Você está na página 1de 33

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


FACULDADE DE NUTRIÇÃO

FELIPE CANDIDO DANESE

FATORES ASSOCIADOS A SUPLEMENTAÇÃO DE


MEGADOSE DE VITAMINA A EM CRIANÇAS MENORES
DE 5 ANOS

GOIÂNIA
2019
2

TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR


VERSÕES ELETRÔNICAS DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE
GRADUAÇÃO NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UFG

Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade


Federal de Goiás (UFG) a disponibilizar, gratuitamente, por meio do Repositório
Institucional (RI/UFG), regulamentado pela Resolução CEPEC nº 1204/2014, sem
ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento
conforme permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou
download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta
data.
1. Identificação do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação (TCCG):
Nome completo do autor:
Título do trabalho:
2. Informações de acesso ao documento:
Concorda com a liberação total do documento [ ] SIM [ ] NÃO1
Havendo concordância com a disponibilização eletrônica, torna-se
imprescindível o envio do(s) arquivo(s) em formato digital PDF do TCCG.

Felipe Candido Danesi2

Ciente e de acordo:

Prof. Drª Maria Claret Costa Monteiro Hadler² Data: ____ / ____ / ____

1Neste caso o documento será embargado por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste
prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Os dados do documento não serão
disponibilizados durante o período de embargo.

Casos de embargo:

-Solicitação de registro de patente;


-Submissão de artigo em revista científica;
-Publicação como capítulo de livro;
-Publicação da dissertação/tese em livro.
2 As assinaturas devem ser originais sendo assinadas no próprio documento, imagens coladas não serão

aceitas.
3

FELIPE CANDIDO DANESE

FATORES ASSOCIADOS A SUPLEMENTAÇÃO DE


MEGADOSE DE VITAMINA A EM CRIANÇAS MENORES
DE 5 ANOS

Projeto de TRABALHO de término de curso


apresentado à disciplina investigação
científica aplicada à nutrição, como requisito
parcial para obtenção do título de bacharel.

Orientadora Profª Drª Maria Claret Costa


Monteiro Hadler
Coorientadora: MSc. Lina Monteiro de
Castro Lobo

GOIÂNIA
2019
4
5

FELIPE CANDIDO DANESI

FATORES ASSOCIADOS A SUPLEMENTAÇÃO DE


MEGADOSE DE VITAMINA A EM CRIANÇAS MENORES
DE 5 ANOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Goiás, como
requisito para obtenção do título de
Nutricionista.

Goiânia, ____ de __________ de _____.


BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Drª. Maria Claret Costa Monteiro Hadler
Orientador

________________________________________
Prof. Drª. Roberta Sena Aires
Membro

________________________________________
Prof. Drª. Ida Helena Carvalho Francescantonio Menezes
Membro
6

RESUMO
A deficiência de vitamina A, é um problema de saúde pública no Brasil e no
mundo, a fim de combater essa carência foi criado o programa de suplementação
de vitamina A. O objetivo do trabalho é identificar quais são os fatores associados
a suplementação de Vitamina A em crianças menores de 5 anos em Centos
Municipais de Educação infantil em Goiânia. Trata-se deum recorte transversal
de um ensaio clínico randomizado, aberto controlado, em paralelo com tempo de
duração de três meses, com crianças de 6 meses a 48 meses frequentadoras de
CMEIs em Goiânia. O estudo avaliou 146 crianças para analise que souberam
informar sobre o fornecimento ou não de megadose de vitamina A. Foi identificado
que 72% não foram suplementados e 28% foram suplementados, dentre elas
50,68 % eram de sexo masculino e 48,32 de sexo feminino. Houve associação
significativa (p=0,014) entre os tipos de esgotamento sanitário, o grupo que
possuem fossa séptica foram mais suplementados que os que tem sistema de
esgoto, também houve diferença significativa (p<0,001) crianças menores foram
menos suplementadas, e a renda per capita (p=0,038), crianças com a renda
maior foram menos suplementados em relação os de menor renda. A
suplementação de megadose de vitamina A é uma importante ferramenta para o
combate a DVA, e deve ser feita de forma correta, para o estado nutricional mais
seguro das crianças até 5 anos.

Palavras-chaves: Vitamina A Suplementação, Megadose de Vitamina A,


Crianças.
7

FACTORS ASSOCIATED WITH VITAMIN A MEGADOSE SUPPLEMENT IN


CHILDREN UNDER 5 YEARS

ABSTRACT

Vitamin A deficiency is a public health problem in Brazil and worldwide. In order to


combat this deficiency, the vitamin A supplementation program was created. The
objective of this work is to identify the factors associated with Vitamin A
supplementation. in children under 5 years old in Municipal Centers of Early
Childhood Education in Goiânia. This is a cross-sectional view of a randomized,
open controlled trial, in parallel, lasting three months, with children from 6 months
to 48 months attending CMEIs in Goiânia. The study evaluated 146 children for
analysis who were able to report whether or not vitamin A megadose were
supplied. It was identified that 72% were not supplemented and 28% were
supplemented, among them 50.68% were male and 48.32 were women. There
was a significant association (p = 0.014) between sewage types, the septic tank
group were more supplemented than those with sewage system, there was also
significant difference (p <0.001) younger children were less supplemented, and
income per capita (p = 0.038), children with higher incomes were less
supplemented than those with lower incomes. Vitamin A megadose
supplementation is an important tool to combat VAD, and should be done correctly
for the safer nutritional status of children under 5 years.

Keywords: Vitamin A Supplementation, Vitamin A Megadose, Children.


8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 9
2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 10
2.1 VITAMINA A: CONCEITO ......................................................................... 10
2.2 FONTES DE VITAMINA A ........................................................................ 10
2.3 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A ................................................................ 11
2.4 PROGRAMA DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A ........................... 12
2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM NA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A ...... 12
3 OBJETIVOS .................................................................................................... 14
3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 14
3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ..................................................................... 14
4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................... 15
4.1 LOCAL, DELINEAMENTO E POPULAÇÃO ALVO DO ESTUDO ............. 15
4.2 AMOSTRAGEM ........................................................................................ 15
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ............................................. 15
4.4 COLETA DE DADOS ................................................................................ 15
4.5 VARIÁVEIS PESQUISADAS .................................................................... 16
4.5.1. Socioeconômicas e demográficas ................................................. 16
5 RESULTADOS ................................................................................................ 17
6 DISCUSSÃO ................................................................................................... 21
7 CONCLUSÃO ................................................................................................. 23
REFERENCIAS .................................................................................................. 24
ANEXOS ............................................................................................................ 26
9

1 INTRODUÇÃO

A deficiência de Vitamina A (DVA), é um problema grave de saúde, estima-se


2,5 milhões de crianças em idade pré-escolar apresentam sinais clínicos da
hipovitaminose A (WHO, 2000). Todo ano 250 a 500 mil crianças são afetadas por
cegueira e que a metade morre antes de completar um ano de vida. Diante da
magnitude da deficiência, é importante conhecer os indicadores do estado nutricional
de Vitamina A e fatores que interferem na suplementação (MILAGRES; NUNES;
PINHEIRO-SANT’ANA, 2007).
Para o combate da DVA a UNICEF e a OMS desenvolveram em 1980 objetivos
de curto, médio e longo prazo, em longo prazo seriam modificar hábitos alimentares
para a inclusão de alimentos fonte de provitamina e pré-vitamina A, por meio da
educação nutricional, a implantação de hortas caseiras e o aleitamento materno
correto. A médio prazo seria o enriquecimento de alimentos de baixo custo com
vitamina A, que sejam de fácil acesso e boa aceitação cultural e a curto prazo e a
suplementação de megadose de vitamina A (SOUZA; VILAS BOAS, 2002).
No Brasil desde 1983, há distribuição de megadoses de vitamina A para
crianças de 6 a 59 meses, com objetivo de combater a hipovitaminose A, e avaliações
de rotina nos diferentes níveis do sistema de saúde auxilia na avaliação da população,
dos serviços e dos resultados das ações, assim uma ferramenta importante do suporte
do Sistema Único de Saúde (SUS)(MIRANDA et al., 2018).
A DVA por mais que seja relatada nos estados brasileiros ainda não tem
informações científicas suficientes para um diagnóstico amplo da realidade do Brasil,
faltam dados concretos no âmbito estadual e no Brasil, e ainda há certas contradições
de resultados. O que se tem são pequenas amostras, e uma escassez de inquéritos,
clínicos biológicos e dietéticos, e diante desses dados o presente estudo analisa
variáveis que podem interferir na suplementação de megadose de vitamina A
(SOUZA; VILAS BOAS, 2002).
10

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 VITAMINA A: CONCEITO

A vitamina A (retinoide) é uma vitamina lipossolúvel, que é absorvida


passivamente, e é transportada através de lipídios dietéticos, e são comumente
encontradas nas porções lipídicas do alimento. A Vitamina A está presente em três
formas que tem alguma atividade metabólica, são o retinol, o retinaldéido e o ácido
retinóico. Para ser armazenada e frequentemente estratificada em retinilopalmitato um
ácido graxo, e a parte ativa do retinoide é encontrada exclusivamente em alimentos
de origem animal (GALLAGHER, 2013) .
A vitamina A que é encontrada nos alimentos de origem animal é chamada de
pré-formada, e nos vegetais são carotenoides, também chamados de provitamina A,
são compostos que podem produzir retinoide como por exemplo o betacaroteno o
mais abundante em alimentos, que tem função significativa de Vitamina A. Porém, não
são todos carotenoides que podem ter essa função ( GALLAGHER 2013, p.140).
A conversão e absorção dos carotenoides depende também de fatores
dietéticos como a digestibilidade de proteínas, a quantidade e tipo de lipídios da dieta
( GALLAGHER, 2013,p. 140).
A Vitamina A tem vários papeis fisiológicos, no ser humano, um dos mais
importantes é na integridade e diferenciação celular que afeta em sua deficiência
grave principalmente células visuais. Há casos de cegueira irreversível (xeroftalmia e
ceratomalacia). A Vitamina A também tem função no sistema imunológico, mais
especificamente nas células de defesa linfócitos T4 e T8 má diferenciação e
integridade celular, assim relacionando a o aumento de infecções (SANTOS et al.,
1996).

2.2 FONTES DE VITAMINA A

As fontes de vitamina A, são de origem animal, como fígado, peixe e manteiga


e está ligada a porção lipídica desses alimentos na forma de pré vitamina A que é a
vitamina já biodisponível. A vitamina A também é encontrada em fontes vegetais, na
forma de carotenoides, e é chamada de provitamina A. Esses compostos podem se
transformar adiem vitamina A no intestino, são incorporados a micelas, e depois aos
11

quilomicrons, transportado através da linfa, e posteriormente para a corrente


sanguínea e podem ser clivados em retinal e depois reduzido em retinol. São
encontrados em vegetais com a pigmentação de amarelo a vermelho, o carotenoide
proveniente dos vegetais estima-se que contribua com 68% da vitamina A da dieta no
mundo, e em países desenvolvidos os carotenoides contribuem com 82%. (SOUZA;
VILAS BOAS, 2002).

2.3 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A

A DVA é um problema de saúde pública em países em desenvolvimento. Houve


um avanço no desenvolvimento nas medidas de combate a DVA, principalmente em
políticas públicas que abrangem a alimentação como a Política Nacional de
Alimentação e Nutrição (PNAN) e Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Para uma melhor clareza sobre o impacto da DVA é necessário pesquisas contínuas
atualizando sempre a magnitude do risco, onde governo, academias, indústria e a
comunidade se esforção para alcançar resultados positivos no combate a DVA
(WEST, 2003).
Cerca de 50 milhões de crianças em países em desenvolvimento são afetadas
pela DVA, que é considerada um problema de saúde pública em 37 países, o que
inclui o Brasil. Recentemente a DVA ganhou notoriedade, porque estudos
demonstraram que a suplementação em países com risco de DVA, houve redução no
índice de mortalidade, devido a redução da gravidade da morbidade por diarreia
(SANTOS et al., 1996).
DVA é um problema endêmico, em todas as suas regiões do Brasil, e o
Nordeste apresenta a maior deficiência, onde 16% a 55% das crianças apresentam
concentração de retinol sérico abaixo de 20 mg/dL. Estudos têm mostrado uma
relação entre ferro sérico e retinol sérico em crianças e adolescentes, e ao se avaliar
a hemoglobina e hematócrito, quando há uma deficiência de ferro, também há uma
deficiência de vitamina A (MARIATH et al., 2010).
A OMS estimou que no mundo 5,2 milhões de pré-escolares com xeroftalmia,
considerando essa dimensão da DVA, é necessário que se tenha estratégias de
intervenção, sejam elas a suplementação ou educação nutricional para com a
população e também a formulação de produtos nutricionalmente fortificados. A
legislação determina que para vitaminas e minerais, os produtos devem conter no
12

mínimo 15% da ingestão diária recomendada em 100g de alimento (PELOSI;


AZEVEDO-MELEIRO, 2014).

2.4 PROGRAMA DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A

O Programa Nacional de Combate a DVA (PSVA) começou no ano de 1994,


em 2001 houve uma expansão da suplementação para puérperas, em 2005 esse
programa foi intensificado, para que em 2012 fosse expandido outra vez, agora para
o território Nacional. O PNSVA faz parte de programas que estão inseridos nas
estratégias de Prevenção e Controle de agravos Nutricionais dentro da Política
Nacional de Alimentação (PNAN), que e de responsabilidade da Coordenadoria Geral
de Alimentação e Nutrição (GCAN), que é subordinada ao Departamento de Atenção
Básica do Ministério da Saúde, que por sua vez usa de programas que visam a
educação nutricional e a melhora da saúde de crianças como um todo (WEST, 2003).
O programa consiste na suplementação de puérperas e crianças de 6 a 59
meses, com megadose de Vitamina de 100.000 UI e 200.000 UI, diluída em óleo de
soja com adição de vitamina E. A suplementação da puérpera e realizada no pós-
parto exclusivamente antes da alta hospitalar (BRASIL, 2005). As megadoses são
acondicionadas em cápsulas, cujas dosagens são diferenciadas por cores, e
distribuídas de forma gratuitas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) (MINISTERIO
DA SAÚDE, 2005).
Para que os resultados sejam bons é necessário seguir um calendário, onde
crianças de 6 a 11 meses devem receber uma megadose de 100.000 UI, e de 12 a 59
meses são administradas uma dose de 200.000 UI a cada 6 meses (MINISTERIO DA
SAÚDE, 2013).

2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM NA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A

A DVA está disseminada em países em desenvolvimento, e está associada a


uma desnutrição em geral, em crianças, porém no sudeste da Ásia está mais
relacionado a má nutrição da mãe. Na Índia ainda é um problema muito sério, por mais
que haja um programa para o combate da DVA ele não é bem-sucedido por
deficiências na logística do programa, como a não implementação de uma educação
13

nutricional sobre a ingestão de alimentos com vitamina A, ou também em estratégias


de curto prazo como a distribuição de megadoses (SOUZA; VILAS BOAS, 2002).
A DVA no Brasil já era sinalizada desde o século XIX, e está presente em todo
o Brasil e a maior prevalência está na região nordeste, que segundo estudos mostram
que a ingestão de alimentos com a vitamina A não chegava nem a metade do
recomendado. Os fatores que mais influenciam nessa ingestão são os tipos de
alimentos consumidos na região, com muita ingestão de mandioca, milho e feijão, e
também um a baixa ingestão de gordura animal, desfavorecendo a ingestão de
alimentos com vitamina A pré-formada e provitamina (SOUZA; VILAS BOAS, 2002).
Em comparação às mulheres lactantes de países desenvolvidos, o leite
materno tem níveis maiores de Vitamina A que mulheres em países em
desenvolvimento, e mulheres que estão em regiões de pobreza a quantidade
encontrada, seria insuficiente para as necessidades basais do recém-nascido,
tornando assim suscetível à carência de Vitamina A (CAMINHA et al., 2009).
14

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os fatores associados a suplementação de vitamina A em crianças


menores de cinco anos frequentadores de Centros Municipais de Educação Infantil
em Goiânia – Goiás.

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

- Avaliar associação entre suplementação de vitamina A com fatores socioeconômicos


e culturais da família e tipo de esgotamento sanitário.
- Avaliar associação entre suplementação de vitamina A com o sexo e idade das
crianças.
15

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCAL, DELINEAMENTO E POPULAÇÃO ALVO DO ESTUDO

Trata-se de um recorte transversal de um ensaio clínico randomizado, aberto,


controlado, em paralelo, com o tempo de duração da intervenção de três meses. A
amostra de participantes foi composta por crianças de seis a 48 meses,
frequentadoras de Centros de Educação Infantil (CMEIs), vinculados ao Programa
Saúde na Escola de Goiânia – Goiás. Os CMEIs foram selecionados juntamente com
a Secretaria Municipal de Educação, quanto aos critérios fixados pelo Ministério da
Saúde, para receber o NutriSUS.
Inicialmente os pais e/ou responsáveis foram informados da realização da
pesquisa e seus filhos/ suas crianças convidadas (as) a participar da pesquisa.

4.2 AMOSTRAGEM

Foi realizado cálculo amostral considerando um estudo do tipo ensaio clínico,


em paralelo, para comparação da concentração de hemoglobina entre as crianças
anêmicas e não anêmicas, tipo bicaudal, erro absoluto de 5%, poder do teste de 80%,
taxa de alocação 1:1 e tamanho do efeito de 0.38. O tamanho do efeito foi baseado
na prevalência de anemia, segundo o estudo de Cardoso et al., 2016. O cálculo
determinou uma amostra de 164 crianças, ao qual foi acrescido 22% para cobertura
de possíveis perdas durante o processo de coleta, totalizando 200 crianças. O cálculo
amostral foi realizado usando o software GPower versão 3.1.9.2.

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Para o presente trabalho elegeu as crianças com idade entre seis e 48 meses,
anêmicas e não anêmicas. E, foram excluídas as crianças em tratamento de anemia,
malária, HIV, hemoglobinopatias ou hemocromatose; baixo peso ao nascer; parto
prematuro (< 37 semanas); gemelar; e, crianças com alergia relatada a quaisquer
componentes do sachê de fortificação e/ou ao sulfato ferroso/ácido fólico.

4.4 COLETA DE DADOS


16

A coleta de dados ocorreu no próprio CMEI e iniciou-se em maio de 2018 um


projeto piloto com 20 crianças para avaliar a adequação do questionário a ser adotado.
Foi realizada por duplas de entrevistadores, previamente capacitados e direcionada
incialmente aos pais ou responsáveis pela criança. Dados sobre a alimentação no
CMEI, foi coletado com os supervisores das crianças participantes. Os entrevistadores
foram alunos de graduação do curso de Nutrição da Faculdade de Nutrição da
Universidade Federal de Goiás (UFG), nas categorias bolsistas ou voluntários, além
de alunos de graduação da Pontífice Universidade Católica (PUC) e Universidade
Paulista (UNIP), doutorandos do curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da
Faculdade de Medicina da UFG. Para auxílio na coleta de dados foi elaborado o
questionário da pesquisa (APÊNDICE A), que foi testado numa avaliação piloto antes
do início da pesquisa.

4.5 VARIÁVEIS PESQUISADAS

4.5.1. Socioeconômicas e demográficas

Essas variáveis foram coletadas junto ao responsável pela criança, logo após
a assinatura do Termo de Consentimento Livre e esclarecido - TCLE pelo pai/mãe ou
responsável (APÊNDICE B).
As variáveis coletadas e utilizadas nesse estudo que constavam no
questionário foram a idade da criança (data da primeira avaliação do estado
nutricional, data de nascimento), o sexo, endereço, escolaridade materna,
participação no programa de suplementação de Vitamina A, tipo de trabalho materno,
número de crianças menores que cinco anos, acesso a agua tratada e esgoto, renda
familiar, obtida por meio do Critério de Classificação Econômica da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP, 2015).
Essa classificação baseia-se na posse de bens de consumo, tais como
televisão, automóvel, aparelho de DVD, motocicleta, geladeira, freezer e máquina de
lavar, serviços (empregada mensalista), características do domicílio (número de
banheiros). A totalização dos pontos relativos a cada item resulta na classificação dos
respondentes em seis estratos, identificados como “classes econômicas”: A, B1, B2,
C1, C2 e D-E. 1
17

5 RESULTADOS

Foram identificadas 146 crianças para análise que souberam informar sobre o
fornecimento ou não da megadose de vitamina A para a criança, sendo que 72% não
foram suplementadas e 28% foram suplementadas. Dentre elas 74 (50,68%) de sexo
masculino e 72 (49,32%) de sexo feminino e na Tabela 1 são apresentadas as
características socioeconômicas, culturais dos indivíduos.
Na Tabela 2 observou-se ao analisar os fatores associados ao fornecimento da
megadose de vitamina A que o sexo da criança não houve associação com a
suplementação (p=0,306), escolaridade materna não diferiu entre os grupos
(p=0,273), não houve diferença significativa no tipo do trabalho (p=0,355), no número
de crianças abaixo de 5 anos (p=0,181), no tipo de água consumida se tratada ou não
(p=0,411) e no destino do lixo (p=1,00).
Por sua vez, o tipo de esgotamento sanitário influenciou no fornecimento ou
não da megadose de vitamina A com diferença significativa entre os grupos (p=0,014)
onde o número de indivíduos que não foram suplementados com a megadose foi
maior entre os que possuem fossa séptica (83,33%) comparados aos que tem sistema
de esgoto (64,13%).
Houve diferença significativa entre os grupos ao se analisar a idade da criança
(p<0,001), os indivíduos com menor idade em meses (22,48± 10,76) foram menos
suplementados que os de maior idade (30,80± 7,75). A renda per capita também
influenciou no recebimento da megadose com diferença significativa (p=0,038),
indivíduos com renda per capita maior (R$ 853,42 ± 583,77) forneceram menos
megadoses que de menor renda per capita (663,16±438,23).
18

Figura 1. Distribuição da frequência de recebimento da suplementação de


Megadose de vitamina A pelas crianças dos CMEIs de Goiânia- GO
19

Tabela 1. Caracterização sociodemográfica e econômica de crianças


assistidas pelos CMEIs. Goiânia, 2018. n=146

Variável n %

Sexo
Masculino 74 50,68
Feminino 72 49,32

Idade (meses), media ± DP 24,82 10,66

Escolaridade materna
(anos completos)
0-8 06 4,11
≥9 140 95,89

Tipo de trabalho
Dona de casa 24 17,02
Trabalha fora 103 73,05
Trabalhoremunerado fora 14 9,93

Renda per capita, 798,69 551,23


média ± DP

Número de crianças
menor que cinco anos
1 109 74,66
2 32 21,92
≥3 05 3,42

Água tratada
Sim 139 95,21
Não 07 4,79

Esgotamento sanitário
Esgoto 92 63,01
Fossa séptica 54 36,99

Lixo
Serviço de limpeza 143 97,95
Céuaberto 03 2,05
20

Tabela 2. Fatores associados à suplementação com megadose de vitamina A em


crianças assistidas pelos CMEIs. Goiânia, 2018.

Variáveis n Suplementação de Vitamina A* P


Sim Não
n % n %

Sexo 0,306#
Masculino 74 18 24,32 56 75,68
Feminino 72 23 31,94 49 68,06

Escolaridade materna 0,355*


0-8 06 03 50,00 03 50,00
≥9 140 39 27,86 101 72,14

Tipo de trabalho 0,141#


Dona de casa 24 8 33,33 16 66,67
Trabalha fora 103 26 25,24 77 74,76
Trabalho remunerado 14 7 50,00 7 50,00
fora

Número de crianças 0,181*


menores que cinco
anos
1 109 32 29,36 77 70,64
2 32 7 21,88 25 78,13
≥3 05 03 60,00 02 40,00

Água tratada 0,411*


Sim 139 39 28,06 100 71,94
Não 07 3 42,86 4 57,14

Esgotamento sanitário 0,014#


Esgoto 92 33 35,87 59 64,13
Fossa séptica 54 9 16,67 45 83,33

Lixo 1,000#
Serviço de limpeza 143 41 28,67 102 71,33
Céuaberto 03 01 33,33 02 66,67

Idade da criança, media 146 30,80 7,75 22,48 10,76 <0,001


± DP

Renda per capita, media 146 663,16 438,23 853,42 583,77 0,038
± DP
21

6 DISCUSSÃO

Os principais achados do estudo foram a associação entre o esgotamento


sanitário da residência onde as crianças moram, idade das crianças e renda per capita
com o recebimento de megadoses de vitamina A pela criança. Famílias que utilizam
fossa séptica ofereciam com menor frequência a vitamina A em relação as que tem
esgotamento sanitário, as crianças de maior idade foram menos descobertas pelo
programa que a de menor idade e outra associação que foi observada foi com a renda
per capita, as crianças com menor renda per capita foram mais suplementadas.
Os indivíduos que tem o serviço de esgoto, receberam com maior frequência
as doses de vitamina A. Essa associação também ocorreu no estado de Alagoas em
avaliação de Moura (2007), pois a DVA em casas que tinham rede de esgoto foi menor
(37,8%) que em casas que faz uso de fossa séptica (43,3%). O estudo de Oliveira et.
al., (2010), também associou essa variável com níveis inadequados de retinol sérico,
pois o esgotamento está diretamente relacionado com as condições higiênico
sanitárias dos indivíduos, aumentando o risco de infecções, e que está cada vez mais
relacionada a DVA (MOURA, 2013; OLIVEIRA et al, 2010).
No estudo foi observado que as crianças com menor idade foram menos
cobertas pela suplementação da megadose, semelhante ao estudo no Piauí realizado
por Paiva et al (2006). Observaram que os níveis séricos de vitamina A, em crianças
com mais idade, é mais baixo quando comparado as crianças mais novas. Em
contrapartida no estudo de Prado et al foram encontrados os níveis séricos de vitamina
A mais altos em crianças com 60 meses, e os menores em crianças menores de 12
meses. O resultado encontrado variou nas regiões estudadas, indivíduos com maior
idade, a mãe por ter mais vivencia busca mais informação sobre a saúde da criança,
já a mãe com os de menor idade ainda não tem experiência. Porém, nos estudos
relacionados ainda não se tem uma real esclarecimento dessa variável (SANTOS et
al., 1996; PAIVA et al., 2006).
Os indivíduos com uma renda per capita maior foram menos suplementados
que os de menor renda. Santos et al. (1996) na Bahia, não encontraram relação
significativa associada a renda (p=0,409), a prevalência de retinol sérico deficiente foi
semelhante em indivíduos com a renda menor que um quarto de salário mínimo e os
com maior de meio salário mínimo. Santos et al (2005), na zona rural de Minas Gerais
também não observaram associação entre a renda per capita, mas sugere que é
22

necessária mais investigação desse aspecto sócio econômico. Nos estudos e também
em Goiânia a causa de os de maiores renda serem menos cobertos pode ser o acesso
as unidades de saúde, pois majoritariamente a população de baixa renda usa com
frequência a rede pública de saúde, assim esses indivíduos quando suplementados
os dados são notificados, os de maior renda tem acesso a unidades de saúde
particulares, então não há a procura das unidades públicas (SANTOS et al., 1996).
23

7 CONCLUSÃO

No presente estudo podemos concluir que a suplementação de megadose de


vitamina A ainda continua muito baixa, pois muitas crianças (um grande número uns
grandes números de crianças) não foram suplementadas. É necessário que se tenha
atenção para os dados socioeconômicos a renda per capita, idade da criança e o tipo
de esgotamento nas residências, para que se crie estratégias para minimizar a DVA
em crianças menores que 5 anos que estão dentro desses parâmetros.
Para o combate da DVA os CMEIS, Unidades Básicas de Saúde (UBS) os
CAIS, Centros de Saúde e Unidade de Atenção Básica a Saúde da Família (UABSF)
é importante que realizem campanhas de conscientização para a suplementação da
megadose, com profissionais devidamente treinados para melhorar a efetividade e
eficácia do programa de suplementação de Vitamina A.
A falta de estudos para esses fatores é algo que limita, a entender qual é
realmente a situação da DVA, principalmente no Brasil e sua real gravidade, pois a
DVA leva a morbidades gravíssimas como a cegueira até ao óbito.
24

REFERENCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro, Portaria N.º 729, de 13 de maio


de 2005. Institui o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e dá outras
providencias. Diário Oficial da União. Brasília, DF, n. 92, 16 de maio de 2005, Seção
1.
CAMINHA, M. DE F. C.; BATISTA, M.; FERNANDES, T. F.; ARRUDA, I. K. G.; DINIZ,
A. S. Suplementação com vitamina A no puerpério: revisão sistemática. Revista de
Saúde Pública, v. 43, n. 4, p. 699–706, ago. 2009.
GALLAGHER, M. L. Nutrientes e seu Metabolismo. In:MAHAM, L. K.; ESCOTT-
STUMP, S.Krause:Alimentos, Nutrição e Dietoterapia.13ª ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2012 Cap. 3 p.97-273, 2013.
MARIATH, A. B.; GIACHINI, R. M.; LAUDA, L. G.; GRILLO, L. P. Estado de ferro e
retinol sérico entre crianças e adolescentes atendidos por equipe da Estratégia de
Saúde da Família de Itajaí, Santa Catarina. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 2, p.
509–516, mar. 2010.
MILAGRES, R. C. R. M.; NUNES, L. C.; PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. A deficiência
de vitamina A em crianças no Brasil e no mundo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 12, n.
5, p. 1253–1266, out. 2007.
MIRANDA, W. D.; GUIMARÃES, E. A. A.; CAMPOS, D. S.; ANTERO, L. S.; BELTÃO,
N. R. M.; LUZ, Z. M. P. Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A no Brasil:
um estudo de avaliabilidade. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 42, 2018.
MOURA, R. M. D. M. FATORES ASSOCIADOS À DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A
EM CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DE
ALAGOAS. Maceio: Universidade Federal de Alagoas, 2013.
OLIVEIRA, J. S.; LIRA, P. I, C.; OSÓRIO, M. M.; SEQUEIRA, L. A. S.; COSTA, E. C.;
GONÇALVES, F. C. L. S. P.; BATISTA, M. Anemia, hipovitaminose A e insegurança
alimentar em crianças de municípios de Baixo Índice de Desenvolvimento Humano do
Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 13, n. 4, p. 651–664,
dez. 2010.
MINISTERIO DA SAÚDE. Manual de Condutas Gerais do Programa Nacional de
Suplementação de Vitamina A. 1ª ed. Brasília, 2013

PAIVA, A. A.; RONDÓ, P. H. C.; GONÇALVES-CARVALHO, C. M. R.; ILLISON, V. K.;


PEREIRA, J. A.;VAZ-DE-LIMA, L. R. A.; OLIVEIRA, C. A.; UEDA, M. BERGAMASCHI,
D. P. Prevalência de deficiência de vitamina A e fatores associados em pré-escolares
de Teresina, Piauí, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, n. 9, p. 1979–1987,
set. 2006.
PELOSI, M. S.; AZEVEDO-MELEIRO, C. H. DE. Produção de massa de tomate com
maior conteúdo de pró-vitamina A: avaliação microbiológica, físico-química e
sensorial. Revista Ceres, v. 61, n. 6, p. 891–899, dez. 2014.
25

SANTOS, L. M. P.; ASSIS, A. M. O.; MARTINS, M. C.; ARAÚJO, M. P. N.; MORRIS,


S. S.; BARRETO, M. L. Situação nutricional e alimentar de pré-escolares no semi-
árido da Bahia (Brasil): II Hipovitaminose A. Revista de Saúde Pública, v. 30, n. 1, p.
67–74, fev. 1996.
SOUZA, W. A. DE; VILAS BOAS, O. M. G. DA C. A deficiência de vitamina A no Brasil:
um panorama. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 12, n. 3, p. 173–179, set.
2002.
WEST, K. P. Vitamin A DeficiencyDisorders in ChildrenandWomen. p. 13, 2003.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Nutrition for Health and Development:
A global agenda for combating malnutrition. Progress Report. France: WHO; 2000.
26

ANEXOS

ANEXO A – Formulário / Dados de Pré Intervenção

BLOCO A – IDENTIFICAÇÃO
1 Identificação da criança (código): ID | | | | |
Nome completo da criança participante:
2
NOME
Iniciais:
INICIAIS | | | || | |
3 Data da entrevista (dd/mm/aa): DATAENTR / /
4 Entrevistador: ENTR | | | | | ||
Centro de Educação Infantil (CMEI): CMEI | |
5 AGRUPAM | | | |
Agrupamento (sala do aluno):
6 Horário de início da entrevista: he minutos
Quem respondeu o questionário? (Parentesco com a criança)
7 1 Mãe biológica 2 Mãe adotiva 3 Pai 4 Irmã(o) 5 Avó(ô) QRESPQ | |
6 Tia(o) 7 vizinha 8 cuidadora 9 Outro(especificar):

8 Nome da mãe:
O(a) NOME DA CRIANÇA mora com a mãe biológica?
9 1 Sim 2 Não MRMAEBIO| |

Telefones: Casa | |__| | | | | | | Trabalho | | | | || | | | |__|


Recados| | | | || | | | | | Contato _
10 Celular | | | | || | | | | | Whatsapp: | | | | || | | | |__|
Outros | | | | || | | | | | Número de celulares na residência? | |__|
E-mail:
Endereço
Rua: N°
11 Complemento __
Bairro: __ CEP: ENDEREÇO | | | |
Cidade:
Ponto de referência:
12 Data de nascimento: / / (conferir no documento ou cartão da criança) DNCÇA | | | || | | |
Idade da criança no dia da entrevista (meses):
13 IDCÇA | | |

Qual o sexo da criança:


14 1 Feminino 2 Masculino SEXOCÇA| |

Qual a cor/raça do(a) NOME DA CRIANÇA?


15 1 Branco 2 Pardo 3 Negro 4 Indígena 5 Amarelo RÇCÇA| |

Qual a cor/raça do pai do(a) NOME DA CRIANÇA?


16 1 Branco 2 Pardo 3 Negro 4 Indígena 5 Amarelo RÇPAICÇA | |

Qual a cor/raça da mãe do(a) NOME DA CRIANÇA?


17 1 Branco 2 Pardo 3 Negro 4 Indígena 5 Amarelo RÇMAECÇA | |

O(a) NOME DA CRIANÇA frequenta creche/berçário ou escola infantil


18 TEMPCREC | | | | |
há quanto tempo? _ (meses)
27

Qual turno o(a) NOME DA CRIANÇA frequenta o CMEI


19 1 Integral 2 Matutino 3 Vespertino TURNO| |

20 Com qual idade o(a) NOME DA CRIANÇA entrou no CMEI? INICCMEI | | |


Qual a data de nascimento da mãe do (a) NOME DA CRIANÇA?
21 88 Não sabe DNMAE / /

22a
A mãe do(a) NOME DA CRIANÇA estuda/estudou?
ESTUDAMAE | |
1 Sim 2 Não
Até que série a mãe do(a) NOME DA CRIANÇA estudou/estuda?
série (especificar a série)
22b
Curso superior anos Pós-graduação anos
EMAE| | |
88 Não sabe
anos completos estudados (Fazer a conversão para
anos completos).
23
Onde cursou a maior parte dos estudos?
TIPOESCOLAMAE | |
1 Escola pública 2 Escola particular 3 Ambas
A mãe do(a) NOME DA CRIANÇA estuda/estudou?
24a ESTUDAPAI | |
1 Sim 2 Não
Até que série o pai do(a) NOME DA CRIANÇA estudou/estuda?
série/ano
24b EPAI | | |
anos completos (Fazer a conversão para anos
completos), completar posteriormente. 88 Não sabe
Onde cursou a maior parte dos estudos?
25 1 Escola pública 2 Escola particular 3 Ambas TIPOESCOLAPAI | |

BLOCO B – DADOS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRAFICOS


LEIA PARA O ENTREVISTADO: Agora vou fazer algumas perguntas sobre itens do seu domicílio para efeito de
classificação econômica. Todos os itens de eletroeletrônicos que vou citar devem estar funcionando, incluindo
os que estão guardados. Caso não estejam funcionando, considere apenas se tiver intenção de
consertar ou repor nos próximos 6 meses. Se algum bem estiver emprestado no momento, desconsiderá-lo.
Quem é o chefe de família?
26 1 Mãe da criança 2 Pai da criança 3 Avós/Tios CHEFEFAM | |
4 Outro. Qual?

Quantidade
No domicílio tem...
(Ler opções) Não 1 2 3 4
possui ou+
Banheiros 0 3 7 10 14
Empregado(a) doméstico(a) 0 3 7 10 13
Automóvel 0 3 5 8 11
Microcomputador 0 3 6 8 11
Lava louça 0 3 6 6 6
Geladeira 0 2 3 5 5
Freezer 0 2 4 6 6
Lava roupas 0 2 4 6 6
DVD 0 1 3 4 6
27 Micro-ondas 0 2 4 4 4
Motocicleta (desconsiderar se utilizada CLASSE| | |
exclusivamente para trabalho) 0 1 3 3 3
Secadora de roupas 0 2 2 2 2
28

Qual o grau de escolaridade do chefe da família e acesso a serviços


públicos? (chefe da família é a pessoal que possui a maior renda).
( ) Analfabeto/ fundamenta I incompleto (0)
( ) Fundamental I completo/ fundamental II incompleto (1)
( ) Fundamental II completo/ médio incompleto (2)
( ) Médio completo/ superior incompleto (4)
( ) Superior completo (7)
Serviços públicos
( ) Água encanada. Não (0) Sim (4) Obs. Somar os
( ) Rua pavimentada Não (0) Sim (2)
Pontuação da família: pontos.
pontos e anotar

28 Possui televisão? 1 Sim 2 Não TV | |


Caso NÃO, possui luz elétrica? 1 Sim 2 Não LUZ | |

29 Possui TV a cabo? 1 Sim 2 Não 88 Não sabe TVACABO | |

30 Possui acesso a WIFI em casa? 1 Sim 2 Não 88 Não sabe WIFI | |

31 Possui bicicleta? 1 Sim 2 Não BICICLET | |

32 Possui linha de telefone fixo? 1 Sim 2 Não FONEFIXO | |

33 Considerando todos os que contribuem para a renda da casa, qual é o valor RENDA
da renda total da família (em reais)? | | || | |
34 Quantas pessoas dependem dessa renda? (incluir as crianças)
pessoas DEPENDEN | | |

35 Contando com você, excluindo empregados que trabalham na sua residência e


pessoas que alugam quartos, quantas pessoas moram na sua residência, NRESIDEN| | |
inclusive as crianças? residentes
36 Das crianças que residem na sua casa quantas tem menos de 5 anos de
idade. crianças. MENCINCO | |

Atualmente a família recebe alguma ajuda do governo ou de outra instituição


37 (Igreja, Associações, OVG, Centro Espírita...)? BENEF | |
1 Sim 2 Não
Caso sim, recebe o Bolsa Família?
38 1 Sim 2 Não 99 Não se aplica BOLFAM | |
SE SIM, quanto? (em reais). VALOR | | || |

A responsável/mãe do(a) NOME DA CRIANÇA trabalha ou trabalhou fora nos


últimos doze meses (ultimo ano)?
39 1 Sim 2 Não 3 Sim, em casa, para fora 4 Estudante TRABMAE| |
CASO NÃO, PULE PARA QUESTAO 42.
Caso sim, quantos meses no último ano você/a mãe trabalhou fora?
40 meses (se a resposta for em anos, converter para meses) TRABMES| | |
99 Não se aplica
Quantos dias por semana você/a mãe trabalha ou trabalhou fora?
41 TRABSEM | |
dias 99 Não se aplica

Qual o tipo de trabalho (profissão/ocupação) do responsável/mãe do(a) NOME


DA CRIANÇA?
42 TIPOTRAB| | |
1 Dona de casa 2 Trabalha fora 3 Trabalho remunerado em casa
88 Não sabe 99 Não se aplica
29

43 O tipo de moradia é?
1 Própria 2 Cedida 3 Alugada 4 Financiada 5 Invasão TIPMORAD | |
6 Outro. Qual?
O tipo de domicilio é:
44 1 Alvenaria (acabamento completo) 2 Alvenaria (acabamento incompleto) TIPDOM | |
3 Outro. Qual?

Quantos cômodos são utilizados para dormir no seu


45 domicílio: NCOMDOR | | |

Como é feito o abastecimento de água dessa residência:


46 1 Abastecimento público 2 Poço 3 Cisterna ABASAGU| |
4 Outro(s).Qual(is)?
A água para beber recebe algum tratamento? Qual?
1 Torneira 2 Fervida 3 Filtrada
47 AGUABB| | |
4 Mineral 5 Clorada 6 Não recebe tratamento
88 Não sabe.
Qual o destino do lixo da casa?
48 1 Coletado por serviço de limpeza 2 Queimado ou enterrado LIXO | |
3 Colocado em céu aberto 4 Outro. Qual?
49 Para onde vai o esgoto da casa? ESGOTO | |

BLOCO D - DADOS DA CRIANÇA


Qual o peso ao nascer do(a) NOME DA CRIANÇA? gramas PESONASC | | | | |
67 1 Cartão da criança 2 Informado 88 Não sabe INFOPESO | |
(olhar pag. 39 do cartão da criança)
Qual o comprimento ao nascer do(a) NOME DA CRIANÇA? COMPNASC | || |
68 1 Cartão da criança 2 Informado 88 Não sabe
(olhar pag. 39 do cartão da criança)
INFOCOMPRI | |
Qual foi o Apgar do(a) NOME DA CRIANÇA?
Apgar 1’ Apgar 5’ APGAR1 | | |
69 1 Cartão da criança 2 Informado 88 Não sabe APGAR5 | | |
INFOAPGAR | | |
(olhar pag. 39 do cartão da criança)

O(a) NOME DA CRIANÇA recebeu a Megadose de Vitamina A?


1 Sim 2 Não 88 Não sabe Data: / / MGDSVITA | | |
(Pág. 83 registro da suplementação ou Pág. 85 Campanhas)
70 Caso sim, quantas megadose de vitamina A o(a) NOME DA CRIANÇA_ NMGDSVTA | | |
recebeu?
Qual a data da última megadose de vitamina A? ULTMGDS| | || |

O(a) NOME DA CRIANÇA_ é alérgico à algum medicamento?


71 1 Sim, Qual? ALERGMED | | |
2 Não 88 Não sabe

O(a) NOME DA CRIANÇA está com perda de apetite?


72 1 Sim 2 Não 88 Não sabe APETIT| | |

O(a) NOME DA CRIANÇA está com perversão do apetite (comer terra,


73 tijolo, telha, areia...)? PERVERSÃO| | |
1 Sim 2 Não 88 Não sabe
O(a) NOME DA CRIANÇA tomou ou toma algum suplemento de vitamina D? SUPLVITD| || |
1 Sim 2 Não 3 Não lembra 88 Não sabe
74 Caso SIM:
Tomou. Qual? Por quanto tempo (em meses)? QUALVITD | || | || |
Toma. Qual? Há quanto tempo (em meses)? TEMPOVITD| || || || |
O(a) NOME DA CRIANÇA tem exposição solar diária suficiente (Mínimo de 10 a
15 minutos por dia entre as 9:00 e 14:00 horas)?
1 Sim 2 Não EXPSOLAR| || |
75 3 Às vezes, qual frequência semanal?
FILTROSOL| || |
Caso SIM, usa filtro solar durante a exposição solar?
1 Sim 2 Não 88 Não sabe
76 O(a) NOME DA CRIANÇA tem ou já teve alguma queixa de audição? QUEIXAUD| || |
30

ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
Rua 227, Quadra 68, s/nº, Setor Leste Universitário, CEP: 74 605-080, Goiânia-GO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Sr (a) Pai/Mãe ou Responsável,


Seu filho (a) está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), da pesquisa intitulada
“Comparação do NutriSUS com suplementação medicamentosa em crianças na educação
infantil: um ensaio clínico randomizado”. Meu nome é Maria Claret Costa Monteiro Hadler,
sou a pesquisadora responsável e minha área de atuação é Deficiência de Micronutrientes
em Crianças. Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, se você aceitar que
seu filho (a) faça parte do estudo, assine ao final deste documento e, dê um visto em todas
as páginas. O documento está impresso em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra
pertence ao (à) pesquisador(a) responsável. Esclareço que em caso de recusa na participação
você não será penalizado(a) de forma alguma. Mas se aceitar participar, as dúvidas sobre a
pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s) pesquisador(es) responsável(is), via e-mail
clarethadler@uol.com.br e, inclusive, sob forma de ligação a cobrar, por meio do(s)
seguinte(s) contato(s) telefônico(s): (62) 3209 -6270/ (62) 98261-1506. Ao persistirem as
dúvidas sobre os seus direitos como participante desta pesquisa, você também poderá fazer
contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, pelo telefone
(62)3521-1215, de segunda à sexta feira das 09:00 às 17:00hs, que fica localizado na Pró-
Reitoria de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Goiás, Prédio da Reitoria, Piso 1,
Campus II (Samambaia). CEP: 74001-970, Goiânia, Goiás, Brasil.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA

Objetivo da pesquisa: o objetivo dessa pesquisa é verificar os efeitos da estratégia NutriSUS,


um programa do governo federal que fornece fortificação com um sachê de micronutrientes
em pó na alimentação das crianças que frequentam os CMEIs participantes do Programa
Saúde na Escola (PSE) de Goiânia. Queremos saber se esse Programa é efetivo quanto a
prevenção e tratamento da deficiência de alguns micronutrientes importantes para crianças.
Condução do estudo: Se o Sr (a) concordar com a participação do seu filho (a) na pesquisa,
31

iremos investigar se ele (a) tem ou não anemia e será feita uma escolha ao acaso (aleatória)
entre as crianças elegidas para participar, para decidir quais delas continuarão recebendo o
sachê de micronutrientes, adicionado às refeições da creche, e quais deles receberão o
medicamento. O medicamento utilizado será o sulfato ferroso e o ácido fólico, que são
importantes micronutrientes para a saúde das crianças e, quando deficientes podem levar à
anemia, que tem graves consequências. A dosagem do medicamento será definida após
sabermos se seu filho tem anemia ou não. Se ele apresentar anemia poderá receber o
medicamento em dose de tratamento ou o sachê de micronutrientes. Caso ele não apresente
anemia poderá receber o medicamento em dose preventiva ou o sachê de micronutrientes.
O grupo ao qual ele pertencerá será definido por sorteio em programa de computador. Será
necessário coletar sangue de uma veia de seu filho (a) para a realização dos exames de
sangue. Riscos: Os procedimentos de avaliação nutricional trazem riscos mínimos para a
saúde da criança como desconforto ao pesar e medir e dor durante a coleta de sangue. Tanto
o sachê de micronutrientes como o sulfato ferroso/ácido fólico, se consumidos em dosagem
adequada, conforme o protocolo desta pesquisa, não oferecem riscos à saúde. Podem
ocorrer alguns sintomas gastrointestinais transitórios como intestino preso ou diarreia.
Poderá ocorrer desconforto ou dor no local da picada de agulha, no momento da coleta de
sangue. Mas, para minimização desse desconforto e minimização do risco a coleta será
realizada por profissional capacitado. Porém, se houver grande incômodo e/ou
constrangimento você poderá suspender a participação do seu (a) filho (a) a qualquer
momento. Também será necessário que você responda algumas perguntas com dados sobre
o nascimento, desenvolvimento e alimentação do seu filho, bem como alguns dados sobre as
condições de vida da família. Benefícios: Essa pesquisa permitirá que os pesquisadores
conheçam os benefícios do uso do sachê de micronutrientes na prevenção e no tratamento
da anemia e outras deficiências em crianças. A participação do seu filho (a) é importante para
que no futuro possamos melhorar a saúde daqueles que, assim como ele, frequentem os
CMEIs. Como benefício da participação do seu filho (a) nesta pesquisa, você terá acesso ao
resultado de sua avaliação nutricional, seus exames de sangue e, se houver qualquer
problema de saúde além da anemia identificado nas outras avaliações ele (a) será
encaminhado (a) para assistência adequada na rede de atenção à saúde do município.
Pagamento: Não haverá nenhum tipo de pagamento ou gratificação financeira pela
participação de seu (a) filho (a) na pesquisa. Direito de indenização: Em caso de danos
decorrentes da participação de seu (a) filho (a) na pesquisa, e devidamente apurados, ele (a)
terá direito de ressarcimento, conforme normas do Conselho Nacional de Saúde (Resolução
466/2012). Período de participação na pesquisa: A participação de seu (a) filho (a) na
pesquisa terá duração de aproximadamente quatro meses ao todo. Garantia de
esclarecimento, liberdade de recusa e garantia de sigilo: Você será esclarecido(a) sobre a
pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar a participação de seu
(a) filho (a), retirar seu consentimento ou interromper a participação dele (a) a qualquer
momento. A participação dele (a) é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar
qualquer penalidade ou perda de benefícios. Os pesquisadores irão tratar com sigilo
profissional sua identidade e de seu (a) filho (a) nesta pesquisa. Ele (a) não será identificado(a)
em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Os dados ou o material que indique
a participação dele (a) não serão liberados a terceiros sem a sua permissão. Utilização dos
dados para estudos futuros: Os dados coletados serão utilizados para esta pesquisa e serão
armazenados em local seguro. Caso ocorra a utilização desses dados em estudos futuros, o
projeto de pesquisa será submetido para nova análise de um Comitê de Ética em Pesquisa.
Caso a verba para a pesquisa não seja suficiente para a realização de todos os exames, o soro
poderá ser congelado para avaliação futura. O TCLE terá suas páginas rubricadas por ambas
32

as partes (participante da pesquisa e pesquisador), como previsto pela Carta Circular n°


003/2011 CONEP/CNS e Resolução 466/2012.
A participação do seu (a) filho (a) é muito importante para que os profissionais de saúde e os
gestores da estratégia NutriSUS possam conhecer e entender melhor a efetividade dessa
política pública e, assim, garantir melhor controle da anemia e outras deficiências de
nutrientes no Brasil. Em caso de dúvidas sobre os seus direitos, entrar em contato com o
Comitê de Ética da Universidade Federal de Goiás- UFG, pelo telefone: (62) 3521-1215. Em
caso de algum problema ou dúvida, favor entrar em contato com a pesquisadora responsável,
Maria Claret Costa Monteiro Hadler (62) 98261-1506

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO DA PESQUISA

Eu,________________________________________________________________, RG
nº______________, Nº prontuário _____________, abaixo assinado, concordo em participar
da pesquisa, COMPARAÇÃO DO NUTRISUS COM SUPLEMENTAÇÃO MEDICAMENTOSA EM
CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO, sob a
responsabilidade da pesquisadora Profª Drª Maria Claret Costa Monteiro Hadler. Fui
devidamente informado e esclarecido pelas pesquisadoras sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de
minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer
momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu
acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e Data: ___________________________________________________________
Nome e Assinatura do participante ou responsável:
Nome:________________________________________________________________
Assinatura:_____________________________________________________________
Assinatura datiloscópica:

Nome e assinatura do pesquisador responsável:


Nome:_____________________________
Assinatura:________________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimento sobre a pesquisa e aceite do


participante da pesquisa. Nome e assinatura das testemunhas (não vinculadas à pesquisa):
Nome:_____________________________
Assinatura:________________________________
33

Nome:_____________________________
Assinatura:________________________________

ANEXO C – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

Você também pode gostar