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História, Ciência,Tecnologia e

Aplicações de Vidros Planos

Mauro Akerman
mauro.akerman@gmail.com
Junho 2019
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Agenda

O que é o vidro
História industrial vidro plano
Indústria do vidro plano no Brasil
Processo produtivo
Processos de transformação
Aplicações

Mauro Akerman
mauro.akerman@gmail.com
Junho 2019
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Estados da matéria - Exemplo: Água

Gás (vapor)

100oC

Líquido

0 oC

Sólido (gelo)

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Estrutura do Vidro

LÍQUIDO → SÓLIDO

Vidro é viscoso: estrutura do líquido fica “congelada”


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Material cristalino
Volume específico

sólido líquido

Tf Temperatura
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Vidro

Líquido no equilíbrio
Volume específico

Líquido metaestável

Transição vítrea

Vidro
Cristal

Temperatura Tg Tf

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Vidro
Com diferentes velocidades de esfriamento

Volume específico

V3 > V2 > V1

V3
V2
V1

Temperatura Tg1 Tg2 Tg3

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estrutura do vidro X material cristalino

Organizado “FUSÃO Desorganizado


+
CRISTAL RESFRIAMENTO” VÍTREO

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Geração de tensões na conformação

Esfriamento rápido

Esfriamento lento
Esfriamento lento
Esfriamento rápido

Esfriamento rápido

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vidro – p/ obtenção é necessário:

Um precursor (líquido superfundido)

E depende da:

Viscosidade do líquido
Velocidade de esfriamento

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O que é um vidro ?

Apresenta características de um líquido


pouca organização

Apresenta características de um sólido


forma definida e comportamento de um sólido

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Materiais que podem vitrificar
W. H. Zachariasen – The atomic arrangement in glass – J. Am. Chem. Soc. 54, 3841(1932)

Vários materiais podem “vitrificar”

A sílica (SiO2), é o de maior importância industrial

exemplos de minerais constituídos por sílica

areia quartzo ametista 12/77


Estrutura do Vidro
)
Estrutura cristalina X amorfa (vítrea

Sílica Cristalina Sílica Vítrea


(Quartzo, areia) (Vidro de sílica)

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Materiais que podem vitrificar

Exemplo de outro material que pode virar vidro:

Açúcar

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Vidro de açúcar

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Vidro Sodo-Cálcico
> 90% do volume produzido
Composição
SiO2 69,0 a 72,0%
Na2O 13,0 a 16,5%
CaO 9,5 a 16,5%
Al2O3 0,9 a 2,3%

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Estrutura do Vidro “congelada” Consequências:

Pode-se alterar composição e adaptar as


características ao processo de fabricação e
produto

Pode-se “dissolver” várias substâncias no


vidro. Ex.: colorantes

Propriedades dependem da velocidade de


esfriamento (história térmica)
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Outras “famílias” de vidros

Vidro borossilicato

Vidro ao chumbo
“Cristal”
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História do vidro

Vidro Natural – obsidiana


75.000 anos Descoberta acidental Invenção do sopro
5.000 anos 2.000 anos

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História – vidro plano

Século III - processo “manchão”


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História do vidro plano

Século XIV – Vidro “Crown”


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História do vidro plano

Século XX – Vidro estirado – processo Fourcault


Criação 1902 – operação 1914
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História do vidro plano

Vidro laminado (impresso) 1932

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História do vidro plano

Sir Alister Pilkington – processo float 1959


operação 1962

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Linhas float no mundo e Brasil

China 255
Europa 54
Ásia e Oceania 48
America do Note 38
África e Oriente Médio 28
Rússia e satélites 16
América do Sul 13 -Brasil 10
Índia 9
TOTAL 461
Panorama Vidreiro ABRAVIDRO

Guardian
2 fornos
Saint Gobain
Cebrace AGC
5 fornos NSG 2 fornos

VIVIX
1 forno
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Fluxograma de uma fábrica float

Fábrica da Vivix
Goiana Pe
Set 2014

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Princípio processo float

Tensão superficial
“quer” uma esfera

Peso do líquido
“quer” espalhá-lo ao máximo

6 mm

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Processo float – controle da espessura

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Processo float – controle da espessura

Espessura < 6mm

Espessura > 6mm


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Processo float

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Recozimento
Forno de recozimento (“estenderia; lehr”)

Elimina tensões geradas durante a conformação


(Causadas pelo resfriamento diferenciado)

Vidro fluido
Temperatura

Vidro rígido

Tempo

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Transformação do vidro

O vidro plano pode sofrer transformações posteriores a fim de


melhorar e apresentar novas características:

Resistência mecânica
Segurança
Propriedades óticas

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Resistência Mecânica - conceitos

Frágil (Brittle) = (Baixa resistência ao impacto)


Tenaz (Tough) = (Resistente ao impacto)
Fraco (Fragile) = (Baixa resistência à ruptura)
Duro (Hard) = (Difícil de riscar)
Rígido (Stiff) = (Resistente à deformação elástica)

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Vidro

Frágil (Brittle) = (Baixa resistência ao impacto)


Tenaz (Tough) = (Resistente ao impacto)
Fraco (Fragile) = (Baixa resistência à ruptura)
Duro (Hard) = (Difícil de riscar)
Rígido (Stiff) = (Resistente à deformação elástica)

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Resistência Mecânica

O vidro é “frágil” porem não é “fraco”

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Resistência Mecânica

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Resistência Mecânica

Teórica: 2 000 Kg/mm2


Fibra vidro(max): 1 500 Kg/mm2
Vidro novo: 100 Kg/mm2
Vidro usado: 10 Kg/mm2
Aço: 20 Kg/mm2

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Resistência Mecânica

efeito de entalhes

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Resistência Mecânica - vidro x aço

Limite de resistência vidro

Vidro novo

Limite de resistência aço

Limite de escoamento

Aço

Deformação

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Resistência Mecânica - vidro x aço

Limite de resistência vidro

Vidro usado
Limite de resistência aço

Limite de escoamento

Aço

Deformação

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Resistência Mecânica - vidro x aço

Limite de resistência vidro

Limite de resistência aço

Limite de escoamento

Aço

Deformação

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Quebra do vidro

Para ocorrer a quebra de um vidro é necessário:


Início de trinca (entalhe)

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Quebra do vidro

Para ocorrer a quebra de um vidro é necessário:


Início de trinca (entalhe)
Tensão de Tração

Superfície sob tração:


Evolução da trinca

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Resistência Mecânica: Para aumentar

Proteger superfície
Tempera (compressão na superfície)

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Vidro temperado

Vidro temperado: de 3 a 5 x mais resistente

Superfície sob compressão:


Trinca tem dificuldade de evoluir

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Têmpera

Aplica o princípio:
esfr. rápido Vol  esfr. lento Vol ↓
Para gerar compressão na superfície

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Têmpera

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Forno de Têmpera

Aquecimento homogêneo Tg


Sopro de toda a superfície até núcleo ↓Tg

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Forno de Têmpera

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Tensões em vidro temperado

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Quebra vidro temperado

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Vidro laminado: vidro + pvb

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Processo de laminação

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Quebra vidro laminado

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Laminado + temperado

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Quebra vidro temperado x laminado

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Quebra vidro temperado x laminado

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Vidro laminado estrutural

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

Willis Tower Chicago - Skydeck - 443m

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

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Têmpera e laminação (segurança/estruturais)

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Laminação (cores)

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Outras aplicações de laminados
Transparência controlada

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Outras aplicações de laminados
Transparência controlada

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Outras aplicações de laminados
Transparência controlada - fotocrômicos

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Outras aplicações de laminados
Proteção contra incêndios

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Vidros de controle solar

Intensidade Radiação solar

380 780 Comprimento de onda


ηm (nanômetros)
UV (2%) Luz Visível (47%) Infravermelho (51%)

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http://www.cardinalcorp.com
/products/coated-glass/loe3-
366-glass/
Vidros de controle solar

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Revestimentos superficiais (coatings)

Agregam características importantes. São muito finos

Espessura equivalente a
uma folha de 0,2 mm

Camada de interferencia

Prata ~ 80-90 nm

Camada de interferencia Espessura


equivalente
a 106m de
Vidro altura

4 mm

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Vidros de controle solar

Permitem entrar a radiação luminosa (luz)


Não deixam entrar radiação térmica (calor)
Não deixam entrar o ultravioleta (desbota tecidos)

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Vidros duplos

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Outros exemplos de funcionalidades de
revestimentos superficiais (coatings)

Antibacteriano
Autolimpante

Antirreflexivo Hidrorrepelente 75/77


Impressão jato de tinta

Biblioteca Mario de Andrade – São Paulo


Alex Flemming 2016 76/77
Mauro Akerman
mauro.akerman@gmail.com
Junho 2019
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