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Sistema Financeiro Internacional

09/08/2021 & 13/08/21

CONCEITOS BÁSICOS

 Funções da Moeda:
- Meio de troca: intermediação do movimento das mercadorias, o que
potencializa o sistema de trocas das mercadorias, circulação de bens e
serviços;
- Unidade de conta: moeda expressa o valor das mercadorias;
- Reserva de valor: caso o agente entesoure a moeda, ele reterá valor de
venda, isto é, uma liquidez imediata para o poder decisório do agente;

 Meios de Pagamentos:
- O total de ativos com liquidez imediata do setor não bancário (M1);
- Liquidez imediata para o agente tomar sua ação: Papel moeda em poder
público (PMPP) + depósitos à vista em bancos comerciais/múltiplos que
possuem autorização para este tipo de captação

 Banco Central e os Instrumentos de Controle Monetário:


- Reservas compulsórias: o percentual de depósitos dos bancos comerciais que
são recolhidos junto ao Banco Central de forma compulsória. É uma obrigação
do BACEN para os bancos comerciais, que devem destinar uma parcela ao
próprio Bacen;
- Taxa de redesconto: Bacen também controla esse processo, que é uma taxa
de juros que é cobrado dos bancos comerciais quando é emprestado recurso
do Banco Central para tais bancos;
Assim, quando o Bacen quer controlar os meios de pagamento por meio do
redesconto, pode alterar tal taxa de juros cobrada, além de poder mudar o
prazo dado aos bancos, determinando também limites para a operação, etc.
- Operações de Mercado Aberto (Open Market): negociação de títulos do
governo, tanto para compra como para venda;
Tal recurso passou a ser mais utilizado no Brasil a partir do Plano Real, e tal
instrumento influencia no papel da dívida pública;
- Processo de internacionalização dos países, também influencia no seu
sistema monetário, assim como o Bacen pode estabelecer decisões em âmbito
macroeconômico;
- Exemplos:

 Funções de moeda no Sistema Monetário Internacional:


- A função da moeda em âmbito internacional:
1. Meio de Pagamento (Uso privado: meio de pagamento & Uso público:
meio de intervenção);
2. Unidade de Conta (Uso privado: meio de denominação & Uso público:
moeda de referência);
3. Reserva de Valor (Uso privado: Meio de investimento/financiamento & Uso
público: moeda de reserva);
 HIERARQUIA DE MOEDAS NO USO PRIVADO: No plano do SMI,
poucas moedas são utilizadas, e geralmente, são poucas as moedas
utilizadas, as quais são de países centrais e desenvolvidos, praticamente
descartando moedas de países periféricos em tomadas de decisões e
transações;
HIERARQUIA DO USO PÚBLICO: o setor público também demonstra
preferência pelas moedas provenientes de países centrais, já que a moeda,
para o uso público, tendo função de reserva de valor, será uma moeda de
reserva, por isso, acaba sendo importante possuir moedas de países centrais,
do que a moeda de um país periférico;
Quando se trata de um comércio envolvendo países centrais, e países
periféricos, a moeda que é geralmente utilizada, é do país mais desenvolvido,
ou seja, os países menos desenvolvidos não têm capacidade de utilizar suas
moedas em transações internacionais;
Outro exemplo, é o fato de que inclusive a transação comerciais entre 2
países periféricos, em desenvolvimento, utilizam a moeda de um país mais
desenvolvido (central) em tal transação;
Assim, de acordo com certos autores, é possível admitir que há uma
hierarquia entre as moedas, e que os países centrais possuem tal influência
nas transações internacionais, a qual não é alcançada por países periféricos.
Tal hierarquia assim entre as moedas, influenciará no poder decisório das
políticas econômicas dos países periféricos, e que não utilizam tal moeda em
território nacional;
- No período mais recente, o exemplo mais claro é o dólar americano;
- Muitos agentes, para reserva de valor internacional, não utilizam a sua moeda
local caso sejam de um país periférico, e sim utilizam as moedas como dólar e
euro para reserva de valor internacional;

CONVERSIBILIDADE CAMBIAL

 Taxa Cambial: é o preço, em moeda nacional, da unidade de moeda


estrangeira;

 REGIMES CAMBIAIS:

1. Taxa de Câmbio flexível: comporta-se como qualquer mercado em que


não haja intervenção governamental, ou seja, BACEN não intervém
2. Flutuação suja: BACEN intervém no mercado por meio de venda e
compra de divisas  Promove ajustes e estratégias para influenciar na
internacionalização do país através do SMI
3. Taxa de câmbio fixa: são determinadas pelo BACEN  Podem ser um
meio que acaba por ser uma política de desenvolvimento;
 Exemplo:
- Uma vez que se admite que há de fato uma hierarquia no SMI, pode-se se
assumir que poucas moedas são utilizadas no Plano Internacional, e assim, um
país periférico, por mais que tenha sua moeda local circulando em sua
economia, para se inserir no plano internacional, deverá executar as
transações a partir de moeda de países centrais;
- Funcionamento de um padrão monetário:
Admite-se que há 2 países de forma hipotética:
País A: possui seu sistema monetário nacional, com o meio circulante sendo a
libra
Possui uma reserva de ouro de 12.000 toneladas
Possui um sistema monetário nacional de 600.000.000 de libras
O câmbio seria uma relação de 50 libras = 1 grama de ouro

País B: possui um sistema monetário nacional de 450.000.000 milhões de


francos
Possui uma reserva de ouro de 12.000 toneladas
O câmbio seria uma relação de 37,5 francos = 1 grama de ouro
 CONCLUSÃO: Como 50 libras compra 1 grama de ouro, e 1 grama de
ouro é comprada com 37,5 francos, se terá um câmbio fixo de 0,75 pela
unidade de libra, ou seja, a libra é mais desvalorizada;
- O país A, por ter a moeda desvalorizada, ganha potencialidade para
exportar em um segundo momento, sendo que no primeiro momento,
estava deficitário por estar importando mais;
- Lembrando que no SMI, a tendência é de os movimentos de capitais
serem desiguais, portanto, não é sinônimo que um país com sua
moeda desvalorizada terá sua inserção no Plano Internacional
retomada rapidamente, e crescerá posteriormente  Outros pontos
devem ser levados em conta;
- O objetivo principal é levar em conta o funcionamento do sistema monetário
internacional;
Interpretação de Einchengreen:
- SMI deve ser considerado como uma coisa muito maior do que apenas um
conjunto de equações encontrado nas seções do Padrão Ouro
- Para entender o funcionamento de um padrão monetário internacional,
não basta estabelecer a relação entre comércio exterior e circulação
monetária, mas sim, deve-se levar em conta um conjunto de fatores, que
em cada período e época é diferente, ou seja, o período do padrão ouro
foi diferente de Bretton Woods, que foi diferente do modelo atual;
- Além da circulação, existem outros fatores, como o movimento
internacional de capitais, movimentos realizados pela autoridade
monetário (Banco Central), políticas econômicas, a própria hierarquia,
etc.

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