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Departamento de Ciências Exatas e Engenharias

Curso de Engenharia Civil

Geotecnia Aplicada a
Pavimentação
Professor: José Antonio S. Echeverria

Disciplina: Rodovias II
1. Plasticidade e Limites de Atterberg

Solos Granulares – >0,1mm


Solos Finos – Siltes e Argilas

O conhecimento da curva granulométrica é insuficiente para a


classificação dos solos devido ao formato e origem das
partículas (argilominerais) e da dependência dos solos finos da
umidade.
1. Plasticidade e Limites de Atterberg

Peneiramento (frações areia)


Ensaio de Granulometria
Sedimentação (frações silte e argila)

Plasticidade: capacidade dos solos de serem moldados sem a


variação de volume. Depende do teor de umidade.
Limite de Liquidez (LL) (NBR 6459/84)
-Aparelho de Casagrande – aparelho em forma de concha ligado a uma manivela
com sistema de queda de 1cm + bissel;
-Anota-se o nº de golpes necessário para fechar a ranhura aberta pelo bissel;
-Realiza-se o ensaio com 6 amostras em teores diferente de umidade;
Ensaio
Resultado

LL - % de umidade necessário para fechar a ranhura com 25 golpes


Exercício

Para os dados abaixo, calcule o LL do solo ensaiado:

Golpes w (%)

30 18,5

32 14,3

19 41,6

15 50
Limite de Plasticidade (LP) (NBR 7180/84)

LP – teor de umidade no qual a amostra começa a fraturar-se quando se


tenta moldar com ela um cilindro de 3 mm de espessura. Utiliza-se para
tanto uma placa de vidro esmerilhada e um cilindro comparativo padrão.
Ensaio
Classificações
Índice de Plasticidade (IP) – Quanto maior IP mais plástico o solo
IP = LL – LP
IP ≥ 15 – Altamente Plástico
7 < IP < 15 – Medianamente Plástico
1 < IP < 7 – Fracamente Plástico
Valores Típicos:

IP LP
Caulinita 40-60 10-25
Ilita 80-120 50-70
Montmorilonita 300-650 200-250

Índice de Atividade (Ia)


Ia < 0,75 – Argilas Inativa
0,75 < Ia < 1,25 – Argilas Normais
1,25 < Ia < 2,0 – Argilas Ativas
Ia > 2,0 – Argilas Altamente
Ativas
Índice de Consistência (Ic)

- É a consistência que o material se encontra em campo.

Ic < 0,0 – Consistência de Vaza


0,0 < Ic < 0,5 – Consistência Plástico Mole
0,5 < Ic < 0,75 – Consistência Plástico Média
0,75 < Ic < 1 – Consistência Plástico Rija
Ic > 1 – Consistência Dura
2. Compactação dos Solos

Solos como material de construção e como fundação da


rodovia.

Conceito: compactação é a densificação do solo por meio de


equipamento mecânico, geralmente rolos, soquetes, sapos etc.

Densificação: redução de vazios deformabilidade


resistência
permeabilidade
suceptibilidade a Δh
Proctor (1930): quando se aplica uma certa energia de
compactação (um certo número de golpes no laboratório ou número
de passagens do rolo) a massa específica resultante é função da
umidade em que o solo estiver.

Para umidades muito baixas o atrito grão a grão é muito alto e não
se consegue uma densificação adequada. Para umidades mais
elevadas, a água provoca um certo efeito de lubrificação entre as
partículas que se acomodam em um arranjo mais compacto.
A partir de certa umidade não se consegue mais expulsar o ar dos
vazios pois os canalículos não são mais interconectados. O ar fica
envolto por água e não consegue sair do interior do solo.

Durante o processo de compactação a massa de partículas sólidas e


de água permanecem constantes, o que se altera é o índice de
vazios.
Existe, então para uma determinada energia (apenas uma?)
uma umidade que conduz ao máximo valor de densidade ou
massa específica aparente seca.
Ensaio de Compactação (NBR7182/86) Normas DNER e DAER
Relacionar teor de umidade e peso específico aparente seco! (e
variar a saturação)
Energias: qual energia deve-se usar? DNER ME-129/94

Cilindro 15,24 x 17,78cm


Normal 5 x 12 golpes
Peso soquete 4,536 kg (grande)
(25 golpes x 3)
Altura de queda = 45,72cm
Intermediária 26 golpes x 5

Modificada 55 golpes x 5

Dependem do órgão/agência, da camada, do material, do


projeto...

Variações de ensaio: com e sem secagem prévia


com reúso de material
com material graúdo
Curvas Típicas

Fonte: Bonafé, 2003


Curvas Tipicas
Fonte: Wallau (2004)
Fonte: Correa(2012)
Exercício

Para os dados abaixo, calcule o peso específico máximo e o teor de umidade ótimo:
Técnicas e Equipamentos de Terraplenagem:

A- Tratores de Esteiras
- são equipamentos destinados à escavação de solos e desmatamento, sendo equipados
com lâminas para operação de escavação, ou com placas de empuxo para operação de
“pusher” (empurrador) em moto-escavo-transportadora. Alguns são equipados também com
escarificadores que visam facilitar o trabalho de escavação quando o solo é muito duro

Vídeo Trator!
Vídeo Trator!
B- Unidades escavotransportadoras - Scrapers
- são equipamentos destinados ao corte, transporte e descarga de solo, realizando ainda, quando passam carregados
sobre o material já descarregado, uma compactação inicial. Basicamente constam de duas partes sendo a caçamba (“scraper”)
e o trator ou cavalo. São equipamentos de grande produção em distâncias pequenas que vão de 100 m a 1000 m, apresentando
melhor desempenho em distâncias entre 200 m e 500 m.

Vídeo “pusher” + scraper!


C- Escavadeiras
- São equipamentos destinados a realizar escavações, assim como cargas de materiais nos caminhões basculantes além
de também ser utilizadas na abertura de valas, na regularização de rios e canais, no carregamento de materiais soltos, como
guindastes e outras aplicações.
Podem ser montadas sobre esteiras ou pneus. Seu emprego específico em terraplenagem é o corte e carregamento de
solo. Classificam-se em escavadeira hidráulica mini, pequena, média e grande, sendo a mini o modelo mais compacto.

Fonte:
www.caterpi
llar.com
C- Escavadeiras - Serviços
C- Caminhões
- São equipamentos destinados ao transporte de solos e pedras. Existem caçambas próprias para transportes de solos
comuns e caçambas para transportes de pedras, mais reforçadas. Os caminhões basculantes são usados com maior eficiência
quando as distâncias de transporte são grandes, isto é, quando são superiores a 1.000 m, preferencialmente superiores a 5.000
m. São carregados por pás-carregadeiras ou por escavadeiras hidráulicas. A descarga faz-se automaticamente pelo fundo,
chamado de basculante, mediante a elevação da parte dianteira da caçamba efetuada por macacos hidráulicos.
C- Caminhões

Fonte:
www.caterpillar.com
D- Pás Carregadeiras de Pneus
- são utilizadas na operação de carregamento de material solto ou realizando pequenas escavações em materiais de
pouca resistência. Seu principal acessório é uma caçamba que apresenta um movimento basculante para frente, a fim de
avançar contra o material, encher-se do mesmo e depois descarregá-lo sobre um caminhão basculante.
E- Motoniveladoras
- são equipamentos destinados ao espalhamento do material e regularização do subleito. Possuem seis rodas sendo
duas dianteiras e quatro traseiras. As rodas dianteiras podem trabalhar na vertical (movimento normal) ou formando
ângulos que facilitam o trabalho de espalhamento. Compõem-se também de uma lâmina que fica na parte de baixo da
máquina, trabalhando geralmente na horizontal ou próxima a isso. Possuem grande potencial de movimentação podendo
ficar em qualquer posição, inclusive na vertical do lado de fora da máquina. Servem como escarificadores podendo
trabalhar em solos mais duros.
F - Caminhões Pipa + Trator de pneu com grade de disco
Caminhões Pipa – são utilizadas para molhar o solo, ou seja, serve para umedecer o solo, visando obter-se uma
compactação adequada. A água sai através de um tubo grosso de aço que é perfurado em toda a sua extensão, isolado nas
pontas e fica na traseira do caminhão preso perpendicularmente ao eixo longitudinal do caminhão, sendo a água liberada por
um registro. A velocidade do caminhão e a vazão da água devem ser controladas para que não haja excesso de umidade no
solo a ser compactado.

Trator de Pneu com grade - são equipamentos normalmente de uso agrícolas, mais também utilizados em
terraplenagem.. A grade de discos também é usada tanto na agricultura quanto na terraplenagem. É acoplada no trator de
pneus com o objetivo de homogeneizar, destorroar e aerar o solo para obter bom resultado na compactação.
Fonte:
Prof.
Brondani
Compressão (rolo)
Compactadores
Impacto (sapo ou dumping)
Vibração (chapa ou rolo vibratório)
G – Rolo Pé de Carneiro
- Os rolos pé de carneiro podem ser estáticos ou vibratórios e são indicados para compactar solos argilosos e siltosos.
Constam de um cilindro de chapa de aço, com peças metálicas de vários formatos (os pés de carneiro) e disposição
basicamente em “V”. O peso do rolo ou a vibração é transmitida para o terreno através dos pés metálicos exercendo a
compactação.
H – Rolo Liso – areias e pedregulhos
a utilização de vibração aumenta a eficiência
Rolos para Asfalto
-Pneumáticos
-Metálicos
-Combinados
I - Compactadores Manuais

Vídeo compactação manual!


Aterros Experimentais

γd

número passada c/ rolo

Explicar o fenômeno do Borrachudo


Controle de compactação

Valores
típicos
de GC!!
Ensaios de Controle

Métodos Diretos!!
“Densidade natural” Cilindro Cortante – Argila Importante!
Frasco de Areia! – Areias e Pedregulhos

DNER – ME 092/94

Umidade Speedy
Álcool Valores típicos
Frigideira

Exercícios Frasco de Areia!


Frasco de Areia

Fonte: Silva (2012)


Speedy

6,5g de carbureto de cálcio


Métodos Indiretos

Controle no rolo

Densímetro

Penetrômetro
Exercício - Aplicação
Viga Benkelman – controle defletométrico

-Infere-se sobre o comportamento


estrutural e permite a retroanálise.
- DNER-ME 024/94 (Determinação
das deflexões pela viga Benkelman).
Viga Benkelman – Controle Defletométrico
Viga Benkelman – Exemplo controle BASE de BGS
Ensaio de placa
3. Índice de Suporte Califórnia – CBR ou ISC

CBR da BG

Críticas
Origem do ensaio
Ensaio de Expansão:
Ensaio CBR:
Especificações para CBR e Expansão

Expansão (DAER/RS) – máx 2% para reforço

– máx 1% para regularização subleito

CBR – mín 2% para reforço

– ~ 20% para reforço do subleito...

– BG – CBR=100
Consultar especificação adequada.
Valores típicos de CBR

Argila do Campus Ijuí - Energia Normal – ISC/CBR = 8% a 11%

% P. #200 MEAS (kg/m³) Wot (%) ISC (%)


Subleito Solos

BR-158/Cruz Alta 39 1.780 16 24


BR-392/Guarani das
Missões 92 1.370 37 10

Bases de BGS

BR-158/Cruz Alta 2.180 6,4 134


BR-392/Guarani das
Missões 2.460 7,2 191
O índice de grupo define a capacidade de suporte do terreno de fundação
de um pavimento. Os valores extremos do “IG” representam solos ótimos
para IG = 0 e solos péssimos para IG = 20.
Exemplos de Resultados de Subleito

Material do Passante
LP (%) LL IP IG
Subleito #200

BR-158 -
CA 39 20,0 28,9 8,9 0,8
BR-392 - 1
GM 92 37,3 50,3 13,0 1,2

Argila Santa Rosa


p#200 = 90%
LP = 27%
LL = 41%
IP = 14%
Leituras Complementares:
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. Rio
de Janeiro: LTC. v.1. 1989.
DNER. Manual de Pavimentação. Rio de Janeiro. 1998
INGLES, METCALF Soil Stabilization – Principle and
Parctice. Sydney, 1972. 347p.
PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16
Aulas. São Paulo: Oficina de Textos. 2000. 247p.
VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos solos e suas
aplicações. São Paulo: Mcgrall Hill. 1987.
Obrigado pela Atenção !!

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