constantemente, nos jornais, coisas que finalistas do concurso para m i s s ...........................
me ferem. Êstes concursos para rainhas. P are­ farão, na quarta feira, a sua última parada de
ce que cada classe, cada grupo, cada clube de­ talento e beleza diante dos olhos dos juizes e da
ve ter uma rainha. A adulação daí resultante é multidão que estará presente na Feira Estadual
freqüentemente destrutiva para que qualquer de Utah. Que figura fará miss............................... ?
uma delas viesse a ser rainha, objeto de um con­ Esta é uma questão que será solucionada sem
curso ou de p arad a de beleza. Tenho aqui uma dificuldades na quarta-feira à noite. As garo­
citação de um jornal de Salt Lake City: “ O jul­ tas aparecerão na parte preliminar do concurso
gamento das candidatas é baseado na persona­ em traje de banho” . Porque as moças se ves­
lidade, aparência em traje de baile, aparência de tem em traje de banho durante um concurso?
maio e talento” . Não é êste um terrível e vergonhoso prêço para
Deixem-me agora, dizer algo sôbre a “a p a­ a popularidade e p ara o ato de ser coroada rai­
rência em traje de baile” . Êsses trajes podem nha? Há milhares de olhos masculinos querendo
ser muito mais bonitos e modestos se cobrirem ver aquêle corpo, também os juizes e multidões
o corpo. O Senhor nunca pretendeu que os ves­ o aplaudem e por isso, nossas jovens se vestem
tidos fôssem decotados e sem alça. E digo-lhes: num reduzido maiô. Porque, oh, porque? Leia-
isto é pecado. (Vejo que muitas de vocês não mos outra citação: “ Ela mostrou aos juizes co­
estão gostando muito do assunto. Porém é a mo parece em traje de banho” . Pensem nisto!
verdade). Posso chamar a sua atenção para as Jovens Santos dos Últimos Dias, mostrando aos
instruções do profeta George Albert Smith. juizes, mostrando aos homens, mostrando ao
Não há razão para que as mulheres neces­ mundo, como parecem em traje de banho. Abo­
sitem usar um vestido só porque é o modêlo minável! Simplesmente abominável! Vou agora,
atual. Podemos criar um estilo próprio. Conhe­ irmãos e irmãs, ler-lhes umas poucas linhas de
um dos irmãos que sentiu o mesmo que sinto, o
ço mulheres que têm usado vestidos de baile
por décadas sem nunca terem usado um que mesmo que vosso profeta sente sôbre isso. Êle
fosse imodesto e ,elas os conseguiram nas pró­ foi apreciar um dos espetáculos esportivos rea­
prias lojas. Qualquer loja em qualquer área terá lizados numa universidade do este e escreveu:
em estoque os vestidos que vocês solicitarem. “ Era uma atuação de balizas. A atmosfera mu­
dou imediatamente. As garotas em vistosas fan­
Fui certa vez a um baile de universidade. Dois
tasias marchavam até o campo de esportes. As
terços das jovens que foram à dança o fizeram
fantasias eram das mais sumárias revelando com­
em vestidos decotados sem alças ou com peque­
pletamente as formas, e deixando as pernas com­
nas alças, o que dá no mesmo. Êsses trajes são
abomináveis à vista do Senhor. Não sei em que pletamente desnudas e o dorso escassamente co­
estão nossas mães pensando ao deixarem suas berto. Nestes trajes, copiados do teatro de re­
filhas vestir roupas imodestas. Repito novamen­ vistas, vieram elas ao campo e lá, na claridade
te — vocês não compreendem ,tenho certeza, a de uma tarde ensolarada, giraram e fizeram pi­
tentação que estão ostentando diante dos ra p a­ ruetas aos olhos da colossal multidão de espec­
zes. Uma mulher é muito mais bonita quando tadores. “ Estou certo que para a demonstração
seu corpo não está à mostra e sua face está ador­ feita pelas balizas era necessária uma conside­
nada com seus encantadores cabelos. Ela não rável perícia, mas não posso ver qualquer rela­
necessita de mais atrações. Assim ela estará na ção entre essa perícia e o exibicionismo que as
sua melhor forma e os homens a adorarão. Cer­ acompanhava. Os assobios como de lobos e as

102 A LIA HO NA
outras exclamações brotadas das bôcas dos es­ L ake! Corpos impropriamente vestidos! Tenho
tudantes sentados nas bancadas descobertas na ainda outra citação sôbre uma cerimônia rea­
parte este do estádio, onde se encontravam as lizada no Templo de Logam. Esta não necessi­
entusiastas torcidas, não eram, certamente, um ta mostrar. Talvez eu já tenha dito o bastante
tributo à habilidade artística. Eu havia me sen­ sôbre isto, mas tenho certeza, irmãos e irmãs,
tado nas arquibancadas públicas no lado oeste, que a roupa que usamos pode ser um fator tre­
e a experiência me foi intensamente em baraço­ mendo na quebra gradual de nosso amor pela
sa. Tenho certeza que essas são moças virtuo­ virtude, nossa constância na castidade. Tenho
sas, sinceras e castas, mas não posso, de ma­ certeza disto!
neira alguma, chegar à conclusão de que foram Tornamo-nos as vêzes um pouco descuidados
elevadas no conceito das pessoas ou elogiadas e pensamos não fazer muita diferença o ir a um
por aquêles portadores de risotas, de exclama­ botequim — conservem-se longe dêsses bote­
ções sugestivas e de comentários indecentes que quins. Êles são buracos que conduzem ao in­
enchiam o ar em minha volta, à proporção que ferno. Nunca permitam serem encontrados nes­
realizavam seu número. ses lugares e, nunca tomem o primeiro copo de
Nós, porém, não precisamos imitar as esco­ cerveja. Vocês sabem o que acontece: um cigar­
las do mundo. Não há desculpa para a Univer­
ro, um copo de cerveja, e é passo por passo que
sidade de Brigham Young. Precisamos ser di­
nos conduzimos à bebedeira, depois do que se­
ferentes ao vermos que há o certo e o errado. Não
guem muitos outros grandes problemas. Eu sei
devemos fazer coisa alguma que não queremos.
que isto é um fato, irmãos e irmãs. Quero ler pa­
Podemos criar nossos estilos e costumes pró­
prios. Outra citação de Seattle, de 13 de setem­ ra vocês mais uma escritura contida na secção
bro de 1950: “ Na quarta-feira passada, um tra­ 59 da Doutrina e Convênios. Essa passagem
balho de pesquisas científicas da Universidade contém um pensamento especial que eu gostaria
de Washington, foi suspenso, por terem os pais de deixar com todos. O Senhor está aqui rei­
feito objeção ao ato de fotografarem suas filhas terando os 10 mandamentos, através do Pro­
desnudas” . Graças a Deus que ainda há alguns feta Joseph Smith.
bons gentios em Seattle! Trabalho de pesquisas “ Portanto, dou-lhes um mandamento, dizen­
científicas! A que ponto chegamos. Quanto nos do assim: am arás ao Senhor teu Deus de todo
rebaixamos as vêzes por causa dos requisitos o coração, de todo o teu poder, mente e fôrça;
a nós impostos. e em nome de Jesus Cristo o servirás
Agora, uma outra fase disto tudo. Acabo de “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo
recortar uma fotografia do “The Deseret News” . Não furtarás; nem cometerás adultério, nem
“ Esta encantadora noiva será a S n ra..................... matarás, nem farás coisa alguma semelhante” .
...................... Majestoso ritual será realizado no (D . & C. 59:5-6). “ Semelhante a fornicação
Templo de Salt Lake para êste proeminente ca­ ou adultério” ? Que é isso? As tais de carícias
sal. S nr............................................................ cumpriu se é que estou usando o têrmo certo. São uma
recentemente uma missão para a Igreja” . Ao “coisa semelhante” e são adultério mental. Je­
verem a fotografia saberão o que quero dizer. sus nos explicou isto claramente. Êle disse: “ Ou-
Essa fotografia apareceu no jornal e, o por­ vistes o que foi dito: não adulterarás.
que das jovens Santos dos Últimos Dias deixa­ “ Eu porém, vos digo: (— esta era a nova
rem seus corpos escassamente vestidos serem pu­ lei, a lei maior). Qualquer que olhar para uma
blicados para a observação de milhares, eu não mulher com intenção impura, no coração já adul­
posso entender. terou com ela” (Mateus 5:27-28)
Vejamos uma outra citação: esta é de um Adultério mental! Adultério físico! Agora
jornal da semana p assada: “Cerimônia matrimo­ vocês, irmãs, saibam isto: que seus namorados
nial será solenizada no Templo de Salt Lake, não as am arão ou respeitarão se tiverem liber­
unindo a S rta............................................... e o Snr. dade em acariciá-las. Alguns dêles far-lhes-ão
.............................................N o Tem plo de Salt um teste. Se vocês forem fortes êles as honra­

A bril de 1959 103


rão, se fraquejarem não as am arão por tê-lo fei­ mos sempre as mesmas coisas vulgares. Neces­
to. Não podem vocês distinguir entre amor e o sitamos ser admoestados freqüentemente — com
desejo? Satisfação de desejo! Não sabem que admoestações francas, vindas da Igreja” .
na maioria das vêzes êles se vangloriam do quan­ Agora antes de terminar, devo dizer que o
to conseguiram aproveitar-se de você? Não dei­ Senhor nos deu uma grande promessa. Êste é
xem que êles as toquem! E, parafraseando: um evangelho de arrependimento. É um evan­
“Qualquer que olhar para um homem com inten­ gelho de perdão; mas o perdão não vem assim
ção impura, no seu coração já adulterou com tão facilmente. Quando alguém descansa por
êle” . Isto serve tanto para homens como para
essa vereda larga conduz à perdição, deve su­
mulheres e é pecado. É um pecado grave mes­ bir novamente escalando o caminho; e, é uma
mo para ser tentado por nossos rapazes. Quão dura, muito dura escalada. O caminho do trans­
baixo e degenerado é o rapaz que insiste, mes­ gressor é duro. Mas, se a pessoa arrependida
mo ao ter recebido uma negativa. jejuar bastante, orar bastante, lamentar e ser­
Nossos rapazes e moças Santos dos Últimos vir o bastante, poderá voltar, e os portões lhe
Dias são os melhores no mundo. Não há um gru­ estarão ainda abertos, muitos dos portões mas
po sequer, mesmo que procuremos de um extre­ êle nunca será novamente o mesmo que era an ­
mo a outro que possa comparar-se a êles. E, tes.
entretanto, ainda ha muitos desafortunados. Ain­ Irmãos e irmãs, o Senhor os abençoa, espe-
da há muitos que se perderam. Eu acho que rando que ajudeis aos outros. A maioria de vo­
quase todos os jovens crescem com um desejo cês, tenho a certeza, são limpos, castos e não
de serem justos. Acho que êles são fundamental­ têm outro desejo senão o de conservar sua vir­
tude, de serem sempre limpos, para prestar aju­
mente bons. Mas, o diabo sabe como destruí-los,
da e sempre m ostrar gratidão, devoção e vene­
êle sabe, jovens, que não pode tentá-los a come­
ração. Tenho certeza disso. Talvez vocês pos­
ter assassínio ou a cometer imediato adultério,
sam ajudar a outros encontrados grupos sociais
mas sabe, também, que se puder conseguir que
e pequenos ajuntamentos aqui e ali. Talvez em
vocês fiquem num lugar escuro e deserto, (por­
sua própria família seus irmãos e irmãs mais
que êle tem anos de experiência). Que mesmo
novos precisem de seu amparo moral. Ao sal­
o melhor rapaz ou a melhor moça irá finalmente
var uma pessoa da lama você faz o maior servi­
sucumbir e cairá. Sabe que há um limite para a
ço que possa ser feito em todo o mundo. Atra­
sua resistência.
vés de sua filiação à Verdadeira Igreja do Deus
Muitas das prostitutas profissionais e liber­
Vivo você está sendo conduzido à salvação e
tinos não tinham pretensão de sê-lo. Êles come­
çam com uma escorregadela, por causa da ten­ divindade. O Senhor prometeu aos valentes
tação e depois, tendo caído, perdem-se. Irmãos “Tudo o que Tenho é vosso” . A fim de atingir
e irmãs, o Senhor abençoa. Isto é importante. essa majestosa perfeição e receber essas ilimi­
Êste assunto é difícil de ser tratado e eu prefe­ tadas bênçãos é necessário que vocês não se ar­
ria certamente desenvolver outros tópicos. Mas, risquem. Conservem suas vidas puras e limpas,,
quando os bispos vem a mim com tristes histó­ p ara que não haja nunca qualquer penalidade.
rias de lares destruídos, de vidas frustadas, co­ Ao fazer isto vocês devem fazer todo o possí­
rações quebrados, arrependimentos e remorsos vel para evitar “a própria aparência do mal” e
tenho de fazê-lo. Quando entrevisto essas desa­ “ a mera aproximação da perdição” . Muitas des­
fortunadas pessoas, lhes digo quase desespera­ sas mortíferas mas irreconhecíveis aproximações
do" Que podemos fazer a fim de evitar isso? foram-Ihes m ostradas hoje. “Aquêle que tem ou­
Que podemos fazer a fim de proteger a geração vidos para ouvir que ouça” . Possa o Senhor aju­
posterior; as crianças de hoje? Digam-me. E, dá-los a andar firmemente em direção aos ideais
êste jovem invariàvelmente dirá: “ Irmão Kim­ eternos, com mãos limpas e corações puros e
ball, estas coisas não são faladas com franque que suas vidas possam ser completas, harmonio­
za suficiente. Nós recebemos muita educação sas e abundantes, é o que rogo em nome de Je­
sexual, mas essa educação nos prejudica. Ouvi­ sus Cristo, nosso Redentor. Amém. ■

104 A LIA HO NA
de nossos esforços? Eu acho e vou tentar ga-
nhá-la nem que leve o resto de minha vida para
o conseguir! E, quem sabe? Talvez se eu tra­
balhar bastante e arduamente a ganharei. Ga­
nharei aquêle terreno nos céus, quando poderei
habitar para sempre num templo do Altíssimo. ■

E d itorial
( continuação da página 83)
I
deveríamos ser ativos em melhorar nossa si­
tuação econômica, como também não devería­
mos nunca cessar de aprender. Deveríamos
cuidar que nossos filhos tivessem a oportunida­
de e o interêsse de obter a melhor educação
possível. E, finalmente, tendo-nos filiado à Igre­
ja e recebido o testemunho do Espírito Santo,
a verdade é que ficamos obrigados a expandir
nosso conhecimento da verdade. Aprendei as
verdades dêste mundo. Elas também pertencem
ao Evangelho. Aprendei as verdades da tarefa
U m T em p lo para o A ltíssim o diária. Elas ajudarão a nos libertarmos, junta­
( continuação da página 87) mente com nossas famílias, das necessidades e
sofrimentos. Mas acima de tudo não permiti
templo da maneira que Êle quer que eu faça, nunca que se diga de qualquer membros da
poderei conservá-lo para tôda a eternidade. Eu Igreja de Jesus Cristo que êle já conhece tudo a
não poderia fazer nada melhor! respeito do Evangelho. Há mais verdades ins­
Que vai você fazer com seu templo? Já piradas nos livros santos das Escrituras que
decidiu? Vai você entrar em sociedade com qualquer homem possa conhecer e reter no cur­
Deus? A sociedade com Êle oferece dividendos to tempo de sua vida neste mundo. Fazei com
tremendos — pense na sabedoria e conhecimen­ que se diga que conhecemos melhor a Bíblia
to que lhe serão proporcionados! Não sei onde do que os protestantes. Que nenhum católico
você poderia achar um sócio como êsse, que nos envergonhe com um conhecimento mais
lhe dá todo o material e depois pede apenas dez profundo das Escrituras que o nosso. Nós te­
por cento do lucro. mos a Verdade, e deveríamos usá-la para pro­
O que fazemos é, naturalmente, de nossa gredir mais do que aquêles que habitam nas
livre vontade. Mas, espero que saibamos esco­ trevas. Só assim poderemos ser a luz sôbre o
lher sàbiamente. Não sejamos tão tolos a pon­ monte.
to de deixar que a ferrugem, falta de polimen­ Se necessitamos de um ponto por onde co­
to ou desuso venha a destruir nossos templos. meçar êsse grande curso de eterno aprendiza­
Olho à frente, para o dia em que Jesus virá do, por que não iniciarmos com o Livro de Mor­
para julgar nossos templos — para ver se os mon, a nova testemunha de Deus nos últimos
conservamos limpos e bem equipados. Espero dias? De lá poderemos ir de novo aos Evan­
que até lá eu ainda possa orgulhar-me de meu gelhos do Novo Testamento com maior enten­
templo. Espero que êle possa merecer aquela dimento e continuar progredindo, para voltar
herança sôbre a qual já falei. outra vez aos demais cânticos das Escrituras
Tal herança é de muito valor, e está à dis­ modernas e restauradas. Assim aprenderemos
posição de todos os filhos de Deus. É claro e receberemos as bênçãos e nossa condição será
que você sabe 0 que seja ela — o título para muito melhor no fim do que no princípio, e, com
um terreno e mansão nos céus! 0 feliz conhecimento do Poder de Deus em nos­
Não acha você que uma tal herança é digna sas vidas, seremos indiscutivelmente livres. B

A bril de 1959 105


Sua D úvida ordenou-lhe que deixasse sua terra mos que muito antes da vinda de
natal e fizesse um convênio com Êle nosso Redentor, os israelitas estavam
(continuação da página 85)
de que através de sua semente Êle espalhados sôbre a face do globo.
abençoaria o mundo com o evange­ N efi, escrevendo sôbre isso, relata:
foi a tôdas as partes do mundo co­ lho. “Portanto, as coisas que li, são
nhecido, mas devido à fraqueza de “Eis que, te conduzirei pelas M i­ ao mesmo tempo temporais e espi­
Salomão em seus últimos anos e nos nhas mãos, e te levarei para pôr sô­ rituais. Pois parece que a casa de
seguintes, veio a decadência devido à bre ti Meu nome, até mesmo o sa­ Israel, mais cedo ou mais tarde, se­
rebelião do povo de Israel. Prim eiro, cerdócio de teu pai, o Meu poder rá espalhada sôbre a fáce da terra
foi a imigração das dez tribus para estará sôbre ti”. por entre tôdas as nações”.
a Assíria, de onde até o presente nun­ “E já existem muitos que são
ca voltaram. Dêsses exilados muitos, “ M E U N O M E SE R Á mais conhecidos pelos habitantes de
sem dúvida, encontraram um cami­ Jerusalém , e a maior parte de tôdas
C O N H E C ID O ”
nho dentro da área que form avam as as tribos saiu de l á ; e dispersou-se
nações do norte da Europa. A g ran ­ “Como foi com Noé, assim será sôbre as ilhas do mar, sem que nin­
de maioria dêles, entretanto, tem si­ contigo; mas mediante teu ministério guém saiba onde fô ra parar, sabe­
do escondida pela mão de Deus pa­ Meu nome será conhecido na terra mos somente que se foi embora”.
ra restaurarem uma nação nos ú l­ para sempre, porque Eu sou tem Deus. “E desde que saiu, foram feitas
timos dias. Então, pouco mais de (A braão 1:18-19). estas profecias referentes a êle e tam ­
um século depois das dez tribos te­ E ra por espalhar os filhos de Is­ bém referentes a todos os que de
rem sido levadas cativas, o povo da rael entre as nações do mundo que agora em diante foram espalhados e
nação de Judá foi levado cativo para o Senhor os abençoaria e atribuir- confundidos por causa do Santo de
a Babilônia, dos quais muitos nunca -lhes-ia as bênçãos do evangelho. O Is ra e l; pois que endurecerão seus co­
voltaram. Depois de ficarem cativos Senhor tomou medidas para distri­ rações contra Êle e serão, portanto,
setenta anos, o restante veio de vol­ bui-los logo depois que os israelitas espalhados entre tôdas as nações e
ta à Palestina p ara continuar como entraram nas terras da Palestina e odiados pelos homens”. (I N efi 22:
a nação de Judá. receberam suas heranças. P a ra uma 3-5).
descrição detalhada dessa dispersão H á várias passagens no Livro de
C O N D IÇ Õ E S A N T E S refere-se ao leitor o excelente trab a­ M ormon que falam dessa migração
DO D IL Ú V IO lho do E lder George Reynolds enti- como também no Velho e no Novo
O ponto a ser considerado em nos­ tulado “Somos Nós de Isra e l? ” N es­ Testamentos. É desnecessário mencio­
sa pergunta é, como foram as na­ sa breve história m ostram -se as m i­ n a r tôdas elas. O Senhor prometeu
ções beneficiadas pelo convênio fei­ grações e miscigenações dos israeli­ que êsses membros da casa de Israel
to com A braão? Prim eiro, olhemos tas em tôdas as partes da te rra ; po­ que estão espalhados pelo mundo,
as condições antes do dilúvio. O Se­ risso não é necessário que nos pro­ reunir-se-ão novamente nos últimos
nhor ensinou o evangelho a Adão de­ longuemos em detalhes que mostrem dias. Êles voltarão de sua longa dis­
pois de ter êle sido expulso do ja r ­ essa distribuição. U m a evidência da persão para herdar as terras do con­
dim do Éden, e o Senhor ordenou- miscigenação da semente de Israel vênio no devido tempo que o Senhor
-lhe que o ensinasse a seus filhos. entre as nações gentias aparece du­ desejar e nenhuma mão ou poder
Isto Adão fêz, mas nós lemos que rante a festa de Pentecostes quando m ortal poderá impedí-lo. P o r oca­
Satanás veio entre êles dizendo: “Eu Pedro e os apóstolos discursaram na sião de sua visita aos nefitas, o Se­
sou também filho de Deus, e os man­ assembléia dos hebreus, os quais ti­ nhor disse-lhes : “Em verdade, em
dou dizendo: N ão creiam, e êles não nham vindo para a festa, “homens verdade vos digo que tenho outras
creram, e amaram Satanás mais que piedosos, de tôdas as nações debai­ ovelhas que não são desta terra, nem
a Deus. E daquele tempo em diante xo do céu” (A tos 2 :5 ). Êsse povo, de Jerusalém, nem de qualquer ou­
os homens começaram a ser carnais, evidentemente, havia nascido em te r­ tra parte dêses países circunvizinhos
sensuais e m aus”. (M oisés 5:13). ras estrangeiras porque êles não po­ onde já estive oficiando”.
Porisso, durante o curso de cêrca de diam falar na língua dos apóstlos e “Porque êsses a quem Me refiro,
dezesseis séculos o mundo tornou-se ficaram maravilhados com o fato de ainda não ouviram M inha voz, nem
corrupto e o Senhor mandou o dilú­ que cada um ouvia-os em sua própria jam ais a êles Eu Me m anifestei pes­
vio e limpou-, de sua iniqüidade. Com língua. soalmente” .
Noé e sua família um novo salto foi N ós que aceitamos o Livro de “M as recebi ordem do P ai para
dado, e os mesmos mandamentos fo ­ M ormon sabemos que o Senhor con­ dirigir-M e a êles, a fim de que ou­
ram dados, e o povo começou a mul­ duziu os nefitas e outros da P ales­ çam a M inha voz, e sejam contados
tiplicar e espalhar-se por tôda a face tina ao hem isfério ocidental. D a mes­ entre Minhas ovelhas, e para que não
da terra. Igualmente aos antidiluvia- ma form a outras colônias foram con­ h a ja mais que um redil e um p a sto r;
nos, êles também logo se esqueceram duzidas a- outras partes do mundo. O portanto, vou a êles m anifestar-M e”
dos mandamentos do Senhor e volta-- que aconteceu com as Dez Tribos nós ( I I I N efi 16:1-3).
ram a fraquezas e à idolatrias. P o r- não sabemos, mas das alocuções pro­ U m a das mais significativas e in­
risso o Senhor escolheu A braão e féticas dos profetas nefitas nós sabe­ teressantes parábolas jam ais escritas

106 A LIA HONA


é aquela revelada a Zenos e registra­ Assim, através dessa migração, o do da casa de Israel. É por meio des­
da no quinto capítulo de Jacó 1 1 0 L i­ Senhor fêz com que Israel se misci- sa m igração que as nações gentias
vro de Mormon. É uma parábola genasse com outras nações e trouxes­ têm sido abençoadas, e se elas se a r­
que fala da m igração de Israel. Se se os gentios p ara dentro das bên­ rependerem sinceramente, ser-lhes-ão
nós tivéssemos a chave completa pa­ çãos da semente de Abraão. N ós es­ também atribuídas as bênçãos prome­
ra a interpretação, então nós te­ tamos pregando o evangelho agora tidas a Israel, “que são as bênçãos
ríamos em detalhe como Israel foi em tôdas as partes do mundo e, com da salvação, até mesmo da vida eter­
transplantada em tôdas as partes do que propósito? P a ra reunir, dentre n a”. ■
mundo. as nações gentias, o cordeiro perdi­

A T ran sfigu ração deu 0 espírito imundo e ordenou-lhe que saisse


(continuação da página 94) dêle. Com isso, o rapaz caiu como se estivesse
morto.
tanha, e, de acôrdo com algumas autoridades, “Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu,
estão cobertos pela neve que lá permanece qua­ e êle se levantou” .
se todo 0 ano, com exceção do verão tardio de
Os discípulos do Senhor, naturalmente, es­
alguns anos. A parte de cima é tôda descoberta,
tavam abismado com aquela cura, pois não ha­
mas seus sopés são lindamente cobertos por
viam podido realizá-la. O Senhor lhes havia da­
rica vegetação. Atualmente, grande parte da
do poder para curar doenças e expulsar demô­
montanha está coberta por vinhas.
nios, e ainda assim nada haviam conseguido
Aquêle parece ter sido um lugar muito apro­ desta feita.
priado para tão gloriosa ocorrência. Lembrar-
Aparentemente, 0 Salvador realizou essa sé­
-se-á que Deus escolheu 0 Rio Jordão para tes­
rie de milagres para ensinar Seus discípulos e
tificar ao mundo que Jesus era Seu Amado Fi­
também a nós que, em algumas ocasiões é pre­
lho por ocasião de Seu batismo, e quase com as
ciso que se tenha uma fé muito grande, o que
mesmas palavras que foram ditas na montanha.
se pode conseguir somente através do jejum e
Lembrar-se-á também que quase idênticas foram
da oração.
as palavras ditas pelo Pai do jovem Joseph
Smith na Floresta Sagrada, ao apontar-lhe 0 Que teria pensado 0 Salvador quando pas­
Salvador. sou novamente pelas terras da Galiléia? Êle sa­
bia que logo teria que deixar seu país e ir pa­
Quando o Salvador e os três escolhidos des­
ra a Judéia, onde encontraria a morte. Era êste
ceram da montanha, encontraram um grande
número de pessoas que estiveram esperando por
Jesus. Entre êles estava um homem que implo­
rava a Jesus que tivesse compaixão de seu fi­
lho que estava possuído de um espírito imun­
do e não podia falar nem ouvir e muitas vêzes
caía no fogo ou na água, não tendo controle sô­
bre si mesmo. Disse também o homem que havia
levado o menino aos discípulos, mas que êles não
puderam curá-lo.
Jesus mandou que lhe trouxessem o menino,
dizendo a seu pai: “Se podes! Tudo é possível
ao que crê” . Com angústia em sua voz e lá­
grimas em seus olhos disse 0 pai amoroso, “ Eu
creio, ajuda-me na minha falta de fé”, mostran­
do sua humildade e sua crença em que o Sal­
vador poderia curar o seu filho. Jesus repreen­

A bril de 1959 107


o seu pensamento, e Êle continuamente ensinava tão, quando o primeiro senhor soube do que
Seus discípulos a respeito de Sua morte e res­ acontecera “ indignou-se e entregou-o aos verdu-
surreição, mas a maioria dêles nada compreen­ gos, até que lhe pagasse tôda a dívida” .
dia. Nessa viagem através da Galiléia, Êle deve “Assim também meu Pai celeste vos fará, se
ter visitado seus amigos e fortalecido a fé dos do íntimo não perdoares, cada um a seu ir­
membros da Igreja através de contatos pessoais, mão” .
mas procurou sempre afastar-se dos curiosos.
Em outra ocasião Jesus realçou a importân­
Em Capernaum os coletores de imposto vie­ cia de nos devotarmos ao serviço do Senhor.
ram perguntar a Pedro se Jesus pagava impos­ Certo homem disse a Jesus que O seguiria onde
tos. Pedro assegurou-lhes que sim, talvez por quer que Êle fôsse, ao que Jesus respondeu:
se aperceber ser êsse um ardil dos líderes ju­ “As raposas têm seus covis e as aves do céu,
deus que procuravam acusar a Jesus de não obe­ ninhos; mas o Filho do homem não tem onde
decer a lei. reclinar a cabeça”.
Jesus mesmo, não possuía dinheiro, porisso
instruiu a Pedro que atirasse seu anzol ao mar,
dizendo-lhe que encontraria na boca do pri­
meiro peixe que pescasse uma moeda suficien­
te para pagar o impôsto que cabia a ambos.
Foi nessa ocasião, e provàvelmente na cida­
de de Capernaum que Jesus pregou o grande
sermão sôbre brandura e humildade. Os discípu­
los disputavam sôbre quem seria o maior no
reino dos céus, e assim foram perguntar a Cris­
to. Êle, que chamava para perto de si uma pe­
quena criança, sentou-se no meio dêles dizendo:
“ Em verdade vos digo que, se não vos conver-
serdes e não vos tornardes como crianças, de
modo algum entrareis no reino dos céus” . /»•».
“ Portanto, aquêle que se fizer humilde co­
mo esta criança, êsse é o maior no reino dos Jesus chamou alguém para seguí-Lo, mas ês­
céus” . te queria primeiro enterrar o seu pai. Outro que­
ria despedir-se dos seus ao que disse Jesus:
Marcos escreveu que nessa ocasião o Sal­
“ Ninguém que, tendo pôsto a mão no arado,
vador disse: “ Se alguém quer ser o primeiro,
olha para trás, é apto para o reino de Deus” .
será o último e servo de todos” .
Isto pode nos parecer hoje um tanto brusco, po­
Mais adiante, Êle explicou a importância de rém realça a importância de sermos fervorosos
se tratar bem as criancinhas. Tam bém foi-lhes quando chamados para o Seu trabalho.
dito quão essencial é que perdoemos os que Continuando a organização da Igreja, Jesus
nos ofendem. Quando Pedro perguntou-lhes: “ designou outros setenta; e os enviou de dois
“Até quantas vêzes meu irmão pecará contra em dois, p ara que O procedessem em cada ci­
mim que lhe perdoe? Até sete vêzes?” Jesus dade e lugar onde Êle estava p ara ir” . Êle ins­
respondeu-lhe: “Não te digo que até sete vêzes, truiu-os para que fôssem sem bolsa e sem alfor-
mas até setenta vêzes sete” . Então, Jesus con­ ge, curar os enfermos e pregar o evangelho.
tou-lhes a parábola do servo, que, mesmo ten­ João conta-nos que os “irmãos de Jesus d ’Êle
do sido perdoado por seu senhor de uma dívi­ se aproximaram e sugeriram-Lhe que fôsse à Ju-
da que não podia pagar, mandou prender seu déia “para que também os Teus discípulos ve­
servo que não lhe pagava uma dívida. En­ jam as obras que fazes” . Êles Lhe disseram que

108 A L1AHOXA
se quisesse que a Sua doutrina e o Seu trabalho lata: “ E aconteceu que, ao se completarem os
fôsseni conhecidos não deveria fazer tudo em se- dias em que devia Êle ser assunto ao céu, ma­
grêdo, mas abertamente. “ Se fazes estas cou- nifestou no Seu semblante a intrépida resolu­
sas, manifesta-Te ao mundo” . Estava bem pró­ ção de ir para Jerusalém” . Outra vez decidira
xima a chamada festa dos tabernáculos, que era fazer a viagem através de Samaria em vez de ir
feita anualmente depois da colheita, podendo ser contornando-a, assim Êle enviou mensageiros a
com parada com a nossa festa de ação de g ra ­ uma certa cidade para ver se o povo o receberia.
ças. Nessa ocasião os judeus reuniam-se em Je­ Quando os habitantes da vila se recusaram, os
rusalém. Era uma ocasião muito propícia para
discípulos, muito constrangidos, disseram: “ Se­
que Jesus manifestasse seu trabalho glorioso.
nhor, queres que mandemos descer fogo do céu
Quem eram Seus “ irm ãos” nós não temos
certeza mas parece que eram membros de Sua para os consum ir?” Porém, Jesus respondeu-lhes
família. João relata: “ Pois nem mesmo os Seus que, “o filho do homem não veio para destruir
irmãos criam n ’Êle” . Jesus disse-lhes que fos­ o homem, mas para salvá-lo” . ■
sem para a festa porque Êle ainda não estava
pronto. L E I A NO P R Ó X IM O M Ê S :

Mas, finalmente chegou a hora, e Lucas re­ “JESUS VISITA A JUDEIA”

Oraçao em Família traz Harmonia


“ E U imagino quantos de nós se apro­ Igreja vejamos se podemos ganhar a con­
ximam de seus filhos o suficiente fiança dos pais e mães para que possa­
para que à noite, ao chegar em casa êles mos falar a êles no que vem o espírito, a
venham sentar-se à beira da nossa cama fim de ensinar-lhes o valor da oração em
para contar-nos onde estiveram, e quantos família.
de nós se aproximam o suficiente dêles pa­ É assombroso o número de pessoas
ra que êles nos confiem os seus problemas que não praticam regularmente a oração
quando vão se tornando mais velhos. em família. Porém não há maior seguran­
Eu tenho certeza que muitos de nós ça para a família, e não há maior proteção
como pais, estamos atrasados em ensinar- para uma criança do que êste hábito que
-lhe alguns dos princípios da vida que êles ela deve desenvolvei
deveriam aprender, se então se desenvol­
Os princípios de integridade e religião
ve entre pai e filho e entre mãe e filha uma
também lhes deve mser ensinados se é ver­
barreira aparentemente intransponível mas
dade que atrás de cada criança faltosa há
no momento em que reconhecemos isso de­ um pai faltoso há uma grande responsabi­
vemos conscienciosamente e com muito
lidade sôbre nossos ombros, da qual não
tacto tentar rompê-la. Vejamos se podemos
devemos fugir por motivo algum ” .
ganhar confiança dos nossos filhos e nós
que somos pais nos diversos ramos da ■ A N T O IN E R. IR V IN S

A bril de 1959 109


Sacerdócio da Missão
e d it o r e s : Presidente W m . Grant Bangerter e WUHam S . Reich

O s M estres V isita n tes D e­


vem Fazer m ais do que só
F A Ç A M E L H O R , V IV E N D O M E L H O R V isita r
/ ^ \ S M estres V isitantes tinham aca-
M uitas vêzes, ao serem e n trevistado s m em ­ bado de deixar o lar de um ín­
bros do Sacerdócio com relação à designação dio, membro da Igreja. Ao chefe da
p a ra servir como m estre v isitante, ouvimo- família foi então perguntada a opi­
-los d iz e r e m : « F arei todo o possível». E s ta p ro ­ nião quanto ao que tinha sido efetua­
do. O fiel índio foi rápido e decisi­
messa é m u itas vêzes feita inconsideradam ente.
vo em sua resp o sta: “M uita visita,
N ão são todos que com preendem a trem en d a pouco ensino”.
mos fazer todo o possível. O fazer todo o p os­ Foram suficientes somente quatro
sível inclui um esforço superior. E fazer tudo palavras para dar aos M estres V i­
o que podemos. É o estad o de excelência mais sitantes êste penetrante sermão. É
triste quando acontece que nós mais
elevado que podem os ob ter em nosso trabalho.
“visitamos” do que ensinamos quan­
O dizer que farem os todo o possível é fazer do somos mandados a instruir os san­
um a prom essa v o lu n tá ria que deveria ser con­ tos. Em bora a visitação tenha lugar
siderada como um a s a g ra d a obrigação. É m ui­ nas visitas de M estres Visitantes, não
to mais do que form alidade, é um a certidão de deve nunca ser permitido que venha
a depor o ensino.
g ara n tia. F a z er todo o possível significa devo­ A visitação pode ser quase uma
ção inquestionável ao trabalho. É u m a exigente perda de tempo. O ensino, entretanto,
responsabilidade que a u to riz a viver diàriam en- quando feito sob a inspiração do Se­
te em conform idade com os padrões da Ig reja nhor é sempre aproveitável.
e seus requerim entos de trabalho. Os M estres Visitantes são os pas­
tores de seus pequenos rebanhos. O
F a z er todo o possível significa m elh o ra­ ensino dos puros princípios do evan­
m ento constante, a tra v és de fé e estudo. Signi­ gelho ajuda-os a conservá-los em re­
fica a necessidade que os m estres visitantes têm tidão e é de grande assistência em
evitar desencorajamento e inativi­
de m a n te r um interesse p atern al por cada fam í­
dade.
lia, tendo sempre interesse no bem -estar te m p o ­ Invertam os a observação de nosso
ral e espiritual de cada m em bro designado a irmão índio, lendo: “Mais ensino,
seu cuidado. Significa tam b ém que os m estres menos visita”.
visitantes irão ju n to s m elh orar os interesses da V ede que não haja C on­
Igreja, defender seus líderes, elevar sua d o u tri­ versas C ondenáveis
na e prom over seu objetivo. A fim de alcançar
M dos deveres dos M estres V isi­
a realização dêste g ra n d e ideal é necessário que
os m estres visitantes façam melhor, vivendo
U tantes é ver que não haja con­
versas injuriosas na Igreja. Essa não
m elhor todos os dias. " é uma responsabilidade secundária.
Um dos elementos predominantes nas
más conversações é o boato. Muita

110 A LIA H O > A


Doença Espiritual
c j f  muitas coisas que atacam a saúde piritual extrem a seria, forçosam ente, um
c do corpo. N ós nos expom os à doen­ pecado imperdoável.
ça. Ela penetra num órgão que está um Q U A N D O O S H O M E N S adoecem es­
pouco enfraquecido; então, os micróbios da piritualmente, não se importam muito com
doença contaminam outros órgãos, sendo a religião. Êles acham que não é neces­
o resultado o sucum bim ento do corpo ao sário ouvir aos seus desejos espirituais.
ataque. D escontentes consigo mesmo, êles censu­
ram aquêles que se alegram com a verda­
Outro dia um irmão e eu fom os cham a­
deira vida de espiritualidade. P orque?
dos para adm inistrar um a senhora, u’a
Porque não sabem o que é a verdadeira
mãe. D uas semanas antes ela era sadia e
vida espiritual. Seus corpos estão sucum ­
forte, uma bonita e jovem senhora. Ela se
bindo às doenças que atacam o espírito.
expôs — não sem necessidade — indo a
um lugar onde a água estava impregnada C om o? pois bem, de muitas maneiras.
de germ es tifóides. Êsses germes penetra­ Aquêles rapazes que ocuparam um quar­
ram em seu corpo e atacaram os órgãos. to no fundo de um salão, jogando durante
Um após outro, os órgãos foram contam i­ horas, bebendo w hiskey ou cerveja, profa­
nados e sofreram distúrbios, e, quando nando o nome de Deus contraíram para
chegamos ao seu leito, descobrim os que suas almas uma doença que é mais fatal
ela estava com pletam ente contaminada pe­ do que a febre tifóide ou qualquer outra
los micróbios daquela doença. doença que posas atacar o corpo. A vida
espiritual estava sendo desarranjada; está
Se você tivesse ouvido a oração de seu desarranjada.
marido ao ajoelhar-se à sua cabeceira im­
E m bora as mães não notassem, ao vol­
plorando, a D eus para cortar aquela febre,
tarem, seus filhos para casa naquela noi­
para restaurar a saúde de sua espôsa e
te, quão profundam ente fixados estavam
devolvê-la sò e salva à êle e seus dois fi- os germ es daquela doença espiritual, lá es­
Ihinhos, seus corações se comoveriam, co­
tavam êles, e os espíritos daqueles rapa­
mo se comoveram os nossos, e teriam cer­ zes estavam, juntam ente, envenenados.
teza, como nós tivemos, de que ela iria se
Essa condição afasta-os da Escola D om i­
restabelecer, que os micróbios da doença nical no dom ingo seguinte; afasta-os das
seriam destruídos, que ela iria outra vez
reuniões do quorum durante a semana;
gozar de fôrça e saúde. afasta-os da Associação de M elhoram entos
“D O R E S C O R P O R A IS privam-nos do M útuos; êles não têm o desejo, a fôrça mo­
completo uso de nossas faculdades e previ- ral para ir a êsses lugares, à procura da
légios e às vêzes mesm o da vida. E ne­ luz e do sadio exercício espiritual.
cessário, portanto, cuidar do corpo. Mas, “O homem que odeia o Seu irmão, e se
grande como é o perigo da decida física, ajoelha para orar, aquêle ódio em seu co­
maior, muito maior, é o perigo da decaída ração, tem em seu espírito uma doença que
espiritual. arruinará sua vida espiritual. O homem
O perigo dêsse século é a apatia espiri­ que engana seu vizinho, (sendo isso do co­
tual, da mesm a maneira que o corpo exige nhecim ento alheio ou não), o homem que
a luz do sol, bom alimento, um exercício se aproveita de um irmão, está enfraque­
conveniente e descanso, o espirito do ho­ cendo sua espiritualidade. Êle não pode
mem tam bém exige a luz do Espírito San­ gozar verdadeiro crescimento nessa Igreja,
to, um exercício conveniente das funções enquanto abrigar êsses sentim entos deso­
espirituais; im pedim ento das coisas per­ nestos em seu coração.
niciosas que afetam a saúde, os quais são O homem que rouba está convidando
mais assoladores nos seus efeitos do que a para sua alma aquilo que o impedirá cres­
febre tifóide, pneum onia ou outras doen­ cer à perfeita estatura de Cristo. O homem
ças que atacam , o corpo. que falha em viver da maneira que Deus
E stas doenças podem estancar as ma­ e a consciência lhe indicam, está enfraque­
nifestações de vida no corpo, mas, o es­ cendo sua espiritualidade — em outras
pírito ainda vive. Quando a doença do es­ palavras está-se privando da lu z na qual
pírito vence, a vida morre. T al doença es­ sua natureza espiritual crescerá. H

A b ril de 1959
Devolver a PORTE PAG O
A LIAHONA
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São Paulo, Est. S. P.
Não sendo reclamada
dentro de 30 dias.

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