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Muitas são as definições doutrinárias para o que seria o termo. Umas mais
amplas, outras mais sucintas, mas o que todas apontam como eixo central para
o conceito de direito penal é que este seria a sistematização das normas que
regulam o poder punitivo do Estado.
As premissas para a existência desse poder seriam a existência de um fato
definido como um crime, que é atribuída uma consequência, e que tal
consequência jurídica seja um direito subjetivo do bem comum, representado
pelo Estado.
Não é difícil imaginar que na vida coletiva os conflitos surgem e, na maior parte
das vezes, é possível encontrar soluções conciliadoras para as situações. No
entanto, em alguns momentos esses conflitos evoluem e de alguma forma
acabam por lesionar bens jurídicos essenciais.
Sob essa perspectiva, os bens jurídicos coletivos (por exemplo, a paz pública ou a
saúde pública) somente serão admitidos como objeto de proteção pelo direito penal, na
medida em que possam ser funcionais ao indivíduo. Dessa forma, o direito penal
abarcaria essencialmente delitos de resultado e delitos de perigo que representassem
uma grave ameaça para a incolumidade de bens jurídicos individuais,operando como
um limite claro e preciso do âmbito de incidência do poder punitivo do Estado.
Logo, quando se verifica que determinada conduta atinge um desses bens
jurídicos, é necessária a intervenção do direito penal para que, por meio de
uma sanção previamente estabelecida, busque apaziguar e solucionar a questão
de modo a corrigir e desestimular a prática do comportamento indesejado.
Bitencourt acrescenta:
Dessa forma, podemos concluir pela função preventiva do direito penal, que por
meio de uma sanção criminal, previne a reiteração de condutas criminosas no
meio social e protege a comunidade das transgressões que eventualmente
lesionam bens jurídicos essenciais à manutenção da vida em harmonia.