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A História de Sukhasiddhi

"A história da vida de Sukhasiddhi é muito maravilhosa. Quando tinha cerca de 60 anos de idade,
ou talvez 65, experimentou grandes quantidades de sofrimento. Devido a isso, ela envolveu-se na
prática do Vajrayana e alcançou um estado onde esta se manisfestou como uma jovem de dezesseis
anos de idade.

A sua história diz-nos que ela e a sua família eram muito pobres e chegaram ao ponto em que
apenas lhes havia restado um recipiente com arroz. Então, o marido e o filho sairam para procurar
comida. Estes foram por todo o lado, procurando e pedindo comida. Embora tenham passado por
grandes e vastas dificuldades, foram incapazes de encontrar quaisquer alimentos. Pensaram no
entanto que tinham ainda um recipiente de arroz que havia sobrado, volaram para casa para comer.

No entanto, enquanto estes estavam fora, Sukhasiddhi, dado a sua grande compaixão, deu a comida
a um mendigo. Quando o marido eo filho regresaram, estavam esfaimados e esperavam poder
comer o último arroz, mas descobriram apenas que não restava qualquer arroz; havia sido dado a
um mendigo. Ficaram irritadissimos e extremamente zangados com ela, dizendo-lhe que apesar de
todos os grandes sofrimentos que tiveram que passar, juntamente com um churrilho de problemas,
ainda assim enquanto estavam fora esta tinha dado o seu último alimento. Estavam tão furiosos que
a expulsaram de casa. Esta ficou então muito triste e chorou o facto de o seu próprio marido e filho
a atirarem para fora de casa.

Deixando a sua cidade, deu surgimento a uma grande e forte renúncia por samsara e com base nessa
tenaz renúncia e boa fortuna, foi capaz de encontrar um siddha de quem recebeu instruções orais.
Meditando nestas instruções realizou o Mahamudra, o siddhi supremo. A sua mente libertou-se
nesse estado de luminosidade e o seu corpo tornou-se uma forma vazia tal qual um arco-íris. Ela
parecia agora uma rapariguinha de dezesseis anos. Ela unificara a luminosidade e do corpo ilusório.
Diz-se que, mesmo neste momento, ela reside na Índia e pode ser por lá encontrada em vários
lugares.

Por isso, é com base em se ter bastante sofrimento e dificuldades que se é capaz de
praticar muitissimo bem o Dharma. A fim de meditar no Mahamudra é necessário ter problemas e
dificuldades. Se a pessoa não tem problemas, mas esta muito feliz, então não vai meditar e vai
apenas distrair-se.

Por isso, diz-se que quando se está a meditar no Mahamudra, é muito bom quando se tem uma
grande quantidade de sofrimento. Dentro da verdadeira natureza, ou essência, do Mahamudra, não
há tempo e, portanto, não é preciso pensar sobre a necessidade de se ter muito tempo para essas
práticas. É o suficiente perceber apenas a verdadeira natureza da nossa mente presente, o
Mahamudra.

'A História de Sukhasiddhi ", tal como contada por Khenpo Tsultrim Gyatso Rinpoche

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