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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS DE SOBRAL

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


Máquinas Elétricas
Prof. Paulo Robson
Profa. Vanessa Teixeira
09
Laboratório 9 – Características de um GCC com excitação independente em vazio.

➢ Introdução Teórica

A força eletromotriz (fem) nos geradores CC é dada por E=k  n, onde k é a constante da
máquina,  o fluxo por pólo e n a rotação da máquina em rpm. Mantendo-se a rotação n constante,
a f.e.m. induzida torna-se diretamente proporcional ao fluxo. Esse fluxo pode ser controlado através
do enrolamento de campo.
Como o fluxo magnético por pólo aumenta com a corrente de excitação no enrolamento de
campo, a fem induzida também aumentará. No início, o aumento na fem induzida na armadura é
quase linear com o aumento da corrente de campo. Isto é verdade porque o circuito magnético está
longe de sua saturação. Com a saturação do circuito magnético inicia um fato importante, a fem
induzida desvia da relação linear com o aumento da corrente de campo. Devido ao magnetismo
residual nos pólos a curva de magnetização não começa na origem dos eixos. Em outras palavras,
existe uma fem induzida mesmo quando não existe corrente no enrolamento de campo.

Ni no entre-ferro
Ni no ferro

n1 c
a _ _ _ _ _ _ b_ _ _ _ _ c E(volts)
b
q
n2

0 0
Ampère-espira do campo=Ni a I(Amp)
(a) (b)
Fig. 1 – Relação entre Força Magnetomotriz e Campo Magnético

A Fig. 1(a) mostra a relação existente entre os ampères-espiras do campo e o fluxo por pólo.
Essa curva, para n constante, é chamada curva da característica do gerador CC em vazio.
Devido ao magnetismo residual, o fluxo parte de um valor não nulo para a corrente de campo
igual a zero. A primeira parte da curva é praticamente uma reta, já que o ferro ainda não chegou à
saturação. No ponto q inicia-se o processo de saturação e a curva começa a diminuir a inclinação até
assintotar a reta a, indicando saturação máxima.
O gráfico da fem induzida em relação a corrente de campo, para n constante, é mostrado na Fig.
1(b). Duas curvas são mostradas neste gráfico, uma para uma rotação n1 e outra para n2, sendo n2 < n1.
Estas curvas são similares e a ordenada da curva inferior é n2/n1 da curva superior.

n 2 ab
= .
n1 ac
➢ Referências Bibliográficas.
[1] Guru, Bhag S. , Hiziroglu, Huseyin R. ; Electric Machinery and Transformers ; 1988.
[2] Wildi, Theodore ; Electrical Machines, Drives, and Power Systems ; 4a Ed. ; 2000.
➢ Objetivos

✓ Levantar a característica interna da máquina de corrente contínua.


✓ Observar os efeitos da saturação.
✓ Observar os efeitos do magnetismo residual.

➢ Materiais/Equipamentos por bancada

✓ 01 Motor de Indução ou Síncrono


✓ 01 Motor de Corrente Contínua (acoplados)
✓ 02 Voltímetros Analógico
✓ 01 Amperímetro Analógico
✓ 01 Multímetro Digital;
✓ Cabos para conexão.

➢ Procedimentos:

1) Usando um multímetro identifique os terminais de campo, os terminais de armadura do gerador


CC e interpolos. Anote os valores das resistências.

2) Conecte a máquina primária ao GCC. Confira as ligações bem como a tensão de alimentação da
máquina primária. Acione o motor, que deve girar. Desligue-o.
3) Para o gerador de corrente contínua acoplado mecanicamente à máquina primária, monte o
circuito abaixo.

Fig. 2. – Circuito para Montagem de Laboratório

4) Acione a máquina primária

5) Iniciando com corrente de campo nula, levante a curva característica corrente de campo x tensão
de armadura do gerador cc. Em Va1 anote os valores ascendentes de tensão e em Va2 os valores
descendestes. Não deixe que a tensão do terminal de campo shunt ultrapasse a 160V.
Mantenha a corrente de campo em limites aceitáveis.

If(mA)
Va1(V)
Va2(V)
6) Usando um software (Matlab, Excel, etc) ou desenho, e com base nos dados obtidos trace as curvas
de histerese do gerador. Comente suas observações.

7) Porque um gerador CC com excitação independente pode operar abaixo do joelho de sua curva de
magnetização?

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