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TCC Ponte Com PCH
TCC Ponte Com PCH
Tucuruí – PA
2018
i
Tucuruí – PA
2018
ii
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AGRADECIMENTOS
Sou grato à Deus pela oportunidade de viver todas as experiências que já vivi.
Agradeço à minha mãe, Neura Costa Silva, e ao meu pai, Clóvis Reis Montalvão Bernardo,
pelo apoio e por todos os ensinamentos que me fizeram crescer ao longo da vida. Agradeço
também a minha vó, Maria Costa Silva, que sempre foi um exemplo a ser seguido, e que segui
no que minha maturidade permitiu.
Aos meus Tios, Tias e ao meu irmão, Diovani Costa Silva, que nunca deixaram de
me ajudar, assim como meus primos. Em resumo agradeço à toda minha família, a qual tenho
orgulho de fazer parte.
À todas as discussões que tivemos sobre os vários assuntos, inclusive sobre o TCC
que se completa, agradeço aos meus amigos Ademar Júnior, Davi Barbosa, Jakson Macedo,
Leonardo lima, Elton Arruda e Charlles Julião, por todo conhecimento profissional e
acadêmico compartilhado.
E por fim, agradeço aos meus amigos e sócios, Elton e Charlles, que foram meus
companheiros de trabalho, diversão e estudo, durante toda essa jornada.
Primeiramente agradeço a Deus por ter permitido que tudo isso acontecesse.
Agradeço à minha família que deu todo o suporte necessário para que eu concluísse minha
jornada.
Ao prof. Dr. Marcelo Rassy Teixeira pela oportunidade, apoio e confiança. Aos
amigos e colegas de curso Elton Arruda e Charlles Julião por todas as discussões e ideias
sugeridas. Ao colega de profissão Ademar Júnior por ter sido tão solícito e contribuído muito
com o trabalho. Agradeço ao amigo e parceiro de trabalho André Bernardo por todo o incentivo
e por acreditar junto comigo que isso tudo seria possível.
RESUMO
Analisando o panorama regional foi possível observar dois problemas que se interseccionam
em uma solução. Tendo em vista o potencial hidrelétrico da bacia amazônica e a grande
quantidade de pequenos cursos d’água, é de interesse avaliar maneiras para a exploração
desse recurso em baixa escala, mas em grande quantidade. A instalação de pequenas
centrais hidrelétricas já vem sendo feita em várias regiões do Brasil, entretanto, geram
impactos ambientais que tornam sua execução, mesmo nos dias atuais, um tabu na região
norte do País. Paralelo a isso, existem grandes quantidades de pontes de madeira em estados
avançados de deterioração, principalmente em estradas vicinais. A substituição dessas
estruturas de madeira está sendo feita principalmente por estruturas de concreto, tendo em
vista a facilidade da aquisição dos materiais e elevado tempo de vida útil. A partir desta
perspectiva, o trabalho tem como objetivo a análise de viabilidade de uma ponte de concreto
armado com PCH instalada para pequenos cursos d’água, a partir do quantitativo de materiais
excedentes em relação à ponte de concreto armado comum. O resultado será obtido a partir
dos quantitativos feitos após o dimensionamento estrutural dos elementos da ponte de
concreto armado comum e da ponte com PCH instalada. Os esforços solicitantes da ponte
seguem as normas brasileiras, já para as estruturas de barramento, os esforços foram obtidos
através de analogias entre normas e manuais nacionais e internacionais. A modelagem e
análise dos elementos após a aplicação dos esforços foi feita através de um software de
análise estrutural. Analisando os resultados, houve um aumento razoável dos materiais
avaliados, sendo de 67% para o concreto e 73,75% para o aço. Desse modo, a produção de
energia estimada de 12 960 kWh/mês que pode suprir o consumo mensal de
aproximadamente 69 famílias é considerada como um ponto positivo, já o aumento dos
materiais, um ponto negativo, fazendo com que seja necessário um estudo energético mais
específico para a confirmação da viabilidade do empreendimento.
Palavras-chave: Dimensionamento; Barragem; Ponte; PCH; Viabilidade.
.
vi
ABSTRACT
Analyzing the regional scenery it was possible to observe two problems that intersect in a
single solution. Given the hydroelectric potential of the Amazon basin and a large number of
small watercourses, it is of interest evaluate ways to exploit the resource on a small scale, but
in great quantity. The installation of small hydroelectric plants has already been carried out in
several regions of Brazil, however, they generate a certain amount of environmental impacts
that make the venture more delicate in the North. Parallel to this, there are large amounts of
wooden bridges in advanced states of deterioration, especially on vicinal roads. A replacement
of the wooden structures is being made mainly by concrete structures, in view of an ease of
acquisition of the materials and lifespan. Thus, the objective of this work is to analyze the
viability of a reinforced concrete bridge with SHD installed for small watercourses, from quantity
of surplus materials in relation to the reinforced concrete bridge. Based on this, the result is
obtained from the quantitative ones that were made after the structural dimensioning of the
elements of the reinforced concrete bridge and the bridge with PCH installed. The requested
efforts of the bridge followed the brazilian standards, however, for the more complex structure
dam, the efforts was obtained through analyzes between national and international standards
and manuals. The modeling and analysis of the elements after the application of the efforts
was made with a structural analisys software. Analyzing the results, there was a reasonable
increase of the materials, being of 67% for the concrete and 73,75% for the steel. Thus, an
estimated energy production of 12 960 kWh/month that can supply the monthly consumption
of approximately 69 families is considered as a positive point, and the increase in materials a
negative point, making it necessary a more specific energy study for confirmation of the
structure viability.
Keywords: Design; Dam; Bridge; SHD; Viability.
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 32 – Esforços de momento e cortante nas vigas de travamento dos pilares. ............ 61
Figura 38 – Diagramas de momentos dos elementos lineares da ponte com PCH. ............. 66
Figura 41 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas, na direção X. ... 69
Figura 46 – Momentos máximos positivos nas lajes da casa de máquinas, na direção Y. ... 71
ix
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
1.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 2
3. METODOLOGIA .................................................................................................... 41
3.1. GEOMETRIA DAS ESTRUTURAS ........................................................................ 43
3.2. AGRESSIVIDADE AMBIENTAL ............................................................................. 47
3.3. CARACTERÍSTICA DOS MATERIAIS UTILIZADOS ............................................. 49
3.4. MODO DE APLICAÇÃO DA CARGA MÓVEL ........................................................ 50
3.5. COMBINAÇÕES DE CARREGAMENTO ............................................................... 51
ANEXO A ............................................................................................................................ 85
ANEXO B ............................................................................................................................ 87
ANEXO C ............................................................................................................................ 90
ANEXO D ............................................................................................................................ 93
ANEXO E ............................................................................................................................ 97
1
1. INTRODUÇÃO
Como solução para as duas vertentes, o trabalho propõe o modelo estrutural de uma
ponte em concreto armado com pequena central hidrelétrica instalada (PCH), para pequenos
vãos e pequenos cursos d’água. O objetivo é provar viabilidade da estrutura através de
dimensionamento dos elementos estruturais da ponte isolada, seguido do dimensionamento
da ponte com PCH instalada, verificando o aumento do consumo entre os dois modelos
estruturais a partir do quantitativo dos materiais.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. PONTES
A norma brasileira ABNT NBR 7188 (2013) define ponte como uma estrutura sujeita
a carregamentos móveis utilizada para transpor obstáculos naturais como rios, vales,
córregos, etc. As pontes podem ser classificadas levando em consideração várias
características, sendo as mais comuns a extensão do vão, a finalidade, os materiais utilizados
para a sua construção, o tipo estrutural, a durabilidade e o tipo de tráfego a ser empregado.
(GAMA, 2014).
Segundo Pfeil (1979), as pontes podem ser divididas em três partes principais:
infraestrutura, mesoestrutura e superestrutura. Mason (1977) diz que a superestrutura recebe
diretamente as cargas do tráfego, além de caracterizar as vigas principais como longarinas e
as transversais como transversinas, o tabuleiro e o sistema principal de vigas funcionam de
forma integrada.
Milani (2010) citado por Borsatti (2013) afirma que as pontes são imprescindíveis
para o desenvolvimento dos municípios do ponto de vista econômico e social ajudando no
escoamento de produtos e insumos das propriedades agrícolas e ainda no livre deslocamento
da população. Marchetti (2007) cita funcionalidade, segurança, estética, economia e
durabilidade como sendo requisitos fundamentais as quais as pontes devem atender.
Costa e Bessa (2013) afirmam que a maioria das estruturas de pontes em madeira
do país não têm um responsável técnico responsável pela sua concepção, nem são
executadas por construtores especializados, resultando em estrutura com déficit técnico e de
viabilidade econômica. Levando-se em consideração estes dados, observa-se a importância
5
Ele ainda afirma que o concreto armado, pelas suas características mecânicas, vem
sendo amplamente utilizado em todo o mundo. Isso se dá pelas suas vantagens como
economia, conservação, adaptabilidade, rapidez de construção, segurança contra o fogo,
impermeabilidade, resistência a choques e vibrações. Em contrapartida, existem
desvantagens como o peso próprio elevado, reformas e adaptações de difícil execução,
fissuração e transferência de calor e som.
Uma PCH a fio d’água conforme o Manual para estudos e projetos de Pequenas
Centrais Hidrelétricas da Eletrobrás (2000) é utilizada quando as vazões de estiagem do rio
são iguais ou maiores que a descarga necessária à potência a ser instalada para atender à
demanda máxima prevista.
a potência que atenda à demanda máxima. O aproveitamento energético local será parcial e
o vertedouro funcionará quase em tempo integral, extravasando o excesso de água. Esse tipo
de PCH possui algumas simplificações, dentre as outras, são elas:
2.3. BARRAGENS
Segundo DER (2005), São os muros em formato de “L”, com ou sem contrafortes,
constituídos de concreto armado ou alvenaria estrutural, com alturas relativamente pequenas
e com fundação direta ou profunda.
Segundo Gerscovich et al., (2016) são estruturas esbeltas que resistem aos empuxos
por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço para equilibrar-se. Construídos
8
Segundo Sayão (2009), as barragens em contraforte são formadas por uma laje
impermeável à montante apoiado em contrafortes verticais. Pelo fato dessa estrutura exercer
maiores tensões de compressão na fundação do que a barragem de gravidade, a fundação
deverá ser apoiada em rocha com elevada rigidez.
A cortina plana é de preferência constituída por placas sobre dois apoios para evitar
o aparecimento de fissuras do lado de montante. Deve ser verificada a estabilidade transversal
dos contrafortes e quando for o caso, contraventá-los. A Figura 4 ilustra um exemplo de
barragem de contraforte.
9
Segundo a ABNT NBR 8681 (2003), as ações que solicitam uma ponte são
classificadas em ações permanentes, ações variáveis e ações excepcionais. A ABNT NBR
7187 (2003) agrupa as ações nas pontes da seguinte forma:
• Pavimentação
𝑎𝑏 . 𝐿 . 25 𝑘𝑁/𝑚³ (1)
Onde,
Além da carga do pavimento a ABNT NBR 7187 (2003) diz que deve ser adicionada
de 2 kN/m² para atender possível recapeamento.
11
• Guarda-corpo:
Analisado pela teoria da dinâmica das estruturas, o efeito dinâmico das cargas
móveis pode ser simulado através da Equação 2 majorando-se a carga pontual Q referente
ao trem-tipo em questão.
Onde,
𝑃 é o valor estático de uma roda do veículo;
𝑄 é o valor estático de uma roda do veículo, acrescido de todos os coeficientes de ponderação;
𝐶𝑁𝐹 é o coeficiente de número de faixas expresso pela equação 3:
Onde,
𝑛 é o número (inteiro) de faixas de tráfego consideradas na rodovia carregada sobre um
tabuleiro transversalmente contínuo;
𝐶𝐼𝐴 é o coeficiente de impacto adicional, que se destina à majoração da carga móvel
característica devido às imperfeições e/ou descontinuidades da pista de rolamento; sendo:
𝐶𝐼𝑉 é o coeficiente de impacto vertical: coeficiente que tem como função amplificar a ação da
carga estática com o intuito de simular o efeito dinâmico. O CIV, calculado pela Equação 4,
não simula ou elimina a necessidade da análise dinâmica nas estruturas sensíveis ou de baixa
rigidez, em especial estruturas de aço e estruturas estaiadas:
Onde,
Liv é o vão em metros;
𝐶𝐼𝑉 é pode ser adotado como 1,35 para vãos menores que 10m.
Os carregamentos dos veículos são estabelecidos pela ABNT NBR 7188 (2013), que
define o carregamento característico para cada trem tipo. Cada trem tipo possui cargas
concentradas e distribuídas de valores e distâncias conhecidas e constantes. Para o cálculo
dos elementos da ponte as cargas dos veículos e da multidão são utilizadas em conjunto. A
Tabela 2, com dados extraídos da ABNT NBR 7188 (1982), mostra as classes de veículos e
seus carregamentos característicos e a Figura 6 mostra a aplicação dos carregamentos do
trem-tipo no tabuleiro.
13
A Figura 7 especifica as distâncias dos eixos e rodas para aplicação das cargas
pontuais, além das dimensões do veículo padrão.
Segundo ABNT NBR 7188 (1982), no cálculo das longarinas e demais elementos,
para se obter efeitos mais desfavoráveis, deve-se encostar a roda do veículo no guarda-rodas,
como mostra a Figura 8:
Segundo ABNT NBR 7187 (2003), o valor da força longitudinal provocada por estes
efeitos sobre as pontes deve ser considerado como uma fração das cargas móveis. Esta força
deve ser considerada aplicada na superfície de rolamento e deve ser igual ao maior dos
seguintes valores: 5% do peso do carregamento do tabuleiro com as cargas móveis
distribuídas ou 30% do peso do trem-tipo.
Desse modo, para simplificar a análise, será atribuído um carregamento linear, sendo
assim, será considerada a altura em conjunto do guarda corpo, longarina e tabuleiro conforme
a Equação 5.
Onde,
𝑃𝑣 é a pressão do vento
𝑝 = 𝑘 . 𝑉𝑎 2 (6)
Onde,
Tabela 3 - Determinação do coeficiente k de acordo com o ângulo de incidência do movimento das águas.
Ângulo de incidência k
90° 0,71
45° 0,54
0° 0
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7187 (2003).
𝐿𝑡 . 𝐻𝑡 (7)
𝑊=( + 𝑙𝑐 . 𝐻) . 𝛾𝑐
2
Onde,
𝑙𝑐 é a largura da crista;
𝐻 é a altura total;
Esse esforço também chamado de empuxo, é uma força exercida pelas águas em
todos os planos da barragem com quem tem contato. Trata-se de um carregamento distribuído
de forma triangular e sua intensidade varia com a altura do nível d’água, Segundo Marchetti
(2007) o empuxo da água pode ser calculado através da Equação 8:
𝐻𝑎 ² (8)
𝐸= . 𝛾𝑎
2
𝐸 é o empuxo;
𝐻𝑎 é a altura da água;
A Eletrobrás (2003) diz que, para o caso com a utilização de drenos, os esforços de
subpressão poderão ser definidos através das expressões abaixo:
1 (9)
𝐻𝑑𝑚 = Hj + (𝐻𝑚 − 𝐻𝑗) para Hj > hg
3
1 (10)
𝐻𝑑𝑚 = hg + (𝐻𝑚 − ℎ𝑔) para Hj < hg
3
hg será a dimensão compreendida entre a cota do plano de análise e a cota de boca dos
drenos.
(2010) dizem que os esforços horizontais e verticais podem ser obtidos através das seguintes
equações 11 e 12 a seguir:
• Força Vertical:
𝐹𝑣 = 0,03 . W (11)
• Força horizontal:
𝑝 é a sobrepressão;
ℎ é a profundidade em análise.
Os esforços produzidos pelas ondas se relacionam diretamente com sua altura, que
por sua vez depende da área do reservatório adjacente à barragem, orientada na direção do
vento. Algumas fórmulas estabelecem uma relação entre a altura das ondas e o comprimento
de uma reta traçada, na direção de atuação do vento, que liga a barragem à margem oposta
do reservatório. Quando não for conhecida a direção dos ventos mais fortes, escolhe-se as
retas de maior comprimento. (SCHREIBER, 1977).
De acordo com Ketzer e Schäffer (2010), as pressões causadas pelo gelo variam
conforme a espessura da camada de gelo, a dureza do gelo, os ventos presentes no local da
barragem e o módulo de elasticidade. A quase nula ocorrência de gelo formado nos rios do
Brasil, nos permite desconsiderar essa carga para execução dos cálculos estruturais.
𝑓𝑠 . ℎ𝑠 ² (14)
𝐸𝑠 = . (1 − 𝑠𝑒𝑛𝜙)
2
3 – Altura no reservatório padrão, com comportas abertas, altura da água à jusante no nível
máximo, subpressão e pressão de lodo decantado se aplicáveis e sem pressão do gelo.
4 – Barragem completa, sem água à jusante e montante, sob o efeito de terremotos, com força
de aceleração horizontal em direção à montante.
7 – Reservatório com altura máxima de projeto, comportas abertas, altura máxima à jusante,
subpressão e pressão de lodo decantado se aplicáveis e sem pressão de gelo.
A viga seção T possui uma parte vertical chamada de alma, e uma parte horizontal
chamada de mesa, a obtenção dessa geometria pode ser através da pré-moldagem, onde o
elemento é moldado fora do canteiro de obras com a forma real de um T, e no caso mais
comum, essa seção é moldada in loco, pois a concretagem dos elementos torna uma estrutura
de concreto monolítica, fazendo com que a laje e a viga formem um único elemento.
Segundo Carvalho (2015), quando uma viga se deforma, a laje adjacente a ela
também se deforma, comportando-se como se fosse parte da viga, colaborando em sua
resistência.
A mesa colaborante é a parcela da laje que irá trabalhar em conjunto com a viga,
ajudando assim no momento resistente da viga ao aumentar a área de concreto na parte
superior. A ABNT NBR 6118 (2014) fornece uma imagem explicativa sobre a determinação
das dimensões utilizadas para cálculo, conforme a Figura 11:
24
De uma maneira mais simples, as relações podem ser expressas pelas Equações 15
e 16, respectivamente:
0,5 . 𝑏2 (15)
𝑏1 ≤ {
0,1 . 𝑎
𝑏 (16)
𝑏3 ≤ { 4
0,10 . 𝑎
𝑏𝑓 = 𝑏1 + 𝑏𝑤 + 𝑏3 (17)
Se a posição da linha neutra “𝑥” for menor que a altura da laje, no cálculo das
armaduras de flexão, a base da viga “𝑏𝑤 ” poderá ser substituída pela largura colaborante “
𝑏𝑓 ”, ajudando assim a diminuir a área de aço.
Carvalho (2015) indica o uso de fórmulas adimensionais sempre que possível, pois
facilitam o emprego de diversos sistemas de unidades, trazendo mais simplicidade aos
cálculos. Dessa maneira, para o cálculo do coeficiente adimensional do momento utiliza-se a
Equação 18:
𝑀𝑑 (18)
𝐾𝑀𝐷 =
𝑏𝑤 . 𝑑2 . 𝑓𝑐𝑑
Onde,
𝐾𝑀𝐷 é o ceficiente adimensional do momento;
𝑀𝑑 é o momento de cálculo;
𝑏𝑤 é a base da seção transversal do elemento;
𝑑 é a altura útil da viga.
Para a obtenção da posição da linha neutra utiliza-se a equação 19:
𝑥 = 𝐾𝑋 . 𝑑 (19)
26
Quando 𝐾𝑋 < 0,45 limite imposto pela ABNT NBR 6118 (2014), item 14.6.4.3,
podem-se continuar os cálculos, utilizando o anexo 1 para identificar o valor de 𝐾𝑍 e
determinar a área de aço necessária a partir da Equação 20:
𝑀𝑑 (20)
𝐴𝑠 =
𝐾𝑍 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
Sendo,
𝐴𝑠 é a área de aço
𝐾𝑍 é o coeficiente adimensional;
Para que a viga tenha um melhor desempenho a ABNT NBR 6118 (2014) determina
a armadura mínima necessária para a seção em seu item 17.3.5.2.1. A armadura mínima é
calculada a partir da taxa mínima de armadura de flexão para vigas, conforme Equação 21:
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 (21)
𝜌𝑚𝑖𝑛 =
𝐴𝑐
Onde,
Para concretos até a classe C30, a taxa mínima de armadura é 0,15%, sendo assim,
a armadura mínima final é obtida pela Equação 22:
Onde,
O cisalhamento originado a partir do esforço cortante que solicita a seção, pode ser
combatido através dos estribos, que são armaduras transversais que atuam em conjunto com
o concreto para combater os esforços.
Sendo,
𝑉𝑅𝑑3 a Força cortante resistente de cálculo, relativa a ruina por tração diagonal;
O cálculo dessa armadura é feito a partir de várias verificações com base nas
características do concreto, iniciando-se pela verificação das bielas, onde a seguinte condição
tem que ser cumprida:
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
𝑓𝑐𝑘 (24)
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27. (1 − ).𝑓 . 𝑏 .𝑑
250 𝑐𝑑 𝑤
Para essa parte do cálculo, a condição expressa pela Equação 25 deve ser satisfeita:
𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤
Onde, 𝑓𝑐𝑡𝑑 é a resistência à tração de cálculo para o concreto, calculado a partir das
Equações 27, 28 e 29, respectivamente.
3 (27)
𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3 √𝑓𝑐𝑘 2
𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 (29)
𝑓𝑐𝑡𝑑 =
𝛾𝑐
Tendo que,
A partir dessas verificações, o cálculo da área de aço pode ser obtido de acordo com
ABNT NBR 6118 (2014), item 17.4.2.2, considerando o modelo I de cálculo, conforme a
Equação 30:
𝑓𝑐𝑡𝑘.𝑖𝑛𝑓 (30)
𝐴𝑠𝑤 =
0,9. 𝑑. 𝑓𝑦𝑤𝑑
Segundo Marçal (2014), a laje de maciça é a mais utilizada na construção civil por
apresentar uma certa simplicidade no seu método de cálculo e execução, trata-se de uma
placa plana de concreto armado maciço e sua espessura varia conforme a necessidade do
projeto arquitetônico. O cálculo das lajes maciças é realizado de acordo com sua classificação,
elas podem ser armadas em uma ou duas direções.
Conforme Araújo (2014), as lajes armadas em uma direção são aquelas em que a
relação entre as dimensões lx e ly é superior a dois. Porém, sempre haverá a existência de
armadura nas duas direções, a diferença é que em uma direção será calculada, e na outra
será arbitrada uma armadura de distribuição conforme a Figura 12:
30
Araújo (2014) ainda diz que as lajes armadas em duas direções são aquelas onde a
relação entre as dimensões lx e ly é menor que 2. Nessa situação, os momentos fletores em
ambas as direções são importantes e devem ser calculados para o posterior dimensionamento
das armaduras. A disposição das armaduras pode ser observada na Figura 13:
Segundo Bastos (2015), inicialmente é necessário que se estime a altura da laje para
efetuar os cálculos. Vários processos podem ser utilizados para estimar essa dimensão, a
Equação 31 pode ser utilizada para tal estimativa.
Onde,
𝑙𝑥 (32)
𝑙 ∗ ≤ {0,7𝑙
𝑦
Sendo 𝑙𝑥 < 𝑙𝑦
Tendo em mãos a altura útil, a altura total pode ser obtida a partir da equação 33:
∅𝑙 (33)
h=d+ +𝑐
2
Sendo ∅𝑙 o diâmetro da barra a ser estimado, que varia de 5mm a 8mm, e c o cobrimento.
A obtenção das armaduras de uma laje, sendo elas positivas ou negativas, é feita
através do cálculo em cada direção, simulando uma viga com largura de 1 m. Sendo, assim
utiliza-se as informações na Equação 34.
𝑀𝑠𝑑 (34)
𝑘𝑚𝑑 =
𝑑2 . 𝑓𝑐𝑑
𝑀𝑠𝑑 (35)
𝐴𝑠 =
𝑘𝑧 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
𝑙 +ℎ (37)
𝑙𝑒 ≤ { 0
𝑙
33
𝑙0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais supostos horizontais que se
vinculam ao pilar;
𝑙 é a distância entre eixos das vigas aos quais o pilar está vinculado.
𝑙𝑒 (38)
𝜆=
i
i = (I/A)1/2
A é a área da seção.
Com base no índice de esbeltez (𝜆), os pilares podem ser classificados como:
a) Pilares Curtos → 𝜆 ≤ 𝜆1
b) Pilares de esbeltez média → 𝜆1 < 𝜆 ≤ 90
c) Pilares esbeltos ou muito esbeltos → 90 < 𝜆 ≤ 140
d) Pilares excessivamente esbeltos → 140 < 𝜆 ≤ 200
Segundo a ABNT NBR 6118 (2014), item 15.8.2, o valor de esbeltez limite irá indicar
a necessidade ou não da consideração dos efeitos de 2º ordem para o cálculo do elemento,
e pode ser calculado pela Equação 39:
25 + 12,5 . 𝑒1 /ℎ (39)
𝜆1 =
𝛼𝑏
Com 35 ≤ 𝜆1 ≤ 90.
𝑀1𝑑,𝐴 (40)
𝑒1 =
𝑁𝑑
Onde,
0,4𝑀𝐵 (41)
1 ≥ 𝛼𝑏 = 0,6 + ≥ 0,4
𝑀𝐴
𝑀𝐵 é o valor do momento fletor de 1º ordem no outro extremo do pilar, tendo valor positivo se
tracionar a mesma face que 𝑀𝐴 , e negativo caso contrário.
• Pilares em balanço:
0,2𝑀𝐶 (42)
1 ≥ 𝛼𝑏 = 0,8 + ≥ 0,85
𝑀𝐴
𝑀𝐴 é o momento no engaste;
𝛼𝑏 = 1
Onde,
𝑒𝑎 é a excentricidade acidental.
Scadelai (2004) afirma que, na análise global das estruturas reticuladas, sendo elas
contraventadas ou não, deve ser considerada a existência de um desaprumo nos elementos
verticais, conforme a Figura 15:
(45)
1 + 1/2
𝜃𝑎 = 𝜃1 √
2
Onde,
1 (46)
𝜃1 =
100√𝑙
Sendo assim, nos casos usuais, é admitido que a consideração da falta de retilinidade
seja suficiente. Dessa forma a Equação 47 pode ser utilizada para encontrar a excentricidade
acidental 𝑒𝑎 :
𝑙 (47)
𝑒𝑎 = 𝜃1 .
2
𝑒𝑎 = 𝜃1 . 𝑙 (48)
38
Clímaco (2016) diz que, apesar de não deixar clara a fórmula para a determinação
da excentricidade de 2º ordem, a ABNT NBR 6118 (2014), item 15.8.3.3.2 – Método do pilar-
padrão com curvatura aproximada indica um procedimento para obtê-la, com a condição de
que o cálculo será empregado apenas em pilares com 𝜆 ≤ 90, seção constante e armadura
simétrica ao longo de seu eixo.
𝑙𝑒 ² 1 (49)
𝑒2 = .
10 𝑟
Onde 1/r é a curvatura na seção crítica, e pode ser obtida pela Equação 50 a seguir:
𝑁𝑑 (51)
𝑣=
(𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 )
Assim, através da Equação 52, o momento total máximo no pilar é calculado pelo
método do pilar-padrão:
Onde,
A NBR 6118 (2014), item 18.4.2.1, indica que os diâmetros das barras longitudinais
dos pilares devem seguir a Equação 53:
𝑏 (53)
10𝑚𝑚 ≤ ∅𝑙 ≤
8
Com base nos ábacos de Pinheiro (1994) para a flexão oblíqua, e de Venturini (1987)
para a flexão reta, o cálculo da área de aço depende do valor de 𝜇 em cada eixo, dado pela
Equação 55.
𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 (55)
𝜇=
ℎ . 𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
𝐴𝑐 . 𝑓𝑐𝑑 (56)
𝐴𝑠 = .𝜔
𝑓𝑦𝑑
40
5 (57)
∅𝑚𝑖𝑛 ≥ {
∅𝑙 /4
20𝑐𝑚 (58)
𝑆𝑚𝑎𝑥 ≤ { 𝑏
12 . ∅𝑙
41
3. METODOLOGIA
Para a realização desse trabalho, adotou-se uma ponte em vigas continuas, feita em
concreto armado moldado in loco tendo em vista seus pequenos vãos. Além disso, parte da
geometria foi pensada com base no exemplo proposto por Marchetti (2007), considerando um
tabuleiro apoiado sobre duas longarinas. A Figura 17 a seguir ilustra o modelo utilizado:
estrutural foi semelhante ao de uma parede reservatório submetida aos esforços solicitantes
de uma barragem.
Onde,
P são os pilares;
T são as transversinas;
L são as longarinas.
Classe de
Classificação geral do tipo de ambiente Risco de deterioração da
agressividade Agressividade
para efeito de projeto estrutura
ambiental
Rural
I FRACA Insignificante
Submersa
II MODERADA Urbana Pequeno
Marinha
III FORTE Grande
Industrial
Industrial
IV MUITO FORTE Elevado
Respingos de maré
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).
Com base na tabela, tendo em vista que a ponte se localiza em região urbana, foi
considerada a Classe de Agressividade Ambiental II para todos os elementos estruturais.
Sendo assim, é possível obter o cobrimento nominal conforme a Tabela 6 presente no item
7.4.7.6 da ABNT NBR 6118 (2014).
48
Laje 25 30 40 50
Concreto protendido
Viga/pilar 30 35 45 55
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 6118 (2014).
O cobrimento nominal necessário para o concreto armado foi de 25mm para as lajes
e 30mm para as vigas e pilares. Vale ressaltar a importância do cobrimento nominal, pois tem
a função de proteger a armadura do concreto contra as intempéries e agentes agressivos que
podem estar presentes no local, quando não respeitado de maneira adequada, a falta do
cobrimento pode causar incidência de manifestações patológicas.
• Concreto de 30 MPa.
Conforme a ABNT NBR 6118 (2014), item 8.2.8, quando não forem realizados
ensaios, o módulo de elasticidade inicial para concretos entre a classe C20 e C50 pode ser
obtido usando a Equação 59:
Sendo,
𝛼𝐸 = 1,2 para basalto e diabásio
𝛼𝐸 = 1,0 para granito e gnaisse
𝛼𝐸 = 0,9 para calcário
𝛼𝐸 = 0,7 para arenito
Onde,
𝑓𝑐𝑘 (61)
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2 . ≤1
80
• Aço CA-50
Coeficiente de dilatação
fyk Peso específico do aço Módulo de elasticidade
térmica
𝑚 𝑛 (62)
𝐹𝑑 = ∑ 𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞 [𝐹𝑄1,𝑘 + ∑ 𝛹0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 ]
𝑖=1 𝑗=2
Onde,
𝐹𝑄1,𝑘 é o valor característico da ação variável considerada como ação principal para a
determinada combinação;
𝛹0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘 é o valor reduzido das demais ações variáveis para a determinada combinação;
52
A ABNT NBR 6118 (2014) fornece os coeficientes de majoração e redução das ações
permanentes e variáveis como pode ser observado nas Tabelas 10 e 11. Quando os
coeficientes não cobrirem especificamente todos os casos de carregamento, deve-se
consultar a ABNT NBR 8681 (2003).
Onde,
Desse modo, para a ponte isolada, serão usadas 8 combinações diferentes para os
esforços solicitantes, sendo elas expressas pelas Equações de 63 até 70:
𝐹𝑑,1 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (63)
𝐹𝑑,2 = ∑𝑚
𝑖=1(1 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) (64)
𝐹𝑑,3 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (65)
53
𝐹𝑑,4 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) + (0,6 .1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) (66)
𝐹𝑑,5 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) + (0,6 . 1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (67)
𝐹𝑑,6 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (0,6 . 1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (68)
(0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 )
𝐹𝑑,7 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (0,7 . 1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (69)
(0,7 . 1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 )
𝐹𝑑,8 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑣𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑝𝑎 ) + (1,4 . 𝐹𝑚𝑜𝑣 ) + (1,4 . 𝐹𝐹𝑟𝑒𝑛 ) (70)
Sendo,
Segundo a Eletrobrás (2003), além das solicitações externas, deverá ser aplicado
um carregamento mínimo de 5kN/m² sobre as lajes que darão suporte à casa e máquinas.
Sendo assim, será feita uma nova combinação de carregamento, adicionando esses esforços,
tomando como base as recomendações da Us Army Corps of Engineers (1995), e NBR 8681
(2003), indicadas no item 2.4.2.9. As Equações de 71 a 75 definem as combinações de
carregamento para os esforços na PCH.
54
Onde,
Feaj é o empuxo da água à jusante;
Feam é o empuxo da água à montante;
Fel é o empuxo do lodo decantado;
Fcm é a sobrecarga da casa de máquinas;
Fsub é a força de subpressão.
𝐹𝑑,1𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑙 ) (71)
𝐹𝑑,2𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑗 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) (72)
𝐹𝑑,3𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) (73)
𝐹𝑑,4𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1 . 𝐹𝑔𝑘 ) + (1,4 . 𝐹𝑠𝑢𝑏 ) (74)
𝐹𝑑,5𝑏 = ∑𝑚
𝑖=1(1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑗 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑎𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑐𝑚 ) + (1,4 . 𝐹𝑒𝑙 ) + (1 . 𝐹𝑠𝑢𝑏 ) (75)
55
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As demais ações variáveis calculadas conforme o item 2.4.3 que foram aplicadas na
estrutura podem ser observadas no Quadro 1 a seguir.
Pressão da água
2,34 kN/m²
nos pilares
Ha² (76)
𝐸= . 𝛾𝑎
2
3,7²
𝐸= . 10
2
𝐸 = 68,45 kN/m
57
Essa expressão nos dá uma carga distribuída linearmente, entretanto para uma
maior precisão é interessante que se aplique um carregamento triangular distribuído por
unidade de metro nas barragens para simular de forma mais precisa o que acontece na
realidade com a pressão da água. Sendo assim a carga triangular será uma variação de carga
conforme a altura onde:
𝐸 = 0 na superfície da água
𝐸 = 3,7 . 10 = 37 kN/m² na profundidade máxima.
Dessa maneira, a partir dos valores obtidos para os dois extremos da profundidade,
o carregamento aplicado pode ser observado a partir da Figura 28.
(77)
𝐸𝑠 = 𝑓𝑠 . ℎ𝑠 . (1 − 𝑠𝑒𝑛𝜙)
𝐸𝑠 = 13 . 0,37 . (1 − 𝑠𝑒𝑛30)
58
𝐸𝑠 = 0 na superfície da água
𝐸𝑠 = 2,4kN/m² na profundidade máxima
𝐻𝑚 = 𝐻𝑗 = 37𝑘𝑁/𝑚²
O dimensionamento foi feito com base nos diagramas obtidos através do Software
SAP2000, para as longarinas e transversinas respectivamente nas Figuras 29 e 30:
Com base nos diagramas e nos procedimentos de cálculo expressos no item 3.7.1.1,
foram utilizadas planilhas para automatizar os cálculos. Todas as características utilizadas
para o cálculo da viga seção T podem ser observadas nas Tabelas 12 e 13.
Altura (h) 1m
As verificações de cisalhamento foram feitas para as vigas centrais pois são as que
possuem maior carga, de modo a garantir uma maior segurança para a estrutura como um
todo, tendo como base que a quantidade de aço excedente nos elementos das laterais não
terá um peso notável no orçamento.
O dimensionamento das lajes foi feito com base nos diagramas obtidos através do
software e com base nos procedimentos de cálculo expressos no item 2.5.2. As Figuras 33 e
34 abaixo são referentes aos momentos negativos e positivos na direção X.
Dessa forma, as armaduras para o equilíbrio da seção foram obtidas de acordo com
a Tabela 15.
Nº de Barras por
Detalhamento das Lajes Bitola (mm) As Barra
metro
Nd 1660 Nd 995,7
b 25 b 25
h 100 h 100
Ix 2,0833E+06 Ix 2,0833E+06
Iy 1,3021E+05 Iy 1,3021E+05
λx 38,75 λx 38,75
λy 9,69 λy 9,69
ν 0,310 ν 0,186
ω 0,100 ω 0,100
65
Armadura Longitudinal
Armadura Transversal
Espaçamento Quantidade de
Pilar Bitola min (mm) Bitola adotada(mm)
máximo (cm) estribos por metro
Pilar Central 15 5 5 8
Pilar Lateral 15 5 5 8
Viga de Travamento
12,5 2 8,0
Central Msd+
3
Viga de Travamento
12,5 2 8,0
central Msd-
Vsd Quantidade
Vsd Vrd2 Vc Vsw Asw As,min Bitola
Vigas ≤ de estribos
(kN) (kN) (kN) (kN) (cm²) (cm²) (mm)
Vrd2 por metro
Viga de Travamento
12,0 580,4 ok 99,2 -87,2 -3,3 1,9 5,0 3,0
Central
Além dos elementos lineares como vigas e pilares, o modelo com PCH também
apresenta uma série de lajes adicionadas para a composição de um barramento adequado.
Os esforços da estrutura da barragem e casa de máquinas foram obtidos da mesma forma
que no tabuleiro. As Figuras 39, 40, 41 e 42 mostram os diagramas de momento utilizados
para o cálculo das armaduras superiores e inferiores da laje da casa de máquinas, onde o
esforço de subpressão tem grande influência.
68
No mesmo modelo, foi possível obter também os esforços nas lajes da barragem que
suportam principalmente a carga hidráulica. As Figuras 43, 44, 45 e 46 demonstram os
momentos utilizados para o cálculo das armaduras inferiores e superiores desses elementos.
70
Nº de Barras por
Lajes Bitola (mm) As Barra
metro
Embora a seção transversal dos pilares continuar a mesma, o aumento dos esforços
horizontais devido a carga hidráulica causou um grande efeito. Dessa forma, o
dimensionamento dos pilares foi refeito para as solicitações observadas na Tabela 23 a
seguir.
Nd 1658 Nd 1066
b 25 b 25
h 100 h 100
Ix 2,0833E+06 Ix 2,0833E+06
Iy 1,3021E+05 Iy 1,3021E+05
λx 38,75 λx 38,75
λy 9,00 λy 9,00
ν 0,309 ν 0,199
ω 0,450 ω 0,200
Assim, a partir dessas informações a área de aço necessária para o equilíbrio dos
esforços foi obtida conforme a Tabela 24. E a armadura transversal para o confinamento do
concreto pode ser observado na Tabela 25.
Armadura Transversal
Espaçamento Quantidade de
Pilar Bitola min (mm) Bitola adotada(mm)
máximo (cm) estribos por metro
Pilar Central 20 5 5 8
Pilar Lateral 20 5 5 8
74
Da mesma maneira que na ponte isolada, a ponte com PCH instalada teve seus
volumes de concreto separados por conjunto de elementos, já que os elementos adicionais
para a estrutura de barramento foram os mesmos, mudando apenas sua quantidade e
posicionamento. Essas informações podem ser observadas na Tabela 27.
40,00
30,60
30,00
18,05
20,00
11,55
10,00 6,00 6,00
-
Lajes Vigas Pilares
Ponte Isolada Ponte + PCH
A comparação do aço será feita com base no seu peso, em kg, através da
comparação entre os modelos gerados no software comercial SAP2000. A Tabela 28 mostra
o quantitativo de aço para todos os elementos da ponte isolada.
76
4000,00
Peso (kg)
3000,00 2738,77
2024,31
2000,00 1.496,67
1000,00 775,4
344,17
0,00
Lajes Vigas Pilares
Ponte Isolada Ponte + PCH
77
4000
3000
2000
1000
0
Ponte Isolada Ponte + PCH
Conforme os gráficos, é possível afirmar que as lajes excedentes foram o maior ponto
de aumento no consumo dos materiais, sendo evidente que a utilização de drenos para
diminuir os esforços de subpressão ou a mudança da concepção estrutural poderiam diminuir
essa diferença e reduzir o consumo.
Desse modo, sendo a potência máxima nos períodos de cheia igual a 18 kW, e
considerando o uso mensal da estrutura e aparelhagem, é possível estimar o retorno em
energia multiplicando a potência pela quantidade de horas mensais de funcionamento através
da Equação 78.
78
5.1. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUREAU OF INDIAN STANDARDS. Criteria for design of solid gravity dams. 2017.
82
DNIT. Norma DNIT 122: Pontes e viadutos rodoviários – Estruturas de concreto armado –
Especificações de serviço, Rio de Janeiro, 2009.
KETZER, B.; SCHÄFFER, A. Roteiro de cálculo com auxilio de planilha eletrônica para
análisede estabilidade em barragens de concreto por gravidade. 2010. 26 f. Artigo
disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/graduacao/article/view/6756.
MARCHETTI, O. Pontes de concreto armado. 1. ed. São Paulo : Edgard Blücher, 2007.
PFEIL, W. Pontes em Concreto Armado. 1. ed. Rio de Janeiro : Editora LTC, 1979.
PINHEIRO, L. M.; BARALDI, L. T.; POREM, M. F. Concreto armado: Ábacos para flexão
oblíqua. Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos,
1994.
SÜSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrutural. São Paulo: Editora Globo S.A., 1991.
United States Bureau of Reclamation. Design Of Small Dams. Denver, Colorado. 1987.
ANEXO A
TABELA KZ E KMD
86
87
ANEXO B
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE ISOLADA
88
Transversina Central Msd+ 800,5 0,03 0,04 0,98 15,59 3,75 2,5
Transversina Central Msd- 116 0,02 0,04 0,99 2,26 3,75 2,5
Viga de Travamento Central 34,8 0,026 0,039 0,985 0,856 1,8 1,2
Msd+
Viga de Travamento Central 4,5 0,003 0,005 0,998 0,109 1,8 1,2
Msd-
Transversina Lateral Msd+ 706,0 0,146 0,237 0,905 18,885 3,75 2,5
Transversina Lateral Msd- 89,0 0,018 0,027 0,989 2,179 3,75 2,5
89
Msd As As,min
Lajes Kmd Kx Kz
(kN.m) (cm²) (cm²)
ANEXO C
DIMENSIONAMENTO DOS ELEMENTOS DA PONTE COM PCH
91
Viga de Travamento Central 25,5 0,017 0,025 0,990 1,058 1,8 12,5
Msd+
Viga de Travamento central 33,6 0,022 0,032 0,987 1,398 1,8 12,5
Msd-
Laje da casa de máquinas direção X+ 72,00 0,07 0,11 0,96 6,59 3,75
Laje da casa de máquinas direção X- 51,00 0,05 0,08 0,97 4,61 3,75
Laje da casa de máquinas direção Y+ 49,60 0,05 0,07 0,97 4,48 3,75
Laje da casa de máquinas direção Y- 63,50 0,06 0,09 0,96 5,78 3,75
ANEXO D
QUANTITATIVOS DETALHADOS DE CONCRETO E AÇO PARA A PONTE ISOLADA
94
Elemento Quantidade Espessura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)
30,60
Volume total (m³)
Elemento Quantidade Altura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)
11,55
Volume total (m³)
Elemento Quantidade Altura (m) Lado a (m) Lado b (m) Volume (m³)
6,00
Volume total (m³)
95
Laje
2 12,5 17 18 6 6 2426,76
Central
Lajes em
2 12,5 9 - 12 1,5 312,01
Balanço
20 5 5,75 70,90
8 5 5,75 11,36
16 5,75 181,47
10
Transversinas
2 12,5 5,75 44,30
Laterais 4
8 5,75 22,71
5
10 6 5 55,53
Vigas de travamento 3
17,78
8 3 5
PESO TOTAL (Kg) 1.242,98
Perímetro
Diâmetro Comprimento Peso
Elemento Quantidade Estribos/metro da seção
(mm) (m) (kg)
(m)
Vigas de
3 5 3 1,36 5 9,42
travamento
ANEXO E
QUANTITATIVOS DETALHADOS DE CONCRETO E AÇO PARA A PONTE COM PCH.
98
Elemento Quantidade Espessura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)
Lajes casa de
2 0,25 6 6 10,8
máquinas
Elemento Quantidade Altura (m) Largura (m) Comprimento (m) Volume (m³)
Vigas da casa de
3 0,8 0,2 5 2,4
máquinas
6,00
Volume total (m³)
2 20 18 4 355,10
Pilares
4 16 14 4 353,47
Laje
Central - 2 12,5 17 18 6 6 2426,76
Ponte
Lajes em
Balanço - 2 12,5 9 - 12 1,5 312,01
Ponte
Lajes da
casa de 2 12,5 10 9 6 6 1317,384
máquinas
20 5 5,75 70,90
Transversina Central 1 12,5 4 5,75 22,15
8 5 5,75 11,36
16 10 5,75 181,47
Transversinas Laterais 2 12,5 4 5,75 44,30
8 5 5,75 22,71
12,5 4 5 57,78
Vigas de travamento 3
8 3 5 17,78
12,5 4 5,7 175,65
Vigas da barragem 8
8 3 5,7 54,04
20 2 5 49,32
Vigas laterais da casa de
2 16 4 5 63,12
máquinas
8 4 5 15,8
20 4 5 49,32
Viga central da casa de
1 16 4 5 31,56
máquinas
8 4 5 7,9
PESO TOTAL (Kg) 1.691,94
Vigas de
3 5 3 1,36 5 9,42
travamento
Vigas da
8 5 3 1,26 5,70 26,54
barragem
Vigas casa de
máquinas
3 8 5 1,76 5 52,14