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A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:

DIÁLOGOS E POSSIBILIDADES/ 2ª EDIÇÃO

ORGANIZADORES
Denise Grosso da Fonseca
Roseli Belmonte Machado
Natacha da Silva Tavares
Francine Muniz Medeiros
Jennifer da Silva Bielavski
Natália Teixeira Nunes

-- 2018 1
ORGANIZADORES: MACHADO, Roseli Belmonte; FONSECA, Denise Grosso da;
TAVARES, Natacha da Silva; MEDEIROS, Francine Muniz; BIELAVSKI, Jeniffer da
Silva; NUNES, Natália Teixeira.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NA
EDUCAÇÃO BÁSICA:
DIALOGOS E
POSSIBILIDADES/ 2ª EDIÇÃO

2
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Educação Física na Educação Básica Diálogos e Possibilidades 2ª Edição / Roseli


Machado, Denise Grosso da Fonseca, Natacha da Silva Tavares, Francine Muniz
Medeiros, Jeniffer da Silva Bielavski, Natália Teixeira Nunes (organizadoras) –
Porto Alegre: ESEFID/UFRGS, 2020.
25 p.

ISBN: 978-65-00-14830-5

E-book

1. Edução básica 2. Ensino. 3. Educação física escolar. 4. Prática pedagógica. 5.


Corporeidade. I. MACHADO, Roseli Belmonte, org. II. FONSECA, Denise Grosso
da, org. III. TAVARES,Natacha da Silva, org. IV. MEDEIROS, Francine Muniz,
org. V. BIELAVSKI, Jeniffer da Silva, org. VI. NUNES, Natália Teixeira, org. VI.
Título.

Biblioteca da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS.

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APRESENTAÇÃO

A segunda edição do Curso de Extensão “Educação Física na Educação básica:


diálogos e possibilidades”, mais um a vez nos convoca, ao diálogo com professores e
estudantes que escolheram como área de estudo e prática profissional a Educação Física
Escolar e acolheram nosso convite para participarem deste evento formativo. Este curso
teve como objetivo dialogar com professores e licenciandos em Educação Física sobre a
Educação Física na Educação Básica a partir das recentes legislações e contou com a
parceria entre a UFRGS e a UNIVATES para sua efetivação.
Nessa perspectiva, mobilizados pelos desafios deste tempo de mudanças
legislativas e pedagógicas no campo da Educação, numa conjuntura de instabilidade
política e econômica, esta obra apresenta as possibilidades encontradas pelos docentes,
em suas escolas, para materializar orientações educacionais que convergem com seus
anseios de legitimar a Educação Física como componente curricular da Educação
Básica.
Os relatos descritos, para além de darem visibilidade às práticas pedagógicas
protagonizadas por seus autores, em consonância com os debates e vivências
experimentadas no curso, se constituem em declarações encharcadas de esperança
intencional, sentimento que de alguma forma parece nutrir e mobilizar suas ações.
Paulo Freire (1994) e Terezinha Rios (2001) nos inspiram quando falam da
esperança crítica, como substância que revitaliza a ação e a reflexão. Para Feire (p. 10),
“a esperança é necessária, mas não é suficiente. Ela sozinha não ganha a luta, mas sem
ela a luta fraqueja e titubeia. Precisamos da esperança crítica, como o peixe precisa da
água despoluída.”
Rios, ao expressar sua paixão pelo ato de ensinar, o concebe como processo
em permanente movimento, cujo vigor se alimenta da esperança crítica e reflexiva:
Uma das coisas que realizo com maior alegria é ensinar, fazer aulas.
Gosto das aulas tanto como gosto daquilo que ensino. Fui escolhendo
devagar o meu ofício e hoje tenho certeza de que não poderia fazer
escolha melhor. Pode soar romântico este testemunho, quando se
considera a situação da educação no Brasil. Não penso que sou uma
exceção, um caso raro. Não deixo de enfrentar limites, de querer de
vez em quando „largar tudo‟, de ver às vezes a esperança se afastar.
Entretanto é no próprio espaço de trabalho que „esperanço de novo‟,
que retomo com vigor a luta, que encontro possibilidades e
alternativas. Auxiliam-me nesse movimento a prática e a reflexão
crítica sobe ela, o fazer e o pensar crítico sobre ele, num exercício que
mescla razão e paixão. (RIOS, 2001, p. 17)

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Assim, com a esperança renovada damos publicidade às narrativas dos
professores, que oferecem para leitura e reflexão as muitas possibilidades paridas nos
seus contextos escolares, revelando, de alguma forma, seus modos de existir e resistir,
enfim, de enfrentar e permanecer a/na luta num processo de formação permanente.

Denise Grosso da Fonseca

*FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do


oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
*RIOS, Terezinha Azerêdo. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor
qualidade. São Paulo: Cortez, 2003.

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O conteúdo desta obra, inclusive revisão ortográfica é de responsabilidade exclusiva dos
autores.

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SUMÁRIO

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) 3


APRESENTAÇÃO 4
EXPERIÊNCIA NA ESCOLA APÓS VIVÊNCIA NO CURSO 8
TRABALHOS CIENTÍFICOS: O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO
ORIENTADOR 9
A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA REFLEXÕES ACERCA DA BNCC 10
A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE TRABALHADORES: UMA EXPERIÊNCIA DO
PROGRAMA COMPARTILHAR (PMPA) 12
FEIRA DAS NAÇÕES CRISTÓVÃO COLOMBO 2018 RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
INTERDISCIPLINAR 13
AS PRÁTICAS CORPORAIS ALIADAS COM ALGUNS TESTES DO PROESP 14
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA COMO PRÁTICA CORPORAL
“LUTAS” DO ENSINO FUNDAMENTAL AO MÉDIO 15
O CARÁTER DA CORPOREIDADE RELACIONADA À BRASILIDADE 17
FUTEBOL, ALÉM DAS QUATRO LINHAS 18
“EDUCAÇÃO FÍSICA TEM BOLA E O QUE MAIS?” 19
EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA EXPRESSÃO DE LINGUAGEM 20
EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA 21
E FORA DA FORA DA ESCOLA 22
A PESQUISA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO 23
GINCANA ESCOLAR: A EDUCAÇÃO FÍSICA EM EVIDÊNCIA 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

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EXPERIÊNCIA NA ESCOLA APÓS VIVÊNCIA NO CURSO

Autor(a): Aline Cristiane Mallmann


amallmann1@universo.univates.br
Instituição: UNIVATES
Cidade: Santa Clara do Sul

Quero através deste relato, colocar minha experiência que tive em aplicar uma atividade
que fizemos na oficina corpo e música na univates no dia 24\11. Onde a professora
trouxe uma música, com a mesma, copos, onde então foi feito uma intervenção com
música, gestos e passar o copo ao lado.
Apliquei com meus alunos do pré ao 4ª ano, foi muito produtivo, vi que a atividade
pode ser feita em todas as turmas, claro que cada uma no seu ritmo, mas é trabalhado
muito a atenção, coordenação, então se destacou a turma que é mais desenvolvida
nesses pontos, tonto que uma turma do pré foi melhor que um 3ª ano.
A experiência foi muito boa, os alunos adoraram, tanto que agora continuam treinando
para melhorar cada vez mais que querem apresentar no dia do talento que acontece uma
vez ao ano.
Foi aplicada em uma escola municipal do município de Santa Clara do Sul.

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TRABALHOS CIENTÍFICOS: O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO
ORIENTADOR

Autor(a): Angra Gomes Rodrigues


angragrodrigues@gmail.com
Instituição: UNIVATES
Cidade: Bom Retiro do Sul

Trabalho científico normalmente conhecemos e aprendemos quando estamos no nível


superior. Em 2011 iniciou o Ensino Médio Politécnico, no qual, tinha a disciplina de
seminário integrado que possibilitava a aprendizagem de uma pesquisa científica, em
que, os alunos tinham que além da pesquisa, realizar um produto inovador.
Em 2016 terminou, e as maiorias das escolas extinguiram a pesquisa científica da
escola, mas em uma das escolas que eu trabalho continuou, mas como não tinha mais a
disciplina separada para realizar, a diretora propôs em dividir as turmas por área de
conhecimento e realizar a pesquisa durante as aulas.
A escola hoje possui 113 alunos divididos em seis turmas, duas de cada ano do ensino
médio. Cada turma tem três orientadores para realizar o trabalho. O trabalho é todo
realizado pelo Google Drive, no qual, o professor leva os alunos até a sala de
informática, senta em um computador na sala de informática, abre todos os trabalhos, e
orienta os alunos por ali e qualquer dúvida o ajuda pelo Drive ou diretamente com o
aluno.
Essa aprendizagem é muito interessante para o aluno, pois muitos não têm essa noção
de pesquisa científica e quando chegam na faculdade ficam sem horizonte de como
iniciar uma pesquisa.

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A PRÁTICA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA REFLEXÕES ACERCA DA
BNCC

Autor(a): Débora Regina Vieira Bertollo


deborabertollo2008@hotmail.com
Instituição: EMEF Maria de Lourdes Freitas de Andrade
Cidade: Charqueadas/RS

O curso de extensão Educação Física na Educação: Diálogos e Possibilidades, realizado


na ESEFID da Universidade Federal do RS neste ano, possibilitou a discussão e a
reflexão acerca da BNCC - Base Nacional Comum Curricular, na disciplina de
Educação Física.
Com este propósito, elaborei este relato da prática pedagógica da Educação Física
realizada neste ano, nas turmas de sexto ao nono ano do ensino fundamental, na escola
municipal professora Maria de Lourdes Freitas de Andrade, localizada em
Charqueadas/RS a 54 km de Porto Alegre.
Nesse relato, cito algumas das “seis unidades temáticas” abordadas pela BNCC do
ensino fundamental e as atividades que foram desenvolvidas, ao longo das aulas práticas
e das diferentes vivências motoras oportunizadas aos educandos.
Na temática de Brincadeiras e Jogos, as atividades de Recreação são desenvolvidas com
o auxílio de materiais, em grupos, de forma competitiva e cooperativa, jogos
folclóricos, gincanas recreativas, visando sempre a questão lúdica, de interação e
socialização entre os educandos. Nos Esportes, abordamos principalmente os coletivos
como o futsal, handebol, basquetebol e voleibol, pouco se trabalha o futebol de campo,
mas cada prática esportiva adequada a faixa etária e a cada ano que se encontra o
educando. Os esportes individuais como o Atletismo são desenvolvidos aos longo dos
anos, corridas, saltos (altura e distância) arremesso (peso) e lançamentos (pelota e
dardo). Já a Ginástica, através de exercícios de formação corporal, circuitos motores,
utilizando materiais e recursos para dinamizar as atividades. Na Dança, as atividades
rítmicas e expressivas, são desenvolvidas em poucas aulas, organização e criação de
coreografias na maioria ainda atendendo as questões sociais escolares, como grupo de
dança para apresentações artísticas e culturais do calendário escolar. Nas aulas de
educação física também participamos de atividades extracurriculares, como: Projeto
Criança Colorada, Projeto Tampinha Legal (parceria com a APAE), Projeto Xadrez na

10
Escola, Aulas-passeios culturais em Museus (PUC), parques (jardim Botânico,
Zoológico), cinemas, participação em Olimpíadas e Jogos Escolares (JERGS,
OLIMPESC) visando a socialização dos alunos, vivências de diversas experiências
motoras e a integração com outras disciplinas.
Na realidade escolar, nós professores de educação física já estamos familiarizados com
alguns dos conceitos, habilidades e as temáticas abordados pela BNCC, porém falta
ainda tematizar essas práticas corporais. Penso que, planejamento, formação e espaços
para que possamos discutir dentro da escola, valorização da disciplina, espaços e
materiais adequados para o desenvolvimento das aulas, servirão de meios para que
possamos alcançar com muito sucesso nosso principal objetivo, a formação do
educando.

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A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO DE TRABALHADORES: UMA
EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA COMPARTILHAR (PMPA)

Autor(a): Denis Fernando Barcellos Angelo


denis.angelo81@yahoo.com.br
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre/RS

Este relato parte da experiência de estágio extracurricular no Programa Compartilhar da


Prefeitura de Porto Alegre que tem como objetivo a escolarização dos servidores
públicos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos, em sua maioria com idade
entre 50 e 70 anos e que realizavam trabalhos manuais em diferentes setores da
prefeitura. Como professor de Educação Física, vindo também da realidade de trabalho
manual, com atividades físicas aviltantes, e adentrando a universidade para conquistar
um trabalho intelectual como professor, percebi que a área da Educação Física encontra-
se distanciada dos corpos dos trabalhadores. O conhecimento científico produzido e
acumulado na área, como fisiologia humana e do exercício, nutrição, anatomia, devem
estar no contexto escolar a serviço da classe trabalhadora, e não como produto a ser
mercantilizado. Além disso, partindo de um referencial teórico histórico-crítico, de
pedagogos que estudam a realidade brasileira, percebi que a educação não é a “tábua de
salvação” dos marginalizados na sociedade e que não se trata de realizar uma educação
compensatória e sim uma compensação educacional para aqueles que se distanciaram
muito cedo da educação e adentraram ao mundo do trabalho.

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FEIRA DAS NAÇÕES CRISTÓVÃO COLOMBO 2018 RELATO DE UMA
EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR

Autor(a): Dulcemara de Oliveira Moraes


soraduce@hotmail.com
Instituição: Escola Estadual de Ensino Médio Cristóvão Colombo
Cidade: Porto Alegre

Em meados de maio do corrente ano eu e outros professores da escola Cristóvão


Colombo recebemos a incumbência de pôr em prática um projeto interdisciplinar cujo
tema era a Copa do Mundo de Futebol da Rússia. O projeto tinha como objetivo integrar
os setores da instituição, fazer com que os alunos de todos os níveis pudessem tomar
conhecimento das culturas dos países participantes da Copa 2018 e fazê-los vivenciá-las
da melhor forma possível.
Para que isso acontecesse, foram sorteados os nomes dos países participantes entre as
turmas e cada uma teve que buscar informações sobre culinária e danças típicas, dança
contemporânea, bandeiras, moedas, hinos, populações entre outros. A partir dos
resultados obtidos nas pesquisas, os alunos realizaram apresentações durante dois dias
no final de junho culminando num terceiro onde foram montados estandes decorados
com as cores, bandeiras e degustação de comidas típicas de cada país.
O resultado foi muito significativo, pois os alunos além de obterem conhecimento sobre
culturas diversas puderam interagir com outros turnos e níveis além dos seus e também
houve uma integração de vários setores da escola. Os professores de todas as disciplinas
puderam avaliar as turmas com base nos resultados dos trabalhos apresentados.

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AS PRÁTICAS CORPORAIS ALIADAS COM ALGUNS TESTES DO PROESP

Autor(a): Fabrício Junges Villa


fabriciovilla@hotmail.com
Instituição: EEEF Visconde de Pelotas e EEEF Professor Carlos Rodrigues Da Silva
Cidade: Porto Alegre

É muito importante para os alunos saberem o porquê fazem as atividades e quais foram
seus desenvolvimentos durante o ano ou até mesmo todo o período que estiverem como
meus alunos.
Antes de iniciar o ano letivo na Escola Estadual Carlos Rodrigues da Silva, é feito a
pesagem e a medida dos alunos, faço também testes de agilidade e flexibilidade.
Durante o ano vou fazendo atividades que irão desenvolver estas habilidades e
mostrando a importância de uma melhora nos índices, principalmente de agilidade e
flexibilidade, para que possam desenvolver suas habilidades.
Ao final do ano são refeitos todos os testes para verificar o desenvolvimento do aluno e
para que ele possa ver também o seu desenvolvimento, mostrando para o aluno a
importância de uma boa prática esportiva.

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RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA COMO PRÁTICA
CORPORAL “LUTAS” DO ENSINO FUNDAMENTAL AO MÉDIO

Autor(a): Francisco Serrano Neto


fserrano891@gmail.com
Instituição: Escola Estadual de Ensino Médio Rafaela Remião
Cidade: Porto Alegre

Este relato é baseado na vivência e nos saberes variado aproveitado de experiências


escolares pré e pós BNCC. Estamos em uma Escola de Ensino Fundamental e Médio,
com mil e seiscentos alunos em três turnos na periferia oeste do município de Porto
Alegre. Temos proposta de trabalho na área das linguagens onde a Educação Física é
trabalhada também nos anos iniciais do Ensino Fundamental pelas professoras do EFI,
em conjunto nas atividades desenvolvidas pelos professores do Ensino de Linguagens e
de Educação Física do EFII e do Ensino Médio.
Esta articulação tem nos dado resultados positivos nas etapas de ultrapassagem e
adaptação do 5º aos 6º anos do EF e dos nonos aos primeiros anos do Ensino Médio,
independente dos PCN‟s e da inserção da BNCC, vínhamos trabalhando já em nossos
planejamentos e PPP Escolar com objetivos bem definidos em relação à desconstrução
de alguns esportes ditos tradicionais coletivos Europeus e a exploração de novos jogos
individuais ou modalidades coletivas, já desde os primeiros anos iniciais da EF.
Valências Físicas importantíssimas como, equilíbrio, lateralidade, coordenação motora e
ritmo já são desenvolvidos nessa etapa.
A vital importância nessa fase é a presença da família na participação das atividades e
eventos escolares.
O comprometimento de toda a comunidade escolar faz da participação coletiva uma
forma de confiança naquilo que está sendo ensinado aos alunos na Escola.
A gestão escolar pública tem como premissa o bem estar do aluno para que valorize a
conservação do patrimônio público, o respeito e amor ao próximo. A questão
Educacional é priorizada na formação do caráter, consciência crítica e valorização da
família.

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Por isso, numa de nossas atividades, salientada na Educação Física Escolar, consta
também nos Parâmetros Curriculares Nacionais, na BNCC e bem como nos autores
Daolio, Soares, Freire, Scaglia, entre outros na divulgação da cultura do movimento.
Coletivamente num evento de dia dos pais, resolvemos aplicar atividade “Luta”,
proporcionando uma prática corporal, gestual segmentada.
Iniciamos o exercício, confrontando pais e alunos em duplas, desenvolvendo
inicialmente de olhos vendados, depois de misturados, filhos e pais iniciamos uma
atividade de percepção tátil e de reconhecimento através do contato à face. Após em
dupla novamente, buscamos através do toque a identificação sensorial do segmento
tocado, uma vez tocado de frente e outra de costas.
O próximo exercício, através do gesto, foi simulado, uma luta de ataque e esquiva em
“slow motion”, sem o toque eminente, buscando desenvolver o reconhecimento
corporal e o reflexo e a lateralidade através deste mesmo gesto simulado. Logo após
com recurso de um simples prendedor de roupas, utilizamos a técnica da estratégia em
movimentos de ataque e defesa. Em seguida com um balão, cada dupla, simulamos
pontapés e socos com diversas potências e ritmos de execução.
Ao final, encerramos as atividades com a dança das cadeiras, buscando a melhor
resposta aos reflexos sensoriais de pais e filhos, constatando a satisfação pelo resultado
até então obtido pela brincadeira e pelos jogos de lutas disputados.

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O CARÁTER DA CORPOREIDADE RELACIONADA À BRASILIDADE

Autor(a): João Luís Coletto da Silva


dicoletto@hotmail.com
Instituição: Universidade Federal de Santa Cruz do Sul
Cidade: Santa Cruz do Sul

Este relato de experiência tem o intuito de abordar as diferentes práticas corporais


associadas à afinidade brasileira, durante a Semana da Pátria. O objetivo foi inserir os
alunos em distintas experimentações artísticas, corporais, culturais, e esportivas,
alusivas à brasilidade, através de uma coreografia criada coletivamente durante as aulas
de Educação Física. Foram utilizados os discentes pertencentes de uma das turmas do 5º
Ano do Ensino Fundamental, de uma escola pública localizada no interior de Vera
Cruz/RS. Por meio de um mix de músicas associadas à capoeira, ao samba, ao futebol, e
a ginástica, o procedimento coreógrafo foi instituído nos ensaios realizados nas aulas do
componente, com o objetivo de apresentá-la aos sujeitos da escola na Semana da Pátria.
Pode-se afirmar que tais vivências permitiram instigar diferentes movimentos corporais,
em que os alunos tiveram que realizá-las e referenciá-las, inserindo-os no contexto de
provocá-los criativamente. Assim como, dentro das esferas da individualidade e da
socialização, buscou-se enaltecer o respeito das suas potencialidades corporais
individuais e coletivas. Da mesma forma, ficou ressaltada a concepção de alinhar as
distintas práticas corporais não desconectadas de uma perspectiva crítica, política,
histórica, e social, quanto à nossa brasilidade e as suas afinidades corporais.

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FUTEBOL, ALÉM DAS QUATRO LINHAS

Autor(a): José Henrique Silveira Selau


henry.selau@gmail.com
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre

Primeiro momento, os alunos leram dois textos, o primeiro sobre a importância da


preparação física e o segundo texto sobre preparação psicológica e motivação, como
forma de alcançar melhores resultados. Após as leituras os alunos se organizaram em
um grande círculo, em seguida houve uma discussão sobre estas questões importantes,
onde pudemos construir um pensamento crítico, para assim dar sequência e sentido ao
restante das aprendizagens.
No segundo momento, recebemos duas visitas de profissionais das áreas do futebol. Os
profissionais relataram suas experiências e a importância da preparação física para a
prática esportiva.
No terceiro momento, os alunos fizeram uma visita ao laboratório de medidas e
avaliações da faculdade de educação física da PUCRS, onde os mesmos puderam
vivenciar e reconhecer a importância das medidas antropométricas.
Por fim, organizou se um futebol para cegos, onde os alunos foram orientados quanto às
regras e curiosidades deste jogo. Ao final da prática nos reunimos e discutimos algumas
questões como, empatia, dificuldades e preconceitos encontrados pelas pessoas que
possuem algum tipo de deficiência.

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“EDUCAÇÃO FÍSICA TEM BOLA E O QUE MAIS?”

Autor(a): Luana Paré Costa


luana-pare@hotmail.com
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre

Esse ano eu construí minha primeira experiência profissional em uma escola da rede
privada da cidade de Porto Alegre. Em um primeiro momento, a todos os estagiários
que ingressaram no mês de fevereiro de 2018, foram apresentados os documentos
matrizes das práticas pedagógicas da instituição. Ao ler os documentos da BNCC me
deparei com algumas semelhanças entre aqueles que eu havia encontrado na escola. A
Educação Física também está presente na área das linguagens. O objeto de estudo desta
área centrou-se na linguagem das práticas corporais, isto é, nas manifestações corporais
produzidas nos cenários culturais e sociais. Neste caso, as matrizes curriculares das
áreas de conhecimento são segmentadas em competências e, seguidamente por
conteúdos nucleares para cada etapa e modalidade de ensino.
Mas, quais as vantagens de se ter os próprios documentos regentes das práticas de
ensino e aprendizagem? Ora, antes de tudo é preciso compreender que as escolas de
ensino da rede privada, na maioria das vezes, possuem educandos seletos. Estas crianças
e jovens pertencem a uma realidade diferente das crianças que estão presentes nas
escolas municipais e estaduais. Suas famílias querem e cobram por qualidade de ensino
e por uma variedade de atividades extraclasse, a fim de oferecer aos seus filhos as
experiências mais diversas possíveis. Enquanto isso, há também uma questão financeira
em que as escolas estão inseridas, inclusive, num mercado que “vende” suas melhores
ofertas para garantir a matrícula dos alunos. Enfim, voltemos a primeira questão. Ter ou
não uma matriz própria de ensino implica, antes de mais nada, na natureza daquilo que
está escrito nos documentos alicerces da prática pedagógica que precisa ir de encontro
às crenças ideológicas que o professor de sala de aula ou das quadras acredita ser
necessário compartilhar com seus alunos.

19
EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA EXPRESSÃO DE LINGUAGEM

Autor(a): Marcela Dutra Corrêa da Silva


cela.dutra@hotmail.com
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre

Em um ano de Copa do Mundo de Futebol, as turmas de Educação Física da Educação


Infantil vivenciaram um mês de imersão na temática Copa do Mundo. No início de cada
aula de Educação Física, conversávamos sobre os países participantes na Copa do
Mundo e as crianças traziam algumas curiosidades sobre esses locais, como a língua que
falam, as cores das bandeiras e costumes. Com a “febre” do álbum da Copa, muitas
crianças conheciam alguns jogadores também, o que colaborou com o desenvolvimento
do projeto. Além de trabalharmos, neste mês, com atividades relacionadas ao Futebol,
também realizamos algumas brincadeiras típicas dos países, como o Jogo das Pedrinhas
(ou, também conhecido como Jogo das Cinco Marias), de origem grega, mas levado
para Portugal. As brincadeiras típicas brasileiras também foram realizadas, como pular
amarelinha e passa-anel. Essas diferentes práticas, que se configuram como área das
linguagens, trouxeram a prática de brincadeiras típicas de diferentes locais, algumas
músicas de brincadeiras de roda e outros costumes.

20
EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA

Autor(a): Patricia Mor


patricia.morr@hotmail.com
Instituição: UNISINOS
Cidade: Sâo Leopoldo

Como apenas trabalhei em escola no PIBID e em estágio pelo NAPI, a experiência que
mais me marcou foi no PIBID.
Num projeto de boliche, que os matérias foram feito de litros de refrigerante e areia,
também foi utilizados bolas de vários tipos para ser arremessado de acordo com os
desejos dos alunos. Foi realizado em parcerias com a professora de literatura, pois
pedíamos poesias para os alunos, onde eles iriam expressar seus sentimentos pelas aulas
e valeria nota para ambas às matérias.
No início das aulas eram lidas duas poesias, foram escolhidas as melhores poesias que
utilizamos num material que fizemos. Quando terminou o projeto que durou umas 4
semanas levamos eles no KOOLS pra jogar boliche.

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E FORA DA FORA DA ESCOLA

Autor(a): Patrícia Tams Gasperin


patigasper@gmail.com
Instituição: Colégio Estadual Jacob Arnt
Cidade: Bom Retiro do Sul

Metodologia Roda de conversa. Conteúdo: Trabalho, lazer, direito e políticas lazer.


Turma 3º ano ensino médio. Objetivo promover a reflexão acerca das oportunidades
após o período escolar, identificar os espaços públicos e privados bem como a práticas
ofertadas e custo.
Em um primeiro momento os alunos fizeram um lista de atividades de seu interesse,
fizemos em check list do que tinha e o que não tinha na cidade, num segundo momento
cima do que havia na cidade começamos e lista onde as atividades eram ofertadas e a
quem pertencia o espaço, num terceiro momento levantamos o custo da prática, qual
público que frequentava e qual não frequentava.
Apresentei para eles a divisão do tempo de trabalho e de não trabalho, abordei a questão
do direito ao lazer, corpo saúde contra corpo doente e aposentadoria tardia.
Fizemos uma rodada de debate, onde apareceram várias questões, entre elas pouco
espaço público sem nada acontecendo, somente para usufruto da população,
paralelamente o crescimento das academias e dos personal e o atendimento vip para
poucos podem pagar.
Por fim os alunos tiveram que produzir texto expressando suas reflexões acerca da roda
de conversa.

22
A PESQUISA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO

Autor(a): Simone Santos Kuhn


simonesantosk@gmail.com
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Cidade: Porto Alegre/RS

Este relato de experiência pedagógica é referente ao Estágio de Docência em Educação


Física no Ensino Médio da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ocorrido no segundo semestre do ano de
2016. Na ocasião, foi trabalhada uma unidade didática sobre lutas com uma turma de 2º
Ano do Ensino Médio composta por 20 estudantes. Uma das estratégias pedagógicas
utilizadas objetivou estimular o interesse dos estudantes pela pesquisa e a contribuição
com as reflexões sobre os conteúdos das aulas. Para isso, no início da unidade didática,
os estudantes se organizaram em pequenos grupos, e, cada grupo recebeu a tarefa de
responder uma questão. Para cada aula, de acordo com o tema, um dos grupos ficou
responsável por apresentar os resultados da sua pesquisa e por conduzir a discussão
sobre o tema com a turma. Os estudantes precisavam indicar as fontes de pesquisa
utilizadas, o que também foi discutido com a turma, levando em consideração aspectos
como a atualização e a confiabilidade. Abaixo estão alguns exemplos de questões de
pesquisa que foram abordadas na unidade didática sobre lutas:
(1) Quais as características comuns entre os diversos tipos de Lutas? Explique e dê
exemplos.
(2) Existem jogos, filmes e desenhos que podem ser relacionados às lutas? Quais? De
que forma as lutas são abordadas?
(3) Quais são as modalidades de lutas mais praticadas no Brasil e no Rio Grande do
Sul? Em quais lugares podemos praticar lutas em Porto Alegre?
(4) Existem lutas nas quais não há combate entre os participantes? Quais? Explique.
(5) Que tipos de materiais são utilizados nas lutas? De que forma podemos adaptar esses
materiais para utilizarmos nas nossas aulas?
Dessa forma, os conteúdos das aulas foram desenvolvidos por meio de atividades
práticas e de discussões conduzidas pelos próprios estudantes a partir das pesquisas por
eles realizadas.

23
GINCANA ESCOLAR: A EDUCAÇÃO FÍSICA EM EVIDÊNCIA

Autor(a): Thaiguara Peçanha Corrêa


thaiguara_correa@yahoo.com.br
Instituição: Escola Estadual de Ensino Fundamental Gonçalves Dias
Cidade: Porto Alegre/RS

A Educação Física na fase escolar é de suma importância para a criança e o adolescente,


visto que a disciplina ajuda no desenvolvimento motor, social e cognitivo. São inúmeros
benefícios que contribuem para o bem-estar físico e social dos estudantes. Apesar disso,
muitas vezes, a Educação Física não é valorizada dentro da escola, por parte dos
professores, direção e até mesmo por parte da comunidade escolar. Um dos eventos
mais aguardados pelos alunos, no entanto, põe em evidência a Educação Física na
escola: a gincana escolar. A gincana na E.E.E.F Gonçalves Dias, ocorre todos os anos
na primeira semana de outubro, em comemoração ao aniversário da escola. Nessa
semana, as aulas são substituídas por atividades e tarefas que envolvem todas as turmas,
numa competição sadia que desperta a união e a cooperação entre os alunos. Existem
atividades culturais, mas o que mexe mesmo com os alunos são as disputas esportivas,
campeonatos e tarefas que exigem habilidades motoras. O ponto máximo desta festa, é a
socialização e a integração que ocorre, que marca muitos destes alunos pro resto da
vida. O professor de Educação Física, é o regente deste evento, planejando, organizando
e executando todas as etapas da gincana, enquanto que os professores das demais
disciplinas, apenas atuam como suporte. Nessa semana, sem dúvida, a Educação Física
mostra como pode fazer a diferença na vida destes alunos, e como a disciplina é
importante dentro da escola.

24
CONSIDERAÇÕES FINAIS

[...] “é preciso trazer à luz o “professor que todos temos dentro de nós” e, portanto, o
“amor à escola” que lhe está subjacente” (LARROSA, 2018, p. 26).

As reflexões finais deste E-book nos convidam a resgatar os momentos vividos


na realização do curso que originou os textos/relatos/trabalhos aqui presentes. E, tais
reflexões nos conduzem a pensar no que nos motivou a estar aqui, realizando este curso
para professores e licenciandos em Educação Física. Na esteira de pensamento de
Larrosa, citado na epígrafe, foi um trabalho de procurar enaltecer o professor, ao mesmo
tempo em que declaramos nosso amor e respeito à escola. Destacar o nosso amor a essa
instituição e aos professores significa conhecê-la, vivê-la, respeitar sua história e
também criticá-la com o intuito de que seja um espaço de criação, de movimento, de
reflexão, de exercício do pensamento, de vida e de conhecimento.
No ano de 2018, nosso modo de declarar nosso respeito aos professores e à
escola foi colocando os docentes que vieram frequentar o curso de extensão Educação
Física na Educação Básica 2ª edição como protagonistas das possibilidades do fazer
pedagógico voltado para a construção comprometida com o ensino dos diferentes
sujeitos que habitam a escola. A partir dessa provocação, os professores puderam relatar
e compartilhar suas experiências docentes a fim de, também, contribuir para a formação
dos demais.
Esperamos que tenham apreciado o que foi desenvolvido e que tenha lhes
servido de inspiração para o seu fazer docente. Da mesma forma, aguardamos que
continuem acompanhando os demais trabalhos que estão por vir e que possamos seguir
juntos na construção de uma escola de qualidade.

Roseli Belmonte Machado

*LARROSA, Jorge. Esperando não se sabe o quê: sobre o ofício de professor. BH:
Autêntica, 2018.

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