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CAMILLA CRISTINA OLIVEIRA DE FRANÇA

MARIANA LAGE DA SILVA

MECÂNICA DOS SOLOS

Laboratório 2: Limites de Atterberg

Professora: Mariana Ferreira Benessiuti Motta

Guaratinguetá - SP

2021
RESUMO

A consistência é a propriedade que garante ao solo a capacidade de moldagem.


Tal característica pode ser determinada através dos Limites de Atterberg, sendo os
principais o Limite de Liquidez (LL) e o Limite de Plasticidade (LP). O primeiro indica
a transição de um solo do estado plástico para o estado líquido, já o segundo é a transição
do estado líquido para o estado semissólido. A determinação de tais parâmetros é
realizada através de ensaios laboratoriais, onde o de liquidez segue as diretrizes da norma
ABNT NBR 6459, e o de plasticidade, as diretrizes da norma ABNT NBR 7180. Os
resultados experimentais de cada ensaio possibilitam o cálculo do Índice de Plasticidade
(IP), parâmetro responsável por classificar a consistência do solo em: estado sólido,
semissólido, plástico ou fluido. Também, por meio dos valores de LL e IP, o solo pôde
ser classificado seguindo as exigências do Sistema Unificado de Classificação de Solos
(SUCS) com o auxílio da Carta de Plasticidade, obtendo uma classificação ainda mais
específica. Para a amostra estudada, os resultados dos limites de Atterberg indicaram
tratar-se de um solo de alta plasticidade, já a classificação SUCS definiu o material como
Silte de alta plasticidade. Por fim, pôde-se notar que a amostra experimental era um
material que permite a moldagem em variadas condições sem que haja trincamentos ou
variação de volume.

Palavras-chave: Consistência. Limites. Liquidez. Plasticidade. Solo.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3

2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 4

2.1. LIMITE DE LIQUIDEZ .................................................................................... 4


2.1.1. Materiais utilizados .................................................................................. 4
2.1.2. Metodologia empregada ........................................................................... 4
2.2. LIMITE DE PLASTICIDADE .......................................................................... 5
2.2.1. Materiais utilizados .................................................................................. 5
2.2.2. Metodologia empregada ........................................................................... 5
3. DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE ................................................. 6

3.1. LIMITE DE LIQUIDEZ .................................................................................... 6


3.2. LIMITE DE PLASTICIDADE .......................................................................... 6
4. CÁLCULOS............................................................................................................. 7

4.1. LIMITE DE LIQUIDEZ .................................................................................... 7


4.1.1. Teor de umidade gravimétrico ................................................................ 7
4.1.2. Gráfico ....................................................................................................... 7
4.2. LIMITE DE PLASTICIDADE .......................................................................... 8
4.2.1. Teor de umidade gravimétrico ................................................................ 8
4.2.2. Limite de plasticidade .............................................................................. 8
4.3. ÍNDICE DE PLASTICIDADE .......................................................................... 9
4.4. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO A SUCS ..................................... 10
5. RESULTADOS ...................................................................................................... 10

5.1. LIMITES DE LIQUIDEZ ................................................................................ 10


5.2. LIMITES DE PLASTICIDADE ...................................................................... 11
5.3. ÍNDICE DE PLASTICIDADE ........................................................................ 11
5.4. CLASSIFICAÇÃO SUCS ............................................................................... 11
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 13
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1. INTRODUÇÃO

A plasticidade ou consistência de um solo define a capacidade dos solos de serem


moldados, sob certas condições de umidade, sem variação do volume, sendo uma
importante propriedade dos solos finos (argilas e siltes) (CAPUTO, 1994). Esse
comportamento plástico tem como base de suas características o gráfico tensão –
deformação.

Os ensaios laboratoriais de caracterização mecânica dos solos constituem um dos


componentes de grande relevância na engenharia geotécnica. Estudos mais detalhados
para caracterizar o comportamento tensão-deformação dos solos contribuem para um
dimensionamento mais racional das obras a serem realizadas.

Limites de Consistência, ou limites de Atterberg, é um método de avaliação criado


por Albert Atterberg, onde por meio de testes e ensaios é possível definir os limites de
liquidez e plasticidade e a partir destes, determinar o índice de plasticidade. O termo
consistência é usado para descrever um estado físico, isto é, o grau de ligação entre as
partículas das substâncias. Quando aplicado aos solos finos ou coesivos, a consistência
está ligada à quantidade de água existente no solo, ou seja, ao teor de umidade.

O Índice de Plasticidade (IP) é um indicador da plasticidade de um solo. Este


índice é maior para solos argilosos e baixos para solos arenosos, pois, é condicionado pela
presença de argilomineral e de sua ausência nas areias (FIORI; CARMIGNANI, 2001) e
é determinado pela relação entre o Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP),
conforme a equação:
IP = LL - LP

O Limite de liquidez marca a transição do estado plástico ao estado líquido. É


representado por LL, e expresso em porcentagem. É determinado com o auxílio do
Aparelho de Casagrande, procedimento que será detalhado adiante. A Curva de Fluidez
é a curva resultante da representação gráfica da relação dos teores de umidade.

O limite de Plasticidade é representado por LP, expresso em porcentagem, e é


definido como o menor teor de umidade na qual o solo passa do estado plástico para o
estado semissólido. Na prática, trata-se do menor teor de umidade que se consegue moldar
um cilindro com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão, ou seja, é o
menor teor de umidade em que o solo se comporta plasticamente. O procedimento será
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detalhado adiante. O limite de plasticidade é obtido pela média aritmética dos teores de
umidade obtidos no ensaio. Com a determinação dos limites de consistência, pode-se
determinar o índice de plasticidade do solo.

Sendo assim, a fim de obter uma classificação do solo mais precisa, é necessário
que além do ensaio de granulometria, sejam realizados ensaios que verificam como o solo
se comporta na presença de água.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. LIMITE DE LIQUIDEZ

2.1.1. Materiais utilizados

• Água;
• Solo peneirado pela peneira #40, malha com abertura de 0,425 mm;
• Aparelho de Casagrande;
• Cinzel;
• Cápsulas de alumínio;
• Balança com precisão de 0,01 g.

2.1.2. Metodologia empregada

O ensaio empregado para a determinação do limite de liquidez de uma amostra de


solo segue as diretrizes impostas pela norma ABNT NBR 6459: Solo - Determinação do
limite de liquidez. O primeiro passo deste método é adicionar uma determinada
quantidade de água ao solo peneirado até que se obtenha uma pasta moldável. Em
seguida, essa pasta é colocada sob a concha do aparelho de Casagrande, preenchendo-a
até 2/3 de seu volume. Por fim, com o auxílio do cinzel, executa-se uma ranhura vertical
na metade da concha, de modo a dividir a pasta na metade.

Com o equipamento preparado, é iniciada uma sequência de golpes até que a


ranhura seja fechada. Nesta etapa é importante garantir a continuidade entre os golpes.
Após contabilizar o número de golpes que foram necessários para fechar a ranhura, uma
pequena amostra da pasta é transferida para uma cápsula de alumínio, que foi previamente
pesada, e levada até uma balança para ter sua massa aferida. Por fim, a cápsula é
encaminhada até a estufa, onde permanece por 24 horas e a 110ºC, de modo a garantir a
perda total de água presente na pasta.
5

Após a primeira aferição, o aparelho de Casagrande é higienizado e inicia-se o


ensaio de liquidez para uma nova pasta. A cada ensaio, a quantidade de água adicionada
ao solo deve aumentar de modo que, a quantidade de golpes necessários para fechar a
ranhura da pasta diminua. O método deve ser repetido, no mínimo, 5 vezes para garantir
maior confiabilidade nos resultados.

Com as medições de massa da cápsula vazia, cápsula com solo úmido e cápsula
com solo seco, calcula-se o teor de umidade gravimétrico de cada um dos cinco ensaios
realizados. Através dos valores de umidade gravimétrica e dos números de golpes
aplicados em cada pasta, o gráfico de limite de liquidez é montado, onde o eixo x, em
escala logarítmica, recebe o número de golpes e o eixo y, os valores de umidade. O limite
de liquidez do solo é determinado por meio do teor de umidade correspondente a 25
golpes no aparelho de Casagrande. Atenção, ao cruzar este último par de dados que
definirão o limite de liquidez, deve-se utilizar a linha de tendência referente aos dados
experimentais.

2.2. LIMITE DE PLASTICIDADE

2.2.1. Materiais utilizados

• Água;
• Solo peneirado pela peneira #40, malha com abertura de 0,425 mm;
• Cilindro padrão (gabarito);
• Placa de vidro esmerilhada;
• Cápsulas de alumínio;
• Balança com precisão de 0,01 g.

2.2.2. Metodologia empregada

O ensaio empregado para a determinação do limite de plasticidade de uma amostra


de solo segue as diretrizes impostas pela norma ABNT NBR 7180: Solo — Determinação
do limite de plasticidade. O primeiro passo deste método é utilizar aproximadamente 50g
do solo passado na peneira 40 (0,425 mm) em uma cápsula de porcelana e misturar água
destilada em pequenos incrementos, amassando de forma contínua, até que se obtenha
uma massa homogênea plástica e uniforme.

Com a massa obtida, forma-se uma pequena bola que deve ser rolada sobre a placa
de vidro esmerilhado de cerca de 30 cm de lado. A pequena bola deve ser rolada sobre a
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placa de vidro com pressão suficiente da mão para que a massa tome a forma de um
cilindro. Há um gabarito para comparação que apresenta 3mm de diâmetro e comprimento
na ordem de 100mm, portanto, o intuito é que a massa de solo obtenha as dimensões mais
próximas possíveis desse gabarito.

Amassa-se o material e procede-se as operações anteriores se a amostra


fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3mm ou caso ela atinja o diâmetro desejado
sem se fragmentar. Continua-se a operação até que, por perda da umidade, o cilindro se
fragmente ao atingir as medidas desejadas. O material é então transferido em cápsulas de
alumínio para que seja determinada a umidade em estufa. Essas operações devem ser
repetidas até que se obtenha pelo menos 3 valores para a umidade. Neste experimento, as
operações foram repetidas cerca de seis vezes, assegurando então, que o mínimo
determinado pela norma seja cumprido.

O limite de plasticidade (LP) é expresso pela média aritmética dos teores de


umidade obtidos no ensaio. Cada um dos valores obtidos não deve diferir em mais de 5%
do valor da média calculada.

3. DADOS OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE

3.1. LIMITE DE LIQUIDEZ

Tabela 1 - Dados do ensaio de Limite de Liquidez.

Cápsula nº 4 20 71 104 175


Massa da tara + solo + água (g) 16,85 17,37 17,95 17,59 16,63
Massa da tara + solo (g) 15,24 15,18 15,46 15,26 14,17
Massa da tara (g) 12,26 11,26 12,03 12,38 11,36
Número de golpes 55 43 14 8 5
FONTE: Mecânica dos Solos – Laboratório 2.

3.2. LIMITE DE PLASTICIDADE

Tabela 2 - Dados do ensaio de Limite de Plasticidade.

Cápsula nº 55 28 141 106 84 98


Massa da tara + solo + água (g) 12,44 12,06 13,19 12,89 10,30 11,92
Massa da tara + solo (g) 12,07 11,70 12,82 12,55 10,01 11,70
Massa da tara (g) 11,04 10,70 11,81 11,71 9,16 11,02

FONTE: Mecânica dos Solos – Laboratório 2.


7

4. CÁLCULOS

4.1. LIMITE DE LIQUIDEZ

4.1.1. Teor de umidade gravimétrico

Mw Mtara+solo+água − Mtara+solo
w= =
Ms Mtara+solo − Mtara

• Cápsula nº 4
16,85 − 15,24 1,61
w= = = 0,5403 = 54,03%
15,24 − 12,26 2,98

• Cápsula nº 20
17,37 − 15,18 2,19
w= = = 0,5587 = 55,87%
15,18 − 11,26 3,92

• Cápsula nº 71
17,95 − 15,46 2,49
w= = = 0,7259 = 72,59%
15,46 − 12,03 3,43

• Cápsula nº 104
17,59 − 15,26 2,33
w= = = 0,8090 = 80,90%
15,26 − 12,38 2,88

• Cápsula nº 175
16,63 − 14,17 2,46
w= = = 0,8754 = 87,54%
14,17 − 11,36 2,81
4.1.2. Gráfico

Gráfico 1 - Determinação do Limite de Liquidez.

Determinação do Limite de Liquidez


90
85
80
75
70
w (%)

65
60
55
50
45
40
1 5 25
Número de golpes

FONTE: Próprio autor.


8

Através do gráfico, nota-se que, para uma situação de 25 golpes, o teor de umidade
gravimétrico corresponde a um valor de, aproximadamente, 65%, ou seja, a amostra
experimental possui LL = 65%.

4.2. LIMITE DE PLASTICIDADE

4.2.1. Teor de umidade gravimétrico

Mw Mtara+solo+água − Mtara+solo
w= =
Ms Mtara+solo − Mtara

• Cápsula nº 55
12,44 − 12,07 0,37
w= = = 0,3592 = 35,92%
12,07 − 11,04 1,03

• Cápsula nº 28
12,06 − 11,70 0,36
w= = = 0,3600 = 36,00%
11,70 − 10,70 1,00

• Cápsula nº 141
13,19 − 12,82 0,37
w= = = 0,3663 = 36,63%
12,82 − 11,81 1,01

• Cápsula nº 106
12,89 − 12,55 0,34
w= = = 0,4048 = 40,48%
12,55 − 11,71 0,84

• Cápsula nº 84
10,30 − 10,01 0,29
w= = = 0,3412 = 34,12%
10,01 − 9,16 0,85

• Cápsula nº 98
11,92 − 11,70 0,22
w= = = 0,3235 = 32,35%
11,70 − 11,02 0,68
4.2.2. Limite de plasticidade

Σw
LP =
nº de amostras

35,92 + 36 + 36,63 + 40,48 + 34,12 + 32,35 215,50


LP = = = 35,92%
6 6

• Verificação se os resultados estão dentro do intervalo de 5% do valor da média

35,92 ∙ 0,05 = 1,80%

Intervalo: 34,12% ≤ w ≤ 37,72%


9

Nota-se que a umidade das cápsulas nº 98, w = 32,35%, e nº 106, w = 40,48%,


não satisfazem a condição imposta pela norma, logo, ambas devem ser descartadas
no cálculo do limite de plasticidade.

• Refazendo os cálculos

35,92 + 36 + 36,63 + 34,12 142,67


LP = = = 35,67%
4 4

• Verificação se os resultados estão dentro do intervalo de 5% do valor da média

35,67 ∙ 0,05 = 1,78%

Intervalo: 33,89% ≤ w ≤ 37,45%

Nota-se que, para o novo cálculo, os valores das umidades de todas as cápsulas
restantes satisfazem às condições da norma, logo, o novo limite de plasticidade, LP =
35,67%, pode ser considerado como sendo válido.

4.3. ÍNDICE DE PLASTICIDADE

IP = LL − LP
IP = 65 − 35,67
IP = 29,33 %

A partir do resultado calculado para o Índice de Plasticidade, pode-se realizar a


classificação do solo seguindo os critérios contidos na Tabela 3, que foi previamente
apresentada durante as aulas teóricas.

Tabela 3 - Classificação dos solos segundo o Índice de Plasticidade.

ÍNDICE DE PLASTICIDADE CLASSIFICAÇÃO DO SOLO


IP = 0 Solo não plástico
1 < IP < 7 Solo de baixa plasticidade
7 < IP < 15 Solo de média plasticidade
15 < IP Solo de alta plasticidade
FONTE: Mecânica dos Solos – Aula 3.

Relacionando os limites da tabela com o resultado calculado para o IP, percebe-


se que a classificação mais adequada para a amostra utilizada nos ensaios é um solo de
alta plasticidade.
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4.4. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO SEGUNDO A SUCS

Tendo conhecimento dos valores do Índice de Plasticidade e do Limite de


Liquidez da amostra de solo, esta pode ser classificada seguindo os critérios impostos
pelo Sistema Unificado de Classificação dos Solos (SUCS).

Gráfico 2 - Carta de plasticidade.

FONTE: PINTO, 2006.

Nota-se que a classificação da amostra é dividida entre MH ou OH, entretanto,


pelo solo não apresentar qualquer característica que indique presença de material
orgânico (odor, coloração, etc.), entende-se que se trata de um solo inorgânico, logo, a
opção OH é descartada. Sendo assim, a classificação mais adequada para a amostra é MH,
também conhecida como Silte de Alta Plasticidade.

5. RESULTADOS

5.1. LIMITES DE LIQUIDEZ

Tabela 4 - Resultados do ensaio de determinação do Limite de Liquidez.

Cápsula nº 4 20 71 104 175


Umidade gravimétrica (%) 54,03 55,87 72,59 80,90 87,54
Número de golpes 55 43 14 8 5
Limite de liquidez (%) 65
FONTE: Próprio autor.
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5.2. LIMITES DE PLASTICIDADE

Tabela 5 - Resultados do ensaio de determinação do Limite de Plasticidade.

Cápsula nº 55 28 141 106 84 98


Umidade gravimétrica (%) 35,92 36,00 36,63 40,48 34,12 32,35
Limite de plasticidade (%) 35,67
FONTE: Próprio autor.

5.3. ÍNDICE DE PLASTICIDADE

Tabela 6 - Resultados do cálculo do Índice de Plasticidade e classificação do solo.

Índice de plasticidade (%) 29,33


Classificação Solo de alta plasticidade
FONTE: Próprio autor.

5.4. CLASSIFICAÇÃO SUCS

Tabela 7 - Resultado da classificação SUCS para a amostra experimental.

Limite de plasticidade (%) 35,67


Índice de plasticidade (%) 29,33
Classificação SUCS MH
FONTE: Próprio autor.
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6. CONCLUSÃO

A consistência é uma característica do solo ligada à coesão de suas partículas


finas, sob diferentes teores de umidade. Os principais estados de um solo são: estado
sólido, onde não há variação de volume independentemente da variação de umidade;
estado semissólido, onde ocorre trincamento e rompimento do material quando este é
submetido a trabalho; estado plástico, onde o solo possui alta capacidade de modelagem
que que haja comprometimento de sua estrutura ou variação de seu volume; e o estado
fluido ou líquido, onde o comportamento do solo se assemelha a de um fluido viscoso.

Os principais parâmetros que auxiliam na classificação do estado de consistência


de um solo são os Limites de Atterberg, também conhecidos como Limites de
Consistência. Os principais limites de consistência são o Limite de Liquidez (LL), que
descreve a transição de um solo do estado plástico para líquido, e o Limite de Plasticidade
(LP), que é a transição do estado líquido para o estado semissólido. A combinação de
ambos os parâmetros gera o Índice de Plasticidade (IP), responsável por classificar a
plasticidade de um solo, ou seja, o quão moldável o material é sem que haja variação ou
modificação crítica em sua estrutura. Dependendo do valor do IP, um solo pode apresentar
baixa, média ou alta plasticidade, ou ainda ser definido como não plástico.

Além disso, através da determinação dos valores de LL e IP, a classificação do


solo torna-se possível por meio da Carta de Plasticidade, uma ferramenta que segue as
diretrizes da SUCS (Sistema Unificado de Classificação dos Solos), ou seja, trata-se de
uma classificação válida e com entendimento a nível mundial.

Para a amostra utilizada durante os ensaios laboratoriais, os resultados obtidos


apenas com IP permitiram observar que se tratava de um solo com alta plasticidade. Já
seguindo a carta de plasticidade, o solo pôde ser classificado como um silte de alta
plasticidade, ou seja, um material de grãos finos, que possui alta capacidade de
modelagem sem que haja comprometimento em sua estrutura ou alteração de seu volume.
Por fim, a amostra de solo experimental trata-se de um material com propriedade de
modelagem adequada para situações que exijam deformações variadas e necessitem de
um material resistente às deformações e, ao mesmo tempo, mantenha seu volume
constante ao longo do trabalho.
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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7180: Solo —


Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6459:
Determinação do Limite de Liquidez de Solos. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
BORGES, Ezequiel. Ensaio de limite de liquidez e plasticidade. 2016. Disponível em:
https://www.tudoengcivil.com.br/2015/04/ensaio-de-limite-de-liquidez-e.html. Acesso
em: 09 ago. 2021.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC Editora
S.A, 1994, 225p.
FIORI, A. P.; CAMIGNANI, L. Fundamento de mecânica dos solos e das rochas:
aplicações na estabilidade de taludes, Editora UFPE, 2001.
HELENA, Lucia. Consistência do Solo - Ensaios Geotécnicos - Ensaios de Limite de
Liquidez (LL) e de Plasticidade (LP). 2017. Disponível em:
https://www.suportesolos.com.br/blog/consistencia-do-solo-ensaios-geotecnicos-
ensaios-de-limite-de-liquidez-ll-e-de-plasticidade-lp/33/. Acesso em: 08 ago. 2021.
PEIXOTO, Isabella. Ensaios de caracterização em solos. 2019. Disponível em:
http://igeologico.com.br/ensaios-de-caracterizacao-em-solos/. Acesso em: 08 ago. 2021.
PINTO, Carlos de Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3. ed. São Paulo:
Oficina de Textos, 2006.

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