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DIREITO PENAL

04 O Fato Típico

Elementos do Fato Típico

Noções Gerais

Noções Iniciais:
O crime é um fato típico e antijurídico. Para que se possa afirmar que o fato concreto tem tipicidade,
é necessário que ele se contenha perfeitamente na descrição legal, ou seja, que haja perfeita
adequação do fato concreto ao tipo penal. Deve-se, por isso, verificar de que se compõe o fato típico.

Elementos do Fato Típico:


São elementos do fato típico:
a) conduta (ação ou omissão);
b) o resultado;
c) a relação de causalidade;
d) a tipicidade.

! Caso o fato concreto não apresente um desses elementos, não é fato típico e, portanto, não é crime.
Excetua-se, no caso, a tentativa, em que não ocorre o resultado.

A Conduta

Noções Iniciais:
Não há crime sem ação (“nullum crimen sine conducta”). Para Damásio, a conduta é a ação ou
omissão humana consciente e dirigida à determinada finalidade.

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Teoria Sobre a Conduta:

1) Teoria Clássica Tradicional Causalista ou Naturalística:


A conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior, que consiste em fazer ou não
fazer. É um processo mecânico, muscular e voluntário (porque não é reflexo), em que se prescinde do
fim a que essa vontade se dirige.

2) Teoria Finalista da Ação (Welzel):


Para a teoria finalista da ação, a conduta é uma atividade final humana e não um comportamento
simplesmente causal. A conduta realiza-se mediante a manifestação da vontade dirigida a um fim.
Insere-na conduta o dolo e a culpa, deslocando se da culpabilidade para a ação.

3) Teoria Social da Ação ou Ação Socialmente Adequada:


Surgiu para ser uma ponte entre as teorias causalista e finalista. O que importa é a relevância social
da ação - só há uma ação típica se o fato for inadequado socialmente.

Características da Conduta:
É um comportamento humano, não estando incluídos, portanto os fatos naturais. Esse
comportamento exige uma repercussão externa (não constitui conduta o simples pensamento).

Elementos da conduta:
Elemento interno psíquico cerebral: consciência e vontade. Elementos externos: movimento ou
abstenção do movimento.

!
Conduta:
Não constituem a conduta o caso fortuito e de força maior (fato causado pela força da natureza ou
inevitável). Também não constituem a conduta os atos que não intervém a vontade (na
inconsciência não há conduta, com exceção da embriaguez voluntária ou culposa).

Formas da Conduta

Noções Iniciais:
A conduta pode consistir em uma ação ou omissão. É, em regra, consubstanciada em uma ação em
sentido estrito ou comissão, que é um movimento corpóreo, um fazer, um comportamento ativo
(atirar, subtrair). Poderá, entretanto, constituir-se numa omissão, que, segundo a teoria normativa, é a
inatividade, a abstenção de movimento, é o “não fazer alguma coisa que é devida”. O fundamento de
todo crime omissivo constitui-se em uma ação esperada e na não-realização de um comportamento
exigido do sujeito.

Quanto à omissão, ela é elemento do tipo penal (crimes omissivos próprios ou puros), como nos
delitos de omissão de socorro (art. 135), omissão de notificação de doença (art. 269) etc., ou é apenas
forma de alcançar o resultado previsto em um crime comissivo, passando a ser, nessa hipótese, crime
comissivo impróprio (ou comissivo por omissão, ou comissivo-omissivo).

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Crime Omissivo Próprio e Impróprio:
Nos crimes omissivos próprios a simples omissão já é delito. A omissão imprópria é aquela em
que a omissão por si só não perfaz o delito, necessitando-se do resultado.

Art. 13...

§ 2.º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

Ex.: A mãe em relação ao filho.

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

Ex.: O médico contratado para cuidar de um paciente.

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Ex.: Um nadador convida uma pessoa inexperiente para atravessar um canal.

Caso Fortuito e Força Maior

Noções Iniciais:
Não há fato típico na ocorrência de resultado lesivo em decorrência de caso fortuito ou força maior.

Fortuito:
É aquilo que se mostra imprevisível, quando não inevitável.
Ex.: quebra da direção do veículo.

Força Maior:
Ex.: coação física irresistível.

O Resultado

Noções Iniciais:
Não basta a conduta para que o crime exista, pois é exigido o segundo elemento do fato típico, que é
o resultado.

Teorias do Resultado:
Duas são as teorias que procuram explicar a natureza do resultado:
a) teoria naturalista: modificação do mundo exterior provocado pelo comportamento humano
voluntário;
b) teoria normativa: lesão ou perigo de lesão a um interesse protegido pela norma legal.

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Crimes quanto ao Resultado:

Crime Material Crime Formal Crime de Mera Conduta


Aquele que tem na definição a Tem na definição a conduta e o O tipo só menciona o
conduta e o resultado. resultado, porém não é exigido que comportamento do sujeito.
O resultado é exigido o resultado se produza. (Ex.: violação de domicílio).
(Ex.: estelionato). (Ex.: extorsão).

Nexo Causal
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Causa e Resultado:
Não há crime sem resultado, diz a lei. Resultado é a lesão ou perigo de lesão do bem jurídico,
protegido pela lei penal. A relação de causalidade (nexo causal) liga a conduta ao resultado. O nosso
Código Penal adotou a teoria da equivalência das condições ou “conditio sine qua non” (condição
sem a qual o resultado não teria ocorrido).

Causa Concausa
É todo antecedente que contribui para o resultado. Concausas são outras causas que confluem com
Se suprimida, afetaria no acontecimento final a causa provocada pelo agente. Não são
(processo hipotético de eliminação: método para admitidas no sistema atual.
saber se a conduta do agente deu causa ao
resultado).

Superveniência de Causa Independente


Art. 13...

§ 1.º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si


só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Causa Superveniente:
A concausa relativamente independente é aquela que derivando de um fato de outrem ou de um
acontecimento estranho ao agente, se intercala na cadeia causal por este inaugurada. Logo, se a
segunda causa não for desdobramento da primeira, não teremos o nexo de causalidade. A contrário
sensu, se for um prolongamento da primeira, o sujeito ativo será responsabilizado.

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Ex.: Fato no qual o agente provoca envenenamento em alguém:
O sujeito morre porque caiu um A ambulância que transportava No hospital o sujeito morre por
lustre na cabeça e não devido ao a vítima caiu no rio e ela morre alergia a lavagem estomacal.
envenenamento. afogada.
Causa independente. Acontecimento fortuito. Acontecimento normal em relação
à causa.
Tentativa de homicídio. Tentativa de homicídio. Homicídio consumado.

Tipicidade

Conceito:
A tipicidade é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto e a
descrição contida na lei. Quando o fato se encaixa, ele é típico, quando não se encaixar ele é atípico.

Função da Tipicidade:
Ela funciona como indício de antijuridicidade, assim, todo fato típico é também antijurídico, salvo
prova em contrário.

Tipo Penal:
É o conjunto de elementos descritivos do crime ou contravenção. Possui elementos:
a) objetivos: aqueles que descrevem a infração sobre os aspectos de sua materialidade;
b) subjetivos: também chamados de elementos subjetivos do injusto, são dados que informam
sobre o estado anímico do agente;
c) normativos: refletem uma situação e exigem uma apreciação do juiz (ex.: “sem justa causa”,
“mulher honesta”, “decoro”, “indevidamente”).

Tipos Aberto e Tipo Fechado:


Tipos fechados são aqueles que apresentam a definição completa da ação delituosa (ex.: homicídio –
matar alguém). Tipos abertos são os que não apresentam a definição completa da ação, o
mandamento proibitivo não observado pelo sujeito não surge de forma clara, necessitando ser
pesquisado pelo julgador no caso concreto. São exemplos:
a) delitos culposos;
b) crimes omissivos impróprios;
c) delitos cuja descrição apresenta elementos normativos (“sem justa
causa”,”indevidamente”,”sem as formalidades legais”).

Tipicidade Conglobante (Zaffaroni):


É a comparação do fato penal típico com o ordenamento jurídico para verificar se não há neste
ordenamento jurídico alguma norma de natureza penal ou extrapenal que obrigue a realização da
conduta típica.

Adequação Típica:
É o processo de enquadramento perfeito do fato concreto ao tipo penal. São formas de adequação
típica:
a) adequação típica de subordinação imediata ou direta: quando um só artigo já é suficiente para
tipificar o crime (ex.: A mata B – aplica-se o art. 121 do Código Penal);

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b) adequação típica de subordinação mediata ou indireta: quando a adequação típica fica
subordinada a dois dispositivos, um da parte especial e outro da parte geral (ex.: indivíduo A
manda B matar C – aplica-se conjuntamente o art. 121 e o art. 29 do Código Penal).

Elementos Estruturais do Tipo Penal

Objeto Jurídico

Objeto Jurídico:
É o bem interesse protegido pela lei penal.

Sujeito Ativo

Conceito:
Sujeito ativo do crime é aquele que pratica a conduta descrita na lei, ou seja, o fato típico. Só o
homem isoladamente ou associado a outros (co-autoria ou participação) pode ser sujeito ativo de
crime.

!
Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica:
Sobre a responsabilidade penal da pessoa jurídica existem duas teorias principais:

1) Teoria da Ficção:
De acordo com esta teoria, a pessoa jurídica não existe na realidade, é um ente criado pela lei e não
pode delinqüir. Pode ser sujeito passivo de crime (furto, difamação, etc.). O crime apresenta dolo e
culpa, elementos que a pessoa jurídica não pode apresentar.

2) Teoria da Realidade:
A pessoa jurídica é um ente existente no mundo naturalístico, podendo delinqüir por intermédio de
seus representantes (posição de Damásio E. de Jesus).

Segundo aos arts. 173, § 5.º e 225, § 3.º da Constituição Federal, as pessoas físicas e jurídicas
respondem administrativa e penalmente por certos delitos. A Lei de Crimes Ambientais (Lei
9.605/98) também disciplina a responsabilidade penal da pessoa jurídica nos artigos 21 e 23.

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Sujeito Passivo

Noções Iniciais:
É chamado na lei de vítima e ofendido. É o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado (posto em
risco) pela conduta criminosa. Há duas espécies de sujeito passivo:
a) sob o aspecto formal é o Estado;
b) sob o aspecto material é o titular do bem jurídico.

Quem pode ser sujeito passivo:


Pode ser:
a) o homem (ser humano);
b) a pessoa jurídica (furto de patrimônio, honra objetiva ou reputação);
c) o Estado;
d) a coletividade, grupo de pessoas (sentimento religioso, respeito aos mortos).

! Nos crimes pluriofensivos há um ou mais sujeitos passivos.

Elementos Objetivos do Tipo

Tipo Objetivo:
O tipo objetivo (descrição abstrata de um comportamento) compreende a ação delituosa descrita com
todas as suas características descritivas e, às vezes, de elementos normativos e subjetivos. Compõe o
tipo:
a) a ação;
b) o objeto material: é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo
que a ação delituosa atinge;
c) o resultado;
d) circunstâncias de tempo, lugar, modo e meios executivos, finalidades da ação, etc.

Elementos Subjetivos do Tipo

Tipo Subjetivo:
O tipo subjetivo compreende necessariamente o dolo, como elemento intencional e genérico, e,
eventualmente, outros elementos subjetivos especiais da conduta, chamados elementos subjetivos do
tipo.

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O Dolo e a Culpa

Dolo

Conceito:
O dolo é a consciência (previsão) e vontade de concretizar as características objetivas do tipo.

Teorias:
Há três teorias sobre o dolo:
a) teoria da vontade: o agente quis o resultado (dolo direto);
b) teoria da representação: o dolo é a simples previsão do resultado;
c) teoria do assentimento: o agente assumiu o risco de produzir o resultado (dolo indireto).

O Código Penal adotou tanto a teoria da vontade como a teoria do assentimento.

Art. 18. Diz-se o crime:

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Dolo Natural e Dolo Normativo:


O dolo pode ser considerado:
a) natural (teoria finalista da ação): corresponde à simples vontade de concretizar os elementos
objetivos do tipo;
b) normativos (teoria clássica): contém a consciência da antijuridicidade.

Elementos do Dolo:
Presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os seguintes elementos:
a) consciência da conduta e do resultado;
b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado;
c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.

Espécies de Dolo

Dolo Determinado e Indeterminado:

1) Dolo determinado é quando o agente quis o resultado: ex.: O elemento quis assassinar outrem e
assim o fez.

2) Dolo indeterminado pode ser alternativo, cumulativo ou eventual:


a) no dolo alternativo o agente deseja um evento ou outro (ex.: matar ou aleijar);
b) no dolo cumulativo o agente pretende a realização de dois resultados (ex. estuprar e matar);
c) no dolo eventual o agente assume o risco da realização do evento.

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Dolo Eventual Culpa Consciente
Quando o agente fizer algo sabendo que corre o O agente não aceita a realização do evento
risco da produção do evento criminoso (previsão negativa, o evento não se verificará),
(previsão positiva). repele mentalmente o resultado previsto, agindo na
esperança de não se verificar o evento.

Dolo Genérico e Dolo Específico:


Dolo genérico é quando o agente deseja apenas o fato descrito na norma penal.
O dolo específico pode ser considerado como a vontade excedente, que se aglutina ao dolo genérico
de base (ex.: fim libidinoso de obter vantagem indevida).

Dolo de Dano e Dolo de Perigo:


Dolo de dano se o sujeito quis lesar (destruir ou danificar) o bem tutelado
Dolo de perigo se pretendeu apenas ameaçá-lo.

Dolo de Ímpeto e Dolo de Propósito:


Dolo de ímpeto é quando entre a formulação do propósito e a conduta, não há um hiato temporal.
Dolo de propósito é quando existe um destaque notável entre a formação do propósito e a atuação.

A Culpa

Noções Iniciais:
É a modalidade menos grave do elemento psicológico normativo da culpabilidade.

Art. 18 ...
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

Parágrafo único. Salvo nos casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Conceito de Culpa:
Consiste a culpa em praticar voluntariamente, sem atenção ou o cuidado devido, um ato do qual
decorre um resultado definido na lei como crime, que não foi querido nem previsto pelo agente, mas
que era previsível.

Negligência Imprudência Imperícia


Culpa in onimitendo. O agente Culpa in agendo. O agente atua É a incapacidade, a falta de
não toma as cautelas exigíveis com precipitação, desconsideração, conhecimento técnicos no
por displicência ou preguiça com afoiteza, sem cautelas, não exercício da arte ou profissão,
mental (ex.: deixar veneno ao usando de seus poderes inibidores não tomando o agente em
alcance das crianças ou não (ex.: limpar arma carregada perto consideração o que sabe ou
verificar os freios do veículo). de pessoas, dirigir carro em alta deve saber (ex.: dirigir uma
velocidade e com sono). escavadeira sem saber). Erro
Profissional é diferente de
imperícia.

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Elementos do fato culposo:
1) Ato voluntário realizado com negligência, impudência ou imperícia.
2) Gerar um resultado de dano ou perigo.
3) O evento não deve ser desejado pelo sujeito.

"
Compensação de Culpas:
Em direito penal não se admite a compensação de culpas. Ex.: indivíduo A atravessa sinal
vermelho e indivíduo B que corria acima do limite de velocidade colidem. Os dois são culpados,
não há compensação.

Graus de Culpa:
1) Leve.
2) Levíssima.
3) Grave.

! O juiz leva em consideração os graus de culpa para a fixação da pena (doutrina).

Agravação Pelo Resultado:


Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver
causado ao menos culposamente.

Crimes Preterdolosos
O crime preterdoloso ou preterintencional é aquele em que a conduta produz um resultado mais grave
que o pretendido pelo sujeito. O agente quer um “minus” e seu comportamento causa um “majus”, de
maneira que se conjugam o dolo na conduta antecedente e a culpa no resultado (conseqüente). Daí
falar-se que o crime preterdoloso é um misto de dolo e culpa: dolo no antecedente e culpa no
conseqüente, derivada da inobservância do cuidado objetivo. Constitui elemento subjetivo-normativo
do tipo (o dolo é o elemento subjetivo; a culpa,o normativo).

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Consumação e Tentativa

Crime Consumado e Tentativa


Art. 14 - Diz-se o crime:

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente.

Crime Consumado:
Está consumado o crime quando o tipo está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto se
subssume no tipo abstrato descrito na lei penal. Preenchidos todos os elementos do tipo objetivo pelo
fato natural, ocorreu a consumação.

“Iter Criminis”:
O iter criminis é o itinerário a percorrer entre o momento da idéia da sua realização até aquele em
que ocorre a consumação do crime e é composto de uma fase interna (cogitação) e de uma fase
externa (atos preparatórios, atos de execução e consumação).

1) A cogitação não é punida.

2) Os atos preparatórios são externos ao agente, que passa da cogitação à ação objetiva, como a
aquisição de arma para a prática de um homicídio e também escapam, regra geral, a aplicação da lei
penal; por vezes, contudo, o legislador transforma esses atos em tipos penais especiais, quebrando a
regra geral, como nas hipóteses de “apetrechos para a falsificação da moeda”. Atos de execução são
os dirigidos diretamente à prática do crime, “quando o autor se põe em relação direta e imediata com
a ação típica”.

A Tentativa:
A tentativa situa-se no iter criminis a partir da prática de um ato de execução, desde que não haja
consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente. São, pois, elementos da tentativa: a
conduta (ato de execução) e a não consumação por circunstâncias independentes da vontade do
agente. Iniciada a prática dos atos executórios, a execução do fato típico pode ser interrompida:
a) por desejo do agente;
b) por circunstâncias alheias à vontade do sujeito ativo.
Na primeira hipótese não há que se falar em tentativa, havendo apenas a desistência voluntária ou o
arrependimento eficaz. Na segunda, por interrupção externa, haverá tentativa.

Elemento Subjetivo da Tentativa:


O elemento subjetivo da tentativa é o dolo do delito consumado, tanto que no artigo 14, II, é
mencionada a vontade do agente. Não existe dolo especial de tentativa. Pelo elemento subjetivo é que
se pode distinguir, por exemplo, um delito de lesão corporal da tentativa de homicídio: no primeiro, o
dolo é a vontade de causar a lesão; no segundo, é a de matar.

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Tentativa Perfeita ou Acabada Tentativa Imperfeita
Quando o agente tiver realizado tudo aquilo O elemento não chega a esgotar a sua capacidade
que planejou, embora o crime não obteve ofensiva contra o bem jurídico visado.
êxito pela interferência de circunstâncias
alheias a sua vontade.

Pena de Tentativa:
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente
ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Há duas teorias existem a respeito da punibilidade da tentativa:


a) teoria subjetiva: o agente deveria responder pelo crime consumado;
b) teoria objetiva: alicerçada na lesão efetiva do bem tutelado pela norma, a tentativa poderá
ficar até mesmo isenta de pena.
Sistemas penais mistos, como o nosso, adotam para o conatus uma solução intermediária: pune-se a
tentativa, de forma abrandada.

"
Adota-se, porém, a teoria subjetiva por exceção (“salvo disposição em contrário”).
Ex.: No crime de evasão de presos: “evadir-se ou tentar evadir-se” se aplica a mesma pena para os
dois casos.

Inadmissibilidade da Tentativa:
Não se admite a tentativa o crime culposo e o preterdoloso, uma vez que depende sempre de um
resultado lesivo diante da sua definição legal. Também não se admite nos crimes unissubsistentes de
ato único, já que é impossível o fracionamento dos atos de execução. Também não nos crimes
omissivos puros, pois não se exige um resultado naturalístico decorrente da omissão e no crime
habitual. No crime complexo haverá tentativa sempre que não se consumarem os crimes
componentes, já que a consumação exige a realização integral do tipo, no caso um todo complexo
incindível.

Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz


Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Natureza Jurídica:
É uma causa de exclusão da tipicidade.

Arrependimento:
Quando o sujeito-agente esgota a sua atividade delitiva e volta atrás para impedir o resultado
anteriormente pretendido, dá-se o arrependimento, que será eficaz se conseguir realmente evitar o
evento. Como se vê, o arrependimento ativo, confrontado com a desistência, é muito mais atuante,
muito mais radical no impedimento do evento. Isto porque, como já foi observado, no
arrependimento o agente já se encontra bem mais próximo do resultado típico. Faz-se mister que a
desistência precisa ser voluntária, não sendo decorrente de fatores externos (ex.: arma emperrada,
polícia, súplica da vítima, rogação de terceiros).

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Arrependimento Posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos em violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a
pena será reduzida de um a dois terços.

Natureza Jurídica:
É causa geral de diminuição da pena.

Noções Iniciais:
O arrependimento posterior não se diversifica ontologicamente do arrependimento eficaz. A essência
é a mesma, A diferenciação reside somente no momento cronológico. Enquanto o arrependimento
eficaz deverá apresentar-se após percorrido o iter criminis, mas antes que o resultado se verifique, o
arrependimento posterior tem lugar após o momento consumativo do delito. Para ocorrer o benefício
da atenuação da pena são necessários três requisitos.

1) O primeiro requisito a ser cumprido pelo elemento, para beneficiar-se da atenuante, é proceder ao
ressarcimento do dano sofrido pela vítima, ou restituir-lhe a coisa da qual se apossou indevidamente.
A doutrina pátria entende, com base na italiana, possível a reparação do dano não patrimonial em
dinheiro. O mesmo não se diga do dano moral que, por sua própria natureza, é insuscetível de uma
quantificação material.

2) Voluntariedade da conduta.

3) Se se tratar de um arrependimento posterior, haverá ele de evidenciar-se, necessariamente, após a


consumação do delito. Nesse ponto se situa sua diferenciação do arrependimento eficaz, que tem
lugar anteriormente à execução embora esgotado o momento executivo do crime.

" No caso de homicídio culposo a doutrina e a jurisprudência admitem o arrependimento


posterior.

Grau de Redução da Pena:


O juiz deve basear-se no grau de sinceridade e espontaneidade do agente como requisito para a
graduação de redução da pena (um a dois terços).

Crime Impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Noções Iniciais:
Há duas espécies diferentes de crime impossível, em que de forma alguma o agente conseguiria
chegar a consumação, motivo pelo qual a lei deixa de responsabilizá-lo pelos atos praticados.

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1) Ineficácia absoluta do meio empregado pelo agente para conseguir o resultado; o meio é
inadequado, inidôneo, ineficaz para que o sujeito possa obter o resultado pretendido (ex.: tentativa de
envenenamento com substância inócua, utilização de revólver desmuniciado). Não exclui a
inexistência da tentativa a utilização de meio relativamente inidôneo.

2) Absoluta impropriedade do objeto material do crime, que não existe ou, nas circunstâncias em que
se encontra, torna impossível a consumação. Há crime impossível nas manobras abortivas praticadas
em mulher que não está grávida e no disparo de um revólver contra um cadáver.

Erro de Tipo

Noções Gerais

Erro de Tipo:
Incide sobre elementos constitutivos da figura delituosa e impede o autor de ter a representação de
estar, em concreto, realizando a conduta abstratamente descrita na lei (ex.: um caçador, no meio da
mata dispara sua arma sobre um objeto no escuro, supondo tratar-se de um animal e atinge um
fazendeiro); neste exemplo o erro incide sobre elementos do tipo, ou seja, sobre um fato que compõe
um dos elementos do tipo. Um erro que recai sobre elemento normativo do tipo também é erro de
tipo excludente do dolo (ex.: não age com dolo, o elemento que leva o guarda-chuva de outrem
pensando ser seu). No caso de erro de tipo, desaparece a finalidade típica, ou seja, não há no agente a
vontade de realizar o tipo objetivo. Como o dolo é querer a realização do tipo objetivo, quando o
agente não sabe que está realizando um tipo objetivo, porque se enganou a respeito de um dos seus
elementos, não age dolosamente: há erro de tipo. São casos em que há tipicidade objetiva, mas não há
tipicidade subjetiva por estar ausente o dolo.

Erro Culposo:
O erro é invencível e exclui o dolo e a culpa, entretanto, se poderia tê-lo evitado com as cautelas
exigíveis nas condições em que se encontrava, ocorrerá o erro culposo, o qual responderá o agente
criminalmente. (ex.: o caçador do exemplo anterior, tendo podido evitar atirar em virtude da
existência de outras pessoas na área, responderá ele por homicídio culposo).

Erro de Tipo Pode Recair Sobre:

Elementos ou circunstâncias do tipo: A numa caçada pensando que é um animal atira em B,


matando-o.
Pressupostos de causas justificativas A pensando em estar em legítima defesa atira em B,
(descriminantes putativas): matando-o.
Dados secundário do tipo penal: A deseja roubar um videocassete e acaba roubando
um gravador.

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Os dois primeiros são erros essenciais, que podem ser vencíveis ou invencíveis, o último se trata de
erro acidental.

" No erro de tipo essencial o agente não quer praticar o crime, no erro acidental, ele quer praticar,
mas acaba errando na sua execução:

Modalidades de Erro Acidental:


1) Erro sobre o objeto: “error in objecto” - queria furtar uma coisa e furta outra.
2) Erro sobre a pessoa: “error in persona” - art. 20 §3º.
3) Erro na execução: “aberratio ictus” - art. 73.
4) Resultado diverso do pretendido: “aberratio criminis” - art. 74, quer praticar um crime e
pratica outro.

Erro Sobre Elementos do Tipo


Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei.

O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se prevista em lei.

Este dispositivo abrange também as circunstâncias qualificadoras, as causas de aumento de pena e as


circunstâncias agravantes. (ex.: elemento mata outrem sem saber que é descendente, o elemento não
responde com agravante).

Eventualmente o erro de tipo leva a uma desclassificação do crime. (ex.: elemento desacata outrem,
sem saber de que se trata de um funcionário público no exercício da função, o elemento não responde
por desacato, mas por injúria).

Distingue-se o erro essencial do erro acidental. O erro essencial é o que recai sobre um elemento do
tipo, ou seja, sobre fato constitutivo do crime, e sem o qual o crime não existiria (ex.: o caçador não
atiraria se soubesse que se tratava de um fazendeiro). O erro acidental recai sobre circunstâncias
acessórias da pessoa ou da coisa estranhas ao tipo, que não constituem elementos do tipo. Sem ele o
crime não deixa de existir (ex.: elemento rouba bijuteria pensando ser ouro).

O erro de tipo distingue-se do erro de proibição. Enquanto o primeiro exclui o dolo, o segundo afasta
a compreensão da antijuridicidade. O erro de tipo dá-se quando o “agente não sabe o que faz”; o erro
de proibição quando “sabe o que faz, mas acredita que não é contrario à ordem jurídica”; o erro de
tipo elimina a tipicidade dolosa; o erro de proibição pode eliminar a culpabilidade.

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Descriminantes Putativas
Art. 20...
§ 1.º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Isenta o agente da pena em razão de “erro plenamente justificado pelas circunstâncias”.

" As descriminantes putativas podem recair sobre erro de tipo ou de proibição.

Aquelas em que o elemento fica isento de pena em razão de “erro plenamente justificado pelas
circunstâncias”, supondo “situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima”.

O agente supõe estar atuando de acordo com as normas autorizantes sem em realidade estar. Por erro
plenamente justificado pelas circunstâncias, imagina estar em estado de necessidade, de legítima
defesa, de estrito cumprimento de dever legal, ou exercício regular de direito (ex.: indivíduo atira
contra conhecido, que lhe invade imprudentemente o domicílio, imaginando tratar-se de ladrão).

O erro haverá de ser invencível, para inocentar por completo o agente. Se houver negligência,
imprudência ou imperícia por parte dele, será punido, desde que a modalidade culposa seja prevista
em lei.

Erro Determinado por Terceiro


Art. 20...
§ 2.º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro Determinado por Terceiro:


Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa conforme o
caso. Ex.: Indivíduo solteiro influencia amigo casado a se casar novamente fazendo este pensar ser
certo. O solteiro então responde por crime de bigamia.

Erro Sobre a Pessoa


Art. 20...
§ 3.º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o
agente queria praticar o crime.

“Error in Persona”:
A pretende matar B, e por erro mata o filho, não será considerado infanticídio e sim um homicídio.
Considera-se no caso, a vítima pretendida e não a atingida.

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“Aberratio Ictus”:
O erro se processa na execução do delito. A vontade não está viciada. Há um desvio do golpe,
durante a execução. Na aberratio, a vítima pretendida sofre o perigo, ao passo que no error in persona
a vítima visada, ausente, não corre o menor risco.

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Questões de Concursos

01 - (Ministério Público/MG – 40) Sobre o momento consumativo do crime, assinale a alternativa


falsa:
( ) a) nos crimes materiais, a consumação ocorre com o evento ou resultado;
( ) b) nos crimes culposos, só há consumação com o resultado naturalístico;
( ) c) nos crimes formais a consumação ocorre com a própria ação, já que não se exige
resultado naturalístico.
( ) d) nos crimes permanente, a consumação se protai no tempo, desde o instante em que se
reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente;
( ) e) nos crimes omissivos impróprios, a consumação ocorre com a simples omissão do
agente.

02 - (Ministério Público/MG – 40) De acordo com os postulados da teoria da imputação objetiva é


correto afirmar, exceto:
( ) a) para que ocorra a imputação objetiva da conduta típica basta que o agente provoque
situação de risco juridicamente proibido, pouco importando a materialização desse
risco em resultado lesivo;
( ) b) sendo a imputação objetiva tema afeto à tipicidade, a atuação nos limites do risco
permitido não é penalmente típica, estando ausente o desvalor da conduta.
( ) c) a imputação é excluída quando a conduta geradora do resultado se configurar como
uma ação que diminuiu o risco existente ao invés de incrementa-lo;
( ) d) para a identificação do risco proibido, além do princípio do incremento do risco
permitido, é indispensável que se observe o princípio da finalidade protetiva da norma;
( ) e) não há imputação se a conduta geradora do resultado, apesar de haver ocasionado um
perigo relevante para o bem jurídico, é considerada socialmente adequada.

03 - (Ministério Público/MG – 40) Sobre a tipicidade é correto afirmar, exceto:


( ) a) em virtude do conceito de tipicidade material, excluem-se dos tipos penais aqueles
fatos reconhecidos como de bagatela, nos quais têm aplicação o princípio da
insignificância;
( ) b) a teoria da ratio essendi, também conhecida como teoria da identidade, desenvolvida
por Mezger, concebe a tipicidade como a própria razão de existir da ilicitude, no
âmbito do tipo-de-injusto;
( ) c) a tipicidade é uma decorrência natural do princípio da reserva legal;
( ) d) a tentativa é hipótese de adequação típica de subordinação mediata ou indireta,
constituindo-se em causa de extensão da figura delituosa descrita nos diversos tipos
penais e nas contravenções;
( ) e) para os adeptos da teoria dos elementos negativos do tipo, toda vez que não for ilícita
a conduta do agente faltará a própria tipicidade.

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04 - (Ministério Público/SP – 81) Responde pelo resultado lesivo final o agente
( ) a) sempre que sua conduta típica o produziu.
( ) b) cuja conduta típica e antijurídica, para produzi-lo, se conjuga a uma concausa
preexistente da qual tinha ciência e cujos efeitos aceitou.
( ) c) cuja conduta típica e antijurídica, para produzi-lo, se conjuga a uma concausa
superveniente relativamente independente.
( ) d) produtor da concausa superveniente relativamente independente, mesmo que sem
culpa ou dolo.
( ) e) produtor da concausa superveniente relativamente independente, agindo com culpa ou
dolo, que assim afasta a responsabilidade do autor da conduta inicial por quaisquer
fatos praticados.

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Gabarito

01.E 02.A 03.D 04.B

Bibliografia

• Direito Penal
Damásio E. de Jesus
São Paulo: Editora Saraiva, 9º ed., 1999.

• Manual de Direito Penal


Júlio Fabbrini Mirabete
São Paulo: Editora Atlas, 9º ed., 1995.

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