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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEPEL

COORDENADORIA DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – COELE

DESENVOLVIMENTO DE FOTOPLETISMÓGRAFO SEM FIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Universidade Federal de São João del-Rei

Curso: Engenharia Elétrica - Noturno

Aluno: Eric Victor de Freitas Ferreira

Matrícula: 100900053

São João del-Rei, dezembro de 2015


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais Eric Garotti e Danielle, que com
imensa paciência e dedicação, me deram suporte e iluminaram meu caminho durante
essa longa jornada. Sem o amor, o carinho e o apoio de vocês eu nada seria.

Agradeço a todos os meus familiares e minha irmã Isabela pelo suporte,


atenção e principalmente por acreditar em mim em todos os momentos dessa longa
caminhada.

Aos meus queridos amigos, colegas e companheiros de república: agradeço


imensamente pelos momentos inesquecíveis, pelo companheirismo e apoio moral
durante todo esse tempo.

À minha namorada, amiga e companheira Kamila Freitas, por suportar as


minhas reclamações acerca deste trabalho e me apoiar sempre nas horas mais difíceis.
Compartilho com você toda essa alegria e agradeço muito por ter aparecido na minha
vida.

Aos meus amigos Antônio Henrique e Saíppe: pelos valiosos ensinamentos e por
todo o apoio e paciência durante esse percurso.

Aos meus companheiros do núcleo Cyros: foi uma honra fazer parte dessa equipe
maravilhosa. Obrigado pelo apoio técnico, pela amizade e pelo pontapé inicial na minha
carreira profissional.

Ao Professor e Orientador Dr. Eduardo Bento Pereira: eu posso dizer com toda
certeza desse mundo que a minha formação, inclusive pessoal, não teria sido a mesma
sem você. Obrigado pela compreensão e pela amizade de sempre.

Dedico esse trabalho a minha falecida avó Magaly Garotti, que sempre acreditou
na minha capacidade e potencial de ser um bom profissional. Você foi um exemplo de
luta e superação e me inspira a ser uma pessoa melhor a cada dia.
RESUMO

O trabalho aqui relatado teve como objetivo realizar um estudo e implementação


de um detector de pulso cardíaco sem fio de baixo custo. Além disso, são tratados temas
e conceitos a respeito da aquisição, condicionamento, processamento, transmissão sem
fio e visualização de sinais vitais, que neste caso é a frequência cardíaca. Para a
aquisição do sinal, foi desenvolvido um sensor óptico que se utiliza do princípio
fotopletismográfico de detecção de pulso. O condicionamento do sinal é feito por um
circuito analógico composto de filtros ativos que utilizam amplificadores operacionais e
filtros passivos, cuja função é selecionar uma determinada faixa de frequência e
eliminar ruídos. Para processar e transmitir o sinal já condicionado para um
microcomputador, utilizou-se a plataforma Arduino integrada com módulos XBee
ZigBee. A visualização do sinal fotopletismográfico foi por sua vez desenvolvida por
meio da interface gráfica Processing.

Palavras-chave: Eletrônica, Instrumentação, Fotopletismógrafo, Arduino, XBee ZigBee,


Processing.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ..........................................................................................2
1.2. MOTIVAÇÃO ............................................................................................................3
1.3. OBJETIVOS..............................................................................................................4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................4


2.1. HISTÓRICO DA DETECÇÃO DE PULSO E FOTOPLETISMOGRAFIA ............5
2.2. O ARDUINO NA INSTRUMENTAÇÃO MÉDICA .................................................6
2.3. TRANSMISSÃO DE DADOS SEM FIO COM MÓDULOS XBEE ZIGBEE..........7

2.4. INTERFACEAMENTO COM O PROCESSING......................................................8

3. METODOLOGIA........................................................................................................9

3.1. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO....................................................................10

4. RESULTADOS..........................................................................................................11

4.1. SENSOR ÓPTICO PLETISMOGRÁFICO.............................................................12

4.2. CIRCUITO DE CONDICIONAMENTO DE SINAL.............................................13

4.3. PROGRAMAÇÃO DO ARDUINO.........................................................................14

4.4. CONFIGURAÇÃO DOS MÓDULOS XBEE ZIGBEE..........................................15

4.5. VISUALIZAÇÃO DO SINAL NO PROCESSING................................................16

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................17

5.1.CONCLUSÃO..........................................................................................................18

5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...................................................19

6. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................20

7. ANEXOS.....................................................................................................................21
1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A detecção da frequência cardíaca é essencial na rotina hospitalar e na rotina de


acompanhamento de tratamentos. É um dos sinais vitais primordiais juntamente com
pressão sanguínea, temperatura corporal, frequência respiratória e oxigenação
sanguínea. Em perspectiva histórica, a realização da medição da frequência cardíaca era
substancialmente difícil, pois quase que a totalidade dos métodos disponíveis eram
invasivos. Os métodos invasivos demandavam um tempo demasiadamente longo para a
determinação de resultados. Com o surgimento de técnicas não-invasivas para a
detecção e medição de pulso cardíaco, como a fotopletismografia, otimizou-se o
processo de monitoramento de pacientes em condições de risco, como em unidades de
tratamento intensivo e cirurgias, que necessitam de monitoramento de frequência
cardíaca em tempo real para o profissional de saúde realizar um rápido diagnóstico [1].

Atualmente, no mercado brasileiro, é possível encontrar diversos tipos de


equipamentos de monitoramento de frequência cardíaca, que possuem muitos recursos
que os tornam versáteis e indispensáveis no ambiente médico. Verifica-se, porém, que
esses equipamentos não oferecem conectividade com microcomputadores de forma fácil
e rápida, além de não possuírem um baixo custo em comparação aos disponíveis no
mercado.

O desenvolvimento e implementação desses tipos de sistemas não-invasivos de


monitoração cardíaca, todavia, podem apresentar uma considerável complexidade e alto
custo financeiro para o projetista, dependendo do grau de precisão do instrumento e a
finalidade de monitoramento na qual se deseja ter.

Diante do exposto, surge a possibilidade de desenvolvimento de um sistema que


implemente essa função, juntamente com a transmissão do sinal via Rádio Frequência
(RF). Apesar ser um sistema de transmissão de dados significativamente mais caro que
os sistemas cabeados, a tecnologia Wireless possui a vantagem da flexibilização e
possibilidade de monitoramento em tempo real de diversos dispositivos alocados em
vários lugares, além de ter a possibilidade da criação de uma rede com vários
dispositivos ao mesmo tempo.

Diante do cenário apresentado, propõe-se o desenvolvimento de um sistema de


detecção de pulso cardíaco de custo menor em relação aos oferecidos pelo mercado, de
fácil implementação e que utilize um meio transmissão sem fio para a transferência de
dados para o microcomputador.

1.2 MOTIVAÇÃO

O desenvolvimento de um sistema de baixo custo em que fosse possível integrar as


áreas de eletrônica, instrumentação médica, transmissão de dados sem fio e
interfaceamento gráfico, com base na proposta do trabalho final de curso de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal de São João del-Rei, que consiste na aplicação dos
conhecimentos obtidos no decorrer do curso de forma a integrá-los em um trabalho.
Diante desse escopo, o resultado é uma proposta de detecção de batimentos cardíacos de
custo reduzido, não-invasivo e de fácil implementação.

1.3 OBJETIVOS

O objetivo do trabalho foi a construção de um sensor de detecção de batimentos


cardíacos pletismográfico com seu circuito de condicionamento de sinal, além de
apresentar conceitos relacionados à instrumentação eletrônica na área médica, a
integração com uma plataforma de prototipagem eletrônica open-source, transmissão do
sinal obtivo através de um módulo de radiofrequência para um microcomputador e a
visualização do sinal em um ambiente de interface gráfica open-source. Buscou-se o
desenvolvimento de um sistema cuja implementação seja a mais didática possível, além
de utilizar componentes de baixo custo e de fácil acesso no mercado de componentes
eletrônicos. Além disso, serão apresentados detalhes a respeito dos princípios físicos
utilizados no funcionamento do sistema de aquisição e condicionamento de sinal do
sistema, recursos e ferramentas utilizadas, algoritmos e configuração dos módulos de
transmissão de dados sem fio.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. HISTÓRICO DA DETECÇÃO DE PULSO CARDÍACO E


FOTOPLETISMOGRAFIA.

O interesse com relação à mensuração do pulso arterial remonta à Grécia antiga.


A primeira descrição do pulso arterial coube a dois médicos de Alexandria, que foram
influenciados pela medicina de Hipócrates (460 a.C.): Herófilo (300 a.C.) e Erasistrato
(310 a.C.). Na época renascentista, já havia certas pinturas onde se podia observar a
diferença de pressão entre vasos sanguíneos. O primeiro aparelho usado na história da
medicina para medir o pulso de um paciente foi inventado pelo italiano Santorio
Santorio (1561-1636), chamado de pulsiologium. Do século XV até o começo do século
XVIII, foram desenvolvidas técnicas de medição de pulso, porém todas eram invasivas
e não possuíam nenhum uso clínico prático. Já em 1895, o fisiologista italiano Angelo
Mosso (1846-1910), inventa um aparelho que seria o antecessor dos detectores de pulso
modernos, que utilizam o processo da Fotopletismografia, que só foi introduzido no
começo da década de 70 [2].

A Fotopletismografia é o processo de estimar a alteração de fluxo sanguíneo


através da intensidade de luz. Com o método, pode-se estimar a frequência cardíaca de
modo não invasiva [3].

Um detector de frequência cardíaca que se utiliza do método Fotopletismográfico


é composto por duas unidades: um foto emissor de luz infravermelha (LED IR) é ligado
a um foto receptor (Fototransistor), usando-se como meio de propagação da luz o
segmento corporal onde se deseja registrar o sinal, que nesse caso são os dedos da mão.
Com a reflexão ou absorção da luz incidente no dedo, é possível observar a variação de
fluxo sanguíneo com base na luz detectada no sensor. Os dedos da mão são locais de
elevado fluxo sanguíneo e possuem poucas camadas de tecido envolventes. A forma de
onda adquirida pelo fototransistor, com a absorção e reflexão da luz infravermelha no
sangue e nos tecidos, é proporcional ao ciclo cardíaco [4].
A absorção de luz pelos tecidos, pele, ossos a par do sangue venoso e arterial não-
pulsátil não apresente mudanças significativas em curtos períodos de tempo, gerando
assim uma componente contínua (CC) no sinal adquirido. A componente alternada do
sinal (AC) é consequência da variação da pulsação, referente ao sangue arterial,
apresentando variações perceptíveis devido às alterações da pulsação [5].

Figura 1 – Fotopletismograma. Fonte: [5]

Através do sinal de Fotopletismografia, estimam-se parâmetros como a frequência


cardíaca e a amplitude da onda de pulso. Para o condicionamento do sinal
fotopletismográfico adquirido, conectou-se um circuito analógico ao sensor para que
pudesse ser convertido para um sinal digital pela plataforma eletrônica Arduino.

2.2 O ARDUINO NA INSTRUMENTAÇÃO MÉDICA

O Arduino é uma plataforma eletrônica única de prototipagem que trabalha com


a filosofia open-source. O projeto Arduino iniciou-se na Itália. Professores,
pesquisadores e alunos, com o intuito de baratear e facilitar a interação entre estudantes
de desing e a tecnologia de microcontroladores, criaram uma plataforma que deu início
a um movimento que democratiza e estimula o desenvolvimento de dispositivos
eletrônicos em todo mundo [7].
A principal vantagem que o Arduino tem em relação à outras plataformas de
desenvolvimento de microcontroladores é a facilidade de sua utilização; leigos na área
técnica podem, com rapidez, aprender o básico para criar seus próprios projetos em um
curto intervalo de tempo [8].

O Arduino, em questões de hardware, compõe-se basicamente de pinos analógicos


e digitais de entrada e saída, entrada USB, um microcontrolador Atmel e componentes
básicos como resistores e capacitores SMD. O Arduino possibilita a ligação de sensores
e atuadores, possibilitando o processamento de informações e dessa maneira controlar e
monitorar esses dispositivos, bastando para isso programá-lo em seu ambiente de
desenvolvimento de software (IDE).

Em termos de software, os programas para o Arduino são desenvolvidos por meio


da linguagem C/C++, que possibilita a utilização de bibliotecas para as mais diversas
aplicações. Como a plataforma Arduino é open-source, tanto o hardware como o
software pode ser modificados de acordo com a necessidade do usuário.

No projeto relatado neste trabalho, o Arduino foi o responsável pela conversão


analógico-digital e aquisição do sinal pletismográfico já condicionado e pelo envio de
dados ao microcomputador, via comunicação Xbee. O código foi projetado para
interagir com o Processing, uma interface gráfica que possibilita a visualização do sinal
do pulso em tempo real.

Figura 2 – Arduino UNO


2.3. TRANSMISSÃO DE DADOS SEM FIO COM MÓDULOS XBEE ZIGBEE

Os módulos Xbee ZigBee são plataformas embarcadas de radiofrequência que


utilizam o protocolo Zigbee para se comunicarem entre si. O Zigbee é um conjunto de
protocolos de comunicação para redes sem fio, desenvolvida a partir de padrões de
endereçamento com o objetivo de criar redes de baixo custo e com elevado número de
módulos e otimização do consumo para comunicação de dispositivos alimentados por
baterias [9].

O padrão ZigBee permite comunicações robustas e opera na frequência ISM


(Industrial, Scientific and Medical) de 2,4 GHZ, assim como o Bluetooth. Apesar de
utilizarem o ISM, há grande diferença entre as duas tecnologias. O Bluetooth se torna
mais necessário para aplicações como sistemas de áudio sem fio, transferência de
arquivos e sincronização entre PCs, Smartphones e impressoras. Já a tecnologia Zigbee
possui melhor desempenho em aplicações de rede de sensores, controle de processos
industriais, automação predial e sistemas onde o consumo de bateria é crítico [10]. A
tabela abaixo evidencia as principais diferenças entre os dois protocolos:

Tabela 1 – ZigBee x Bluetooth

Há outra diferença relevante entre os dois padrões: a alimentação dos módulos.


Nas aplicações que se utilizam da tecnologia Bluetooth, os dispositivos são
recarregados periodicamente, como os celulares. Já os módulos Xbee ZigBee podem ser
alimentados com pilhas alcalinas comuns, com expectativa de duração superior a dois
anos [10]. Essa economia de energia se deve a uma característica dos módulos ZigBee:
quando não estão no modo de transmissão/recepção de dados, eles entram em um estado
denominado modo sono, sendo crucial para otimizar do consumo de energia [9].
Os módulos Xbee possuem a capacidade de se comunicar com 65000 dispositivos
ligados em uma rede. As topologias de uma rede ZigBee podem ter as seguintes
configurações: estrela, peer-to-peer (ponto-a-ponto) e árvore. Os módulos ligados na
rede podem atuar como coordenador, roteador ou dispositivo final [11]. A tabela abaixo
ilustra as topologias de uma rede ZigBee:

Figura 3 – Topologias de redes ZigBee. Fonte: [11]

Os módulos Xbee ZigBee podem ser classificados pela potência e distância de


transmissão. As classes são: XBee e XBee-PRO. São classificados também em séries,
tendo como as mais comuns a S1 e S2. Cada série pode possuir as duas classes ou
apenas uma delas. Para cada série, existem diferenças nas distâncias internas/externas
de comunicação, topologia de rede, forma de comunicação, entre outros [9]. A tabela
abaixo apresenta um comparativo entre as séries S1 e S2:

Tabela 2 – Comparação entre séries dos Módulos XBee ZigBee


2.4 INTERFACEAMENTO COM O PROCESSING

O Processing é um ambiente de desenvolvimento open-source baseado na


linguagem de programação Java aliada a um IDE (Integrated Development
Environment), que permite escrever programas orientados para a criação de
visualizações gráficas. Inicialmente, o Processing destinava-se a servir como auxiliar
visual para quem se iniciava na programação, mas desde então evolui para uma
poderosa ferramenta de representação gráfica, capaz de acelerar a criação de imagens e
animações, podendo ser utilizada na elaboração de trabalhos profissionais. Desde sua
criação em meados de 2001, o Processing promoveu a alfabetização de software dentro
das artes visuais e alfabetização visual dentro da tecnologia [12]. Atualmente, existem
inúmeros estudantes, artistas, designers, pesquisadores e hobbistas que utilizam
Processing para aprender, prototipar e produzir [13].

Existe a possibilidade de interligação das funções do Processing a outros


ambientes de desenvolvimento. Essa relação é possível com o Arduino. Com o
Processing, gera-se saídas gráficas e leituras a partir de dados gerados por sensores
conectados ao Arduino. A partir desta facilidade de integração, é apresentada a
possibilidade de visualização gráfica de um sinal cardíaco pletismográfico em tempo
real.

Figura 4 – Interface do Processing


3. METODOLOGIA

O projeto e montagem do sistema de detecção de pulso pelo método


pletismográfico com transmissão via módulos XBee ZigBee pode ser dividida em 5
subsistemas:

1. Projeto e construção de um sensor optoeletrônico pletismográfico, utilizando um


LED infravermelho e um Fototransistor, para detectar o sinal de pulso.
2. Projeto, simulação e construção de um circuito analógico alimentado com baterias
para o condicionamento do sinal proveniente do sensor óptico pletismográfico. O
circuito é composto por resistores, capacitores e amplificadores operacionais.
3. Programação do microcontrolador da plaforma Arduino, que é responsável pela
leitura do sinal proveniente do circuito analógico de condicionamento do sinal e
pelo envio dos dados ao microcomputador, via transmissão sem fio.
4. Transmissão sem fio utilizando módulos XBee ZigBee. O primeiro módulo
(transmissor) é conectado ao Arduino através de um shield XBee. O segundo módulo
(receptor) é ligado ao microcomputador por meio de uma placa com conexão USB
chamada CON-USBEE. O segundo módulo tem como função receber os dados
amostrados pelo Arduino.
5. Visualização do sinal pletismográfico na interface gráfica Processing.

3.1. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO:

Tabela 3 – Cronograma de atividades


4. RESULTADOS

4.1. SENSOR ÓPTICO PLETISMOGRÁFICO

O sensor óptico pletismográfico é constituído por um LED que emite luz com
comprimento de onda na faixa espectral correspondente ao infravermelho
(aproximadamente entre 895 a 940 nm) e um fototransistor, que funciona como uma
fonte de tensão com saída diretamente proporcional à intensidade da luz infravermelha
recebida.
Para uma melhor aquisição do sinal, LED infravermelho e o fototransistor
ficaram em lados opostos em relação ao objeto que está sendo medido, que nesse caso é
o dedo indicador. Essa tipologia de sensor pletismográfico é chamada de aquisição por
transmissão [15]. Existem outros tipos, como o de reflexão, que possui o emissor de luz
infravermelha e o detector situados no mesmo lado do dedo. A vantagem que o sensor
transmissivo tem com relação ao reflexivo é a menor sensibilidade a movimentos do
dedo e do corpo.

Figura 5 – Sensor transmissivo e reflexivo. Adaptado de [15]

Foi utilizado no projeto o LED infravermelho LT1885, juntamente com o


fototransistor LT 1893, ambos de baixíssimo custo e alta disponibilidade no mercado
brasileiro de componentes eletrônicos. Foi adicionado ao sensor um encapsulamento de
plástico que isola a interferência luminosa externa. O sensor e sua respectiva forma de
onda sem condicionamento de sinal pode ser vista na figura abaixo.
Figura 6 – Sensor óptico pletismográfico e forma de onda sem condicionamento.

4.2. CIRCUITO DE CONDICIONAMENTO DO SINAL

4.2.1. Filtro Passa-Faixa:


Para o primeiro estágio de filtragem, foi implementado um filtro passivo RC
passa-alta de primeira ordem para a remoção do nível DC do sinal proveniente do
sensor e das flutuações de baixa frequência.
Delimitou-se uma frequência de corte que não prejudicasse a faixa de frequência
cardíaca, que possui grande parte dos espectros de potência contidos em até 5 Hz [4].O
passa-alta projetado possui uma frequência de corte de 1,59 Hz.
No segundo estágio de filtragem, foi projetado um filtro ativo passa-baixa. O
circuito integrado escolhido foi o TL082 por possuir uma faixa linear de ganho, baixo
coeficiente de ruído e também por ter a quantidade ideal de amplificadores operacionais
utilizados no sistema [17]. Além de tudo, o TL082 permite ser alimentado com baixo
nível de tensão, que nesse caso são baterias de 3V. O filtro passa-baixa possui uma
frequência de corte de 7,958 Hz. Com esses dois estágios definidos, delimita-se a banda
passante do passa-faixa. Segue, na figura abaixo, a configuração do circuito do filtro
passa-faixa:
Figura 7 – Filtro passa-faixa.

No presente trabalho, fez-se necessário a introdução de outro filtro passa-faixa de


configuração idêntica com um potênciometo substituindo o resistor de 1kΩ, tornando-se
assim um passa-faixa de segunda ordem. Com essa adição, houve uma melhora
significativa na inclinação da faixa de passagem, além de possibilitar um ganho maior,
obtendo assim uma melhor resolução da amostragem do sinal pletismográfico. O
diagrama de bode pode ser visto com detalhes nos anexos do trabalho.

4.2.2. Regulador de offset:

O filtro Passa-Faixa e os filtros Passa-Alta removeram o nível DC do sinal


proveniente do sensor, fazendo com que o sinal possuísse alguns valores negativos de
tensão, impossibilitando a conversão do sinal pelo conversor analógico-digital do
Arduino. Um divisor de tensão foi inserido para introduzir um offset de 1,5V no sinal
analógico proveniente do filtro passa-faixa, para adequar o sinal na entrada do
conversor AD, juntamente com um capacitor de desacoplamento AC para DC.
Figura 8 – Circuito regulador de offset

O formato de onda do sensor pletismográfico após o condicionamento de sinal é


apresentado na figura 8:

Figura 9 – Sinal pletismográfico condicionado

4.3. PROGRAMAÇÃO NO ARDUINO

O modelo de Arduino utilizado neste trabalho foi o UNO. Ele possui o


microcontrolador ATMEL ATMEGA328 e atende todas as especificações necessárias
para a realização do projeto. A programação foi realizada através da IDE (Ambiente de
Desenvolvimento Integrado), que é fornecida pelo fabricante no site oficial. No
diagrama de blocos abaixo, é apresentada a dinâmica do algoritmo do Arduino:
Figura 9 – Diagrama de Blocos – Algoritmo do Arduino

Realizada a amostragem do sinal, o Arduino gerencia a comunicação serial com o


Processing, através do módulo XBee ZigBee. Foi implementado um intervalo amostral
de 5 ms entre cada leitura executada, a uma taxa de amostragem de aproximadamente
200 Hz.

4.4. CONFIGURAÇÃO DOS MÓDULOS XBEE ZIGBEE

A configuração dos módulos XBee Zigbee é realizada a partir do software X-CTU,


que é gratuito. Ele é responsável por diversas configurações dos módulos, incluindo os
parâmetros utilizados para comunicação em rede. Os dois módulos, que são da família
S1 (802.15.40), foram alocados na placa COM-USBEE, seguidos da inicialização do
software X-CTU.
A primeira parte da configuração consiste na varredura e no reconhecimento de
ambos os módulos. Em seguida, selecionou-se a porta de comunicação serial desejada
do microcomputador e sua configurou-se a porta para uma taxa de transmissão desejada.
Na segunda e última parte, configurou-se o firmware dos módulos de maneira a
criar uma rede de topologia ponto-a-ponto. A figura abaixo mostra os parâmetros de
configuração dos dois módulos:

Figura 10– Parâmetros de configuração do primeiro módulo.


Figura 11 – Parâmetros de configuração do segundo módulo

Com essa parametrização, determinou-se uma comunicação ponto-a-ponto em que


ambos os módulos, que possuem endereços diferentes, se comuniquem. Os dois
módulos pertencem à mesma rede, pois possuem o mesmo PAN ID. A disposição dos
módulos após serem configurados foi a seguinte: o primeiro ficou alocado no
CONUSBEE para receber o sinal do fotopletismógrafo e o segundo em um shield XBee
ZigBee para Arduino da LIBELIUM.

Figura 12 – Shield XBee - Arduino


4.5. VISUALIZAÇÃO DO SINAL NO PROCESSING

Após a configuração dos módulos XBee ZigBee, utiliza-se o Arduino para o


gerenciamento da comunicação serial com o Processing. O código utilizado neste
trabalho, que é de autoria de Kevin Darah [16], representa graficamente o pulso do
usuário em tempo real. Esse software de processamento faz a leitura dos dados
provenientes da porta serial e plota em um plano cartesiano, cuja configuração de cor e
tamanho é detalhada no código. Segue, na figura abaixo, o sinal pletismográfico obtido
nos primeiros testes com o sistema completo.

Figura 13 – Visualização do sinal pletismográfico no Processing.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1. CONCLUSÃO:

Este trabalho constituiu no desenvolvimento e implementação de um detector


de pulso cardíaco com transmissão de dados sem fio. Utilizou-se um sensor óptico
pletismográfico, um circuito de condicionamento de sinal, a plataforma eletrônica
Arduino, que possui um microcontrolador para amostragem do sinal pletismográfico,
módulos XBee ZigBee para a comunicação sem fio e o Processing para a visualização
gráfica.
A principal vantagem desse protótipo é mostrar que é possível projetar e criar
um sistema de detecção de pulso não-invasivo de fácil conectividade com o
microcomputador e de forma extremamente didática, diferenciando, assim dos outros
equipamentos disponíveis no mercado brasileiro. O Arduino mostrou-se uma ferramenta
ideal para o desenvolvimento do projeto, atendendo a todos os requisitos e
extremamente aplicável na área de instrumentação eletrônica. O sistema construído
apresentou eficiência na filtragem do sinal pletismográfico, eliminando assim ruídos
provenientes da rede elétrica e de alta frequência.
Por fim, este projeto possibilitou uma amplitude de conhecimento e experiência
acerca da instrumentação eletrônica de sinais vitais, transmissão de dados sem fio e
programação, envolvendo diversos conceitos apresentados nas disciplinas ao longo do
curso de Engenharia Elétrica.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS:

Como sugestão para trabalhos futuros, algumas modificações buscando a


melhoria do projeto podem ser feitas, como por exemplo, a escolha da tecnologia SMD
para o desenvolvimento do sensor e do circuito de condicionamento do sinal. Dessa
maneira, pode-se miniaturizar o protótipo, aumentar a autonomia do sensor e diminuir o
nível de ruído. Outro ponto interessante é a melhoria no ajuste de luminosidade do LED
infravermelho do sensor. Pode-se implementar um controle de variação da luminosidade
que melhore o desempenho do sistema e a aquisição do sinal, aumentando a robustez do
sistema. A conectividade do microcomputador com o XBee ZigBee também pode ser
modificada para uma rede de maior alcance que envolva vários dispositivos de
detecção, sendo bastante útil para futuras monitorações de pulso cardíaco. E por fim, o
desenvolvimento de um algoritmo que permita a análise precisa do sinal adquirido,
fazendo leituras periódicas e gerando relatórios e histórico de frequência cardíaca.

6. REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS

[1] CORRÊA, L. A. F., Sistema Não Invasivo de Monitoração de Pressão Arterial e da


Onda de Pulso Utilizando a Fotopletismografia. Rio de Janeiro, 2006.

[1] História da Pressão Arterial - Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em:

<http://publicacoes.cardiol.br/caminhos/016/> Acesso em setembro de 2015.

[2] BHATTACHARYA, J., KANJILAL, P.P., MURALIDHAR, V., “Analysis and


Characterization of Photo-Plethysmographic Signal”, IEEE Transactions on Biomedical
Engineering

[3] Monitor de Frequência Cardíaca. Disponível em


<http://blogeletronicjm.blogspot.com.br/2013/08/monitor-de-frequencia-cardiaca-com-
8051.html> Acesso em setembro de 2015.

[4] WEBSTER, J. G., Desing of Pulse Oximeters. Medical Science Series. IOP
Publishing Ltd. 1997
[5] MARTINS, R. M. S., Desenvolvimento de um Sensor de Fotopletismografia para
Monitoração Cardíaca para aplicação no Pulso. Coimbra, 2010

[6] O que é o Arduino e como ele pode impulsionar novos negócios e inovações.
Disponível em <http://www.opservices.com.br/o-que-e-o-arduino/> Acesso em
setembro de 2015
[7] CORRÊA, L. A. F., Sistema Não Invasivo de Monitoração da Pressão Arterial e da
Onda de Pulso utilizando a Fotopletismografia. Rio de Janeiro, 2006.

[8] RAMOS, J. B., Instrumentação eletrônica sem fio: transmitindo dados com módulos
XBee ZigBee e PIC18F877A. São Paulo: Érica, 2012.

[9] ZigBee: ZigBee x Bluetooth. Disponível em


<http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialzigbee/pagina_4.asp> Acesso em setembro
de 2015

[10] MCROBERTS, M., Arduino Básico. São Paulo: Novatec, 2011.

[11] Processing.
<https://teoriadacomplexidade.wordpress.com/2015/04/28/processing/> Acesso em
outubro de 2015.

[12] Processing: o que é?


<http://www.seucurso.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=261:pr
ocessing-o-que-e-e-para-que-serve&catid=906:diversos&Itemid=70> Acesso em
outubro de 2015.

[13] FRY, B.; REAS C., Processing Overview. Disponível em


<https://www.processing.org/tutorials/overview/> Acesso em outubro de 2015.

[14] LIMA, D. W. C., Oxímetro de Pulso com Transmissão de Sinal Sem Fios. Porto
Alegre, 2009.

[15] MOYLE, J. T. B., Pulse Oximetry. London: BMJ, 1994.

[16] PLUX, PLUX Wireless Biosignals. Disponível em < http://www.plux.info/>


Acesso em setembro de 2015.

[17] CORRÊA, L. A. F., Sistema Não Invasivo de Monitoração de Pressão Arterial e da


Onda de Pulso Utilizando a Fotopletismografia. Rio de Janeiro, 2006.
[18] ALEXANDER, C.K. , SADIKU, M.N.O., Fundamentos de Circuitos Elétricos,
Bookman, 2003.

[19] TL082 Datasheet. Disponível em <http://www.ti.com/lit/ds/symlink/tl082-n.pdf>


Acesso em setembro de 2015

[20] Kevin Darrah – Dedicated to Desing. Disponível em


<http://www.kevindarrah.com/?page_id=440> . Acesso em outubro de 2015

ANEXOS:

 Esquema elétrico completo do sistema


 Código do arduino
 Código do processing
 Layout da placa de circuito impresso
 Tabela de preço de todos os componentes

(VERSÃO IMPRESSA)

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