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4 – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

O artigo 2º, inciso IV da lei 9.784 prevê que a Administração Pública deve atuar
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé 1, inclusive durante a
realização de concursos públicos.

O Supremo Tribunal Federal, em julgamento no Tribunal do Pleno já se


manifestou nesse sentido, destacando que “o comportamento da
Administração Pública no decorrer do concurso público deve se pautar
pela boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto subjetivo de
respeito à confiança nela depositada por todos os cidadãos (RE 598099,
Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 10/08/2011,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-189 DIVULG 30-09-2011 PUBLIC 03-
10-2011 EMENT VOL-02599-03 PP-00314)

Cumpre, ainda, ressaltar que, o edital inaugural do certame prevê na cláusula


12.5.1 que “o candidato inscrito em mais de um cargo realizará uma única
vez o teste de aptidão física e os exames médicos, sendo aplicado, o
resultado obtido, aos respectivos cargos”.

Todavia, a referida regra editalícia não determina ou prevê qual Teste de


Aptidão Física (TAF) o candidato, inscrito no certame para mais de um
cargo, irá realizar (se irá se submeter ao TAF para o cargo de Escrivão ou
o TAF para o cargo de Delegado), nem tão pouco determina que um
candidato será eliminado por não realizar o TAF referente a prova de escrivão,
mas tão somente que o referido teste quando realizado, será aproveitado para
o outro cargo concorrido.

Isto porque, conforme ressaltado anteriormente, o Teste de Aptidão Física para


o cargo de Escrivão foi marcado para o dia 27/05/2013 (doc. 6) e o de
Delegado em 23/06/2013. (doc. 7)

1
Art. 2o  da Lei 9784: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência:
 IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
Ora, o edital do certame gera dúvidas nesse sentido, uma vez que a
Autora não saberia qual TAF a mesma deveria realizar, haja vista que a
cláusula 12.5.1 prevê somente que o resultado obtido no referido teste
será aproveitado para os dois cargos concorridos.

Desta forma, sendo o Edital contraditório, deve ser adotada a


interpretação mais favorável ao candidato, que seria a realização do TAF
em 23/06/2013, não podendo o Réu eliminar a Autora da concorrência para o
cargo de delegado de polícia por não ter comparecido ao teste para escrivão,
marcado para o dia 27/05/2013.

O Egrégio Tribunal de Justiça do Espírito Santo já se manifestou no sentido de


que quando o edital apresentar disposições contraditórias, conforme o
caso em tela, deve-se aplicar a interpretação mais favorável ao candidato ,
conforme in verbis:

APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA - CONCURSO


PÚBLICO - CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA POLÍCIA
MILITAR - CFO/2003 - EDITAL N. 001/2002 - ENCERRAMENTO DO
CONCURSO - CARÊNCIA DE AÇÃO - PERDA SUPERVENIENTE
DO INTERESSE DE AGIR - INOCORRÊNCIA - APROVAÇÃO FORA
DO NÚMERO DE VAGAS - PREVISÃO EDITALÍCIA DE
CONVOCAÇÃO DE SUPLENTES NA HIPÓTESE DE
REPROVAÇÃO DE CANDIDATOS EM OUTRAS FASES -
PRETENSÃO DE CONVOCAÇÃO - RECURSO DE APELAÇÃO E
REMESSA NECESSÁRIA DESPROVIDOS. 1. - O encerramento do
Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar não enseja a perda
do objeto da ação de candidato que postulou o reconhecimento do
direito de ser convocado para o Curso. Inúmeros julgados do
colendo Superior Tribunal de Justiça respaldam este entendimento.
A exemplo: RMS 33.294 e RMS 32.100.   2. - Ao definir os critérios
que deverão ser observados em concurso público a Administração
deve agir de forma clara e objetiva, de modo a não permitir a
ocorrência de interpretações contraditórias, em atenção aos
princípios da legalidade, segurança jurídica, publicidade e vinculação
ao instrumento convocatório.   3. - Em nome da boa fé que
deve nortear os participantes das relações jurídicas
em geral, havendo disposições contraditórias em
edital de concurso público é de ser adotada a
interpretação mais favorável ao candidato .   4. - Recurso
de apelação e remessa necessária desprovidos. (TJES, Classe:
Apelação, 24070128038, Relator : DAIR JOSÉ BREGUNCE DE
OLIVEIRA, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL , Data de
Julgamento: 16/07/2013, Data da Publicação no Diário:
26/07/2013)
Com isso, é inegável que o Réu violou a boa-fé lhe exigida durante o
decorrer do certame, pois eliminou a Autora aplicando-lhe a interpretação
mais desfavorável.

Conforme destacado, é clarividente que a cláusula 12.5.1 gera


dúvidas/contradição a respeito de sua aplicação, devendo ser aplicada a
interpretação mais favorável a Autora, que seria considerar que seu TAF fosse
realizado em 23/06/2013, data marcada para aplicação do teste para o cargo
de delegado.

Até porque, viola indubitavelmente a boa-fé, eliminar a Autora do cargo de


delegado de polícia por não ter realizado o Teste de Aptidão Física aplicado
aos candidatos que estavam concorrendo ao cargo de escrivão, uma vez que o
deferimento do seu recurso administrativo ainda não havia sido
divulgado.

Portanto, diante de mais uma ilegalidade, não restam dúvidas que a Autora
deve ser reintegrada ao certame para continuar a disputa pelo cargo de
Delegado de Polícia.
Outrossim, o artigo 2º, inciso IV da lei 9.784 prevê que a Administração
Pública deve atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-
fé2, o que na ocorreu no caso em tela , uma vez que o Apelante não agiu com
a boa-fé lhe exigida ao descumprir a lei do certame, segundo entendimento do
Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. MAGISTRATURA DA


PARAÍBA. CANDIDATOS APROVADOS FORA DO NÚMERO DE
VAGAS. SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS DURANTE A
VIGÊNCIA DO CERTAME. NECESSIDADE E INTERESSE
DEMONSTRADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO
DA LEALDADE E DA BOA-FÉ. COROLÁRIOS DA SEGURANÇA
JURÍDICA. EXPECTATIVA CONVOLADA EM DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. 1. Nos termos da compreensão do Pretório Excelso e do
Superior Tribunal de Justiça, o direito à nomeação se limita
exclusivamente às vagas previstas no edital, não atingindo, como se
pretende no caso concreto, aquelas que surjam ao longo do prazo de
validade do concurso. 2. O próprio Supremo Tribunal Federal, em
certas oportunidades, já declarou, porém, que o direito à nomeação
se estende também quando fica caracterizado que a Administração
Pública, de forma intencional, deixa escoar o prazo de validade do
concurso sem nomear os aprovados. 3. A omissão do Tribunal de
Justiça da Paraíba em nomear os candidatos aprovados e treinados,
mesmo diante da pública e notória carência de magistrados e da
existência de vagas, configura o direito líquido e certo à nomeação.
4. Considerando-se que a motivação se limitou exclusivamente à
inexistência de vagas, tendo esta caído por terra frente ao acervo
probatório dos autos - que demonstrou a atuação de magistrados
acumulando mais de uma vara e/ou comarca e a edição de leis à
época da vigência do certame criando novas varas, faltando somente
a atuação do Estado em efetivar o seu funcionamento -, está
configurado o direito líquido e certo dos impetrantes à nomeação. 5.
O dever de boa-fé da Administração Pública exige o respeito
incondicional às regras do edital, inclusive quanto à previsão
das vagas do concurso público. Isso igualmente decorre de um
necessário e incondicional respeito à segurança jurídica como
princípio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio da
segurança jurídica como princípio de proteção à confiança. Quando
a Administração torna público um edital de concurso,
convocando todos os cidadãos a participarem de seleção para o
preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela
impreterivelmente gera uma expectativa quanto ao seu
comportamento segundo as regras previstas nesse edital.
Aqueles cidadãos que decidem se inscrever e participar do certame
público depositam sua confiança no Estado administrador, que deve
atuar de forma responsável quanto às normas do edital e observar o
princípio da segurança jurídica como guia de comportamento. Isso
quer dizer, em outros termos, que o comportamento da
Administração Pública no decorrer do concurso público deve se
pautar pela boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto
subjetivo de respeito à confiança nela depositada por todos os
cidadãos (RE n. 598.099/MS, Ministro Gilmar Mendes, Tribunal
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Art. 2o  da Lei 9784: A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência:
 IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
Pleno, sessão de 10/8/2011). 6. Recurso ordinário em mandado de
segurança provido. (RMS 27.389/PB, Rel. Ministro SEBASTIÃO
REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe
26/10/2012)

Releva ponderar, que o ato do Apelante que convocou o Apelado para a posse
de forma diversa da prevista pelo edital, inegavelmente não obedeceu o
Princípio da Boa-fé previsto no artigo 2º, inciso IV da lei 9784 e necessário
para a prática de todos os atos da Administração Pública, pois descumpriu
norma expressamente obrigatória a ela inerente, praticando inclusive um venire
contra factum proprium, conforme vem se manifestando os Tribunais de Justiça
Pátrios:

RAZOABILIDADE. EXIGÊNCIA DE DOCUMENTOS


NECESSÁRIOS À INVESTIDURA DO CARGO ANTES DA POSSE.
ILEGALIDADE.1. Ao estabelecer, em Edital Regulador, a forma e
os meios de comunicação onde serão realizadas as publicação
dos atos de concurso público, é defeso à administração
promover a divulgação dos prefalados atos de forma diversa
daquela prescrita, sob pena de emitir ato novo em contradição
manifesta com o sentido objetivo dos seus atos anteriores
(venire contra factum proprium). 2. É irrazoável e desproporcional
a estipulação de prazo de 05 (cinco) dias para apresentação de
documentos necessários à posse, sobretudo quando a publicação do
ato na Imprensa Oficial deu-se no curso do período prescrito para
entrega, o que, inexoravelmente, reduziu o prazo já considerado
exíguo.3. A exigência da documentação necessária à investidura do
cargo deve ser satisfeita, após nomeação, quando da convocação
para a posse, posto que esta documentação está diretamente
vinculada ao exercício da função do cargo. Súmula 226 do STJ.
(TJAC 20100014969 AC 2010.001496-9, Relator: Des. Adair
Longuini, Data de Julgamento: 09/06/2010, Tribunal Pleno)

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. INSPETOR DA POLÍCIA
CIVIL. PRELIMINAR DE NECESSIDADE DE FORMAÇÃO DE
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO REJEITADA. CANDIDATOS
REMANESCENTES. CONVOCAÇÃO EDITALÍCIA. NOMEAÇÃO E
POSSE. ATO VINCULADO. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA E DA BOA-FÉ ADMINISTRATIVA. DIREITO LÍQUIDO E
CERTO. EXPECTATIVA DE DIREITO CONVOLADA EM DIREITO
SUBJETIVO. [...] Na autoridade da doutrina espanhola de Luis Díez-
Picazo Ponce de Leon, a ação da administração pública há que
reger-se por um padrão de confiança e de boa-fé, esta última
enquanto amálgama dos princípios da segurança jurídica e da
moralidade, necessariamente implicando "um dever de coerência do
comportamento, que consiste na necessidade de observar no futuro
a conduta que os atos anteriores faziam prever" 4. As relações com
os administrados há de ser sempre permeada por uma feição
inafastável de boa fé e lealdade, de molde a garantir a
segurança jurídica e a própria moralidade da Administração,
vedando-se toda atuação contrária a um comportamento probo
e honesto (venire contra factum próprio), e assegurando
aqueles efeitos jurídicos esperados justificadamente pelo
sujeito que atuou de boa fé, como um imperativo de coerência
na conduta. 5. O dever de coerência esperado da autoridade
administrativa que procede à convocação de candidatos aprovados,
após superadas todas as fases do certame. com destaque ao Curso
de Formação, que per se exige dedicação quase que exclusiva do
candidato. é o de efetivar, com diligência, à sua nomeação e posse,
aí residindo a ilegalidade assacada na vertente impetração 6.
Segurança concedida. (TJCE; MS 2008.0017.8499-0/0; Tribunal
Pleno; Rel. Des. Francisco Sales Neto; DJCE 27/07/2009; Pág. 8)

Em outras palavras, o comportamento da Administração Pública no decorrer do


concurso público deve se pautar pela boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto
no aspecto subjetivo de respeito à confiança nela depositada por todos os
candidatos ao se inscreverem no certame e se submeterem a todas as normas
editalícias.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO


PÚBLICO. PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO DOS
CANDIDATOS APROVADOS. I. DIREITO À NOMEAÇÃO. CANDIDATO
APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL.
Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento
no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a
qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e,
dessa forma, um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do
concurso com número específico de vagas, o ato da Administração que declara os
candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado
dentro desse número de vagas. II. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO DA
SEGURANÇA JURÍDICA. BOA-FÉ. PROTEÇÃO À CONFIANÇA. O dever de boa-
fé da Administração Pública exige o respeito incondicional às regras do edital,
inclusive quanto à previsão das vagas do concurso público. Isso igualmente decorre
de um necessário e incondicional respeito à segurança jurídica como princípio do
Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio da segurança jurídica como princípio
de proteção à confiança. Quando a Administração torna público um edital de
concurso, convocando todos os cidadãos a participarem de seleção para o
preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela impreterivelmente
gera uma expectativa quanto ao seu comportamento segundo as regras previstas
nesse edital. Aqueles cidadãos que decidem se inscrever e participar do certame
público depositam sua confiança no Estado administrador, que deve atuar de
forma responsável quanto às normas do edital e observar o princípio da segurança
jurídica como guia de comportamento. Isso quer dizer, em outros termos, que o
comportamento da Administração Pública no decorrer do concurso público deve
se pautar pela boa-fé, tanto no sentido objetivo quanto no aspecto subjetivo de
respeito à confiança nela depositada por todos os cidadãos. III. SITUAÇÕES
EXCEPCIONAIS. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO. CONTROLE PELO PODER
JUDICIÁRIO. Quando se afirma que a Administração Pública tem a obrigação de
nomear os aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em
consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que justifiquem soluções
diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Não se pode
ignorar que determinadas situações excepcionais podem exigir a recusa da
Administração Pública de nomear novos servidores. Para justificar o excepcionalíssimo
não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é
necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes características: a)
Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser
necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público; b)
Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias,
imprevisíveis à época da publicação do edital; c) Gravidade: os acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves, implicando
onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo
das regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica e excepcional de não
cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a
Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não existirem
outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível. De
toda forma, a recusa de nomear candidato aprovado dentro do número de vagas deve ser
devidamente motivada e, dessa forma, passível de controle pelo Poder Judiciário. IV.
FORÇA NORMATIVA DO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO. Esse
entendimento, na medida em que atesta a existência de um direito subjetivo à
nomeação, reconhece e preserva da melhor forma a força normativa do princípio do
concurso público, que vincula diretamente a Administração. É preciso reconhecer que a
efetividade da exigência constitucional do concurso público, como uma incomensurável
conquista da cidadania no Brasil, permanece condicionada à observância, pelo Poder
Público, de normas de organização e procedimento e, principalmente, de garantias
fundamentais que possibilitem o seu pleno exercício pelos cidadãos. O reconhecimento
de um direito subjetivo à nomeação deve passar a impor limites à atuação da
Administração Pública e dela exigir o estrito cumprimento das normas que regem os
certames, com especial observância dos deveres de boa-fé e incondicional respeito à
confiança dos cidadãos. O princípio constitucional do concurso público é fortalecido
quando o Poder Público assegura e observa as garantias fundamentais que viabilizam a
efetividade desse princípio. Ao lado das garantias de publicidade, isonomia,
transparência, impessoalidade, entre outras, o direito à nomeação representa também
uma garantia fundamental da plena efetividade do princípio do concurso público. V.
NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

(RE 598099, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em


10/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-189 DIVULG 30-09-2011
PUBLIC 03-10-2011 EMENT VOL-02599-03 PP-00314)

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