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Universidade Federal do Amazonas

Instituto de Ciências Exatas


Departamento de Física
Laboratório de Física Moderna 1
Obter a função matemática para Radiância
Total em função da Temperatura.
Luciana Cerdeira Almeida - 21753838

27 de abril de 2021

1 Objetivo
O presente trabalho tem como finalidade investigar qualitativamente a
emissão, absorção e transmissão da radiação térmica, e dessa forma,
analisar a dependência da intensidade da radiação emitida por um
filamento com a temperatura.
2 Introdução
A lei de Stefan-Boltzmann, como o próprio nome indica, foi descoberta
pelo físico austríaco Joseph Stefan (1835-1893) e deduzida teoricamente
pelo físico austríaco Ludwig Eduard Boltzmann (1844-1906). Segundo
esta lei, a energia radiante total que emite um corpo negro por unidade de
superfície (W) é proporcional à quarta potência da temperatura absoluta
(T). E expressa pela´ seguinte expressão matemática: W = T4, onde é a
chamada constante de Stefan-Boltzmann, que tem o valor de 5,6697 x 10-
8 W/m2K4. Esta lei permite calcular o poder emissor de um corpo.

3 Fundamentação Teórica
Em 1879, o físico esloveno Josef Stefan (1835-1893) deduziu, a partir de
resultados experimentais, que a potência P (energia irradiada por
segundo) de um corpo negro é diretamente proporcional à sua
temperatura T elevada à quarta potência e também diretamente
proporcional à área A da superfície emissora.

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Essa relação foi chamada de Lei de Stefan.

P = σ.T4.A

Onde σ = 5,67 x 108W/m2K4 é a constante de Stefan.


Mais tarde, em 1884, o físico austríaco Ludwig Boltzmann (1844-1906)
deduziu a Lei de Stefan teoricamente, utilizando a Termodinâmica
estatística. O modelo utilizado por Boltzmann foi uma máquina térmica
que, em vez de usar gás como substância, usava a luz.
Vale aqui uns parênteses importantíssimo: em 1871, Boltzmann,
baseado nos trabalhos pioneiros de James Maxwell em física estatística,
desenvolveu, junto com outros cientistas, a teoria cinética dos gases, a qual
relaciona o micro com o macro. Um dos resultados mais impressionantes
é a relação entre a temperatura T de um gás (o macro) e o movimento das
suas moléculas (o micro), mais especificamente a energia cinética média
Ec das moléculas. Utilizando recursos da Termodinâmica e da estatística e
um modelo extremamente simples para os gases, Boltzmann deduziu que:

Ec = 3/2KBT

KB=1,38 x 1023J/K é a constante de Boltzmann: o elo entre o


microscópico e o macroscópico. Em outras palavras, a média das energias
cinéticas de cada uma das moléculas de um gás é 3/2KBT. Veja a ordem de
grandeza da constante de Boltzmann: ela é muito, muito pequena, tal como
esperado, pois a energia cinética de uma única molécula de um gás deve
ser mesmo pequena.
Pelo formato das curvas da intensidade da radiação de corpo negro X
comprimento de onda a diferentes temperaturas, nota-se que sua
expressão matemática não seria tão simples como a Lei de Stefan e a Lei
de Wien.
Em 1893, o mesmo Wilhelm Wien, baseado nos dados experimentais e
na sua intuição, ajustou uma expressão matemática aos dados
experimentais (hoje um computador faz isso instantaneamente), que ficou
conhecida como a Lei da Radiação de Wien:

I (ν,T) = α.ν3.e−βf/T

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Onde: α e β são constantes.

4 Equipamentos
3- Lâmpada de Filamento 6V/5A, E14
3 - Multímetro Digital
1- Suporte para lâmpada E14, com haste
3 - Cabo de conexão, 500mm, vermelho
4 - Cabo de conexão, 500mm, azul
1 - Banco de perfil óptico l=60cm
2 - Base para banco de perfil óptico, ajustável
2 - Suporte deslizante para banco de pr. Ópt. H 30mm´
1 - Termo pilha, tipo mol
2 - Tubo blindado
1 - Transformador, 25VAC/20VDC,12A
1 - Amplificador de medidas universal
1 - Resistor de carbono PEK 2W 5

5 Problemas
1. Medir a resistência do filamento da lâmpada incandescente `a
temperatura ambiente e determinar a resistência do filamento R0 á zero
graus centígrados.

2. Medir a densidade do fluxo de energia da lâmpada em diferentes


voltagens de alimentação. A correspondente corrente elétrica de
aquecimento obtendo a resistência associada ao filamento para cada
voltagem de alimentação. Admitindo-se uma dependência de segunda
ordem com a temperatura para a resistência do filamento, pode-se
calcular a temperatura do filamento a partir dos dados medidos para a
resistência.

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6 Procedimentos Experimentais

O sistema foi instalado seguindo a ideia da figura 1 para descobrirmos a


resistência do filamento a temperatura ambiente para uma diferença de
potencial muito baixa (V) e consequentemente, a intensidade de corrente
(A).

Figura 1 – Sistema

Prepara-se a montagem experimental da Fig. 1. O resistor de 100 ohms é


retirado do circuito. O filamento agora é alimentado por uma fonte de
tensão VAC variável em série com um amperímetro que permita medidas
de corrente alternada de até 6 A. O voltímetro é conectado aos terminais
do filamento e a Voltagem alternada é aumentada em intervalos de 0,5
ou 1,0 volt até o limite de 8 V. Com a termopilha montada a uma distância
de 30 cm do filamento aplica-se inicialmente uma tensão de 1 V. Em
seguida gira-se (com a base fixada) a termopilha para esquerda e direita
procurando o valor máximo para a fem. termoelétrica. O eixo do
filamento cilíndrico deve estar perpendicular ao eixo do banco óptico.
Como a fem. termoelétrica é da ordem de poucos milivolts, deve- se usar
um amplificador para medidas mais acuradas. O fator de amplificação
deve estar na faixa de 102 ou 103 com o voltímetro ligado ao amplificador
na escala de 1 ou 10 VDC. Antes de iniciar a leitura da fem. termoelétrica
deve-se ajustar um “zero” apropriado. Isto pode ser feito afastando-se a

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lâmpada em seu suporte da frente da termopilha por alguns minutos. O
amplificador deve ser usado no modo LOW DRIFT (104 ohm) com uma
constante de tempo de 1 s. Após a lâmpada ser colocada de volta no
trilho óptico podem ser tomados os dados, aguardando sempre alguns
minutos entre cada medida para que a termopilha alcance o equilíbrio.
Deve-se tomar cuidado para que nenhuma radiação de fundo prejudique
as medidas.

7 Análise
Para a resistência de um filamento de tungstênio temos a seguinte
relação:

R0 = R(ta) / 1 + α.ta + β.t2a (1)


Onde:
α = 4,82 x 10-3 °C-1
β = 6,76 x 10-7 °C-2
R (ta) = 0,165 Ω

Temperatura ambiente medida no momento do experimento:


T = 22°C

0,165𝛺
R0 =
1+(4,82𝑥10−3 )(22)+(6,76𝑥10−7 )(22)2
R0 = 0,149Ω

Sendo assim, para cada voltagem e corrente de alimentação, devemos


utilizar as seguintes equações:

R(t) = V / I (2)

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(𝑅(𝑡)
T = 273 + 1 [ √𝛼 2 + 4𝛽 (𝑅0
− 1) − 𝛼] (3)

Onde:
α = 4,82 x 10-3 K-1
β = 6,76 x 10-7 K-2

Para 1V e 1,93 A Para 2V e 2,60 A Para 3V e 3,20 A

1𝑉 2𝑉 3𝑉
R= = 0,5𝛺 R= = 0,8Ω R= = 0,9𝛺
1,93𝐴 2,60 𝐴 3,20 𝐴

T = 332K T = 404K
T = 386K

Para 4V e 3,73 A Para 5V e 4,22 A Para 6V e 4,66 A

4𝑉 5𝑉 6𝑉
R= = 1,1𝛺 R= = 1,2𝛺 R= = 1,3𝛺
3,73𝐴 4,22𝐴 4,66𝐴

T = 440K T = 459K T = 477K

Para 7V e 5,07 A Para 8V e 5,47 A

7𝑉 8𝑉
R= = 1,4𝛺 R= = 1,5Ω
5,07𝐴 5,47𝐴

T = 495K T = 513K

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8 Resultados

Inicialmente o voltímetro nos mostrou uma voltagem de 1V e uma


corrente de 1,93 A. A tabela nos mostra os resultados obtidos :

V (volts) I (Ampere) R (Ω) U (mV) T (K)


1 1,93 0,5 0,06 332
2 2,60 0,8 0,31 386
3 3,20 0,9 0,74 404
4 3,73 1,1 1,27 440
5 4,22 1,2 1,98 459
6 4,66 1,3 2,77 477
7 5,07 1,4 3,62 495
8 5,47 1,5 4,57 513

A partir do gráfico, pode colocar um gráfico U e a temperatura absoluta T


e, foi feito um gráfico de potência.

0
0 100 200 300 400 500 600

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Tal modelo nos mostra que a reta tem declividade de S. Obteve-se que
S =5, 07

 Equipamento utilizado na coleta dos dados para verificação da lei


de Stefan – Boltzmann

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8 Conclusão
Segundo o princípio de Stefan – Boltzmann, a energia que deveríamos ter
encontrado era proporcional a diferença das quartas potencias das
temperaturas absolutas. Pelo experimento que foi feito que a avaliação
do corpo cinza foi de:

S = 5,07

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9 Referencias

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Stefan%E2%80%93Boltzmann

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