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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO
NATAL
2016.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO
NATAL
2016.1
GELSON PAULO FERNANDES
Aprovação em____de___________________de________
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
_______________________________________________
(Professor Fabrício Lira)
Professor Co-orientador – UFRN
_______________________________________________
Professor – UFRN
_______________________________________________
Arquiteto convidado
“Tudo tem o seu tempo determinado, e
Há tempo para todo propósito debaixo do céu.” (Rei Salomão, Ec. 3:1).
AGRADECIMENTOS
Motivos para agradecer não faltam quando vejo que se conclui uma etapa na
caminhada da vida e, assim, marca o início de outras segundo os muitos benefícios
que de Deus recebemos. A Ele, a minha maior e mais profunda gratidão por tudo,
tanto pelos bons como pelos “maus” momentos durante e em cada fase desta
caminhada, pois me proporcionaram amadurecimento. Eu já sabia, mas Ele me
mostrou na prática, que nada foge do seu controle e que o que Ele fala Ele cumpre
no tempo que o determinou, pois conhece todas as coisas.
Agradeço eternamente aos meus familiares, principalmente, aos meus pais e
irmãos pelo suporte e encorajamento durante todos esses anos, apesar de
fisicamente distantes, próximos em tudo. Conhecemos os desafios pelos quais
passamos nesses anos e podemos testemunhar a vitória vinda de Deus em meio a
tantas dificuldades. Muito obrigado pai, mãe, irmão, irmã e irmã. Estou chegando!!!
Não poderia deixar de agradecer aos governos cabo-verdiano e brasileiro
pela oportunidade que me concederam nesse convênio estudantil entre ambos os
países e, pelas muitas experiências que me proporcionaram nesse período. A todos
que fazem parte dessa realização um especial agradecimento. Aos meus
orientadores não tenho palavras para agradecer tamanho esforço e dedicação para
tornar real essa conquista. Sou profundamente grato pelas correções, repreensões,
ensino e paciência... motivos de agradecimentos não teriam fim. Grato a vocês e aos
que sabem que foram igualmente muito importantes, principalmente nesta fase final.
Aos amigos e colegas de casa, curso, grupos que aqui tive a oportunidade de
ter e conhecer, também manifesto a minha sincera gratidão pelas diferentes
experiências que me proporcionaram, cada um do seu jeito, no entanto trazendo
contribuições únicas e muito enriquecedoras.
Por fim, e nem um pouco menos importante, agradeço a Deus por um dos
maiores presentes que me deu aqui nesta terra, a minha amada noiva, com a qual
temos promessas de Deus e que juntos trilharemos o resto do tempo e das coisas
que Deus nos tem preparado, em nome de Jesus. Sem esquecer, é claro, da minha
futura sogra que tem sido uma mãe para mim nesta nação.
A todos, sem exceção, um imenso e profundo agradecimento por cada
momento.
RESUMO
Natal, como parte de um dos estados com maior índice de déficit habitacional
do país (quer por falta de moradias ou da qualidade das existentes), carece de
soluções que reduzam esse índice de modo exemplar, isto é, atendendo aos
quesitos do conceito de moradia adequada. Por isso, neste trabalho propôs-se o uso
de um terreno abandonado na cidade que poderia ser usada para reduzir esse
índice além de tratar e recuperar tal parcela para uso de sua população. Sendo
assim, propôs-se um anteprojeto de habitação de interesse social baseando-se em
trabalhar espaços de usos diversos que contribuíssem e atendessem o usuário final
nas suas atividades básicas e de direito, proporcionando-o melhores condições de
moradia. Este foco norteou todas as demais fases do objetivo de propor um
anteprojeto de habitação de interesse social. Para tal, se fez estudos de caso de
projetos relacionados ao tema, definiu-se o lugar de intervenção que trabalhasse
aspetos do conceito, além de análises relacionadas à região da proposta como
também dos usuários finais. Feito isso, pôde-se propor calçada (antes, praticamente
inexistente) larga e sombreada para os edifícios no entorno do terreno, novas vias e
mais largas e sombreadas. Alinhou-se os edifícios propostos aos limites do terreno
proporcionando uma área de interação no pátio proposto, dividido em duas partes:
pátio central localizado entre as unidades habitacionais e pátio multi-uso situado
entre os dois setores definidos como setor de serviço e comércio. Criaram-se áreas
para estacionamento ao longo da distribuição do bloco habitacional por onde foi
utilizado barreira vegetal, árvores, como uma das estratégias de conforto ambiental
para os usuários. Assim, a parte central de todo o terreno se conecta com as faixas
elevadas que ligam o entorno com esta área central estabelecendo essa conexão
em toda a extensão do terreno propiciando um ambiente diverso, amplo, sombreado
e agradável às pessoas.
Natal, as part of one of the states with the highest housing deficit rate in the
country (or lack of housing or the quality of existing ones), lacks solutions to reduce
this exemplary way rate, ie, meeting the housing concept questions proper.
Therefore, this work proposes the use of land abandoned in the city that could be
used to reduce this index as well as treat and recover that portion for use of its
population. Thus, it was proposed a social housing bill based on work spaces for
different uses that met the end user in their basic activities and law, providing the
best living conditions. This focus has guided all the other phases of the objective of
proposing a draft of social housing. To this end, it became project case studies
related to the subject, defined the place of intervention that works concept aspects,
and analyzes related to the area of the proposal as well as end users.
That done, it could be proposed sidewalk ( before nonexistent ) wide and shaded to
the buildings surrounding the land , new roads and wider and shaded . He lined up
the proposed buildings to the ground limits providing an interaction area in the
proposed patio , divided into two parts : central courtyard located between the
housing units and multi-use courtyard situated between the two sectors defined as
service sector and trade. They were created areas for parking along the distribution
of the housing block where it was used vegetable barrier , trees, as one of the
environmental comfort strategies for users . Thus , the central part of the whole land
connects with elevated tracks that connect the surroundings with this central area
establishing this connection throughout the length of the land providing a diverse,
broad , shaded and pleasant to people
INTRODUÇÃO....................................................................................................................................16
Conceito adotado para “Moradia Adequada” ....................................................................................19
I – Estudos de Casos ..........................................................................................................................23
Caso 1: Edifício residencial em Carabanchel / Amann-Canovas-Maruri ..........................................23
Caso 2: Residencial Diogo Pires (São Paulo) ...................................................................................26
Caso 3: Projeto do Escritório 24.7 (São Paulo) ...............................................................................36
II - Definição do terreno ....................................................................................................................49
Contexto histórico, social e cultural do bairro Santos Reis .............................................................53
III - Estudo do terreno e seu entorno .................................................................................................57
IV - Definição do público alvo ............................................................................................................75
V - Definição do programa de necessidades ......................................................................................77
VI - Esquematização dos estudos preliminares ..................................................................................81
Conceito/Partido Urbanístico e Arquitetônico e implantação ........................................................81
Zoneamento .................................................................................................................................96
VII - Elaboração do anteprojeto. ......................................................................................................100
Estudos preliminares de insolação e ventilação no desenvolvimento da proposta .......................100
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................................126
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................128
ANEXOS ..........................................................................................................................................132
16
INTRODUÇÃO
1
Entende-se por déficit habitacional (conceito adotado pela Fundação João Pinheiro) os
domicílios que apresentam pelo menos um dos quatro componentes que assim os caracterizam, a
saber: precariedade (domicílios rústicos ou improvisados); coabitação (pelo menos duas famílias
morando no mesmo domicílio); adensamento excessivo (uso de um dormitório por mais de três
pessoas), e ônus excessivo de aluguel (quando mais de 30% da renda familiar é destinada ao
pagamento do aluguel).
17
O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), como uma das ferramentas
adotadas na política habitacional, com o objetivo de reduzir esse índice do déficit
habitacional do país, tem trabalhado nesse âmbito, porém, os esforços ainda não
satisfazem a demanda da sociedade brasileira. Segundo o estudo realizado pela
FGV, o PMCMV só conseguiu reduzir cerca de 8% do déficit habitacional desde
2009 (ano que foi criado) até 2014. Em 2009, a carência era de 5,7 milhões de
moradias e baixou para 5,2 milhões de moradias até o ano 2014, isso num contexto
em que para atender a demanda já existente e de alguns anos posteriores,
aproximadamente nove anos, seria necessário que o PMCMV entregasse 1,1 milhão
de habitações por ano. Uma vez que o Programa não atende a essa demanda é de
se imaginar que suprir tal necessidade e garantir uma boa qualidade das habitações
se torna um grande desafio. Diante desse quadro, a problemática da habitação
tende a ser solucionada com alguns défices no que se refere a atender o direito de
moradia adequada.
A qualidade numa intervenção urbana demanda tempo, esforço intelectual e
financeiro; elementos que, por vezes, não são tidos como prioritários em programas
sociais ou pelo mercado imobiliário. Raras são as exceções e este panorama é
encontrado em diversas cidades brasileiras, incluindo a cidade de Natal. Assim, um
dos maiores problemas que impedem que construções de cunho social,
principalmente para as classes mais carentes (população com renda familiar de até
03 salários mínimos), sejam de boa qualidade, é a falta de disponibilização de
recursos. Para tal e, também, na grande maioria das vezes, o interesse sobre essas
parcelas da população em específico não visa, prioritariamente, melhorar suas
condições de vida. Além da falta de visão social por parte dos intervenientes (poder
público e/ou privado) em criar uma cidade melhor nas suas intervenções
urbanísticas e produções arquitetônicas de modo a garantir o direito das pessoas no
que diz respeito à habitação.
Nota-se que, toda pessoa tem, entre os vários direitos, que asseguram o seu
bem estar e de sua família, o direito à habitação, que segundo suas diversas
necessidades (cuidados médicos, serviços sociais indispensáveis...) se entende
como direito à moradia adequada.
Fonte: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-office/single-
view/news/por_uma_cultura_de_direitos_humanos#.Vlew5XarTIW, acesso em 19/08/15
foco deste trabalho, mas sim uma proposta arquitetônica (a nível de anteprojeto)
que, dentro de seus limites de intervenção, contribua na proposta de moradia
adequada.
Visando este foco, proposta arquitetônica de moradia adequada, deu-se
sequência á estrutura do trabalho dividida em sete partes que constroem o exercício
em questão: I - Conceito Moradia Adequada / Estudos de Casos, II- Definição do
terreno, III - Estudo do terreno e do entorno/Legislação incidente, IV - Definição do
público alvo, V - Definição do programa de necessidades, VI- Esquematização dos
estudos preliminares, VII- Elaboração do anteprojeto, segundo mencionado no texto
introdutório deste trabalho, iniciando pelos Estudos de Casos.
23
I – Estudos de Casos
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-24049/edificio-residencial-em-carabanchel-amann-canovas-
maruri/24049_24083, acessado em 01/11/14
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-24049/edificio-residencial-em-carabanchel-amann-canovas-
maruri/24049_24083, acessado em 01/11/14
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Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-24049/edificio-residencial-em-carabanchel-amann-canovas-
maruri/24049_24083, acessado em 01/11/14
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15 (editado pelo autor)
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Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
30
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15 (editada)
Desta forma, se fez a distribuição dos volumes, dos acessos, das áreas
públicas e privadas de modo que se definam os diferentes tipos de uso.
31
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
32
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
A grande maioria dos níveis das lâminas do edifício são preenchidos por
unidades habitacionais. Tanto que, alguns são exclusivamente habitacionais como
se pode ver no nível 736,60 (imagem à direita da Fig.11) por exemplo,
diferentemente do caso do nível 733,88 (imagem à esquerda da Fig.11) que tem um
espaço conectivo – sala de estudo.
Para o objetivo desta análise não se faz necessário o estudo específico de
cada pavimento uma vez que o foco é perceber como se faz a relação público
privado e a distribuição dos diversos tipos de uso. Porém, para um entendimento
33
básico segue um pequeno esquema das áreas em todo o volume do edifício (Fig.
12).
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15 (editada pelo autor)
Fizeram uso de uma praça (Fig.13) junto ao corpo principal do edifício que
articula os espaços coletivos e os diversos usos como comércio, serviços e
atividades comunitárias (como é o caso da sala de estudo e concentração)
alternando o domínio, ora público ora privado.
34
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
Ainda, junto a esta praça foi criada um espaço de contemplação (outra praça
ou uma grande varanda) que fica elevada num nível que permite aos usuários
desfrutarem da: vista para o pátio interno do edifício e vice-versa, como para a praça
no nível térreo e, ainda, para a cidade, fazendo assim o contato entre o espaço
público e o privado.
35
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
Fonte: http://www.boldarini.com.br/projetos/residencial-diogo-pires/
acesso em 01/09/15
36
Vale ressaltar que esse projeto também foi uma proposta de uso de habitação
de interesse social numa Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) com usos
diversos (residencial, comercial e comunitário).
Figura 16 - Volumetria/Fachada
Figura 17 - Volumetria
Figura 20 – Implantação
Fonte:http://www.247arquitetura.com.br/portfolio/habitacao-para-todos/,
Fonte:http://www.247arquitetura.com.br/portfolio/habitacao-para-todos/,
Figura 23 - Identidade por cores e/ou materiais nas fachadas das U.H
se refere à redução de custos da família com a alimentação, uma vez que produz
alguns alimentos para consumo próprio.
Fonte:http://www.247arquitetura.com.br/portfolio/habitacao-para-todos/,
acesso em 01/11/14 (edição do autor)
Apesar de se focar apenas nesses três casos, outros estudos foram feitos no
processo da pesquisa de referenciais de habitação de interesse social. A título de
alguns exemplos: o projeto de “La Valentina Sacramento, em São Francisco,
Califórnia”, o projeto Tetris Apartments, Ljubljana na Eslovênia, assim como vários
projetos vencedores de concursos e com menção honrosa, no país. Estudos esses
que foram feitos na altura da elaboração do plano de trabalho mas, por motivos de
objetividade e evitar repetições não foram anexados no exercício final.
No entanto, com o objetivo de servir de referência para as soluções adotadas
neste trabalho, segue um resumo de todos os pontos mais importantes para este
exercício, dentro dos três estudos de casos feitos.
Feitos essas breves análises de conceito de moradia adequada e estudos de
casos de habitações de interesse social que visam o foco do conceito referido,
começou-se o exercício proposto neste trabalho: produção de um anteprojeto
arquitetônico de habitação de interesse social visando o conceito de moradia
adequada.
48
- Criação de espaço interno comum - Pátio central e verde: possibilidade - Espaço de continuidade visual
às unidades habitacionais; de criar microclima melhorando o com a natureza (jardim);
conforto térmico entre as unidades
- Provocar no usário a sensação de habitacionais;
espaços mais amplos.
Caso 1
- Alinhamento com o contorno do - Definição das áreas de circulação - Áreas de conexão: relação público
terreno: gera proximidade com a para pedestre e veículos; – privado;
vizinhança e cria área central (pátio)
que possibilita interação entre - Distribuição e diversidade dos tipos
moradores e vizinhança; de uso;
Caso 2
II - Definição do terreno
Juntamente a estes pontos soma-se o fato de que, usar uma área no centro
urbano para a população com menos poder aquisitivo trabalha a inclusão social dos
mesmos e, possibilitando-lhes ser atendidos nos seus direitos.
Segue a figura (28) apresentando o terreno escolhido (limitada na cor
vermelho):
pelo Ministério Público Federal através da Ação Civil Pública nº 92.3259-1, contra a
Petrobras Distribuidora S/A, União, Estado do Rio Grande do Norte. O Município de
Natal também exigiu que se retirassem essas instalações do terreno que, por
consequência, levou a empresa a transferir essa atividade para o polo de Guamaré,
fazendo assim, retornar a guarda do terreno à Secretaria do Patrimônio da União
(SPU) para novas destinações.
Focando em Santos Reis e para não divergir tanto neste exercício analisando
também a história desse outro bairro, considerou-se apenas parte envolvente deste,
no que diz respeito às questões social e cultural a fim de tentar atender as
necessidades da população no entorno imediato do terreno escolhido.
A partir desta fase, a análise foi feita dividindo-se em três escalas: macro,
(Bairro), média (Terreno escolhido e seu entorno) e a escala micro (Unidades
Habitacionais e equipamentos de apoio).
Fatores históricos
Neste sentido, foi feito uma das análises da escala macro com o objetivo de
conhecer as principais vias e, como se podem fazer conexões destas com as que
dão acesso direto ao terreno (Fig.31).
Figura 31 - Análise das vias nos bairros mencionados com relação ao terreno escolhido
Uma Intervenção se faz ou deve ser feito, pensando naqueles que vivem a
cidade, pois esta população é parte constituinte da sociedade e tradições. Sendo
assim, com foco nas atividades dos usuários da cidade, especificamente bairro de
Santos Reis fez-se oportuno, tratar de uma das tradições/cultura da festa
comemorada no dia 6 de janeiro, a festa dos Santos Reis. Trata-se de uma
homenagem aos santos, Gaspar, Belchior e Baltazar, padroeiros do bairro a qual é
recheada de atividades como: missas, procissão, novenas, apresentação de grupos
folclóricos, shows com bandas locais, além de barracas com bebidas e comidas
típicas.
Esse evento é uma tradição cultural que não pode ser ignorado nessa
proposta, pois se trata de uma importante manifestação sociocultural realizada
nessa região pela população. Porém, espaços impróprios como a área frontal da
igreja católica local e vias mais largas são utilizados como um dos palcos dessas
manifestações conforme se pode observar em algumas imagens (Figuras 32 e 33) a
seguir:
56
Figura 32 - Vista de cima da igreja para um dos Figura 33 - Apresentação Cultural na Festa de
palcos da festa dos Santos Reis
Uma vez que já existem grupos organizados para realizar essas festas,
provavelmente, existem necessidades de mais incentivo, inclusive, de espaços mais
adequados para, pelo menos, parte dessas manifestações. O que pode ser
verificado na Fig. 33 com o grupo que faz uma apresentação, onde aconteceu uma
“adequação” de espaço não para este fim para poder fazer uma apresentação
cultural. Esta situação levantaou a necessidade de conhecer mais especificamente
as atividades que acontecem nessa região de modo a melhorar o entendimento das
potencialidades e necessidades existentes na mesma, principalmente no entorno
imediato do terreno (com isso, aproximou-se da análise na escala intermediária –
terreno e entorno imediato).
Deste modo, a próxima etapa sai dessa escala macro para convergir para
uma escala mais próxima do terreno, a escala média, a referida área do terreno e do
seu entorno imediato.
57
uma realidade próxima e que precisa ser considerada com urgência, uma vez que tal
situação pode desencadear uma contaminação do terreno para a vegetação, animais
e pessoas, de forma direta ou indireta. A título de alguns exemplos específicos de
projetos implantados em áreas recuperadas tem-se: o projeto da Praça Vitor Civita,
localizada no bairro de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo, com aproximadamente
13.000 m2, projeto esse que, inclusive teve cooperação da Agência Alemã de
Cooperação Técnica. Além de usos do tipo, existem também vários exemplos de
áreas recuperadas e usadas para fins residências como são exemplos: o projeto The
Tango House, conjunto de prédios habitacionais na cidade sueca de Malmo, do
escritório norte americano Moore Ruble Yudell; ou ainda os exemplos nacionais, o
projeto residencial Jardim Park House da Brookfield Incorporações que fica no bairro
Jardim, Santo André, com mais de 12.000m2 e o projeto de torres comerciais da
WTorre Empreendimentos, localizado na Marginal Pinheiros, São Paulo.
Observadas as questões de legislação e situação ambiental a que se
enquadra o terreno escolhido, fez-se também um levantamento das atividades
realizadas no entorno do terreno. O mesmo foi realizado tendo por referência o Art. 2
da lei 4619/95, que fala da Área de Influencia Direta (AID) e da área de Influencia
Indireta (AII), para estipular o entorno imediato adotado neste exercício. Isto é, a
vizinhança abrangida no raio máximo de 400 metros a partir do centro geográfico do
terreno escolhido, conforme se pode verificar na Fig.34:
60
Uma vez quantificada cada atividade, analisou-se por mapas e tabelas, qual a
predominância das atividades desenvolvidas nesse entorno para cada tipo de uso
(comercial, serviço, instituição). Tal análise permitiu visualizar o preenchimento da
área por tipo de uso, além de facilitar uma leitura espacial desses edifícios em
relação ao terreno. Sendo assim, primeiramente apresenta-se o mapa do uso
específico (comércio, serviço ou instituição) e, na sequência, a tabela com a
identificação e quantificação das atividades específicas desenvolvidas no entorno.
Cada uso foi relacionado, em porcentagem, com o somatório dos demais usos no
entorno, porém, como já foi dito, excetuou-se do cálculo total dos edifícios no
entorno, os que são residenciais.
Feito isso, verificou-se quais são as atividades específicas predominantes, ou
seja, quais são as atividades mais exercidas na área estudada estipulando um
número mínimo de mais de 5 edifícios abrigando tal atividade, conforme se pode
verificar nas tabelas 2,3 e 4.
O objetivo do levantamento para o conhecimento da predominância de
atividades específicas no entorno do terreno não é enfatizado nesta etapa de estudo
do contexto do terreno, mas sim na etapa da elaboração do programa de
necessidades, abordado mais a frente.
.
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COMÉRCIO
ATIVIDADES Quantidade
Barzinho 15
Panificadora 5
Venda de bolo 2
Loja de surf 1
Mercadinho 10
Venda de material de construção 3
Pastelaria 1
Casa dos pescados 3
Venda de bebidas alcoólicas 2
Supermercado 3
Venda de picolé, pizza e doces 5
Posto de venda e preparo de frutos do mar 12
Drogaria 2
Lanchonete 7
Venda e entrega de água e gás 4
Confecção de produtos de construção 1
Loja de artigos de beleza 2
Padaria e conveniencia 1
Aluguel de mesas e cadeiras 1
Loja 9
Matadouro e açougue 3
Mercado público 1
Depósito de material de construção 1
Depósito/armazém 2
Depósito de sucata 1
Venda de comida para animais 2
SERVIÇO
ATIVIDADES Quantidade
Vídeo locadora lan house/impressão 2
Salina a vapor, massagens, bar solário, etc 1
Lavanderia 2
Lava jato 1
Conserto bolsa/sapatos 1
Sorveteria self-service 2
Aulas concurso 1
Costura 1
Oficina motociclo 1
Conserto e venda de peças de motociclo 2
Academia 1
66
Oficina de tatuagem 2
Salão de beleza/manicure 6
Conserto de geladeiras, ar-condicionado, etc 1
Centro de velório 1
Conserto de TV 1
Estúdio fotográfico 1
Papelaria, impressão, encadernação, xerox 1
Veterinário 1
Fábrica de gelo 1
Oficina uso de sucata 1
Posto de combustível 1
Conserto de relógio 1
Oficina mecânica 6
Quentinha 3
INSTITUIÇÃO
ATIVIDADES Quantidade
Associação dos Artesãos do Bairro das Rocas 1
G.B. Pescadores de Natal 1
Sede da Escola de Samba Balanço do Morro 1
Colônia dos Pescadores/Capela de São Pedro 1
Programa de Intercâmbio comunitário 1
Igreja 10
Sede Clube de Futebol 1
Escola 3
Centro de Educação e Cultura 1
Casa de caridade 1
terreno, ou seja, saber quais equipamentos públicos existem no entorno, uma vez
que os privados já foram analisados.
A distância do terreno até a quadra mais próxima são cerca de 193 metros,
até a praça mais próxima são cerca de 180 metros e até a segurança (bombeiros)
aproximadamente 340 metros.
72
Diante desse quadro e uma vez que se trata de habitação de interesse social,
considerou-se que o fator transporte pode encarecer e dificultar o acesso a esses
serviços. Apesar de não serem muito distantes (em linha reta), o deslocamento,
além de dispendioso, pode-se tornar desagradável para um morador pedestre,
principalmente pelas condições climáticas da cidade. Então, para facilitar o
deslocamento sem uso de transporte, para atividades corriqueiras como, por
exemplo, compra de alimentos, sugeriram-se os equipamentos de cunho comercial.
Outros equipamentos de uso serviço e lazer, também foram contemplados na
proposta visando criar proximidades com as diversas atividades no terreno.
Feitas as análises do terreno em relação ao bairro (escala macro) e em
relação ao seu entorno imediato (escala média) prosseguiu-se para a próxima etapa
da parte analítica deste trabalho, isto é, a escala micro (unidades habitacionais e
usos diversos). Nesta, se fez uma análise resumida do terreno em si mediante os
condicionantes analisados até agora, somado ás exigências dos instrumentos de
gestão urbana indispensáveis para o desenvolvimento do anteprojeto. Nesse
sentido, apresenta-se resumidamente, esses condicionantes considerados nesta
proposta: Recuo, permeabilidade, taxa de ocupação, potencial construtivo, gabarito,
acessibilidade, paisagismo.
Nesta etapa foi descrito e justificada a escolha do público alvo adotado neste
exercício cujo foco é desenvolver um anteprojeto de habitação de interesse social
visando o conceito de moradia adequada.
De antemão, é importante lembrar que é fundamental, conhecer o público
alvo nas suas particularidades a fim de lhes possibilitar espaços adequados à
realização de suas atividades em especifico. Através de diálogos com esses
usuários podem ser conhecidas as suas necessidades e, no âmbito do projeto,
proporcionar uma melhor inserção dos mesmos no contexto da cidade.
Neste sentido, definiu-se o público alvo considerando dois grupos: o primeiro
público é a vizinhança no entorno do terreno definida no raio de 400 metros e o
segundo público alvo são os moradores das unidades propriamente ditos.
Então, tratando-se primeiramente do público alvo no entorno do terreno, a
vizinhança, enfatizou-se no tipo de atividades que esta desenvolve na área, a fim de
conhecer o seu perfil, possibilitando que se proponham equipamentos que atendam
as suas demandas.
No que diz respeito ao público alvo, moradores das unidades habitacionais,
salienta-se que não se embasou em uma comunidade específica, a fim de conhecer
as suas peculiaridades e propor soluções arquitetônicas. O foco neste exercício é
trabalhar o conceito de moradia adequada nas habitações de interesse social,
apresentando a questão da diversidade de usos a que se deve possibilitar nessas
intervenções e não apenas habitação, que por sua vez revela grande carência no
município de Natal. Sendo assim, para este trabalho, de modo a contribuir na
redução do índice do déficit habitacional na cidade de Natal, o público alvo
(moradores das unidades habitacionais) se restringiu em apenas definir a
quantidade de usuários por unidade de habitação, ou seja, tipo de famílias, levando
em consideração o número de membros, para definir os cômodos da casa.
Para tal, tomou-se por base resultados parciais da pesquisa, em andamento,
do mestrando Emerson Fernandes Cavalcanti com o título “Apartamento para
crescer – uma proposta de Habitação de Interesse Social tipo apartamento
expansível para Parnamirim, RN”. Nesta, apresenta-se um tópico, “Avaliação de
empreendimento do MCMV em Parnamirim por meio dos moradores”, onde se
76
1- Unidades habitacionais;
2- Área verde;
3- Estacionamento;
4- Academia ao ar livre;
5- Área de jogos;
6- Play ground;
7- Skate parque;
8- Pátio multiuso;
9- Quadra poliesportiva
10- Mercado Público;
11- Feira Livre;
12- Lanchonete;
13- Banheiros;
14- Box comerciais (lojas...);
15- Sala administrativa/reuniões;
16- Salão multiuso;
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COMPARTIMENTO ÁREA MÍNIMA (m2) DIMENSÃO MÍNIMA (m) PÉ DIREITO MÍNIMO (m)
Sala 10 2,6 2,5
Quarto 8 2,4 2,5
Cozinha 4 1,8 2,5
Banheiro 2,4 1,2 2,4
Área de serviço ..... 1 2,4
Fonte: Código de Obras do Município de Natal, 2004
Com base nestes dados do Código de Obras, fez-se o somatório das áreas
mínimas escolhidas para as U.Hs, de modo a estipular a área mínima necessária
para cada U.H.
Somando todas essas áreas mínimas tem-se um total de 44,8 m2 (U.H com
dois quartos), sem contar a área de circulação (estimado em aproximadamente 5
m2) que pode variar de acordo com a tipologia adotada para a unidade habitacional.
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Figura 41 - Disposição das quadras e dos edifícios no entorno do terreno (Vista aérea)
1.1.1 Vias que conectam diretamente com as vias que contornam o terreno:
Figura 44 - Vistas das vias de conexão com as vias que contornam o terreno
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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Figura 45 - Vistas das vias de conexão com as vias que contornam o terreno
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
Figura 46 - Vistas das vias de conexão com as vias que contornam o terreno
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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Figura 47 - Vistas das vias de conexão com as vias que contornam o terreno
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
Essa é uma das vias que permitem o melhor acesso ao terreno devido à sua
extensão/conexão que a liga diretamente a outros bairros numa linha praticamente
reta, apesar da sua estreita largura em uma das suas extremidades,
aproximadamente 1metro, devido ao avanço das edificações no entorno (Fig. 48).
Quanto à sua largura, é variável, tendo na sua maior largura, aproximadamente, 4
metros (Fig. 49). Percebe-se também, que esses edifícios que avançam para rua,
não têm muro na sua maioria (Figuras 48, 49 e 50).
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Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
1.1.3 Ruas no contorno do terreno – direção longitudinal do terreno: Rua Evaldo Reis
Essa via (Figuras 51 a 54) é mais uniforme e mais larga em toda a sua largura
e extensão com aproximadamente 4,5 metros de largura, no entanto percebe-se que
algumas casas têm muro e outras não.
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Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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1.1.4 Ruas de contorno – direção transversal do terreno: Tv. São Francisco de Paula.
Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
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Fonte: Imagem aérea do google maps e street views (editado pelo autor), 2015.
De modo a ter uma melhor visualização dessa relação das larguras das ruas
analisadas, as quais dão acesso direto ao terreno escolhido e às residências nos
seus limites, a Fig. 57 mostra como se dá a organização das fachadas dos edifícios
em todo o contorno do terreno. Esboçando apenas a silhueta das fachadas dos
edifícios no entorno, desconsiderando os muros (quando existirem) e a largura das
vias.
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Fonte: Produção própria do autor com base na situação do entorno do terreno, 2015.
Zoneamento
Propô-se que nesses blocos tenham espaços que também seriam multiuso. Para o
bloco de serviço, sugeriu-se um salão multiuso para atividades de práticas sociais
diversas como: aulas de dança e ensaios de peças teatrais para atender os grupos
artísticos da região e, espaço de exposição de trabalhos artísticos.
Para o bloco destinado a atividades comerciais, sugeriu-se um mercado e/ou
feira livre como se viu que existe uma necessidade desses serviços mais próximos
do terreno. O mesmo possibilitaria atividades como venda de produtos artesanais
(da própria associação dos artesãos, por exemplo), mas também, há a alternativa
dessa atividade ser no pátio a céu aberto numa atividade/evento específico.
No tocante ao pátio central, a que fica entre as unidades residenciais,
desempenha um papel fundamental no conceito adotado nesta proposta. É nesse
pátio que chegam quase todos os acessos da vizinhança para o terreno e, pela sua
disposição linear, ela se torna um espaço de recepção e convívio entre dois blocos
residenciais e se conectando ao pátio multi-uso que fica entre os dois blocos, serviço
e comércio (Fig. 63).
Tal disposição linear se estende por todo o terreno de modo que se torna um
eixo central ligando todas as partes do terreno, transversal ou longitudinalmente
(eixo 1, na cor marron – Fig. 63), ligando os moradores das U.H a ambos os pátios
(central e multiuso) como também à vizinhança, e vice versa.
Com o objetivo de atrair a população para esse pátio central, em toda sua
extensão, criaram-se áreas de lazer que atendam a diferentes tipos de público
(criança, jovem e idoso). Propôs-se equipamentos de lazer como Play-ground, skate
park, área de ginástica a céu aberto, áreas com e sem cobertura para jogos (que
exercitam ambas as partes, físico e psicológico). Além dos espaços com
caramanchão, estrategicamente localizados, exatamente nos pontos de cruzamento
dos eixos de conexão (longitudinal e transversal), o ponto de encontro (Fig. 63):
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Outra solução seria a cobertura verde, a qual seria muito útil tanto para os
moradores como para a vizinhança reduzindo os efeitos da incidência solar no
edifício tanto pela carga térmica refratada (para o interior do edifício) como para a
refletida, podendo influenciar na sensação térmica sentida no entorno do edifício.
A cobertura verde agrega muito no conceito de moradia adequada adotado por
se tratar de uma solução arquitetônica que apesar dos custos iniciais de instalação,
com o tempo, agregaria muitas vantagens, principalmente no que diz respeito ao
conforto térmico e acústico, além das vantagens para o meio ambiente.
A cobertura verde agrega outra vantagem nessa proposta funcionando como
área de pequeno cultivo para subsídio familiar contribuindo no barateamento dos
custos com a alimentação, desde que haja uma boa organização para tal por parte
dos moradores. Dependendo da produção e principalmente da organização das
famílias, poderiam ser disponibilizados esses produtos ao bloco de comércio, onde
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poderiam vender o que cultivassem, gerando renda para as famílias. Neste sentido,
para proporcionar esse uso, futuramente, a estrutura do edifício foi projetada
pensando numa provável instalação de vegetação do tipo extensivo (pequeno porte)
na cobertura (Fig. 66).
Essa solução demandaria uma circulação extensa devido à forma que foram
deslocadas as unidades (em pares). Sendo assim, outras duas tentativas de
alternância das unidades foram consideradas, dessa vez agrupando mais unidades,
ou seja, quatro unidades (Figs.74 e 75).
Além da tipologia do tipo apartamento, foi pensada tipologia do tipo casa para
criar diversidade de tipologia e facilitar o uso para público de perfis diferentes quer
por mobilidade ou tipo de família.
Definindo as unidades habitacionais em dois tipos, casa e apartamento,
proporcionou-se um total de 70 (setenta) unidades habitacionais sendo 64 (sessenta
e quatro) apartamentos e 6 (seis) casas. Dessas seis casas, duas são acessíveis,
atendendo á exigência do Código de Obras (Capítulo V) que faz relação entre o total
de unidades existentes com o total de unidades que devem ser adaptadas. Ou seja,
a partir de 50 unidades, devem ser reservadas 2% destas para serem adaptadas.
Para este projeto tem-se 70 unidades, das quais os 2% representam 1,4 unidades
adaptadas, por isso foram reservadas duas unidades habitacionais para atender a
esse público.
Apesar das U.Hs do tipo casa serem minoria, total de seis unidades,
dispostas na direção perpendicular aos blocos dos apartamentos, essas também
contam com estratégias de conforto térmico pensadas para a sua situação
específica. Ou seja, uma vez sendo unidades térreas tirou-se vantagem de terem
contato com o chão para criar uma área verde que seja interna para cada unidade.
Assim, em toda a proposta, a unidade do tipo casa é a que tem contato com o verde
em todas as partes mencionadas até agora, ou seja, tanto no entorno da edificação,
apesar de também serem geminadas, como dentro da própria unidade. Essas
unidades contam com uma área verde particular, além do espaço permeável
existente por exigência do recuo de três metros no terreno e taxa de permeabilidade,
criando áreas verdes mais próximas da unidade como que sendo um cômodo da
mesma.
De um lado do eixo central definido, eixo esse que servirá como área de
circulação, disposta de forma que dispenda o mínimo possível de área na U.H, optou-
se por colocar a área íntima (lado esquerdo), ou seja, a área dos quartos com o
suporte do banheiro (Figura 80). No que se refere ao banheiro das U.H tipo casa,
térreas e geminadas, com exceção das unidades nos extremos desse conjunto,
tiveram o pé-direito elevado para a ventilação por exaustão, de modo que a
volumetria final do conjunto de casas tivesse mais movimentos na composição das
fachadas.
Percebe-se que, ambos os quartos têm contato visual para a área externa do
edifício, ou seja, para a área do recuo destinada a área verde. Isso representa um
ganho visual a partir do próprio espaço privado na unidade. Portanto, o verde está na
parte mais próxima possível do usuário, o mesmo tem contato com a natureza,
possibilidade de melhor qualidade de ar e paisagem em qualquer lugar de toda a
proposta no terreno escolhido. Detalhes do tipo, atentam para a melhoria da
habitação, a princípio, priorizando o bem estar do morador no seu espaço de maior
permanência, a própria unidade habitacional.
Na sequência, foi definida a área comum (sala, cozinha e área de serviço) de
maneira que sejam a maior parcela da unidade de acordo com a preferência dos
usuários do dia a dia (segundo o trabalho de referência mencionado). Uma sala
ampla conectada diretamente á cozinha e esta à área de serviço de modo que esse
117
Essa é a distribuição final das áreas da unidade do tipo casa (Figura 82), a
qual apresenta outra vantagem como, por exemplo, a possibilidade de duas frentes
na residência, ou seja, ter acesso direto à sala de estar através da rua conforme
pode ser observado na planta baixa das unidades do tipo casa (Fig.83).
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típicos desses espaços, logo, precisaria tirar partido de uma boa ventilação e manter
espaços com vãos grandes e o máximo de aberturas possível, mas sombreadas.
Então, foi pensando no meio de possibilitar uma troca constante e
considerável do ar colocando esses ambientes nas partes que recebessem de frente
o vento predominante e que fosse evacuado o mau cheiro de forma eficiente e que
não atrapalhasse atividades desenvolvidas em outros compartimentos. .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Acesso em 19/08/15.
ANEXOS
Playground
Skate Parque
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Pátio e quadra poliesportiva usadas conjuntamente para atividades de maior porte (Feira livre)
Pátio e quadra poliesportiva usadas conjuntamente para atividades de maior porte (Apresentações)