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Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Apostila de Análise de Circuitos Elétricos 1

Orientador: Jorge Luis Roel Ortiz


Aluno bolsista: Maycon Moises Antunes

Recurso Educacional Aberto produzido com o fomento do Programa de


Bolsas para o Desenvolvimento de Recursos Educacionais Abertos (PIBEA)
por meio do Programa de Bolsas de Fomento às Ações de Graduação da
UTFPR

Pato Branco
2016
Sumário
1 Método das malhas com apenas fontes independentes de tensão 2

2 Método das malhas com fontes dependentes e independentes de tensão 41

3 Método das malhas com fontes de correntes pertencentes a uma única


malha 57

4 Método das malhas com fontes de correntes entre duas malhas 93

5 Método nodal com apenas fontes independentes de corrente 127

6 Referências bibliográficas 155

1
1 Método das malhas com apenas fontes independen-
tes de tensão
Exemplo 1: Resolver o circuito da Figura 1, utilizando o método das malhas.

Figura 1: Circuito do Exemplo 1

Solução:
1o Passo: O circuito da Figura 1 apresenta duas malhas. Para aplicar o método
define-se uma corrente para cada uma das malhas. Na Figura 2 apresentam-se as correntes
assumidas em cada malha no sentido horário.

Figura 2: Correntes de malhas definidas

2o Passo: É aplicada para cada malha a 2a Lei de Kirchhoff, para obter a equação
que representa o comportamento do circuito.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 1,

2
Figura 3: Resolvendo a malha 1

−15 + v1 + v2 = 0
−15 + 5I1 + 10(I1 − I2 ) = 0
−15 + 5I1 + 10I1 − 10I2 = 0
−15 + 15I1 − 10I2 = 0

15I1 − 10I2 = 15 (1)


Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 2,

Figura 4: Resolvendo a malha 2

v3 + v4 + 45 = 0
10(I2 − I1 ) + 10I2 + 45 = 0
10I2 − 10I1 + 10I2 + 45 = 0
20I2 − 10I1 + 45 = 0

10I1 − 20I2 = 45 (2)


3o Passo: As equações obtidas no passo anterior conformam o sistema de equações
do circuito da Figura 1. As Equações (1) e (2) são reescritas para facilitar.
(
15I1 − 10I2 = 15
10I1 − 20I2 = 45

3
As Equações (1) e (2) também podem ser expressas na forma matricial.
    
15 −10 I1 15
= (3)
10 −20 I2 45
4o Passo: Resolução do sistema de equações para obtenção das correntes nas malhas.
Para resolver o sistema de equações, podem ser utilizados os seguintes métodos: Redução,
substituição, eliminação de Gauss, regra de Cramer, matriz inversa, métodos numéricos
e diversos programas computacionais, como o Matlab, PSpice, MatCad, Maple, entre ou-
tros. Na continuação será apresentada duas formas de solução para o sistema de equações
obtido para o circuito da Figura 1.
1o Método de solução: Método da redução. A partir das Equações (1) e (2):
(
15I1 − 10I2 = 15
10I1 − 20I2 = 45

Fazendo (1)×(−2) resulta em:

−30I1 + 20I2 = −30 (4)


O novo sistema de equações será:
(
−30I1 + 20I2 = −30
10I1 − 20I2 = 45

Somando as Equações (2) e (4) têm-se:

−20I1 = 15
15
I1 = −
20

3
I1 = − A (5)
4
A Equação (5) fornece o valor da corrente na malha 1. Para obter a corrente na malha
2 deve-se substituir a Equação (5) na Equação (1) ou na Equação (2). Substituindo (5)
em (2):
 
3
10 − − 20I2 = 45
4

15
− − 20I2 = 45
2
−15 − 40I2 = 90

40I2 = −105
105
I2 = −
40

4
21
I2 = − A (6)
8
Que fornece o valor da corrente na malha 2.
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir da Equação (3):
    
15 −10 I1 15
=
10 −20 I2 45

∆1
I1 = (7)

∆2
I2 = (8)

Os valores dos determinantes ∆, ∆1 e ∆2 são obtidos de:

15 −10
∆ = = (15)(−20) − (10)(−10) = −200 (9)
10 −20

15 −10
∆1 = = (15)(−20) − (45)(−10) = 150 (10)
45 −20

15 15
∆2 = = (15)(45) − (10)(15) = 525 (11)
10 45
Substituindo (9) e (10) em (7):

150
I1 = −
200

3
I1 = − A (12)
4
Substituindo (9) e (12) em (8):

525
I2 = −
200

21
I2 = − A (13)
8
As Equações (12) e (13) mostram as correntes nas malhas 1 e 2.
5o Passo: Com as correntes de malhas calculadas, retorna-se ao circuito original para
determinar a corrente e tensão em cada elemento do circuito, como mostra a Figura 5.

5
Figura 5: Correntes determinadas

Um circuito equivalente da Figura 5 é mostrado na Figura 6.

Figura 6: Sentido real das correntes

Determinam-se as tensões e correntes no circuito, como é visto na Figura 7.

Figura 7: Circuito resolvido

Para determinar a tensão em cada elemento, utiliza-se a Lei de Ohm: V = RI. Para
encontrar a corrente no resistor central, deve ser feita uma diferença entre as correntes de
malhas. Caso seja feito I2 − I1 , estamos assumindo o sentido da corrente para baixo no
resistor, ou seja, a corrente maior é I2 . Caso contrário, I1 − I2 , está sendo suposto que o
sentido da corrente no resistor está para cima (a corrente maior é I1 ) e será encontrado
um resultado negativo, implicando que o sentido real da corrente é para baixo.
6o Passo: Comprovação dos resultados.

6
1o Método de comprovação: Leis de Kirchhoff. Para garantir que os resultados
estão corretos, pode ser feita uma análise através da 2a Lei de Kirchhoff nas malhas do
circuito da Figura 1. Para isto, considera-se o circuito da Figura 7, o qual demonstra as
correntes e tensões encontradas.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff para a malha 1, obtêm-se a seguinte equação:
X
V =0

15 75
−15 − + =0
4 4
75 75
− + =0
4 4
Agora, aplicando a 2a Lei de Kirchhoff a malha 2, monta-se a equação abaixo:
X
V =0

75 105
− − + 45 = 0
4 4
−45 + 45 = 0

Assim, pode-se afirmar que o sistema foi resolvido corretamente. Também é possı́vel
verificar se as correntes obtidas estão corretas pela 1a Lei de Kirchhoff: A somatória das
correntes em um nó devem ser zero, ou seja, as correntes que entram em um nó, devem
ser as mesmas que saem do mesmo nó1 :
X
I=0

Ou

IEntrada + ISaida = 0

No caso das correntes da Figura 7:


21 15 3
− − =0
8 8 4
21 21
− =0
8 8
2o Método de comprovação: Teorema de Tellegen. O Teorema de Tellegen
prova que o somatório de potências instantâneas do circuito será zero, ou seja, a potência
consumida pelo circuito é igual a potência gerada pelo mesmo. Assim, somando a potência
dos consumidores com a potência dos geradores2 , deve-se obter zero como resultado (em
circuitos ideais, desconsiderando perdas por Efeito Joule, resistência interna da fonte,
indutância dos resistores, entre outros efeitos). O Teorema de Tellegen estabelece que:
X
P =0

Ou

7
PGerada + PConsumida = 0

Desse modo, a partir das equações básicas de potência3 e as informações da Figura 7:


     2  2  2
21 3 3 15 21
−45 + 15 +5 + 10 + 10 =0
8 4 4 8 8

−118, 125 + 118, 125 = 0

[1] Por convenção, correntes que entram em um nó são positivas e correntes que saem de um nó são
negativas.
[2] A convenção utilizada será potência positiva para consumidores e potência negativa para geradores.
Segundo as referências adotadas, a potência será positiva quando a corrente entra pelo terminal de maior
potencial (+). A potência será negativa quando a corrente entra pelo terminal de menor potencial (-).
Pode se notar que no circuito da Figura 7 que a fonte de 45V atua como um gerador e a fonte de 15V
atua como um consumidor, neste caso pode se dizer que a fonte de 45V está carregando a fonte de 15V.
[3] P = V I para as fontes e P = RI 2 para os resistores.

Exemplo 2: Para o circuito da Figura 8, encontre as correntes I1 , I2 e I3 usando o


método das malhas.

Figura 8: Circuito do Exemplo 2

Solução:
1o Passo: O circuito da Figura 8 possui duas malhas. Define-se uma corrente para
cada malha. A Figura 9 representa o circuito com as correntes definidas no sentido horário,
mas as correntes podem também ser definidas no sentido anti-horário:

8
Figura 9: Correntes definidas do Exemplo 2

2o Passo: Aplica-se a 2a Lei de Kirchhoff nas malhas do circuito para obter o sistema
resultante.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 1:

Figura 10: Resolvendo a primeira malha

−15 + v1 + v2 + 10 = 0
−15 + 5i1 + 10(i1 − i2 ) + 10 = 0
−15 + 5i1 + 10i1 − 10i2 + 10 = 0
−5 + 15i1 − 10i2 = 0
15i1 − 10i2 = 5

A equação resultante pode ser dividida por 5 para simplificação dos cálculos:

3i1 − 2i2 = 1 (14)

Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 2:

9
Figura 11: Resolvendo a segunda malha

−10 + v3 + v4 + v5 = 0
−10 + 10(i2 − i1 ) + 6i2 + 4i2 = 0
−10 + 10i2 − 10i1 + 6i2 + 4i2 = 0
−10 + 20i2 − 10i1 = 0
−10i1 + 20i2 = 10

Esta equação pode ser dividida por 10 para simplificação:

−i1 + 2i2 = 1 (15)

3o Passo: Montar o sistema de equações do circuito da Figura 8. O sistema pode ser


escrito como:
(
3i1 − 2i2 = 1
−i1 + 2i2 = 1

As Equações (14) e (15) também podem ser representadas por um matriz:


    
3 −2 i1 1
=
−1 2 i2 1

4o Passo: Resolução do sistema de equações para a obtenção de i1 e i2 que, por


consequência, permitirão encontrar I1 , I2 e I3 .
1o Método de solução: Método da substituição. A partir do sistema linear
obtido, pode-se isolar uma incógnita em uma das equações e substituı́-la na outra equação
para encontrar o seu valor.
Da Equação (15):

−i1 + 2i2 = 1
−i1 = 1 − 2i2

i1 = 2i2 − 1 (16)
Substituindo (16) em (14), obtêm-se:

10
3(2i2 − 1) − 2i2 = 1
6i2 − 3 − 2i2 = 1
4i2 = 4

i2 = 1A (17)
Com o valor de i2 encontrado, substitui-se o resultado na Equação (16) para encontrar
i1 :

i1 = 2(1) − 1

i1 = 1A (18)
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir da matriz que representa o
modelo matemático do circuito da Figura 8 calcula-se i1 e i2 pelas razões:
∆1
i1 = (19)

∆2
i2 = (20)

Onde ∆, ∆1 e ∆2 são calculados pelos determinantes:

3 −2
∆= = (3)(2) − (−2)(−1) = 4 (21)
−1 2

1 −2
∆1 = = (1)(2) − (−2)(1) = 4 (22)
1 2

3 1
∆2 = = (3)(1) − (1)(−1) = 4 (23)
−1 1
Substituindo (21) e (22) em (19):

i1 = 1A (24)
De (21) e (23) em (20):

i2 = 1A (25)
Analisando a Figura 9, percebe-se que I1 = i1 e I2 = i2 pois as correntes compartilham
os mesmos ramos. Já, I3 é uma soma de I1 e I2 . Pela 1a Lei de Kirchhoff:

I1 = I2 + I3

I3 = I1 − I2 (26)
Aplicando os valores encontrados de I1 e I2 em (26):

I3 = 0A (27)
5o Passo: Com as correntes determinadas, retorna-se ao circuito original para encon-
trar as correntes e tensões em cada elemento para poder comprovar os resultados obtidos.
O circuito equivalente é visto na Figura 12.

11
Figura 12: Correntes encontradas

Determinam-se as tensões nos resistores a partir da Lei de Ohm e as correntes nos


elementos, como indica a Figura 13.

Figura 13: Circuito resolvido

Como I3 = 0A, não há tensão no resistor de 10Ω e não há corrente na fonte de 10V,
então, este ramo do circuito pode ser representado por um circuito aberto.
6o Passo: Comprovação dos resultados.
1o Método de comprovação: Leis de Kirchhoff. Através do valores encontrados
de tensões, monta-se a equação da malha 1 e malha 2 do circuito para verificar se o circuito
respeita a 2a Lei de Kirchhoff com os valores obtidos.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 1:
X
V =0
−15 + 5 + 0 + 10 = 0
−10 + 10 = 0

Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 2:

12
X
V =0
−10 − 0 + 6 + 4 = 0
−10 + 10 = 0

As duas equações obedecem a lei das tensões de Kirchhoff, indicando que o circuito
foi resolvido corretamente. Pode-se também verificar se as correntes nos nós obedecem a
1a Lei de Kirchhoff:
X
I=0

Ou

IEntrada + ISaida = 0
1−1−0=0

2o Método de comprovação: Teorema de Tellegen. Realiza-se o balanço de


potências do circuito para confirmar que a potência consumida é a mesma que a potência
gerada. Como não há tensão no resistor de 10Ω, ele não irá consumir potência; a fonte
de 10V também não consome ou gera potência pois não há corrente circulando por ela.
Então, estes dois elementos não entrarão no cálculo.
X
P =0

Ou

PGerada + PConsumida = 0

Substituindo os valores de tensões e correntes obtidos:

−15(1) + 5(1)2 + 6(1)2 + 4(1)2 = 0


−15 + 15 = 0

Exemplo 3: Considere o circuito da Figura 14. Determine a potência fornecida pela


fonte de 2V.

Figura 14: Circuito do Exemplo 3

Solução:
1o Passo: Define-se para cada malha do circuito uma corrente em qualquer sentido,
de acordo com a Figura 15.

13
Figura 15: Correntes definidas do Exemplo 3

2o Passo: A partir da 2a Lei de Kirchhoff, monta-se as equações de cada malha para


se obter o modelo matemático do circuito.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 1:

Figura 16: Resolvendo a primeira malha

−5 + v1 + v2 − 2 = 0
−7 + 4I1 + 2(I1 − I2 ) = 0
−7 + 4I1 + 2I1 − 2I2 = 0
−7 + 6I1 − 2I2 = 0

6I1 − 2I2 = 7 (28)


Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na malha 2:

14
Figura 17: Resolvendo a segunda malha

2 + v3 + v4 + 1 = 0
3 + 2(I2 − I1 ) + 5I2 = 0
3 + 2I2 − 2I1 + 5I2 = 0
3 − 2I1 + 7I2 = 0
−2I1 + 7I2 = −3 (29)
3o Passo: Monta-se o sistema de equações do circuito proposto.
(
6I1 − 2I2 = 7
−2I1 + 7I2 = −3
Ou na forma matricial:
    
6 −2 I1 7
=
−2 7 I2 −3
4o Passo: Resolver o sistema linear utilizando os vários métodos apresentados.
1o Método de solução: Método da substituição. Partindo de (28), isola-se uma
das correntes:
6I1 − 2I2 = 7
6I1 
= 2I2 + 7
2 7
I1 = I2 +
6 6
 
1 7
I1 = I2 + (30)
3 6
Substituindo (30) em (29):

−2I1 + 7I 2 = −3
1 7
−2 I2 + + 7I2 = −3
  3 6
2 14
− I2 − + 7I2 = −3
3  6
2 7
− I2 + 7I2 = − 3
3  3
19 2
I2 = −
3 3

15
2
I2 = − A (31)
19
Aplicando este valor obtido na Equação (30):
 
1 7
I1 = I2 +
 3 6
1 2 7
I1 = − +
3 19 6
2 7
I1 = − +
57 6

43
I1 = A (32)
38
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir do modelo matricial do
sistema, encontra-se I1 e I2 pelas fórmulas:
∆1
I1 = (33)

∆2
I2 = (34)

Onde ∆, ∆1 e ∆2 são calculados pelos determinantes:

6 −2
∆= = (6)(7) − (−2)(−2) = 38 (35)
−2 7

7 −2
∆1 = = (7)(7) − (−2)(−3) = 43 (36)
−3 7

6 7
∆2 = = (6)(−3) − (7)(−2) = −4 (37)
−2 −3
Substituindo (35) e (36) em (33):

43
I1 = A (38)
38
De (35) e (37) em (34):

4 2
I2 = − =− A (39)
38 19
O circuito equivalente com as correntes determinadas é mostrado na Figura 18.

16
Figura 18: Circuito equivalente

5o Passo: Com as correntes calculadas, retorna-se ao circuito original para calcular as


tensões e correntes resultantes nos elementos. O circuito equivalente é dado pela Figura
19.

Figura 19: Circuito resolvido

6o Passo: Comprovação dos resultados. Pode ser comprovada a validez dos


resultados a partir das leis de Kirchhoff e o Teorema de Tellegen.
1o Método de comprovação: Leis de Kirchhoff. A partir dos resultados exibidos
na Figura 19, monta-se as equações de malhas do circuito.
Na malha 1:
X
V =0

86 47
−5 + + −2=0
19 19
−7 + 7 = 0

Verificando a segunda malha:


X
V =0

47 10
2− − +1=0
19 19
3−3=0

17
Montando a equação de correntes (1a Lei de Kirchhoff):
X
I=0

43 2 47
+ − =0
38 19 38
47 47
− =0
38 38
2o Método de comprovação: Teorema de Tellegen. Nota-se na Figura 19 que
todas as fontes estão operando como geradoras, ou seja, todas terão potências negativas.
X
P =0
       2  2  2
43 47 2 43 47 2
−5 −2 −1 +4 +2 +5 =0
38 38 19 38 38 19
313 313
− + =0
38 38
Para encontrar a potência fornecida pela fonte de 2V, é necessário saber qual a corrente
que circula no ramo central do circuito, que é dada pela diferença entre I1 e I2 :
 
43 2 47
I2V = I1 − I2 ⇒ I2V = − − ⇒ I2V = A
38 19 38
Calcula-se a potência da fonte através de:
 
47 47
P =VI ⇒P =2 ⇒ P = W
38 19
Exemplo 4: Utilize o método das malhas para encontrar Vo no circuito da Figura
20.

Figura 20: Circuito do Exemplo 4

Solução:
1o Passo: A tensão Vo é a tensão no resistor de 6kΩ. Para encontrá-la, é preciso
calcular a corrente que circula por ele. Então, a partir do método das malhas, define-se
duas correntes, como mostra a Figura 21.

18
Figura 21: Circuito do Exemplo 4

2o Passo: Aplica-se a 2a Lei de Kirchhoff nas duas malhas para montar seu modelo
matemático.
A partir da primeira malha:

Figura 22: Resolvendo a malha 1

3 + v1 + v2 + v3 = 0
3 + 2kI1 + 4kI1 + 2k(I1 − I2 ) = 0
3 + 6kI1 + 2kI1 − 2kI2 = 0
3 + 8kI1 − 2kI2 = 0

8kI1 − 2kI2 = −3 (40)


Equacionando a segunda malha:

19
Figura 23: Resolvendo a malha 2

−3 + v4 − 6 + v5 = 0
−9 + 2k(I2 − I1 ) + 6kI2 = 0
−9 + 2kI2 − 2kI1 + 6kI2 = 0
−9 − 2kI1 + 8kI2 = 0

−2kI1 + 8kI2 = 9 (41)


3o Passo: Montar o sistema de equações que representa o comportamento do circuito.
(
8kI1 − 2kI2 = −3
−2kI1 + 8kI2 = 9

Ou na forma matricial:
    
8k −2k I1 −3
=
−2k 8k I2 9

4o Passo: Resolver o sistema de equações pelo método desejado.


1o Método de solução: Método da substituição. Partindo da Equação (40):

8kI1 − 2kI2 = −3
8kI1 = 2kI2 − 3
 
1 3
I1 = I2 − (42)
4 8k
Substituindo (42) em (41):

−2kI1 + 8kI2=9
1 3
−2k I2 − + 8kI2 = 9
4 8k
3
−500I2 + + 8kI2 = 9
4
33
7, 5kI2 =
4

20
11
I2 = = 1, 1mA (43)
10000
Obs: Neste ponto, o problema já está resolvido, visto que Vo = 6kI2 . Porém, todos
os exercı́cios seguirão o mesmo padrão de resolver por completo o circuito e comprovar os
resultados obtidos.
Utilizando o valor de I2 na Equação (42):
 
1 3
I1 = I2 −
  4 8k
1 11 3
I1 = −
4 10000 8k
11 3
I1 = −
40000 8k

1
I1 = − = −0, 1mA (44)
10k
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir da matriz do sistema linear,
calcula-se I1 e I2 pelas seguinte equações:
∆1
I1 = (45)

∆2
I2 = (46)

Onde ∆, ∆1 e ∆2 são calculados a partir dos seguintes determinantes:

8k −2k
∆ = = (8k)(8k) − (−2k)(−2k) = 60M (47)
−2k 8k

−3 −2k
∆1 = = (−3)(8k) − (9)(−2k) = −6k (48)
9 8k

8k −3
∆2 = = (8k)(9) − (−3)(−2k) = −66k (49)
−2k 9
Substituindo (47) e (48) em (45):

6k
I1 = − = −0, 1mA (50)
60M
De (47) e (49) em (46):

66k
I2 = = 1, 1mA (51)
60M
5o Passo: Calcular a tensão e corrente em cada elemento do circuito. O circuito
equivalente é dado pela Figura 24.

21
Figura 24: Circuito equivalente

Aplica-se agora a Lei de Ohm para encontrar a tensão equivalente em cada resistor.
Nota-se que a corrente no resistor central é dada pela soma das duas correntes, até que
elas chegam em um nó e separam-se. Então, o circuito resolvido será:

Figura 25: Circuito resolvido

6o Passo: Comprovação dos resultados. Através das Leis de Kirchhoff e o Teo-


rema de Tellegen, verifica-se se as correntes e tensões encontradas estão corretas.
1o Método de comprovação: Leis de Kirchhoff. Utilizando a lei das tensões de
Kirchhoff, analisa-se as malhas.
Na primeira malha:
X
V =0

−3 + 2, 4 + 0, 4 + 0, 2 = 0

−3 + 3 = 0

Na segunda malha:
X
V =0

−3 + 2, 4 − 6 + 6, 6 = 0

−0, 6 + 0, 6 = 0

Montando a equação de correntes (1a Lei de Kirchhoff):

22
X
I=0

1, 2m − 0, 1m − 1, 1m = 0

1, 2m − 1, 2m = 0

2o Método de comprovação: Teorema de Tellegen. Encontra-se a potência


individual dos elementos, obedecendo a convenção adotada:
X
P =0

−3(1, 2m) − 6(1, 1m) + 2k(0, 1m)2 + 4k(0, 1m)2 + 2k(1, 2m)2 + 6k(1, 1m)2 = 0

−10, 2m + 10, 2m = 0

Vo é a tensão no resistor de 6kΩ, obedecendo a referência de sinais que foi dada no


exercı́cio.

Vo = 6kI2 ⇒ Vo = 6k1, 1m ⇒ Vo = 6, 6V

Exemplo 5: a) Utilize o método das correntes de malhas para encontrar a potência


fornecida ou consumida pelas fontes de tensão do circuito da Figura 26.
b) Calcule a tensão vo no resistor de 8Ω.

Figura 26: Circuito do Exemplo 5

Solução:
Define-se em qualquer sentido uma corrente para cada malha, como pode ser visto na
Figura 27.

23
Figura 27: Correntes definidas

Montam-se as equações das malhas através da 2a Lei de Kirchhoff.


Aplicando a lei das tensões na primeira malha:

Figura 28: Resolvendo a primeira malha

−40 + v1 + v2 = 0
−40 + 2I1 + 8(I1 − I2 ) = 0
−40 + 2I1 + 8I1 − 8I2 = 0
−40 + 10I1 − 8I2 = 0

10I1 − 8I2 = 40 (52)


Partindo para a segunda malha:

24
Figura 29: Resolvendo a segunda malha

v3 + v4 + v5 = 0
8(I2 − I1 ) + 6I2 + 6(I2 − I3 ) = 0
8I2 − 8I1 + 6I2 + 6I2 − 6I3 = 0

−8I1 + 20I2 − 6I3 = 0 (53)


Equacionando a terceira malha:

Figura 30: Resolvendo a terceira malha

20 + v6 + v7 = 0
20 + 6(I3 − I2 ) + 4I3 = 0
20 + 6I3 − 6I2 + 4I3 = 0
−6I2 + 10I3 + 20 = 0

−6I2 + 10I3 = −20 (54)


Agora, monta-se o sistema linear a partir das equações obtidas.

10I1 − 8I2 = 40

−8I1 + 20I2 − 6I3 = 0

−6I2 + 10I3 = −20

Ou na forma de matriz:

25
    
10 −8 0 I1 40
−8 20 −6 I2  =  0 
0 −6 10 I3 −20

Agora aplica-se os métodos vistos até agora para resolver o sistema de equações.
1o Método de solução: Método da substituição. Este método também pode
ser utilizado em sistemas maiores, pois é uma forma relativamente rápida de encontrar os
valores desejados. Para aplicar corretamente esta forma de resolução, todas as equações
devem estar em função de uma incógnita. Então, partindo da Equação (52), isola-se I1 :

10I1 − 8I2 = 40
10I1 = 8I2 + 40
 
4
I1 = I2 + 4 (55)
5
Agora, isolando I3 a Equação (54):

−6I2 + 10I3 = −20


10I3 = 6I2 − 20
 
3
I3 = I2 − 2 (56)
5
Substituindo (55) e (56) em (53):

 −8I1 + 20I2 − 6I3 = 0 


4 3
−8 I2 + 4 + 20I2 − 6 I2 − 2 = 0
5   5
32 18
−32 − I2 + 20I2 − I2 + 12 = 0
5   5
50
− I2 + 20I2 = 20
5
10I2 = 20

I2 = 2A (57)
Para encontrar as outras correntes, aplica-se (57) em (55)
 
4
I1 = I2 + 4
5 
4
I1 = 2+4
5
8
I1 = + 4
5

I1 = 5, 6A (58)
E em (56):

26
 
3
I3 = I2 − 2
5 
3
I3 = 2−2
5
6
I3 = − 2
5

I3 = −0, 8A (59)
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir da matriz do sistema,
encontra-se I1 , I2 e I3 pelas fórmulas:
∆1
I1 = (60)

∆2
I2 = (61)

∆3
I3 = (62)

Onde ∆, ∆1 , ∆2 e ∆3 são calculados pelos determinantes:

10 −8 0

∆ = −8 20 −6 = 2000 − 360 − 640 = 1000 (63)
0 −6 10

40 −8 0

∆1 = 0 20 −6 = 8000 − 1440 − 960 = 5600 (64)
−20 −6 10

10 40 0

∆2 = −8 0 −6 = 3200 − 1200 = 2000 (65)
0 −20 10

10 −8 40

∆3 = −8 20 0 = 1280 + 1920 − 4000 = −800 (66)
0 −6 −20
Então, substituindo (63) e (64) em (60):

I1 = 5, 6A (67)
De (63) e (65) em (61), obtêm-se:

I2 = 2A (68)
E a partir de (63) e (66) em (62):

I3 = −0, 8A (69)
A Figura 31 mostra o circuito com as correntes encontradas.

27
Figura 31: Correntes encontradas

a) Ambas as fontes estão gerando energia, pois a corrente está entrando no terminal
negativo, então:

P40V = −40(5, 6) ⇒ P40V = −224W


P20V = −20(0, 8) ⇒ P20V = −16W

b) A tensão no resistor é dada por:

vo = 8(i1 − i2 ) ⇒ vo = 8(3, 6) ⇒ vo = 28, 8V

Daqui em diante, a comprovação dos resultados poderá ser feita pelo leitor como
exercı́cio.
Exemplo 6: Utilize o método das malhas no circuito da Figura 32 para encontrar:
a) A potência fornecida pela fonte.
b) A potência dissipada no resistor de 8Ω

Figura 32: Circuito do Exemplo 6

Define-se as correntes de malhas no circuito no sentido desejado, como mostra a Figura


33.

28
Figura 33: Correntes definidas

Montam-se as equações das malhas dos circuitos a partir da lei das tensões de Kir-
chhoff.
Aplicando a 2a Lei de Kirchhoff na primeira malha:

Figura 34: Resolvendo a primeira malha

−80 + v1 + v2 = 0
−80 + 5(I1 − I3 ) + 26(I1 − I2 ) = 0
−80 + 5I1 − 5I3 + 26I1 − 26I2 = 0
−80 + 31I1 − 26I2 − 5I3 = 0

31I1 − 26I2 − 5I3 = 80 (70)


Na segunda malha obtêm-se:

29
Figura 35: Resolvendo a segunda malha

v3 + v4 + v5 = 0
26(I2 − I1 ) + 90(I2 − I3 ) + 8I2 = 0
26I2 − 26I1 + 90I2 − 90I3 + 8I2 = 0

−26I1 + 124I2 − 90I3 = 0 (71)


Para a terceira malha do circuito, faz-se:

Figura 36: Resolvendo a terceira malha

v6 + v7 + v8 = 0
5(I3 − I1 ) + 30I3 + 90(I3 − I2 ) = 0
5I3 − 5I1 + 30I3 + 90I3 − 90I2 = 0

−5I1 − 90I2 + 125I3 = 0 (72)


Montando o sistema de equações a partir do modelo obtido do circuito:

31I1 − 26I2 − 5I3 = 80

−26I1 + 124I2 − 90I3 = 0

−5I1 − 90I2 + 125I3 = 0

Ou:

30
    
31 −26 −5 I1 80
−26 124 −90 I2  =  0 
−5 −90 125 I3 0

1o Método de solução: Eliminação de Gauss. O método da substituição não


é aplicável nesta situação, não é possı́vel colocar todas as equações em função de uma
variável. A partir do escalonamento/eliminação de Gauss, são feitas operações elementares
nas linhas da matriz do sistema de modo que os valores abaixo da diagonal principal da
matriz sejam nulos. Então:
    
31 −26 −5 I1 80
−26 124 −90 I2  =  0  ⇒ 26 L1 + L2
31
−5 −90 125 I3 0
    
31 −26 −5 I1 80
 0 3168 − 2920  I2  =  2080  ⇒ 5 L1 + L3
31 31 31
31
−5 −90 125 I3 0
    
31 −26 −5 I1 80
0 3168
− 2920  I2  =  2080  ⇒ 2920 L2 + L3
31 31 31
3168
0 − 2920
31
3850
31
I3
400
31
    
31 −26 −5 I1 80
 0 3168 − 2920  I2  =  2080 
31 31 31
3700 7400
0 0 99
I3 99

Desta matriz observa-se na terceira linha que:


 
3700 7400
I3 =
99 99

I3 = 2A (73)
Na segunda linha da matriz escalonada tem-se:
   
3168 2920
I2 − I3 = 0 (74)
31 31
Substituindo (73) em (74):
   
3168 2920
I2 = 2
99 31

I2 = 2, 5A (75)
Na primeira linha da matriz resolvida, observa-se que:

31I1 − 26I2 − 5I3 = 80 (76)


Substituindo (73) e (75) em (76):

31I1 − 26(2, 5) − 5(2) = 80

31
I1 = 5A (77)
2o Método de solução: Regra de Cramer. A partir da matriz original do sistema,
encontra-se I1 , I2 e I3 pelas fórmulas:
∆1
I1 = (78)

∆2
I2 = (79)

∆3
I3 = (80)

Onde ∆, ∆1 , ∆2 e ∆3 são calculados pelos determinantes:


31 −26 −5

∆ = −26 124 −90 = 480500−11700−11700−84500−251100−3100 = 118400 (81)
−5 −90 125

80 −26 −5

∆1 = 0 124 −90 = 1240000 − 648000 = 592000 (82)
0 −90 125

31 80 −5

∆2 = −26 0 −90 = 260000 + 36000 = 296000 (83)
−5 0 125

31 −26 80

∆3 = −26 124 0 = 187200 + 49600 = 236800 (84)
−5 −90 0
Então, substituindo (81) e (82) em (78):

I1 = 5A (85)
De (81) e (83) em (79), obtêm-se:

I2 = 2, 5A (86)
E a partir de (81) e (84) em (80):

I3 = 2A (87)
a) A potência da fonte é dada por:

P = V I ⇒ P = 80(5) ⇒ P = 400W

b) A potência dissipada no resistor será dada por:

P = RI 2 ⇒ P = 8(2, 5)2 ⇒ P = 50W

32
Exemplo 7: Determinar, pelo método das malhas, as correntes no circuito da Figura
37.

Figura 37: Circuito do Exemplo 7

As correntes já foram dadas no exercı́cio, apenas monta-se as equações de malhas.


São, então, montadas as equações de malha do circuito. Na primeira malha obtêm-se:

−7 + 1(i1 − i2 ) + 6 + 2(i1 − i2 ) = 0
−1 + i1 − i2 + 2i1 − 2i2 = 0

3i1 − i2 − 2i3 = 1

Equacionando a segunda malha:

1(i2 − i1 ) + 2i2 + 3(i2 − i3 ) = 0


i2 − i1 + 2i2 + 3i2 − 3i3 = 0

−i1 + 6i2 − 3i3 = 0

Para a terceira malha:

2(i3 − i1 ) − 6 + 3(i3 − i2 ) + 1i3 = 0


2i3 − 2i1 + 3i3 − 3i2 + i3 = 6

−2i1 − 3i2 + 6i3 = 6

Daqui em diante, o leitor deverá aplicar os métodos apresentados para resolver os


sistemas desta e das próximas questões.
Resposta:

i1 = 3A
i2 = 2A
i3 = 3A

Exemplo 8: Encontre Vo no circuito da Figura 38 utilizando a análise de malhas.

33
Figura 38: Circuito do Exemplo 8

As correntes de malha são definidas como mostra a Figura 39.

Figura 39: Correntes definidas

Analisando a primeira malha obtêm-se:


−2 + 2kI1 + 3kI1 + 4k(I1 − I2 ) + 3k(I2 − I3 ) = 0
5kI1 + 4kI1 − 4kI2 + 3kI2 − 3kI3 = 2
12kI1 − 4kI2 − 3kI3 = 2
Equacionando a segunda malha:
−12 + 4k(I2 − I1 ) + 4kI2 + 6k(I2 − I3 ) = 0
4kI2 − 4kI1 + 4kI2 + 6kI2 − 6kI3 = 12
−4kI1 + 14kI2 − 6kI3 = 12
Para a última malha:
−8 + 3k(I3 − I1 ) + 6k(I3 − I2 ) + 6kI3 = 0
3kI3 − 3kI1 + 6kI3 − 6kI2 + 6kI3 = 8
−3kI1 − 6kI2 − 15kI3 = 8
Resposta = 8,96V

34
Exemplo 9: Calcule a diferença de potencial entre os nós A e B do circuito da Figura
40 pelo método das correntes nas malhas.

Figura 40: Circuito do Exemplo 9

Definindo as correntes de malhas:

Figura 41: Correntes definidas

Equacionando a 1a malha:

−2 + 2(I1 − I3 ) − 5 + 1(I1 − I2 ) = 0
−7 + 2I1 − 2I3 + I1 − I2 = 0

3I1 − I2 − 2I3 = 7

Na segunda malha:

10 + 1(I2 − I1 ) + 8 + 3(I2 − I3 ) = 0
18 + I2 − I1 + 3I2 − 3I3 = 0

−I1 + 4I2 − 3I3 = −18

Para a terceira malha:

35
−8 + 5 + 2(I3 − I1 ) + 4I3 − 20 + 3(I3 − I2 ) = 0
−23 + 2I3 − 2I1 + 4I3 + 3I3 − 3I2 = 0

−2I1 − 3I2 + 9I3 = 23

Resposta: VAB = -3,14V

Exemplo 10: Calcule a potência absorvida pelo resistor de 3Ω no circuito da Figura


XX pelo método das correntes nas malhas.

Figura 42: Circuito do Exemplo 10

Solução: Ao se tratar de circuitos espaciais (resistência de 3Ω que cruza por cima


da resistência de 1Ω), deve-se transformar o esquema em um circuito plano. Para isso, o
ramo entre os nós A e C é deslocado à esquerda, resultando no circuito da Figura 43.

Figura 43: Circuito redesenhado

Ao aplicar o método das malhas, obtêm-se na malha 1:

4 + 2(I1 − I3 ) + 3I1 = 0
4 + 2I1 − 2I3 + 3I1 = 0

5I1 − 2I3 = −4

Na malha 2 monta-se a seguinte equação:

36
−4 + 2I2 + 1(I2 − I3 ) = 0
−4 + 2I2 + I2 − I3 = 0

3I2 − I3 = 4

Por fim, na terceira malha:

10 + 2(I3 − I1 ) + 1(I3 − I2 ) = 0
10 + 2I3 − 2I1 + I3 − I2 = 0

−2I1 − I2 + 3I3 = −10

A resolução do sistema de equações deverá ser feita pelo leitor.


Resposta: P = 27W

Exemplo 11: Calcule o valor da resistência R do circuito mostrado na Figura 44 de


modo que a corrente i seja nula.(Obs: Utilizar o método das malhas)

Figura 44: Circuito do Exemplo 11

Solução:
Primeiramente define-se as correntes de malhas no circuito, como mostra a Figura 45.

Figura 45: Correntes definidas

Para i ser zero, o resistor de 3Ω não deve possuir queda de tensão. Também monta-se
uma equação de restrição para o circuito, dada por:

37
i − I3 + I2 = 0 ⇒ i = I3 − I2 = 0
Agora, monta-se as equações de malhas com base nestas premissas. Para a malha 1:
−12 + 2I1 + 4(I1 − I2 ) + R(I1 − I3 ) = 0
−12 + 2I1 + 4I1 − 4I2 + RI1 − RI3 = 0
(R + 6)I1 − 4I2 − RI3 = 12

Para a malha 2:
2 + 4(I2 − I1 ) + 6I2 + 3(I2 − I3 ) = 0
2 + 4I2 − 4I1 + 6I2 + 3I2 − 3I3 = 0
−4I1 + 13I2 − 3I3 = −2
Na malha 3:
−2 + 3(I3 − I2 ) + 8I3 + R(I3 − I1 ) = 0
−2 + +3I3 − 3I2 + 8I3 + RI3 − RI1 = 0
−RI1 − 3I2 + (R + 11)I3 = 2

Obs: Não é necessário saber o valor de I1 para encontrar o valor de R. A restrição


refere-se apenas à I2 e I3 , então encontram-se estas correntes em função de R.
Dica: Utilize a Regra de Cramer.
Resposta: R = 1,923Ω

Exemplo 12: Calcular a intensidade da corrente i do circuito da Figura 46 pelo


método das malhas.

Figura 46: Circuito do Exemplo 12

Solução:
Antes de definir as correntes em um circuito, é sempre importante verificar se é possı́vel
reduzi-lo para que possa simplificar os cálculos posteriores. Neste caso, é possı́vel fazer
duas reduções:
1) A fonte de corrente com seu resistor em paralelo pode ser transformada em uma
fonte de tensão com o resistor agora em série através de:

38
V = RI ⇒ V = 0, 5(1) ⇒ V = 0, 5V

2) O resistor de 1Ω em paralelo com a fonte de tensão pode ser descartado do circuito,


pois não haverá variação de tensão no resistor, ele está fixado a 2V.
Após levar em conta estas considerações, o circuito reduzido será:

Figura 47: Circuito do Exemplo 12 simplificado

Equacionando o circuito, na primeira malha é obtido:

2I1 + 1(I1 − I3 ) + 1(I1 − I2 ) = 0


2I1 + I1 − I3 + I1 − I2 = 0

4I1 − I2 − I3 = 0

Na segunda malha é obtida a seguinte equação:

−2 + 0, 5I2 + 1(I2 − I1 ) + 0, 5(I2 − I3 ) + 0, 5 = 0


−1, 5 + 0, 5I2 + I2 − I1 + 0, 5I2 − 0, 5I3 = 0

−I1 + 2I2 − 0, 5I3 = 1, 5

Na terceira malha obtêm-se:

2 − 0, 5 + 0, 5(I3 − I2 ) + 1(I3 − I1 ) = 0
1, 5 + 0, 5I3 − 0, 5I2 + I3 − I1 = 0

−I1 − 0, 5I2 + 1, 5I3 = −1, 5

A resolução do sistema linear e obtenção da equação que descreve i devem ser feitas
pelo leitor para fixação.
15
Resposta: i = = 0, 577A
26

39
Exemplo 13: Determinar o valor de Eo no circuito da Figura 48.

Figura 48: Circuito do Exemplo 13

Solução:
É possı́vel planificar o circuito para uma análise mais fácil. Observando a partir da
referência Topo, pode-se rotacionar o circuito para uma visão superior, como mostra a
Figura 49.

Figura 49: Circuito do Exemplo 13 com vista superior

Com uma visão mais clara, foram definidas as correntes de malhas e agora aplica-se a
a
2 Lei de Kirchhoff. Resolvendo a malha 1:

E + 2(I1 − I3 ) + 2I1 + 2(I1 − I2 ) = 0


E + 2I1 − 2I3 + 2I1 + 2I1 − 2I2 = 0

6I1 − 2I2 − 3I3 = −E

Equacionando a malha 2:

−E + 2(I2 − I1 ) + 2I2 + 2I2 = 0


−E + 2I2 − 2I1 + 4I2 = 0

−2I1 + 6I2 = E

Modelando a terceira malha:

40
−E + 2I3 − 3E + 2I3 + 2(I3 − I1 ) = 0
−4E + 4I3 + 2I3 − 2I1 = 0

−2I1 + 6I3 = 4E

A resolução das equações fica como exercı́cio.


Dica: Adote um sinal de referência para Eo .
6
Resposta: Eo = E
7

2 Método das malhas com fontes dependentes e in-


dependentes de tensão

Exemplo 14: Determine i1 no circuito da Figura 50.

Figura 50: Circuito do Exemplo 14

Solução:
Circuitos com fontes dependentes, ou controladas, dependem de algum parâmetro do
circuito: a tensão em um nó ou elemento; ou a corrente em um ramo. Esse parâmetro
sempre será apontado no circuito quando se trabalha com fontes dependentes. Neste caso,
a fonte depende do parâmetro corrente i1 e irá quadruplicar seu valor. O resultado obtido
será o valor de tensão de saı́da da fonte.
Para resolver o circuito, define-se como nos exemplos anteriores, as correntes de malha:

41
Figura 51: Definidas as correntes do Exemplo 14

Então, equacionando a primeira malha:


3 + 4(i1 − i2 ) + 2i1 = 0
3 + 4i1 − 4i2 + 2i1 = 0
6i1 − 4i2 = −3
Para equacionar a segunda malha, deve-se ter cuidado com a fonte de tensão. Ela está
gerando uma tensão de 4i1 e deverá ser adicionada desse modo na equação:
−5 − 4i1 + 4(i2 − i1 ) + 4i2 = 0
−5 − 4i1 + 4i2 − 4i1 + 4i2 = 0
−8i1 + 8i2 = 5
O leitor deve resolver o sistema resultante como exercı́cio.
Resposta: i1 = −0, 25A

Exemplo 15: Determine o valor de i1 no circuito da Figura 52.

Figura 52: Circuito do Exemplo 15

Solução:
Agora a fonte controlada depende de um valor de tensão de um resistor, o que muda a
resolução do sistema. Agora é necessário obter uma equação de restrição. Pois ao resolver
o circuito pelo método das malhas, será obtida três variáveis: i1 , i2 e vx mas apenas duas
equações. É preciso encontrar um modo de representar vx em função das correntes do
circuito.
Então, definindo as correntes de malhas:

42
Figura 53: Correntes definidas no Exemplo 15

Montando a equação da primeira malha:

3 + 4(i1 − i2 ) + 2i1 = 0
3 + 4i1 − 4i2 + 2i1 = 0

6i1 − 4i2 = −3

Agora, na segunda malha:

−5 − 2vx + 4(i2 − i1 ) + 4i2 = 0

A variável vx pode ser reescrita como:

vx = 4(i2 − i1 )

Substituindo a equação de vx na equação da segunda malha:

−5 + 2[4(i2 − i1 )] + 4(i2 − i1 ) + 4i2 = 0


−5 + 8i2 − 81 + 4i2 − 4i1 + 4i2 = 0

4i1 = 5

A resposta já pode ser obtida a partir da segunda equação. Não foi necessária a
equação da primeira malha, mas sem a equação de restrição, seria impossı́vel resolver este
sistema.
Resposta: i1 = 1, 25A

Exemplo 16: Determine i1 no circuito da Figura 54, se o valor de controle A for:


a) 2i2
b) 2vx

43
Figura 54: Circuito do Exemplo 16

a) Para o primeiro caso, troca-se A pelo valor fornecido:

Figura 55: Exemplo 16 caso A

Então, para a primeira malha:

−2i2 − 2 + 2i1 + 5(i1 − i2 ) = 0


−2i2 − 2 + 2i1 + 5i1 − 5i2 = 0

7i1 − 7i2 = 2

Para a segunda malha:

−6 + 4i2 + 5(i2 − i1 ) + 3i2 = 0


−6 + 4i2 + 5i2 − 5i1 + 3i2 = 0

−5i1 + 12i2 = 6

66
Resposta: i1 = A
49

b) Neste caso, a fonte dependerá de um valor de tensão. Já sabemos que a tensão deve
ser escrita em função das correntes de malha para que o sistema seja possı́vel determinado.
Então:

44
Figura 56: Exemplo 16 caso B

Para a primeira malha:

−2vx − 2 + 2i1 + 5(i1 − i2 ) = 0

O parâmetro vx é dado por:

vx = 5(i1 − i2 )

Substituindo a restrição na equação da primeira malha, obtêm-se:

−2[5(i1 − i2 )] − 2 + 2i1 + 5i1 − 5i2 = 0


−10i1 − 10i2 − 2 + 2i1 + 5i1 − 5i2 = 0

−3i1 + 5i2 = 2

Para a segunda malha:

−6 + 4i2 + 5(i2 − i1 ) + 3i2 = 0


−6 + 4i2 + 5i2 − 5i1 + 3i2 = 0

−5i1 + 12i2 = 6

6
Resposta: i1 = A
11

Exemplo 17: O circuito equivalente de um amplificador operacional é mostrado na


Figura 57. Determine a impedância (resistência) de entrada.

45
Figura 57: Circuito do Exemplo 17

Resolvendo a primeira malha:

−V1 + Vi + R1 (I1 − I2 ) = 0
−V1 + Ri I1 + R1 I1 − R1 I2 = 0

V1 = (Ri + R1 )I1 − R1 I2

Resolvendo a segunda malha:

−AVi + R1 (I2 − I1 ) + R2 I2 + Ro I2 = 0
−ARi I1 + R1 I2 − R1 I1 + R2 I2 + Ro I2 = 0
−ARi I1 = (R1 + R2 + Ro )I2 − R1 I1

(R1 − ARi )I1 = (R1 + R2 + Ro )I2

V1
Dica: A impedância de entrada é dada por
I1

V1 (ARi + R2 + Ro )R1
Resposta: = Ri + Ω
I1 R1 + R2 + Ro

Exemplo 18: Utilize o método das malhas para encontrar a corrente Io .

46
Figura 58: Circuito do Exemplo 18

Equacionando a primeira malha:

−10 + 10(i1 − i2 ) + 12(i1 − i2 ) = 0


−10 + 10i1 − 10i2 + 12i1 − 12i2 = 0

22i1 − 10i2 − 12i3 = 24

Equacionando a segunda malha:

24i2 + 4(i2 − i3 ) + 10(i2 − i1 ) = 0


24i2 + 4i2 − 4i3 + 10i2 − 10i1 = 0

−10i1 + 38i2 − 4i3 = 0

Por fim, na última malha, contendo a fonte controlada:

4Io + 12(i3 − i1 ) + 4(i3 − i2 ) = 0

A corrente Io deve ser escrita em função das outras correntes do sistema, já que estas
são as variáveis que deseja-se encontrar. A equação de restrição de Io é dada por:

Io = i1 − i2

Aplicando a restrição, na equação em andamento da terceira malha:

4(i1 − i2 ) + 12i3 − 12i1 + 4i3 − 4i2 = 0


4i1 − 4i2 + 12i3 − 12i1 + 4i3 − 4i2 = 0

−8i1 − 8i2 + 16i3 = 0

Resposta: Io = 1, 5A

Exemplo 19: Encontre Io pelo método das malhas no circuito da Figura 59.

47
Figura 59: Circuito do Exemplo 19

Na primeira malha:

−16 + 4(i1 − i3 ) + 2(i1 − i2 ) = 0


−16 + 4i1 − 4i3 + 2i1 − 2i2 = 0

6i1 − 2i2 − 4i3 = 16

Na malha 2:

−10Io + 2(i2 − i1 ) + 8(i2 − i3 ) = 0

Nota-se que a corrente Io coincide com a corrente de malha i3 . Assim, a equação de


restrição para Io será:

Io = i3

E a equação da malha 2 se torna:

10i3 + 2i2 − 2i1 + 8i2 − 8i3 = 0

−2i1 + 10i2 − 18i3 = 0

Por fim, na terceira malha:

6i3 + 8(i3 − i2 ) + 4(i3 − i1 ) = 0


6i3 + 8i3 − 8i2 + 4i3 − 4i1 = 0

−4i1 − 8i2 + 18i3 = 0

Com Io em função das incógnitas do circuito, resolve-se o sistema através de qualquer


método apresentado.
Resposta: Io = −4A
Exemplo 20: Encontre Io na rede da Figura 60.

48
Figura 60: Circuito do Exemplo 20

Resolvendo a malha 1:

6 + 6k(I1 − I2 ) + 12k(I1 − I3 ) = 0
6 + 6kI1 − 6kI2 + 12kI1 − 12kI3 = 0

18kI1 − 6kI2 − 12kI3 = −6

Resolvendo a malha 2:

2vx + 6k(I2 − I1 ) + 12kI2 = 0

Novamente, a fonte controlada exigirá uma equação de restrição para tornar o sistema
linear determinado. A equação que determina vx é dada por:

vx = 6k(I2 − I1 )

Aplica-se agora esta restrição na equação da segunda malha:

2[6k(I2 − I1 )] + 6k(I2 − I1 ) + 12kI2 = 0


12kI2 − 12kI1 + 6kI2 − 6kI1 + 12kI2 = 0

−18kI1 + 30kI2 = 0

Para a malha 3:

−2vx + 6kI3 + 12k(I3 − I1 ) = 0

Esta equação também requer que a restrição seja aplicada para que possa ser resolvida.
Então:

−2[6k(I2 − I1 )] + 6kI3 + 12kI3 − 12kI1 = 0


−12kI2 + 12kI1 + 6kI3 + 12kI3 − 12kI1 = 0

−12kI2 + 18kI3 = 0

Resposta: Io = 0, 375mA

49
Exemplo 21: Utilize o método das correntes nas malhas para encontrar a potência
dissipada pelo resistor de 4Ω no circuito da Figura 61.

Figura 61: Circuito do Exemplo 21

Na primeira malha:

−50 + 5(i1 − i2 ) + 20(i1 − i3 ) = 0


−50 + 5i1 − 5i2 + 20i1 − 20i3 = 0

25i1 − 5i2 − 20i3 = 50

Para a segunda malha, monta-se:

1i2 + 4(i2 − i3 ) + 5(i2 − i1 ) = 0


i2 + 4i2 − 4i3 + 5i2 − 5i1 = 0

−5i1 + 10i2 − 4i3 = 0

A terceira malha resulta em:

15io + 20(i3 − i1 ) + 4(i3 − i2 ) = 0

Agora deve-se buscar a equação que define io em termos das incógnitas que modelam
o circuito. Analisando o parâmetro no circuito, nota-se que:

io = 11 − i3

Substituindo na equação da malha 3:

15(i1 − i3 ) + 20i3 − 20i1 + 4i3 − 4i2 = 0


15i1 − 15i3 + 20i3 − 20i1 + 4i3 − 4i2 = 0

−5i1 − 4i2 + 9i3 = 0

Resposta: P = 16W

50
Exemplo 22: Considere o circuito da Figura 62.
a) Quantas equações de correntes nas malhas são necessárias para resolver o circuito?
b) Utilize a análise de malhas para encontrar a potência entregue à fonte dependente
de tensão.

Figura 62: Circuito do Exemplo 22

a) Por possuir três malhas, haverá três correntes desconhecidas, que implicam na
necessidade de três equações para solucionar o sistema.
b) Equacionando a primeira malha:

−25 + 2(I1 − I3 ) + 5(I1 − I2 ) + 10 = 0


−15 + 2I1 − 2I3 + 5I1 − 5I2 = 0

7I1 − 5I2 − 2I3 = 15

Agora, na malha 2:

−10 + 5(I2 − I1 ) + 3(I2 − I3 ) + 1I2 = 0


−10 + 5I2 − 5I1 + 3I2 − 3I3 + I2 = 0

−5I1 + 9I2 − 3I3 = 10

Na terceira malha:

−(−3vo ) + 14I3 + 3(I3 − I2 ) + 2(I3 − I1 ) = 0


3vo + 14I3 + 3I3 − 3I2 + 2I3 − 2I1 = 0

Neste momento deve ser definida a equação de restrição da tensão vo , que será dada
por:

vo = 3(I2 − I3 )

Completa-se agora a equação 3 do sistema:

3[3(I2 − I3 )] + 14I3 + 3I3 − 3I2 + 2I3 − 2I1 = 0


9I2 − 9I3 + 14I3 + 3I3 − 3I2 + 2I3 − 2I1 = 0

51
−2I1 + 6I2 + 10I3 = 0
Dica: O fato do multiplicador da fonte controlada ser negativo implica que a polari-
dade da fonte está invertida. E caso o valor vo < 0, a polaridade será invertida outra vez,
voltando a polaridade original.
Resposta: P = −36W .

Exemplo 23: Dado o circuito da Figura 63, pede-se:


a) Simplificar o circuito a partir da transformação ∆ - Y no triângulo BCD e realizar
a análise pelo método das malhas.
b) Calcular as tensões e as correntes em cada elemento no circuito original. Verificar
o balanço de potências.

Figura 63: Circuito do Exemplo 23

a) A Figura 64 ilustra com maior clareza a localização do triângulo no circuito.

Figura 64: Circuito destacado

O triângulo da figura possui cargas equilibradas (resistências iguais). Este é um caso


particular na transformação para Y. Neste caso:
R∆
RY = ⇒ RY = 1Ω
3
Após a transformação, o circuito resultante é o seguinte:

52
Figura 65: Circuito transformado

Rearranjando o circuito e calculando a resistência série equivalente, obtêm-se a se-


guinte rede:

Figura 66: Circuito simplificado

Nota-se que a transformação para estrela reduziu uma malha no circuito, o que reduz
a ordem do sistema linear resultante. Ao invés de três malhas como circuito original,
tem-se agora duas malhas, o que torna a análise mais fácil e rápida.
Agora, modelando a primeira malha do circuito:

−6I1 + 3i1 + 3(i1 − i2 ) = 0

A restrição de I1 é dada pela subtração das correntes i1 e i2 :

I1 = i1 − i2

Voltando a equação original:

6(i1 − i2 ) + 3i1 + 3i1 − 3i2


6i1 − 6i2 + 3i1 + 3i1 − 3i2 = 0

3i2 = 0

Na segunda malha:

53
−10 + 3i2 + 3(i2 − i1 ) = 0
−10 + 3i2 + 3i2 − 3i1 = 0
−3i1 + 6i2 = 10
A resolução do sistema fica como exercı́cio ao estudante.
b) Exercı́cio para o leitor.

Exemplo 24: Determinar o valor de Io para o circuito da Figura 67.

Figura 67: Circuito do Exemplo 24

Resolvendo a primeira malha:


−3io + 1(i1 − i3 ) + 2(i1 − i2 ) = 0
Nota-se que o parâmetro indesejado (io ) percorre o mesmo ramo e o mesmo sentido
que a corrente i3 .
io = i3
Então, a equação da malha 1 se torna:
−3(i3 ) + i1 − i3 + 2i1 − 2i2 = 0
3i1 − 2i2 − 4i3 = 0
Para a segunda malha:
6 + 4i2 + 2(i2 − i1 ) + 3(i2 − i3 ) = 0
6 + 4i2 + 2i2 − 2i1 + 3i2 − 3i3 = 0
−2i1 + 9i2 − 3i3 = −6
Na última malha:
−6 + 3(i3 − i2 ) + 1(i3 − i1 ) + 2i3 = 0
−6 + 3i3 − 3i2 + i3 − i1 + 2i3 = 0
−i1 − 3i2 + 6i3 = 6
Resposta: Io = 1, 6A

54
Exemplo 25: Determine v e i no circuito da Figura XX. Considere E1 = 5V ; E2 =
−3V ; R1 = 1kΩ; R2 = 2kΩ; R3 = 5kΩ; R4 = 2kΩ; r = 10Ω; β = 5.

Figura 68: Circuito do Exemplo 25

O circuito possui duas fontes controladas. Isto significa que será necessário duas
equações de restrição (uma para cada fonte dependente) para poder resolver o sistema
linear. Então, começando pela primeira malha:
−E1 + R1 i1 + rix + R2 (i1 − i2 ) = 0
Nota-se no circuito que a corrente ix coincide com a corrente i3 , ou seja:
ix = i3
Retornando à equação:
−E1 + R1 i1 + ri3 + R2 i1 − R2 i2 = 0
(R1 + R2 )i1 − R2 i2 − ri3 = E1

Na segunda malha:
βvx + R3 (i2 − i3 ) + R2 (i2 − i1 ) = 0
A tensão vx depende de i1 e a resistência R1 ; olhando para a primeira malha:
vx = R1 i1
Esta é a segunda equação de restrição do circuito, que agora poderá ser resolvido em
função das correntes i1 , i2 e i3 . Voltando a equação da segunda malha:
βR1 i1 + R3 i2 − R3 i3 + R2 i2

(βR1 − R2 )i1 + (R2 + R3 )i2 − R3 i3 = 0

Para a malha 3 monta-se:


E2 + R3 (i3 − i2 ) + R4 i3 = 0
E2 + R3 i3 − R3 i2 + R4 i3 = 0
−R3 i2 + (R3 + R4 )i3 = −E2

Agora, substitui-se os valores fornecidos pelo exercı́cio para resolver o sistema linear
resultante.
Resposta: i = 0, 64mA; v = −1, 2V

55
Exemplo 26: Pelo método das malhas, determine I1 e I2 no circuito da Figura 69.

Figura 69: Circuito do Exemplo 26

Primeiramente, percebe-se que não foi montada uma resistência equivalente entre os
resistores em paralelo da malha 4. A fonte controlada depende de um parâmetro que está
dentro da quarta malha (I1 ). Ao fazer a resistência equivalente, perde-se o valor original
de I1 . Não se deve fazer transformações em ramos que possuem parâmetros de fontes
controladas.
Sabendo isso, monta-se agora as equações de malhas. Na primeira malha:

−7I1 + 6 + 1i1 = 0

A equação de restrição de I1 é dada por:

I1 = i3 − i4

Caso tivesse sido feita a resistência equivalente, seria perdida esta equação de restrição,
pois a corrente I1 iria ser diferente. Voltando a equação da malha 1:

−7(i3 − i4 ) + 6 + i1 = 0
−7i3 + 7i4 + 6 + i1 = 0

i1 − 7i3 + 7i4 = 6

Na segunda malha:

7I1 + 1i2 + 1(i2 − i4 ) = 0

Volta-se a utilizar a equação de restrição:

7(i3 − i4 ) + i2 + i2 − i4 = 0
7i3 − 7i4 + i2 + i2 − i4 = 0

2i2 + 7i3 − 9i4 = 0

56
Para a terceira malha:
10 − 6 + 2(i3 − i4 ) + 3i3
4 + 2i3 − 2i4 + 3i3 = 0
5i3 − 2i4 = −4
Na última malha:
1(i4 − i2 ) + 2(i4 − i3 ) = 0
i4 − i2 + 2i4 − 2i3 = 0
−i2 − 2i3 + 3i4 = 0
Dica: Monte a matriz ampliada do sistema para visualizar o melhor método para
resolver o sistema.

22
Resposta: I1 = 0A; I2 = A
3

3 Método das malhas com fontes de correntes per-


tencentes a uma única malha
Exemplo 27: Calcular pelo método das malhas a corrente Ia do circuito da Figura e
também a diferença de potencial entre os nós M e N.

Figura 70: Circuito do Exemplo 27

Antes de resolver o circuito, como qualquer outro deve-se primeira verificar se é possı́vel
fazer uma transformação que reduza a complexidade do circuito, mas que também não
interfira com parâmetros importantes; sejam eles de fontes controladas ou incógnitas
pedidas pelo exercı́cio. Neste caso, é possı́vel realizar uma transformação de fonte com
a fonte de corrente de 3A e seu resistor em paralelo. Esta fonte irá se tornar uma fonte
de tensão em série com o resistor e o terminal positivo da fonte coincide com a ponta da
flecha da fonte de corrente. O resistor manterá seu valor original, mas a tensão da nova
fonte é dada por:

57
V = RI ⇒ V = 3(3) ⇒ V = 9V

Então, o circuito se tornará:

Figura 71: Circuito transformado do Exemplo 27

Agora tem-se um circuito de apenas três malhas, porém ao se tratar de fontes de


correntes, a corrente de malha definida assumirá o valor da fonte. Ou seja:

i3 = 4A

Desse modo, o circuito é reduzido para apenas duas malhas, pois uma das incógnitas
já foi obtida. Não se pode percorrer uma malha contendo uma fonte de corrente, pois há
uma tensão associada à ela que não é possı́vel determinar. Então, resolvendo a primeira
malha:

−10 + 5i1 + 6i1 + 4(i1 − i2 ) = 0


−10 + 11i1 + 4i1 − 4i2 = 0

15i1 − 4i2 = 10

Para a segunda malha:

−9 + 2(i2 − i3 ) + 4(i2 − i1 ) + 3i2 = 0


−9 + 2i2 − 2i3 + 4i2 − 4i1 + 3i2 = 0

Mas sabe-se que o valor de i3 é o mesmo da fonte de corrente de 4A, então, substituindo
este valor na equação da segunda malha:

−9 + 2i2 − 2(4) + 4i2 − 4i1 + 3i2 = 0

−4i1 + 9i2 = 17

Dica: A tensão entre os terminais M e N é equivalente a tensão no resistor de 2Ω.

Resposta: Ia = −1, 151A; VM N = −3, 042V

58
Exemplo 28: Realizar a análise do circuito da Figura 72, determinando as tensões
e correntes em cada elemento, a potência absorvida por cada resistência e a potência
fornecida pelas fontes.

Figura 72: Circuito Exemplo 28

Primeiramente percebe-se que há um resistor em paralelo com a fonte de 14V. Este
resistor pode ser removido do circuito para facilitar a análise, pois ele já está com uma
corrente e tensão fixas. O resistor em série com a fonte de corrente do lado direito também
pode ser removido, visto que está com tensão e corrente fixas. Então, o novo circuito com
as correntes definidas:

Figura 73: Circuito simplificado

O circuito possui quatro malhas, mas duas dessas malhas fornecem equações de res-
trição e as outras duas fornecem equações para montar o sistema linear. Começando na
malha 3:

i3 = −2A

A corrente é negativa pois o sentido da corrente de malha é oposto à corrente i3


definida. Agora na malha 4:

i4 = −1A

Agora, parte-se para as equações que definem o circuito. Para a primeira malha:

59
−14 + 2i1 + 10(i1 − i2 ) = 0
−14 + 2i1 + 10i1 − 10i2 = 0

12i1 − 10i2 = 14

Para a segunda malha:

10(i2 − i1 ) + 2(i2 − i4 ) + 2(i2 − i3 ) = 0


10i2 − 10i1 + 2i2 − 2i4 + 2i2 − 2i3 = 0

Graças as equações de restrição, sabe-se quem é i3 e i4 , e o sistema que a princı́pio


parecia ser 2x4 se torna 2x2, sendo possı́vel sua resolução. Substituindo os valores na
equação:

10i2 − 10i1 + 2i2 − 2(−1) + 2i2 − 2(−2) = 0

−10i1 + 14i2 = −6

Resolvendo o sistema: i1 = 2A, i2 = 1A.


Para encontrar a potência nas fontes de corrente é necessário saber a tensão entre seus
terminais. E para saber esta tensão, deve ser montada a equação da malha em que a fonte
está. Neste circuito, as fontes de corrente estão em paralelo com os resistores, então suas
tensões são iguais. Para a fonte de 1A:

2(i4 − i2 ) = v1A
2i4 − 2i2 = v1A
2(−1) − 2(1) = v1A

v1A = −4V

Implicando que o terminal positivo coincide com a ponta da flecha. Aplica-se o mesmo
princı́pio para encontrar a tensão na fonte de 2A:

v2A = 2(i3 − i2 )
v2A = 2(−2 − 1)

v2A = −6V

Novamente, o sentido real é com o terminal positivo na ponta da flecha. Agora resta
encontrar as tensões e correntes nos elementos, que fica como atividade para o leitor.
Dica: So sinal positivo coincidir com a ponta da flecha indica a fonte de corrente ser
uma geradora. Isto também pode ser visto pelo sentido da corrente, que está entrando no
terminal negativo.

Resposta: PGerada = PConsumida = 146W

60
Exemplo 29: Realizar a análise de malhas e o balanço de potências do circuito da
Figura 74, se os parâmetros são: R1 = 4Ω, R2 = 2Ω, R3 = 2Ω, R4 = 2Ω, R5 = 1Ω, R6 =
1Ω, Eg1 = 6V, Eg2 = 12V, Ig = 2A, α = 10.

Figura 74: Circuito do Exemplo 29

A fonte de corrente está em paralelo com R3 , então, é possı́vel realizar uma trans-
formação de fonte para facilitar a análise. A nova fonte terá uma tensão de:

V = RI ⇒ V = R3 Ig

Agora tem-se duas fontes de tensão em série, que por sua vez podem ser somadas.
Lembrando que o terminal positivo acompanha a ponta da flecha. O novo circuito será:

Figura 75: Circuito reduzido

Montando a equação da primeira malha:

61
−Eg1 + R1 i1 + R2 (i1 − i2 ) = 0
−Eg1 + R1 i1 + R2 i1 − R2 i2 = 0

(R1 + R2 )i1 − R2 i2 = Eg1

Para a segunda malha:

−(Eg2 + R3 Ig ) + R3 i2 + R4 (i2 − i3 ) + R2 (i2 − i1 ) = 0


−Eg2 − R3 Ig + R3 i2 + R4 i2 − R4 i3 + R2 i2 − R2 i1 = 0

−R2 i2 + (R2 + R3 + R4 )i2 − R4 i3 = 0

Para a terceira malha:

αuc + R5 i3 + R4 (i3 − i2 ) + R6 i3 = 0

Para resolver o sistema, é necessário escrever a incógnita uc em função dos parâmetros


do circuito (fontes e resistências) e das correntes de malhas definidas. Neste caso, os
terminais da tensão uc estão em paralelo com os terminais do resistor R5 , porém com
polaridades diferentes, devido ao sentido adotado para i3 . Então:

uc = −R5 i3

Aplicando esta solução na equação da malha 3:

−αR5 i3 + R5 i3 + R4 i3 − R4 i2 + R6 i3 = 0

−R4 i2 + [R4 + (1 − α)R5 + R6 ]i3 = 0

Agora aplicam-se os valores dados pelo exercı́cio nas equações para resolver o sistema
linear. Resolvendo o sistema, obtêm-se: i1 = 2A, i2 = 3A, i3 = −1A.
Volta-se ao circuito original para encontrar a tensão na fonte de corrente e montar
o balanço de potências. O cálculo das potências sempre deve ser realizado no circuito
original, caso contrário, haverá desequilı́brio de potências no circuito.
A tensão na fonte Ig é igual a tensão de R3 , pois estão em paralelo. Então:

vf = R3 (Ig − i2 )
vf = 2(2 − 3)

vf = −2V

No começo da equação foi definido que a corrente que predominava, e que determinaria
o sentido da corrente resultante, era Ig . Mas o sinal resultante é negativo, implicando que
a corrente predominante é i2 e o terminal positivo encontra-se na parte superior da fonte
(e do resistor). Isto a torna uma consumidora, portanto terá potência negativa.

Resposta: PGerada = PConsumida = 54W

62
Exemplo 30: Encontre Vo no circuito da Figura 76.

Figura 76: Circuito do Exemplo 30

A tensão Vo é a mesma do resistor de 6kΩ, ou seja:

Vo = 6ki2

Então, na primeira malha, como há uma fonte de corrente, apenas abstrai-se uma
equação de restrição, dada por:

i1 = 2mA

Há apenas uma malha para montar e resolver:

−2 + 6ki2 + 2k(i2 − i1 ) = 0

Aplica-se a equação de restrição na equação de malha. Então:

−2 + 6ki2 + 2ki2 − 2k(2m) = 0

8ki2 = 6

Multiplicando e dividindo a equação por 6k:

8k
6ki2 = 6
6k
8
Vo = 6
6

Vo = 4, 5V

63
Exemplo 31: Utilize o método das malhas para encontrar ia no circuito abaixo.

Figura 77: Circuito do Exemplo 31

Das três malhas do circuito, duas possuem fontes de corrente, que não podem ser
equacionando convencionalmente. Destas malhas, obtêm-se equações de restrição para o
circuito. Para a segunda malha:
 
2
i2 = vo
5

Esta solução está incompleta, pois não se sabe quem é vo . Analisando o elemento de
controle (resistor de 5Ω):

vo = 5(i1 − i2 )

Substituindo vo na primeira equação:


 
2
i2 = 5(i1 − i2 )
5
i2 = 2i1 − 2i2

3i2 = 2i1

A importância dessa equação será vista logo, ao equacionar a primeira malha. Da


terceira malha extrai-se que:

i3 = −10A

Montando a equação da primeira malha:

−75 + 2(i1 − i3 ) + 5(i1 − i2 ) = 0


−75 + 2i1 − 2i3 + 5i1 − 5i2 = 0

Sabe-se que i3 = −10A e que ia = i1 . A princı́pio há uma equação e duas variáveis,
mas graças a combinação das duas primeiras equações, sabe-se quem é i2 em função de
i1 :

64
 
2
i2 = i1
3

Substituindo os valores na equação da malha 1:


 
2
−75 + 2i1 − 2(−10) + 5i1 − 5 i1
=0
  3
10
−75 + 7i1 + 20 − i1 = 0
  3
11
i1 = 55
3

i1 = ia = 15A

Exemplo 32: Encontre Vo na rede da Figura 78.

Figura 78: Circuito do Exemplo 32

A primeira e segunda malha geram equações de restrições que permitem a resolução


da terceira malha do circuito. Na malha 1:

I1 = 4mA

Para a malha 2:

I2 = −2mA

E para a malha 3:

−3 + 4k(I3 − I2 ) + 2k(I3 − I1 ) + 2kI3 = 0


−3 + 4kI3 − 4kI2 + 2kI3 − 2kI1 + 2kI3 = 0

−2kI1 − 4kI2 + 12kI3 = 3

Resposta: Vo = −1, 5V

65
Exemplo 33: Encontre Vo no circuito a seguir.

Figura 79: Circuito do Exemplo 33

A primeira malha fornece:

Vx
I1 =
2000

E a segunda malha:

I2 = 2mA

Montando a equação da terceira malha:

−3 + 2k(I3 − I1 ) + 6kI3 = 0
−3 + 2kI3 − 2kI1 + 6kI3 = 0

−2kI1 + 8kI3 = 3

Sabe-se que I1 depende de Vx , que não se sabe o valor. Analisando a variável de


controle Vx no circuito:

Vx = 4k(I1 − I2 )

Substituindo esta expressão na equação da primeira malha:

4k
I1 = (I1 − I2 )
2k
I1 = 2(I1 − I2 )

I1 = 2I2

33
Resposta: Vo = V = 8, 25V
4

66
Exemplo 34: Encontre as correntes de malhas utilizando o MATLAB no circuito da
Figura 80.

Figura 80: Circuito do Exemplo 34

Este circuito gera ao total seis equações. Quatro equações de malhas com seis variáveis
ao total e duas equações de restrição das fontes controladas que permitem a redução para
quatro variáveis. A resolução do sistema será feit em MATLAB e demonstrada aqui. As
equações serão montadas aqui; na malha 1:

I1 = 4mA

Na segunda malha:

Vx
I2 =
2000

Verificando a variável de controle Vx , verifica-se que:

Vx = 2k(I3 − I1 )

Substituindo na equação da malha 2:

2k
I2 = (I3 − I1 )
2k
I2 = I3 − I1

I1 + I2 − I3 = 0

Para a malha 3:

1000Ix = −2kI1 + 3kI3 − 1kI4

A variável de controle Ix expressa que:

Ix = I4 − I2

67
Voltando para a terceira malha:

1k(I4 − I2 ) = −2kI1 + 3kI3 − 1kI4


1kI4 − 1kI2 = −2kI1 + 3kI3 − 1kI4

1kI2 + 3kI3 − 2kI4 = 8

Para a última malha:

12 + 1k(I4 − I3 ) + 1k(I4 − I2 )
12 + 1kI4 − 1kI3 + 1kI4 − 1kI2 = 0

1kI2 + 1kI3 − 2kI4 = 12

Para resolver o sistema no MATLAB, deve-se organizar estas equações numa matriz:
    
1 0 0 0 I1 4m
1 1 −1 0  I2   0 
0 1k 3k −2k  I3  =  8 
    

0 1k 1k −2k I4 12

A resolução pelo MATLAB é vista na Figura 81.

Figura 81: Resolução pelo MATLAB

68
Exemplo 35: Determine Io no circuito da Figura 82. Utilize o MATLAB.

Figura 82: Circuito do Exemplo 35

Este circuito gera ao total oito equações: seis de malhas, porém com oito variáveis, e
duas equações de restrição para reduzir a ordem do sistema de 6x8 para 6x6. Na malha
1:

1kI1 + 1k(I1 − I2 ) + 1k(I1 − I4 ) = 0


1kI1 + 1kI1 − 1kI2 + 1kI1 − 1kI4 = 0

A equação pode ser dividida por 1000 para simplificação:

3I1 − I2 − I4 = 0

Para a malha 2:

−6 + 1k(I2 − I5 ) + 1k(I2 − I1 ) = 0
−6 + 1kI2 − 1kI5 + 1kI2 − 1kI1 = 0

Dividindo esta expressão por 1000:

−I1 + 2I2 − I5 = 6m

Na malha 3:

I3 = 2Ix

Mas, a variável de controle Ix pode ser escrita como:

Ix = I5 − I6

Então, voltando para a terceira malha:

I3 = 2(I5 − I6 )
I3 = 2I5 − 2I6

I3 − 2I5 + 2I6 = 0

69
Partindo para a malha 4:

−12 + 1k(I4 − I1 ) + 2Vx = 0

O parâmetro Vx é definido pela primeira malha:

Vx = −1kI1

O sentido negativo indica que a corrente está entrando no terminal negativo do resistor.
A polaridade/sentido da variável de controle não deve ser alterada. Então, retornando a
equação da malha 4:

−12 + 1kI4 − 1kI1 + 2(−1kI1 ) = 0


−12 + 1kI4 − 1kI1 − 2kI1 = 0

Agrupando os termos e dividindo a expressão por 1000 obtêm-se:

−3I1 + I4 = 12m

Agora, equacionando a malha 5:

−2Vx + 1k(I5 − I2 ) + 1k(I5 − I6 ) = 0


−2(−1kI1 ) + 1kI5 − 1kI2 + 1kI5 − 1kI6 = 0
2kI1 + 1kI5 − 1kI2 + 1kI5 − 1kI6 = 0

Organizando os termos e dividindo a equação por 1000 tem-se que:

2I1 − I2 + 2I5 − I6 = 0

Por fim, na malha 6:

1kI6 + 1k(I6 − I5 ) + 1k(I6 − I3 ) = 0


1kI6 + 1kI6 − 1kI5 + 1kI6 − 1kI3 = 0

Dividindo a equação por 1000 obtêm-se:

−I3 − I5 + 3I6 = 0

I3 pode ser escrito como uma combinação de I5 e I6 , como mostra a equação da terceira
malha.

−3I5 + 5I6 = 0

Organiza-se as equações em uma matriz para inseri-la no MATLAB:


    
3 −1 0 −1 0 0 I1 0
−1 2 0 0 −1 0   I2   6m 
   

0 0 1 0 −2 2  I3   0 
   
I4  = 12m
 
−3 0 0 1 0 0
    
2 −1 0 0 2 −1 I5   0 
0 0 0 0 −3 5 I6 0

A resolução deste sistema no MATLAB pode ser vista na Figura 83.

70
Figura 83: Solução no MATLAB

Exemplo 36: Calcular no circuito da Figura 84:


a) A tensão entre os nós A e D.
b) A potência fornecida pela fonte de corrente.

Figura 84: Circuito do Exemplo 36

Este é mais um exemplo de circuito não-planar que precisa ser modificado de modo
que não seja mais tridimensional. Mas antes disto, há uma simplificação que pode ser
feita entre os nós C e D. Primeiramente, pode ser feita uma transformação para fonte de
corrente e teremos dois resistores em paralelo que podem ser unidos. Após isto, haverá
uma fonte de corrente em paralelo com um resistor, que poderá ser transformada em uma

71
fonte de tensão em série com o resistor, reduzindo uma malha do circuito. Este processo
é visto na Figura 84.

Figura 85: Simplificação da rede

Após esta simplificação, o resistor de 1Ω entre os nós A e C pode ser redesenhado para
que o circuito se torne planar. A rede reconstruı́da é dada pela Figura 86.

Figura 86: Circuito remontado

Agora equacionam-se as malhas do circuito. Para a malha 1:

−2 + 1(i1 − i2 ) + 1(i1 − i3 ) − 1 + 1i1 = 0


−3 + i1 − i2 + i1 − i3 + i1 = 0

3i1 − i2 − i3 = 3

Equacionando a segunda malha:

2 − 8 + 1(i2 − i3 ) + 1(i2 − i1 ) = 0
−6 + i2 − i3 + i2 − i1 = 0

72
−i1 + 2i2 − i3 = 6

A malha 3 dita que:

i3 = 1A

Para resolver a questão b é necessário saber a tensão na fonte de corrente, por isso,
vamos percorrer a malha 3:

−vf + 2i3 + 1 + 1(i3 − i1 ) + 1(i3 − i2 ) = 0


−vf + 2i3 1 + i3 − i1 + i3 − i2 = 0

−i1 − i2 + 4i3 + 1 = vf

a) Dica: A tensão VAD é da da por: VAD = 1(i1 − i2 ) − 2.


Resposta: VAD = −4V
b) Resposta: Pf = −3W

Exemplo 37: Na Figura 87, a fonte de corrente fornece 54W de potência ao circuito.
Calcular:
a) O valor de E entre os nós A e B.
b) Potências produzidas pelos geradores.
c) Potências dissipadas pelos resistores. Comprovar pelo balanço de potências.

Figura 87: Circuito do Exemplo 37

a) Em primeiro lugar, se a fonte de corrente está fornecendo ao circuito esta potência,


significa que a fonte é uma geradora e por convenção, o terminal positivo está na ponta
da flecha. Podemos determinar a tensão na fonte com a potência dada pelo exercı́cio:

Pf = vf If ⇒ 54 = vf (3) ⇒ vf = 18V

Esta tensão ajudará a obter mais uma equação no circuito. A primeira malha, que
a princı́pio determinava uma das incógnitas, pode ser percorrida, pois a tensão na fonte
não é mais desconhecida. Esta nova equação será necessária, devido a incógnita E no
circuito. Agora temos o seguinte:

73
Figura 88: Circuito pré-determinado

Modela-se as malhas agora. Malha 1:


−18 + 1(i1 − i3 ) + E + 5i1 = 0
−18 + i1 − i3 + E + 5i1 = 0
A mesma malha ainda nos diz que:
i1 = 3A
Substituindo na primeira equação de malha, obtemos:
−18 + 3 − i3 + E + 15 = 0
i3 = E
Malha 2:
−E + 2(i2 − i3 ) + 4i2 = 0
−E + 2i2 − 2i3 + 4i2 = 0
Esta equação se beneficia do valor de i3 obtido anteriormente. Como E é a variável
que desejamos obter o valor, podemos reduzir as incógnitas das equações através destas
igualdades e encontrar E de um modo mais fácil. Então:
−E + 6i2 − 2(E) = 0
1
i2 = E
2
Sabemos quem é i1 numericamente, i2 e i3 em função de E. Com a equação da terceira
malha o problema pode ser resolvido.
−7 + 3i3 + 2(i3 − i2
) +1(i3 − i1 ) = 0
1
−7 + 3(E) + 2(E) − 2 E+E−3=0
2

E = 2V
b) Resposta: P3A = 54W, PE = −4W, P7V = 14W .
c) Resposta: P1Ω = 1W, P2Ω = 2W, P3Ω = 12W, P4Ω = 4W, P5Ω = 45W .

74
Exemplo 38: No circuito da Figura 89, encontrar o valor de R se a fonte controlada
fornece 168W ao circuito.

Figura 89: Circuito do Exemplo 38

Infere-se do enunciado que se a fonte controlada está fornecendo energia, então a


corrente está entrando pelo terminal negativo, de acordo com a convenção adotada. Isso
implica que ia > ib , caso contrário, ela estará consumindo energia do sistema, pois ib
predominará ia e a corrente será invertida. Com isto em mente, podemos começar a
equacionar o circuito. A equação da primeira malha será:

−4i3 − 6 + Ria + 2(ia − ic ) = 0

Da malha 3 já sabemos que i3 = ic , logo:

−4(ic ) − 6 + Ria + 2ia − 2ic = 0


−4ic − 6 + (R + 2)ia − 2ic = 0

(R + 2)ia − 6ic = 6

Pela segunda malha já vemos que ib = 2A. Voltando a conclusão inicial de ia > ib ,
sabemos agora que ia > 2. Esta informação será relevante na resolução do sistema. Por
fim, na malha 3:

−5 + 2(ic − ia ) + 1ic = 0
−5 + 2ic − 2ia + ic = 0

−2ia + 3ic = 5

Bom, temos duas equações, mas três incógnitas (ia , ic e R). Ainda não é possı́vel
resolver o sistema sem uma equação auxiliar. Esta equação é remetida a potência gerada
pela fonte controlada, é a única informação que ainda não foi inserida no nosso sistema.
Então:

75
P = V i ⇒ 168 = 4i3 (ia − ib )
Substituindo i3 por ic :
4(ic )(ia − ib ) = 168
4ic (ia − 2) = 168
ic (ia − 2) = 42
Para descobrir R, precisamos saber o valor de ia e ib , para substitui-los na equação da
malha 1. Isolando ic na equação da terceira malha:
2ia + 5
ic =
3
Substituindo está igualdade na equação auxiliar, obtemos o seguinte:
 
2ia + 5
(ia − 2) = 42
3
(2ia + 5)(ia − 2) = 126
2i2a − 4ia + 5ia − 10 = 126
2i2a + ia = 136

2i2a + ia − 136 = 0
Esta equação irá fornecer duas soluções:
ia1 = 8A
e
ia2 = −8, 5A
Para saber qual é o valor correto, devemos analisar a dedução inicial.
ia > ib ⇒ ia > 2A
ia = 8A
Com o valor de ia , encontra-se agora o valor de ic :
2ia + 5
ic =
3
2(8) + 5
ic =
3
21
ic =
3
ic = 7A
Agora encontramos R pela primeira equação montada.
(R + 2)ia − 6ic = 6
(R + 2)(8) − 6(7) = 6
(R + 2)(8) = 48
R+2=6
R = 4Ω

76
Exemplo 39: Calcular o valor de Ug se a corrente ib = 1A.

Figura 90: Circuito do Exemplo 39

A corrente ia é um parâmetro de uma fonte controlada que precisa ser determinado


em função das variáveis que estamos utilizando no sistema e que queremos encontrar.

ia = I1 − I3

Sabemos também que ib = 1A, mas quem exatamente é ib em termos das incógnitas
que queremos obter?

ib = 1 = I2 − I3

I2 − I3 = 1

Todas as condições foram observadas, agora partimos para a análise de malhas. Na


primeira malha:

Ug + 8I1 + 1(I1 − I3 ) + 6(I1 − I2 ) = 0


Ug + 8I1 − 8I3 + 6I1 − 6I2 = 0

15I1 − 6I2 − I3 = −Ug

Para a malha 2:

I2 = −2ia

Mas já obtivemos analiticamente ia , logo:

I2 = −2(I1 − I3 )
I2 = −2I1 + 2I3

−2I1 − I2 + 2I3 = 0

77
Para a malha 3:

5ia + 1I3 + 1(I3 − I2 ) + 1(I3 − I1 ) = 0


5(I1 − I3 ) + I3 + I3 − I2 + I3 − I1 = 0
5I1 − 5I3 + 3I3 − I2 − I1 = 0

4I1 − I2 − 2I3 = 0

A resolução se baseia na substituição, mas de um modo mais elaborado, pensando no


seguinte passo ao que estamos. Primeiramente, isolamos na equação da terceira malha I1 ;
em seguida substitui-se este novo I1 na equação da segunda malha. Aqui entra o pensar
mais a frente: a ideia de isolar I1 e não I2 ou I3 é fundamentada no fato da equação de
ib estar relacionando I2 com I3 . Deste modo teremos duas equações com duas incógnitas.
Então, isolando I1 na equação da malha 3:

I2 + 2I3
I1 =
4

Substituindo esta expressão na equação da segunda malha:


 
I2 + 2I3
−2 − I2 + 2I3 = 0
4
I2
− − I3 − I2 + 2I3 = 0
2
3
I2 + I3 = 0
2

3
I3 = I2
2

Aplicamos esta expressão de I3 na relação de ib :

− I3 =
I2  1
3
I2 − I2 = 1
2

I2 = −2A

Agora apenas voltamos no caminho. Para encontrar I3 :

3
I3 = I2
2
3
I3 = (−2)
2

I3 = −3A

Para encontrar I2 :
I2 + 2I3
I1 =
4

78
−2 + 2(−3)
I1 =
4
I1 = −2A

Utilizamos os valores das correntes na equação da malha 1 para determinar o valor de


Ug :

15I1 − 6I2 − I3 = −Ug


15(−2) − 6(−2) − (−3) = −Ug

Ug = 15V

Exemplo 40: Realizar a análise de malhas do circuito da Figura 91.

Figura 91: Circuito do Exemplo 40

É interessante começar pela quarta malha, para que possamos substituir o valor de i4
nas equações que dependem do mesmo.

i4 = 7A

Montando a equação da primeira malha:

−23 + 9(i1 − i2 ) + 2(i1 − i3 ) + 3i1 = 0


−23 + 9i1 − 9i2 + 2i1 − 2i3 + 3i1 = 0

14i1 − 9i2 − 2i3 = 23

Equacionando a segunda malha:

20 + 9(i2 − i1 ) + 1i2 + 5(i2 − i4 ) + 2(i2 − i3 ) = 0


20 + 9i2 − 9i1 + i2 + 5i2 − 5(7) + 2i2 − 2i3 = 0

79
−9i1 + 17i2 − 2i3 = 15

Na terceira malha, obtêm-se:

−20 + 2(i3 − i2 ) + 2(i3 − i4 ) + 1i3 + 2(i3 − i1 ) = 0


−20 + 2i3 − 2i2 + 2i3 − 2(7) + i3 + 2i3 − 2i1 = 0

−2i1 − 2i2 + 7i3 = 34

Fica como exercı́cio ao leitor encontrar as correntes e calcular a tensão e corrente em


cada elemento do circuito.

Exemplo 41: Considere o circuito da Figura 92. Utilize a análise de malhas para
obter uma expressão para as tensões v1 , v2 e v3 .

Figura 92: Circuito do Exemplo 41

Nota-se que na parte inferior do circuito foi adicionado um novo elemento, um terra,
também conhecido como ref erencia. Ele serve para indicar que naquele nó o potencial é
zero e as medidas de tensão no circuito devem ser feitas com relação a ele. A referência
geralmente é ilustrada em circuitos para se resolver pelo método dos nós, que será visto
mais adiante. Mas a referência não nos impede de modelar o circuito pelo método das
malhas. Assim, na malha de i1 :

R1 (i1 − io ) + R2 i1 + R3 (i1 − i2 ) = 0
R1 i1 − R1 io + R2 i1 + R3 i1 − R3 i2 = 0
(R1 + R2 + R3 )i1 − R3 i2 = R1 io

Para simplificar cálculos posteriores, podemos dizer que:

RA = R1 + R2 + R3

Então, nossa primeira equação se torna:

RA i1 − R3 i2 = R1 io

80
Na segunda malha:

R3 (i2 − i1 ) + R4 [i2 − (−3io )] + R5 i2 = 0


R3 i2 − R3 i1 + R4 i2 + R4 (3io ) + R5 i2 = 0
−R3 i1 + (R3 + R4 + R5 )i2 = −3R4 io

Novamente podemos refinar a equação para uma resolução mais fácil e rápida.

RB = R3 + R4 + R5

Assim, a equação da malha 2 se torna:

−R3 i1 + RB i2 = −3R4 io

Dica: As correntes podem ser obtidas de um modo mais fácil pela HP utilizando a
opção MTRW e designar cada resistência a uma letra.

RA RB − R32 − RB R1 − 3R4 R3
Resposta: v1 = R1 io
RA RB − R32

RB R1 + 3R3 R4 − R1 R3 − 3RA R4
v2 = R3 io
RA RB − R32

R1 R3 + 3RA R4
v3 = R5 io
RA RB − R32

Exemplo 42: Obtenha as expressões para as correntes i1 e i2 .

Figura 93: Circuito do Exemplo 42

Desejamos obter as correntes i1 e i2 , que são respectivamente iguais a ia e ib . A equação


da malha a é escrita como:

−vo + R1 ia + R2 (ia − ib ) = 0
−vo + R1 ia + R2 ia − R2 ib = 0

81
(R1 + R2 )ia − R2 ib = vo

E a malha b é expressa por:

R2 (ib − ia ) + R3 (ib − io ) + R4 [ib − (−5io )] = 0


R2 ib − R2 ia + R3 ib − R3 io + R4 ib + 5R4 io = 0

−R2 ia + (R2 + R3 + R4 )ib = (R3 − 5R4 )io

Novamente, pode-se utilizar substituição para resolver o sistema, ou a HP. A resolução


fica como exercı́cio para o estudante.  
vo R2 R2 vo + (R1 + R2 )(R3 − 5R4 )io
Resposta: i1 = +
R1 + R2 R1 + R2 (R1 + R2 )(R2 + R3 + R4 − R22 )

R2 vo + (R1 + R2 )(R3 − 5R4 )io


i2 =
(R1 + R2 )(R2 + R3 + R4 − R22 )

I2
Exemplo 43: Encontre a razão no circuito da Figura 94.
Is

Figura 94: Circuito do Exemplo 43

A tensão V é a mesma para a fonte de corrente quanto para o resistor R1 , porém,


não conseguimos determinar a tensão a partir da fonte de corrente. Podemos escrever a
tensão V em função das correntes do circuito e da resistência R1 .

V = R1 (Is − I1 )

Agora analisamos a malha 2 do circuito.

−αV + R2 I2 + R1 (I2 − Is ) = 0
−α[R1 (Is − I2 )] + R2 I2 + R1 I2 − R1 Is = 0
−αR1 Is + αR1 I2 + R2 I2 + R1 I2 − R1 Is = 0
(αR1 + R1 )Is = (R1 + R2 + αR1 )I2

I2 (α + 1)R1
=
Is (α + 1)R1 + R2

82
Exemplo 44: Determine a potência total dissipada nos resistores da Figura 95.

Figura 95: Circuito do Exemplo 44

Definimos primeiramente a variável de controle VR da fonte dependente em função das


resistências e correntes.

VR = 5I

Equacionando a malha disponı́vel:

−5VR − 100 + 500(I − 1) + 5I = 0


−5(5I) − 100 + 500I − 500 = 0
−25I − 600 + 500I = 0

I = 1, 25A

Com a corrente determinada, calcula-se as potências nos resistores, que fica como
exercı́cio para o leitor.

Resposta: PT otal = 39, 0625W

Exemplo 45: Calcule a potência fornecida (ou absorvida) pela fonte controlada no
circuito abaixo.

83
Figura 96: Circuito do Exemplo 45

A variável de controle VR pode ser expressa como:

VR = 2(−2 − I)

Equacionando a malha da direita obtemos:

3VR − 4 + 2(I − (−2)) + 5I = 0


3[2(−2 − I)] − 4 + 2I + 4 + 5I = 0
−12 − 6I − 4 + 2I + 4 + 5I = 0

I = 12A

A potência da fonte será dada por:

P = V i ⇒ P = (3VR )(12) ⇒ P = 3[2(−2 − I)](12) ⇒ P = −1008W

Exemplo 46: Determine na Figura 97:


a) A tensão a circuito aberto (entre os terminais a e b) com as polaridades marcadas.
b) A tensão na fonte de corrente de 3A no circuito.
c) A corrente que circula entre os terminais ab se os mesmos são curto-circuitados.

Figura 97: Circuito do Exemplo 46 parte (a e b)

a) Já temos a corrente de malha, apenas precisamos percorrer a malha mais externa
para determinar a tensão Vab . Observe primeiramente que há um resistor entre os termi-
nais em aberto. Ele será descartado da análise pois não há corrente em circuito aberto,
portanto não há queda de potencial no mesmo.

84
−Vab − 4(3) + 20 = 0
−Vab + 8 = 0

Vab = 8V

b) Utilizando o valor de Vab obtido em (a), calcula-se a tensão na fonte a partir de:

−Vab + 8(3) − vf = 0
−8 + 24 = vf

vf = 16V

c) Para este caso, o circuito toma uma geometria diferente, como mostra a Figura 98.

Figura 98: Circuito do Exemplo 46 parte (c)

Nota-se uma fonte de corrente que compartilha as duas malhas do circuito. Quando
isto acontece, temos o que chama-se de supermalha, que será vista na próxima seção.
Neste exemplo veremos o que pode ser feito quando não se conhece uma supermalha e o
que a supermalha permitirá. Então, equacionando a primeira malha:

−20 + 4I1 + 8(I1 − I2 ) − vf = 0


−20 + 4I1 + 8I1 − 8I2 − vf = 0

20 + vf = 12I1 − 8I2

Para a segunda malha:

vf + 8(I2 − I1 ) + 6I2 = 0
vf + 8I2 − 8I1 + 6I2 = 0

8I1 − 14I2 = vf

Temos agora duas equações, porém três incógnitas. Ao analisar as equações, vemos
que a tensão vf é comum em ambas. Desse modo, podemos substituir vf na primeira
equação pela expressão obtida da segunda malha e obteremos a seguinte equação:

20 + (8I1 − 14I2 ) = 12I1 − 8I2

85
4I1 + 6I2 = 20

Agora temos apenas uma equação e duas incógnitas. Necessitamos de uma equação
auxiliar. Esta equação pode ser obtida analisando o ramo central do circuito e aplicar a
Lei das Correntes de Kirchhoff. Precisamos de algo que relacione I1 com I2 . O nó superior
do circuito nos dá a relação que procuramos, que relaciona I1 com I2 e a fonte de corrente:
A corrente I1 está entrando no nó, enquanto que I2 e 3A estão saindo do nó.

I1 = I2 + 3

Com isso, temos finalmente o número de incógnitas igual ao número de equações


e podemos obter o valor da corrente de curto-circuito, que coincide com I2 . Então,
substituindo a equação auxiliar na equação resultante das duas malhas obtemos:

4(I2 + 3) + 6I2 = 20
4I2 + 12 + 6I2 = 20

I2 = 0, 8A

O conceito de supermalha irá nos permitir pular o passo intermediário que envolve
a substituição de vf para que esta variável desapareça. Nota-se que o circuito de duas
malhas gerou, no fim das contas, apenas uma equação de malha e tivemos que obter uma
equação auxiliar para resolver o circuito. A supermalha faz com que uma malha saia do
circuito, mas a custo de uma nova equação, que é determinada olhando para a fonte de
corrente e as correntes que circulam entre suas malhas.

Exemplo 47: Para o circuito da Figura 99:


a) Encontre k de modo que a potência dissipada no resistor de 2Ω não ultrapasse 50W.
b) Para o valor determinado de k, encontre a potência fornecida por cada fonte.
c) Calcular a potência dissipada pelos resistores e verificar o balanço de potências.

Figura 99: Circuito do Exemplo 47

Em primeiro lugar, devemos saber quais são as condições que garantem que não haja
uma potência superior a 50W:

86
P = Ri2 ⇒ P2Ω 6 50W
Ri2 6 50
2I12 6
r50
50
I1 6
2

I1 6 5A

Este valor representa a máxima amplitude possı́vel para I1 , que será utilizado nos
cálculos posteriores. Agora, podemos simplificar o circuito; o resistor de 8Ω em paralelo
com a fonte pode ser removido, pois está numa tensão fixa.

Figura 100: Circuito simplificado do Exemplo 47

Agora, montamos a equação da malha a, com cuidado, pois a polo positivo do resistor
de 2Ω está na parte superior, implicando que Ia < 6A. Então:

−kI1 + 16 − 2(6 − Ia ) + 4Ia = 0

Temos um problema agora, pois não sabemos quem é Ia e apenas temos uma equação.
O que sabemos é que há uma corrente de 6A descendo e precisamos de um número para
Ia de modo que a corrente resultante seja 5A no resistor, também descendo, obedecendo
o sentido do parâmetro I1 . A única possibilidade para isso é que Ia seja 1A, pois haverá
6A descendo e 1A subindo. Caso não tenha ficado claro, analise pela Lei das Correntes
de Kirchhoff no nó superior do circuito. Temos que:

6 − I1 − Ia = 0
Ia = 6 − I1

Ia = 1A

Agora retornamos a equação de malha obtida anteriormente:

−kI1 + 16 − 2(6 − Ia ) + 4Ia = 0


−k(5) + 16 − 12 + 2(1) + 4(1) = 0
−5k + 10 = 0

k=2

87
As questões b e c ficam como exercı́cio.

Dica: O circuito utilizado deve ser o original.

b) Resposta: P6A = 60W ; P16V = 16W ; PkI1 = 10W


c) Resposta: P2Ω = 50W ; P4Ω = 4W ; P8Ω = 32W ; PGerada = PConsumida = 86W

Exemplo 48: Determine a potência no resistor R7 no circuito da Figura 101. Consi-


dere Vo = 5V, R1 = 1kΩ, R2 = 2kΩ, R3 = 7kΩ, R4 = 1kΩ, R5 = 3, 7kΩ, R6 = 1kΩ, R7 =
2kΩ, r = 2kΩ, α = 2.

Figura 101: Circuito do Exemplo 48

Para este circuito há dois elementos com uma tensão fixa, mas eles não poderão ser
removidos da análise, pois o balanço de potência será afetado, já que haverá, neste caso,
dois resistores que não serão contabilizados. A remoção dos elementos só pode ser feita
para cálculos de tensão e corrente, não sendo válido para cálculos que envolvem potência
em um certo ramo. No exercı́cio anterior foi possı́vel remover o resistor, pois já sabı́amos a
potência no elemento de estudo e necessitávamos apenas de condições de tensão e corrente
no sistema. Com isto em mente, podemos modelar matematicamente o circuito. Primeiro
vamos analisar as variáveis de controle I1 e I2 . Para I1 :

I1 = i1 − i2

E para I2 :

I2 = −αI2 − i4

1
I2 = − i4
α+1

88
Com as variáveis de controle determinadas, começamos a equacionar as malhas do
circuito. Equacionando a primeira malha:

−Vo + R1 (i1 − i2 ) = 0
−Vo + R1 i1 − R1 i2 = 0

R1 i1 − R1 i2 = Vo

Na segunda malha temos:

rI1 + R1 (i2 − i1 ) + R2 [i2 − 


(−αI2 )]= 0
α
r(i1 − i2 ) + R1 i2 − R1 i1 + R2 i2 + R2 i4 = 0
α+1
 
α
(r − R1 )i1 + (R1 + R2 − r)i2 − R2 i4 = 0
α+1

Na terceira malha:

−rI1 + R5 (i3 − i4 ) = 0
−r(i1 − i2 ) + R5 i3 − R5 i4 = 0

−ri1 + ri2 + R5 i3 − R5 i4 = 0

Na malha 4 obtemos:

R5 (i4 − i3 ) + R4 [i4− (−αI2 )] + (R6 + R7 )i4 = 0


α
R5 i4 − R5 i3 + R4 i4 − R4 i4 + (R6 + R7 )i4 = 0
α+1
  
α
−R5 i3 + 1 − R4 + R5 + R6 + R7 i4 = 0
α+1

Temos quatro equações com quatro incógnitas. É recomendável utilizar uma HP ou o


MATLAB para montar as matrizes e resolves o sistema.
Resposta: PR7 = 18mW

Exemplo 49: Para o circuito da Figura 102, determine a tensão entre A e B.

89
Figura 102: Circuito do Exemplo 49

Para calcular a tensão nos pontos indicados, precisamos primeiro saber quem é a
corrente Ix :

Ix = I

Montamos a equação da malha disponı́vel:

8 + 5k(I − 5m) + 1k(I − Ix ) = 0


8 + 5kI − 25 = 0

I = 3, 4mA

A tensão VAB é dada por:

−VAB + 1kI + 8 = 0

VAB = 11, 4V

90
Exemplo 50: Sem fazer modificações no circuito da Figura 103, determine Ix e Vx ,
utilizando o método das malhas.

Figura 103: Circuito do Exemplo 50

Aqui entra novamente o conceito de supermalha, pois a fonte de 2A está entre duas
malhas. Este circuito vai gerar uma equação de malha, uma equação de supermalha
(após combinar as duas equações das malhas individuais) e uma equação de restrição da
supermalha. Primeiramente obtemos a equação da variável de controle:

vx = −i4

Monta-se agora a equação da primeira malha:

−2 + 1i1 + 1[i1 − (−3vx )] + 1(i1 − i4 ) = 0


−2 + i1 + i1 − 3i4 + i1 − i4 = 0

3i1 − 4i4 = 2

Da malha 3:

−vf + 1[i3 − (−3vx )] − 3 + 1i3 = 0


−vf + i3 − 3i4 − 3 + i3 = 0

vf + 3 = 2i3 − 3i4

E da malha 4:

vf + 1i4 + 1(i4 − i1 ) = 0
vf + i4 + i4 − i1 = 0

vf = i1 − 2i4

Substituı́mos agora esta expressão de vf na equação da malha 3 e obtemos:

(i1 − 2i4 ) + 3 = 2i3 − 3i4

−i1 + 2i3 − i4 = 3

91
Esta é a equação da supermalha, que será vista em detalhes na próxima seção. Temos
agora duas equações e três incógnitas. A última equação que será extraı́da do circuito
é a equação de restrição da supermalha, que relaciona as incógnitas do sistema com a
magnitude da fonte.

i3 = i4 + 2

O sistema agora é possı́vel determinado e pode ser feito analiticamente pelos métodos
apresentados e verificar na HP ou no MATLAB.

Resposta: vx = −1V ; Ix = −1A

Exemplo 51: Determine a potência na fonte de 20V.

Figura 104: Circuito do Exemplo 51

Aqui temos duas fontes controladas, então temos duas variáveis de controle que devem
ser equacionadas em função das variáveis do sistema linear. A variável vd é dada por:

vd = I2 − I4

E a corrente ix é expressa por:

ix = I2 − I3

Escrevemos agora as equações das quatro malhas; para a malha 1 obtemos a seguinte
equação:

20 + 15I1 + 2(I1 − I4 ) = 0
20 + 15I1 + 2I1 − 2I4 = 0

17I1 − 2I4 = −20

Para a malha 2:

92
−20 + 1(I2 − I4 ) + 15(I2 − I3 ) = 0
−20 + I2 − I4 + 15I2 − 15I3 = 0

16I2 − 15I3 − I4 = 20

Para a malha 3:

15(I3 − I2 ) + 4(I3 − I4 ) + 80(I3 − 2, 21vd )


15I3 − 15I2 + 4I3 − 4I4 + 80I3 − 176, 8(I2 − I4 ) = 0

−191, 8I2 + 99I3 + 172, 8I4 = 0

Para a malha 4:

34ix + 4(I4 − I3 ) + 1(I4 − I2 ) + 2(I4 − I1 ) = 0


34(I2 − I3 ) + 4I4 − 4I3 + I4 − I2 + 2I4 − 2I1 = 0

−2I1 + 33I2 − 38I3 + 7I4 = 0

O sistema 4x4 pode ser trabalhoso para resolver analiticamente. Baseado nos exemplos
que envolviam scripts em MATLAB, resolva o sistema pelo software.

Resposta: P = 440, 111W

4 Método das malhas com fontes de correntes entre


duas malhas
Exemplo 52: Encontre a potência fornecida pela fonte de corrente.

Figura 105: Circuito do Exemplo 52

Ao encontrar fontes de corrente em mais de uma malha, cria-se uma supermalha a


partir da remoção da fonte de corrente e qualquer elemento conectado em série com a
mesma. O resultado é mostrado na Figura 106.

93
Figura 106: Circuito com supermalha

A supermalha deve ser montada nestes casos pois não sabemos qual é a tensão na fonte
de corrente. Apesar deste fato, uma supermalha obedece a 2a Lei de Kirchhoff. Então,
montando e equação da supermalha obtemos:

−20 + 15i1 + 10i2 + 25 = 0

15i1 + 10i2 = −5

Precisamos de mais uma equação para resolver o sistema, então, aplica-se a lei dos nós
no circuito original aonde a fonte de corrente se encontra com i1 e i2 .

i2 = i1 + 2

Substituindo esta expressão na equação da supermalha obtemos:

15i1 + 10(i1 + 2) = −5
15i1 + 10i1 + 20 = −5

i1 − 1A

Apenas uma das correntes é necessária para encontrar a tensão na fonte de corrente.
Retornando ao circuito original e equacionando a malha 1:

−20 + 15i1 + vf = 0
−20 + 15(−1) + vf = 0

vf = 35V

E a potência é dada por:

P = V i ⇒ P = 35(2) ⇒ P = 70W

94
Exemplo 53: Encontre as correntes i1 e i2 no circuito.

Figura 107: Circuito do Exemplo 53

Primeiramente definimos as correntes de malha e em seguida retiramos a fonte de


corrente com qualquer elemento em série com a mesma.

Figura 108: Circuito com a supermalha

A equação da supermalha é dada por:

−20 + 6i1 + 10i2 + 4i2 = 0

6i1 + 14i2 = 20

Agora, obtemos a equação de restrição da supermalha que envolve as incógnitas com


a fonte de corrente. No nó superior do circuito original obtemos:

i2 = i1 + 6

Substituindo a equação de restrição na equação da supermalha, encontramos:

6i1 + 14(i1 + 6) = 20
6i1 + 14i1 + 84 = 20

95
i1 = −3, 2A ⇒ i2 = 2, 8A

Algumas considerações sobre uma supermalha:


1) A fonte de corrente fornece a equação de restrição necessária para resolver o sistema
resultante.
2) Uma supermalha não possui corrente própria.
3) A supermalha requer a aplicação tanto de ambas as Leis de Kirchhoff.

Exemplo 54: Encontre a corrente as correntes de malha no circuito abaixo.

Figura 109: Circuito do Exemplo 54

Removendo a supermalha, resulta no seguinte circuito:

Figura 110: Circuito com a supermalha

Temos aqui uma malha e uma supermalha, resultando em duas equações. Para com-
pletar o sistema, montamos a equação de restrição da supermalha. Teremos três equações
e três incógnitas e o sistema linear pode ser resolvido. Equacionando a supermalha:

96
−7 + 1(i1 − i2 ) + 3(i3 − i2 ) + 1i3 = 0
−7 + i1 − i2 + 3i3 − 3i2 + i3 = 0

i1 − 4i2 + 4i3 = 7

Equacionando a malha do circuito:

1(i2 − i1 ) + 2i2 + 3(i2 − i3 ) = 0


i2 − i1 + 2i2 + 3i2 − 3i3 = 0

−i1 + 6i2 − 3i3 = 0

Agora, obtemos a equação nodal da malha com a fonte de corrente, analisando o nó
inferior:

i1 − i3 = 7

i1 = i3 + 7

Exemplo 55: Encontre a corrente i1 do circuito.

Figura 111: Circuito do Exemplo 55

Removendo a fonte de corrente do circuito, obtemos:

97
Figura 112: Circuito com a supermalha exposta

Temos uma supermalha e uma malha, nos fornecendo duas equações, mais a equação
nodal da fonte de corrente que permite a resolução do sistema resultante. Então, montado
a equação da supermalha:

−10 + 4(i1 − i3 ) + 10(i3 − i2 ) + 1i3 + 7i3 = 0


−10 + 4i1 − 4i3 + 10i3 − 10i2 + 8i3 = 0

4i1 − 14i2 + 18i3 = 10

Equacionando a malha 2:

4(i2 − i1 ) + 5i2 + 9i2 + 10(i2 − i3 ) = 0


4i2 − 4i1 + 14i2 + 10i2 − 10i3 = 0

−4i1 + 28i2 − 10i3 = 0

A equação do nó do circuito diz que:

i3 = i1 + 3

29
Resposta: i1 = − A
15

98
Exemplo 56: Determine as correntes de malha do circuito da Figura 113.

Figura 113: Circuito do Exemplo 56

Este circuito tem um problema: Ao removermos a fonte controlada e aplicar o conceito


de supermalha entre as malhas 1 e 2, o que faremos com a fonte de 15A? Não sabemos
sua tensão e não há como determina-la sem saber as correntes de malhas. Então, apa-
rentemente, temos apenas uma equação no circuito, da malha 2, e quatro variáveis. Mas,
por inspeção, temos que:

i1 = 15A

Temos agora três variáveis. Podemos também montar a equação de restrição da su-
permalha, que resulta na seguinte expressão:

1
i3 = vx + 15
9

Podemos escrever a variável de controle vx em função das correntes de malha, que


resulta em:

vx = 3(i3 − i2 )

Substituindo vx na equação de restrição da supermalha obtemos:

1
i3 = 3(i3 − i2 ) + 15
9
i3 i2
i3 = − + 15
3 3

i2
i3 = 22, 5 −
2

Agora temos uma equação, porém duas incógnitas. Vamos analisar a malha 2 do
circuito:

99
1(i2 − 15) + 2i2 + 3(i2 − i3 ) = 0
i2 − 15 + 2i2 + 3i2 − 3i3 = 0

6i2 − 3i3 = 15

Resta agora um sistema de segunda ordem que pode ser resolvido por substituição ou
qualquer outro método desejado.

Resposta: i2 = 11A; i3 = 17A

Exemplo 57: Determine v3 no circuito da Figura 114.

Figura 114: Circuito do Exemplo 57

Nota-se primeiramente que:

I1 = i1

A supermalha nos fornece uma equação necessária para a resolução do sistema linear
resultante, a equação de restrição. Podemos escrever 15i1 em função das correntes de
malha definidas:

I3 = 15i1 + I2

15I1 + I2 − I3 = 0

Temos uma equação apenas e três variáveis. Resta agora montar a equação da malha
1 e da supermalha. A malha 1 é representada como:

−80 + 10I1 + 20(I1 − I2 ) + 30(I1 − I3 ) = 0


−80 + 10I1 + 20I1 − 20I2 + 30I1 − 30I3 = 0

100
60I1 − 20I1 − 20I2 − 30I3
A equação da supermalha é escrita como:
−30 + 40I3 + 30(I3 − I1 ) + 20(I2 − I1 ) = 0
−30 + 40I3 + 30I3 − 30I1 + 20I2 − 20I1 = 0
−50I1 + 20I2 + 70I3 = 30
Temos um sistema de três equações e três incógnitas, sendo um sistema possı́vel de-
terminado. Aplica-se o método desejado para encontrar as correntes resultantes.

Resposta: v3 = 104, 2V

Exemplo 58: Determine Io no circuito abaixo.

Figura 115: Circuito do Exemplo 58

As malhas 1 e 2 compartilham uma fonte de corrente, ou seja, a fonte de corrente pode


ser removida e analisa-se as malhas 1 e 3 como uma:
−6 + 1kI2 + 2kI1 + 2k(I1 − 2m) + 1k(I2 − 2m) = 0
−6 + 1kI2 + 2kI1 + 2kI1 − 4 + 1kI2 − 2 = 0
4kI1 + 2kI2 = 12
Ainda é preciso uma equação para resolver o circuito: a equação de restrição da
supermalha. Analisando a fonte de 4mA, vemos que:
I2 + 4m = I1

4
Resposta: Io = − mA
3

101
Exemplo 59: Determine as correntes de malhas do circuito da Figura 116.

Figura 116: Circuito do Exemplo 59

Antes de escrever a equação da malha 1, vamos determinar Vx em função das correntes


de malha:

Vx = 1k(2m − I2 )

Vx = 2 − 1kI2

A equação da primeira malha é dada por:

−2Vx + 1k(I1 − I3 ) + 1k(I1 − I2 ) = 0


−2(2 − 1kI2 ) + 1kI1 − 1kI3 + 1kI1 − 1kI2 = 0

2kI1 + 1kI2 − 1kI3 = 4

A equação da supermalha (malhas 2 e 3) é escrita como:

4 + 1k(I2 − 2m) + 1k(I2 − I1 ) + 1k(I3 − I1 ) + 1kI3 = 0


4 + 1kI2 − 2 + 1kI2 − 1kI1 + 1kI3 − 1kI1 + 1kI3 = 0

−2kI1 + 2kI2 + 2kI3 = −2

Temos três incógnitas, porém duas equações. Resta ainda determinar a equação de
restrição da supermalha:

I3 = 2m + I2

Agora temos um sistema de três variáveis e três equações. Recomenda-se montar a


matriz do sistema resultante e resolver por Eliminação de Gauss ou Regra de Kramer.

Resposta: I1 = 3mA; I2 = 0A; I3 = 2mA

102
Exemplo 60: Obtenha as correntes de malha do circuito da Figura 117.

Figura 117: Circuito do Exemplo 60

Este circuito possui duas supermalhas juntas. Para resolver este tipo de topologia,
remove-se ambas as fontes de corrente, resultando em uma supermalha como as anteriores.
Teremos duas equações de restrição, uma para cada seção da supermalha, a equação da
supermalha e a equação da malha 4. Devemos ver como podemos escrever o parâmetro
da fonte controlada em função das correntes de malhas, que neste caso será:

Io = i4

Equacionando a supermalha:

2i1 + 4i3 + 8(i3 − i4 ) + 6i2 = 0


2i1 + 4i3 + 8i3 − 8i4 + 6i2 = 0

2i1 + 6i2 + 12i3 − 8i4 = 0

Montando a equação da malha 4:

10 + 8(i4 − i3 ) + 2i4 = 0
10 + 8i4 − 8i3 + 2i4 = 0

−8i3 + 10i4 = −10

Olhando agora para a fonte de 5A, ela nos dá a seguinte equação:

i1 + 5 = i2

Olhando para a fonte controlada:

i3 + 3io = i2

Substituindo o valor de Io :

103
i3 − 3i4 = i2

Apesar das equações de restrição apresentarem i2 em comum, elas não podem ser
substituı́das, pois haverá apenas três equações e quatro incógnitas. Não é recomendado
utilizar o método da substituição neste caso devido a estas limitações. Para resolver
sistemas com três ou mais equações deve-se utilizar métodos matriciais.

Resposta: i1 = −7, 5A; i2 = −2, 5A; i3 = 3, 928A; i4 = 2, 142A

Exemplo 61: Encontre a tensão na fonte de corrente.

Figura 118: Circuito do Exemplo 61

O circuito é composto por uma malha e uma supermalha. Primeiro vamos descobrir
quem é o parâmetro i.

i = I2

A equação de restrição da supermalha é dada por:

I2 = 1, 5i + I1

Mas sabemos quem é i, então:

I1 + 0, 5I2 = 0

A supermalha é descrita como:

−10 + 1(I1 − I3 ) + 1(I2 − I3 ) + 1I2 = 0


−10 + I1 − I3 + I2 − I3 + I2 = 0

I1 + 2I2 − 2I3 = 10

104
A equação da malha 3 é escrita como:

1(I3 − I1 ) + 2I3 + 1(I3 − I2 ) = 0


I3 − I1 + 2I3 + I3 − I2 = 0

−I1 − I2 + 4I3 = 0

O sistema pode ser resolvido agora pelo MATLAB, HP, ou qualquer método analı́tico
apresentado e a partir das correntes determina-se a tensão Ug .

Resposta: Ug = 15V

Exemplo 62: No circuito da Figura 119, a potência gerada pela fonte de 2V é nula.
Calcule:
a) A corrente Ig .
b) A tensão UAC .

Figura 119: Circuito do Exemplo 62

a) A primeira parte da análise deve ser entender a condição imposta pelo exercı́cio.
Se a potência na fonte é nula, então:

P = V I1 = 0
2I1 = 0

I1 = 0A

Se a corrente é nula, então esta malha está aberta, resultando no circuito da Figura
120.

105
Figura 120: Circuito simplificado

Teremos apenas uma equação, de supermalha, para resolver o sistema. Ainda:

I2 = Ig

Então, a equação de supermalha será:

−2 + 1(0 − 2) + 1(Ig − 2) + 1Ig = 0


−6 + 2Ig = 0

Ig = 3A

b) A tensão é calculada como:

UAC = 2 − 1Ig

UAC = −1V

Exemplo 63: Encontre a potência fornecida por cada fonte do circuito.

Figura 121: Circuito do Exemplo 63

A primeira malha fornece diretamente o valor de I1 :

106
1 + 1(I1 − 3) + 1I1 = 0
1 + I1 − 3 + I1 = 0

I1 = 1A

Da malha 2, obtemos:

−1 + 1I2 + 1(I2 − I3 ) = 0
−1 + I2 + I2 − I3 = 0

2I2 − I3 = 1

Temos uma supermalha entre as malhas 3 e 4 que é equacionada como:

1(I3 − I2 ) + 0, 5I4 + 0, 5(I4 − 3) = 0


I3 − I2 + 0, 5I4 + 0, 5I4 − 1, 5 = 0

−I2 + I3 + I4 = 1, 5

A equação de restrição da supermalha é dada por:

I4 + 1 = I3

Resolve-se o sistema agora considerando as variáveis I2 , I3 e I4 , visto que I1 foi deter-


minado. Para determinar a potência fornecida por cada fonte, deve-se encontrar primei-
ramente, a tensão nas fontes de corrente e a corrente na fonte de tensão.

Resposta: P3A = 9W ; P1A = 0, 5W ; P1V = 0, 5W

Exemplo 64: No circuito da Figura , a fonte de 25V absorve 875W. Calcular:


a) A corrente Ig .
b) A potência gerada pela fonte controlada.

Figura 122: Circuito do Exemplo 64

a) Vejamos primeiro a condição imposta pelo exercı́cio. A fonte CONSOME 875W,


então, por convenção, a corrente entra no terminal positivo, como está apontado na figura,
então:

107
P = V I1
875 = 25I1

I1 = 35A

Para encontrar Ig , precisamos saber quem é i e I3 . Para encontrar I3 , montamos a


equação da supermalha:

25 − 5 − 10 + 2I3 + 20 = 0

I3 = −15A

O parâmetro i é escrito como:

i + I3 = −Ig

i − 15 = −Ig

Precisamos de mais uma equação para resolver o sistema. A malha 2 não fornece
informações pertinentes para esta situação; resta apenas a equação de restrição:

10i + I3 = I1
10i − 15 = 35

i = 5A ⇒ Ig = 10A

b) Exercı́cio. Resposta: P = 1250W

Exemplo 65: A potência gerada pela fonte controlada do circuito da Figura 123 é
230W. Calcule a tensão Ug .

Figura 123: Circuito do Exemplo 65

O parâmetro i é a mesma corrente da malha 2:

i = I2

108
A condição nos diz que a fonte gera uma potência de 230W. Aplicando esta condição
na fonte, a corrente I3 deve ser maior que I1 . Deste modo, a corrente resultante entra
pelo terminal negativo, caracterizando um gerador. Então:

5i(I3 − I1 ) = 230
5I2 (I3 − I1 )

A equação de restrição da supermalha é dada por:

I2 + 3 = I3

E a partir da primeira malha:

10 + 1(I1 − I2 ) + 5i = 0
10 + I1 − I2 + 5I2 = 0

I1 + 4I2 = −10

Pela equação de restrição e a equação da primeira malha, isola-se I3 e I1 , respec-


tivamente e substitui-se as equivalências na equação de potência obtida anteriormente,
resultando na seguinte equação:

25I22 + 65I2 − 230 = 0


I2 = 2A ou I2 = −4, 6A

Cada valor de corrente irá resultar em um valor de Ug . Para encontrar Ug , montamos


a equação da supermalha do circuito:

−Ug − 5i + 1(I2 − I1 ) + 10I2 = 0


−Ug − 5I2 + I2 − I1 + 10I2 = 0

Ug = −I1 + 6I2

Cada valor de I2 irá implicar em um valor de I1 e I3 .

Resposta: Ug = 30V ou Ug = −36V

Exemplo 66: Calcule a corrente ig da fonte na Figura 124 se a potência entregue ao


circuito pela mesma é 18W. Obs: Utilizar os valores que gerem um valor inteiro de i.

109
Figura 124: Circuito do Exemplo 66

Os parâmetros das fontes controladas são dados por:

u = −2I4

I3 + i = I2 ⇒ i = I2 − I3

As equações de restrição da primeira supermalha é dada por:

ig + I4 = I1 e
2u + I2 = I1

Podemos combinar as duas equações que possuem u em uma só para obter apenas
uma equação dependente apenas das correntes de malhas:

−4I4 + I2 = I1

I1 − I2 + 4I4 = 0

Ainda, o circuito é composto de uma malha (3) e uma supermalha dupla (1, 2 e 4). A
equação da malha 3 é dada por:

−2 + 1I3 + 2(I3 − I2 ) = 0
−2 + I3 + 2I3 − I2 = 0

−2I2 + 3I3 = 2

A supermalha é escrita por:

2 + 2(I2 − I3 ) + 3(I2 − I3 ) + 1I1 + 2I4 = 0


2 + 2I2 − 2I3 + 3I2 − 3I3 + I1 + 2I4 = 0

I1 + 5I2 − 5I3 + 2I4 = −2

110
Temos um total de três equações, porém quatro correntes. É necessário mais uma
equação, que pode ser montado pela condição dada pelo exercı́cio, onde a fonte ig gera
18W. Então:

ug ig = 18

Já sabemos quem é ig em função das correntes das malhas, então, resta determinar
quem é a tensão na fonte. Para isso, escrevemos a equação da malha 4:

2 + ug + 2I4 = 0

ug = −(2I4 + 2)

A equação da potência da fonte se torna:

−(2I4 + 2)(I1 − I4 ) = 18

−(2I1 I4 − 2I42 + 2I1 − 2I4 ) = 18

2I42 + 2I4 − 2I1 I4 − 2I1 = 18

Temos agora todas as equações para encontrar ig , porém, o sistema não é linear.
Haverá diferentes valores de I4 que gerarão valores diferentes de I1 , I2 e I3 , ou seja, a
solução para I4 não é única. Para resolver este problema, vamos encontrar I4 primeiro, já
que esta corrente possui duas soluções e é por ela que determinaremos as outras correntes.
A equação da supermalha apresenta todas as correntes, então, a partir das outras equações
montamos uma dependência de I4 e I1 e as substituı́mos na equação da supermalha.
Então, isolando I1 na condição estabelecida pelo exercı́cio:

I42 + I4 − 9
I1 =
I4 + 1

Na equação da terceira malha:

2I2 + 2
I3 =
3
Isolando I2 na equação final, temos:

I2 = I1 + 4I4

Substituindo as equações resultantes na equação da supermalha:


 
2I2 + 2
I1 + 5I2 − 5 + 2I4 = −2
3

10 10
I1 + 5I2 − − I2 + 2I4 = −2
3 3
5 4
I1 + I2 + 2I4 − = 0
3 3

111
5 4
I1 + (I1 + 4I4 ) − = 0
4 3
8 26 4
I1 + I4 − = 0
3 3 3
 2 
8 I4 + I4 − 9 26 4
+ I4 − f = 0
3 I4 + 1 3 3

8I42 + 8I4 − 72 + 26I4 (I4 + 1) − 4(I4 + 1) = 0

34I42 + 30I4 − 76 = 0

I4 = −2A ou I4 = 1, 1176A

O exercı́cio disse para considerarmos um valor inteiro, então I4 = −2A. Além disso,
para encontrar ig necessitamos apenas o valor da corrente I1 , que é obtida por:

I42 + I4 − 9
I1 =
I4 + 1

I1 = 7A

Agora, determinamos ig :

ig = I1 − I4

ig = 9A

Exemplo 67: Calcule a tensão nos elementos através do método das correntes de
malhas.

Figura 125: Circuito do Exemplo 67

Circuito composto por apenas uma malha e uma supermalha, a equação da supermalha
é dada por:

−1 + 1I1 + 2(I2 − 1) + 2(I2 − I3 ) = 0


−1 + I1 + 2I2 − 2 + 2I2 − 2I3 = 0

112
I1 + 4I2 − 2I3 = 3

A malha restante é a malha 3, descrita por:

−1 + 3I3 + 2(I3 − I2 ) + 3(I3 − 1) = 0


−1 + 3I3 + 2I3 − 2I2 + 3I3 − 3 = 0

−2I2 + 8I3 = 4

Precisamos ainda da equação de restrição da supermalha para determinar as correntes:

I2 + 1 = I1

A obtenção das correntes e tensões nos elementos fica como exercı́cio.

Exemplo 68: Determine R no circuito da Figura 126 se a fonte de 6V consome uma


potência de 48W.

Figura 126: Circuito do Exemplo 68

A condição inicial do problema diz que:

6[I1 − (−6)] = 48 ⇒ I1 = 2A ⇒ i = 2A

Montando a equação da primeira malha:

6 + R(2 − I2 ) + 2 = 0
6 + 2R − RI2 + 2 = 0

2R + 8
I2 =
R

A equação da supermalha é dada por:

113
−4(2) + 1[I3 − (−6)] + 2I3 + R(I2 − 2) = 0
−8 + I3 + 6 + 2I3 + RI2 − 2R = 0

RI2 + 3I3 − 2R = 2

A equação de restrição da supermalha é escrita como:

1, 5v + I2 = I3

Onde o parâmetro v é:

v = 1, 5(−6 − I3 )

Substituindo v na restrição da supermalha, temos:

1, 5(−6 − I3 ) + I2 = I3
−9 − 1, 5I3 + I2 = I3

I2 − 9
I3 =
2, 5

Encontramos R substituindo I2 e I3 na equação da supermalha:

R 3
(2R + 8) + (I2 − 9) − 2R = 2
R 2, 5

2R + 8 + 1, 2(I2 − 9) − 2R = 2
 
2R + 8
1, 2 − 9 = −6
R
 
−7R + 8
1, 2 = −6
R

−5R = −7R + 8 ⇒ R = 4Ω

Exemplo 69: Na Figura 127, a fonte de corrente tem uma intensidade proporcional
a tensão v. Se a potência fornecida ao circuito por esta fonte é 4W, determine o valor da
constante de proporcionalidade k, sabendo que é um número inteiro.

114
Figura 127: Circuito do Exemplo 69

Vemos primeiro quem é o parâmetro v do circuito.

v = I2 − I3

A equação da primeira é dada por:

1 + 1(I3 − I2 ) + 1(I3 − I1 ) = 0
1 + I3 − I2 + I3 − I1 = 0

−I1 − I2 + 2I3 = −1

A equação da supermalha é escrita como:

1I1 + 1(I1 − I3 ) + 1(I2 − I3 ) + 1I2 = 0


I1 + I1 − I3 + I2 − I3 + I2 = 0

2I1 + 2I2 − 2I3 = 0

A equação de restrição da supermalha:

kv + I1 = I2
k(I2 − I3 ) + I1 = I2
kI2 − kI3 + I1 = I2

I1 + (k − 1)I2 − kI3 = 0

Precisamos ainda de outra equação para poder encontrar o valor de k. Sabemos que
a fonte gera 4W, então:

u(kv) = 4

A tensão na fonte pode ser calculada pela equação da malha 2:

−u + 1(I2 − I3 ) + 1I2 = 0
−u + I2 − I3 + I2 = 0

115
u = 2I2 − I3
Retornando para a equação da potência:
k(2I2 − I3 )(I2 − I3 ) = 4

k(2I22 − 3I2 I3 + I32 ) = 4

Temos agora quatro equações que relacionam as quatro variáveis. Nossa equação
principal é esta da potência, pois envolve k e as correntes ao quadrado. Outra equação
que relaciona k é a equação de restrição, mas possui I1 . Podemos eliminar esta variável
se isolarmos I1 na equação da supermalha e substituirmos na equação de restrição do
circuito:
2I1 = −2I2 + 2I3
I1 = −I2 + I3
Aplicando este resultado na restrição da supermalha:
−I2 + I3 + (k − 1)I2 − kI3 = 0
(k − 2)I2 + (1 − k)I3 = 0
 
k−1
I2 = I3
k−2

Sabemos quem é I2 em função de I3 e k por esta equação e ainda temos a equação da


potência que relaciona estas incógnitas. Então, substituindo esta equação na condição do
exercı́cio:
"  2   #
k−1 k − 1
k 2 I32 − 3 I 2 + I32 = 4
k−2 k−2 3
"  2   #
k − 1 k − 1
I32 2k − 3k +k =4
k−2 k−2

Temos agora duas opções:


"  2   #
k−1 k−1
I32 = 4 ou 2k − 3k +k =4
k−2 k−2

Como desejamos o valor de k, seguimos pela segunda opção:


2k(k − 1)2 (k − 2) − 3k(k − 1)(k − 2)2 + (k − 4)(k − 2)2 (k − 2)
=0
(k − 2)2 (k − 2)
(k − 2)[2k(k − 1)2 − 3k(k − 1)(k − 2) + (k − 4)(k − 2)2 ] = 0
−3k 2 + 16k − 16 = 0
4
k = 4 ou k =
3
Buscamos um valor inteiro de k, logo:
k=4

116
Exemplo 70: Determinar a tensão e corrente em cada resistência do circuito da
Figura 128 e a tensão nas fontes de corrente.

Figura 128: Circuito do Exemplo 70

Primeiramente redesenhamos o circuito para um aspecto melhor da sua topologia.

Figura 129: Circuito do Exemplo 70 redesenhado

Temos uma equação de supermalha:

2(I1 − 1) + 3(I2 − I3 ) + 4I2 + 1(I1 − 4) = 0


2I1 − 2 + 3I2 − 3I3 + 4I2 + I1 − 4 = 0

3I1 + 7I2 − 3I3 = 6

E sua restrição:

I1 + 3 = I2

Mas não sabemos quem é I3 no circuito. A fonte de 2A é na verdade uma supermalha,


pois compartilha a malha 3 a malha com a fonte de 1A. Então, por ser uma supermalha,
ela fornece uma equação de restrição dada por:

I3 + 2 = 1

117
I3 = −1A

Retornado para a equação da supermalha:

3I1 + 7I2 = 3
3I1 + 7(I1 + 3) = 3
3I1 + 7I1 + 21 = 3

I1 = −1, 8A ⇒ I2 = 1, 2A

A determinação das tensão e corrente nos elementos é deixada como exercı́cio.

Exemplo 71: Calcule io e uo em função de e, R1 , R2 , α e g.

Figura 130: Circuito do Exemplo 71

Escrevemos a equação da primeira malha como:

−e + R1 (i1 − guo ) = 0
−e + R1 i1 − R1 guo = 0

R1 i1 − R1 guo = e

Onde o parâmetro uo é:

uo = R2 io

Temos também uma supermalha que nos dá a seguinte equação de restrição:

io + αi1 = guo

Como desejamos o valor de io , isolamos i1 em função de io nesta equação e substituı́mos


uo da equação anterior:

io + αi1 = gR2 io

gR2 − 1
i1 = io
α

118
Mas ainda não temos equações suficientes para resolver o sistema. Analisando o nó A,
podemos obter a última equação que precisamos:

guo = αi1 + io

Então, substituı́mos guo na equação da malha 1 para obter:

R1 i1 − R1 (αi1 + io ) = e
R1 i1 − αR1 i1 − R1 io = e
(1 − α)R1 i1 − R1 io = e

Aplicamos agora i1 isolado anteriormente para determinar o valor de io :


 
gR2 − 1
(1 − α)R1 io − R1 io = e
α

[(1 − α)R1 (gR2 − 1) − αR1 ]io = αe


αe
io =
R1 [(1 − α)(gR2 − 1) − α]
αe
io =
R1 [gR2 − 1 − αgR2 + α − α]

αe αR2 e
io = ⇒ uo =
R1 [gR2 (1 − α) − 1] R1 [gR2 (1 − α) − 1]

Exemplo 72: Calcular a tensão e corrente em cada elemento pelo método das malhas.

Figura 131: Circuito do Exemplo 72

O circuito é composto por uma supermalha entre as malhas 1 e 2 e outra supermalha


entre a malha 3 e 4. A equação da primeira supermalha é dada por:

−3 + 1I1 + 2I2 + 1(I2 − 3) + 1(I2 − I3 ) + 1(I1 − I3 ) + 1(I1 − 3) = 0


−3 + I1 + 2I2 + I2 − 3 + I2 − I3 + I1 − I3 + I1 − 3 = 0

119
3I1 + 4I2 − 2I3 = 9

E sua restrição é:

I2 + 1 = I1

Precisamos saber ainda quem é I3 para poder resolver o circuito. A segunda super-
malha nos dá uma equação de restrição que envolve a corrente da terceira malha:

2 + 3 = I3 ⇒ I3 = 5A

Substituindo o valor de I1 e I3 na equação da primeira supermalha obtemos:

16
3(I2 + 1) + 4I2 − 2(5) = 9 ⇒ I2 = A
7

Isto resulta em:

23
I1 = A
7

A determinação das tensões e correntes nos elementos fica como exercı́cio.

Exemplo 73: Resolva pelo método das malhas o circuito da Figura 132.

Figura 132: Circuito do Exemplo 73

Para facilitar a análise do circuito, olhamos o mesmo por uma outra perspectiva de
modo a colocá-lo em duas dimensões. Olhando o circuito por cima:

120
Figura 133: Circuito do Exemplo 73 em nova perspectiva

Para facilitar ainda mais a análise, a fonte de corrente em paralelo com a fonte de
8V pode ser removida, pois está presa numa tensão constante e não afetará o restante do
circuito. E também, a fonte de 1A em paralelo com o resistor de 1Ω pode ser transformada
em uma fonte de tensão de 1V em série com o resistor de 1Ω. O circuito final pode ser
visto na figura seguinte.

Figura 134: Circuito do Exemplo 73 simplificado

Temos apenas uma malha para resolver o circuito e duas supermalhas que fornecem
apenas suas equações de restrições. A restrição entre a malha 1 e a fonte de 2A nos diz
que:
I1 + 1 = 2 ⇒ I1 = 1A
Entre a malha 3 a fonte de 1A, temos que:
I3 + 1 = −1 ⇒ I3 = −2A

121
A corrente I2 é obtida equacionando a malha 2 do circuito:

−8 + 1I2 − 2 + 1(I2 − 1) = 0
−10 + I2 + I2 − 1 = 0

I2 = 5, 5A

Exemplo 74: Sabendo que o amperı́metro indica 3A, determine o valor da fonte I
no circuito abaixo.

Figura 135: Circuito do Exemplo 74

Uma consideração que deve ser feita é sobre o amperı́metro. Este instrumento de
medida é caracterizado por uma impedância interna extremamente baixa. Isso garante que
a corrente do circuito não seja atenuada pelo aparelho. Então, quanto menor a impedância
interna de um amperı́metro, maior será sua exatidão. No exercı́cio consideraremos o
amperı́metro como ideal, ou seja, sua impedância interna é nula.
Observa-se também uma fonte de corrente com um valor X não-numérico. Se de-
finı́ssemos as correntes de malha no circuito como está agora, virı́amos que a corrente
X não provocará quedas de tensão opostas, nem entrará nos cálculos de modelagem do
circuito. Então, podemos retirar esta fonte e o seu resistor do circuito. O novo circuito
será:

122
Figura 136: Circuito do Exemplo 74 reconfigurado

O sentido da corrente do amperı́metro foi definido arbitrariamente. Como o am-


perı́metro não possui queda de tensão e está em paralelo com o resistor de 20Ω e 5Ω, não
há corrente em ambos os resistores e também podem ser retirados do circuito, resultando
em:

Figura 137: Circuito do Exemplo 74 novo

A última observação é analisar o que aconteceu com o parâmetro i do circuito.

0
i= ⇒ i = 0A
20
Isso quer dizer que a corrente na fonte de controlada é 0A, ou seja, a fonte está
desativada. Uma fonte de corrente desativada (desligada, zerada,...) é equivalente a um
circuito aberto. Então, abrindo a fonte de corrente, a malha irá desaparecer:

123
Figura 138: Circuito do Exemplo 74 final

Com uma análise cuidadosa e interpretação do circuito, ele pôde ser reduzido para
apenas uma supermalha.

−49 + 0, 5(3) + 7, 5I1 = 0

A corrente I1 é calculada pela restrição da supermalha:

I + 3 = I1

Substituindo esta equivalência na nossa equação anterior:

10
−49 + 1, 5 + 7, 5(I + 3) = 0 ⇒ I = A
3

Exemplo 75: Determine no circuito abaixo o valor lido no amperı́metro quando a


chave fechar.

Figura 139: Circuito do Exemplo 75

124
Ao fecharmos a chave, haverá uma nova corrente de malha no circuito, já que teremos
um novo caminho fechado. Antes de proceder para a análise, consideramos o amperı́metro
como ideal novamente e associamos os resistores de 2Ω, 3Ω e 4Ω para obter o seguinte
circuito:

Figura 140: Circuito do Exemplo reconfigurado

Temos um circuito composto por três supermalhas e uma malha (6). Vamos primeiro
equacionar os parâmetros importantes do circuito. A tensão e é escrita como:

e − 30I5 − 4, 5I6 = 0

e = 30I5 + 4, 5I6

E pode ser substituı́da na equação de restrição da supermalha 3-4:

0, 1e + I5 = I4
0, 1(30I5 + 4, 5I6 ) + I5 = I4
3I5 + 0, 45I6 + I5 = I4

I4 − 4I5 − 0, 45I6 = 0

A corrente i é escrita como:

i + I6 = I2

i = I2 − I6

Esta equivalência substituı́mos na equação de restrição da supermalha 3-7:

0, 5i + I7 = I3
0, 5(I2 − I6 ) + I7 = I3
0, 5I2 − 0, 5I6 + I7 = I3

0, 5I2 − 0, 5I6 − I3 + I7 = 0

125
Temos outra equação de restrição supermalha, entre as malhas 1 e 2, dada por:

I1 + 7 = I2

I1 − I2 = −7

Vamos equacionar agora a malha 6 do circuito:

9(I6 − I2 ) + 4, 5I6 + 4, 5I6 = 0


9I6 − 9I2 + 9I6 = 0

−9I2 + 18I6 = 0

Agora equacionamos as três supermalhas restantes e teremos um sistema 7x7 que pode
ser resolvido em softwares matemáticos ou na HP. Então, equacionando a supermalha 1-2:

26
2(I1 − I3 ) + 9(I2 − I6 ) +(I1 − I7 ) = 0
7
   
26 26
2I1 − 2I3 + 9I2 − 9I6 + I1 − I7 = 0
7 7
   
40 26
I1 + 9I2 − 2I3 − 9I6 − I7 = 0
7 7

Equacionando a supermalha 3-7:

26
10(I3 − I5 ) + 1(I3 − I4 ) + 2(I3 − I1 ) +
(I7 − I1 ) = 0
7
   
26 26
10I3 − 10I5 + I3 − I4 + 2I3 − 2I1 + I7 − I1 = 0
7 7
   
40 26
− I1 + 13I3 − I4 − 10I5 + I7 = 0
7 7

Por fim, a equação da supermalha 4-5:

15I4 + 1(I4 − I3 ) + 10(I5 − I3 ) + 30I5 = 0


15I4 + I4 − I3 + 10I5 − 10I3 + 30I5 = 0

−11I3 + 16I4 + 40I5 = 0

Resposta: IA = 2A

126
5 Método nodal com apenas fontes independentes de
corrente
Exemplo 76: Encontre as tensões nodais no circuito abaixo.

Figura 141: Circuito do Exemplo 76

Solução: A resolução pelo método nodal consiste na determinação de tensões nos nós
do circuito. Para isso, definimos em cada nó (ponto onde convergem/divergem correntes)
um tensão en e separamos um nó como referência, ou seja, 0V. A referência pode ser
colocada em qualquer nó de circuito e uma escolha correta pode ate simplificar os cálculos.
Após definir as tensões dos nós, convencionamos as correntes que entram e saem do nó
respectivo e pela 1a Lei de Kirchhoff montamos as equações de corrente nos nós do circuito.
Para este caso temos:

Figura 142: Tensões e correntes definidas

Aplicando a 1a Lei de Kirchhoff no nó 1:

I2 + 5 = I1

Escrevemos as correntes agora como I = V /R:


e2 − e1 e1 − 0
+5=
4 2
127
22 e1 e1
− +5=
4 4 2
e2 3
+ 5 = e1
4 4
Equacionando o segundo nó:

10 = I2 + I3 + 5
e2 − e1 e2 − 0
5= +
4 6
e2 e1 e2
5= − +
4 4 6
e1 5
+ 5 = e2
4 12
Temos um sistema que inicialmente era de três variáveis, que foi reduzido para duas.
Resolvemos agora o sistema de equações e encontramos a tensão nos nós em relação a
nossa referência:
40
e2 = 20V ⇒ e1 = V
3
E a partir destas tensões, podemos determinar as correntes nos resistores:

e1 − 0 20
I1 = ⇒ I1 = A
2 3

e2 − e1 5
I2 = ⇒ I2 = A
4 3

e2 − 0 10
I3 = ⇒ I3 = A
6 3

Exemplo 77: Obtenha as tensões nos nós do circuito.

Figura 143: Circuito do Exemplo 77

Designamos primeiramente as tensões e correntes nos nós do circuito e uma referência


0V para seguirmos.

128
Figura 144: Tensões e correntes definidas

Montando a equação do primeiro nó:

I1 + I2 = 3
e1 − 0 e1 − e2
+ =3
2 6
e1 e1 e2
+ − =3
2 6 6

2 e2
e1 − =3
3 6

Para o segundo nó:

I2 = I3 + 12
e1 − e2 e2 − 0
= + 12
6 7
e1 e2 e2
− = + 12
6 6 7

e1 13
= e2 + 12
6 42

Deste sistema, temos:

e1 = −6V e e2 = −42V

129
Exemplo 78: Determinar as tensões nos nós e as correntes nos resistores do circuito
da figura abaixo.

Figura 145: Circuito do Exemplo 78

Definimos inicialmente uma referência, com potencial zero e em seguida os nós do


circuito e as correntes em cada resistor.

Figura 146: Variáveis definidas

Equacionando o primeiro nó:

1m = I1 + I2
e1 − 0 e1 − e2
1m = +
12k 6k
e2 e1
+ 1m =
6k 4k

O segundo nó é escrito como:

I2 = 4m + I3
e1 − e2 e2 − 0
= 4m +
6k 6k
e1 e2
= 4m +
6k 3k

Isolando e1 na segunda equação:

e1 = 24 + 2e2

130
E substituindo na primeira equação, obtemos:

e2 24 + 2e2
+ 1m =
6k 4k
e2 + 6 24 + 2e2
=
6k 4k

e2 + 6 = 36 + 3e2 ⇒ e2 = −15V

Voltando a nossa primeira equação reduzida, determinamos:

e1 = 24 + 2(−15) ⇒ e1 = −6V

Para encontrar as correntes, devemos saber quem são elas em função das tensões no
nós.
e1 − 0
I1 = ⇒ I1 = −0, 5mA
12k
e1 − e2
I2 = ⇒ I2 = 1, 5mA
6k
e2 − 0
I3 = ⇒ I3 = −2, 5mA
6k

Exemplo 79: Para o circuito abaixo, determine:


a)v1 , v2 e I1
b) Qual a potência fornecida pela fonte de 15A?
c) Repita (b) para a fonte de 5A.

Figura 147: Circuito do Exemplo 79

a) Primeiramente, os resistores de 60Ω e 15Ω podem ser associados e a tensão v1 não


será alterada, pois eles estão em paralelo. Agora definimos a nossa referência, os nós e as
correntes:

131
Figura 148: Variáveis destacadas

Com os nós definidos, podemos determinar quem são as tensões v e a corrente I1 em


funções dos potenciais nos nós:

e1 − 0
v1 =
12
e2 − 0
v2 =
2
e1 − e2
I1 =
5
Sabendo isso, equacionamos agora o circuito, começando pelo nó 1:

15 = I1 + I2
e1 − e2 e1 − 0
15 = +
5 12

e2 17
15 + = e1
5 60

E, por fim, o nó 2:

I1 = I3 + 5
e1 − e2 e2 − 0
= +5
5 2

e1 7
= e2 + 5
5 10

Isolando nesta equação e1 , temos que:

35
e1 = e2 + 25
10
Substituindo esta expressão na equação do nó 1:
 
e2 17 35
15 + = e2 + 25
5 60 10

132
85 119 e2
15 − = e2 − ⇒ e2 = v2 = 10V
12 120 5
Encontramos e1 agora:
35
e1 = (10) + 25 ⇒ e1 = v1 = 60V
10
E I1 :
60 − 10
I1 = ⇒ I1 = 10A
5
b) A fonte de 15A possui a mesma tensão v1 , então, sua potência é:

P = V I ⇒ P = 60(15) ⇒ P = 900W (f ornecendo)

c) A fonte de 5A possui a mesma tensão v2 , então:

P = V I ⇒ P = 10(5) ⇒ P = 50W (consumindo)

Exemplo 80: Utilize o método nodal para encontrar v.

Figura 149: Circuito do Exemplo 80

Primeiro devemos transformar a fonte de tensão em uma fonte de corrente para que
possamos equacionar o circuito.

Figura 150: Circuito do Exemplo 80 redesenhado

Os resistores de 6Ω e 2Ω não podem ser associados, pois os elementos estão em série


e perdemos a tensão desejada. Agora, associando os resistores em paralelo e definindo
nossas variáveis e referência:

133
Figura 151: Variáveis definidas

Nota-se que o nó 2 possui apenas uma corrente, então a equação que ele nos fornece
é:

I2 = I2

Parece não oferecer informação substancial. Mas podemos reescrever cada I2 da


equação de acordo com o circuito:
e1 − e2 e2 − e3
= ⇒ e1 + 3e3 = 4e2
6 2
Podemos agora escrever a nó 1 e 3, respectivamente, como:

4, 5 = I1 + I2
e1 − 0 e1 − e2
4, 5 = +
1 6
e2 7
4, 5 + = e1
6 6
E

I2 + 7, 5 = I3
e2 − e3 e3 − 0
+ 7, 5 =
2 3
e2 5
+ 7, 5 = e3
2 6
Este sistema pode ser resolvido por escalonamento, Eliminação de Gauss, Regra de
Kramer ou MATLAB. Resolvendo o mesmo, obtemos:

e1 = 6V , e2 = 15V , e3 = 18V

As tensões e são todas em relação a referência 0V. Escolhemos nossa referência no


negativo de v, ou seja, esta tensão é também em relação a nossa referência. Então:

v = e2 = 15V

134
Exemplo 81: a) Calcule as correntes ia , ib e ic pelo método nodal.
b) Determine a potência associada a cada fonte e diga se ela está fornecendo ou
consumindo.

Figura 152: Circuito do Exemplo 81

a) Primeiramente transformamos a fonte de tensão em fonte de corrente e associamos


a mesma com a fonte de 3A, já que estão em paralelo, então:

Figura 153: Circuito do Exemplo 81 rearranjado

Equacionando o único nó do circuito:

13 = ix + ib + ic
e e e
13 = + + ⇒ e = 40V
5 10 40
Da equação nodal, temos que:
e−0
ib = ⇒ ib = 4A
10
e−0
ic = ⇒ ic = 1A
40
Para determinar ia , retornamos ao circuito original com o nosso valor de tensão e
vemos que a corrente ia é expressa como:

e − 5ia + 50 = 0 ⇒ ia = 2A

135
b) Como a corrente está entrando no terminal negativo da fonte de tensão, a mesma
está fornecendo potência ao circuito e seu módulo é dado por:

P = V I ⇒ P = 50(2) ⇒ P = 100W

A fonte de corrente possui uma tensão de 40V em seus terminais, com o positivo no
sentido da corrente, ou seja, esta fonte também fornece potência ao circuito, que é dada
por:

P = V I ⇒ P = (40)3 ⇒ P = 120W

Exemplo 82: O modelo matemático do circuito abaixo é dado por:


    
0, 225 −0, 125 e1 −3
=
−0, 125 0, 125 e2 2

a) Determine R e Is ;
b) Determine a potência fornecida pela fonte de 3A.

Figura 154: Circuito do Exemplo 82

a) Antes de determinarmos os parâmetros desejados, precisamos resolver a sistema de


equações fornecido pelo problema. Resolvendo a matriz:

e1 = −10V ; e2 = 6V

A corrente Is é determinada por:


e2 − e1
Is = ⇒ Is = 2A
8
Para determinar o valor de R, precisamos sabe a corrente i que circula por esse resistor:

136
Figura 155: Circuito do Exemplo 82 parte (a)

Equacionando o nó 1:

Is = 3 + i ⇒ i = −1A

E, pela Lei de Ohm:

V = Ri ⇒ −10 = R(−1) ⇒ R = 10Ω

b) A potência é dada por:

P = V I ⇒ P = 10(3) ⇒ P = 30W

Exemplo 83: Determine a corrente i.

Figura 156: Circuito do Exemplo 83

1
As unidades dos resistores estão em Siemens, sendo que S = . Com isso em mente,
R
podemos prosseguir em associar os resistores de 4S e 1S e teremos:

137
Figura 157: Circuito do Exemplo 83 reorganizado

Temos três nós no circuito mais a referência, então teremos três variáveis para deter-
minar antes de calcular o valor de i. Então, a equação do nó 1:

7 = 5 + I1 + I2
2 = 3(e1 − 0) + 1(e1 − e2 )

e2 + 2 = 4e1

A equação do nó 2 é:

I2 + 5 = I3 + i
1(e1 − e2 ) + 5 = 3(e2 − 0) + 2(e2 − e3 )

e1 + 2e3 + 5 = 6e2

E do nó 3:

i + 17 = I4
2(e2 − e3 ) + 17 = 5(e3 − 0)

2e2 + 17 = 7e3

Resolvendo este sistema, encontramos que:

e1 = 1V ; e2 = 2V ; e3 = 3V

A corrente i é, então:

i = 2(e2 − e3 ) ⇒ i = −2A

138
Exemplo 84: Calcule v1 , v2 e v3 .

Figura 158: Circuito do Exemplo 84

Não há reduções ou associações possı́veis, então vamos identificar primeiramente os


nós do circuito:

Figura 159: Circuito do Exemplo 84 pelo método nodal

Agora identificamos os parâmetros pedidos e os escrevemos em função das nossas


variáveis geradas pelo método nodal.

v1 = e1 − e2
v2 = e2
v3 = e1

Podemos agora equacionar os nós do circuito. Começando pelo nó 1:

5 + 6 = I1 + I3
e1 − e2 e1 − 0
11 = +
4 4
e2 e1
11 + =
4 2

E o nó 2:

139
I1 = 5 + 3 + I2
e1 − e2 e2 − 0
=8+
4 2

e1 3
= 8 + e2
4 4

Resolvendo este sistema:

e1 = v3 = 20V ; e2 = v2 = −4V ; v1 = e1 − e2 = 24V

Exemplo 85: Calcule as correntes Ia , Ib , Ic e Id , considerando a referência apresentada


no circuito.

Figura 160: Circuito do Exemplo 85

Primeiro transformamos a fonte de tensão em uma fonte de corrente e associamos com


a fonte de 3A, resultando no circuito abaixo:

Figura 161: Circuito do Exemplo 85 redesenhado

Escreve-se agora os parâmetros buscados em função das tensões nos nós:

140
e1
Ia =
5
e2 − e3
Ic =
6
e3
Id = −
7
A corrente Ib é um caso a parte, pois perdemos esta variável no momento que fizemos
a transformação de fonte. Mas ela pode ser recuperada analisando os nós definidos no
circuito da Figura 160. A corrente Ib é:
x − e1
Ib =
4
Onde x é a tensão de e2 após passar pela fonte de 27V, ou seja:
(e2 + 27) − e1
x = e2 + 27 ⇒ Ib =
4
Voltando ao problema original, equacionamos agora os três nós do circuito. O nó 1:

3, 75 + 1 + Ix = Ia
e2 − e1 e1 − 0
4, 75 + =
4 5
e2 9
4, 75 + = e1
4 20
O nó 2:

2 = 3, 75 + Ix + Ic
e2 − e1 e2 − e3
0 = 1, 75 + +
4 6
e1 e3 5
+ = e2 + 1, 75
4 6 12
O nó 3:

Ic + Id = 2
e2 − e3 0 − e3
+ =2
6 7
e2 13
= 2 + e3
6 42
Resolvendo o sistema, obtemos:

e1 = 10V ; e2 = −1V ; e3 = −7V

Que resultam em:

Ia = 2A ; Ib = 4A ; Ic = 1A ; Id = 1A

141
Exemplo 86: Encontre as tensões nos nós do circuito abaixo.

Figura 162: Circuito do Exemplo 86

Equacionando o primeiro nó:

4m = I1 + I2
e1 − e3 e1 − e2
4m = +
1k 2k

e2 e3 3
+ + 4m = e1
2k 1k 2k

O segundo nó:

I2 = I3 + I4
e1 − e2 e2 − 0 e2 − e3
= +
2k 1k 4k

e1 e3 7
+ = e2
2k 4k 4k

E o terceiro nó:

I1 + I4 = 2m
e1 − e3 e2 − e3
+ = 2m
1k 4k
e1 e2 e3
+ = 2m +
1k 4k 800

Resolvendo o sistema, encontramos:

5, 42V ; e2 = 2V ; e3 = 3, 14V

142
Exemplo 87: Determine a partir do método nodal o valor de Vo .

Figura 163: Circuito do Exemplo 87

Começamos definindo as tensões nos nós e os sentidos das correntes:

Figura 164: Circuito do Exemplo 87 com tensões definidas

Devemos encontrar a expressão que representa Vo em termos das tensões e. Analisando


o circuito, nota-se que:

V o = e3

Montamos agora o modelo matemático do circuito. Partindo do nó 1, temos:

8m = I1 + I2 + 2m
e1 − 0 e1 − e2
6m = +
3k 6k
e2 e1
6m + =
6k 2k

Seguindo para o nó 2:

143
I2 = I3 + I4
e1 − e2 e2 − 0 e2 − e3
= +
6k 6k 2k
e1 e3 e2
+ =
6k 2k 1, 2k

E o nó 3:

I4 + 2m = I5
e2 − e3 e3 − 0
+ 2m =
2k 1k

e2 3
+ 2m = e3
2k 2k

Resolvendo o sistema, descobrimos que:

Vo = e3 = 2, 78V

Exemplo 88: Obter as tensões nos nós do circuito da Figura 165.

Figura 165: Circuito do Exemplo 88

Iniciando pelo nó 1, obtemos a seguinte equação:

I1 + I2 + 4m = 0
e1 − 0 e1 − e3
+ + 4m = 0
2k 2k
e1 e3
+ 4m =
1k 2k

A equação do segundo nó é dada por:

144
4m = I3 + 2m + I4
e2 − 0 e2 − e3
2m = +
4k 4k
e3 e2
+ 2m =
4k 2k

E a equação do terceiro nó:

I2 = I4 + I5
e1 − e3 e2 − e3 e3 − 0
+ =
2k 4k 1k

e1 e2 7
+ = e3
2k 4k 4k

Aplicando um dos métodos vistos anteriormente, obtemos os seguintes resultados:

e1 = −4, 36V ; e2 = 3, 63V ; e3 = −0, 72V

Exemplo 89: Calcular a tensão em cada fonte de corrente do circuito a seguir.

Figura 166: Circuito do Exemplo 89

O exercı́cio já forneceu as tensões e correntes, apenas definimos quem são v3A e v7A :

v3A = e1
v7A = e3

Montando a equação do primeiro nó:

3 + I1 + I2 = 0
e1 − e3 e1 − e2
3+ + =0
2 1

145
3 + 1, 5e1 = e2 + 0, 5e3

Equacionando o segundo nó do circuito:

I2 = I3 + I4
e1 − e2 e2 − 0 e2 − e3
= +
1 3 4

19
e1 + 0, 25e3 = e2
12

E o terceiro nó do circuito expressamos como:

I1 + I4 + 7 = I5
e1 − e3 e2 − e3 e3 − 0
+ +7=
2 4 5

19
0, 5e1 + 0, 25e2 + 7 = e3
20

Resolvendo a matriz ampliada deste sistema, temos que:

v3A = 5, 23V ; v7A = 11, 47V

Exemplo 90: Pelo método nodal, calcular a potência fornecida pela fonte de corrente
do circuito da Figura 167.

Figura 167: Circuito do Exemplo 90

Devemos descobrir qual é a tensão na fonte de 4A, mas primeiro precisamos transfor-
mar as duas fontes de tensão em fontes de corrente:

146
Figura 168: Transformação das fontes

Agora associamos as fontes e os resistores:

Figura 169: Novo circuito

A tensão na fonte de corrente desejada é:

v4A = e2

Montamos agora as equações dos dois nós do circuito. Do nó 1 obtemos:

10 = I1 + I2
e1 − 0 e1 − e2
10 = 2 +
3
2

0, 5e2 + 10 = 2e1

E do nó 2:

I2 + 4 = I3
e1 − e2 e2 − 0
+4=
2 6

147
2
0, 5e1 + 4 = e2
3

Utilizando substituição, e resolvendo para e2 :

e2 = v4A = 12V ⇒ P = V I ⇒ P = (12)4 ⇒ P = 48W

Exemplo 91: No circuito da Figura 170, calcular:


a) A diferença de potencial UBD ;
b) A corrente i;
c) A tensão UBE .

Figura 170: Circuito do Exemplo 91

Devemos primeiramente transformar as duas fontes de tensão antes de definirmos os


nós e correntes do circuito.

Figura 171: Circuito do Exemplo 91 transformando as fontes de tensão

Note que a fonte de 15A está em paralelo com a fonte de 5A. Assim, elas podem ser
associadas em uma única fonte de corrente de 10A apontando para baixo:

148
Figura 172: Circuito do Exemplo 91 rearranjado

a) A ddp UBD é a mesma que e2 , pois o nó B coincide com o nó 2 e o nó D coincide
com a nossa referência. Então montamos e resolvemos o modelo matemático do circuito,
que será de segunda ordem, já que o circuito possui dois nós. A equação do primeiro nó:

40 = I1 + I2
e1 − 0 e1 − e2
40 = +
2 2

40 + 0, 5e2 = e1

E a equação do segundo nó:

I2 + 10 = 10 + I3
I2 = I3

Veja que a corrente de 10A está ”confinada”em uma malha. Ela se junta com I2 e logo
depois se subtrai dela formando I3 . Esta seria uma interpretação lógica para I2 = I3 .

e1 − e2 e2 − 0
=
2 4

e1 = 1, 5e2

O sistema pode ser resolvido rapidamente por substituição da segunda equação na


primeira. Encontramos como resultados:

e1 = 60V ; e2 = UBD = 40V

b) Para resolvermos esta parte, devemos voltar ao circuito original da Figura 170,
considerando nossa referência e tensões nodais.

149
Figura 173: Circuito do Exemplo 91 parte (b)

Entre a fonte e o resistor temos um nó que possui 60V em relação a nossa referência.
A corrente i é calculada pela fórmula:

60 − 40
i= ⇒ i = 5A
4
c) Aqui podemos utilizar interpretação dos resultados para resolver o problema. Sa-
bemos que o resistor de 1Ω está recebendo 10A de corrente, o que implica numa queda de
tensão de 10V entre E e D. Também sabemos que a tensão Entre B e D é 40V. Então temos
40V ao total, com 10V já definidos. Precisamos de 30V para obter o nosso resultado.

UBE = 30V

Exemplo 92: Determine as tensões nos nós do circuito da Figura 174.

Figura 174: Circuito do Exemplo 92

Primeiro vamos passar para fora o resistor de 4Ω que está sobreposto no circuito; o
fato das fontes possuı́rem correntes negativas significa que o sentido real delas é invertido
do representado no circuito. Levando tudo isso em consideração e definindo os nós e
correntes do circuito, obtemos:

150
Figura 175: Circuito do Exemplo 92 reorganizado

Equacionando o nó 1, temos:

3 + 8 + I1 = I2
e1 − e3 e2 − e1
11 + =
4 3
7 e2 e3
11 + e1 = +
12 3 4
Equacionando o segundo nó:

I4 + 3 = I2 + I3
e3 − e2 e2 − e1 e2 − 0
+3= +
7 3 1
e1 e3 31
+ + 3 = e2
3 7 21
E o nó 3:

I1 + 25 = I4 + I5
e1 − e3 e3 − e2 e3 − 0
+ 25 = +
4 7 5
e1 e2 83
+ + 25 = e3
4 7 140
Resolvendo este sistema de terceira ordem, obtemos as seguintes tensões:

e1 = 5, 41V ; e2 = 7, 73V ; e3 = 46, 31V

151
EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Exemplo 93: Para o circuito da Figura 176, determinar:


a) A corrente fornecida pela fonte de tensão de 20V;
b) A tensão na fonte de corrente;
c) A potência gerada pela fonte de 2A.

Figura 176: Circuito do Exemplo 93

Exemplo 94: Calcule o valor da corrente I.

Figura 177: Circuito do Exemplo 94

152
Exemplo 95: Encontre a corrente que passa no resistor de 2Ω.

Figura 178: Circuito do Exemplo 95

Exemplo 96: No circuito da Figura 179, quando o interruptor é fechado a tensão no


nó 1 é 7V. Pede-se:
a) O valor de R;
b) Analisar os nós do circuito quando o interruptor está aberto (com o valor de R
obtido anteriormente).

Figura 179: Circuito do Exemplo 96

153
Exemplo 97: Utilizando o método de análise nodal, resolva o circuito da Figura 180.

Figura 180: Circuito do Exemplo 97

Exemplo 98: Calcular pelo método nodal, a corrente em cada resistor e a tensão em
cada fonte, considerando a referência apresentada.

Figura 181: Circuito do Exemplo 98

154
Exemplo 99: Montar as equações nodais do circuito em ponte.

Figura 182: Circuito do Exemplo 99

Exemplo 100: Obter as tensões nodais do circuito abaixo.

Figura 183: Circuito do Exemplo 100

155
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