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NEGÓCIOS

Nº EDIÇÃO: 703 | Negócios | 25.MAR - 21:00 | Atualizado em 26.03 - 16:57

R$ 5,2 bilhões - o que a Gerdau vai fazer com esse dinheiro


Siderúrgica gaúcha prepara oferta de ações e diz que usará os recursos no plano
de investimento. Nos bastidores, especula-se que esteja negociando a entrada no
capital da Usiminas
Por Ralphe Manzoni Jr.

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Ouça um resumo da reportagem
 
Na segunda-feira 21, a siderúrgica Gerdau informa à Comissão de Valores Mobi-liários (CVM) que prepara uma oferta
de ações primária e secundária que pode alcançar até R$ 5,2 bilhões.  O preço por ação será conhecido em 12 de
abril. 
 
Na quinta-feira 24, o presidente da Caixa dos Empregados da Usiminas (CEU), Rômel Erwin de Souza, atende o celular e
responde laconicamente, antes de desligar o aparelho. “A Caixa não vai comentar esse assunto.”
 

A companhia comandada por André Gerdau descobriu novas reservas de minério


de ferro, o que reforçou a percepcão de que deve comprar uma fatia da Usiminas
 
As duas cenas, separadas por um espaço de apenas três dias, são síntese de uma semana em que muito se especulou sobre o
destino dos recursos que serão captados pela Gerdau, um dos maiores conglomerados industriais do País. 
 
Desde que o grupo gaúcho informou ao mercado que fará uma nova oferta de ações, os rumores de que estaria interessada
em comprar uma participação do capital da Usiminas, a siderúrgica baseada em Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais,
se intensificaram. 
 
As ações ordinárias (com direito a voto) da Usiminas, controlada pela Nippon Steel, Camargo Corrêa e Votorantim,  subiram
12,37% em março. Em 2011, elas acumulam valorização de 41,16%. Os papéis preferenciais da siderúrgica mineira também
oscilaram. 
 
Neste mês, eles têm alta de 8,53%. No ano, apenas 7,63%. A informação de que a CEU, fundo de pensão dos funcionários da
Usiminas, contratou o banco de investimento Credit Suisse para vender a sua participação de 10,1% do capital votante da
Usiminas, de acordo com fontes de mercado, também colaborou para essa variação. 
 
A fatia da CEU foi oferecida para a CSN, do empresário Benjamin Steinbruch, para a Ternium (braço siderúrgico do grupo
ítalo-argentino Techint) e para a Gerdau, de André Gerdau Johannpeter.
 
“A Gerdau segue atenta aos movimentos do mercado, mas não tem planos de aquisições no curto prazo”, diz nota enviada à
DINHEIRO pela assessoria da empresa. “Os rumores de mercado sobre a aquisição da Usiminas são improcedentes.” 
 

 
De acordo com a assessoria, o dinheiro que será captado será destinado ao plano de investimento já anunciado de R$ 10,8
bilhões até 2015 (R$ 2,5 bilhões só em 2011) e para fortalecer a estrutura de capital da companhia.
 
Apesar da negativa da Gerdau, o mercado considera que o negócio faz sentido. Relatório do Bank of America Merrill Lynch,
do início de março, traça três destinos para a Usiminas, mas considera que a entrada da Gerdau no capital da empresa seria
o mais provável. 
 
“Tanto a CSN quanto a Gerdau possuem flexibilidade em seus balanços para comprar as participações (de Votorantim e da
Camargo Corrêa), que devem valer R$ 3,7 bilhões”, escreveram os analistas Felipe Hirai, Thiago Lofiego e Karel Luketic. “A
Nippon Steel iria preferir uma parceria com a Gerdau.” 
 
No segundo cenário, a parceira japonesa exerceria o direito de preferência e assumiria sozinha o controle da siderúrgica. Na
situação mais improvável, CSN ou Gerdau compraria a participação dos outros sócios para controlar a Usiminas.
 
Um fator que conta a favor da Gerdau são suas reservas minerais em Minas Gerais. Recentemente, o grupo anunciou que suas
jazidas chegariam a 2,9 bilhões de toneladas de minério de ferro contra 1,8 bilhão de toneladas, divulgado anteriormente. 
 
“A companhia decidiu analisar a exploração comercial de parte desses recursos”, diz a Gerdau, em nota oficial. Uma das
formas, de acordo com analistas, seria se associar a Usiminas por intemédio da Açominas, principal empresa da Gerdau no
País, também sediada em Minas Gerais. 
 
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