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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ


FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

ANDRÉ LUÍS SILVA BERNARDO

JAKSON MACEDO ALVES DE CAMPOS

DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE


DE UMA PONTE COM PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA

Tucuruí – PA
2018
i

ANDRÉ LUÍS SILVA BERNARDO

JAKSON MACEDO ALVES DE CAMPOS

DIMENSIONAMENTO E ANÁLISE DE VIABILIDADE


DE UMA PONTE COM PEQUENA CENTRAL HIDRELÉTRICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia
Civil, na Faculdade de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Pará.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Rassy Teixeira.

Tucuruí – PA
2018
ii
iii

AGRADECIMENTOS

Sou grato à Deus pela oportunidade de viver todas as experiências que já vivi.
Agradeço à minha mãe, Neura Costa Silva, e ao meu pai, Clóvis Reis Montalvão Bernardo,
pelo apoio e por todos os ensinamentos que me fizeram crescer ao longo da vida. Agradeço
também a minha vó, Maria Costa Silva, que sempre foi um exemplo a ser seguido, e que segui
no que minha maturidade permitiu.

À família Baia que sempre me apoiou e me orientou durante minha estadia em


Tucuruí, em especial Izabella Baia, por toda ajuda e companheirismo. Agradeço também à
todos os amigos feitos durante esse percurso.

Aos meus Tios, Tias e ao meu irmão, Diovani Costa Silva, que nunca deixaram de
me ajudar, assim como meus primos. Em resumo agradeço à toda minha família, a qual tenho
orgulho de fazer parte.

Ao meu professor e orientador Marcelo Rassy Teixeira, por todos os conselhos,


incentivos e por ter acreditado no nosso potencial para a realização desse trabalho.

À todas as discussões que tivemos sobre os vários assuntos, inclusive sobre o TCC
que se completa, agradeço aos meus amigos Ademar Júnior, Davi Barbosa, Jakson Macedo,
Leonardo lima, Elton Arruda e Charlles Julião, por todo conhecimento profissional e
acadêmico compartilhado.

E por fim, agradeço aos meus amigos e sócios, Elton e Charlles, que foram meus
companheiros de trabalho, diversão e estudo, durante toda essa jornada.

André Luis Silva Bernardo


iv

Primeiramente agradeço a Deus por ter permitido que tudo isso acontecesse.
Agradeço à minha família que deu todo o suporte necessário para que eu concluísse minha
jornada.

Ao prof. Dr. Marcelo Rassy Teixeira pela oportunidade, apoio e confiança. Aos
amigos e colegas de curso Elton Arruda e Charlles Julião por todas as discussões e ideias
sugeridas. Ao colega de profissão Ademar Júnior por ter sido tão solícito e contribuído muito
com o trabalho. Agradeço ao amigo e parceiro de trabalho André Bernardo por todo o incentivo
e por acreditar junto comigo que isso tudo seria possível.

Jakson Macedo Alves de Campos


v

RESUMO

Analisando o panorama regional foi possível observar dois problemas que se interseccionam
em uma solução. Tendo em vista o potencial hidrelétrico da bacia amazônica e a grande
quantidade de pequenos cursos d’água, é de interesse avaliar maneiras para a exploração
desse recurso em baixa escala, mas em grande quantidade. A instalação de pequenas
centrais hidrelétricas já vem sendo feita em várias regiões do Brasil, entretanto, geram
impactos ambientais que tornam sua execução, mesmo nos dias atuais, um tabu na região
norte do País. Paralelo a isso, existem grandes quantidades de pontes de madeira em estados
avançados de deterioração, principalmente em estradas vicinais. A substituição dessas
estruturas de madeira está sendo feita principalmente por estruturas de concreto, tendo em
vista a facilidade da aquisição dos materiais e elevado tempo de vida útil. A partir desta
perspectiva, o trabalho tem como objetivo a análise de viabilidade de uma ponte de concreto
armado com PCH instalada para pequenos cursos d’água, a partir do quantitativo de materiais
excedentes em relação à ponte de concreto armado comum. O resultado será obtido a partir
dos quantitativos feitos após o dimensionamento estrutural dos elementos da ponte de
concreto armado comum e da ponte com PCH instalada. Os esforços solicitantes da ponte
seguem as normas brasileiras, já para as estruturas de barramento, os esforços foram obtidos
através de analogias entre normas e manuais nacionais e internacionais. A modelagem e
análise dos elementos após a aplicação dos esforços foi feita através de um software de
análise estrutural. Analisando os resultados, houve um aumento razoável dos materiais
avaliados, sendo de 67% para o concreto e 73,75% para o aço. Desse modo, a produção de
energia estimada de 12 960 kWh/mês que pode suprir o consumo mensal de
aproximadamente 69 famílias é considerada como um ponto positivo, já o aumento dos
materiais, um ponto negativo, fazendo com que seja necessário um estudo energético mais
específico para a confirmação da viabilidade do empreendimento.
Palavras-chave: Dimensionamento; Barragem; Ponte; PCH; Viabilidade.
.
vi

ABSTRACT

Analyzing the regional scenery it was possible to observe two problems that intersect in a
single solution. Given the hydroelectric potential of the Amazon basin and a large number of
small watercourses, it is of interest evaluate ways to exploit the resource on a small scale, but
in great quantity. The installation of small hydroelectric plants has already been carried out in
several regions of Brazil, however, they generate a certain amount of environmental impacts
that make the venture more delicate in the North. Parallel to this, there are large amounts of
wooden bridges in advanced states of deterioration, especially on vicinal roads. A replacement
of the wooden structures is being made mainly by concrete structures, in view of an ease of
acquisition of the materials and lifespan. Thus, the objective of this work is to analyze the
viability of a reinforced concrete bridge with SHD installed for small watercourses, from quantity
of surplus materials in relation to the reinforced concrete bridge. Based on this, the result is
obtained from the quantitative ones that were made after the structural dimensioning of the
elements of the reinforced concrete bridge and the bridge with PCH installed. The requested
efforts of the bridge followed the brazilian standards, however, for the more complex structure
dam, the efforts was obtained through analyzes between national and international standards
and manuals. The modeling and analysis of the elements after the application of the efforts
was made with a structural analisys software. Analyzing the results, there was a reasonable
increase of the materials, being of 67% for the concrete and 73,75% for the steel. Thus, an
estimated energy production of 12 960 kWh/month that can supply the monthly consumption
of approximately 69 families is considered as a positive point, and the increase in materials a
negative point, making it necessary a more specific energy study for confirmation of the
structure viability.
Keywords: Design; Dam; Bridge; SHD; Viability.
vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ponte convencional de madeira com tabuleiro deteriorado. .................................. 4

Figura 2 – Ponte de concreto em estrada vicinal. .................................................................. 5

Figura 3 – Muro à flexão com fundação profunda. ................................................................. 8

Figura 4 – Barragem de contraforte. ...................................................................................... 9

Figura 5 – Barragem de gravidade......................................................................................... 9

Figura 6 – Dimensões do trem-tipo padrão e distribuição das cargas. ................................. 13

Figura 7 – Detalhes do veículo-padrão. ............................................................................... 13

Figura 8 – Posição mais desfavorável no tabuleiro. ............................................................. 14

Figura 9 – Esquema de esforços de subpressão. ................................................................ 18

Figura 10 – Combinações de carregamento para barragens. .............................................. 21

Figura 11 – Dimensões para mesa colaborante. .................................................................. 24

Figura 12 – Relação de distribuição das armaduras em uma direção. ................................. 30

Figura 13 – Relação de distribuição das armaduras em duas direções................................ 30

Figura 14 – Comprimentos de flambagem. .......................................................................... 33

Figura 15 – Imperfeições globais ......................................................................................... 36

Figura 16 – Imperfeições locais. .......................................................................................... 37

Figura 17 – Representação da ponte em 3D. ...................................................................... 41

Figura 18 – Representação da Ponte com PCH em 3D. ...................................................... 42

Figura 19 – Vista superior do tabuleiro. ............................................................................... 43

Figura 20 – Vista lateral da ponte. ....................................................................................... 44

Figura 21 – Vista da seção transversal da ponte. ................................................................ 44

Figura 22 – Detalhe da seção transversal do tabuleiro. ....................................................... 45

Figura 23 – Vista lateral da ponte com PCH. ....................................................................... 46

Figura 24 – Vista da seção transversal da ponte com PCH. ................................................ 46

Figura 25 – Posicionamento dos trens-tipo no tabuleiro para considerações de cálculo. ..... 51

Figura 26 – Distribuição dos carregamentos nas lajes. ....................................................... 55


viii

Figura 27 – Disposição do trem-tipo na seção transversal da ponte. ................................... 56

Figura 28 – Empuxo d'água aplicado na superfície da barragem. ........................................ 57

Figura 29 – Envoltória de momentos para as longarinas. .................................................... 58

Figura 30 – Momentos e cortantes para as transversinas. ................................................... 59

Figura 31 – Esforço cortante nas longarinas. ....................................................................... 60

Figura 32 – Esforços de momento e cortante nas vigas de travamento dos pilares. ............ 61

Figura 33 – Momentos máximos negativos na direção X. .................................................... 61

Figura 34 – Momentos máximos postivos na direção X. ..................................................... 62

Figura 35 – Momentos máximos negativos na direção Y. .................................................... 62

Figura 36 – Momentos máximos positivos na direção Y. ..................................................... 63

Figura 37 – Momento negativo para laje em balanço. .......................................................... 63

Figura 38 – Diagramas de momentos dos elementos lineares da ponte com PCH. ............. 66

Figura 39 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas, na direção Y. .. 68

Figura 40 – Momentos máximos negativos nas lajes da casa de máquinas, na direção Y. .. 68

Figura 41 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas, na direção X. ... 69

Figura 42 – Momentos máximos negativos nas lajes da casa de máquinas, na direção X. .. 69

Figura 43 – Momentos máximos negativos nas lajes da barragem, na direção X. ............... 70

Figura 44 – Momentos máximos positivos nas lajes da barragem, na direção X. ................. 70

Figura 45 – Momentos máximos negativos nas lajes da barragem, na direção Y. ............... 71

Figura 46 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas, na direção Y. ... 71
ix

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Níveis de água e potência máxima. ................................................................... 77

Gráfico 2 – Comparativo entre os volumes de concreto de cada elemento. ......................... 75

Gráfico 3 – Comparativo entre os volumes de concreto totais. ............................................ 75

Gráfico 4 – Comparativo entre os pesos de aço de cada elemento. .................................... 76

Gráfico 5 – Comparação entre os pesos de aço totais das estruturas. ................................ 77


x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação das centrais hidrelétricas. ............................................................... 6

Tabela 2 – Classes de veículos e seus respectivos carregamentos. .................................... 13

Tabela 3 – Determinação do coeficiente k de acordo com o ângulo de incidência do movimento


das águas. ........................................................................................................................... 16

Tabela 4 – Coeficientes de majoração de acordo com a menor dimensão do pilar. ............. 32

Tabela 5 – Classes de agressividade ambiental. ................................................................. 47

Tabela 6 – Cobrimento nominal de acordo com a classe de agressividade ambiental. ........ 48

Tabela 7 – Resistência do concreto de acordo com a classe de agressividade. .................. 48

Tabela 8 – Características do concreto utilizado .................................................................. 49

Tabela 9 – Características do aço utilizado .......................................................................... 50

Tabela 10 – Coeficientes de majoração. .............................................................................. 52

Tabela 11 – Coeficientes de minoração ............................................................................... 52

Tabela 12 – Dados de entrada das vigas para dimensionamento. ....................................... 59

Tabela 13 – Dados para viga de seção T............................................................................. 59

Tabela 14 – Dados de entrada para as vigas de travamento. .............................................. 60

Tabela 15 – Armadura das lajes .......................................................................................... 63

Tabela 16 – Dados de entrada para dimensionamento dos pilares. ..................................... 64

Tabela 17 – Armadura dos pilares. ...................................................................................... 65

Tabela 18 – Armadura transversal dos pilares. .................................................................... 65

Tabela 19 – Armadura das vigas de seção retangular. ........................................................ 66

Tabela 20 – Armadura das vigas seção T. ........................................................................... 67

Tabela 21 – Armadura transversal das vigas. ...................................................................... 67

Tabela 22 – Detalhamento da armadura das lajes da barragem e casa de máquinas. ........ 72

Tabela 23 – Dados de entrada para dimensionamento dos pilares. ..................................... 72

Tabela 24 – Armadura longitudinal dos pilares. ................................................................... 73

Tabela 25 – Armadura transversal dos pilares. .................................................................... 73


xi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 3


2.1. PONTES .................................................................................................................. 3
2.1.1. Pontes de madeira ................................................................................................... 3
2.1.2. Pontes de concreto .................................................................................................. 5
2.2. PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS (PCHs) ................................................ 6
2.2.1. Tipos de PCHs ......................................................................................................... 6
2.3. BARRAGENS .......................................................................................................... 7
2.3.1. Barragem do tipo Muro à flexão ............................................................................... 7
2.3.2. Barragem de contraforte .......................................................................................... 8
2.3.3. Barragem de gravidade ............................................................................................ 9
2.4. AÇÕES EM PONTES............................................................................................. 10
2.4.1. Ações permanentes ............................................................................................... 10
2.4.2. Ações variáveis ...................................................................................................... 11
2.4.2.1. Efeito dinâmico das cargas móveis ........................................................................ 11
2.4.2.2. Efeitos de frenagem e aceleração .......................................................................... 14
2.4.2.3. Cargas de vento ..................................................................................................... 14
2.4.2.4. Pressão da água nos pilares .................................................................................. 15
2.5. AÇÕES EM BARRAGENS ..................................................................................... 16
2.5.1. Peso do corpo da barragem ................................................................................... 16
2.5.2. O peso d’água atuando sobre planos da barragem ................................................ 17
2.5.3. A pressão d’água no plano de fundação (subpressão) ........................................... 17
2.5.4. Esforços provenientes de terremotos ..................................................................... 18
2.5.5. Aceleração sísmica da água no reservatório .......................................................... 19
2.5.5.1. Esforços provocados pelas ondas do reservatório ................................................. 20
2.5.6. Esforços provenientes de uma camada de gelo no reservatório ............................ 20
2.5.7. Empuxo do lodo decantado .................................................................................... 20
2.5.8. Combinações de carregamento para barragens..................................................... 21
2.6. DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS .................................. 23
2.6.1. Dimensionamento das Vigas .................................................................................. 23
2.6.1.1. Determinação da Mesa Colaborante ...................................................................... 23
2.6.1.2. Cálculo da Armadura de flexão .............................................................................. 25
2.6.1.3. Verificação ao Cisalhamento .................................................................................. 27
2.6.1.4. Cálculo da armadura transversal ............................................................................ 28
2.6.2. Dimensionamento das lajes ................................................................................... 29
2.6.2.1. Estimativa da altura da laje .................................................................................... 31
2.6.2.2. Cálculo da armadura de flexão............................................................................... 31
2.6.3. Dimensionamento dos pilares ................................................................................ 32
2.6.3.1. Comprimento de Flambagem ................................................................................. 32
2.6.3.2. Classificação quanto à esbeltez ............................................................................. 33
2.6.3.3. Esbeltez Limite ....................................................................................................... 34
2.6.3.4. Momento mínimo de 1º ordem ............................................................................... 35
2.6.3.5. Imperfeições globais .............................................................................................. 36
2.6.3.6. Imperfeições locais ................................................................................................ 37
xii

2.6.3.7. Cálculo de excentricidades de 2º ordem para pilares com 𝜆 ≤ 90 ......................... 38


2.6.3.8. Diâmetro mínimo das barras e taxas limites de armadura ...................................... 39
2.6.3.9. Cálculo das armaduras longitudinais ...................................................................... 39
2.6.3.10.Armadura Transversal para pilares ........................................................................ 40

3. METODOLOGIA .................................................................................................... 41
3.1. GEOMETRIA DAS ESTRUTURAS ........................................................................ 43
3.2. AGRESSIVIDADE AMBIENTAL ............................................................................. 47
3.3. CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS ............................................. 49
3.4. MODO DE APLICAÇÃO DA CARGA MÓVEL ........................................................ 50
3.5. COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO ............................................................... 51

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 55


4.1. ESFORÇOS APLICADOS NA PONTE................................................................... 55
4.2. ESFORÇOS APLICADOS NA BARRAGEM........................................................... 56
4.3. DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE ISOLADA ......................... 58
4.3.1. Dimensionamento das Vigas .................................................................................. 58
4.3.2. Dimensionamento das lajes ................................................................................... 61
4.3.3. Dimensionamento de pilares .................................................................................. 64
4.4. DIMENSIONAMENTO DA PONTE COM PCH ....................................................... 65
4.4.1. Dimensionamento das vigas .................................................................................. 65
4.4.2. Dimensionamento das Lajes .................................................................................. 67
4.4.3. Dimensionamento dos Pilares ................................................................................ 72
4.5. ANÁLISE DOS VOLUMES DE CONCRETO .......................................................... 74
4.6. ANÁLISE DOS PESOS DE AÇO ........................................................................... 75
4.7. AVALIAÇÃO DO GANHO EM PRODUÇÃO DE ENERGIA .................................... 77

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................... 79


5.1. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 79
5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................................................... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 81

ANEXO A ............................................................................................................................ 85

ANEXO B ............................................................................................................................ 87

ANEXO C ............................................................................................................................ 90

ANEXO D ............................................................................................................................ 93

ANEXO E ............................................................................................................................ 97
1

1. INTRODUÇÃO

A região Amazônica possui 41% do potencial técnico de aproveitamento de energia


hidráulica do Brasil e grande parte deste potencial se dá pela formação de pequenos cursos
d’água. Em contrapartida, este potencial hidrelétrico da região não é significativamente
explorado, sendo que a região participa com apenas 1% do potencial já instalado no país
(BRASIL, 2006). Paralelo a isso, existe a ocorrência de pontes de madeira em estados
avançados de deterioração, principalmente em estradas vicinais que ligam localidades
produtoras às principais rodovias. Estas pontes podem ser substituídas em sua grande
maioria por estruturas em concreto armado, uma vez que a utilização deste material é
amplamente difundida no país por vários fatores, dentre eles a fácil aquisição de materiais e
ampla vida útil da estrutura.

Como solução para as duas vertentes, o trabalho propõe o modelo estrutural de uma
ponte em concreto armado com pequena central hidrelétrica instalada (PCH), para pequenos
vãos e pequenos cursos d’água. O objetivo é provar viabilidade da estrutura através de
dimensionamento dos elementos estruturais da ponte isolada, seguido do dimensionamento
da ponte com PCH instalada, verificando o aumento do consumo entre os dois modelos
estruturais a partir do quantitativo dos materiais.

A relevância do trabalho se dá pela abordagem inovadora deste tipo de estrutura,


uma vez que para a obtenção das solicitações e concepção estrutural, foi necessária uma
série de analogias entre as teorias recomendadas por normas e bibliografias para uma correta
aplicação no cálculo do modelo desenvolvido.

1.1. OBJETIVO GERAL

O objetivo desse trabalho é analisar a viabilidade técnica da implementação de uma


pequena central hidrelétrica na estrutura de uma ponte, a partir do quantitativo dos materiais
obtido através do dimensionamento estrutural para o estado limite último, sendo a ponte
localizada no município de Goianésia-PA.
2

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Determinar os esforços atuantes sobre o modelo proposto;


• Elaborar uma concepção estrutural para a ponte isolada e para a ponte com a
Pequena Central Hidrelétrica instalada;
• Aplicar os esforços que condizem com a realidade da região e da magnitude da
estrutura;
• Analisar os diagramas e dimensionar os elementos a partir da aplicação dos esforços
para os dois modelos;
• Calcular o aumento no quantitativo de material de um modelo estrutural para o outro,
avaliando assim a viabilidade técnica do empreendimento.
3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse tópico serão abordados os conhecimentos necessários para a execução dos


cálculos e análises estruturais. Em resumo, serão apresentadas informações sobre pontes,
barragens e Pequenas Centrais hidrelétricas, além dos procedimentos para o
dimensionamento estrutural.

2.1. PONTES

A norma brasileira ABNT NBR 7188 (2013) define ponte como uma estrutura sujeita
a carregamentos móveis utilizada para transpor obstáculos naturais como rios, vales,
córregos, etc. As pontes podem ser classificadas levando em consideração várias
características, sendo as mais comuns a extensão do vão, a finalidade, os materiais utilizados
para a sua construção, o tipo estrutural, a durabilidade e o tipo de tráfego a ser empregado.
(GAMA, 2014).

Segundo Pfeil (1979), as pontes podem ser divididas em três partes principais:
infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura. Mason (1977) diz que a superestrutura recebe
diretamente as cargas do tráfego, além de caracterizar as vigas principais como longarinas e
as transversais como transversinas, o tabuleiro e o sistema principal de vigas funcionam de
forma integrada.

Milani (2010) citado por Borsatti (2013) afirma que as pontes são imprescindíveis
para o desenvolvimento dos municípios do ponto de vista econômico e social ajudando no
escoamento de produtos e insumos das propriedades agrícolas e ainda no livre deslocamento
da população. Marchetti (2007) cita funcionalidade, segurança, estética, economia e
durabilidade como sendo requisitos fundamentais as quais as pontes devem atender.

2.1.1. Pontes de madeira

Para dimensionamento dos elementos em madeira são consideradas quatro


propriedades principais: densidade, resistência, rigidez (módulo de elasticidade) e umidade.
Segundo o LaMEM (2006), algumas espécies de Pinus e Eucalipto (espécies muito utilizadas
em diversas regiões do país) apresentam resistência à compressão paralela às fibras variando
entre 60 MPa a 140 MPa, resistência à tração paralela às fibras variando entre 50 MPa e 148
4

MPa e módulo de elasticidade longitudinal obtido em ensaio de compressão paralela às fibras


variando entre 7 GPa e 20 GPa, aproximadamente.

Em contrapartida, não são adotados procedimentos sistemáticos para inspeções e


manutenção das pontes que compõem as malhas viárias. Por conta disso, essas obras estão
passando por um processo de deterioração cuja evolução ao longo do tempo poderá acarretar
em colapsos estruturais e inviabilidade de uso.

A viabilidade de estruturas de madeira se dá pela execução de ligações entre


elementos que sejam compatíveis com as solicitações mecânicas geradas de forma a oferecer
resistência, durabilidade e segurança à estrutura. As ligações, segundo padrões normativos,
são feitas por meio de pinos metálicos (pregos e parafusos), ligações coladas, cavilhas ou
conectores (CALIL, 2007).

Ainda de acordo com o LaMEM (2006), as ligações executadas em madeira verde e


deixadas para secar podem resultar em retração, fissuras, distorções e/ou outras formas de
ruptura local; além de que cavilhas de madeiras duras e entalhes podem partir ou se deslocar,
como ilustrado na Figura 1.

Figura 1 – Ponte convencional de madeira com tabuleiro deteriorado.

Fonte: Téchne (2007).

Costa e Bessa (2013) afirmam que a maioria das estruturas de pontes em madeira
do país não têm um responsável técnico responsável pela sua concepção, nem são
executadas por construtores especializados, resultando em estrutura com déficit técnico e de
viabilidade econômica. Levando-se em consideração estes dados, observa-se a importância
5

da substituição de antigas pontes de madeira feitas de maneira inadequada, por soluções


mais duradouras, e seguras.

2.1.2. Pontes de concreto

Conforme Bastos (2006), o concreto armado surgiu da necessidade de aliar a


durabilidade da pedra com a resistência do aço, com as vantagens de que o material
composto pode assumir qualquer forma com rapidez e facilidade, e com o aço envolvido e
protegido pelo concreto para evitar a sua corrosão. A abundância das matérias primas em
quase todas as regiões, somada à sua grande versatilidade para aplicação nas mais variadas
formas, além da mão de obra de baixo custo, foram os principais motivos para o seu
desenvolvimento.

Ele ainda afirma que o concreto armado, pelas suas características mecânicas, vem
sendo amplamente utilizado em todo o mundo. Isso se dá pelas suas vantagens como
economia, conservação, adaptabilidade, rapidez de construção, segurança contra o fogo,
impermeabilidade, resistência a choques e vibrações. Em contrapartida, existem
desvantagens como o peso próprio elevado, reformas e adaptações de difícil execução,
fissuração e transferência de calor e som.

Tendo em vista suas vantagens recomenda-se a substituição das pontes de madeira


por pontes em concreto armado, sendo solução viável em termos econômicos e de segurança.
Na Figura 2 pode ser observado um exemplo de ponte de concreto para vãos de pequena
dimensão.

Figura 2 – Ponte de concreto em estrada vicinal.

Fonte: DER – Departamento de Estradas de Rodagem (2009).


6

2.2. PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS (PCHs)

De acordo a atualização mais recente do Manual do Empreendedor de Pequenas


Centrais hidrelétricas (ANEEL, 2003), os empreendimentos com características de Pequenas
Centrais Hidrelétricas são aqueles que possuem de 1 a 30 MW de potência instalada, e com
área total do reservatório igual ou inferior a 3,0 km². A cota de água que delimita a área do
reservatório é associada à vazão de cheia no período de recorrência de 100 anos. Sua
classificação é feita de acordo com sua potência, como pode ser observado na Tabela 1:

Tabela 1 – Classificação das centrais hidrelétricas.

Classificação das Queda de Projeto – Hd (m)


Potência (kW)
Centrais Baixa Média Alta
Micro P<100 Hd<15 15<Hd<50 Hd>50

Mini 100<P<1000 Hd<20 20<Hd<100 Hd>100

Pequenas 1000<P<30000 Hd<25 25<Hd<130 Hd>130

Fonte: Eletrobrás (2000).

2.2.1. Tipos de PCHs

Segundo as Diretrizes para estudos e projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas


da Eletrobrás (2000), os tipos de PCH variam de acordo com a capacidade de regularização
do reservatório e se dividem em:

• PCH a fio d’água;


• PCH de Acumulação, com Regularização Diária do Reservatório;
• PCH de Acumulação, com Regularização Mensal do Reservatório.

Uma PCH a fio d’água conforme o Manual para estudos e projetos de Pequenas
Centrais Hidrelétricas da Eletrobrás (2000) é utilizada quando as vazões de estiagem do rio
são iguais ou maiores que a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à
demanda máxima prevista.

Desse modo, é desprezado o volume do reservatório criado pela barragem. O


sistema de adução deverá ser projetado para conduzir a descarga necessária para fornecer
7

a potência que atenda à demanda máxima. O aproveitamento energético local será parcial e
o vertedouro funcionará quase em tempo integral, extravasando o excesso de água. Esse tipo
de PCH possui algumas simplificações, dentre as outras, são elas:

• Dispensa estudos de regularização de vazões;


• Dispensa estudos de sazonalidade da carga elétrica do consumidor;
• Facilita os estudos e a concepção de tomada d’água.

Já a PCH de Acumulação, com Regularização Diária do Reservatório segundo o


Manual de estudos e projetos Pequenas Centrais Hidrelétricas Eletrobrás (2000), é um
modelo utilizado quando as vazões de estiagem do rio são inferiores à necessária para
fornecer a potência ideal que atenda a demanda do consumidor. Assim, o reservatório irá
contribuir elevando o nível d’água e regularizando a vazão para o funcionamento.

Seguindo a mesma lógica, a PCH de acumulação, com Regularização Mensal do


Reservatório consistem no sistema onde o dimensionamento energético será feito com base
nas vazões de estiagem médias mensais, assim o reservatório terá a finalidade de regularizar
essas vazões diariamente, possibilitando uma produção adequada. (Eletrobrás, 2000).

2.3. BARRAGENS

Consta no Manual de estudos e projetos Pequenas Centrais Hidrelétricas da


Eletrobrás (2000), que barragem é a estrutura com função de represar a água, visando, com
a elevação do nível d’água do rio, possibilitar a alimentação da tomada d’água. No caso de
locais de baixa queda, a barragem tem também a função de criar o desnível necessário à
produção da energia desejada.

2.3.1. Barragem do tipo Muro à flexão

Segundo DER (2005), São os muros em formato de “L”, com ou sem contrafortes,
constituídos de concreto armado ou alvenaria estrutural, com alturas relativamente pequenas
e com fundação direta ou profunda.

Segundo Gerscovich et al., (2016) são estruturas esbeltas que resistem aos empuxos
por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço para equilibrar-se. Construídos
8

geralmente em concreto armado, tornam-se antieconômicos para alturas acima de 7 m. A laje


de base em geral apresenta largura entre 50% e 70% da altura do muro. A face trabalha à
flexão e em caso de alturas maiores podem ser executadas vigas de enrijecimento. Para
muros com alturas superiores a 5 m é conveniente a utilização de contrafortes para aumentar
a estabilidade contra o tombamento.

Figura 3 – Muro à flexão com fundação profunda.

Fonte: Adaptado de DER – Departamento de Estradas de Rodagem (2005).

2.3.2. Barragem de contraforte

Segundo Sayão (2009), as barragens em contraforte são formadas por uma laje
impermeável à montante apoiado em contrafortes verticais. Pelo fato dessa estrutura exercer
maiores tensões de compressão na fundação do que a barragem de gravidade, a fundação
deverá ser apoiada em rocha com elevada rigidez.

De acordo com recomendações da Eletrobrás (2000), as barragens de contrafortes


caracterizam-se por serem constituídas por uma sucessão de contrafortes de perfil triangular
onde são apoiadas cortinas de retenção formadas por placas, simplesmente apoiadas ou
contínuas.

A cortina plana é de preferência constituída por placas sobre dois apoios para evitar
o aparecimento de fissuras do lado de montante. Deve ser verificada a estabilidade transversal
dos contrafortes e quando for o caso, contraventá-los. A Figura 4 ilustra um exemplo de
barragem de contraforte.
9

Figura 4 – Barragem de contraforte.

2.3.3. Barragem de gravidade

O US Army Corps of Engineers (1995) caracteriza as barragens de gravidade como


estruturas sólidas de concreto que se mantém estável contra as cargas que a solicitam
utilizando sua geometria, resistência do concreto e peso específico do material que a constitui.
Segundo as diretrizes da Eletrobrás (2000), a estrutura deve ser capaz de manter sua
segurança no que tange as verificações de estabilidade global utilizando principalmente do
seu peso próprio, para combater os esforços. A seção típica possui formato trapezoidal,
geralmente, como mostrado na Figura 5.

Figura 5 – Barragem de gravidade.


10

2.4. AÇÕES EM PONTES

Segundo a ABNT NBR 8681 (2003), as ações que solicitam uma ponte são
classificadas em ações permanentes, ações variáveis e ações excepcionais. A ABNT NBR
7187 (2003) agrupa as ações nas pontes da seguinte forma:

2.4.1. Ações permanentes

Cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais; cargas


provenientes do peso da pavimentação, dos revestimentos, dos guarda-corpos, canalizações;
empuxos de terra e de água; forças de protensão; deformações impostas: fluência, retração
e recalque dos apoios.

• Pavimentação

Segundo manual do DNIT – Pontes e viadutos rodoviários – Estruturas de concreto


armado – Especificação de serviço (2009); para execução de pavimento rígido de concreto
em pontes rodoviárias aplica-se camada constante de no mínimo 7 cm de espessura nas
extremidades e inclinações transversais de 2%. Considerando uma geometria trapezoidal, a
carga do pavimento pode ser obtida pela Equação 1.

𝑎𝑏 . 𝐿 . 25 𝑘𝑁/𝑚³ (1)

Onde,

ab é a área da base trapezoidal;

L é o comprimento longitudinal da pista.

Além da carga do pavimento a ABNT NBR 7187 (2003) diz que deve ser adicionada
de 2 kN/m² para atender possível recapeamento.
11

• Carga dos passeios:

Segundo Manual de Projeto de Obras-de-Arte Especiais do DNER, as larguras


mínimas recomendáveis para passeios laterais são de 1,50 m para passeios
predominantemente de pedestres, incluindo meio-fio.

• Guarda-corpo:

Metálico, com altura de 1,10 m, segundo especificações do Manual de Projeto de


Obras-de-Arte Especiais do DNER a carga utilizada para cada guarda-corpo é de 1 kN/m.

2.4.2. Ações variáveis

Cargas móveis; força centrífuga; impacto lateral; efeitos de frenagem e aceleração;


variações de temperatura; ação dos ventos; pressão da água em movimento; empuxo de terra
provocado por cargas móveis; cargas de construção.

2.4.2.1. Efeito dinâmico das cargas móveis

Analisado pela teoria da dinâmica das estruturas, o efeito dinâmico das cargas
móveis pode ser simulado através da Equação 2 majorando-se a carga pontual Q referente
ao trem-tipo em questão.

𝑄 = 𝑃. 𝐶𝐼𝑉. 𝐶𝑁𝐹. 𝐶𝐼𝐴 (2)

Onde,
𝑃 é o valor estático de uma roda do veículo;
𝑄 é o valor estático de uma roda do veículo, acrescido de todos os coeficientes de ponderação;
𝐶𝑁𝐹 é o coeficiente de número de faixas expresso pela equação 3:

𝐶𝑁𝐹 = 1 – 0,05 . (𝑛 − 2) > 0,9 (3)


12

Onde,
𝑛 é o número (inteiro) de faixas de tráfego consideradas na rodovia carregada sobre um
tabuleiro transversalmente contínuo;
𝐶𝐼𝐴 é o coeficiente de impacto adicional, que se destina à majoração da carga móvel
característica devido às imperfeições e/ou descontinuidades da pista de rolamento; sendo:

𝐶𝐼𝐴 = 1,15 para obras em aço

𝐶𝐼𝐴 = 1,25 para obras em concreto ou mistas

𝐶𝐼𝑉 é o coeficiente de impacto vertical: coeficiente que tem como função amplificar a ação da
carga estática com o intuito de simular o efeito dinâmico. O CIV, calculado pela Equação 4,
não simula ou elimina a necessidade da análise dinâmica nas estruturas sensíveis ou de baixa
rigidez, em especial estruturas de aço e estruturas estaiadas:

𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 . (20/ 𝐿𝑖𝑣 + 50) (4)

Onde,
Liv é o vão em metros;
𝐶𝐼𝑉 é pode ser adotado como 1,35 para vãos menores que 10m.

Os carregamentos dos veículos são estabelecidos pela ABNT NBR 7188 (2013), que
define o carregamento característico para cada trem tipo. Cada trem tipo possui cargas
concentradas e distribuídas de valores e distâncias conhecidas e constantes. Para o cálculo
dos elementos da ponte as cargas dos veículos e da multidão são utilizadas em conjunto. A
Tabela 2, com dados extraídos da ABNT NBR 7188 (1982), mostra as classes de veículos e
seus carregamentos característicos e a Figura 6 mostra a aplicação dos carregamentos do
trem-tipo no tabuleiro.
13

Figura 6 – Dimensões do trem-tipo padrão e distribuição das cargas.

Fonte: adaptado de ABNT NBR 7188 (1982).

Tabela 2 – Classes de veículos e seus respectivos carregamentos.


Veículo Carga uniformemente distribuída

Classe da ponte Peso Total p p'


Tipo Disposição da carga

kN Tf kN/m² kgf/m² kN/m² kgf/m²

45 45 450 45 5 500 3 300 Carga p em toda a pista


30 30 300 30 5 500 3 300 Carga p' nos passeios
12 12 120 12 4 400 3 300 -
Fonte: adaptado de ABNT NBR 7188 (1982).

A Figura 7 especifica as distâncias dos eixos e rodas para aplicação das cargas
pontuais, além das dimensões do veículo padrão.

Figura 7 – Detalhes do veículo-padrão.

Fonte: adaptado de ABNT NBR 7188 (1982).


14

Segundo ABNT NBR 7188 (1982), no cálculo das longarinas e demais elementos,
para se obter efeitos mais desfavoráveis, deve-se encostar a roda do veículo no guarda-rodas,
como mostra a Figura 8:

Figura 8 – Posição mais desfavorável no tabuleiro.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7188 (1982).

2.4.2.2. Efeitos de frenagem e aceleração

Segundo ABNT NBR 7187 (2003), o valor da força longitudinal provocada por estes
efeitos sobre as pontes deve ser considerado como uma fração das cargas móveis. Esta força
deve ser considerada aplicada na superfície de rolamento e deve ser igual ao maior dos
seguintes valores: 5% do peso do carregamento do tabuleiro com as cargas móveis
distribuídas ou 30% do peso do trem-tipo.

2.4.2.3. Cargas de vento

Para as considerações em relação à carga de vento, a ABNT NBR 7187 (2003) se


utiliza dos procedimentos determinados na ABNT NBR 6123 (1988) – Forças devido ao vento
em edificações. Esta norma utiliza um roteiro para determinação da força de arrasto, que seria
a força horizontal provocada pelo vento na estrutura. Entretanto, por não tratar de pontes de
uma maneira específica pode-se utilizar o método de Marchetti (2007), onde vento é
considerado como uma força horizontal uniformemente distribuída ao longo do eixo da ponte,
sendo utilizado o valor de 1,5 kN/m² agindo sobre a superfície lateral da estrutura.
15

Desse modo, para simplificar a análise, será atribuído um carregamento linear, sendo
assim, será considerada a altura em conjunto do guarda corpo, longarina e tabuleiro conforme
a Equação 5.

𝐹𝑣 = 𝑃𝑣 . (ℎ𝑔𝑐 + ℎ𝑙𝑜𝑛𝑔 + ℎ𝑡𝑎𝑏 ) (5)

Onde,

𝐹𝑣 é a força do vento em kN/m

𝑃𝑣 é a pressão do vento

ℎ𝑔𝑐 é a altura do guarda corpo

ℎ𝑙𝑜𝑛𝑔 é a altura da longarina

ℎ𝑡𝑎𝑏 é a altura do tabuleiro

2.4.2.4. Pressão da água nos pilares

Esse esforço é considerado para as situações onde há a existência de cursos da


água que solicitem os pilares da ponte. Para o cálculo dessa solicitação é necessário ter dados
da profundidade e velocidade do curso d’água, além das informações da geometria dos
pilares. Dessa forma, a ABNT NBR 7187 (2003), item 7.2.5, sugere um método para o cálculo
desse esforço conforme a Equação 6.

𝑝 = 𝑘 . 𝑉𝑎 2 (6)

Onde,

𝑝 é a pressão estática equivalente, em quilonewtons por metro quadrado

𝑉𝑎 é a velocidade da água, em metros por segundo

𝑘 é um coeficiente dimensional, cujo valor é 0,34 para os elementos de seção transversal


circular. Já para os elementos com seção transversal retangular, o valor de k varia com
relação ao ângulo de incidência do movimento das águas em relação ao plano da face do
elemento, conforme a Tabela 3.
16

Tabela 3 - Determinação do coeficiente k de acordo com o ângulo de incidência do movimento das águas.
Ângulo de incidência k
90° 0,71
45° 0,54
0° 0
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7187 (2003).

2.5. AÇÕES EM BARRAGENS

Segundo Schreiber (1977), sobre as barragens podem atuar principalmente os


seguintes esforços:

a) O peso do corpo da barragem;


b) O peso d’água atuando sobre planos inclinados da barragem;
c) A pressão d’água no plano de fundação (subpressão);
d) Esforços provenientes de terremotos;
e) Esforços provenientes das ondas no reservatório;
f) Esforços provenientes de uma camada de gelo no reservatório (quando houver essa
possibilidade);
g) Empuxo do lodo decantado.

2.5.1. Peso do corpo da barragem

Ainda segundo o livro Usinas Hidrelétricas (Schreiber, 1977), o peso da barragem


depende do peso específico do concreto, que pode ser aumentado usando agregado graúdo
com cerca de 15cm. Deve-se utilizar uma granulometria que resulte em um concreto o mais
denso possível, para assim obter um peso específico em torno de 2,4 t/m³. De acordo com
Schneider (2011) o peso próprio pode ser calculado pela Equação 7:

𝐿𝑡 . 𝐻𝑡 (7)
𝑊=( + 𝑙𝑐 . 𝐻) . 𝛾𝑐
2

Onde,

𝑊 é o peso próprio da barragem;


17

𝐿𝑡 é a largura da seção triangular;

𝐻𝑡 é a altura da seção triangular;

𝑙𝑐 é a largura da crista;

𝐻 é a altura total;

𝛾𝑐 é o peso específico do concreto.

2.5.2. O peso d’água atuando sobre planos da barragem

Esse esforço também chamado de empuxo, é uma força exercida pelas águas em
todos os planos da barragem com quem tem contato. Trata-se de um carregamento distribuído
de forma triangular e sua intensidade varia com a altura do nível d’água, Segundo Marchetti
(2007) o empuxo da água pode ser calculado através da Equação 8:

𝐻𝑎 ² (8)
𝐸= . 𝛾𝑎
2

𝐸 é o empuxo;

𝐻𝑎 é a altura da água;

𝛾𝑎 é o peso específico da água.

2.5.3. A pressão d’água no plano de fundação (subpressão)

A subpressão é originada através da percolação da água na parte inferior da


barragem e tem sentido oposto ao peso da estrutura. Segundo Gutstein (2003) a subpressão
na base montante e jusante é definida pelas alturas de coluna de água presente nos dois
pontos. O Us Aarmy Corps of Engineer (1995), conta com diversos casos para a consideração
da subpressão em função da presença de drenos e o local de sua instalação. Para o caso
sem drenos, a subpressão será definida como na Figura 9.
18

Figura 9 – Esquema de esforços de subpressão.

Fonte: Eletrobrás (2003)

A Eletrobrás (2003) diz que, para o caso com a utilização de drenos, os esforços de
subpressão poderão ser definidos através das expressões abaixo:

1 (9)
𝐻𝑑𝑚 = Hj + (𝐻𝑚 − 𝐻𝑗) para Hj > hg
3

1 (10)
𝐻𝑑𝑚 = hg + (𝐻𝑚 − ℎ𝑔) para Hj < hg
3

Hdm é a subpressão na linha dos drenos;

Hj é o nível d’água à jusante;

Hm é o nível d’água à montante;

hg será a dimensão compreendida entre a cota do plano de análise e a cota de boca dos
drenos.

2.5.4. Esforços provenientes de terremotos

De acordo com a Eletrobrás (2003), quando não há a possibilidade de uma avaliação


mais precisa para identificar os esforços de origem sísmica, permite-se contornar a
complexidade do problema dinâmico utilizando um problema equivalente de forças estáticas.
Desse modo, serão estimados tanto os esforços inerciais na barragem quanto as pressões
hidrodinâmicas, para as verificações de estabilidade global, sendo assim, Ketzer e Schäffer
19

(2010) dizem que os esforços horizontais e verticais podem ser obtidos através das seguintes
equações 11 e 12 a seguir:

• Força Vertical:

𝐹𝑣 = 0,03 . W (11)

𝐹𝑣 é a força vertical ocasionada pelo terremoto;

W é o peso próprio da barragem.

• Força horizontal:

𝐹𝐻 = 0,05 . ( 𝑊 ± 0,03𝑊) (12)

𝐹𝐻 é a força horizontal ocasionada pelo terremoto;

W é o peso próprio da barragem.

2.5.5. Aceleração sísmica da água no reservatório

Conforme Schreiber (1977), a aceleração sísmica da água no reservatório provoca


uma sobrepressão hidrodinâmica sobre a frente vertical ou inclinada da barragem, esse
esforço gerado pelas ações sísmicas pode ser calculado pela fórmula de Westergaard, de
acordo com a Equação 13:

0,817. 𝑎 . √𝐻𝑎 . ℎ (13)


𝑝=
√1 − 7.74. ( 𝐻𝑎 ) ²
1000

𝑝 é a sobrepressão;

𝑎 é o fator de aceleração sísmica = (0,05);

𝐻𝑎 é a profundidade total da água;


20

ℎ é a profundidade em análise.

2.5.5.1. Esforços provocados pelas ondas do reservatório

Os esforços produzidos pelas ondas se relacionam diretamente com sua altura, que
por sua vez depende da área do reservatório adjacente à barragem, orientada na direção do
vento. Algumas fórmulas estabelecem uma relação entre a altura das ondas e o comprimento
de uma reta traçada, na direção de atuação do vento, que liga a barragem à margem oposta
do reservatório. Quando não for conhecida a direção dos ventos mais fortes, escolhe-se as
retas de maior comprimento. (SCHREIBER, 1977).

2.5.6. Esforços provenientes de uma camada de gelo no reservatório

De acordo com Ketzer e Schäffer (2010), as pressões causadas pelo gelo variam
conforme a espessura da camada de gelo, a dureza do gelo, os ventos presentes no local da
barragem e o módulo de elasticidade. A quase nula ocorrência de gelo formado nos rios do
Brasil, nos permite desconsiderar essa carga para execução dos cálculos estruturais.

2.5.7. Empuxo do lodo decantado

Os rios normalmente trazem consigo materiais de diferentes naturezas, e ao


encontrar o barramento tendem a decantar e se depositar junto a base da barragem. Segundo
Schreiber (1977), a influência do empuxo do material decantado em barragens altas é
desprezível, entretanto, para barragens de altura reduzida, esse esforço deve ser levado em
consideração, e pode ser calculado conforme a Equação 14 abaixo:

𝑓𝑠 . ℎ𝑠 ² (14)
𝐸𝑠 = . (1 − 𝑠𝑒𝑛𝜙)
2

Es é o empuxo do lodo decantado;

𝑓𝑠 é o peso específico do material decantado;

ϕ é o ângulo de atrito interno, o qual é sugerido adotar 30 graus.


21

ℎ𝑠 é a altura de aplicação da carga

Na falta de dados exatos aconselha-se tratar o lodo como em suspensão, exercendo


pressão hidrostática no sentido horizontal de um fluido com peso específico de cerca de 1300
kg/m³; (KETZER E SCHÄFFER,2010). Conforme a Eletrobrás (2003) aconselha-se considerar
a altura da camada decantada como sendo 10% da altura total da barragem.

2.5.8. Combinações de carregamento para barragens

A US Army Corps of Engineers (1995) sugere sete condições de carregamento, a fim


de se encontrar a situação mais desfavorável para o dimensionamento. A Eletrobrás (2003),
também indica algumas condições a serem consideradas, sendo elas as condições de
carregamento normal, especial, excepcional, e de construção. A Figura 10 a seguir
exemplifica as condições de carregamento possíveis segundo a US Army Corps of Engineers
(1995):

Figura 10 – Combinações de carregamento para barragens.

Fonte: Adaptado de US Army Corps of Engineers (1995).


22

Como mostrado, para cada combinação de carregamento são considerados os


seguintes esforços:

1 – Estrutura da barragem completa, sem água à jusante e montante.

2 – Altura de água normal, vertedouros e comportas fechadas, altura mínima da água à


jusante, subpressão normal, pressão resultante do gelo e lodo decantados, se aplicáveis na
situação.

3 – Altura no reservatório padrão, com comportas abertas, altura da água à jusante no nível
máximo, subpressão e pressão de lodo decantado se aplicáveis e sem pressão do gelo.

4 – Barragem completa, sem água à jusante e montante, sob o efeito de terremotos, com força
de aceleração horizontal em direção à montante.

5 – Altura de água normal, comportas e vertedouros fechados, altura mínima de água à


jusante, subpressão normal, pressão do gelo e lodo decantado se aplicáveis no caso sob
efeito de terremoto de máxima intensidade possível, com força de aceleração horizontal em
direção à jusante.

6 – Altura de água normal, comportas e vertedouros fechados, altura mínima de água à


jusante, subpressão normal, pressão resultante de gelo e lodo decantado se aplicáveis no
caso sob efeito de terremoto de máxima intensidade possível, com força de aceleração
horizontal sentido em direção à jusante.

7 – Reservatório com altura máxima de projeto, comportas abertas, altura máxima à jusante,
subpressão e pressão de lodo decantado se aplicáveis e sem pressão de gelo.

Para as condições de Carregamento, a ABNT NBR 8681 (2003), de ações e


segurança nas estruturas, classifica quatro tipos diferentes, que são:

1 – Carregamento Normal: O carregamento que decorre do uso previsto para a construção,


que sempre deve ser considerando nas verificações, e atuará durante toda a vida útil da
estrutura

2 – Carregamento Especial: O carregamento originado quando a estrutura está sob cargas


especiais, onde os efeitos superam os efeitos produzidos pelas ações consideradas no
carregamento normal.

3 – Carregamento Excepcional: O carregamento que decorre da atuação de ações


excepcionais que podem provocar efeitos catastróficos. Esses carregamentos só devem ser
considerados em estruturas onde a ocorrência de ações excepcionais não possa ser
desprezada.
23

4 – Carregamento de construção: Esse tipo de carregamento deve ser considerado apenas


em estruturas em que haja risco da ocorrência de estados limites logo durante a etapa de
construção.

Visando a segurança em relação aos possíveis estados limites, últimos e de serviços,


para cada tipo de carregamento deve-se considerar todos os tipos de ações que podem
solicitar a estrutura, com a finalidade de utilizar os valores mais desfavoráveis para o
dimensionamento das seções.

2.6. DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS

2.6.1. Dimensionamento das Vigas

Considerando uma estrutura monolítica, onde tanto as transversinas quanto as


longarinas estão trabalhando em conjunto com o tabuleiro, o dimensionamento pode feito
considerando uma viga seção T.

A viga seção T possui uma parte vertical chamada de alma, e uma parte horizontal
chamada de mesa, a obtenção dessa geometria pode ser através da pré-moldagem, onde o
elemento é moldado fora do canteiro de obras com a forma real de um T, e no caso mais
comum, essa seção é moldada in loco, pois a concretagem dos elementos torna uma estrutura
de concreto monolítica, fazendo com que a laje e a viga formem um único elemento.

Segundo Carvalho (2015), quando uma viga se deforma, a laje adjacente a ela
também se deforma, comportando-se como se fosse parte da viga, colaborando em sua
resistência.

2.6.1.1. Determinação da Mesa Colaborante

A mesa colaborante é a parcela da laje que irá trabalhar em conjunto com a viga,
ajudando assim no momento resistente da viga ao aumentar a área de concreto na parte
superior. A ABNT NBR 6118 (2014) fornece uma imagem explicativa sobre a determinação
das dimensões utilizadas para cálculo, conforme a Figura 11:
24

Figura 11 – Dimensões para mesa colaborante.

Fonte: ABNT NBR 6118 (2014).

Como representado na imagem, 𝑏𝑓 é mesa colaborante, 𝑏𝑤 a largura da viga, 𝑏2


distância entre as nervuras consecutivas, as abas 𝑏1 e 𝑏3 estão em função do comprimento
“𝑎”, e 𝑏3 está limitado ao valor de 𝑏4 que é a distância entre a extremidade da laje em balanço
e a viga.

De uma maneira mais simples, as relações podem ser expressas pelas Equações 15
e 16, respectivamente:

0,5 . 𝑏2 (15)
𝑏1 ≤ {
0,1 . 𝑎
𝑏 (16)
𝑏3 ≤ { 4
0,10 . 𝑎

A distância 𝑎 pode ser estimada em função do comprimento 𝑙 do tramo considerado,


da seguinte maneira:

• 𝑎 = 𝑙 (viga simplesmente apoiada);


• 𝑎 = 2𝑙 (Tramo em balanço);
• 𝑎 = 0.6𝑙 (Tramo com momento nas duas extremidades);
• 𝑎 = 0.75𝑙 (Tramo com momento em uma só extremidade).
25

Para o modelo em questão, as longarinas serão consideradas como sendo tramos


com momento em uma só extremidade devido ao momento negativo que surge na condição
de viga continua sobre três apoios. Para as vigas restantes será adotada a condição de tramo
com momento nas duas extremidades devido seu apoio teoricamente engastado. Desse
modo, a largura da mesa colaborante será obtida pela Equação 17:

𝑏𝑓 = 𝑏1 + 𝑏𝑤 + 𝑏3 (17)

Se a posição da linha neutra “𝑥” for menor que a altura da laje, no cálculo das
armaduras de flexão, a base da viga “𝑏𝑤 ” poderá ser substituída pela largura colaborante “
𝑏𝑓 ”, ajudando assim a diminuir a área de aço.

2.6.1.2. Cálculo da Armadura de flexão

Carvalho (2015) indica o uso de fórmulas adimensionais sempre que possível, pois
facilitam o emprego de diversos sistemas de unidades, trazendo mais simplicidade aos
cálculos. Dessa maneira, para o cálculo do coeficiente adimensional do momento utiliza-se a
Equação 18:

𝑀𝑑 (18)
𝐾𝑀𝐷 =
𝑏𝑤 . 𝑑2 . 𝑓𝑐𝑑

Onde,
𝐾𝑀𝐷 é o ceficiente adimensional do momento;
𝑀𝑑 é o momento de cálculo;
𝑏𝑤 é a base da seção transversal do elemento;
𝑑 é a altura útil da viga.
Para a obtenção da posição da linha neutra utiliza-se a equação 19:

𝑥 = 𝐾𝑋 . 𝑑 (19)
26

Quando 𝐾𝑋 < 0,45 limite imposto pela ABNT NBR 6118 (2014), item 14.6.4.3,
podem-se continuar os cálculos, utilizando o anexo 1 para identificar o valor de 𝐾𝑍 e
determinar a área de aço necessária a partir da Equação 20:

𝑀𝑑 (20)
𝐴𝑠 =
𝐾𝑍 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑

Sendo,

𝐴𝑠 é a área de aço

𝐾𝑍 é o coeficiente adimensional;

𝐾𝑋 é a posição relativa da linha neutra;

𝑓𝑦𝑑 é a tensão de escoamento do aço minorada pelo 𝛾𝑠 ;

𝛾𝑠 é o coeficiente de minoração da resistência do aço, considerado 1,15.

Para que a viga tenha um melhor desempenho a ABNT NBR 6118 (2014) determina
a armadura mínima necessária para a seção em seu item 17.3.5.2.1. A armadura mínima é
calculada a partir da taxa mínima de armadura de flexão para vigas, conforme Equação 21:

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 (21)
𝜌𝑚𝑖𝑛 =
𝐴𝑐

Onde,

𝐴𝑐 é a área da seção transversal de concreto

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 é a área de aço mínima

𝜌𝑚𝑖𝑛 é a taxa mínima de armadura de flexão

Para concretos até a classe C30, a taxa mínima de armadura é 0,15%, sendo assim,
a armadura mínima final é obtida pela Equação 22:

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 . (𝑏𝑤 . ℎ) (22)


27

Com ℎ sendo a altura da seção transversal da viga.

De modo a atenuar os problemas decorrentes da retração, fissuração e variações de


temperatura, utiliza-se uma armadura nas faces laterais da viga chamada armadura de pele.
Conforme a ABNT NBR 6118 (2014), item 17.3.5.2.3, a armadura de pele deve ser
considerada para vigas com altura maior que 60cm, e o espaçamento entre as barras não
superior a 20cm. Essa armadura não necessita ser superior a 5cm²/m em casa face da alma
da viga, e é obtida através da Equação 23.

𝐴𝑠𝑝𝑒𝑙𝑒 = 0,10% . 𝐴𝑐 (23)

Onde,

𝐴𝑠𝑝𝑒𝑙𝑒 é a área de aço da armadura de pele.

2.6.1.3. Verificação ao Cisalhamento

O cisalhamento originado a partir do esforço cortante que solicita a seção, pode ser
combatido através dos estribos, que são armaduras transversais que atuam em conjunto com
o concreto para combater os esforços.

Sendo,

𝑉𝑠𝑑 a forca cortante solicitante de cálculo;

𝑉𝑅𝑑2 a força cortante resistente de cálculo, relativa a ruina da biela;

𝑉𝑅𝑑3 a Força cortante resistente de cálculo, relativa a ruina por tração diagonal;

𝑉𝑐 a parcela de força cortante dos mecanismos complementares à treliça;

𝑉𝑠𝑤 a Parcela da força absorvida pela armadura transversal;

𝐴𝑠𝑤 a área de todos os ramos da armadura transversal;

𝑓𝑦𝑤𝑑 a tensão resultante de cálculo da armadura transversal;

𝑓𝑦𝑤𝑘 a tensão resultante característica de escoamento da armadura transversal.


28

O cálculo dessa armadura é feito a partir de várias verificações com base nas
características do concreto, iniciando-se pela verificação das bielas, onde a seguinte condição
tem que ser cumprida:

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2

Com 𝑉𝑅𝑑2 obtido através da Equação 24:

𝑓𝑐𝑘 (24)
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27. (1 − ).𝑓 . 𝑏 .𝑑
250 𝑐𝑑 𝑤

2.6.1.4. Cálculo da armadura transversal

Para essa parte do cálculo, a condição expressa pela Equação 25 deve ser satisfeita:

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 (25)

Considerando 𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑠𝑑 , temos:

𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤

Conforme Clímaco (2016), a parcela de força cortante dos mecanismos


complementares à treliça, é dada pela Equação 26:

𝑉𝑐 = 0,6 . 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 (26)

Onde, 𝑓𝑐𝑡𝑑 é a resistência à tração de cálculo para o concreto, calculado a partir das
Equações 27, 28 e 29, respectivamente.

3 (27)
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 √𝑓𝑐𝑘 2

𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 = 0,7. 𝑓𝑐𝑡𝑚 (28)


29

𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 (29)
𝑓𝑐𝑡𝑑 =
𝛾𝑐

Tendo que,

𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 é a Resistência a tração característica inferior;


𝑓𝑐𝑡𝑚 é a Resistência média à tração;
𝛾𝑐 é o coeficiente de minoração da resistência do concreto, considerado 1,4.

A partir dessas verificações, o cálculo da área de aço pode ser obtido de acordo com
ABNT NBR 6118 (2014), item 17.4.2.2, considerando o modelo I de cálculo, conforme a
Equação 30:

𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 (30)
𝐴𝑠𝑤 =
0,9. 𝑑. 𝑓𝑦𝑤𝑑

2.6.2. Dimensionamento das lajes

Segundo Marçal (2014), a laje de maciça é a mais utilizada na construção civil por
apresentar uma certa simplicidade no seu método de cálculo e execução, trata-se de uma
placa plana de concreto armado maciço e sua espessura varia conforme a necessidade do
projeto arquitetônico. O cálculo das lajes maciças é realizado de acordo com sua classificação,
elas podem ser armadas em uma ou duas direções.

Conforme Araújo (2014), as lajes armadas em uma direção são aquelas em que a
relação entre as dimensões lx e ly é superior a dois. Porém, sempre haverá a existência de
armadura nas duas direções, a diferença é que em uma direção será calculada, e na outra
será arbitrada uma armadura de distribuição conforme a Figura 12:
30

Figura 12 – Relação de distribuição das armaduras em uma direção.

Fonte: adaptado de Araújo (2014)

Asx é a armadura de distribuição;


Asy é a armadura calculada no eixo y.

Araújo (2014) ainda diz que as lajes armadas em duas direções são aquelas onde a
relação entre as dimensões lx e ly é menor que 2. Nessa situação, os momentos fletores em
ambas as direções são importantes e devem ser calculados para o posterior dimensionamento
das armaduras. A disposição das armaduras pode ser observada na Figura 13:

Figura 13 – Relação de distribuição das armaduras em duas direções.

Fonte: adaptado de Araújo (2014)

Asx e Asy são as Armaduras calculadas no eixo x e y respectivamente.


31

2.6.2.1. Estimativa da altura da laje

Segundo Bastos (2015), inicialmente é necessário que se estime a altura da laje para
efetuar os cálculos. Vários processos podem ser utilizados para estimar essa dimensão, a
Equação 31 pode ser utilizada para tal estimativa.

d = (2,5 − 0,1n)𝑙 ∗ (31)

Onde,

d é a altura útil da laje (cm);


n é o número de bordas engastadas na laje;
𝑙 ∗ = dimensão da laje em metros assumida conforme a Equação 32:

𝑙𝑥 (32)
𝑙 ∗ ≤ {0,7𝑙
𝑦

Sendo 𝑙𝑥 < 𝑙𝑦

Tendo em mãos a altura útil, a altura total pode ser obtida a partir da equação 33:

∅𝑙 (33)
h=d+ +𝑐
2

Sendo ∅𝑙 o diâmetro da barra a ser estimado, que varia de 5mm a 8mm, e c o cobrimento.

2.6.2.2. Cálculo da armadura de flexão

A obtenção das armaduras de uma laje, sendo elas positivas ou negativas, é feita
através do cálculo em cada direção, simulando uma viga com largura de 1 m. Sendo, assim
utiliza-se as informações na Equação 34.

𝑀𝑠𝑑 (34)
𝑘𝑚𝑑 =
𝑑2 . 𝑓𝑐𝑑

Onde, através da tabela, os valores poderão ser encontrados a partir do 𝑘𝑚𝑑


conforme o anexo 1. Sendo assim, através da Equação 35 a área de aço poderá ser calculada.
32

𝑀𝑠𝑑 (35)
𝐴𝑠 =
𝑘𝑧 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑

2.6.3. Dimensionamento dos pilares

Os pilares são elementos estruturais lineares despostos na vertical, para evitar um


desempenho inadequado e garantir boas condições para a execução, a ABNT NBR 6118
(2014), item 13.2.3, estabelece que a dimensão mínima para um pilar, qualquer que seja sua
forma, é de 19cm. Entretanto, em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões
entre 19cm e 14 cm, devendo-se apenas multiplicar os carregamentos por um coeficiente de
majoração adicional 𝛾𝑛 , obtido a partir da Tabela 4, ou deduzido pela Equação 36.

𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05 . b (36)

Tabela 4 – Coeficientes de majoração de acordo com a menor dimensão do pilar.


b (cm) ≥ 19 18 17 16 15 14
𝛾𝑛 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

b = menor dimensão da seção transversal do pilar, em cm.


Em qualquer caso, não é permitido um pilar com seção transversal com área inferior
a 360 cm².

2.6.3.1. Comprimento de Flambagem

De acordo com CLÍMACO (2005), flambagem é um fenômeno de instabilidade de


equilíbrio, que pode provocar o colapso de uma peça predominantemente comprimida, antes
de a solicitação atingir a sua capacidade resistente à compressão. Conforme a ABNT NBR
6118 (2014) esse comprimento pode ser encontrado a partir da Equação 37.

𝑙 +ℎ (37)
𝑙𝑒 ≤ { 0
𝑙
33

𝑙0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais supostos horizontais que se
vinculam ao pilar;

ℎ é a dimensão da seção transversal do pilar, medida no plano em análise;

𝑙 é a distância entre eixos das vigas aos quais o pilar está vinculado.

Para diferentes tipos de vinculação o comprimento de flambagem pode assumir


valores variáveis, conforme mostrado na Figura 14:

Figura 14 – Comprimentos de flambagem.

Fonte: adaptado de Clímaco (2016)

2.6.3.2. Classificação quanto à esbeltez

Conforme Clímaco (2016) O índice de esbeltez é definido através da Equação 38:

𝑙𝑒 (38)
𝜆=
i

𝑙𝑒 é o comprimento equivalente do elemento isolado;

i é o raio de giração mínimo da seção de concreto;

i = (I/A)1/2

I é o momento de inércia da seção transversal em relação ao mesmo eixo;


34

A é a área da seção.

Com base no índice de esbeltez (𝜆), os pilares podem ser classificados como:

a) Pilares Curtos → 𝜆 ≤ 𝜆1
b) Pilares de esbeltez média → 𝜆1 < 𝜆 ≤ 90
c) Pilares esbeltos ou muito esbeltos → 90 < 𝜆 ≤ 140
d) Pilares excessivamente esbeltos → 140 < 𝜆 ≤ 200

2.6.3.3. Esbeltez Limite

Segundo a ABNT NBR 6118 (2014), item 15.8.2, o valor de esbeltez limite irá indicar
a necessidade ou não da consideração dos efeitos de 2º ordem para o cálculo do elemento,
e pode ser calculado pela Equação 39:

25 + 12,5 . 𝑒1 /ℎ (39)
𝜆1 =
𝛼𝑏

Com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90.

Sendo 𝑒1 a excentricidade de 1º ordem calculada pela Equação 40:

𝑀1𝑑,𝐴 (40)
𝑒1 =
𝑁𝑑

Onde,

𝑀1𝑑,𝐴 é o momento de primeira ordem;

𝑁𝑑 é o esforço normal de cálculo.

O valor de 𝛼𝑏 deve ser obtido conforme as características a seguir:


35

• Pilares biapoiados sem cargas transversais :

0,4𝑀𝐵 (41)
1 ≥ 𝛼𝑏 = 0,6 + ≥ 0,4
𝑀𝐴

𝑀𝐴 é o maior dos momentos de 1º ordem em valor absoluto no pilar;

𝑀𝐵 é o valor do momento fletor de 1º ordem no outro extremo do pilar, tendo valor positivo se
tracionar a mesma face que 𝑀𝐴 , e negativo caso contrário.

Pilares biapoiados com cargas transversais significativas na altura:


𝛼𝑏 = 1

• Pilares em balanço:

0,2𝑀𝐶 (42)
1 ≥ 𝛼𝑏 = 0,8 + ≥ 0,85
𝑀𝐴

𝑀𝐴 é o momento no engaste;

𝑀𝐶 é o momento de 1º ordem no meio do pilar.

• Pilar biapoiado com momento fletor menor que o mínimo:

𝛼𝑏 = 1

2.6.3.4. Momento mínimo de 1º ordem

O momento mínimo de primeira ordem é o menor momento a ser considerado para


o cálculo e é descrito pela Equação 43:

𝑀1𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝑁𝑑 (0,015 + 0,03ℎ) (43)

ℎ é a altura total da seção transversal.


36

Mesmo com a estrutura descarregada, a força 𝑁𝑑 pode ser afetada pela


excentricidade mínima de 1º ordem, que se trata da consideração das imperfeições
geométricas do eixo dos elementos estruturais, que pode ser expressa pela Equação 44:

𝑒1,𝑚𝑖𝑛 = 1,5cm + 0,03h ≥ 𝑒𝑎 (44)

Onde,
𝑒𝑎 é a excentricidade acidental.

2.6.3.5. Imperfeições globais

Scadelai (2004) afirma que, na análise global das estruturas reticuladas, sendo elas
contraventadas ou não, deve ser considerada a existência de um desaprumo nos elementos
verticais, conforme a Figura 15:

Figura 15 – Imperfeições globais

Fonte: NBR 6118 (2014)

Esse ângulo de deflexão pode ser obtido através da seguinte expressão:

(45)
1 + 1/2
𝜃𝑎 = 𝜃1 √
2

Onde,
1 (46)
𝜃1 =
100√𝑙

𝑙 é altura total da estrutura em metros;


37

N é o número total de elementos verticais contínuos;


𝜃1𝑚𝑖𝑛 é 1/400 para estruturas de nós fixos, e 1/300 para estruturas de nós móveis;
O valor máximo de 𝜃1 não poderá ultrapassar 1/200.

2.6.3.6. Imperfeições locais

Para Scadelai (2004), na análise local de elementos de estruturas reticuladas, devem


ser levados em conta efeitos de imperfeições geométricas locais. Para a verificação de um
lance de pilar deve ser considerado o efeito do desaprumo ou falta de retilinidade do eixo do
pilar. Essas hipóteses são representadas pela Figura 16:

Figura 16 – Imperfeições locais.

Fonte: NBR 6118 (2014)

Sendo assim, nos casos usuais, é admitido que a consideração da falta de retilinidade
seja suficiente. Dessa forma a Equação 47 pode ser utilizada para encontrar a excentricidade
acidental 𝑒𝑎 :

𝑙 (47)
𝑒𝑎 = 𝜃1 .
2

Ainda de acordo com Scadelai (2004), para pilares em balanço, obrigatoriamente


deve-se considerar o desaprumo, sendo assim utiliza-se a Equação 48:

𝑒𝑎 = 𝜃1 . 𝑙 (48)
38

2.6.3.7. Cálculo de excentricidades de 2º ordem para pilares com 𝝀 ≤ 𝟗𝟎

Clímaco (2016) diz que, apesar de não deixar clara a fórmula para a determinação
da excentricidade de 2º ordem, a ABNT NBR 6118 (2014), item 15.8.3.3.2 – Método do pilar-
padrão com curvatura aproximada indica um procedimento para obtê-la, com a condição de
que o cálculo será empregado apenas em pilares com 𝜆 ≤ 90, seção constante e armadura
simétrica ao longo de seu eixo.

A não linearidade física é levada em consideração a partir de uma expressão


aproximada da curvatura na seção crítica. Sendo assim, a excentricidade de 2º ordem 𝑒2 é
dada pela Equação 49:

𝑙𝑒 ² 1 (49)
𝑒2 = .
10 𝑟

Onde 1/r é a curvatura na seção crítica, e pode ser obtida pela Equação 50 a seguir:

1 0,005 0, 005 (50)


= ≤
𝑟 ℎ(𝑣 + 0,5) ℎ

Sendo 𝑣 a força normal adimensional, dada pela Equação 51:

𝑁𝑑 (51)
𝑣=
(𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 )

Assim, através da Equação 52, o momento total máximo no pilar é calculado pelo
método do pilar-padrão:

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 𝛼𝑏 . 𝑀1𝑑,𝐴 + 𝑁𝑑 . 𝑒2 ≥ 𝑀1𝑑,𝐴 ≥ 𝑀1𝑑,𝑀𝑖𝑛 (52)

Onde,

𝑀1𝑑,𝐴 é o valor de cálculo do momento de 1º ordem 𝑀𝐴 ;

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 é o momento total máximo no pilar.


39

2.6.3.8. Diâmetro mínimo das barras e taxas limites de armadura

A NBR 6118 (2014), item 18.4.2.1, indica que os diâmetros das barras longitudinais
dos pilares devem seguir a Equação 53:

𝑏 (53)
10𝑚𝑚 ≤ ∅𝑙 ≤
8

Já o item 17.3.5 da mesma norma, diz que os elementos estruturais de concreto


armado devem respeitar as taxas mínimas e máximas de armadura longitudinal, visando evitar
a ruptura frágil. Essas taxas podem ser obtidas pela seguinte Equação 54:

≤ 𝜌𝑚𝑎𝑥 = 8,0% (54)


𝐴𝑠
𝜌= { 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑐 ≥ 𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0,15 . 𝑣 . ( )
𝑓𝑦𝑑

2.6.3.9. Cálculo das armaduras longitudinais

Com base nos ábacos de Pinheiro (1994) para a flexão oblíqua, e de Venturini (1987)
para a flexão reta, o cálculo da área de aço depende do valor de 𝜇 em cada eixo, dado pela
Equação 55.

𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 (55)
𝜇=
ℎ . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑

Tendo em mãos os valores de 𝜇, é possível obter 𝜔, e então finalizar o cálculo da


área de aço necessária a partir da Equação 56:

𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 (56)
𝐴𝑠 = .𝜔
𝑓𝑦𝑑
40

2.6.3.10. Armadura Transversal para pilares

A armadura transversal, também chamada de estribo, deve atender às seguintes


relações para o diâmetro mínimo e o espaçamento máximo definidos pelas Equações 57 e
58, respectivamente:

5 (57)
∅𝑚𝑖𝑛 ≥ {
∅𝑙 /4

20𝑐𝑚 (58)
𝑆𝑚𝑎𝑥 ≤ { 𝑏
12 . ∅𝑙
41

3. METODOLOGIA

Para a realização desse trabalho, adotou-se uma ponte em vigas continuas, feita em
concreto armado moldado in loco tendo em vista seus pequenos vãos. Além disso, parte da
geometria foi pensada com base no exemplo proposto por Marchetti (2007), considerando um
tabuleiro apoiado sobre duas longarinas. A Figura 17 a seguir ilustra o modelo utilizado:

Figura 17 – Representação da ponte em 3D.

Todos os cálculos estruturais foram feitos seguindo as recomendações da ABNT


NBR 6118 (2014) “Projeto de estruturas de concreto”. As considerações específicas para
estrutura de pontes foram obtidas a partir da ABNT NBR 7187 (2003) “Projeto de pontes de
concreto armado e de concreto protendido” em conjunto com os carregamentos móveis
oriundos da ABNT NBR 7188 (2013) “Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes,
viadutos, passarelas e outras estruturas”. Para os carregamentos de vento, as analogias
foram obtidas de acordo com Marchetti (2007).

Para o caso da barragem, utilizou-se principalmente o manual para estudos e


projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (2000), e o manual de barragens de gravidade
da US Army Corps of Engineers (1995), além de outras bibliografias.

Embora algumas recomendações sejam para barragens de gravidade, as


solicitações a serem consideradas são as mesmas, sendo assim, o dimensionamento
42

estrutural foi semelhante ao de uma parede reservatório submetida aos esforços solicitantes
de uma barragem.

Desse modo, primeiramente foi feita a análise e dimensionamento da ponte de forma


separada, através do software comercial SAP2000 para obtenção de resultados que sirvam
de referência. A partir disso, foi realizada uma nova modelagem, como ilustrado na Figura 18,
atribuindo lajes de barramento nas duas linhas de pilares longitudinais à ponte e lajes para
suporte da casa de máquinas ligando os pilares, para uma nova análise e dimensionamento
visando obter resultados que indiquem a viabilidade técnica do empreendimento analisando
o aumento do consumo de materiais.

Figura 18 – Representação da Ponte com PCH em 3D.


43

3.1. GEOMETRIA DAS ESTRUTURAS

A Figura 19 ilustra vista superior do tabuleiro, posicionando os pilares, longarinas e


transversinas.

Figura 19 – Vista superior do tabuleiro.

Onde,
P são os pilares;
T são as transversinas;
L são as longarinas.

A Figura 20 a ilustra a vista lateral da ponte, representando a altura total da estrutura,


bem como o comprimento do vão a ser vencido pela mesma:
44

Figura 20 – Vista lateral da ponte.

Para a seção transversal é observada na Figura 21 a presença de transversinas para


o tabuleiro e vigas de travamento nos pilares.

Figura 21 – Vista da seção transversal da ponte.

Para o tabuleiro foram seguidas especificações normativas como as do DNIT (2009)


e do DNER (1996) quanto ao uso e dimensões de alguns elementos como guarda-corpo,
passeios e meio-fio e camada de pavimentação. Esses detalhes são ilustrados na Figura 22.
45

Figura 22 – Detalhe da seção transversal do tabuleiro.

Para o modelo da ponte com PCH instalada, a Figura 23 e a Figura 24 apresentam,


respectivamente, os detalhes da vista lateral da estrutura e a seção transversal da mesma,
observando-se alguns detalhes como a altura que a barragem atinge e as dimensões dos
elementos que constituem a PCH. A partir de uma pesquisa de campo os níveis de água a
serem respeitados pela estrutura foram obtidos conforme o Gráfico 1 a seguir.

Gráfico 1 – Níveis de água e potência máxima.

Fonte: Mesquita (2017).


46

Figura 23 – Vista lateral da ponte com PCH.

Figura 24 – Vista da seção transversal da ponte com PCH.


47

Para as lajes da barragem foram adotadas espessuras de 12cm, já para as lajes da


casa de máquinas foram adotadas espessuras de 25cm, principalmente devido aos esforços
de subpressão atuantes sobre esse elemento.

3.2. AGRESSIVIDADE AMBIENTAL

No cálculo dos elementos estruturais a resistência do concreto e seu cobrimento são


informações imprescindíveis. Dessa maneira, a ABNT NBR 6118 (2014) fornece uma série de
tabelas que fornecem um embasamento para obter de maneira correta essas informações.
De maneira geral, as estimativas se baseiam a partir da classe de agressividade ambiental
que é determinado no item 6.4.2 da ABNT NBR 6118 (2014) conforme Tabela 5.

Tabela 5 – Classes de agressividade ambiental.

Classe de
Classificação geral do tipo de ambiente Risco de deterioração da
agressividade Agressividade
para efeito de projeto estrutura
ambiental

Rural
I FRACA Insignificante
Submersa
II MODERADA Urbana Pequeno
Marinha
III FORTE Grande
Industrial
Industrial
IV MUITO FORTE Elevado
Respingos de maré
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

Com base na tabela, tendo em vista que a ponte se localiza em região urbana, foi
considerada a Classe de Agressividade Ambiental II para todos os elementos estruturais.
Sendo assim, é possível obter o cobrimento nominal conforme a Tabela 6 presente no item
7.4.7.6 da ABNT NBR 6118 (2014).
48

Tabela 6 – Cobrimento nominal de acordo com a classe de agressividade ambiental.

Classe de agressividade ambiental


Tipo de estrutura Componente ou elemento I II III IV
Cobrimento nominal (mm)
Laje 20 25 35 45
Viga/pilar 25 30 40 50
Conceto armado
Elementos estruturais em
30 40 50
contato com o solo

Laje 25 30 40 50
Concreto protendido
Viga/pilar 30 35 45 55
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

O cobrimento nominal necessário para o concreto armado foi de 25mm para as lajes
e 30mm para as vigas e pilares. Vale ressaltar a importância do cobrimento nominal, pois tem
a função de proteger a armadura do concreto contra as intempéries e agentes agressivos que
podem estar presentes no local, quando não respeitado de maneira adequada, a falta do
cobrimento pode causar incidência de manifestações patológicas.

Além do cobrimento a classe de agressividade é utilizada também para estabelecer


os valores mínimos de resistência a ser utilizado no concreto. A ABNT NBR 6118 (2014), item
7.4.2, informa através de uma tabela os limites a serem obedecidos, para o caso com a Classe
de Agressividade Ambiental II, a Tabela 7 nos possibilita obter a classe do concreto:

Tabela 7 – Resistência do concreto de acordo com a classe de agressividade.


Classe de agressividade
Concreto Tipo
I II III IV
CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
Relação água/cimento em massa
CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45
Classe de concreto (ABNT NBR CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
8953)
CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

Conforme observado na tabela, a Classe do concreto recomendada para o concreto


armado foi a de C25, por se tratar de uma ponte, uma obra de arte, com grandes vãos e
carregamentos, a classe a ser utilizada será a C30, para que os elementos estruturais tenham
uma redução em suas dimensões, tornando assim a estrutura mais rígida.
49

3.3. CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS

As informações referentes às características dos materiais foram adotadas de acordo


com a ABNT NBR 6118 (2014). Com base na agressividade ambiental, características de
geometria e carregamentos da estrutura, as características dos materiais podem ser
observadas a partir das Tabelas 8 e 9.

• Concreto de 30 MPa.

Tabela 8 – Características do concreto utilizado

Peso específico do Peso específico do Coeficiente de Coeficiente de


𝑓𝑐𝑘 concreto concreto armado Poisson dilatação térmica

30 MPa 24 kN/m³ 25 kN/m³ 0,2 10-5/°C

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

Conforme a ABNT NBR 6118 (2014), item 8.2.8, quando não forem realizados
ensaios, o módulo de elasticidade inicial para concretos entre a classe C20 e C50 pode ser
obtido usando a Equação 59:

𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 . 5600 . √𝑓𝑐𝑘 (59)

Sendo,
𝛼𝐸 = 1,2 para basalto e diabásio
𝛼𝐸 = 1,0 para granito e gnaisse
𝛼𝐸 = 0,9 para calcário
𝛼𝐸 = 0,7 para arenito

Para o concreto 30MPa, tomando o basalto como agregado de maior utilização na


região, temos:

𝐸𝑐𝑖 = 1,2 . 5600 . √30


𝐸𝑐𝑖 = 36806.9𝑀𝑝𝑎
50

Tendo em mãos o valor do módulo de elasticidade inicial, é possível se calcular o


módulo de deformação secante a partir da Equação 60.

𝐸𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 . 𝐸𝑐𝑖 (60)

Onde,
𝑓𝑐𝑘 (61)
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 . ≤1
80

Dessa forma, o módulo de elasticidade secante será:

𝐸𝑐𝑠 = 32206 𝑀𝑃𝑎

• Aço CA-50

Tabela 9 – Características do aço utilizado

Coeficiente de dilatação
fyk Peso específico do aço Módulo de elasticidade
térmica

500 MPa 78,5 kN/m³ 200 GPa 10-5/°C

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

3.4. MODO DE APLICAÇÃO DA CARGA MÓVEL

Em seguida, tendo em vista o pequeno comprimento da ponte, e a possibilidade de


ocorrência de mais de um veículo de grandes dimensões a solicitando ao mesmo tempo, a
Figura 25 demonstra o modelo de cálculo adotado, fazendo-se uso de dois trem-tipos, um em
cada faixa, posicionados ao mesmo tempo na estrutura:
51

Figura 25 – Posicionamento dos trens-tipo no tabuleiro para considerações de cálculo.

3.5. COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO

Neste trabalho serão consideradas apenas as combinações últimas, pois o


dimensionamento será feito com base no ELU, sem que haja verificações de ELS onde seriam
consideradas as combinações de serviço. Nesse caso, segundo a ABNT NBR 8681 (2003), a
Equação 62 fornece a combinação última normal.

𝑚 𝑛 (62)
𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞 [𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 𝛹0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ]
𝑖=1 𝑗=2

Onde,

𝐹𝐺𝑖,𝑘 é o valor característico das ações permanentes;

𝐹𝑄1,𝑘 é o valor característico da ação variável considerada como ação principal para a
determinada combinação;

𝛹0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 é o valor reduzido das demais ações variáveis para a determinada combinação;
52

𝛾𝑔𝑖 e 𝛾𝑞 são respectivamente os coeficientes de majoração das ações permanentes e


variáveis.

A ABNT NBR 6118 (2014) fornece os coeficientes de majoração e redução das ações
permanentes e variáveis como pode ser observado nas Tabelas 10 e 11. Quando os
coeficientes não cobrirem especificamente todos os casos de carregamento, deve-se
consultar a ABNT NBR 8681 (2003).

Tabela 10 – Coeficientes de majoração.


Ações
Combinação de ações
Permanentes (g) Variáveis (q)
D F G T
Normais
1,4 1 1,4 1,2
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

Onde,

D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis e T a temperatura.

Tabela 11 – Coeficientes de minoração

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).

Desse modo, para a ponte isolada, serão usadas 8 combinações diferentes para os
esforços solicitantes, sendo elas expressas pelas Equações de 63 até 70:

𝐹𝑑,1 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (63)

𝐹𝑑,2 = ∑𝑚
𝑖=1(1 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) (64)

𝐹𝑑,3 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (65)
53

𝐹𝑑,4 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) + (0,6 .1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) (66)

𝐹𝑑,5 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) + (0,6 . 1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (67)

(0,7 . 1,4 . 𝐹𝑝𝑎 )

𝐹𝑑,6 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (0,6 . 1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (68)
(0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 )

𝐹𝑑,7 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (69)
(0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 )

𝐹𝑑,8 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (70)

Sendo,

Fgk são as ações permanentes diretas;

Fvk é a ação do vento;

Fmov são as ações variáveis devido a carga móvel;

Fpa é a pressão da água nos pilares;

FFren é a Carga de frenagem distribuída sobre os pilares.

Devido a pequena magnitude e posicionamento geográfico da barragem em questão,


torna-se possível realizar uma análise mais simplificada, diminuindo o número de
carregamentos a serem considerados. Assim, para o caso, serão considerados apenas os
esforços solicitantes provenientes do empuxo da água, empuxo do lodo decantado e
subpressão.

Segundo a Eletrobrás (2003), além das solicitações externas, deverá ser aplicado
um carregamento mínimo de 5kN/m² sobre as lajes que darão suporte à casa e máquinas.
Sendo assim, será feita uma nova combinação de carregamento, adicionando esses esforços,
tomando como base as recomendações da Us Army Corps of Engineers (1995), e NBR 8681
(2003), indicadas no item 2.4.2.9. As Equações de 71 a 75 definem as combinações de
carregamento para os esforços na PCH.
54

Onde,
Feaj é o empuxo da água à jusante;
Feam é o empuxo da água à montante;
Fel é o empuxo do lodo decantado;
Fcm é a sobrecarga da casa de máquinas;
Fsub é a força de subpressão.

𝐹𝑑,1𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑙 ) (71)

𝐹𝑑,2𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑗 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) (72)

𝐹𝑑,3𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) (73)

𝐹𝑑,4𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑠𝑢𝑏 ) (74)

𝐹𝑑,5𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑗 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑙 ) + (1 . 𝐹𝑠𝑢𝑏 ) (75)
55

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. ESFORÇOS APLICADOS NA PONTE

O software utilizado calcula o peso próprio da estrutura automaticamente a partir das


características dos materiais. Assim, com base nos procedimentos para a obtenção das
cargas permanentes expressos no item 2.4.2, foram efetuados os cálculos para a
determinação das cargas do pavimento, passeio e guarda-corpo em cada região do tabuleiro
como pode ser observado na Figura 26.

Figura 26 – Distribuição dos carregamentos nas lajes.

De acordo com recomendações da ABNT NBR 7188 (2013) abordados no item


2.4.3.1, a Figura 27 representa a disposição das cargas móveis aplicadas na seção
transversal da ponte.
56

Figura 27 – Disposição do trem-tipo na seção transversal da ponte.

As demais ações variáveis calculadas conforme o item 2.4.3 que foram aplicadas na
estrutura podem ser observadas no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 – Ações Variáveis


Ações Variáveis
Frenagem e
135 kN
aceleração
Pressão do vento
3,53 kN/m
na estrutura

Pressão da água
2,34 kN/m²
nos pilares

4.2. ESFORÇOS APLICADOS NA BARRAGEM

A principal diferença entre os modelos em termos de esforços, é a aplicação


significativa da força da água na estrutura. O empuxo, e subpressão foram aplicados através
do software para simular a realidade e assim obter de maneira adequada os diagramas para
o dimensionamento. Para o cálculo do empuxo, conforme Equação 76 descrita no item
2.4.2.2, temos:

Ha² (76)
𝐸= . 𝛾𝑎
2
3,7²
𝐸= . 10
2

𝐸 = 68,45 kN/m
57

Essa expressão nos dá uma carga distribuída linearmente, entretanto para uma
maior precisão é interessante que se aplique um carregamento triangular distribuído por
unidade de metro nas barragens para simular de forma mais precisa o que acontece na
realidade com a pressão da água. Sendo assim a carga triangular será uma variação de carga
conforme a altura onde:

𝐸 = 0 na superfície da água
𝐸 = 3,7 . 10 = 37 kN/m² na profundidade máxima.

Dessa maneira, a partir dos valores obtidos para os dois extremos da profundidade,
o carregamento aplicado pode ser observado a partir da Figura 28.

Figura 28 – Empuxo d'água aplicado na superfície da barragem.

Para o lodo decantado, seguindo o peso específico recomendado de 13 kN/m³, e


sendo uma carga aplicada em 10% da altura da barragem, ou seja, 37cm, a carga triangular
será definida substituindo os valores na Equação 77:

(77)
𝐸𝑠 = 𝑓𝑠 . ℎ𝑠 . (1 − 𝑠𝑒𝑛𝜙)
𝐸𝑠 = 13 . 0,37 . (1 − 𝑠𝑒𝑛30)
58

𝐸𝑠 = 0 na superfície da água
𝐸𝑠 = 2,4kN/m² na profundidade máxima

O valor dos esforços de subpressão foi obtido de maneira simples conforme as


recomendações da Eletrobrás (2003), como não há a presença de drenos no modelo em
questão, esse esforço foi obtido com base no nível de água máximo suportado pela barragem
que seria de 3,7 metros. Por se tratar de uma PCH fio d’água, o nível de água a montante
será igual ao nível de água a jusante, desse modo a subpressão foi calculada conforme as
especificações da Figura 8.

𝐻𝑚 = 𝐻𝑗 = 37𝑘𝑁/𝑚²

4.3. DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE ISOLADA

Nesse item serão abordados os resultados do dimensionamento de cada elemento


estrutural. Mostrando assim, a quantidade de barras necessárias em cada seção.

4.3.1. Dimensionamento das Vigas

O dimensionamento foi feito com base nos diagramas obtidos através do Software
SAP2000, para as longarinas e transversinas respectivamente nas Figuras 29 e 30:

Figura 29 – Envoltória de momentos para as longarinas.


59

Figura 30 – Momentos e cortantes para a transversina.

Com base nos diagramas e nos procedimentos de cálculo expressos no item 3.7.1.1,
foram utilizadas planilhas para automatizar os cálculos. Todas as características utilizadas
para o cálculo da viga seção T podem ser observadas nas Tabelas 12 e 13.

Tabela 12 – Dados de entrada das vigas para dimensionamento.

CARACTERÍSTICAS DAS VIGAS

Base (Bw) 0,25 m

Altura (h) 1m

Altura útil (d) 0,95 m

Resistência (𝑓𝑐𝑘 ) 30 MPa

Resistência de cálculo (𝑓𝑐𝑑 ) 21,43 MPa

Resistência à tração (𝐹𝑐𝑡𝑑 ) 1,45 MPa

𝐹𝑦𝑤𝑑 CA-60 521,8 MPa

𝐹𝑦𝑤𝑑 CA-50 434,8 MPa

Tabela 13 – Dados para viga de seção T.


Mesa colaborante (a=0,75l)
b1 0,45
b3 0,45
bf 1,15
Mesa colaborante (a=0,6l)
b1 0,36
b3 0,36
bf 0,97
60

As vigas de travamento dos pilares e as transversinas laterais não têm os requisitos


necessários para a consideração de seção T. Assim, o dimensionamento será feito
considerando vigas retangulares, mudando apenas as características da viga de travamento,
que terá uma seção menor, como pode ser observado na Tabela 14.

Tabela 14 – Dados de entrada para as vigas de travamento.


CARACTERÍSTICAS DAS VIGAS DE TRAVAMENTO
Base (Bw) 0,2 m
Altura (h) 0,6 m
Altura útil (d) 0,56 m
Resistência (𝑓𝑐𝑘 ) 30 MPa
Resistência de cálculo (𝑓𝑐𝑑 ) 21,43 MPa
Resistência à tração (𝐹𝑐𝑡𝑑 ) 1,45 MPa
𝐹𝑦𝑤𝑑 CA-60 521,8 MPa
𝐹𝑦𝑤𝑑 CA-50 434,8 MPa

Já os esforços de cisalhamento foram combatidos com base no método de cálculo


da armadura transversal mostrado no item 3.7.2.2. Sendo assim, com as mesmas
características para cada elemento mostrado anteriormente, a Tabela 15 mostra os resultados
da armadura necessária, tendo em vista as solicitações obtidas no software SAP2000,
conforme as Figuras 31 e 32:

Figura 31 – Esforço cortante nas longarinas.


61

Figura 32 – Esforços de momento e cortante nas vigas de travamento dos pilares.

As verificações de cisalhamento foram feitas para as vigas centrais pois são as que
possuem maior carga, de modo a garantir uma maior segurança para a estrutura como um
todo, tendo como base que a quantidade de aço excedente nos elementos das laterais não
terá um peso notável no orçamento.

4.3.2. Dimensionamento das lajes

O dimensionamento das lajes foi feito com base nos diagramas obtidos através do
software e com base nos procedimentos de cálculo expressos no item 2.5.2. As Figuras 33 e
34 abaixo são referentes aos momentos negativos e positivos na direção X.

Figura 33 – Momentos máximos negativos na direção X.


62

Figura 34 – Momentos máximos postivos na direção X.

Na direção Y os momentos foram obtidos de forma semelhante conforme as Figuras


35 e 36, entretanto, para a laje em balanço, só houveram momentos negativos em seu
comprimento como pode ser observado na Figura 37.

Figura 35 – Momentos máximos negativos na direção Y.


63

Figura 36 – Momentos máximos positivos na direção Y.

Figura 37 – Momento negativo para laje em balanço.

Dessa forma, as armaduras para o equilíbrio da seção foram obtidas de acordo com
a Tabela 15.

Tabela 15 – Armadura das lajes

Nº de Barras por
Detalhamento das Lajes Bitola (mm) As Barra
metro

Laje Central direção X+ 12,5 1,23 9

Lace Central Direção X - 12,5 1,23 8

Laje Central direção Y+ 12,5 1,23 10

Laje Central Direção Y- 12,5 1,23 8

Laje em balanço 12,5 1,23 9


64

4.3.3. Dimensionamento de pilares

A partir das solicitações obtidas no software e características presentes na Tabela


16, foram calculadas as armaduras necessárias para os pilares centrais, e pilares de canto da
ponte isolada, conforme os procedimentos de cálculo presentes no item 2.5.3. Assim, pode
ser observado nas Tabelas 17 e 18 respectivamente o resultado das armaduras longitudinais
e transversais.

Tabela 16 – Dados de entrada para dimensionamento dos pilares.

Pilar Central Pilar Lateral


(kN,cm) (kN,cm)

Nd 1660 Nd 995,7

MA,x 7206 MA,x 6500

MB,x 5000 MB,x 4762

MA,y 54522 MA,y 46015

MB,y -27632 MB,y -14481

b 25 b 25

h 100 h 100

Lex 280 Lex 280

Ley 280 Ley 280

Área 2500 Área 2500

Ix 2,0833E+06 Ix 2,0833E+06

Iy 1,3021E+05 Iy 1,3021E+05

λx 38,75 λx 38,75

λy 9,69 λy 9,69

ν 0,310 ν 0,186

ω 0,100 ω 0,100
65

Tabela 17 – Armadura dos pilares.

Armadura Longitudinal

Pilar As Bitola (mm) Quantidade de barras

Pilar Central 12,33 12,5 12

Pilar Lateral 12,33 12,5 12

Tabela 18 – Armadura transversal dos pilares.

Armadura Transversal

Espaçamento Quantidade de
Pilar Bitola min (mm) Bitola adotada(mm)
máximo (cm) estribos por metro

Pilar Central 15 5 5 8

Pilar Lateral 15 5 5 8

4.4. DIMENSIONAMENTO DA PONTE COM PCH

Os elementos da estrutura do tabuleiro, mantiveram esforços bem próximos do que


eram na ponte isolada, sendo assim, o dimensionamento permanece idêntico. A partir daí foi
feito apenas o dimensionamento dos elementos restantes, que compreendem a barragem e
a casa de máquinas.

4.4.1. Dimensionamento das vigas

Os elementos lineares foram dimensionados a partir dos diagramas obtidos através


do software. A Figura 38 a seguir representa proporcionalmente, em cor azul, os valores dos
diagramas de momento de cada elemento. A partir desse modelo, cada elemento foi analisado
e dimensionado.
66

Figura 38 – Diagramas de momentos dos elementos lineares da ponte com PCH.

Fonte: Software comercial SAP2000.

Dessa forma, a quantidade de barras necessárias para as vigas retangulares da


estrutura da ponte com PCH foi obtida conforme a Tabela 19. Tendo em vista que, para a
estrutura que compreende a PCH apenas uma única viga atingiu as características de seção
T, sendo ela a viga central da casa de máquinas. Assim, o dimensionamento dela é feito em
uma tabela separada para considerar tais condições a partir da Tabela 20.

Tabela 19 – Armadura das vigas de seção retangular.


Bitola
Detalhamento das Nº de Barras de
Bitola (mm) Nº de Barras Armadura de
Vigas Retangulares pele em cada face
pele (mm)
Viga Lateral da casa de
16,0 4 8,0
máquinas Msd +
4
Viga Lateral da casa de
20,0 2 8,0
máquinas Msd -

Viga de Travamento
12,5 2 8,0
Central Msd+
3
Viga de Travamento
12,5 2 8,0
central Msd-

Viga da Barragem Msd+ 12,5 2 8,0


3
Viga da Barragem Msd- 12,5 2 8,0
67

Tabela 20 – Armadura das vigas seção T.


Nº de Barras de
Detalhamento das Viga Bitola Armadura
Bitola (mm) Nº de Barras pele em cada
T de pele
face

Viga Central da Casa de


20 4 8
máquinas Msd +
4,00
Viga Central da Casa de
16 4 8
máquinas Msd -

Da mesma forma que na estrutura da ponte isolada, as verificações de cisalhamento


foram feitas para as vigas centrais pois são as que possuem maior carga, garantindo assim
segurança para a estrutura. Tendo em vista que, a quantidade excedente de aço nas vigas
laterais terá um pequeno impacto no quantitativo geral dos materiais que servirão de base
para a comparação entre os dois modelos propostos. Sendo assim, pode ser observado na
Tabela 21 a quantidade necessária de armadura transversal para os elementos em questão.

Tabela 21 – Armadura transversal das vigas.

Vsd Quantidade
Vsd Vrd2 Vc Vsw Asw As,min Bitola
Vigas ≤ de estribos
(kN) (kN) (kN) (kN) (cm²) (cm²) (mm)
Vrd2 por metro

Viga Central da casa de


446,0 784,1 ok 134,0 312,0 8,6 2,3 8,0 5,0
máquinas

Viga de Travamento
12,0 580,4 ok 99,2 -87,2 -3,3 1,9 5,0 3,0
Central

Viga da Barragem 47 580,4 ok 99,2 -52,2 -1,4 1,9 5 3,0

4.4.2. Dimensionamento das Lajes

Além dos elementos lineares como vigas e pilares, o modelo com PCH também
apresenta uma série de lajes adicionadas para a composição de um barramento adequado.
Os esforços da estrutura da barragem e casa de máquinas foram obtidos da mesma forma
que no tabuleiro. As Figuras 39, 40, 41 e 42 mostram os diagramas de momento utilizados
para o cálculo das armaduras superiores e inferiores da laje da casa de máquinas, onde o
esforço de subpressão tem grande influência.
68

Figura 39 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas na direção Y.

Figura 40 – Momentos máximos negativos nas lajes da casa de máquinas na direção Y.


69

Figura 41 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas na direção X.

Figura 42 – Momentos máximos negativos nas lajes da casa de máquinas na direção X.

No mesmo modelo, foi possível obter também os esforços nas lajes da barragem que
suportam principalmente a carga hidráulica. As Figuras 43, 44, 45 e 46 demonstram os
momentos utilizados para o cálculo das armaduras inferiores e superiores desses elementos.
70

Figura 43 – Momentos máximos negativos nas lajes da barragem na direção X.

Figura 44 – Momentos máximos positivos nas lajes da barragem na direção X.


71

Figura 45 – Momentos máximos negativos nas lajes da barragem na direção Y.

Figura 46 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas na direção Y.

A partir dos esforços obtidos, as armaduras necessárias para as lajes adicionais da


estrutura com PCH instalada podem ser observadas na Tabela 22.
72

Tabela 22 – Detalhamento da armadura das lajes da barragem e casa de máquinas.

Nº de Barras por
Lajes Bitola (mm) As Barra
metro

Laje da casa de máquinas direção X+ 12,50 1,23 6,00

Laje da casa de máquinas direção X- 12,50 1,23 4,00

Laje da casa de máquinas direção Y+ 12,50 1,23 4,00

Laje da casa de máquinas direção Y- 12,50 1,23 5,00

Laje da Barragem direção Y+ 8,00 0,50 8,00

Laje da Barragem direção Y- 10,00 0,79 10,00

Laje da Barragem direção X+ 8,00 0,50 6,00

Laje da Barragem Direção X- 10,00 0,79 9,00

4.4.3. Dimensionamento dos Pilares

Embora a seção transversal dos pilares continuar a mesma, o aumento dos esforços
horizontais devido a carga hidráulica causou um grande efeito. Dessa forma, o
dimensionamento dos pilares foi refeito para as solicitações observadas na Tabela 23 a
seguir.

Tabela 23 – Dados de entrada para dimensionamento dos pilares.

Pilar Central Pilar Lateral


(kN,cm) (kN,cm)

Nd 1658 Nd 1066

MA,x 31900 MA,x 19736

MB,x -8500 MB,x -6263

MA,y 6608 MA,y 7310

MB,y -1059 MB,y 1148


73

b 25 b 25

h 100 h 100

Lex 280 Lex 280

Ley 260 Ley 260

Área 2500 Área 2500

Ix 2,0833E+06 Ix 2,0833E+06

Iy 1,3021E+05 Iy 1,3021E+05

λx 38,75 λx 38,75

λy 9,00 λy 9,00

ν 0,309 ν 0,199

ω 0,450 ω 0,200

Assim, a partir dessas informações a área de aço necessária para o equilíbrio dos
esforços foi obtida conforme a Tabela 24. E a armadura transversal para o confinamento do
concreto pode ser observado na Tabela 25.

Tabela 24 – Armadura longitudinal dos pilares.


Armadura Longitudinal

Pilar As Bitola (mm) Quantidade de barras

Pilar Central 55,45 20 18

Pilar Lateral 24,65 16 14

Tabela 25 – Armadura transversal dos pilares.

Armadura Transversal

Espaçamento Quantidade de
Pilar Bitola min (mm) Bitola adotada(mm)
máximo (cm) estribos por metro

Pilar Central 20 5 5 8

Pilar Lateral 20 5 5 8
74

4.5. ANÁLISE DOS VOLUMES DE CONCRETO

Após o dimensionamento, foi possível mensurar o volume de concreto utilizado para


cada conjunto de elementos da ponte isolada. Através da Tabela 26 pode ser observado o
consumo de concreto cada tipo de elemento, bem como o valor total utilizado para o modelo
em questão.

Tabela 26 – Resumo do volume total de concreto na ponte isolada.


VOLUMES DE CONCRETO TOTAL - PONTE ISOLADA
Elemento Volume (m³)
Lajes 30,60
Vigas 11,55
Pilares 6,00
Volume total (m³) 48,15

Da mesma maneira que na ponte isolada, a ponte com PCH instalada teve seus
volumes de concreto separados por conjunto de elementos, já que os elementos adicionais
para a estrutura de barramento foram os mesmos, mudando apenas sua quantidade e
posicionamento. Essas informações podem ser observadas na Tabela 27.

Tabela 27 – Resumo do volume total de concreto na ponte com PCH.


VOLUMES DE CONCRETO TOTAL - PONTE + PCH
Elemento Volume (m³)
Lajes 56,26
Vigas 18,05
Pilares 6,00

Volume total (m³) 80,31

Com os dados das tabelas podemos analisar graficamente os volumes de concreto


e as diferenças entre os modelos analisados. Com base no Gráfico 1 é possível comparar os
volumes de concreto para cada tipo de elemento componente das estruturas (lajes, vigas e
pilares) respectivamente. Observa-se que o volume de concreto nos pilares continuou com o
mesmo valor. Isso se justifica pelo fato de que o número de pilares e sua seção continuam
sendo os mesmos para as duas estruturas, ocorrendo alterações apenas nas áreas de aço.
75

Gráfico 2 – Comparativo entre os volumes de concreto de cada elemento.

Volumes de concreto (m³)


60,00 56,26

Volume (m³) 50,00

40,00
30,60
30,00
18,05
20,00
11,55
10,00 6,00 6,00

-
Lajes Vigas Pilares
Ponte Isolada Ponte + PCH

Para a ponte isolada observamos que seriam executados aproximadamente 48,15 m³


de concreto e, para a ponte com PCH, aproximadamente 80,31 m³ como mostrado no Gráfico
2. Esta diferença de 32,16 m³ representou um acréscimo de 67% do valor de referência.

Gráfico 3 – Comparativo entre os volumes de concreto totais.

Volumes de concreto (m³)


90,00 80,31
80,00
70,00
60,00
48,15
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
-
Ponte Isolada Ponte + PCH

4.6. ANÁLISE DOS PESOS DE AÇO

A comparação do aço será feita com base no seu peso, em kg, através da
comparação entre os modelos gerados no software comercial SAP2000. A Tabela 28 mostra
o quantitativo de aço para todos os elementos da ponte isolada.
76

Tabela 28 – Resumo do peso total de aço da ponte isolada.


PESO DE AÇO TOTAL - PONTE ISOLADA

Elemento Peso (kg)


Lajes 2738,77
Vigas 1496,67
Pilares 344,17
Peso Total (kg) 4579,61

A tabela totaliza, na somatória dos elementos, aproximadamente 4.579,61 kg de aço.


Já a Tabela 29 mostra o acréscimo de aço para a estrutura com a PCH instalada:

Tabela 29 – Resumo do peso total de aço da ponte com PCH.


PESO DE AÇO TOTAL - PONTE ISOLADA
Elemento Peso (kg)
Lajes 5157,59
Vigas 2024,31
Pilares 775,40
Peso Total (kg) 7957,30

Totalizando aproximadamente 7.957,30 kg de aço para a ponte com a PCH


solidarizada, temos um acréscimo no aço na proporção de 3.377,69 kg. Esse acréscimo
representa 73,75% do aço utilizado para a execução da ponte. Os Gráficos 3 e 4 ilustram esse
acréscimo e analisam por tipo de elementos:

Gráfico 4 – Comparativo entre os pesos de aço de cada elemento.


Peso de aço (kg)
6000,00
5157,59
5000,00

4000,00
Peso (kg)

3000,00 2738,77
2024,31
2000,00 1.496,67

1000,00 775,4
344,17
0,00
Lajes Vigas Pilares
Ponte Isolada Ponte + PCH
77

Gráfico 5 – Comparação entre os pesos de aço totais das estruturas.

Peso de Aço (kg)


9000
7.957,30
8000
7000
6000
5000 4579,61

4000
3000
2000
1000
0
Ponte Isolada Ponte + PCH

Conforme os gráficos, é possível afirmar que as lajes excedentes foram o maior ponto
de aumento no consumo dos materiais, sendo evidente que a utilização de drenos para
diminuir os esforços de subpressão ou a mudança da concepção estrutural poderiam diminuir
essa diferença e reduzir o consumo.

4.7. AVALIAÇÃO DO GANHO EM PRODUÇÃO DE ENERGIA

Para avaliar a viabilidade do empreendimento de maneira mais abrangente, é


necessário que se faça uma análise do retorno energético e suas vantagens para a população.
É certo que a demanda por energia está cada vez maior, porém é necessário avaliar se os
ganhos tornam a estrutura uma alternativa viável.

Na região Norte, no ano de 2015 foi observado o maior crescimento do consumo em


relação as outras regiões do País, chegando a uma média mensal de 187 kWh por
consumidor, conciliando o aumento demográfico com o aumento da intensidade do uso de
aparelhos elétricos (EPE,2015 apud BEZERRA, 2017).

Desse modo, sendo a potência máxima nos períodos de cheia igual a 18 kW, e
considerando o uso mensal da estrutura e aparelhagem, é possível estimar o retorno em
energia multiplicando a potência pela quantidade de horas mensais de funcionamento através
da Equação 78.
78

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = 18(𝑘𝑊) . 24(ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠) . 30 (𝑑𝑖𝑎𝑠) (78)

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 = 12 960 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠

Utilizando a média do consumo mensal de 187 kWh por família, o empreendimento


poderia suprir a necessidade energética de aproximadamente 69 famílias por mês, atendendo
assim vilarejos, e permitindo a modernização de pequenas indústrias e fazendas na região.
79

5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

5.1. CONCLUSÕES

Todas as considerações, principalmente no que tange aos esforços, foram feitas a


partir de recomendações nacionais e internacionais, visando maior base teórica e garantindo
segurança à estrutura. O principal desafio foi conciliar os dois tipos de estrutura em um modelo
só, tendo em vista que todas as análises foram feitas em 3D, devido ao grande número de
ações e direções distintas de aplicação, impossibilitando assim a simplificação dos cálculos
através de métodos 2D.

As informações hidrológicas serviram para a concepção da estrutura, delimitando os


níveis de água que deveriam ser seguidos. Embora não abordado nesse trabalho de maneira
aprofundada, o potencial hidráulico de 18 kW é o principal fator obtido através do perfil
hidrológico do curso d’água em questão, sendo determinante também ao avaliar a viabilidade
ou não da estrutura.

Após a modelagem estrutural, aplicação dos esforços e dimensionamento dos


elementos, as planilhas de medição auxiliaram no quantitativo dos materiais em cada uma
das estruturas. Assim, foi possível obter as porcentagens de material que aumentou de uma
estrutura para a outra, sendo 73,75% para o aço e 67% para o concreto.

Os valores obtidos são variáveis de acordo com a concepção estrutural, podendo


diminuir com a otimização da mesma, vale ressaltar que o tipo de PCH é determinante para o
modelo estrutural, no caso de PCH fio d’água os níveis a jusante e a montante são iguais,
fazendo-se necessário uma barragem em cada lado. Desse modo, a produção de energia que
pode suprir a necessidade de aproximadamente 69 famílias é considerada como um ponto
positivo, já o aumento dos materiais, um ponto negativo, fazendo com que seja necessário
um estudo energético mais específico para a confirmação da viabilidade do empreendimento.

5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

• Análise da diferença do quantitativo dos materiais nas fundações entre as duas


estruturas;
• Análise de outras concepções estruturais para a mesma situação, a fim de entender
a geometria mais econômica;
80

• Desenvolvimento de um orçamento completo avaliando métodos construtivos para o


empreendimento;
• Estudo completo sobre o potencial energético do empreendimento;
• Avaliar a utilização de drenos como mecanismos para diminuir os efeitos da
subpressão.
81

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85

ANEXO A
TABELA KZ E KMD
86
87

ANEXO B
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE ISOLADA
88

Dimensionamento das armaduras de flexão para a viga T.

Msd As As,min As,pele


Viga T Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²) (cm²)

Longarina Msd+ 1073 0,03 0,05 0,98 20,95 3,75 2,5

Longarina Msd- 799 0,17 0,27 0,89 17,19 3,75 2,5

Transversina Central Msd+ 800,5 0,03 0,04 0,98 15,59 3,75 2,5

Transversina Central Msd- 116 0,02 0,04 0,99 2,26 3,75 2,5

Dimensionamento das armaduras de flexão para a viga retangular.

Msd As As,min As,pele


Viga Retangular Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²) (cm²)

Viga de Travamento Central 34,8 0,026 0,039 0,985 0,856 1,8 1,2
Msd+

Viga de Travamento Central 4,5 0,003 0,005 0,998 0,109 1,8 1,2
Msd-

Transversina Lateral Msd+ 706,0 0,146 0,237 0,905 18,885 3,75 2,5

Transversina Lateral Msd- 89,0 0,018 0,027 0,989 2,179 3,75 2,5
89

Dimensionamento das lajes.

Msd As As,min
Lajes Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²)

Laje Central direção X+ 107,100 0,104 0,164 0,934 10,045 3,750

Lace Central Direção X - 93,500 0,091 0,142 0,943 8,687 3,750

Laje Central direção Y+ 127,700 0,125 0,199 0,920 12,157 3,750

Laje Central Direção Y- 100,500 0,098 0,154 0,939 9,383 3,750

Laje em balanço 105,000 0,102 0,161 0,936 9,834 3,750


90

ANEXO C
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE COM PCH
91

Dimensionamento das vigas de seção retangular.

Msd As As,min As,pele


Vigas Retangulares Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²) (cm²)

Viga Lateral da casa de 218,0 0,090 0,141 0,944 7,085 2,4 16


máquinas Msd +

Viga Lateral da casa de 134,0 0,056 0,085 0,966 4,253 2,4 20


máquinas Msd -

Viga de Travamento Central 25,5 0,017 0,025 0,990 1,058 1,8 12,5
Msd+

Viga de Travamento central 33,6 0,022 0,032 0,987 1,398 1,8 12,5
Msd-

Viga da Barragem Msd+ 25 0,016 0,024 0,990 1,037 1,8 12,5

Viga da Barragem Msd- 42 0,027 0,041 0,984 1,754 1,8 12,5

Dimensionamento da viga de seção "T".

Msd As As,min As,pele


Viga T Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²) (cm²)

Viga Central da Casa de


531,5 0,03 0,05 0,98 12,22 2,4 1,6
máquinas Msd +

Viga Central da Casa de


315,5 0,02 0,03 0,99 7,20 2,4 1,6
máquinas Msd -
92

Dimensionamento das lajes da barragem.


Msd As As,min
Lajes Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²)

Laje da casa de máquinas direção X+ 72,00 0,07 0,11 0,96 6,59 3,75

Laje da casa de máquinas direção X- 51,00 0,05 0,08 0,97 4,61 3,75

Laje da casa de máquinas direção Y+ 49,60 0,05 0,07 0,97 4,48 3,75

Laje da casa de máquinas direção Y- 63,50 0,06 0,09 0,96 5,78 3,75

Laje da Barragem direção Y+ 16,17 0,10 0,15 0,94 3,72 1,80

Laje da Barragem direção Y- 30,40 0,18 0,30 0,88 7,46 1,80

Laje da Barragem direção X+ 12,50 0,07 0,11 0,95 2,83 1,80

Laje da Barragem Direção X- 26,93 0,16 0,26 0,90 6,50 1,80


93

ANEXO D
QUANTITATIVOS DETALHADOS DE CONCRETO E AÇO PARA A PONTE ISOLADA
94

Volume de concreto nas lajes da ponte isolada.

VOLUMES DE CONCRETO NAS LAJES - PONTE ISOLADA

Elemento Quantidade Espessura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)

Laje principal 2 0,25 6 6 18,00

Lajes em balanço 4 0,25 1,5 6 9,00

Passeios 4 0,1 1,5 6 3,60

30,60
Volume total (m³)

Volume de concreto nas vigas da ponte isolada.

VOLUMES DE CONCRETO NAS VIGAS - PONTE ISOLADA

Elemento Quantidade Altura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)

Longarinas 2 1 0,25 12 6,00

Transversinas 3 1 0,25 5 3,75

Vigas de travamento 3 0,6 0,2 5 1,80

11,55
Volume total (m³)

Volume de concreto nos pilares da ponte isolada.

VOLUMES DE CONCRETO NOS PILARES - PONTE ISOLADA

Elemento Quantidade Altura (m) Lado a (m) Lado b (m) Volume (m³)

Pilares 6 4 0,25 1 6,00

6,00
Volume total (m³)
95

Peso de aço nos pilares da ponte isolada.


PILARES - ARMADURA LONGITUDINAL

Diâmetro Comprimento da Peso


Elemento Quantidade Nº de barras
(mm) barra(m) (kg)

Pilares 6 12,5 12 4 277,34

PILARES - ARMADURA TRANSVERSAL

Diâmetro Perímetro da Comprimento da Peso


Elemento Quantidade Estribos/metro
(mm) seção (m) barra(m) (kg)

Pilares 6 5 8 2,26 4 66,82

PESO TOTAL (Kg) 344,17

Peso de aço nas lajes da ponte isolada.


LAJES

Barras/metro Barras/metro Comprimento Largura Peso


Elemento Quantidade Diâmetro
na dir. X na dir. Y (m) (m) (kg)

Laje
2 12,5 17 18 6 6 2426,76
Central

Lajes em
2 12,5 9 - 12 1,5 312,01
Balanço

PESO TOTAL (Kg) 2738,77


96

Peso de aço para as vigas da ponte isolada - Armadura longitudinal.

VIGAS - ARMADURA LONGITUDINAL

Elemento Quantidade Diâmetro (mm) Nº de barras Comprimento (m) Peso (kg)


20 13 12 769,39
Longarinas 2
8 5 12 47,40

20 5 5,75 70,90

Transversina Central 1 12,5 4 5,75 22,15

8 5 5,75 11,36

16 5,75 181,47
10
Transversinas
2 12,5 5,75 44,30
Laterais 4
8 5,75 22,71
5
10 6 5 55,53
Vigas de travamento 3
17,78
8 3 5
PESO TOTAL (Kg) 1.242,98

Peso de aço para as vigas da ponte isolada - Armadura transversal.


VIGAS - ARMADURA TRANSVERSAL

Perímetro
Diâmetro Comprimento Peso
Elemento Quantidade Estribos/metro da seção
(mm) (m) (kg)
(m)

Longarinas 2 8 10 2,26 12 214,25

Transversinas 3 5 5 2,26 5,75 30,02

Vigas de
3 5 3 1,36 5 9,42
travamento

PESO TOTAL (Kg) 253,69


97

ANEXO E
QUANTITATIVOS DETALHADOS DE CONCRETO E AÇO PARA A PONTE COM PCH.
98

Volume de concreto nas lajes da ponte com PCH.


VOLUMES DE CONCRETO NAS LAJES - PONTE + PCH

Elemento Quantidade Espessura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)

Laje principal 2 0,25 6 6 18,00

Lajes em balanço 4 0,25 1,5 6 9,00

Passeios 4 0,1 1,5 6 3,60

Lajes da barragem 4 0,12 2,8 5,7 7,66

Lajes casa de
2 0,25 6 6 10,8
máquinas

Volume total (m³) 56,26

Volume de concreto nas vigas da ponte com PCH.


VOLUMES DE CONCRETO NAS VIGAS - PONTE + PCH

Elemento Quantidade Altura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)

Longarinas 2 1 0,25 12 6,00

Transversinas 3 1 0,25 5 3,75

Vigas de travamento 3 0,6 0,2 5 1,80

Vigas da barragem 8 0,6 0,15 5,7 4,104

Vigas da casa de
3 0,8 0,2 5 2,4
máquinas

VOLUME TOTAL (Kg) 18,05


99

Volume de concreto nos pilares da ponte com PCH.

VOLUMES DE CONCRETO NOS PILARES - PONTE + PCH


Elemento Quantidade Altura (m) Lado a (m) Lado b (m) Volume (m³)

Pilares 6 4 0,25 1 6,00

6,00
Volume total (m³)

Peso de aço nos pilares para ponte com PCH.


PILARES - ARMADURA LONGITUDINAL

Diâmetro Comprimento Peso


Elemento Quantidade Nº de barras
(mm) (m) (kg)

2 20 18 4 355,10
Pilares
4 16 14 4 353,47

PILARES - ARMADURA TRANSVERSAL

Diâmetro Perímetro da Comprimento Peso


Elemento Quantidade Estribos/metro
(mm) seção (m) (m) (kg)

Pilares 6 5 8 2,26 4 66,82

PESO TOTAL (Kg) 775,40

Peso de aço nas lajes da ponte com PCH.


LAJES
Barras/metro Barras/metro Comprimento Largura Peso
Elemento Quantidade Diâmetro
na dir. X na dir. Y (m) (m) (kg)

Laje
Central - 2 12,5 17 18 6 6 2426,76
Ponte

Lajes em
Balanço - 2 12,5 9 - 12 1,5 312,01
Ponte

10 9 10 5,7 2,8 748,40


Lajes da
4
barragem
8 6 8 5,7 2,8 353,04

Lajes da
casa de 2 12,5 10 9 6 6 1317,384
máquinas

PESO TOTAL (Kg) 5157,59


100

Peso de aço para as vigas da ponte com PCH - Armadura longitudinal.

VIGAS - ARMADURA LONGITUDINAL


Elemento Quantidade Diâmetro (mm) Nº de barras Comprimento (m) Peso (kg)
20 13 12 769,39
Longarinas 2
8 5 12 47,40

20 5 5,75 70,90
Transversina Central 1 12,5 4 5,75 22,15
8 5 5,75 11,36
16 10 5,75 181,47
Transversinas Laterais 2 12,5 4 5,75 44,30
8 5 5,75 22,71
12,5 4 5 57,78
Vigas de travamento 3
8 3 5 17,78
12,5 4 5,7 175,65
Vigas da barragem 8
8 3 5,7 54,04
20 2 5 49,32
Vigas laterais da casa de
2 16 4 5 63,12
máquinas
8 4 5 15,8
20 4 5 49,32
Viga central da casa de
1 16 4 5 31,56
máquinas
8 4 5 7,9
PESO TOTAL (Kg) 1.691,94

Peso de aço para as vigas da ponte com PCH - Armadura transversal.


VIGAS - ARMADURA TRANSVERSAL
Perímetro
Diâmetro Comprimento Peso
Elemento Quantidade Estribos/metro da seção
(mm) (m) (kg)
(m)
Longarinas 2 8 10 2,26 12 214,25

Transversinas 3 5 5 2,26 5,75 30,02

Vigas de
3 5 3 1,36 5 9,42
travamento

Vigas da
8 5 3 1,26 5,70 26,54
barragem

Vigas casa de
máquinas
3 8 5 1,76 5 52,14

PESO TOTAL (Kg) 332,376

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