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DIVISÃO DE ENGENHARIA

ENGENHARIA DE MINAS

2-ANO TURMA: B CURSO: NOTURNO

GEOLOGIA DE MOÇAMBIQUE

Tema:

Rochas Metamórficas e Tipos de Metarmorfismo

Discente: Docente:

Zeinadine Alfredo Aguiar Pedro Saca

Tete, Julho de 2021


Rochas Metamórficas e Tipos de Metarmorfismo

    As rochas metamórficas (grego: meta=mudança; morfos=forma) correspondem a


transformações predominantemente no estado sólido de rochas pré-existentes
ou PROTÓLITOS (grego: proto=primeiro/anterior; lithos=rocha). Os protólitos podem
ser ígneos, sedimentares ou, mesmo, metamórficos. Em casos mais raros e nem sempre
fáceis de serem determinados, podem, ainda, corresponder a produtos de alteração
intempérica (solos, paleossolos, lateritas,..) ou hidrotermal/metassomática (greisen,
skarnitos, pegmatitos caulinizados,..). Em locais privilegiados,  como antigas suturas
crustas, pode ocorrer fragmento mantélico como protólito.
      Apesar de, por definição ou para efeito pedagógico, tratarmos o metamorfismo como
um processo geológico isoquímico, ou seja a rocha original não sofre mudança química,
na realidade as transformações metamórficas implicam, sempre, em modificações
químicas, desde mínimas ou em escala limitada, até muito importantes quando
deixamos de designar a rocha como metamórfico e passamos a designá-la
como metassomatito (meta= mudança; soma= substância/matéria).
    Como visto atrás, por definição, os estudos de PETROLOGIA METAMÓRFICA não
se envolvem directamente com os processos superficiais de intemperismo e diagênese
(áreas da pedologia e da sedimentologia), nem com os processos profundos de anatexia
ou refusão das rochas (área da petrologia ígnea), distinguindo-se os seguintes tipos ou
processos metamórficos principais cuja caracterização é fundamental para a
classificação correta da rocha em estudo:  

 Fundo oceânico (junto às ridges meso-oceânicas);


 Orogénico, dínamotermal ou regional (nas regiões de confronto de placas);
 Soterramento (nas fossas oceânicas);
 Contacto ou termal (nas encaixantes junto a corpos fortemente aquecidos
intrusivos);
 Dinâmico ou cataclástico (nas zonas de falha);
 De impacto (nas zonas afectadas por impactos meteoríticos).

   
A evolução geotectónica de uma área continental geralmente é complexa, com
superposição de tipos de metamorfismo diferentes e, inclusive, com superposição de
ciclos geológicos do mesmo tipo de metamorfismo, caracterizando-se
o polimetamorfismo dessas rochas. Assim, uma rocha metamorfizada por
metamorfismo regional em baixo grau pode ter sido, posteriormente, intrudida por um
corpo magmático cujo calor produziu auréolas metamórficas, registando-se dois tipos
diferentes de metamorfismo. O registo destas transformações em paragêneses, texturas e
estruturas, e a elucidação da sequência em que se realizaram, permite estabelecer parte
da história geológica local.
Cada ambiente geológico/geotectônico apresenta associações de rochas que lhe são
típicas ou mais comuns e, em certos casos, características. O metamorfismo dessas
rochas associadas pode, assim, levar a um padrão de rochas metamórficas associadas.
Por exemplo, as rochas de uma crosta oceânica onde predominam basaltos e gabros,
com níveis de radiolaritos e outros sedimentos pelágicos, metamorfizada junto
a ridge com muita pressão de água e depois tomada em ambiente orogénico ou de arco
de ilha apresentará uma associação provável de xistos verdes (básicos) e anfibolitos com
finas camadas de chert. Uma sequência de camadas de bacia de margem continental
passiva apresenta associações relativamente espessas de rochas clásticas maduras
associadas com níveis carbonatados; ao ser envolvida esta(s) bacia em um processo
orogénico, como o de colisão continental, a sequência rochosa será transformada em
quartzitos, xistos aluminosos e mármores ou calcários metamórficos.
    Caracteriza-se, desta forma, a importância do estudo regional da geologia de regiões
metamórficas para ser estabelecida a associação rochosa metamorfizada e, com isto, se
ter suporte para determinar o ambiente geológico primordial e os ambientes
transicionais da região.

2. Classificação ou Designação Com Critério Composicional Importante

2.1. Termos-base

A seguir são relacionadas várias rochas metamórficas em que o critério composicional é


importante na sua designação, mas não necessariamente o único:
Anfibolito - derivado de rochas básicas ou de rochas sedimentares como calcários
impuros; tem a hornblenda e o plagioclásio como paragênese característica de grau
metamórfico médio a alto. Pode se apresentar maciço, bandado ou mais comummente
com lineação.

Ardósia - grau metamórfico muito baixa; granulação muito fina, pouco brilho,
cristalinidade baixa, clivagem ardosiana, ausente ou muito subordinada a segregação
metamórfica de quartzo ou carbonatos em charneiras ou em bandas. O protólito
geralmente é pelítico e paragênese a base de quartzo, sericita/fengita, clorita, pirofilita,..
Com aumento de metamorfismo regional transforma-se em filito e xisto.

Eclogito - rocha básica, basalto ou gabro, que sofreu metamorfismo da fácies eclogito,
típica de duplicação crustal com pressões maiores do que 10 kbar (>30 km de crosta
sobrejacente) e temperaturas variáveis que podem chegar aos 1.000o C, transformando-
se em uma rocha, geralmente granoblástica, cujos componentes são as fases minerais
estáveis às altas pressões e temperaturas: piroxênio sódico, onfacítico, e granada
magnesisna, piropo.

Esteatito ou Pedra-Sabão - rocha composta essencialmente por talco ao qual podem se


agregar magnesita e quartzo. É derivada principalmente de rochas ígneas ultramáficas.

Filito - rocha intermediário entre ardósia e xisto na evolução metamórfica de pelitos.


Diferentemente da ardósia, o plano de xistosidade é bem definido e brilhante
determinado pela disposição de mica muscovítica

Gnaisse - rocha cujos componentes mineralógicos essenciais são quartzo e feldspato


metamórficos e com estrutura foliada maciça com achatamento dos grãos ou em bandas
quartzo-feldspáricas alternadas com bandas mais máficas.

Gondito - rocha metamórfica cujos componentes principais são a granada


manganesífera (espessartita) e o quartzo; deriva fundamentalmente de camadas
de chert associado com vulcanismo.

Itabirito - descrita em Itabira, MG, o itabirito é uma rocha bandada, alternando níveis
milimétrico/centimétricos de hematita (magnetita) com níveis silicáticos, geralmente de
quartzo.
Mármore - calcário recristalizado metamórficamente tendo como constituinte
importante (>50%) um carbonato, geralmente calcítico ou dolomítico. Ocorre em várias
fácies: maciço, bandado, brechóide...

Quartzito - metamorfito cujo componente principal é o quartzo (>75% como ordem de


grandeza). Pode derivar de arenitos quartzosos, riolitos silicosos, chert, pods ou veios
de quartzo..

Rocha Cálcio-Silicatada - rocha maciça ou bandada composta por minerais cálcio-


silicáticos metamórficos como epidoto, diopsídio, grossulária, escapolita... derivada
de mármores impuros e/ou metassomatizados.

Serpentinito - rocha composta por serpentina predominante, pode ser maciça ou xistosa
caso em que pode ser chamada de serpentina xisto
À semelhança do serpentinito ocorrem várias rochas metamórficas maciças com
tendência monominerálica em que o mineral predominante, metamórfico, dá o nome a
rocha, como:
CLORITITO, ACTINOLITITO, TREMOLITITO, EPIDOSITO.

Observação:  alguns termos como HORNBLENDITO, PIROXENITO, PERIDOTITO


entre outros são reservados para rochas ígneas.

Tactito ou Skarnito - rocha cálcio-silicática que sofreu metamorfismo e/ou


metassomatismo de contato.

Xisto - termo geral para qualquer rocha que apresenta xistosidade. Como acontece com
muitas outras rochas metamórficas, a este termo devem ser agregados termos
antecedentes e/ou termos sucedentes que caracterizem, composicionalmente, o
metamorfito. Ex.g. granada biotita xisto grafitoso. O xisto micáceo deriva,
frequentemente, de pelitos (podem derivar de plutonitos e vulcanitos ácidos e
aluminosos também) representando um grau mais elevado de metamorfismo do que a
ardósia e o filito;
Muito brilhante devido ao crescimento de micas metamórficas, muscovita e biotita
principalemente, xistosidade bem desenvolvida, muitas vezes crenulada por
deformações superimpostas, segrega quartzo (ou carbonatos nos xistos calcíticos) em
bandas ou concentrado em charneiras de dobras isoclinais, formando barras ou lentes
centi-decimétricas no meio da massa micácea.

Xisto Verde - termo especial para designar xisto derivado de rocha máfica, em
condições de baixo grau formando minerais verdes como: actinolita, epidoto, clorita..
junto com albita e algum quartzo..

Xisto Azul - termo especial para designar xisto derivado de rocha máfica, em condições
de baixa temperatura e alta pressão, caracterizando crosta oceânica colisionada com
minerais azuis como o anfibólio sódico glaucofano além de lawsonita, epidoto, clorita,..

3. As Variáveis do Metamorfismo

    Modificações significativas das condições termodinâmicas ou das condições


geoquímicas originais da rocha levam a sua transformação. As variáveis ou fatores
fundamentais do metamorfismo são :

 Temperatura;
 Pressão de carga ou litostática;
 Pressão dirigida;
 Pressão de fluidos;
 Composição da rocha;
 Composição da fase fluida.

    A velocidade com que se realiza esta transformação (cinética) depende ainda de
outros factores intrínsecos e extrínsecos, tais como:

 Textura e cristalinidade da rocha;


 Gradiente de modificação das condições;
 Tempo geológico em que persistem as novas condições.
    Assim, uma intrusão magmática com temperatura muito elevada, mas aplicada em
breve espaço de tempo (como um sill pouco espesso de basalto por exemplo)  poderá
resultar em menos transformações metamórficas do que uma intrusão de temperatura
menor mas realizada por longo tempo geológico (como um batólito granítico por
exemplo) porque o calor transferido para a rocha encaixante não foi suficiente para
desestabilizar a paragênese mineral na mesma intensidade. Já uma rocha com textura
fina é mais susceptível a transformações metamórficas do que uma de mesma
composição química mas com minerais bem desenvolvidos, porque ela apresenta uma
maior superfície entre cristais, ou seja, com mais energia iónica livre e, por isso, mais
reactiva do que a rocha com minerais graúdos que estão solidamente estruturados com
sua rede cristalina organizada (menor entropia).

Classificação Com Critério "TIPO DE METAMORFISMO" IMPORTANTE

3.1. Rochas que sofreram metamorfismo dinâmico

Cataclasito - rocha de metamorfismo dinâmico ou cataclástico em que os componentes


minerais tiveram comportamento (reologia) predominantemente rúptil ou quebradiço
durante a ação metamórfica, favorecendo a geração de textura com grãos minerais
quebrados em grãos menores (sub-grãos), rotacionados, encurvados,.. e com
crescimento metamórfico muito limitado ou inexistente.

Filonito - filonito é um milonito estrutural e mineralogicamente semelhante a filito do


metamorfismo regional

Milonito -  (to mill= moer) - rocha com grãos triturados mas, diferentemente do
cataclasito, ocorrem componentes minerais como clorita, sericita.. que sofreram
deformação dúctil, ficando estirados e achatados muitas vezes definindo uma foliação
milonítica. A formação de cataclasito ou milonito é comandada pelas propriedades
reológicas da rocha que varia, também, com a menor ou maior pressão de H2O (A rocha
anidra é geralmente mais quebradiça)..

Blastomilonito -rocha polimetamórfica que já foi um milonito mas que hoje encontra-


se, em grande parte, recristalizada, seja por metamorfismo de contacto, seja por
metamorfismo regional.
    Os prefixos PROTO E ULTRA para os
termos CATACLASITO e MILONITO referem-se, respectivamente, a percentagem
menor (10-50%) e maior (>90%) de matriz quebrada/triturada da rocha.

3.2. Rochas que sofreram metamorfismo de contato predominante

Hornfels ou Cornubianito - rocha com aspecto/textura de chifre, sem orientação


preferencial, textura fina e de grãos engranzados, muitas vezes poiquiloblástica e que
ocorre nos contatos metamorfizados por intrusões que ascenderam muito quentes.

Tactito ou Skarnito - rocha cálcio-silicática que sofreu metamorfismo e/ou


metassomatismo de contato.

3.3. Rochas que sofreram metamorfismo meteorítico ou de impacto predominante

IMPACTITO - rocha formada pelo metamorfismo de impacto de meteoros com


texturas e estruturas típicas e com mineralogia característica de muito alta temperatura
como coesita, stishovita, mullita e vidro..

3.4.Rochas que sofreram metamorfismo regional predominante

    Em termos de extensão, como o próprio nome diz, as rochas de metamorfismo


regional são as mais importantes nas áreas continentais. Muitas das rochas citadas atrás
são de metamorfismo regional ou dínamo-termal. Uma série típica de evolução de graus
mais baixos para mais altos neste tipo de metamorfismo é a das rochas pelíticas
conforme indicada abaixo:

Ardósia = >filito => xisto => ganisse =>migmatito  ou granulito ácido

Granulito - rocha de alto grau metamórfico cuja designação é a mesma da fácies


metamórfica regional de alta temperatura, elevado grau geotérmico (T/P) e condições
anidras (Pcarga>>>PH2O). A classificação da rocha exige a sua caracterização
composicional (Ex. g: granulito ácido; granulito diorítico, granulito ultramáfico.
Existem termos específicos  para algumas fácies, como leptinito, charnockito, enderbito,
São rochas granoblásticas, maciças a foliadas, granulação variável de muito fina
(leptinitos, por exemplo) até muito grossa (alguns charnockitos, por exemplo)

4. Grau de Metamorfismo e Zoneografia de Terrenos Metamórficos

4.1. Isógradas e as zonas de Barrow

    Qualquer tipo de metamorfismo, seja cataclástico, de contacto, regional,..pode ser


classificado pela sua intensidade verificada nas rochas em grau fraco, médio e forte.
Alguns tipos de metamorfismo podem ter variações rápidas desse grau, como, por
exemplo, o de falhas e o de impacto meteorítico; outros, como o de contacto e o
regional apresentam uma variação gradual que permite o mapeamento do grau de
metamorfismo.  Destacam-se as auréolas de metamorfismo de contacto e,
principalmente, as variações de grau em cinturões metamórficos orogénicos em zonas
de mesmo metamorfismo. Barrow (1893,1912,  in Spear, 1993), estudando o cinturão
Dalradiano nas terras altas da Escócia, verificou a existência de zonas de metamorfismo
progressivo identificadas pelo aparecimento de minerais-índices de grau metamórfico
em rochas aluminosas, meta-pelíticas, a saber:
clorita=>biotita=>granada=>estaurolita=>cianita=>sillimanita. Estas zonas (zonas de
Barrow) são caracterizadas pelo aparecimento do mineral índice que, entretanto, pode se
manter em associação em zonas metamórficas de mais alto grau. Por exemplo, o
aparecimento da biotita metamórfica indica a passagem da zona da clorita para a da
biotita e o aparecimento da granada indica a passagem da zona da biotita para a da
granada, mas a clorita pode ocorrer nas tres zonas e a biotita pode continuar aparecendo
até a zona da cianita e parte da zona da sillimanita. A superfície do limite zoneográfico
determinado pelo aparecimento do mineral índice foi designada de isógrada por Tilley
(1924,1925, in Spear,1993) que realizou estudos na mesma região da Escócia que
Barrow.
4.2. Fácies metamórfica

    O conceito de fácies metamórfica corresponde a uma ampliação do conceito de zonas


metamórficas. Foi proposto por Eskola (1914,1915, in Spear,1993) que, ao comparar
auréolas metamórficas de duas intrusões distintas da Finlândia e da Noruega, verificou
que diversas rochas apresentavam associações minerais típicas iguais em zonas
metamórficas correlatas. Eskola atribuiu às fácies assim determinadas o nome de rochas
típicas para caracterizar cada fácies, tais como como fácies albita epidoto hornfels,
fácies honblenda hornfels, fácies anfibolito.. De acordo com Turner(1981), "Fácies
metamórfica é um conjunto de associações minerais, repetidamente associado no espaço
e no tempo, de tal maneira que há uma relação constante e previsível entre composição
mineral e composição química total da rocha." 
    O conceito de fácies metamórficos relaciona-se, assim, a determinadas condições de
metamorfismo realizadas dentro de faixas de P e T próprias de determinados ambientes
geotectônicos e que propiciam a cristalização de minerais metamórficos em várias
paragêneses que são características de cada tipo de rocha original metamorfizada.

4.3. Séries de fácies metamórficas

    Miyashiro (1961) verificou a existência, no Japão, de associação de cinturões de


rochas metamórficas em pares, apresentando distintas associações litológicas e,
associadamente, distintas paragêneses próprias de gradientes geotérmicos bem distintos
para cada tipo de cinturão do par: enquanto um cinturão apresenta minerais que retratam
alta P com relação a T, como glaucofano e jadeita, o outro apresenta minerais de alto
gradiente geotérmico com andalusita e cordierita. O primeiro tipo, de alta pressão,
designado de Sanbagawa, tem associaçãoes litológicas como xistos azuis e eclogitos que
indicam rochas de crosta oceânica (meta-basaltos, meta-gabros, meta-radiolaritos e
porções de peridotitos mantélicos); já o segundo, de alta T/P, apelidado de Abukuma,
apresenta associações de xistos de origem pelítica, quartzitos, gnaisses, migmatitos e
granitos predominantes, mais característicos de crosta continental. Cada um desses
cinturões apresenta uma zoneografia metamórfica própria com fácies e minerais índice
tambem próprios, o que levou Miyashiro a propor o conceito de Séries de fácies uma de
baixo gradiente geotérmico ou de alta pressão (>8 e < 25 o/km) e outra de alto gradiente
geotérmico ou baixa pressão (>25o/km). O cinturão Dalradiano, estudado por Barrow e
muitos outros, corresponde, a uma série intermediária, batizada de Barroviana.
Classificação Quanto À Origem

4.1. Uso do prefixo META (indicação do protólito)

    Quando se tem certeza da rocha de origem, pode-se usar o prefixo META para
designar a rocha metamórfica. Exemplos:  

 Metabasalto;  
 Metagranito;  
 Metassedimento;  
 Metavulcanito;  
 Meta-arenito;  
 Metassiltito;  
 Metachert;  
 Metapelito.

    Observar que o uso do prefixo meta não caracteriza o grau nem a textura e estrutura
metamórficos da rocha. Este critério de designação é muito comum em terrenos
anquimetamórficos ou de baixo grau onde as rochas originais estão mais bem
preservadas.

4.2. Uso do nome do protólito com sufixo indicativo da rocha metamórfica

    Alem do prefixo meta, usa-se indicar o nome da rocha original sucedido por termos
que indicam a rocha metamórfica actual.  Ex:    granito gnaisseficado; gabro
anfibolitizado. Estas designações implicam em reconhecimento seguro do protólito,
muitas vezes devido ao fato de que o metamorfismo não foi pervasivo ou foi parcial na
rocha.

4.3. Uso dos prefixos ORTO e PARA

    Os prefixos ORTO e PARA antecedem o termo base que identifica a rocha
metamórfica (Ex.g. orto-anfibolito, para-gnaisse..) e o uso deles implica em uma
identificação genética segura da rocha de origem com o seguinte critério:

 Orto - a rocha original é ígnea, plutônica, hipabissal ou vulcânica;


 Para - a rocha original é sedimentar.
5. Reacções Metamórficas

Uma rocha submetida a condições termodinâmicas diversas das em que se constituíram


os seus componentes, pode apresentar reacções entre os seus minerais, originando novos
minerais estáveis a essas novas condições. Estas reacções, realizadas no estado sólido,
seguem as regras químicas do balanço estequiométrico tendo de um lado da equação os
minerais reagentes e de outro os minerais produto. Adicionalmente as fases sólidas, um
componente crucial na maior parte destas reacções é a fase fluida que permeia os grãos
minerais e suas clivagens e fissuras, estabelecendo-se como uma ponte nas trocas
catiônicas, simplesmente como catalisador,  como reagente e/ou como produto da
reação. H2O e CO2 são as duas fases fluidas mais comuns nas reacções metamórficas e
acima de condições supercríticas a actividade química desses fluidos é muito elevada.

Bases para a Classifição

  As rochas metamórficas são designadas, em geral, por um termo base ao qual podem,
e em certos casos devem, ser agregados outros termos antes e/ou após este termo base.
    Na bibliografia é rara a indicação de regras para a designação das rochas
metamórficas havendo, inclusive, controvérsias a respeito de certos termos. Isto é
compreensível pois a designação/determinação das rochas metamórficas envolve
conceitos poligenéticos, não só os da rocha original, com química, texturas e estruturas
variavelmente preservados, como os da evolução transformacional propiciada pelos
vários eventos metamórficos.
    Essa complexidade evolutiva pode levar mesmo a formação de rochas semelhantes a
partir de protólitos completamente distintos - Ex.g. gnaisse originado de um pelito e
gnaisse derivado de um granito, enquanto que, por outro lado, rochas muito diferentes
podem ser formadas a partir do mesmo protólito, dependendendo dos factores de
metamorfismo envolvidos, notadamente T, P litostática, P stress ou dirigida, P fluidos (e
sua química).. - Ex.g. xisto azul, xisto verde, anfibolito, eclogito.. derivados de basalto.
    As rochas metamórficas são classificadas e designadas de acordo com vários
critérios, notadamente os que envolvem a rocha de origem, a composição - química ou
mineral - da rocha, o tipo e grau de metamorfismo e aspectos
texturais/estruturais metamórficos.  
    Deve se ter em mente que as rochas metamórficas ocorrem sempre com variações
laterais e verticais que podem ser bastante bruscas - seja devido as variações originais
da composição do protólito seja devido a variabilidade de tensões, fluidos, etc..
relacionados aos processos metamórficos impostos e superimpostos as rochas
transformadas.
      Cabe destacar que o ato de aportuguesar-se nomes de rochas e de minerais que tem
por radical um nome próprio (pessoa, localidade, país..) é injustificável por criar,
desnecessariamente, novos termos os quais, ainda por cima, não têm nenhum
significado, como, por exemplo: kimberlito para quimberlito, scheelita para xilita,...

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