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VELLOSO, 2010
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INTRODUÇÃO
O recalque que se processa com o tempo - chamado
recalque no tempo - s e d eve a o a d e n s a m e nto
(migracao de água dos poros com consequente
reduçao no índice de vazios) e a fenômenos viscosos
(creep).
O creep, também chamado de fluencia, é tratado como
adensamento secundário, assim:
�� = �� + ��
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INTRODUÇÃO
�� = �� + ��
onde:
wa = parcela devida ao adensamento;
wv = parcela devida a fenômenos viscosos.
Em solos de drenagem rápida (areias ou solos argilosos
parcialmente saturados), wf ocorre relativamente rápido, pois
não há praticamente geração de excessos de poropressão com
o carregamento.
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INTRODUÇÃO
VELLOSO, 2010
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INTRODUÇÃO
O tempo necessário para que cesse praticamente o recalque no
tempo depende da permeabilidade do solo, da distância das
fronteiras drenantes, e do seu potencial de creep.
Em areias, que tem alta permeabilidade e são pouco sujeitas a creep,
esse tempo pode ser de alguns minutos ou mesmo dias, enquanto
em argilas plásticas, o tempo pode ser de vários anos.
Duas das possibilidades de comportamento carga-recalque da
fundação, podem ser sob carregamento: (i) rápido, não drenado e (ii)
lento, drenado.
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INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO
Ao se aplicar a carga Q, tem-se urn recalque instantâneo e outro após
estabilização (drenagem).
Os pontos, juntamente com seus equivalentes de outros níveis de carga,
definem duas curvas, uma de carregamento rápido, não drenado, e
outra de carregamento lento, drenado.
A curva de carregamento rápido apresenta comportamento mais rígido
que a de carregamento lento.
O nível de carga que se atinge, entretanto, é maior no carregamento
lento.
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INTRODUÇÃO
Não drenado
Drenado
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INTRODUÇÃO
Inicialmente é preciso lembrar que o recalque de um ponto é
igual a integral das deformações verticais abaixo do ponto em
estudo, ou:
� = �� ��
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INTRODUÇÃO
A sequência ilustrada, mostrada com linhas cheias, só ocorrerá
s e a s d u a s p r i m e i ra s fa s e s fo re m exe c u ta d a s m u i to
rapidamente e se o solo tiver baixíssima permeabilidade.
Na prática, tem-se uma condição de drenagem parcial,
também mostrada naquela figura.
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INTRODUÇÃO
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MÉTODOS DE PREVISÃO DE RECALQUES
Os métodos de previsão de recalques podem ser
separados em três grandes categorias:
ü Métodos racionais;
ü Métodos semiempíricos;
ü Métodos empíricos.
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MÉTODOS DE PREVISÃO DE RECALQUES
Nos métodos racionais, os parâmetros de deformabilidade, obtidos
em laboratório ou in situ (ensaio pressiométrico e de placa), são
combinados a modelos para previsão de recalques teoricamente
exatos.
Nos métodos semiempíricos, os parâmetros de deformabilidade -
obtidos por correlação com ensaios in situ de penetração (estática,
CPT, ou dinâmica, SPT) são combinados a modelos para previsão de
recalques teoricamente exatos ou adaptações deles.
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MÉTODOS DE PREVISÃO DE RECALQUES
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OBTENÇÃO DE PARÂMETROS EM LABORATÓRIO
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OBTENÇÃO DE PARÂMETROS EM LABORATÓRIO
• Uma maneira de minimizar esses problemas consiste em tirar
proveito do comportamento normalizado, que vale para a maioria dos
solos normalmente adensados.
• Esse procedimento, chamado de método SHANSEP (Ladd e Foott,
1974), consiste em: (1°) readensar a amostra a tensões acima das de
campo, a fim de "apagar" as perturbações mencionadas, e realizar o
ensaio, e (2°) estabelecer uma relação entre o comportamento do
sol o (re si stê nc i a e m ódul o d e e l a st i c i d a d e ) e a te n s ã o d e
adensamento, de maneira que os resultados dos ensaios possam ser
extrapolados para as tensões de campo.
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História das Tensões
É importante observar que há uma mudanca de rigidez do solo quando
é ultrapassado o estado de tensões a que o solo já esteve submetido
historicamente. (Diz-se comumente que o solo possui memória e que
guarda a sua história das tensões.)
O estado de tensões no qual ocorre a mudança de comportamento é
chamado de pré-adensamento.
Usualmente se faz uma simplificação, tomando-se, para representá-lo,
a tensão vertical (ou a de adensamento hidrostático), que é chamada
de tensão de pré-adensamento.
O estado de tensões de pré-adensamento é considerado um divisor
entre o comportamento elástico e o comportamento plástico do solo.
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História das Tensões
• O solo apresenta um comportamento tipicamente elástico quando é
recarregado até o estado de pré-adensamento (no caso de areias, seria
meihor dizer de pré-compressão), e um comportamento tipicamente
plástico quando é solicitado a partir daí (quando é submetido a
chamada compressão primária ou virgem).
• Assim, é importante avaliar se o estado de tensões após o carregamento
da fundação ultrapassa ou não o de pré-adensamento, para que os
parâmetros de deformação sejam tirados dos trechos corretos das
curvas de laboratório.
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História das Tensões
É preciso que se entendam os efeitos da amostragem (e outros
problemas com os ensaios de laboratório, como a acomodação da
amostra na fase inicial do ensaio), bem como os efeitos da história das
tensões, para que se faça uma correta seleção de parâmetros para
projeto.
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
Parâmetros de deformabilidade podem ser obtidos de ensaios de
compressão triaxial (usualmente chamados de ensaios triaxiais).
Os ensaios ditos convencionais são aqueles nos quais a tensão
confinante é mantida constante.
Os parâmetros obtidos são o Módulo de Young e o Coeficiente de
Poisson, por meio de:
∆�1 �1 −�3 ∆�/� ∆�3
�= = ∴�= =−
∆�1 �1 ∆ℎ/ℎ ∆�1
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
Com base na hipótese de que o módulo cisalhante, G, é o
mesmo nos dois tipos de ensaios, dispõe-se da relação
elástica:
�� �’
=
1+�� 1+�’
A fase de adensamento hidrostático de um ensaio triaxial
pode fornecer o Módulo de Compressibilidade Volumétrica (K')
por rneio de:
∆�3
�’ =
∆����
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
O módulo K’, entretanto, é empregado juntarnente com o módulo
cisalhante, G, que é obtido pelo ensaio de cisalhamento simples
(simple shear), pouco difundido entre nós.
O procedimento mais simples de ensaio é aquele em que a amostra
sofre adensamento isotrópica (antes da fase de carregamento uniaxial).
Um procedimento de ensaio mais rigoroso é aquele em que a amostra
sofre adensamento anisotrópico, representando o estado de tensões
do campo, e o E é tirado na faixa de variação de tensões esperada.
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
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Ensaio de Compressão Triaxial Convencional
• Os módulos secantes na faixa de variacão de tensões,
ava l i a n d o - s e c o r re t a m e n t e s e a s t e n s õ e s d e p r é -
adensamento serão ultrapassadas, são mais representativos
do que ocorrerá no campo.
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Ensaio Triaxial Especial Tipo K Constante
Ensaio cuja tensão na célula (tensão confinante) varia com a
aplicação da tensão vertical, mantendo com esta uma relação
�3
constante (� = = ���������)
�1
O módulo obtido diretamente na curva tensão-deformação
não é mais o Módulo de Young, mas outro definido por:
∆��
�=
∆��
Ensaio Triaxial Especial Tipo K Constante
Este módulo pode ser não drenado (MU,) ou drenado (M').
Janbu (1963) propôs o uso deste módulo no cálculo de
recalques de fundações em que a dependência do nível de
tensão e expressa por:
�� 1−�
� = �����
����
A relação elástica entre o Módulo de Young (E) e o módulo M
é:
�
�=
1−2��
Ensaio Triaxial Especial Tipo K Constante
Ensaio Oedométrico
O ensaio de adensamento em oedômetro é o ensaio mais
utilizado na previsão de recalques em argilas.
A sua interpretação pode ser feita tanto em termos de Módulo
Oedométrico:
��� 1 1+�0
�’��� = = = ∙ ∆��
��� �.� ��
Ensaio Oedométrico
Ensaio Oedométrico
Em termos de índice de compressão:
∆�
�� = �’�,�
log
�’�,�
�2
Cálculo dos Acréscimos de Tensão
No caso de um carregamento retangular, os ábacos fornecem
tensões apenas sob o canto do retângulo.
Para o cálculo das tensões sob o centro, a sapata pode ser
dividida por quatro, e o resultado assim obtido, multiplicado
por quatro.
Para o cálculo das tensões em outras verticais, fora do
retângulo carregado, usa-se o princípio da superposição
indicado na ilustração.
Cálculo dos Acréscimos de Tensão
O cálculo de tensões fora da área carregada é importante no caso de
fundacões próximas, quando uma sapata (ou radier) impõe tensões sob
um elemento de fundação vizinho
O bulbo de pressões é definido como a região abaixo de uma fundação
que sofre um aumento de tensão vertical de pelo menos 10% da pressão
aplicada pela fundação.
Quando se deseja calcular as tensões em um ponto (sob uma sapata, p.
ex.) devidas à um conjunto de áreas carregadas, dispõe-se de ábacos de
influência, como os de Newmark (ver, p. ex., Bowles, 1988) e de Salas
(1948, 1951).
Cálculo dos Acréscimos de Tensão
O método de Salas, tem como vantagem sobre o de Newmark
o fato de não requerer que as fundações sejam redesenhadas
para cada profundidade em estudo.
O Método de Salas (1948) permite calcular o acréscimo de
tensões em um ponto ou em vários pontos de uma vertical
devido a um conjunto de áreas carregadas de geometria
qualquer.
Cálculo dos Acréscimos de Tensão
Pode ser classificado como um dos chamados "métodos das áreas
de influência", como é o método de Newmark.
Um círculo de raio R, carregado uniformemente em sua superfície,
produz, a uma profundidade z, uma tensão vertical:
�� = �. ��,�
IR,Z é um coeficiente de influência dado por:
�3
��,� = 1 − 3/2
�2 + �2
Cálculo dos Acréscimos de Tensão
Para uma coroa definida pelos raios R e R+1, a tensão induzida será:
��� = �. ��,�+1,�
�3 �3
��,�+1,� = 3/2 − 2 3/2
�2 + �2 �2 +1 + �2
�3� = �� ��. �ℎ
�� = � ��3 + �(��1 − ��3 )
w3D - recalque 3D; mv - fator de correção; A e B - parâmetros de poropressão de
Skempton (1964); Ds1, Ds2 e Ds3 - variações dos tensores máximos, intermediários e
mínimos respectivamente, sendo que Ds1 é vertical e Ds2 e Ds3 horizontais.
Caso Tridimensional
Como sob o eixo da fundacao Ds1 = Dsz e Ds3 = Dsx, e lembrando que
B ≈ 1 para solos saturados, vem: