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Perspectiva Teórica da Motivação (Teoria da Autodeterminação)

Academia Militar Marechal Samora Machel

Saide Faque 1

Resumo
O objetivo deste estudo é entender a teoria da motivação (autodeterminação) e tem como
metodologia utilizada pesquisa bibliográfica. A motivação é um conceito que abarca diversas
conotações ou construtores relacionados á aprendizagem e ao desenvolvimento educativo e
que tem proprcionado multiplas teorias prespectivas de estudo.Em contexto academico ,a
motivação é determinante para a qualidade da aprendizagem e do desempenho,Os estudantes
motivados demonstram ser participativos e activos no processo de aprendizagem ,procurando
captar as informacoes e despendendo o esforco e dedicacao para desenvolver e melhorar
estrategias para compreensão e dominio do conteudo que lhe esta a ser apresentado.A teoria
da autodeterminação que é o objecto de estudo deste trabalho, postula que contextos que
suportam as necessidades psicologicas basicas (autonomia, competencia e conectividade)
promovem acção intencional ou motivada;perante esta teoria ,os sujeitos diferem em relacao
ao nivel e ao tipo de motivacao.

Palavras-chave: Teoria, Motivação, Autodeterminação

Abstact
The objective of this study is to understand the theory of motivation (self-determination) and
has as methodology used bibliographic research. Motivation is a concept that encompasses
several connotations or constructors related to learning and educational development and has
propelled multiple prespective theories of study. In an academic context, motivation is
determinant for the quality of learning and performance. Motivated students demonstrate to be
participatory and active in the learning process, seeking to capture the information and
expending the effort and dedication to develop and improve strategies for understanding and
mastering the content that is being presented to him. The theory of self-determination that is
the object of study of this work postulates that contexts that support the basic psychological
needs (autonomy, competence, and connectivity) promote intentional or motivated action;
before this theory, subjects differ in relation to the level and type of motivation.

Keywords: Theory, Motivation, Self-determination

1
Licenciado no Ensino da lingua Inglesa, pela Universidade Pedagógica delegação de Nampula-2014,
Mestrando em psicopedagogia pela Academia Militar Marechal Samora Machel-2018,email
saidefaque@yahoo.com
INTRODUÇÃO
O Tema deste estudo é revisão sistemática sobre uma perspectiva teórica da motivação, no
caso específico deste trabalho abordarei a teoria de autodeterminação. Sob ponto de vista de
diferentes autores que falam melhor a motivação.

Como já mencionado, o objetivo deste estudo é de fazer uma resenha sobre a teoria de auto
determinaçao.A teoria da autodeterminação foi elaborada entre os anos 1970 e 1980.Numa
época em que a abordagem comportamental ainda gozava de grande relevancia na explicacao
dos comportamentos humanos.
Os autores partiram da permissa de que ha pessoas que são por natureza activas ,curiosas
,interesadas e para as quais o exercicio bem sucedido de uma actividade ja apresenta,em si
mesmo ,suficientes recompensa.por outro lado,ha pessoas desligadas,passivas,dependendes e
mecanizadas por contigencias ,incentivos e pressoes externas.
A teoria procurou desvendar as raizes dessas duas formas motivacionais,identificando a
interacao entre a natureza inerentemente activa e as condicoes ambientais que apoiam ou
comprometem essa natureza.
O presente artigo surgiu como resultado das aulas ministradas na cadeira de motivação para
aprendizagem e tem como interesse em buscar conhecimento sobre a autodeterminação.
1.Perspectiva Teórica da Motivação (Autodeterminação)

1.1. Teoria

Popper, (1996) considera que:


“Teoria é uma palavra que se refere ao conjunto de princípios fundamentais
de uma arte ou de uma ciência é, portanto, uma opinião sintetizada, é uma
noção geral.  A origem do termo é grega (theoria) e se refere ao
conhecimento descritivo racional; como substantivo tem como significado as
acções de olhar, contemplar e especular”.

A teoria tenta explicar e sumariza as nossas acções no mundo real. As teorias constituem uma
interpretação sistemática dum âmbito do saber, isto é são um conjunto global de enfoques e
perspectivas que tentam oferecer explicações mais ou menos gerais dos fenómenos ou
processos.

A teoria não é nenhum facto. Nos podemos usar a teoria por muito tempo até que se chegue a
conclusão de que ela já não pode se mais aplicada. O que acontece, de facto, é que a teoria
pode ser modificada para poder incorporar uma nova informação. Elas não são estáticas, são
constantemente modificadas para albergar as novas descobertas científicas, modificando
assim o conhecimento sobre a ciência.

O termo teoria é utilizado em variadas áreas do conhecimento e, por isso, recebe o nome
de teorias científicas que buscam respostas aos principais problemas através da demarcação
com o intuito de compreender e analisar melhor o objecto de estudo.

A razão da utilidade de uma boa teoria está no facto dela fornecer melhores bases possíveis
para agir numa situação particular do que para reagir em situações que se pareçam
apropriadas. Se nos estivermos a nos guiar por uma teoria podemos fazer previsões baseadas
nessa teoria.

As teorias de motivação são teorias que tentam explicar a motivação, contudo elas nos
conduzem para a questão o que se entende por motivação.

1.2.Motivação

Motivação pode ser entendida como dois determinantes ambientais, forças internas
(necessidades e desejos) e incentivos que movem o organismo a executar uma determinada
tarefa. A motivação vai além do comportamento e além dos factos; compreende as
propriedades e características do comportamento de forma analítica sem levar este termo a
distorções de ordem, classificação e conceitos. (WITTER e LOMÔNACO, 1984)

As teorias da motivação são derivadas de quatro movimentos principais: behaviorista,


cognitivista, humanista e psicanalítico. As teorias podem ser influenciadas por mais de um
desses movimentos. (PENNA, 2001)
Diversos pesquisadores vêm investigando a motivação em relação a sua definição e
características. Até nos dias atuais existem muitas controvérsias relacionadas com factores e
teorias sobre seu desenvolvimento. Muitos foram os seus pensadores e contribuintes.
A motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal. Intensas são as mudanças que se
configuram no comportamento de cada indivíduo dentro e fora da organização. O aspecto
humano merece cada vez mais atenção e a motivação e a satisfação são os pontos mais
importantes neste processo.

Dentre as concepções teóricas de motivação, a Teoria da Autodeterminação é recente, tendo


sido divulgada por Deci, Ryan e seus colaboradores, na obra Intrinsic Motivation and self
determination in human behavior, publicado em 1975. As bases dessa teoria situam-se no
estudo dos componentes de: motivação intrínseca e de motivação extrínseca.

 Os motivos intrínsecos resultam da própria vontade do indivíduo; é uma forma de


pensar e de agir que cada ser humano traz dentro de si.

 Os motivos extrínsecos dependem de factores externos.

1.2.1.Motivação Intrínseca

A motivação intrínseca é interna, vem de dentro da pessoa e está alinhada ao seu “eu interior”.
É gerada quando os indivíduos se envolvem em actividades que eles consideram interessantes,
desafiadoras e prazerosas. As actividades que não se encaixam nessas categorias não são
intrinsecamente motivadas e não serão realizadas, a menos que existam razões extrínsecas (ou
externas) para iniciar a acção e promover a auto-regulação do comportamento, isto é,
gerenciá-lo de modo que persista e vá até o fim.
Conceitualizada por Deci e Ryan (2002) como a escolha e a decisão de fazer uma actividade
pela satisfação inerente que ela oferece, a motivação intrínseca não é movida por possíveis
consequências. Pense em algo que você escolhe fazer pelo prazer que isso lhe dá, uma
actividade à qual você se entrega porque adora realizá-la – nesse momento, você está
intrinsecamente motivado.

A motivação intrínseca reflecte a tendência humana de engajar-se em actividades


interessantes e desafiadoras em termos de aprendizado e desenvolvimento. Indivíduos
experimentam a motivação intrínseca quando suas necessidades inatas de autonomia (estar no
controle de sua própria vida e agir em harmonia com seu eu interior), competência
(capacidade de lidar de modo eficaz com o meio que o cerca) e relacionamento ou conexão
(desejo de interagir, de conectar-se com as pessoas e de fazer algo em benefício dos outros)
são satisfeitas. Essas três necessidades básicas são os nutrientes da proatividade, do
funcionamento optimizado e da saúde psicológica.

1.2.2.Motivação Extrinsica

Motivação extrínseca: também conhecida como motivação externa, o termo está conectado ao
ambiente, às situações e aos factores externos. As premiações de campanhas para a equipe
comercial ou o bónus oferecido para vendedores que alcançarem determinado valor de
facturamento, são bons exemplos.

No ambiente corporativo, o clima organizacional, as actividades diversificadas, os


treinamentos de aprimoramento e outros benefícios se destacam como formas eficientes de
estímulo externo. Elas contribuem para manter o quadro de funcionários comprometido e
produtivo. Este tipo de incentivo é uma maneira de ajudar as pessoas a se manterem engajadas
e ainda serve como um factor complementar. Isso significa que, em hipótese alguma, os
indivíduos podem ser dependentes da motivação extrínseca. Eles devem, na verdade, sempre
encorajar a automatização.

1.3.Desmotivação

A Desmotivação implica ausência de percepção de contingências entre as acções e seus


desfechos, isto é, falta de motivos intrínsecos e extrínsecos
2.A Teoria da Autodeterminação

Na Teoria da Autodeterminação as motivações dos indivíduos diferem e são determinadas e


orientadas por contextos que dão subsídios a necessidades psicológicas; postulam a
autonomia, competência e conectividade dos seres que podem variar em relação ao nível e
tipo de motivação. Nesse contexto surge o porquê de querer fazer algo por prazer e a
intensidade de realizar uma tarefa no sentido de estar intrinsecamente motivado e também por
consequência ou devido a outras variáveis envolvidas, na situação de estar extrínseco
motivado. (SOBRAL, 2003).

A Teoria da Autodeterminação busca entender os componentes da motivação intrínseca e da


motivação extrínseca e os factores que resultam com sua promoção. Nessa perspectiva, é
essencial a satisfação das necessidades psicológicas. Esta teoria adopta como necessidades
básicas de realização a autonomia, a competência e o vínculo.

É fundamental para a auto-realização que essas necessidades sejam satisfeitas.


(GUIMARÃES e BORUCHOVITCH, 2004) As motivações intrínsecas e extrínsecas são de
fundamental importância em todos os aspectos da vida, sendo presentes em todo o
comportamento humano e resultam no desenvolvimento do aprendizado, sendo vistas de
forma global. São oriundas das necessidades psicológicas de competência e de determinação.
(FERNANDES e RAPOSO, 2005).

Bzuneck e Guimarães (2007, p. 415) consideram que:

A motivação extrínseca aproxima-se muito da própria motivação intrínseca em seu grau de


autodeterminação, mas não coincide com ela, já que na regulação integrada, o que sustenta a
realização da actividade é a sua importância para a obtenção de metas e valores internalizados
pela pessoa. Em contrapartida, na motivação intrínseca o interesse pessoal está na actividade
em si mesma, estando inserido o componente de interesse e de prazer.

De acordo com a Teoria da Autodeterminação, os factores ambientais afectam a motivação


intrínseca com os processos cognitivos, ou seja, os comportamentos serão influenciados pelo
sistema social e contextual no qual estamos inseridos e vislumbra atender a três necessidades
básicas: competência, autonomia e vínculo de relacionamento. Entende-se, assim, que “a
motivação seja um impulso que venha de dentro e que tem, portanto, suas fontes de energia
no interior de cada pessoa.
2.1.Relevância da teoria da autodeterminação

Os princípios e pressupostos da teoria da Autodeterminação são essenciais para o processo da


educação profissional. A aprendizagem é desfecho de uma realização educacional. “A
aprendizagem é, afinal, um processo fundamental da vida. Todo indivíduo aprende e, através
da aprendizagem, desenvolve os comportamentos que o possibilitam viver”. (CAMPOS, 1987
p.15).

Ainda o CAMPOS enfatiza que a importância da motivação no processo educativo é


largamente reconhecida. Tornasse então pertinente a compreensão das necessidades dos
alunos, pois a falta de motivação resulta em factores negativos como tensão emocional,
aborrecimento, fadiga e pouca aprendizagem. Grande parte das dificuldades da escola tem
origem nos problemas de motivação.

A motivação do aprender é direccionada por um factor interno, que dinamiza como uma
condição prévia para a aprendizagem. Considera o estado interno (as habilidades para
aprendizagem e motivação) e também são levados em conta os factores externos, isto é os
demais componentes do ensino. Na realidade, a motivação específica sobre a forma prática é
relativa a cada indivíduo e direcciona os objectivos do conteúdo individual e grupal. Assegura
a motivação positiva no que se refere à educação e estabelece o que leva o individuo a buscar
conhecimento.

A motivação abrange uma concepção ampla, compreendendo a relação com a família e a


sociedade e os reflexos no comportamento humano. Assim sendo esses e outros factores
reflectem na vida do aluno, pois o homem é movido de emoções.
Consideracoes finais

Chegado a este ponto é importante considerar o seguinte :

 É importante cruzar a motivação academica com outras variaveis pessoais


(motivacionais cognitivas,metacognitivas,afectivas) e ainda variaveis do contexto
educativo.neste caso concreto ,a motivação academica dos alunos nao e independente
dos estilos educativos e dos apoios dos pais e seguramente nao sao tambem
independentes da organizacao curricular e das praticas de ensinoe da avaliacao dos
seus professores.
 A motivacao constitui o centro de interesse de todo processo educativo.Actualmente
sabe-se que a aprendizagem é um processo de actividade pessoal,reflexiva e
sistematica ,dependente do acionamento de todas as pontencialidades do educando.
 Na Teoria da Autodeterminação as motivações dos indivíduos diferem e são
determinadas e orientadas por contextos que dão subsídios a necessidades
psicológicas; postulam a autonomia, competência e conectividade dos seres que
podem variar em relação ao nível e tipo de motivação.
Bibliografia

BZUNECK, José Aloyseo; GUIMARÃES,(2007) Estilos de professores na promoção da


motivação intrínseca: reformulação e validação de instrumento. Psicologia: Teoria e
Pesquisa. Brasília.

CAMPOS, Dinah Martins de Souza(1987). Psicologia da aprendizagem. 20 ed. Petrópolis,


Vozes,

DECI, E. L. e RYAN, R. M.(1985) Intrinsic motivation and self-determination in human


behavior. New York: Plenum,

FERNANDES, Helder Miguel; RAPOSO, José Vasconcelos.Continuum de


Autodeterminação: validade para a sua aplicação no contexto desportivo. 2005

SOBRAL l,D(2003) Motivação do aprendiz de Medicina :Uso da Escala da motivação


Academica.Psicologia ,teoria e pesquisa.

Popper, Karl. (1996).  A Lógica da Pesquisa Científica. SP. Ed. Cultrix. p.33

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