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Noções de Economia

Agente da Polícia Federal


Prof Heber Carvalho e Daniel Saloni – Aula 04

AULA 04 Teoria da firma (parte II): Custos

SUMÁRIO
1. CUSTOS DE PRODUÇÃO........................................................................................................ 2
1.1. CUSTOS ECONÔMICOS X CUSTOS CONTÁBEIS ............................................................................. 2
1.2. CUSTOS IRREVERSÍVEIS, IRRECUPERÁVEIS OU AFUNDADOS (SUNK COSTS).................................. 4
1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIÁVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT) ............................................................ 7
1.4. CUSTO MÉDIO E CUSTO MARGINAL ............................................................................................ 8
1.5. CURTO X LONGO PRAZO ............................................................................................................. 9
1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO ......................................................................................................... 9
1.6.1. Curvas de custo fixo, variável e total .................................................................................... 9
1.6.2. Curvas de custo fixo médio, variável médio e marginal....................................................... 10
1.6.3. Relação entre as curvas de custo médio e marginal............................................................ 15
1.7. CUSTOS NO LONGO PRAZO....................................................................................................... 20
F U
escala.......................................................................................................................................... 22
1.7.2. Curva de custo total de longo prazo ................................................................................... 26
1.7.3. Curva de custo marginal de longo prazo ............................................................................ 26
1.7.4. Economias e deseconomias de escopo ............................................................................... 28
MAIS QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................. 34
LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS............................................................................... 38
GABARITO..................................................................................................................................... 42

Olá caros(as) amigos(as),

Hoje, estudaremos os custos de produção. É um assunto inerente ao


estudo da teoria da firma. Além disso, os temas de hoje são muito importantes, pois
são pré-requisitos para um bom aproveitamento em nossa próxima aula sobre
mercados. Um bom entendimento da aula de hoje facilitará bastante o seu
aprendizado de mercados (especialmente, a parte de concorrência perfeita).

E aí, todos prontos? Então, aos estudos!

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1. CUSTOS DE PRODUÇÃO

O primeiro item da aula que nós veremos é a importantíssima diferenciação


que existe no enfoque que é dado pelos economistas em relação ao conceito de
custo. Para eles, o custo é algo visto de uma forma um pouco diferente daquela
vista pelos contadores e pela maioria de nós.

1.1. CUSTOS ECONÔMICOS X CUSTOS CONTÁBEIS

Em primeiro lugar, devemos definir o que são custos. Tanto para a economia
quanto para a contabilidade, os custos se referem aos preços ou remunerações dos
fatores de produção (capital e mão-de-obra, principalmente).

No entanto, há uma diferença entre o conceito econômico de custo e o


conceito contábil usual. O custo contábil leva em conta o pagamento ou a utilização
dos fatores de produção. O custo econômico leva em conta o melhor ganho que se
poderia obter empregando-se esse fator em outra atividade que não a produção da
firma. Assim, podemos estatuir que o custo econômico leva em conta o custo de
oportunidade do fator de produção.

O custo econômico leva em conta o custo de


oportunidade do fator de produção.

Deixe-me explicar melhor. Suponha uma empresa que utiliza instalações


próprias. Ou seja, ela não necessita pagar aluguel. No conceito contábil, não haverá
custo, pois a empresa não desembolsa nenhum valor, nem adquire obrigações a
respeito de aluguéis. No conceito econômico, entretanto, a análise é diferente. Para
um economista, esta empresa poderia ter recebido um aluguel por este espaço caso
decidisse não utilizá-lo como parte de suas instalações. Esse aluguel não recebido
corresponde aos custos de oportunidade de utilização do espaço, devendo ser
incluído como parte dos custos econômicos das atividades da empresa.

Imagine agora uma loja de roupas em que a própria dona resolve trabalhar
de vendedora e gerente ao mesmo tempo. Neste caso, também não temos nenhum
custo contábil envolvido na transação. No entanto, o negócio incorre em um custo
de oportunidade, pois sua proprietária poderia ter recebido um salário trabalhando
como vendedora e gerente em outro lugar. Esse custo de oportunidade é
considerado um custo econômico, mas não um custo contábil.

O termo custo de oportunidade frequentemente é definido como sendo “o


que se deixa de ganhar” se utilizasse o fator de produção da melhor maneira
alternativa possível. Por esse motivo, os custos de oportunidade também são

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chamados de custos alternativos ou custos implícitos. A nomenclatura


“implícitos” deve-se à particularidade de tais custos (de oportunidade) não
envolverem desembolso monetário. Essa característica faz com que os custos de
oportunidade sejam, na maioria das vezes, estimados de forma um tanto quanto
subjetiva.

Por exemplo, suponha que você tenha decidido pedir demissão do emprego
para estudar para concurso durante 12 horas por dia, afinal, você quer ser aprovado
o mais breve possível. Qual seria o custo de oportunidade ou custo
implícito/alternativo desta decisão? O custo de oportunidade seria o que você
deixou de ganhar caso estivesse trabalhando. Veja que, do ponto de vista contábil,
a decisão não representa custo, pois, nos meses que estiver estudando, você não
pagará para estudar. Mas a decisão representa um alto custo de oportunidade.

Como existe essa diferenciação entre custos contábeis e econômicos,


logicamente, também existe a diferenciação entre lucro econômico e lucro contábil.
Neste, utilizamos os custos explícitos (aqueles que significam desembolso).
Naquele, utilizamos não só os custos explícitos mas também os custos implícitos,
de forma a obtermos o custo de oportunidade total (custos explícitos + custos
implícitos), que é mais abrangente que o custo contábil. Assim,

Lucro contábil = receita total – custos explícitos totais


Lucro econômico = receita total – custo de oportunidade total
ou
Lucro econômico = receita total – (custos explícitos + implícitos)

O lucro econômico é geralmente mais baixo (nunca mais elevado) do que os


lucros contábeis, porque o lucro econômico resulta, como já dissemos, da diferença
entre a receita total e os custos de oportunidade totais, que incluem os custos
explícitos e implícitos, ao passo que o lucro contábil resulta da diferença entre a
receita total e os custos explícitos, somente. Logo, é possível para a firma ter lucro
contábil positivo e lucro econômico zero. Nós dizemos, em economia, que se uma
firma realiza lucro econômico zero, ela então está tendo lucro normal.

Lucro normal = lucro econômico zero

Sei que esta afirmação é um tanto estranha. Vamos explicar melhor isto.
Lucro normal é a quantia mínima de lucro necessária para manter os recursos
empregados e a firma funcionando. Para esclarecermos a questão, vamos
apresentar um exemplo em que a empresa obtém lucro econômico igual a zero.
Suponha que esta empresa é dona das instalações, do capital de giro e o seu dono
trabalha como administrador/gerente. Logo, haverá custos de oportunidade (custos
implícitos) referentes ao aluguel, juros e salários que se deixam de ganhar:

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Tabela 01:
Item Lucro contábil Lucro econômico
Receita total 100 100
Custos explícitos 70 70
Custos implícitos - 30
- Salários - 10
- Juros - 10
- Aluguel - 10
Lucro 30 0

Constatamos então que a empresa obteve lucro econômico zero, mas obteve
lucro contábil positivo (30). Um lucro econômico igual a zero (lucro normal) significa
que a empresa obteve receita suficiente para cobrir os custos de oportunidade totais
(explícitos + implícitos). Isto (lucro econômico zero) é condição suficiente para que o
empresário permaneça no negócio, uma vez que consegue exatamente remunerar
todos os fatores de produção.

Se a receita total for maior que o custo de oportunidade total (custos


implícitos + explícitos), então o lucro econômico será positivo e a firma terá lucros
extraordinários (ou lucro econômico puro, ou lucro econômico positivo). Se o custo
de oportunidade total é maior que a receita total, haverá lucro econômico negativo
ou prejuízo econômico.

1.2. CUSTOS IRREVERSÍVEIS, IRRECUPERÁVEIS OU AFUNDADOS (SUNK


COSTS)

Custo irreversível é um custo que foi feito e que não poderá ser recuperado
ou revertido. Como não podem ser recuperados, os custos irreversíveis não
deveriam ter nenhuma influência sobre as decisões da empresa (na análise
econômica, a visão dos economistas, ao contrário da visão dos contadores, é
voltada para o futuro. Como o custo irreversível já foi realizado e não pode mais ser
recuperado, então, não deve possuir qualquer influência sobre as decisões).

Suponha uma firma que gastou com a compra de um equipamento bem


específico e que só tem utilidade no processo produtivo desta firma. Assim, tal
equipamento não poderá ser convertido para outro uso nem poderá ser revendido
no futuro. O gasto com este equipamento caracteriza-se como custo irreversível.
Como ele não tem uso alternativo, seu custo de oportunidade é zero.

Em virtude de possuir custo de oportunidade zero, o gasto com tal


equipamento nem deve ser incluído como parte dos custos da empresa. A decisão
de adquiri-lo pode ter sido boa ou não. Como sabemos, a análise econômica é
voltada para o futuro. Então, como o custo de oportunidade é zero, tal gasto não
deve influenciar as decisões da empresa.

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Se o equipamento pudesse ser utilizado de outra maneira ou revendido para


outra empresa, aí sim, a máquina teria um custo de oportunidade (um custo
econômico). Esse custo de oportunidade seria representado pelo que custo de
empregá-la em vez de vendê-la ou alugá-la para outra firma.

Suponha que você pretende se matricular em um curso para concursos no


estilo “pacotão”, com aulas todos os dias inclusive aos sábados e domingos, no
valor de R$ 3000. Para garantir a matrícula, o dono do curso disse que você deveria
pagar R$ 500 à vista e que tal valor não seria reembolsado em caso de desistência.
Você acreditou no dono do curso e pagou os R$ 500, de tal forma que a despesa
total com o curso será de R$ 3500. Entretanto, você descobriu que existe outro
curso, com as mesmas características e qualidade, que está custando R$ 3100,
portanto, R$ 400 mais barato. Qual dos dois cursos você deveria fazer? A resposta
é: o primeiro. O valor que você pagou e não será devolvido (R$ 500) representa um
custo irreversível e não deve influenciar a sua decisão. Para você, o custo
econômico do primeiro curso será R$ 3000, enquanto o segundo curso possui custo
econômico de R$ 3100. Se o segundo curso custasse R$ 2900, você deveria
adquiri-lo, mesmo sabendo que desperdiçou R$ 500.

01. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - O custo de


oportunidade da decisão de tirar férias é mais elevado para funcionários
públicos do que para profissionais liberais bem sucedidos como alguns
médicos e advogados.

Comentários:
O custo de oportunidade da decisão de tirar férias é o que se deixou de ganhar
caso decidisse ficar trabalhando nas férias (um salário extra, provavelmente). Como
profissionais liberais bem sucedidos ganham mais que funcionários públicos, para
eles, o custo de oportunidade da decisão de tirar férias é maior, pois eles deixam
de ganhar mais dinheiro que os funcionários públicos (na verdade, o custo de
oportunidade de tirar férias dos funcionários públicos é nulo, pois estes não deixam
de receber salário em virtude das férias ).

Gabarito: Errado

02. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA) - O custo de


oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos para sediar empresas
de sua propriedade é nulo visto que, nesses casos, não há pagamentos de
aluguéis que onerem os custos contábeis dessas empresas.

Comentários:
O custo de oportunidade de imóveis utilizados pelos seus donos é o que deixa de
ser ganho caso o dono tivesse, por exemplo, locado seu imóvel a terceiros. Neste
caso, o custo de oportunidade seria o valor do aluguel que não está sendo ganho
pelo proprietário. Assim sendo, está incorreta a assertiva pois o custo de

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oportunidade não é nulo (apenas o custo contábil é nulo).

Gabarito: Errado

03. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCDF) - Para um


estudante brasileiro, os custos de oportunidade de cursar um MBA nos
Estados Unidos da América, em regime de dedicação exclusiva,
correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre mão para
fazer o curso, como os salários não ganhos em alguma atividade remunerada
ou o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro
curso.

Comentários:
O custo de oportunidade de cursar um MBA inclui tudo o que se deixa de ganhar,
caso tivesse decidido não cursá-lo. Assim, além dos próprios gastos que serão
incorridos para custear o MBA, dentro do custo de oportunidade, há aquilo que se
deixa de ganhar caso estivesse, por exemplo, trabalhando e auferindo salários ou
fazendo outro curso e adquirindo outros conhecimentos.

Gabarito: Certo

04. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia) - O custo de


oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é
superior àquele pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor da
remuneração atual como o aumento do tempo de transporte necessário para
se chegar ao novo local de trabalho.

Comentários:
O custo de oportunidade de se assumir um novo emprego é o que se deixou de
ganhar caso não tivesse tomado essa decisão. Assim, esse custo inclui o salário do
emprego antigo, bem como todos os seus benefícios, entre os quais citamos,
conforme está na assertiva, o menor tempo de transporte que era necessário para
se chegar ao trabalho.

Gabarito: Certo

05. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB) - Custos


afundados devem ser considerados nas tomadas de decisão.

Comentários:
Os custos afundados não devem ser considerados nas tomadas de decisão, pois
seu custo de oportunidade é nulo, tendo em vista que os custos incorridos não
podem mais ser recuperados.

Gabarito: Errado

06. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB) - Custos


afundados têm custos de oportunidades muito altos.

Comentários:

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Conforme vimos, os custos afundados possuem custos de oportunidade nulos.


Sendo assim, a assertiva está errada.

Gabarito: Errado

1.3. CUSTOS FIXOS (CF), VARIÁVEIS (CV) E CUSTO TOTAL (CT)

Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma


empresa usa na produção. Alguns fatores de produção variam quando
aumentamos ou reduzimos a produção; outros se mantêm fixos.

Os custos dos fatores fixos são custos fixos (CF), e os custos dos fatores
variáveis são custos variáveis (CV). Assim, podemos dividir o custo total em duas
partes: custos fixos e variáveis.

CT = CF + CV

Custos fixos não variam com o nível de produção (exemplo: aluguel,


manutenção das instalações, salários da diretoria, etc). Como estes custos não
variam com o nível de produção, eles devem ser pagos mesmo que não haja
produção. A única maneira de a empresa eliminar totalmente os custos fixos é
deixando de operar.

Custos variáveis são custos que variam quando o nível de produção


varia (exemplo: gasto com matéria-prima, pagamento de bônus aos funcionários,
etc).

Apesar dos exemplos colocados acima, não há uma definição absoluta do


que é fixo e do que é variável. Saber quais custos são variáveis e quais são fixos
depende do prazo com o qual estamos lidando. Em um curto espaço de tempo (01
ou 02 meses, por exemplo), a maioria dos custos é fixa. Isso ocorre porque, nesse
período, a empresa não tem muitas condições de alterar a sua estrutura de custos
(em tão pouco tempo, não há como reduzir os pedidos de matéria-prima, nem deixar
de pagar os funcionários, por exemplo). Por outro lado, em um longo período de
tempo (02 ou 03 anos, por exemplo), a maioria dos custos é variável. Em um
período maior, a empresa tem condições de alterar a sua estrutura de custos:
demitir/contratar trabalhadores, comprar mais/menos matérias-primas, adquirir
novas instalações, etc.

Então veja que a classificação em custo fixo ou variável dependerá do


horizonte temporal em análise. Continuaremos falando sobre isso mais tarde,
continue lendo.

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1.4. CUSTO MÉDIO E CUSTO MARGINAL

O custo marginal é o aumento de custo (total) provocado pela produção


de uma unidade adicional de produto. Ele nos informa quanto custará aumentar a
produção em uma unidade. Por exemplo, suponha que uma determinada empresa
tenha produção de 200 e, para aumentá-la em 01 unidade (passar para
produção=201), seja necessário aumentar o custo total de 150 para 175. Neste
caso, o custo marginal será 25 (acréscimo/aumento de custo).

Segue de forma algébrica o Cmg:

Como o custo fixo não apresenta variação quando ocorrem alterações no


nível da produção da empresa, o custo marginal também pode ser conceituado
como sendo apenas o aumento no custo variável ocasionado por uma unidade
extra de produto. Podemos então representar também desta maneira o Cmg:

Custo médio é o custo total dividido pelo nível de produção (pela


quantidade de produtos produzidos). Em outras palavras, é o custo por unidade de
produto, ou custo unitário. Por exemplo, suponha uma firma com produção de 200 e
custo (total) de 150, o custo médio ou unitário será 150/200=0,75.

Segue de forma algébrica o CTme (vamos utilizar apenas Cme):

Nós vimos que o custo total (CT) pode ser dividido em uma parte fixa (CF) e
outra parte variável (CV). O custo total médio (CTme) também possuirá dois
componentes: o custo fixo médio (CFme) e o custo variável médio (CVme). Assim:

Nota  a partir de agora, quando citarmos a palavra custo, na verdade, estamos


querendo falar do custo total. Quando citamos somente a palavra custo médio,
entenda também como custo total médio.

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1.5. CURTO X LONGO PRAZO

Agora que vimos os tipos de custos, vamos nos voltar às diferenças entre os
custos no curto e no longo prazo. Nesse contexto, temos que nos ater à
diferenciação que existe entre fatores de produção fixos e variáveis.

Fatores fixos são aqueles cuja quantidade não pode ser alterada
rapidamente, enquanto os fatores variáveis são aqueles cuja quantidade pode variar
mais facilmente.

Como já sabemos, o curto prazo é o período de tempo em que determinados


tipos de fatores não podem ser aumentados ou reduzidos, qualquer que seja o nível
de produção. Assim, a produção só poderá ser aumentada ou reduzida se
aumentarmos ou reduzirmos a quantidade utilizada de fatores variáveis. A rigor, a
existência de ao menos um fator fixo já nos serve para configurar uma situação de
curto prazo. O longo prazo, por outro lado, é o período de tempo em que todos os
fatores são variáveis.

Agora que já aprendemos a diferenciar os diversos tipos de custos, nós


veremos como eles se comportam. Tal comportamento será dividido em duas
partes: curto e longo prazo. Inicialmente veremos o comportamento e as curvas de
custo no curto prazo. Após isso, o mesmo será feito à análise de longo prazo. Nesta
última análise, serão feitas algumas comparações entre as curvas de custo de curto
e longo prazo.

1.6. CUSTOS NO CURTO PRAZO

Nesta análise de curto prazo, assim como fizemos na teoria da produção,


consideraremos a existência de dois fatores de produção: mão-de-obra (L) e capital
(K). O fator fixo (não variável) será o capital e fator variável será a mão-de-obra.

1.6.1. Curvas de custo fixo, variável e total

Acompanhe as definições e as construções das diversas curvas de custo a


partir dos dados da tabela 02, que mostra o comportamento usual dos custos de
produção:

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formato de um “U”. Isto é, inicialmente, os custos médios/marginais declinam e


posteriormente crescem.

Agora, voltemos atenção especial para a curva do custo marginal. Observe


que ela, não coincidentemente, toca as curvas de custo médio e variável médio
exatamente em seus pontos mínimos. Tais intersecções ocorrem nos pontos A e B
da figura 08.

Analisemos, primeiramente, a intersecção da curva de custo marginal com o


ponto de mínimo da curva de custo médio. Para níveis de produção menores que B
(à esquerda de B), o Cmg é menor que o Cme, uma vez que a curva de Cmg está
abaixo da curva de Cme. Nestes níveis de produção, o acréscimo de custo (Cmg) é
inferior ao custo médio anterior, de forma que o incremento de custo (Cmg) fará
baixar a média (Cme), fazendo com que a curva de Cme seja inclinada para baixo.
Ou seja, quando Cmg<Cme, a curva do Cme é decrescente ou inclinada para
baixo.

Quando o acréscimo de custo (Cmg) é maior que o custo médio anterior, é


natural que este incremento no custo (Cmg) puxe a média (Cme) para cima,
fazendo com que a curva de Cme incline-se para cima. Ou seja, quando
Cmg>Cme, a curva do Cme é crescente ou inclinada para cima. Esta situação
acontece para os níveis de produção localizados à direita do ponto B, uma vez que
nesta região a curva de Cmg está acima da curva de Cme.

Como consequência do exposto nos dois últimos parágrafos, nós também


temos que a curva do custo marginal intercepta a curva do custo médio
exatamente em seu ponto de mínimo (ponto B). Ou seja, quando Cmg=Cme,
então, Cme é mínimo.

Como segunda análise, podemos adotar as mesmas conclusões para a curva


do Cmg em relação à curva CVme. Assim, para níveis de produção à esquerda do
ponto A, quando o Cmg for menor que o CVme, a curva do CVme será
decrescente. À direita do ponto A, quando o Cmg for maior que o CVme, a curva
do CVme será ascendente. Ao mesmo tempo, a curva do Cmg intercepta a
curva do CVme em seu ponto mínimo, de forma que, quando Cmg=CVme,
então, CVme é mínimo.

Para finalizar o tópico referente às curvas de custo no curto prazo, seguem


algumas conclusões (tente lê-las sempre visualizando principalmente na figura 08,
pois a memorização ocorrerá mais facilmente):

a) Quando Cmg<Cme, então, a curva de Cme é descendente.

b) Quando Cmg>Cme, então, a curva de Cme é ascendente.

c) Quando Cmg=Cme, então, Cme é mínimo.

d) Quando Cmg<CVme, então, a curva de CVme é decrescente.

e) Quando Cmg>CVme, então, a curva do CVme é crescente.

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f) Quando Cmg=CVme, então, CVme é mínimo.

g) A curva do Cmg passa sobre o ponto mínimo tanto da curva de


custo variável quanto da curva de custo médio.

h) A curva de custo fixo médio é decrescente em toda a sua


extensão.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no curto


prazo:

07. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - A curva de custo marginal passa


pelos pontos de mínimo das curvas de custo variável e de custo médio.

Comentários:
É exatamente o que podemos verificar por meio da figura 08 da aula e comentado
exaustivamente no item 1.6.3.

Gabarito: Certo

08. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - A curva de custo médio alcançará


seu ponto de mínimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal.

Comentários:
Exatamente como cobrado na questão 07, nós temos que a curva de custo
marginal corta a curva de custo médio no seu ponto mínimo.

Gabarito: Certo

09. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - A distância vertical entre as curvas


de custo total e de custo variável é igual ao custo fixo.

Comentários:
Custo total (CT) é o custo de todos os fatores de produção que uma empresa usa
na produção. Alguns fatores de produção variam quando aumentamos ou
reduzimos a produção; outros se mantêm fixos. Os custos dos fatores fixos são
custos fixos (CF), e os custos dos fatores variáveis são custos variáveis (CV).
Assim, podemos dividir o custo total em duas partes: custos fixos e variáveis.

CT = CF + CV

A curva de custo total, CT, é determinada adicionando-se verticalmente as curvas


de custo fixo e de custo variável. Pelo fato de o custo fixo ser constante, a distância
vertical entre as curvas de custo total e custo variável será igual ao custo fixo.

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como diz a assertiva, nos remete ao custo total, e não ao custo total médio.

Gabarito: Errado

13. (CESPE/Unb – Economista – Ministério do Esporte) - As horas extras


necessárias para elevar a produção durante o período que antecede ao Natal
constituem um exemplo típico de fator variável e, portanto, as despesas com
o pagamento dessas horas são computadas no custo variável das empresas.

Comentários:
O custo variável é aquele que varia quando o nível de produção muda. Pois bem, o
pagamento de horas extras serve justamente para variar (aumentar) o nível de
produção, na medida em que serve para incentivar os funcionários a trabalhar mais
e, por consequência, aumentar a produção. Assim, podemos entender sim que o
pagamento de horas extras faz parte do custo variável.

Gabarito: Certo

Enunciado para as questões 14, 15 e 16:


Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus
níveis de produção. Acerca das curvas de custos de produção desta firma no
curto prazo, julgue os itens subsequentes.

14. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - Na


região da curva onde os custos variáveis médios estão aumentando, os
custos marginais são superiores aos custos médios.

Comentários:
Se você visualizar a figura 08, verá que na região onde os custos variáveis estão
aumentando (são crescentes), os custos marginais são superiores aos custos
variáveis médios (e não necessariamente aos custos médios).

Gabarito: Errado

15. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - O


custo fixo médio permanece constante quando a produção aumenta.

Comentários:
O custo fixo médio decresce quando a produção aumenta. Quem permanece
constante quando a produção aumenta é o custo fixo.

Gabarito: Errado

16. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - O


custo marginal e o custo variável são os mesmos na primeira unidade de
produção.

Comentários:
Quando a produção é igual a zero, o custo marginal é zero, e o custo variável
também é zero. Na primeira unidade de produção (Q=1), o acréscimo de custo

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variável será igual ao próprio custo variável. Como sabemos, o acréscimo de custo
variável é igual ao custo marginal. Então, na primeira unidade de produção (Q=1), o
custo marginal e o custo variável são iguais. Para uma melhor visualização, veja os
dados da tabela 02.

Gabarito: Certo

1.7. CUSTOS NO LONGO PRAZO

Como já é sabido, o longo prazo é definido como o período de tempo em que


todos os insumos são variáveis. Nesta situação, a firma, além de variar o insumo
mão-de-obra, varia também o insumo capital. Assim, no longo prazo, caso a
empresa queira aumentar a produção, ela pode pensar tanto em aumentar a mão-
de-obra quanto o fator capital (construindo novas instalações, por exemplo).

O longo prazo também pode ser visto, para fins didáticos, como um horizonte
de planejamento. Ou seja, é um período de tempo para o qual a firma planeja suas
instalações do tamanho mais adequado (planeja o nível mais adequado de capital)
em relação a um planejado nível de produção. Uma vez concluídas as novas
instalações, a firma passa a operar no curto prazo (não há alteração das
instalações). Na realidade, nós podemos dizer que a produção ocorre mesmo é no
curto prazo (com o capital fixo), enquanto o planejamento ocorre no longo prazo
(dois fatores variáveis).

Como muitas decisões são fixas no curto prazo, mas variáveis no longo
prazo, as curvas de custos de longo prazo das empresas diferem de suas curvas de
custos de curto prazo. São nessas diferenças que nos concentraremos agora, a
começar pelas curvas de custos médios de curto e de longo prazo.

Imaginemos uma firma para a qual existam 3 possíveis tamanhos de fábrica:


a fábrica 1, pequena; a fábrica 2, média; e a fábrica 3, grande. Quando a empresa
está dentro do curto prazo, as instalações não são mudadas. Assim, nós podemos
dizer que cada tamanho de fábrica possuirá uma curva de custo médio de curto
prazo1. Então nós teremos uma curva de custo médio de curto prazo (CmeCP) para
a fábrica pequena, para a média e para grande, conforme se vê na figura 09.

1
Inicialmente, concentraremos a análise nas diferenças entre as curvas de custos médios
de curto e longo prazo. Após essa análise, passaremos para as diferenças nas curvas de
custo total e marginal de curto e longo prazo .
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Veja que, em longo prazo, para cada nível de produção, a firma deve
escolher um tamanho de fábrica (quantidade de capital) adequado. Não adianta ter
uma fábrica pequena se quiser produzir muito; também não adianta ter uma fábrica
grande e produzir pouco. Cada nível de produção possui um tamanho de fábrica
ótimo. O tamanho ótimo de fábrica para Q1 é dado pela fábrica pequena, para o
nível Q2 é dado pela fábrica média, para o nível Q 3, pela fábrica grande, e assim por
diante.

Ressalto mais uma vez que aquelas curvas de curto prazo da figura 9 são
apenas três exemplos das inúmeras possibilidades que existem. Por exemplo, se a
firma adotar um tamanho médio de fábrica3 e quiser produzir Q’2, seu custo médio
será aumentado de 100 para 110. Entretanto, deve haver outra curva de custo
médio de curto prazo ali dentro (e que representa outro tamanho de fábrica) em que
é possível produzir Q’2 a um custo menor que 110.

Bem, acredito que nós já entendemos que, em longo prazo, a firma pode
variar o capital e a mão-de-obra de forma a se situar na curva de custo médio de
curto prazo que mais lhe convenha. Agora, necessitamos caracterizar a curva de
custo médio de longo prazo (CmeLP).

A curva de custo médio de longo prazo (CmeLP) corresponde à


envolvente inferior das curvas de custo médio de curto prazo, ou seja, a curva
tangente inferior que passa por estas últimas. A CmeLP também tem o formato
de um “U” e é muito mais plana que as curvas de curto prazo. Além disso, as curvas
de curto prazo estão na curva de longo prazo ou acima dela. Como decorrência
disso, os custos médios no longo prazo tendem a ser inferiores àqueles de curto
prazo e isto ocorre porque no longo prazo as empresas têm mais flexibilidade para
ajustar o seu estoque de capital e reduzir o custo médio, o que não acontece no
curto prazo. De fato, no longo prazo, as empresas podem escolher a curva de custo
médio de curto prazo que mais lhe convenha, mas, no curto prazo, têm de utilizar a
curva que escolheram no passado.
A escala ótima de produção será o ponto mais baixo da curva de custo
médio de longo prazo, onde temos menor custo médio mínimo. Nesse ponto
(ponto O da figura 9), o custo médio mínimo da curva de longo prazo coincide com o
ponto mínimo da curva de custo médio de curto prazo que a tangencia.

Devo ressaltar que você deve ficar atento a escala ótima (custo médio
mínimo de longo prazo) é a única situação em que o mínimo da curva de custo
médio de longo prazo coincide também com o mínimo da curva de custo médio de
curto prazo. Observe que, nos outros pontos de tangência, isso não ocorre.

Formato em U da curva de custo médio de longo prazo


economias e deseconomias de escala

Nós vimos que o formato em “U” das curvas de custo médio no curto prazo é
explicado pela teoria da produção e pela hipótese dos rendimentos marginais

3
Se ela adotar o tamanho médio de fábrica, estará na curva de curto prazo CmeCP 2.
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decrescentes. No trecho descendente da CmeCP, os rendimentos marginais são


crescentes e os custos decrescentes. Por outro lado, no trecho ascendente da
CmeCP, que é o mais relevante, os rendimentos marginais são decrescentes e os
custos crescentes.

O formato em “U” da curva de longo prazo é explicado pelas economias


de escala e deseconomias de escala.

Na teoria da produção (longo prazo), aprendemos que rendimentos


crescentes de escala é a situação em que, por exemplo, dobramos os insumos e a
produção mais que dobra. Rendimentos decrescentes de escala é a situação em
que a produção menos que dobra ao duplicarmos os insumos.

Nesse contexto, em teoria de custos, nós temos o conceito de economias de


escala em que, por exemplo, dobramos a produção e os custos são menos
que dobrados. Da mesma forma, existem as deseconomias de escala quando a
duplicação da produção corresponde a mais do que o dobro dos custos
anteriores.

Assim, temos:

Teoria Termo Conceito


Dobram-se os insumos  mais
Rendimentos crescentes
Produção no que dobra a produção
longo prazo Dobram-se os insumos  menos
Rendimentos decrescentes
que dobra a produção
Dobra-se a produção  menos
Economias de escala
Custos no que dobram os custos
longo prazo Dobra-se a produção  mais que
Deseconomias de escala
dobram os custos

Quando o custo decresce com o aumento da produção, dizemos que há


economias de escala. Assim, nós sabemos que o trecho em que a CmeLP é
inclinada negativamente (trecho decrescente) é explicado pela existência de
economias de escala. Observe que o trecho descendente da curva do CmeLP nos
mostra justamente isto: a produção cresce, e o custo médio decresce.

De forma inversa, quando a CmeLP é positivamente inclinada, há


deseconomias de escala e o custo médio aumenta com o aumento da
produção.

Quando a CmeLP é plana ou possui inclinação nula, há retornos constantes


de escala. Nesse rumo, o ponto O (a escala ótima da figura 09) é um ponto onde
temos retornos constantes de escala, pois a inclinação4 da CmeLP naquele ponto é

4
A inclinação de uma curva em determinado ponto é medida pela reta tangente àquela
curva no ponto considerado. Na figura 09, se traçarmos uma reta tangente à curva do
CmeLP exatamente no ponto O, teremos uma reta deitada, ou horizontal. Ou seja, esta reta
terá inclinação nula. Por isso, no ponto O, de escala ótima, temos retornos constantes de
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 Divisão e especialização do trabalho: se a empresa opera em uma escala


maior, os funcionários podem se especializar nas atividades em que são mais
produtivos;

 Preços dos fatores de produção: por comprar insumos em grandes


quantidades e, assim, ter maior poder de negociação, a empresa pode
consegui-los a preço mais baixo;

 Flexibilidade na combinação dos insumos: quando a escala é maior, a


firma pode adquirir tanto equipamentos muito caros (que só são viáveis após
determinados tamanhos mínimos) quanto aqueles mais baratos. Enfim, em
escalas maiores, o administrador possui maior flexibilidade para escolher;

 Indivisibilidade de operações financeiras: firmas maiores têm mais


facilidade na obtenção de empréstimos perante os bancos.

As deseconomias de escala, situação onde, à medida que o nível de


produção cresce, o custo médio tende a se elevar (trecho ascendente da CmeLP),
são explicadas por:

 Gestão administrativa: os problemas de administração e supervisão tornam-


se mais complicados à medida que a empresa cresce;

 Preço crescente dos fatores de produção: as vantagens em comprar em


grandes quantidades podem desaparecer quando um certo limite for
alcançado. A partir daí, os preços dos insumos pode crescer, acarretando
aumento nos custos de produção.

As economias de escala são medidas em termos de elasticidade de custo de


produção, ECP, que é o percentual de mudança no custo (total) de produção devido
a um aumento de 1% no nível de produto. Veja a expressão algébrica:

Quando os custos não chegam a aumentar proporcionalmente à produção


( CT/CT é menor que Q/Q), ECP é menor que 1 e temos economias de escala.
Quando os custos aumentam mais que proporcionalmente à produção ( CT/CT é
maior que Q/Q), ECP é maior que 1 e temos deseconomias de escala. Quando os
custos aumentam proporcionalmente com o produto ( CT/CT = Q/Q), E CP=1, e
temos retornos constantes de escala.
Note também que C/ Q é o nosso curto marginal (Cmg), enquanto CT/Q é
o custo médio (Cme). Assim:

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1.7.4. Economias e deseconomias de escopo

Imagine duas empresas produzindo, cada uma, um produto diferente, mas


com a mesma alocação de fatores de produção. Suponha, por exemplo, duas
firmas, uma que produz xampu e outra que produz condicionador para cabelos. As
duas possuem a mesma alocação de fatores de produção (mão-de-obra e capital
equivalentes).

Economias de escopo é a situação em que a produção conjunta de uma


única empresa é maior que as produções obtidas por duas empresas diferentes. No
nosso exemplo do primeiro parágrafo, uma única empresa, produzindo os dois bens
(xampu e condicionador), poderia produzir mais que duas empresas separadas
produzindo, cada uma, um produto diferente.

O termo “escopo” quer dizer objetivo, finalidade, meta. Nesse contexto, as


economias de escopo ocorrem quando a produção de firmas diferentes possui, de
certa forma, o mesmo objetivo, ou o mesmo escopo. Este é o caso das firmas de
xampus e de condicionadores: o escopo é o mesmo, a limpeza e tratamento de
cabelos. Por exemplo, se a firma que produz xampu se juntasse à firma que produz
condicionador, as duas poderiam “se ajudar” e melhorar a tecnologia de produção
de ambos os produtos, de forma que as duas juntas produziriam mais xampus e
condicionadores do que a soma da produção dos dois bens considerando as firmas
atuando separadamente ou, ainda, poderiam produzir a mesma quantidade de
xampus e condicionadores, porém com custo menor.

Deseconomias de escopo ocorrem quando uma empresa apresenta uma


produção conjunta que seja menor do que a obtida por empresas separadas. Isto
pode ocorrer no caso de as produções separadas não terem o mesmo escopo
(mesma finalidade), ou ainda se a produção de um produto for de alguma forma
conflitante com a produção do segundo produto 7.

Um exemplo de economias de escopo ocorre nos serviços de utilidade


pública. Por exemplo, as companhias de gás das grandes cidades, além de
“produzirem” o gás, também são responsáveis pela produção dos seguintes bens:
instalação do gás nas residências e manutenção das redes e tubulações. Seria
melhor do que uma firma prover o gás, outra realizar as instalações nas residências
e uma outra fazer a manutenção das tubulações. O mesmo se aplica ao caso das
companhias de energia elétrica. São estas que, além de fornecerem energia
elétrica, realizam a manutenção de toda a rede urbana, troca de postes,
modernização/troca de transformadores, etc.

7
Um produto pode, por exemplo, exigir bastante capital (máquinas), ao passo que outro
pode ser feito quase que inteiramente de modo artesanal (uso em maior parte de mão-de-
obra). Neste caso, os dois produtos até podem ter o mesmo escopo, mas a produção
conjunta dos dois será conflitante, de forma que haverá deseconomias de escopo.
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Acima, nos conceitos de economias e deseconomias de escopo, nós


comparamos as produções de duas firmas, juntas ou separadas. A comparação
envolvendo os custos e (não a produção) também é válida.

Nesse rumo, “economias de escopo” também poderia ser conceituada como


a situação em que o custo (total ou médio) de produzir os bens por uma única
empresa seria menor do que aquele caso houvesse mais de uma empresa
produzindo. Deseconomias de escopo seria a situação em que o custo de produzir
os bens por mais empresas seria menor do aquele verificado caso somente uma
firma os produzissem.

Vejamos agora alguns exercícios sobre o comportamento dos custos no longo


prazo:

17. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - Em uma escolha de produção


ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção
de longo prazo.

Comentários:
Conforme comentado e visto na figura 13, está correta a assertiva. Apenas segue a
observação que a banca considerou que a palavra “marginais” estivesse
subentendida na segunda parte da sentença. Assim, o mais claro seria:

Em uma escolha de produção ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam


aos custos marginais de produção de longo prazo.

Lembre-se sempre disso: nas provas do CESPE, sentenças incompletas são


consideradas sentenças verdadeiras. Isso é muito importante para quem vai fazer
provas de economia desta banca.

Gabarito: Certo

18. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - Em presença


de economias de escala, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal.

Comentários:
Em presença de economias de escala, a CmeLP é descendente. Ela será
horizontal que houver a presença de retornos constantes de escala.

Gabarito: Errado

19. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - Em presença


de rendimentos crescentes de escala, o custo unitário não se altera com o
nível de produção.

Comentários:
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necessidade de dobrar a quantidade de funcionários do setor administrativo, de tal


forma que o acréscimo de produção proveniente da abertura de um novo
supermercado será proporcionalmente superior ao acréscimo de custo, se levarmos
em conta essa questão do setor administrativo. Esta situação é condizente com a
presença de economias de escala (custo médio decresce com o aumento de
produção).

Gabarito: Certo

22. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA) - A existência de


rendimentos crescentes de escala na produção de grandes empresas é
compatível com o fato de que uma maior escala de operações facilita o uso de
tecnologias mais avançadas, que envolvem o uso de métodos de produção
em massa, altamente capital-intensivos.

Comentários:
Uma maior escala de operações (empresas grandes, com muitas máquinas,
fábricas, instalações, etc) permite à firma trabalhar com tecnologias mais
avançadas, mais caras, com maior capacidade. Ou seja, quando se trabalha em
grande escala, há maior flexibilidade na combinação dos fatores de produção, e a
firma pode investir na compra de mais máquinas (isto é chamado de produção de
capital-intensivo, ou seja, com grande uso do fator de produção capital, em vez do
fator de produção mão-de-obra). Isto é um dos motivos que ocasiona a presença
de economias de escala, ou rendimentos crescentes de escala (para rever os
motivos que provocam as economias de escala, veja a página 27). Assim sendo,
está correta a assertiva.

Gabarito: Certo

23. (CESPE/Unb – Economista – Pref. Rio Branco) - Em presença de


rendimentos crescentes de escala na fabricação de determinado bem, é
economicamente mais vantajoso concentrar a produção em uma única
empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas.

Comentários:
Quando temos economias de escala (rendimentos crescentes de escala), é melhor
apenas uma empresa operar no mercado, pois ela terá condições de reduzir o
custo unitário à medida que aumenta sua produção. Nós veremos no estudo dos
monopólios que isto é um dos fatores que explicam a própria existência dos
monopólios e que, consequentemente, é também justamente um dos motivos que
enseja a regulação econômica do governo.

Gabarito: Certo

24. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado) - A fusão das empresas


Brahma e Antárctica em uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte,
pela existência de economias de escala que permitem que o custo da
produção conjunta seja inferior à soma dos custos de produção das
empresas quando elas operam independentemente.

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Comentários:
A fusão de Brahma e Antártica em uma única empresa pode fazer com que os
custos conjuntos de produção possam ser reduzidos. Ou seja, tal situação é
condizente com a ideia básica das economias de escala: redução de custos médios
à medida que se aumenta a produção.

Nota: se a assertiva falasse em “economias de escopo”, em vez de economias de


escala, ela também estaria correta. Então, veja que os conceitos são bem
parecidos e podemos ter os dois ao mesmo tempo, como também não podemos
ter. Assim, podemos ter uma produção que tenha ao mesmo tempo economias de
escala e economias de escopo; ou, ainda, tenha ao mesmo tempo economias de
escala mas tenha também deseconomias de escopo (ou seja, não há qualquer
relação de incomptabilidade entre os conceitos).

Gabarito: Certo
......

Agora, para variar, vejamos uma questão da ESAF, pois ela traz de forma bem
clara e objetiva o conceito de Economias de escopo:

25. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG) - Considere a


seguinte afirmação (adaptada do glossário apresentado no site
www.fazenda.gov.br/seae/documentos/ Glossario.html):
“As Economias de escopo ocorrem quando o ___________ de uma firma para
produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do
que o custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos
produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma ___________ às
economias de escala, as economias de escopo podem também ser
entendidas como _________ nos _________ derivadas da produção conjunta
de bens distintos, a preços dados dos insumos”.
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios
b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios
c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios
d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais
e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios

Comentários:
Conforme explicado nos dois últimos parágrafos do item 1.7.4:

“As Economias de escopo ocorrem quando o CUSTO TOTAL de uma firma para
produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é MENOR do que o
custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos
produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma SIMILAR às economias
de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas como
REDUÇÕES nos CUSTOS MÉDIOS derivadas da produção conjunta de bens
distintos, a preços dados dos insumos”.

Gabarito: C

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26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde) - Há economia de


escopo quando o custo de produção de dois bens de uma empresa é menor
do que os custos de produção conjuntos de duas empresas diferentes, cada
uma produzindo um único produto.

Comentários:
É a definição exata (uma delas!) das economias de escopo.

Gabarito: Certo

27. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI) - A existência de economias de


escopo na produção de determinados bens é compatível com a utilização de
processos produtivos que envolvam deseconomias de escala.

Comentários:
Exatamente como afirmamos na nota dos comentários da questão 24, não existe
incompatibilidade entre as economias/deseconomias de escala e as
economias/deseconomias de escopo. Assim, podemos ter uma produção com
economias de escopo e, ao mesmo tempo, economias de escala.

Veja, então, que não existe necessariamente uma relação direta entre economias
de escala e economias de escopo. Uma empresa fabricante de dois produtos pode
ter vantagens decorrentes de economias de escopo, mesmo que seu processo
produtivo envolva deseconomias de escala.

Ou seja, é compatível tal situação (economias de escopo e deseconomias de


escala), de tal forma que a assertiva é correta.

Gabarito: Certo

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MAIS QUESTÕES COMENTADAS

A respeito da teoria clássica da demanda e de conceitos gerais de economia,


julgue os itens subsecutivos.

28. (Cespe/Unb – Analista Educacional – Economia – SEE/DF – 2017) - O


custo mínimo de produção é mínimo quando o custo marginal se iguala ao
custo médio.

Comentários:
A redação da assertiva está bem confusa. O certo seria o seguinte:

“O custo médio de produção é mínimo quando o custo marginal se iguala ao custo


médio”.

Se estivesse como colocado acima, marcaríamos certo com total convicção. Mas,
do jeito que está, ficou bem confuso. Afinal, ele diz que “o custo mínimo é mínimo
quando” (rs) ... Aí, fica a dúvida de que que custo mínimo ele está falando? Do custo
médio mínimo? Do custo variável médio mínimo? Do custo marginal mínimo? Não
dá para saber. Se estiver falando do custo médio mínimo, aí a assertiva é correta.

Enfim, o gabarito preliminar da banca foi Certo, mas acredito seriamente que o item
será anulado pela impossibilidade de sabermos ou adivinharmos a qual custo
mínimo a banca se refere.

Gabarito: Certo

Julgue o item seguinte, relativo à competitividade e à estratégia empresarial.

29. (Cespe/Unb – Especialista em Regulação – ANCINE – 2013) -


Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação de mão de obra e
fixação da marca são exemplos de dispêndios em custos irrecuperáveis ou
sunk-costs.

Comentários:
Os investimentos em pesquisa e capacitação de mão de obra e branding
(divulgação da marca) não podem ser recuperados (diferentemente de uma
máquina comprada, por exemplo, que pode ser vendida no mercado). Uma vez
realizados estes gastos, a firma não pode negociar no mercado os gastos que ela
fez com fixação de marca, pesquisa e capacitação. Não tem como ela vender isso
no mercado. Por isso, dizemos que tais custos são irrecuperáveis.

Gabarito: Certo

A respeito da teoria dos custos, julgue os itens que se seguem.

30. (Cespe/Unb – Perícia Economia – 2013) - Em razão de todos os insumos


serem variáveis, no longo prazo não existirão custos fixos.

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Gabarito: Errado

O Ministério da Justiça (MJ) tem um montante fixo para gastar na aquisição de


dois bens: mesas e computadores. Ainda, o MJ planeja ocupar um prédio de
sua propriedade, atualmente alugado para profissionais liberais. Com base
nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

33. (Cespe/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - O aluguel


representa um custo de oportunidade da ocupação do prédio.

Comentários:
Questão bastante simples. Correta. Quando o MJ ocupar o prédio que está alugado
para profissionais liberais, deixará de receber o aluguel que ora recebia antes da
ocupação. Esse aluguel que deixará de ser recebido é o custo de oportunidade.

Gabarito: Certo

Bem pessoal, com isso, terminamos mais uma aula!

Hoje, foi bem tranquilo. Aproveitem, pois a próxima aula será pauleira!

Abraço e bons estudos!


Heber Carvalho

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

01. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - O custo de


oportunidade da decisão de tirar férias é mais elevado para funcionários
públicos do que para profissionais liberais bem sucedidos como alguns
médicos e advogados.

02. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA) - O custo de oportunidade


de imóveis utilizados pelos seus donos para sediar empresas de sua
propriedade é nulo visto que, nesses casos, não há pagamentos de aluguéis
que onerem os custos contábeis dessas empresas.

03. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCDF) - Para um


estudante brasileiro, os custos de oportunidade de cursar um MBA nos
Estados Unidos da América, em regime de dedicação exclusiva,
correspondem aos gastos com tudo aquilo de que o estudante abre mão para
fazer o curso, como os salários não ganhos em alguma atividade remunerada
ou o ganho em capital humano que deixa de obter se participasse de outro
curso.

04. (CESPE/Unb – Técnico Científico – Banco da Amazônia) - O custo de


oportunidade da decisão de assumir um novo emprego, cujo salário é superior
àquele pago na ocupação anterior, inclui tanto o valor da remuneração atual
como o aumento do tempo de transporte necessário para se chegar ao novo
local de trabalho.

05. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB) - Custos


afundados devem ser considerados nas tomadas de decisão.

06. (CESPE/Unb – Área Economia e Finanças – Certificação BB) - Custos


afundados têm custos de oportunidades muito altos.

07. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - A curva de custo marginal passa


pelos pontos de mínimo das curvas de custo variável e de custo médio.

08. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - A curva de custo médio alcançará


seu ponto de mínimo quando o custo médio se igualar ao custo marginal.

09. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - A distância vertical entre as curvas


de custo total e de custo variável é igual ao custo fixo.

10. (CESPE/Unb – Analista dos Correios – ECT) - Define-se custo marginal


como o acréscimo no custo variável necessário para produzir uma unidade a
mais de produto.

11. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA) - O custo


marginal é o aumento de custo variável em que a empresa incorre pela
diminuição de uma unidade extra de produto.

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12. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA) - O custo


total médio da produção é a soma, para cada nível de produção, dos custos
fixos e variáveis.

13. (CESPE/Unb – Economista – Ministério do Esporte) - As horas extras


necessárias para elevar a produção durante o período que antecede ao Natal
constituem um exemplo típico de fator variável e, portanto, as despesas com o
pagamento dessas horas são computadas no custo variável das empresas.

Enunciado para as questões 14, 15 e 16:


Considere uma firma em que os seus custos dependam somente dos seus
níveis de produção. Acerca das curvas de custos de produção desta firma no
curto prazo, julgue os itens subsequentes.

14. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - Na


região da curva onde os custos variáveis médios estão aumentando, os
custos marginais são superiores aos custos médios.

15. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - O


custo fixo médio permanece constante quando a produção aumenta.

16. (CESPE/Unb – Técnico Municipal – Economia – Pref. Vila Velha) - O


custo marginal e o custo variável são os mesmos na primeira unidade de
produção.

17. (CESPE/Unb – Banco da Amazônia) - Em uma escolha de produção


ótima, os custos marginais de curto prazo se igualam aos custos de produção
de longo prazo.

18. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - Em presença


de economias de escala, a curva de custo médio de longo prazo é horizontal.

19. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC) - Em presença


de rendimentos crescentes de escala, o custo unitário não se altera com o
nível de produção.

20. (CESPE/Unb – Analista do MPU) - A curva de custo médio de longo


prazo com economias e deseconomias de escala corresponde à soma dos
pontos de mínimo das curvas de custo médio de curto prazo.

21. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC) - O fato de um


supermercado reduzir seus custos administrativos em decorrência da
abertura de uma nova filial é compatível com a existência de economias
internas de escala dentro dessa empresa.

22. (CESPE/Unb – Analista de Meio Ambiente – SEAMA) - A existência de


rendimentos crescentes de escala na produção de grandes empresas é
compatível com o fato de que uma maior escala de operações facilita o uso de
tecnologias mais avançadas, que envolvem o uso de métodos de produção em
massa, altamente capital-intensivos.

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23. (CESPE/Unb – Economista – Pref. Rio Branco) - Em presença de


rendimentos crescentes de escala na fabricação de determinado bem, é
economicamente mais vantajoso concentrar a produção em uma única
empresa que dispersá-la entre muitas empresas pequenas.

24. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado) - A fusão das empresas


Brahma e Antárctica em uma única empresa, a AmBev, explica-se, em parte,
pela existência de economias de escala que permitem que o custo da
produção conjunta seja inferior à soma dos custos de produção das empresas
quando elas operam independentemente.

25. (ESAF – Analista de Planejamento e Orçamento – MPOG) - Considere a


seguinte afirmação (adaptada do glossário apresentado no site
www.fazenda.gov.br/seae/documentos/ Glossario.html):
“As Economias de escopo ocorrem quando o ___________ de uma firma para
produzir conjuntamente, pelo menos dois produtos/serviços, é __________ do
que o custo de duas ou mais firmas produzem separadamente estes mesmos
produtos/serviços, a preços dados dos insumos. De forma ___________ às
economias de escala, as economias de escopo podem também ser entendidas
como _________ nos _________ derivadas da produção conjunta de bens
distintos, a preços dados dos insumos”.
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto.
a) custo marginal, menor, similar, reduções, custos médios
b) custo médio menor, diferentemente, reduções, custos médios
c) custo total, menor, similar, reduções, custos médios
d) custo médio, menor, similar, reduções, custos marginais
e) custo total, menor, diferente, elevações, lucros médios

26. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde) - Há economia de


escopo quando o custo de produção de dois bens de uma empresa é menor
do que os custos de produção conjuntos de duas empresas diferentes, cada
uma produzindo um único produto.

27. (CESPE/Unb – Pesquisador – INPI) - A existência de economias de


escopo na produção de determinados bens é compatível com a utilização de
processos produtivos que envolvam deseconomias de escala.

28. (Cespe/Unb – Analista Educacional – Economia – SEE/DF – 2017) - O


custo mínimo de produção é mínimo quando o custo marginal se iguala ao
custo médio.

Julgue o item seguinte, relativo à competitividade e à estratégia empresarial.

29. (Cespe/Unb – Especialista em Regulaçao – ANCINE – 2013) -


Investimentos em pesquisa e desenvolvimento, capacitação de mão de obra e
fixação da marca são exemplos de dispêndios em custos irrecuperáveis ou
sunk-costs.

A respeito da teoria dos custos, julgue os itens que se seguem.

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Noções de Economia
Agente da Polícia Federal
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30. (Cespe/Unb – Perícia Economia – 2013) - Em razão de todos os insumos


serem variáveis, no longo prazo não existirão custos fixos.

Julgue os próximos itens, relativos às curvas de custo de curto e longo


prazos.

31. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – 2014) - Nas economias


ou deseconomias de escala, a curva de custo médio de longo prazo é formada
pelos pontos de mínimo das curvas de custo médio de curto prazo.

32. (Cespe/Unb – Analista Judiciário – Economia – 2014) - No curto prazo, a


lei dos retornos marginais decrescentes começa a vigorar a partir do ponto
em que o custo marginal seja igual ao custo variável médio.

O Ministério da Justiça (MJ) tem um montante fixo para gastar na aquisição de


dois bens: mesas e computadores. Ainda, o MJ planeja ocupar um prédio de
sua propriedade, atualmente alugado para profissionais liberais. Com base
nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

33. (Cespe/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - O aluguel


representa um custo de oportunidade da ocupação do prédio.

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Agente da Polícia Federal
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GABARITO
01. E
02. E
03. C
04. C
05. E
06. E
07. C
08. C
09. C
10. C
11. E
12. E
13. C
14. E
15. E
16. C
17. C
18. E
19. E
20. E
21. C
22. C
23. C
24. C
25. C
26. C
27. C
28. C
29. C
30. C
31. E
32. E
33. C

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