Você está na página 1de 14

PRÁTICA PENAL

Direito Processual Penal


Ana Cristina Mendonça

www.cers.com.br 1
PRÁTICA PENAL
Direito Processual Penal
Ana Cristina Mendonça

PEÇAS DE LIBERDADE

DIFERENÇA ENTRE AS MEDIDAS DE CONTRA CAUTELA E O HABEAS CORPUS

O Habeas Corpus pode ser intentado a qualquer tempo (antes ou durante o inquérito policial, durante a instrução criminal ou
fase recursal ou após o trânsito em julgado da sentença penal). O limite para sua utilização será o fim da aplicação da pena
privativa de liberdade. Não é uma peça privativa de advogado.
As peças de liberdade, também chamadas de medidas de contra cautela (relaxamento de prisão, liberdade provisória e revo-
gação da preventiva ou temporária) são medidas para atacar a prisão que acontece antes do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. São peças privativas de advogados

ESPÉCIES DE CAUTELA E CONTRACAUTELA PRISIONAIS

Relaxamento da Prisão em Flagrante: Como só é cabível para flagrante ILEGAL (ilegalidade material ou formal), o que se
discute é a legalidade da prisão em flagrante. Neste caso, deve-se demonstrar onde reside a ilegalidade, no caso concreto.
A arguição é objetivo-normativa.

Liberdade Provisória: Medida que serve para atacar flagrantes LÍCITOS. Quanto à legalidade do flagrante, ela é perfeita, não
devendo ser discutida. O que se discute é a ausência de necessidade da manutenção da prisão e ausência dos pressupostos
da preventiva. Neste caso, devem ser observados os arts. 312 e 313 do CPP, no caso de inexistirem os requisitos da prisão
preventiva, consoante jurisprudência do STF e STJ, deve o juiz conceder ao preso, de ofício, a liberdade provisória, não sendo
mais possível a manutenção do flagrante além da ciência formal do juiz (art. 310, CPP). A arguição, na liberdade provisória,
caso haja necessidade de seu requerimento, é subjetivo-normativa.

Revogação da Preventiva ou da Temporária: Quando o réu se encontra preso preventivamente e os pressupostos da pre-
ventiva desaparecem, é possível pleitear, junto ao juiz processante, a revogação da preventiva. Da mesma forma, se desapa-
recem os motivos para a prisão temporária, poderá ela ser revogada.

CABIMENTO

MEDIDA DE CONTRACAUTELA CAUSA OU CAUTELA


EFEITOS
(pedido de liberdade) (espécie de prisão)

PRISÃO
RELAXAMENTO DE PRISÃO LIBERDADE PLENA
ILEGAL

PRISÃO LIBERDADE VINCULADA


LIBERDADE PROVISÓRIA
FLAGRANTE LEGAL + 319 E 320

PRISÃO LIBERDADE PLENA


REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA
PREVENTIVA LEGAL + 319 E 320

www.cers.com.br 2
PRÁTICA PENAL
Direito Processual Penal
Ana Cristina Mendonça

HIPÓTESES FÁTICAS

AUTORIDADE
HIPÓTESE MEDIDA CABÍVEL
COATORA

Prisão em flagrante ilegal da qual o juiz ainda não tomou Relaxamento de prisão
Delegado de Polícia
ciência endereçado ao juiz

Juiz toma ciência da prisão em flagrante legal e ainda não


se manifestou acerca da concessão da liberdade provisó- Liberdade Provisória
ria, não decretou a preventiva, nem relaxou a prisão, mas endereçada ao juiz
ainda estamos dentro de um prazo razoável

Juiz toma ciência da prisão em flagrante e não se mani-


festa acerca da concessão da liberdade provisória, nem
Juiz HABEAS CORPUS
decreta a preventiva, nem relaxa a prisão. Ou seja, man-
para o Tribunal
tém o preso em flagrante além do que autoriza a lei (art.
310 do CPP)

HABEAS CORPUS
para o Tribunal
Prisão Temporária decretada ilegalmente Juiz

HABEAS CORPUS
Prisão Preventiva decretada ilegalmente Juiz
para o Tribunal

Revogação da Preventiva
Prisão preventiva legal cujos pressupostos ao juiz.
desapareceram Caso ele negue, Habeas
Corpus para o Tribunal

Liberdade Provisória
Prisão em Flagrante LEGAL
ao juiz

Revogação da Temporária
ao juiz.
Prisão temporária legal cujos motivos cessaram
Caso ele negue, Habeas
Corpus no Tribunal

HABEAS CORPUS
Inquérito Policial instaurado em conduta flagrantemente
Delegado de Polícia ao juiz para “trancamento”
atípica ou quando for evidente a falta de justa causa
do inquérito policial

www.cers.com.br 3
PRÁTICA PENAL
Direito Processual Penal
Ana Cristina Mendonça

PROJETO AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

FLUXOGRAMA - CNJ

CAPTURA EM FLAGRANTE E APRESENTAÇÃO DO PRESO AO DELEGADO

FORMALIZAÇÃO DO APF E AGENDAMENTO DA APRESENTAÇÃO DO


AUTUADO PRESO

INTIMAÇÃO DO PROTOCOLIZAÇÃO DO AUTO DE ENCAMINHAMENTO DO


ADVOGADO PRISÃO EM FLAGRANTE E AUTUADO A EXAME DE
CONSTITUÍDO APRESENTAÇÃO DO AUTUADO EM CORPO DE DELITO
JUÍZO

DIGITALIZAÇÃO DO APF E ENCAMINHAMENTO DO


JUNTADA DE FAC CONTATO PRÉVIO DO AUTUADO AO CENTRO
(DISPONÍVEIS PARA AUTUADO COM O DE DETENÇÃO
CONSULTA DURANTE A DEFENSOR PROVISÓRIA ATÉ
AUDIÊNCIA) AUDIÊNCIA

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

MANIFESTAÇÃO DO MP

ENTREVISTA COM O AUTUADO

MANIFESTAÇÃO DA DEFESA TÉCNICA

DECISÃO DO MAGISTRADO

www.cers.com.br 4
PRÁTICA PENAL
Direito Processual Penal
Ana Cristina Mendonça

DECISÃO DO MAGISTRADO

MEDIDAS JUDICIAIS MEDIDAS NÃO JUDICIAIS

SUBSTITUIÇÃO
DA PRISÃO EM CONVERSÃO
RELAXAMENTO CONCESSÃO DE MEDIDAS
FLAGRANTE DO FLAGRANTE MEDIAÇÃO
DE PRISÃO SE LIBERDADE ASSISTENCIAIS
POR MEDIDAS EM PENAL
ILEGAL PROVISÓRIA OU SOCIAIS
CAUTELARES PREVENTIVA
DIVERSAS

ALVARÁ DE ALVARÁ DE
ALVARÁ DE ALVARÁ DE MANDADO DE
SOLTURA E SOLTURA E
SOLTURA E SOLTURA E PRISÃO E
RETORNO DO EXTINÇÃO DO
DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO DISTRIBUIÇÃO
APF À PROCEDIMENT
DO APF DO APF DO APF
DELEGACIA O

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E ESTRUTURA

O relaxamento de prisão, a liberdade provisória e a revogação da preventiva ou da temporária são medidas requeridas através
de petições endereçadas ao juiz processante, portanto, em regra, ao Juízo de 1º grau.

Exemplo de endereçamento:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________

Relaxamento de Prisão: Art. 5º, LXV, da CF c/c art. 310, I, do CPP.

Liberdade Provisória: Art. 5º, LXVI, CF c/c arts. 310, III; e, 321, ambos do CPP.

Revogação da Preventiva: Arts. 282, §5º; 316, ambos do CPP.

Revogação da Temporária: Art. 282, §5º.

RELAXAMENTO DE PRISÃO

ILEGALIDADES FORMAIS
 Ausência total de testemunhas durante a lavratura do flagrante (art. 304 CPP);
 Desrespeito ao direito ao silêncio e à garantia de não auto-incriminação (art. 5o, LXIII, da CF/88 c/c arts. 6o, V, e 186
do CPP e art. 8o, 2, g, do Pacto de São José da Costa Rica);
 Impedimento da participação do advogado durante o interrogatório policial (art. 5 o, LXIII, da CF/88 c/c art. 7o, XXI, do
EOAB – Lei 8.906/94);

www.cers.com.br 5
PRÁTICA PENAL
Direito Processual Penal
Ana Cristina Mendonça

 Ausência de comunicação imediata do flagrante ao Juiz, Ministério Público e/ou à família do preso ou pessoa por ele
indicada (art. 5º, LXII, LXV, da CF/88 c/c art. 306, caput, CPP e art. 7º, 6, do Pacto de São José da Costa Rica);
 Não entrega da nota de culpa dentro de 24h (art. 5º, LXIV, da CF/88 e art. 306, §2 o, CPP);
 Ausência de remessa dos autos do flagrante ao Juiz e à Defensoria Pública dentro de 24h (art. 306, §1 o, CPP e art.
7º, 6, do Pacto de São José da Costa Rica);
 Não realização da Audiência de Custódia ou Apresentação em prazo razoável (CNJ, art. 7º, 5, do Pacto de São José
da Costa Rica e art. 310 do CPP);
 Uso indevido de algemas (Súmula Vinculante 11).

Atenção às prerrogativas e imunidades de agentes públicos! Em especial, Senadores, Deputados Federais e Estadu-
ais, membros da Magistratura e Ministério Público.

Deputados e Senadores: Art. 53, §2º da CF.


Deputados Estaduais: Art. 27, §1º, da CF.
Magistrados: Art. 33, II da LOMAN (LC 35/79).
Membros do Ministério Público: Art. 40, III, da LOMP (Lei 8.625/93)

ILEGALIDADES MATERIAIS
 O preso não está em flagrante (art. 302 CPP);
 Prova obtida por meio ilícito (art. 5o, LVI, da CF/88 c/c art. 157, CPP);
 Flagrante forjado;
 Flagrante preparado (Súmula 145 do STF);
 Vedações à prisão em flagrante (arts. 28 da Lei 11.343/06, art. 301 do CTB e art. 69, parágrafo único, da Lei
9.099/95).

ESTRUTURA DO RELAXAMENTO DE PRISÃO


Exemplo:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA __________

FUNDAMENTAÇÃO
Art. 5o, LXV, CRFB/88 - A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Art. 310, I, CPP - Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal;

1. DOS FATOS
(Narrar suscintamente como ocorreu a prisão, enfatizando os aspectos que a tornam ilegal.)
2. DA ILEGALIDADE DA PRISÃO
3. DA TOTAL AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA
4. DO PEDIDO

ENDEREÇAMENTO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____ (Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _____ (Cri-
mes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE
______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
______ (Infrações de menor potencial ofensivo)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE ______(Infrações federais de menor potencial ofensivo)

APRESENTAÇÃO

www.cers.com.br 6
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela
_________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ____________, residência e domi-
cílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à pre-
sença de Vossa Excelência, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no art. 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e
de direito a seguir expostos:

1. Dos Fatos

2. Da Ilegalidade da Prisão em Flagrante


Mostrar claramente as ilegalidade do flagrante e discorrer sobre estas ilegalidade.

3. Da Impossibilidade de Decretação da Prisão Preventiva


Como existe a possibilidade do juiz relaxar a prisão e decretar a prisão preventiva, deve-se deixar claro ao julgador que não
existe motivo para tal procedimento.

4. Pedido
Diante do exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, na forma do
art. 5º, LXV da CF e art. 310, I, do CPP a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo.
Requer ainda a oitiva do ilustre representante do Ministério Público e a expedição do competente alvará de soltura.

Nestes termos,
Espera deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB

Observação: O pedido de oitiva do Ministério Público não é obrigatório, já que como a prisão é ilegal, não haveria necessida-
de de prévia oitiva do parquet. Todavia, a realização do pedido pode e deve ser feita, sem nenhum encargo ao candidato.

Dúvida: Posso cumular o pedido de relaxamento de prisão com o de liberdade provisória?

ESTRUTURA DO RELAXAMENTO DE PRISÃO

Endereçamento
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE
__________________________ (Regra Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
___________________ (Crimes da Competência da Justiça Federal).
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE
___________________ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)*
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
___________________ (Infrações de menor potencial ofensivo)*
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER DA COMARCA DE ___________________ (em caso de violência doméstica contra a mulher)
* Atenção: Em caso de Júri ou Juizado Especial Criminal Federal, a expressão “Comarca de…” deverá ser substituída por
“Seção
Judiciária de…”
-> Não precisa saltar 10 linhas efetivamente.
Identificação do preso
(Fazer parágrafo) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ______, expedida
pela ______, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ______, residência e domicílio,
por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, requerer o

www.cers.com.br 7
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Com fundamento no art. 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato
e de direito a seguir expostos:
1. Dos Fatos
2. Da(s) ilegalidade(s) da prisão em flagrante
Mostrar claramente as ilegalidades do flagrante e discorrer sobre essas ilegalidades.
3. Da impossibilidade de decretação da prisão preventiva
Como existe a possibilidade do juiz relaxar a prisão e decretar a prisão preventiva, deve-se deixar claro ao julgador que não
existe motivo para a custódia cautelar.
4. Pedido
Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, a fim de que
possa permanecer em liberdade durante o processo.
Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público e, expedindo-se o alvará de soltura, pede deferimento.
(Pedido de oitiva do representante do Ministério Público não obrigatório, já que a prisão demonstra-se flagrantemente ilegal.
Todavia, a realização do pedido pode ser feita, sem nenhum encargo ao candidato).
Comarca, data.
Advogado, OAB

LIBERDADE PROVISÓRIA

CABIMENTO

A liberdade provisória é a medida cabível nas hipóteses de flagrante lícito, tanto na materialidade quanto na formalidade, de-
vendo-se demonstrar que NÃO EXISTE A NECESSIDADE de se manter o agente encarcerado.

FUNDAMENTAÇÃO

Art. 5º, LXVI, CRFB/88 - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;
Art. 310, CPP - Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
Art. 321, CPP - Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios cons-
tantes do art. 282 deste Código.

ESPÉCIES DE LIBERDADE PROVISÓRIA

Em todos os casos indicar:


Art. 5o, LXVI, CRFB/88
c/c
Art. 310, III e 321, CPP

Liberdade Provisória mediante fiança: + 323 e 324, CPP


Liberdade Provisória sem fiança por pobreza: + 323; 324; 325, §1º e 350, CPP
Liberdade Provisória em face da presença de excludente de ilicitude: + 310, parágrafo único do CPP
Liberdade Provisória por ausência dos pressupostos da preventiva

ESTRUTURA
Estrutura do conteúdo principal:

www.cers.com.br 8
1. DOS FATOS

2. DA TOTAL AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA

3. DA POSSIBILIDADE DE FIANÇA (se for o caso)

4. DO PEDIDO

Exemplificação:

ENDEREÇAMENTO:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra
Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______
(Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE
______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
______ (Infrações de menor potencial ofensivo)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE ______(Infrações federais de menor potencial ofensivo)

APRESENTAÇÃO/IDENTIFICAÇÃO DO PRESO
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela
____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ________________, residência
e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, requerer sua
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fundamento no art. 5º, LXVI da Constituição Federal combinado com art. 310, III e art. 321, ambos Código de Processo
Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

CONTEÚDO FÁTICO E JURÍDICO

1. Exposição dos Fatos


Fazer breve resumo dos fatos.

2. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva


Indicar que não há fundamento que autorize a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de Processo
Penal.

3. Da afiançabilidade da conduta (se for o caso)


Indicar que o crime pelo qual o requerente foi preso é crime afiançável, uma vez que não se enquadra em nenhuma das hipó-
teses previstas nos arts. 323 e 324 do CPP.

3. Pedido
Concessão da liberdade provisória com ou sem fiança, além do pedido subsidiário de aplicação das medidas cautelares pre-
vistas no art. 319 do CPP.
Pedir ainda a oitiva do representante do Ministério Público e a expedição de alvará de soltura, mediante termo de compareci-
mento a todos os atos do processo, quando intimado.

Nestes termos,

www.cers.com.br 9
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB.

ESTRUTURA DA LIBERDADE PROVISÓRIA

Endereçamento:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___________
(Regra Geral)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE
____________ (Crimes da Competência da Justiça Federal)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE
________ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
__________ (Infrações de menor potencial ofensivo) *

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER DA COMARCA DE __________ (em caso de violência doméstica contra a mulher)

* Atenção: Em caso de Júri ou Juizado Especial Criminal Federal, a expressão “Comarca de…” deverá ser substituída por
“Seção Judiciária de…”

 Não precisa saltar 10 linhas efetivamente.

Identificação do preso.

(Fazer parágrafo) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número
_______________, expedida pela ________________ inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob
o número ____________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa
a este instrumento, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer a sua
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fundamento no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal, e arts. 310, III, e 321, ambos do Código de Processo Penal
pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:

 DICA: Ao ser apresentado o caso concreto, deve-se observar os artigos 323 e 324 do CPP para identificar se o crime é
ou não afiançável.

Art. 323. Não será concedida fiança:


I – nos crimes de racismo;
II – nos crimes de tortura, trafico ilícita de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
IV – (Revogado)
V – (Revogado)

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:


I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer
das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;
II – em caso de prisão civil ou militar;
III – (Revogado)

www.cers.com.br 10
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

 DICA 2:
Espécies de Liberdade Provisória
Em todos os casos indicar: art. 5º, LXVI, CRFB/88 c/c art. 310, III, e 321, CPP
• Lib. Prov. mediante fiança: + 323 e 324 CPP
• Lib. Prov. sem fiança por pobreza: + 323, 324, 325 e 350 CPP
• Lib. Prov. em face da presença de excludente de ilicitude: + 310, parágrafo único e 321 CPP.
• Lib. Prov. por ausência dos pressupostos da preventiva: + 321 do CPP.

1. Dos Fatos
Deve-se fazer uma breve exposição dos fatos indicando os principais pontos do caso apresentado que servirão de base
para demonstrar a desnecessidade da manutenção da prisão preventiva.
Neste ponto NÃO precisa discorrer sobre o direito a concessão de liberdade provisória com ou sem fiança, tendo em vista
que tal ponto será abordado no tópico seguinte.
2. Da total ausência dos pressupostos da prisão preventiva
Indicar claramente que para a manutenção do flagrante seria necessário estarem presentes os requisitos autorizadores da
prisão preventiva ou demonstrar que existe uma causa de exclusão de ilicitude que inviabiliza a manutenção da prisão em
flagrante ou demonstrar que o caso é de liberdade provisória com fiança.
Evite entrar no mérito da questão, mas demonstre claramente a impropriedade da manutenção da prisão.
3. Da possibilidade de fiança (se for o caso)
Nesse tópico, serão abordados os casos em que seja possível o arbitramento da fiança para que o acusado possa respon-
der ao processo em liberdade. Aqui, verifica-se se o crime está ou não inserido nos arts. 323 e 324 do Código de Processo
Penal.
4. Do Pedido
PEDIDO – NO CASO DE NÃO EXISTIR FIANÇA.
(Fazer parágrafo) Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos termos do artigo 310, inciso III, em combinação com
o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, a concessão da liberdade provisória, visto que não há requisito autoriza-
dor para a decretação da prisão preventiva, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando inti-
mado.
(Fazer parágrafo) Contudo, face o critério da eventualidade, seja aplicada uma das medidas cautelares indicadas no artigo
319 do Código de Processo Penal, conforme entenda conveniente. Requer-se ainda, a oitiva do ilustre representante do
Ministério Público e competente expedição alvará de soltura.

Termos em que,
Pede deferimento.

Comarca, Data
Advogado

PEDIDO – NO CASO DE EXISTIR FIANÇA

Pedido principal continua sendo o de liberdade provisória sem o arbitramento da fiança, já que é mais benéfico ao
agente primeiro que ele seja posto em liberdade sem nenhum encargo. Caso não seja possível, realizar o pedido de
arbitramento da fiança.

(Fazer parágrafo) Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos termos do artigo 310, inciso III, em combinação com
o artigo 321, ambos do Código de Processo Penal, a concessão da liberdade provisória, visto que não há requisito autoriza-
dor para a decretação da prisão preventiva, mediante termo de comparecimento a todos os atos do processo, quando inti-
mado.
(Fazer parágrafo) Ante o exposto, postula-se a Vossa Excelência, nos termos do artigo 310, inciso III, em combinação com
os artigos 321, 323 e 324, todos do Código de Processo Penal, a concessão da liberdade provisória mediante o arbitramen-
to de fiança, visto que não há requisito autorizador para a decretação da prisão preventiva, mediante termo de compareci-
mento a todos os atos do processo, quando intimado.

www.cers.com.br 11
(Fazer parágrafo) Termos em que, expedindo-se o alvará de soltura, pede deferimento.

 DICA: Neste caso, não há necessidade de pedir a oitiva do MP, pois nos termos do art. 333 do CPP a fiança não ne-
cessita de audiência deste.
Neste sentido, vale transcrever o referido artigo:

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá
vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Comarca, Data
Advogado, OAB.

REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA/TEMPORÁRIA

FUNDAMENTAÇÃO:
Art. 282, §5º, CPP - O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsis-
ta, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 316, CPP - O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsis-
ta, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 282, §5º, CPP - O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsis-
ta, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Estrutura da Revogação da preventiva


Estrutura do conteúdo principal:
1. DOS FATOS
2. DO DESAPARECIMENTO DOS MOTIVOS AUTORIZADORES DA CUSTÓDIA CAUTELAR
3. DO PEDIDO

Endereçamento:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ (Regra
Geral)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______
(Crimes da Competência da Justiça Federal)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE
______ (Crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE
______ (Infrações de menor potencial ofensivo)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE ______(Infrações federais de menor potencial ofensivo)

Apresentação:
Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _______, expedida pela
____________, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ________________, residência
e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem muito respeitosamente
à presença de Vossa Excelência, requerer a
REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA
Com fundamento nos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir
expostos:

1. Exposição dos Fatos


2.Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar
Indicar que os motivos constantes no art. 312 do Código de Processo Penal não mais subsistem.

www.cers.com.br 12
3. Pedido
Pedido de revogação da prisão preventiva, com a consequente expedição do alvará de soltura.
Pedido subsidiário da aplicação das medidas não prisionais do art. 319 e 318 (se for o caso de prisão domiciliar).

Comarca, data.
Advogado, OAB.

www.cers.com.br 13
www.cers.com.br 14

Você também pode gostar