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DE ÔNIBUS URBANOS
eXperiÊnCias de suCesso
2013
1
MENSAGEM DO
2
PRESIDENTE P.4
INTRODUÇÃO P.6
CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS DE FAIXAS
EXCLUSIVAS DE ÔNIBUS
URBANOS P.8
2
4
3 REFERÊNCIAS P.36
CONCLUSÕES P.34
3
Mensagem do
presidente
a priorização do transporte público coletivo por ônibus é talvez a mais conjunto significativo de iniciativas que estão transformando a realidade
importante ação para superar a crise da mobilidade urbana. essa medida de milhões de brasileiros. além dos projetos de implantação de sistemas
tão negligenciada ao longo dos últimos 30 anos pode significar a que- Brt – Bus Rapid Transit, grandes cidades decidiram implantar faixas ex-
bra do ciclo vicioso, que decorre da falta de prioridade e infraestrutura, clusivas para ônibus, como forma de rapidamente avançar na priorização.
alta carga tributária e aumento dos insumos e gratuidades e produz
congestionamentos, poluição, acidentes e desigualdades urbanas. por a associação nacional das empresas de transportes urbanos (ntu)
meio da priorização dos ônibus, existe o potencial de recuperar parte do apoia a extensiva utilização das faixas exclusivas em todas as cidades
espaço viário e devolvê-lo à maior parte da população urbana. além disso, brasileiras com serviços regulares de transporte coletivo por ônibus. para
o aumento da velocidade operacional, da confiabilidade dos serviços e que esse posicionamento seja transformado em realidade, a ntu produ-
a redução dos custos operacionais serão provavelmente percebidos a ziu esta publicação visando contribuir para ampla divulgação dos concei-
curtíssimo prazo. tos, características e resultados alcançados e que podem ser a base para
outras iniciativas por todo o Brasil. esperamos que todos os atores en-
nesse sentido, é preciso replicar as experiências exitosas para que pos- volvidos na questão da mobilidade urbana possam absorver os inúmeros
samos superar a crise e assim construir ciclos virtuosos que permitam a benefícios demonstrados com exemplos práticos coletados em goiânia
melhoria da qualidade de vida. interessantemente, o Brasil já possui um (go), no rio de Janeiro (rJ) e em são paulo (sp).
5
1
Introdução
ao longo dos anos, as faixas exclusivas têm demonstrado o potencial de 669 km de priorização para o transporte público por ônibus. segundo
para melhorar a qualidade e a eficiência do transporte coletivo urbano por estudos de Vasconcellos et al (2011), apenas 0,11% do sistema viário recebe
ônibus. são inúmeros os relatos de experiências exitosas, que contribuí- qualquer tipo de tratamento, que permite a priorização do transporte público
ram para o aumento da velocidade operacional, a redução dos custos e a por ônibus. ademais, a literatura técnico-científica apresenta poucos relatos
melhoria da qualidade dos serviços ofertados às populações urbanas. no sobre as características fundamentais e sobre os resultados alcançados.
Brasil, observaram-se várias iniciativas voltadas à implantação de faixas
exclusivas nas décadas de 70 e 80. essas iniciativas estavam principal- diante da necessidade de disseminar o conhecimento sobre o assunto,
mente associadas aos esforços de troncalização, que incluíam a criação este documento apresenta uma breve seleção de recentes e bem-suce-
de faixas exclusivas para ônibus nos principais corredores e linhas ali- didas experiências nas grandes cidades brasileiras (goiânia-go, rio de
mentadoras dos sistemas de transporte público Janeiro-rJ e são paulo-sp). o objetivo é catalogar os principais elemen-
tos associados à implantação física e operacional das faixas exclusivas
apesar do reconhecimento alcançado em algumas cidades brasileiras, a de ônibus, para que eles sejam melhor compreendidos e possivelmente
adoção das faixas exclusivas ainda é relativamente limitada. as intervenções adotados em outras cidades brasileiras.
físicas e operacionais adotadas foram significativamente reduzidas ao longo
das duas décadas seguintes, em função da inexistência de mecanismos este documento está dividido em 4 seções. após esta introdução, as
de controle e de penalização do uso indevido por automóveis particulares. seções seguintes tratam da definição das principais características das
segundo eMBarQ (2013), existem 31 cidades brasileiras que operam cerca faixas exclusivas, dos estudos de casos e das conclusões.
7
2
CARACTERÍSTICAS
FUNDAMENTAIS DE
FAIXAS EXCLUSIVAS DE
ÔNIBUS URBANOS
segundo Vuchic (2005), as principais intervenções físicas adotadas na qualificação e priorização do transporte público são: separação absoluta
do fluxo de tráfego (sem veículos motorizados, exceto transporte público); separação física do fluxo de tráfego (corredores tipo Brt - Bus Rapid
Transit); e separação parcial do fluxo de tráfego (ônibus e outros veículos). nessa última categoria, a faixa exclusiva pode ser considerada como
um dos tipos mais comuns de intervenção utilizada em todo o mundo.
as subseções seguintes descrevem a definição, os principais elementos e as configurações possíveis para a implantação das faixas exclusivas.
2.1. DEFINIÇÃO
Faixas exclusivas foram adotadas para es- da interferência causada por outros veículos
tabelecer algum tipo de prioridade para o na operação dos serviços oferecidos pelo
transporte público por meio de projetos de transporte público por ônibus. a Figura 2.1
intervenção de baixo custo financeiro. elas apresenta um exemplo de faixa exclusiva na
contribuem para a eliminação e/ou a redução cidade do rio de Janeiro (rJ).
garantir prioridade no sistema viário ao transporte coletivo; implantação em curto prazo (entre 1 e 6 meses);
aumentar a velocidade operacional dos ônibus; atendimento imediato às expectativas da população
diminuir o tempo do passageiro dentro do veículo; usuária do transporte público por ônibus;
impactar positivamente nos deslocamentos individuais; não há necessidade de desapropriações;
permitir maior fluidez na circulação viária para os ônibus; Baixo custo de implantação (de 100 mil
disponibilizar informação aos usuários, monitoramento e reeducação; a 500 mil reais por quilômetro);
racionalizar a operação com a otimização da frota; utilização dos ônibus já em operação na cidade;
aumentar a produtividade do transporte público sobre pneus; Fácil associação do projeto com a área urbana do entorno;
reduzir os custos do transporte público e, consequentemente, redução do consumo de combustíveis (até 30%)
contribuir para a modicidade tarifária; e da emissão de poluentes (até 40%);
Facilitar a integração com os outros modos de transporte; e redução de até 40% no tempo de viagem;
Compartilhar os espaços da cidade de forma justa e racional. revitalização da área de intervenção; e
impacto positivo na mobilidade da cidade.
9
2.2. ELEMENTOS PRINCIPAIS
DE UMA FAIXA EXCLUSIVA
DE ÔNIBUS URBANO
Faixa contínua de sinalização horizontal: delimita o espaço viário dedi- Placa de sinalização vertical: indica a proibição do uso da faixa do
cado à circulação do ônibus indicando a prioridade do transporte público; transporte público para outros veículos não autorizados;
Faixa não contínua de sinalização horizontal: sinaliza no espaço viário Radar eletrônico (pardal): equipamento eletrônico de fiscalização e
a área que os veículos particulares podem utilizar para realizar conver- autuação através da detecção da presença e utilização do espaço da
sões à direita; faixa exclusiva por outros veículos que não sejam os ônibus; e
Ondulação transversal (tachão): é um elemento físico de dimensões Recuo (baia) da parada de ônibus: pequena modificação da via e do
reduzidas que serve como separador do espaço para o ônibus do trá- mobiliário urbano para que as operações de embarque e desembarque
fego misto e também como inibidor da invasão do espaço do trans- de passageiros dos ônibus possam ocorrer sem interferir no fluxo de
porte público; veículos que utilizam a faixa exclusiva.
10
RECUO DA
PARADA DE
ÔNIBUS
FAIXA CONTÍNUA
DE SINALIZAÇÃO
HORIZONTAL
FIGURA 2.3
PRINCIPAIS ELEMENTOS
DA FAIXA EXCLUSIVA
TACHÃO
11
FAIXA NÃO
CONTÍNUA DE
SINALIZAÇÃO
HORIZONTAL
RADAR
ELETRÔNICO
12
2.3. CONFIGURAÇÕES
PARA IMPLANTAÇÃO DAS
FAIXAS EXCLUSIVAS
para elaboração de projetos de implantação reconhecendo a possível variabilidade, as op- ário das cidades brasileiras. nesse sentido, as
de faixas exclusivas de ônibus existem várias ções foram agrupadas em 5 alternativas. elas propostas a seguir não limitam as possibilida-
possibilidades de intervenção. as variações estão organizadas considerando a classifica- des de configuração da circulação de veículos,
dependem do tipo e das características do ção das vias existente no Código de trânsito mas sim subsidiam os técnicos de transporte
sistema viário, da disposição local em alocar Brasileiro (CtB) (Brasil, 1997). representam no processo de elaboração de projetos de
ou não espaço prioritário para os ônibus e da exemplos adaptáveis às diferentes situações acordo com a situação específica verificada
configuração do espaço urbano como um todo. possíveis de serem encontradas no sistema vi- em cada cidade.
6.0 6.5
0 1 2 4 0 1 2 4
FIGURA 2.5 ConFiguração 1: seM FaiXa eXCLusiVa FIGURA 2.6 ConFiguração 1: CoM FaiXa eXCLusiVa
13
CONFIGURAÇÃO 2 VIAS COM TRÊS FAIXAS DE TRÁFEGO
circulação dos ônibus do transporte público. VIA LOCAL aquela caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinada apenas ao
acesso local ou a áreas restritas.
9.0
14
CONFIGURAÇÃO 3 VIAS COM MAIOR FLUXO DE VEÍCULOS
É direcionada para situações em que a via pos- esta alternativa contempla uma via em sentido
sui um fluxo de veículos mais elevado, como por único com quatro faixas de tráfego misto. a Fi-
exemplo vias arteriais onde busca-se permitir gura 2.9 apresenta os elementos fundamentais
maior velocidade aos deslocamentos na via. desta configuração.
FIGURA 2.9
ConFiguração 3: seM
FaiXa eXCLusiVa
12.0
0 1 2 4
o transporte coletivo será priorizado quando se destinar duas faixas exclusivamente para a circu- a disponibilização de duas faixas exclusivas para
lação dos ônibus do lado direito em toda a extensão da via. pressupõe-se, assim, que a alternativa os ônibus proporciona um importante ganho
é indicada para vias da cidade nas quais a quantidade de linhas e, consequentemente, de frota de operacional: a possibilidade de ultrapassagem
ônibus é expressiva e, ocasionalmente, existe a formação de comboios. a Figura 2.10 apresenta os durante o embarque e desembarque de passa-
elementos fundamentais desta configuração. geiros. nesse sentido, pode-se optar por pontos
de embarque e desembarque sem recuo para
formação de uma baia de acomodação e esta-
cionamento dos ônibus, o que significa menos-
gastos para o projeto.
0 1 2 4
15
CONFIGURAÇÃO 4 VIAS DE TRÂNSITO RÁPIDO
É específica para situações verificadas em vias de trânsito rápido (ex- tráfego para cada sentido. É observado na situação atual que o tráfego
pressas), com predomínio do fluxo de passagem e controle do acesso é misto em todas as 8 faixas em ambos os sentidos, conforme apontado
dos demais fluxos que entram e saem por meio das interseções. essa na Figura 2.11. os ônibus do transporte público e os veículos particulares
configuração contempla uma via com sentido duplo e quatro faixas de compartilham espaço viário.
4.0 3.0 3.0 3.0 3.0 6.0 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0
FIGURA 2.11
12.0 12.0
ConFiguração 4: seM 30.0
FaiXa eXCLusiVa
0 1 2 4
a configuração proposta para esta situação des- barque e desembarque sejam projetados com durante a operação de embarque e desembar-
tina uma faixa do lado direito em toda a extensão uma baia proporcionada pelo recuo da calçada que dos passageiros nos pontos de parada. a
da via para cada sentido para a circulação dos para acomodação e estacionamento dos ônibus. Figura 2.12 apresenta os elementos que devem
ônibus, sendo necessário que os pontos de em- isso se deve à necessidade de ultrapassagem ser considerados para esta configuração.
FIGURA 2.12 4.0 3.5 3.0 3.0 3.0 5.0 3.0 3.0 3.0 3.5 3.0
12.5 12.5
ConFiguração 4: CoM 30.0
FaiXa eXCLusiVa
0 1 2 4
16
CONFIGURAÇÃO 5 VIAS DE TRÂNSITO RÁPIDO COM ALTO FLUXO DE VEÍCULOS
É específica para situações verificadas em vias de trânsito rápido (expres- bilização do mobiliário urbano necessário. na situação atual o tráfego é
sas), com características similares àquelas apresentadas na configura- misto em todas as 8 faixas em ambos os sentidos, ou seja, os ônibus e os
ção 4. a via com sentido duplo possui 4 faixas de tráfego para cada sentido veículos particulares compartilham espaço viário. a Figura 2.13 apresenta
e espaço para calçadas, destinadas à circulação de pedestres e disponi- os elementos existentes nesta configuração.
4.0 3.0 3.0 3.0 3.0 6.0 3.0 3.0 3.0 3.0 3.0
12.0 12.0 FIGURA 2.13
30.0 ConFiguração 5: seM
FaiXa eXCLusiVa
0 1 2 4
4.0 3.5 3.5 3.0 3.0 3.0 3.0 3.5 3.5 3.0
13.0 13.0 FIGURA 2.14
30.0 ConFiguração 5: CoM
FaiXa eXCLusiVa
0 1 2 4
17
ÁREA DE ACESSO
ÀS EDIFICAÇÕES
Pontos de embarque e desembarque - infraestrutura diferencia- • Lista das linhas que atendem aos pontos;
da com disponibilização de informações: devem ter mais conforto • Itinerário das linhas;
durante o tempo de espera. Os projetos arquitetônicos dos novos • Quadro de horário das viagens;
abrigos oferecem proteção contra sol, chuva e demais intempéries. • Mapas das linhas que atendem ao ponto e região; e
A disponibilização de informações para os usuários é outro requisito • Mapa dos arredores com a indicação dos
que tem sido ofertado e muito bem recebido e avaliado pelos usuá- principais equipamentos urbanos.
rios das faixas exclusivas já existentes. A elaboração de um plano de
comunicação para o projeto como um todo, que contemple os pontos
de embarque e desembarque, é essencial para a elevação do nível de A Figura 2.16 apresenta os principais elementos relacionados à qualifica-
serviço ofertado aos passageiros. As seguintes informações devem ção dos pontos de embarque e desembarque.
ter sua disponibilização priorizada:
18
PAINEL DE
INFORMAÇÕES
ABRIGO
FIGURA 2.16 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UM PONTO DE EMBARQUE E DESEMBARQUE
19
4.5 3.5 3.0 1.5 1.2 1.5 3.5 3.0 3.0
6.5 4.2
0 1 2 4
FIGURA 2.18 CiCLoVia: Corte esQueMÁtiCo
20
3
Estudos
de casos
esta seção foca no relato das experiências exitosas recentes nas principais cidades brasileiras. as próximas subseções descrevem o contexto e as ca-
racterísticas de implantação, bem como os principais resultados alcançados em goiânia (go), rio de Janeiro (rJ) e são paulo (sp).
22
INFRAESTRUTURA
as alterações realizadas nas estruturas viárias da avenida universitária aos pontos de embarque e desembarque teve o asfalto substituído por
compreendem duas pistas, separadas por ilha com ciclovia e quiosques pavimento de concreto. alguns semáforos tiveram fases eliminadas e to-
comerciais. Cada uma das pistas tem duas faixas destinadas ao tráfego dos receberam uma reprogramação, para culminar na otimização sema-
geral e uma preferencial para veículos do transporte coletivo. todas as fórica. retornos e canteiros foram fechados para que uma maior fluidez
faixas receberam nova pavimentação e sinalização. a Figura 3.2 apresen- dos veículos seja alcançada.
ta um trecho com as intervenções na infraestrutura.
a faixa exclusiva para transporte coletivo contempla um sistema de fiscali-
para facilitar o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade redu- zação por meio da captação de imagens e processamento de informações,
zida, as novas calçadas receberam guias rebaixadas. Foram construídos que permitirão o monitoramento de veículos que trafegam pelo corredor.
novos pontos de embarque e desembarque, com tabela de frequência, Veículos de transporte individual podem utilizar a faixa destinada para ve-
itinerários das linhas, mapa do corredor e identificação. a faixa próxima ículos do transporte coletivo apenas para realizarem conversões à direita.
OS NOVOS
PONTOS DE
EMBARQUE E
DESEMBARQUE
POSSUEM
TABELA DE
FREQUÊNCIA,
ITINERÁRIOS DAS
LINHAS, MAPA
DO CORREDOR E
IDENTIFICAÇÃO.
FIGURA 3.2 Corredor
uniVersitÁrio: FaiXa
eXCLusiVa para o ÔniBus
23
INFORMAÇÃO AOS USUÁRIOS
PRINCIPAIS
o projeto de comunicação utilizado no sistema de informações aos usuários em goiânia foi elabo- CARACTERÍSTICAS
rado de acordo com as seguintes premissas: E RESULTADOS
CORREDOR UNIVERSITÁRIO
disponibilizar informações relevantes: trajetos de linhas, horários de viagens e localização;
TRECHO: liga a praça Cívica,
avenida universitária (antiga rua
ter clareza e legibilidade; e 10), rua 261 e a praça da Bíblia, na
região Centro-universitário;
fornecer orientação de como utilizar o celular para ver o horário, em tempo real, de chegada do
INAUGURAÇÃO: 27/06/2013;
ônibus no ponto de parada.
EXTENSÃO: 2,5 km;
PESQUISA a Figura 3.3 apresenta um abrigo de ônibus com o conjunto de informações ao usuário. nela, pode-
QUANTIDADE DE LINHAS: 12 linhas
REALIZADA se identificar que todas as premissas básicas foram incorporadas na implantação do sistema.
que procedem das regiões do
PELO INSTITUTO Centro e expandem para as regiões
VERUS, EM noroeste, Leste, sul e sudeste;
JUNHO DE 2013,
DEMANDA DIÁRIA: 50 mil passageiros;
APONTA QUE
84,7% DOS QUANTIDADE DE ÔNIBUS:
USUÁRIOS DO 59 ônibus por hora;
TRANSPORTE
BENEFÍCIOS OPERACIONAIS COM A
COLETIVO IMPLANTAÇÃO: aumento de 30% na
APOIAM OS velocidade do transporte público por ônibus;
CORREDORES
PERCEPÇÃO DA SOCIEDADE: pesquisa
DE ÔNIBUS.
realizada pelo instituto Verus, em junho de
2013, aponta que 84,7% dos usuários do
transporte coletivo apoiam os corredores de
ônibus. a pesquisa entrevistou 900 pessoas
e foi feita a pedido do Fórum de Mobilidade
urbana da região Metropolitana de goiânia.
24
3.2. RIO DE JANEIRO (RJ)
PRINCIPAIS
no rio de Janeiro (rJ) a prioridade para a cir- segundo Fetranspor (2013), existem atu- CARACTERÍSTICAS
culação do transporte coletivo foi conquistada almente sete sistemas Brs operando na E RESULTADOS
com faixas exclusivas para o deslocamento cidade do rio de Janeiro. são compostos de BRS COPACABANA
dos ônibus no sistema viário. o Brs (Bus Ra- faixas exclusivas para o transporte coletivo nos
INAUGURAÇÃO: 19 de fevereiro de
pid Service), ou serviço de Ônibus rápido, foi principais corredores de tráfego da cidade. a
2011 na avenida nossa senhora de
implantado com o objetivo de racionalizar o implantação do primeiro sistema ocorreu em Copacabana e 9 de abril de 2011 nas
sistema de transporte público e, consequen- fevereiro de 2011. Foram contempladas três ruas Barata ribeiro e raul pompeia;
temente, aumentar a velocidade das viagens vias no bairro de Copacabana. posteriormente,
EXTENSÃO: 4 km na avenida nossa
do transporte coletivo e reduzir o tempo de outras quatro vias nos bairros de ipanema e
senhora de Copacabana e 3,5 km nas
viagem para os usuários. Leblon foram inseridas no sistema e, em outra ruas Barata ribeiro e raul pompeia;
etapa, mais duas vias também no bairro de Co-
essa implantação recebeu aval legal por meio pacabana. essas últimas começaram a operar QUANTIDADE DE LINHAS: 91;
de legislação específica publicada no diário ofi- como sistema Brs em outubro de 2011. Já DEMANDA DIÁRIA: 236 mil passageiros; O BRS DE
cial do Município. de acordo com a legislação, em dezembro de 2011, teve início a operação COPACABANA
a circulação de veículos não relacionados ao das faixas exclusivas no Centro da cidade, que DEMANDA PICO: 28 mil passageiros; CONTRIBUIU
transporte coletivo nos corredores exclusivos é foram complementadas por outra fase em BENEFÍCIOS OPERACIONAIS COM A PARA UMA
permitida nos horários preestabelecidos. após março de 2012. em 2013, foram inaugurados IMPLANTAÇÃO: redução de 50% na REDUÇÃO DE
o período de informação e conscientização da os Brs estácio e tijuca. as principais caracte- duração média das viagens e redução 50% NO TEMPO
população e dos demais condutores sobre as rísticas dos Brs Copacabana, ipanema/Leblon, de 20% da frota operacional. DE VIAGEM E DE
novas regras de circulação, a fiscalização da antônio Carlos/primeiro de Março, rio Branco e 20% DA FROTA
prioridade de tráfego dos ônibus nos sistemas presidente Vargas são apresentadas a seguir. OPERACIONAL.
Brs passou a ser realizada pelos agentes de
trânsito e, principalmente, pelas câmeras de
monitoramento. a mudança de faixa somente
é permitida aos veículos particulares que dese-
jarem realizar conversão na próxima via. Con-
tudo, a troca de faixa deve ser realizada bem
antes dos sinais de advertência e semafóricos. FIGURA 3.4 Brs
também foram colocadas novas placas de CopaCaBana
sinalização de orientação aos condutores para (Crédito da imagem: FETRANSPOR)
25
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E
RESULTADOS BRS IPANEMA LEBLON
INAUGURAÇÃO: 20 de agosto de 2011 na avenida ataulfo de paiva
e na rua Visconde de pirajá e 8 de outubro de 2011 na avenida
general san Martín-Leblon e na rua prudente de Moraes;
26
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E
RESULTADOS BRS PRESIDENTE VARGAS
INAUGURAÇÃO: 6 de março de 2012;
27
INFORMAÇÃO AOS USUÁRIOS
28
RESULTADOS
51%
NENHUMA
VANTAGEM 8%
NÃO
SABE 11%
29
3.3. SÃO PAULO (SP)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E
a cidade de são paulo (sp) tem-se destacado no tratamento dado ao RESULTADOS BRS NORTE-SUL
transporte público por ônibus. a maior metrópole latino-americana in-
INAUGURAÇÃO: 18 de agosto de 2013;
vestiu neste ano de 2013 na priorização do deslocamento dos ônibus nas
principais vias da cidade. a iniciativa recebeu o nome de “Dá Licença para EXTENSÃO: 13 km (sentido centro, nas avenidas senador teotônio
o Ônibus” com meta audaciosa de implantação de 216,7 km de vários Vilela, na Cidade dutra (zona sul), interlagos e Washington Luís, até
trechos, com exclusividade para os ônibus, até o final de 2013. o viaduto deputado Luís eduardo de Magalhães, no Campo Belo);
finalidade reservar espaço viário para a circulação dos ônibus. a Cet rea- DEMANDA PICO: 28 mil passageiros;
liza um trabalho de orientação na via, com ênfase educativa, sem registro
de autuações. Conforme determina a portaria 051/13 da secretaria Mu- BENEFÍCIOS OPERACIONAIS COM A IMPLANTAÇÃO:
redução de 71% na duração média das viagens.
nicipal de transportes (sMt), está autorizada a circulação de ônibus fre-
AS FAIXAS tados nas faixas recém-criadas nas marginais tietê e pinheiros. a cidade
EXCLUSIVAS DE tem mais de 2,5 mil fiscais e 77 radares que fiscalizam o desrespeito no
ÔNIBUS EM SÃO trânsito. a multa para quem não respeita a faixa é de r$ 53, mais 3 pontos
PAULO DEVEM na carteira de habilitação.
CHEGAR A 216,7 KM
ATÉ 2013. dessa maneira, os usuários serão beneficiados de forma imediata com
a redução do tempo de viagem e mais conforto durante a realização dos
deslocamentos. Já foram inaugurados 135 km de vias exclusivas para os
ônibus em 2013. Conforme meta estabelecida pelo governo municipal,
está prevista a implantação de mais 85 km de novos trechos com priori-
dade para o transporte público. antes dessa iniciativa, a velocidade média
dos ônibus era de apenas 13 km/h, considerada inaceitável pela secreta-
ria municipal de transportes. as características e os resultados das prin-
cipais faixas exclusivas paulistas são apresentados a seguir.
30
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS
CORREDOR MARGINAL PINHEIROS
ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO: realizada em três etapas, contemplando 2º. TRECHO
três trechos distintos da via;
EXTENSÃO: 5,8km (nas av. alcides sangirardi, Marginal do rio
INAUGURAÇÃO: 8 de julho de 2013. pinheiros e Major sylvio de Magalhães padilha (pista local da
Marginal), sentido interlagos, da ponte engenheiro ary torres até o
1º. TRECHO acesso à av. João dias);
EXTENSÃO: total de 7,8km, sendo 3,6 km no sentido interlagos, na QUANTIDADE DE LINHAS: 15;
av. das nações unidas entre a rua professor Leme da Fonseca e av.
interlagos, além de mais 4,2 km no sentido Castello Branco, entre a DEMANDA DIÁRIA: 175 mil passageiros.
interlagos e a Mário Lopes Leão; OS ÔNIBUS QUE
QUANTIDADE DE LINHAS: 38;
TRAFEGAM NO
3º. TRECHO CORREDOR
DEMANDA DIÁRIA: 393 mil passageiros; MARGINAL
EXTENSÃO: 7,4km (av. das nações unidas, sentido Castello Branco, PINHEIROS
QUANTIDADE DE ÔNIBUS POR HORA: 98 veículos no sentido Castello entre a av. Mário Lopes Leão e a ponte engenheiro ary torres); TIVERAM UM
Branco e 60 veículos no sentido contrário;
QUANTIDADE DE LINHAS: 177;
AUMENTO
BENEFÍCIOS OPERACIONAIS COM A IMPLANTAÇÃO: aumento de 78% DE 78% NA
na velocidade operacional (14km/h para 25km/h). DEMANDA DIÁRIA: 193 mil passageiros. VELOCIDADE,
PASSANDO DE
14 KM/H PARA
25 KM/H.
31
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E
RESULTADOS BRS MARGINAL TIETÊ
INAUGURAÇÃO: 17 de junho de 2013;
PASSAGEIROS SÃO
TRANSPORTADOS
POR DIA. A RESULTADOS
REDUÇÃO NO
TEMPO DE pesquisa realizada pelo instituto datafolha
VIAGEM CHEGA em setembro de 2013 mostrou que 88% dos
A 30 MINUTOS. paulistanos são favoráveis às faixas exclusi-
vas. entre os usuários de ônibus, a aprovação
das novas faixas exclusivas é de 92%, o que
pode ser considerado como um ótimo indica-
dor. ademais, os resultados indicam que 83%
dos usuários do transporte individual (modo
automóvel particular) aprovam a implantação
das faixas exclusivas.
32
33
4
Conclusões
esta publicação concentrou-se na apresentação do conhecimento técnico nível de confiabilidade associada ao modo ônibus. essa transformação foi
e prático relacionado à implantação de faixas exclusivas de ônibus urbanos. quantitativa e qualitativamente determinada por pesquisas de opinião,
de forma sintética, foram discutidos os principais conceitos e caracterís- que revelaram apoio significativo a essa intervenção. em alguns casos,
ticas associados a esse tipo de intervenção, que permite a priorização do verificou-se que até os motoristas do transporte individual reconhecem
transporte público de forma simples e eficiente. Buscou-se a descrição a necessidade de dedicar exclusivamente uma parcela do sistema viário
dos princípios fundamentais que devem ser considerados no processo de aos usuários do transporte público.
implantação para que os resultados estejam de acordo com as expecta-
tivas de melhoria da qualidade dos serviços. entre eles, pode-se destacar: nesse contexto, é importante destacar que essas experiências exito-
o controle de ocupação eletrônico em tempo integral; a reorganização da sas podem ser amplamente replicadas por todo o território nacional,
operação, qualificação dos pontos de parada e informação aos usuários. desde que sejam viabilizadas as condições mínimas para a implanta-
ção das faixas exclusivas. essas condições referem-se principalmente
Complementarmente, os estudos de caso demonstraram a aplicabilida- ao desenvolvimento de projetos básicos de qualidade em conjunto
de e eficiência das faixas exclusivas em três cidades brasileiras. as expe- com a simplificação dos procedimentos de liberação de recursos
riências nas cidades de goiânia (go), rio de Janeiro (rJ) e são paulo (sp) governamentais, para garantir a rápida execução das intervenções. prin-
estabelecem exemplos inquestionáveis de sucesso alcançado por meio cipalmente para os municípios de médio e grande porte, que enfrentam
de investimentos de curtíssimo prazo, baixo custo e alto impacto para o sérios problemas de mobilidade urbana, as faixas exclusivas poderão ser
sistema de mobilidade urbana. em particular, é notável a natureza trans- uma resposta de curtíssimo prazo ao clamor popular e assim criar um
formadora das faixas exclusivas, que imediatamente permitiram a redu- legado permanente e inquestionável para melhoria da qualidade de vida
ção do tempo médio de viagem do transporte coletivo e aumentaram o de milhões de brasileiros.
35
REFERÊNCIAS
eMBarQ (2013) página da internet acessada em 26 de setembro de
2013. http://www.brtdata.org/#/country/Latin America/Brazil
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FICHA TÉCNICA
EQUIPE RESPONSÁVEL BIÊNIO 2013-2015 CONSELHO FISCAL
andré dantas (editor)
alice ozorio CONSELHO DIRETOR Membros titulares e suplentes
arthur oliveira
Bárbara renault Membros titulares e suplentes paulo Fernandes gomes (pa) - titular
Hellen tôrres Heloísio Lopes (Ba) - titular
Filipe oliveira REGIÃO CENTRO-OESTE Haroldo isaak (pr) - titular
Luciara Vilaça Vieira edmundo de Carvalho pinheiro (go) - titular ana Carolina dias Medeiros de souza (Ma) - suplente
Luis Felipe souza silva ricardo Caixeta ribeiro (Mt) - suplente Jacob Barata Filho (rJ) - suplente
Matteus Freitas José roberto iasbek Felício (sp) - suplente
Melissa Brito spíndola REGIÃO NORDESTE
renata nobre da silva dimas Humberto silva Barreira (Ce) - titular
roberta Carolina Faria Mário Jatahy de albuquerque Júnior (Ce) - suplente
Luiz Fernando Bandeira de Mello (pe) - titular
OTÁVIO VIEIRA DA CUNHA FILHO paulo Fernando Chaves Júnior (pe) - suplente
presidente executivo
REGIÃO SUDESTE
MARCOS BICALHO DOS SANTOS albert andrade (Mg) - titular
diretor administrativo e institucional Wilson reis Couto (Mg) - suplente
eurico divon galhardi (rJ) - titular - presidente do Conselho diretor
ANDRÉ DANTAS narciso gonçalves dos santos (rJ) - suplente
diretor técnico Lélis Marcos teixeira (rJ) - titular
Francisco José gavinho geraldo (rJ) - suplente
João Carlos Vieira de souza (sp) - titular - vice-presidente do Conselho diretor
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Júlio Luiz M arques (sp) - suplente
duo design João antonio setti Braga (sp) - titular
Mauro artur Herszkowicz (sp) - suplente
IMPRESSÃO
gráfica executiva REGIÃO SUL
ilso pedro Menta (rs) - titular
enio roberto dias dos reis (rs) - suplente
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SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT 9º andar, Ala A
Brasília (DF) CEP 70070-944
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