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LITERATURA DE CORDEL x CORDELDO ¥ LEH ES a) Tas wl Bre i Bee A ax ion AUTOR: Franklin Costa Nas lojas de Belchior De tudo usado vendia Camisa, blusa, sapato Sandalia, bijuteria Bolsas e vestimentas Utensilios, ferramentas ‘Vende mesmo hoje em dia CORDEL DO BRECHO Franklin Costa Breché ¢ uma loja De artigos usados Principalmente roupas Aderegos e calgados Arte, bijuterias Utensilios, pratarias Mas tudo em bom estado Ficou com esse nome Somente aqui no Brasil Passado de boca em boca Nao ficando s6 no Rio Belchior, belchor, breché Desatando esse nd O nome se definiu No brecho acontece O consumo consciente O que se ia jogar fora Aproveita novamente Nao serve mais pra vocé Alguém pode entéo querer E um gesto inteligente Tem breché mais barato Tem brech6s chiques, atuais Tem breché na internet Cada dia surge mais Isso é economia Nao ti ficil hoje em dia A carestia ta demais O mascate Belchior No século pasado Andaya pelas ruas Vendendo o ja usado Prestava um servigo Todos concordam com isso Para 0 menos abastado Tem gente que confunde breché com o bazar Mas é facil entender cordel vai explicar Qual é a diferenga E também tem quem pensa Que é igual sem comparar Tudo comegou mesmo La fora no estrangeiro Depois da segunda guerra Com a crise, sem dinheiro E se espalhou no mundo E nesse corre-mundo Chegou no Rio de Janeiro O bazar vende roupa Mas é tudo amontoada Muito, muito barato Mas nao tio organizada E no meio da mistura Vocé garimpa, procura Se estiver interessada/o Eram lojas de artigos Usados, de segunda mao Que tinham grande apelo Junto a populagao Era “loja de Belchior” O nome que assim melhor Se conheceu na regiaio Pode ser num lugar s6 Ou entio itinerante Como fazem as igrejas O bazar beneficente Com a finalidade De ajudar com bondade As pessoas mais carentes Bem mais organizado E uma loja de brechd Tudo ¢ selecionado Pra oferecer o melhor Apesar de ser usado Deve estar em bom estado E 0 prego é bom que s6 Bazar nfio seleciona Mas vocé pode encontrar Coisas extraordinarias Que possam Ihe interessar Tio breché organiza Separa, racionaliza E facil de procurar h Tem breché que nem parece Loja de coisa usada E tudo tao bem feito Tao limpa e arrumada Su De to bem que ela/e se sente ‘inda mais se bem tratada/o Economia alternativa E dinheiro circulando E 0 povo produzindo Eo povo se virando Livre e sem ficar refém Do capital que se mantém Sonegando e explorando weende a/o cliente No breché nao é sé roupa ‘Tem mais coisa também Panela, brinquedo, bacia Livro no breché também tem Tem mala, ventilador Cadeira, tem secador Mosquiteiro pra neném E consumo consciente E sem sair da moda Mudemos nossos habitos Consumismo incomoda Pegas selecionadas Limpas, higienizadas O breché bota na roda Roupas de segunda mao Sao reaproveitadas ‘Aumentando a vida itil Da pega ja usada A Natureza agradece E com estilo acontece Moda conscientizada Consumo desenfreado Nao é coisa sadia Ainda mais a moda Que tanto nos influencia Nova oportunidade E isto na verdade Que a roupa precisaria Consciéncia de consumo E urgente uma reagao Ao impacto ambiental Hoje essa é a questo E também 0 desapego Pra alma é um sossego Um alivio pro cristo Desapega, criatura! Chega de tanto guardar Tanta coisa acumulada Quando morrer vai ficar Tem gente precisando E tu ai pirangando que a alguém pode ajudar?! Portanto € 0 breché Um espago importante De reaproveitamento De roupas principalmente Além de tudo funcionais ‘Acessiveis por demais Pra eu, pra tu, pra toda gente Mas é bom dizer também Que isso nfo exelui A roupa nova do shopping Com certeza também influi Mas va antes no brechd Pode ter coisa melhor Entio dai vocé conclui Quem gosta de se vestir Com estilo e bom gosto Breché é muito fashion Vocé vai gostar, aposto ‘Tem muita novidade Usado, é verdade Mas em bom estado exposto Até roupa de crianga No breché vocé encontra Camisa de super-heréi Harry Potter, Pocahonta’ Vestidinho pra menina Roupinha de bailarina Eo prego mais em conta O breché hoje é chique Sinal de evolugio Consumo consciente Isto é sofisticagao Sempre o novo vai ser bom Mas reusado dé o tom De nova emancipagaio 10. Consumo consciente E moda sustentavel Ecolégico e correto Comércio responsavel Ainda ha preconceito Mas aos poucos ¢ com jeito Breché vai ser indispensavel No século pasado Comegou com Belchior Chegando no presente Com conceito bem melhor Em poesia foi narrado Com carinho versejado Este Cordel do Breché. FIM Jule, 2 rT © Cordel_é um _género brasileiro de poesia popular, € tem esse nome porque os livretos ficavam pendurados em corddes nos locais de venda, Vindo de Portugal no século dezessete trazido pelos colonizadores, 0 Cordel era diferente de como conhecemos hoje. Ganhou no Brasil a forma em versos rimados e é até hoje uma tradigao viva e forte, principalmente no Nordeste, onde se manteve o costume e o nome, € 08 folhetos so expostos venda pendurados e presos por pregadores de roupa, em barbantes esticados, No inicio, divulgava historias antigas de aventuras e desventuras, depois passou a narrar romances e novelas de amor e de cavalaria, e posteriommente, a relatar acontecimentos recentes. Quando ainda nio tinha televisdo, radio ou jormal, o Cordel ocupava esse espaco através de cantorias e depois também na forma escrita, por meio de livretos vendidos nas feiras, e tornou-se um dos meios mais importantes de divulgago dos fatos de interesse popular. 2.

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