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Prova RIO DE JANEIRO

O Brasil sofreu profundas mudanças nestes 500 anos de história, porém um dos pontos dos
quais o Brasil mais sofreu mudança foi na economia, destes 500 anos vamos analisar o período
inicial de sua história, período colonial.

A economia da época era comandada por Portugal, que mantinha a exclusividade nos negócios
com a colônia. O avanço econômico do Brasil estava ligado ao aumento do capitalismo
mercantil. No período colonial, foram desenvolvidas atividades de subsistência e de
exportação. Portugal tinha um interesse maior nos negócios que eram estabelecidos com o
mercado externo, A economia colonial existia no intuito de satisfazer a metrópole e tinha que
comprar de Portugal tudo o que era necessário para seu desenvolvimento.

O pau-brasil foi a primeira atividade econômica exercida no país, mas com o uso excessivo, a
árvore se tornou rara, foi o primeiro produto de exploração da Coroa Portuguesa em solo
brasileiro. A madeira já era conhecida pelos europeus para a construção de naus enquanto a
tinta vermelha característica era utilizada para confecção e tinturaria têxtil, era um produto
sem muito valor agregado, portanto de pouco retorno a Portugal, porém de grande aceitação.
Houve imediata aceitação do produto em Veneza, Florença, Espanha e Flanders e o principal
centro de distribuição passou a ser Amsterdã.

A exploração do Pau Brasil durou até 1555, quando o produto começou a escassear na orla
marítima e assim seu custo passou a ser elevado, fazendo com que diminuísse o interesse pelo
seu comercio. Mas de qualquer forma, foi a maneira com que a Coroa Portuguesa pesquisou e
estudou as novas terras descobertas, para daí em diante buscar maneiras de melhor
aproveitamento desta.

O trabalho compulsório do indígena é usado em diferentes regiões do Brasil até meados do


século XVIII. A caça ao índio é um negócio local e os ganhos obtidos com sua venda
permanecem nas mãos dos colonos, sem lucros para Portugal. Por isso, a escravização do
nativo brasileiro é gradativamente desestimulada pela metrópole e substituída pela escravidão
negra. O tráfico negreiro é um dos mais vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros
são canalizados para o reino.

A primeira leva de escravos negros que chega ao Brasil vem da Guiné, na expedição de Martim
Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o comércio negreiro se intensifica. A Coroa
portuguesa autoriza cada senhor de engenho a comprar até 120 escravos por ano. Sudaneses
são levados para a Bahia e bantus espalham-se pelo Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas,
Rio de Janeiro e São Paulo.

O tráfico negreiro é oficializado em 1568 pelo governador-geral Salvador Correa de Sá. Em


1590, só em Pernambuco registra-se a entrada de 10 mil escravos. Não há consenso entre os
historiadores sobre o número de escravos trazidos para o Brasil. Alguns, como Roberto
Simonsen e Sérgio Buarque de Holanda, estimam esse número entre 3 milhões e 3,6 milhões.
Caio Prado Júnior supõe cerca de 6 milhões e Pandiá Calógeras chega aos 13,5 milhões.

O ciclo do açúcar teve inicio em a partir de 1530, tendo seu ápice de 1646 à 1654, sendo
superado somente no século XIX pelo café. O declínio do açúcar se deve à saturação do
mercado provocada por excesso de oferta do produto.
Os fatores que levaram ao sucesso e da dominação do comercio do açúcar pelo Brasil por
praticamente dois séculos, XVI e XVII, se deve à melhora de vida dos europeus com o final da
Guerra dos Cem Anos, fim de diversas epidemias, expulsão do invasor mouro da Europa, fim
dos longos tempos de invernos intensos, seca, fome e pestes. Além de que o açúcar trazido do
Oriente Médio era escasso e de uso restrito enquanto no Brasil a produção era farta, sem falar
que Portugal já tivera experiências com a produção de cana-de-açúcar em suas outras ilhas
atlânticas, anteriormente.

A forma de plantio da cana era baseada no plantation e na monocultura escravista. O engenho


era composto por: canaviais, a fábrica de açúcar que continha uma moenda, plantações de
subsistência, casa da caldeira, casa do pulgar, casa-grande, senzala, capela, escola e residência
dos trabalhadores que não eram escravos.

A cana-de-açúcar era prensada na moenda para obter a garapa e nas caldeiras, era feita a
purificação desse caldo. Depois desse processo, o caldo era colocado em formas especiais e
era observado até chegar ao ponto ideal. Com o açúcar pronto, ele era enviado para a
metrópole e depois para a Holanda para que fosse refinado. A Holanda não só participava do
refino como também era a peça principal na montagem do engenho e no transporte do
açúcar.
Os trabalhadores utilizados eram os índios e os escravos africanos. Várias áreas de vegetação
foram destruídas para que fossem plantados os canaviais e para que o engenho fosse
construído.
Muitos fazendeiros não possuíam engenhos e tinham que moer a cana no engenho de outra
pessoa, mediante o pagamento de um valor. Esses fazendeiros recebiam o nome de senhores
obrigados.

Quando o rush mineiro inicia, na virada do século XVII para o XVIII, o Rio de Janeiro ainda é um
porto, mas cada vez mais a economia fluminense se desloca para o interior do Brasil. A notícia
da existência das jazidas provocou uma admirável migração para Minas Gerais. Indivíduos de
diversas classes sociais, de todas as partes do Reino e da Colônia, partem para a região
mineira, o que acarreta um aumento populacional sem precedentes. Isso desencadeou não só
o aumento do consumo, mas a formação de novos povoados, vilas e cidades, elevando a
circulação e produção de diversas mercadorias. Além disso, torna-se necessário montar um
aparato administrativo e fiscal para garantir a porção da Coroa, reforçando a expansão e
importância da região sudeste brasileira.
Na virada da metade do século XVIII verifica-se uma intensificação do fluxo de pessoas, navios
e comércio, ampliando a importância política do espaço fluminense no império português. Isso
se põe a descoberto em 1763, quando é transferida a capital de Salvador para o Rio. Outro
exemplo éo tribunal da Relação do Rio de Janeiro , criado já em 1750 para resolver pendências
jurídicas ocorridas no sul, centro-oeste e sudeste do país. Com isso, houve a migração de
juristas, da alta nobreza e da burocracia portuguesa, além de um maior contingente de
militares (Cavalcanti, 2004).

Em função disso, os agentes deslocam seus recursos para o setor agrícola, em especial para a
subsistência. Esse processo Caio Prado Júnior chamou de renascimento agrícola. Para Alden, o
colonial tardio passa pelo boom do ouro, seguido da queda da extração e em seguida pelo
revigoramento "da forma tradicional da riqueza colonial, a agricultura de exportação" (Fragoso
& Florentino, 2001: 84).

a economia do Rio de Janeiro não atravessaria um renascimento agrícola, muito menos uma
crise pós "ciclo do ouro", uma vez que a produção carioca já estava voltada para atender o
mercado interno. Esse trabalho teve segmento para outros períodos e regiões. A exploração
do ouro era tão importante que o governo português decidiu mudar a capital de Salvador para
o Rio de Janeiro, pois estava mais próximo das minas de ouro. Foram criadas as Casas de
Fundição, que cobravam altos impostos de quem extraía o minério. Os principais impostos
eram: o quinto (20% da produção do ouro deveriam ir para o rei de Portugal); Barras de Ouroa
Derrama (a colônia tinha que arrecadar 1.500kg de ouro por ano); e a Capitação (era cobrado
imposto sobre cada escravo que trabalhava nas minas). A exploração, e os diversos impostos e
taxas cobradas foram motivos para muitas revoltas que ocorreram nessa época. O Ciclo do
Ouro permaneceu até o ano de 1785.

Concluímos através deste trabalho que durante o período colonial, desenvolveram-se no Brasil
várias atividades econômicas para seu sustento e para exportação. Os setores que
interessaram à metrópole foram dirigidos ao mercado externo. Destacaram-se as
monoculturas exportadoras de açúcar, algodão, tabaco, a mineração de ouro e diamantes.
Essas atividades tem custo baixo e são baseadas no latifúndio e na escravidão.

A colônia organizava-se como economia complementar a da metrópole. Produz o que a ela


convém e compra dela tudo de que necessita. Cada uma das atividades produtivas tem
importância maior em um determinado período, ou ciclo.

Bibliografia
Cavalcanti, Nireu Oliveira. O Rio de Janeiro setecentista: a vida e a construção da cidade da
invasão francesa até a chegada da Corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.      
Prado Júnior, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2006.

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