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Prefácio

Olá Traders!
Já experimentou ler durante uma viagem de avião? O ruído das turbinas com o conforto da altitude de cruzeiro possibilita uma ótima circunstância de
aprendizado. Eventualmente, uma espiada na janela para contemplar a paisagem parece contribuir ainda mais na assimilação daquilo que se está estudando.
São os meus requisitos preferidos de aprendizado. Não me lembro de ter desperdiçado uma única viagem dormindo, como fazem a maioria dos passageiros
durante um voo. Pena que não é sempre que se tem uma oportunidade como esta. E para piorar, a pandemia me tirou por tempo indeterminado esses momentos.
Fiquei muito feliz quando encontrei a solução: Adquiri o Flight Simulator 2020. Coloco um Airbus A320 para voar e saio do aeroporto que eu quiser com destino
para o país que eu quiser. Interessantíssimo o realismo e tudo o que é possível fazer com este simulador, um dos mais avançados da atualidade no ramo da
aviação. Com um bom headset para deixar o ruído nas condições mais fiéis possíveis, defino o tempo que quero voar baseado na distância e nas condições
climáticas da atualidade (em tempo real); preparo a posição exata a que eu estaria da janela esquerda (para aquele momento especial de contemplar a paisagem
de vez em quando). Deixo preparado inclusive meu “serviço de bordo”. Realizo o checklist de decolagem, executo todos os procedimentos nos mínimos detalhes
e sigo pilotando até a altitude de cruzeiro. É quando aciono o copiloto virtual para pilotar o avião e começo meus estudos.
Bem mais tarde, quando encerro minhas leituras, para relaxar e me divertir um pouco, reassumo o controle da aeronave e pouso em segurança. Você pode estar
me julgando agora, mas digo que quando preparo todas essas condições, performo consideravelmente em qualquer assunto que eu queira dominar. Quais são
suas condições ideais de estudo? Já experimentou, por exemplo, levantar-se bem cedo, às 5h da manhã para ler? O silêncio e a paz de que nenhuma notificação
de celular atrapalhará seu foco é mais do que suficiente para quem sabe, finalmente terminar aquele livro que você começou.
O mundo de hoje é carregado de situações que te impedem de se desenvolver. Nunca tivemos tanta facilidade de se conectar com as pessoas ou buscar
informações, mas também nunca foi tão difícil de se concentrar. Desenvolvemos um fluxo de pensamentos muito mais acelerado comparado a pessoas da duas
ou três gerações anteriores. Essa velocidade de processamento nos coloca em situações de ansiedade e preocupações desnecessárias. Percebi isso muito cedo.
Isso porque desde criança já me preocupava com a qualidade da minha concentração. Sou um verdadeiro aficionado por conhecimento. Faço o que tem que ser
feito para me suprir das condições ideais para estudar.
Meu conteúdo favorito você já sabe: Mercado financeiro. Este detém uma das poucas profissões que remunera conforme a dedicação do interessado. Ao citar a
palavra dedicação, talvez alguns dos leitores associe com as palavras esforço e sofrimento. Minha dica é colocar a palavra “prazer” ao lado da “dedicação”,
mesmo que seja apenas na imaginação.

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Tenho quase certeza de que, se você me conhece, fui capaz de acrescentar um pouquinho mais de prazer na sua busca por conhecimento sobre Análise Técnica.
Sou um viciado em leitura de gráficos, no bom sentido. Encaro o movimento dos preços como a interpretação da psicologia dos participantes do mercado. A
magia na identificação de alvos de movimentos com base em padrões de preço é o que mais me motiva a abranger ainda mais meus conhecimentos sobre o
assunto. E claro, dá para ganhar dinheiro fazendo isso. Esse agente motivador, para alguns, é o que mais importa. O Foco está errado, mas é um processo.
Este e-book é uma síntese de meus mais favoritos conhecimentos sobre gráficos de candles. Eu e a equipe de analistas da Skycap trabalhamos durante meses
neste material e acreditamos já ser relevante o suficiente para merecer a sua atenção. Caso você seja um trader sério e comprometido, faça a leitura da maneira
mais confortável e eficiente que você puder. Os conceitos apresentados aqui possuem uma infinidade de variáveis para serem compreendidas. Portanto,
considere cada parágrafo como uma dica de estudo. Caso esteja no início do seu processo de formação como operador do mercado, procure focar num único
conceito técnico. Aquele que lhe entregar mais confiança. Faça isso até retirar um financeiro consistente desse operacional. Só então continue para o aprendizado
do próximo tema. Mas nunca pare. Parar significa que o mercado vai mudar e você não. Significa prejuízo. Lembre-se também que quanto mais aprender, mais
oportunidades serão disponibilizadas diante de seus olhos.
Agora, permita-se decolar!
Sucesso,

Caio R. Possiedi

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Sumário

Candlesticks ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5
Fases da Psicologia de Candles --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6
Padrões de Candles -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9
Pontos de entrada do Candle -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
Suporte e Resistência------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 15
Canais e Tendência ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
Faixas de Negociação ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
Identificando Alvos ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27
Movimento Áureo ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 28
Volume Financeiro ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
Fibonacci ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 36
Principais Indicadores ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 41
Figuras Gráficas -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 58
Gaps ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 81
Teoria das Ondas de Elliott ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 86
Fatores Emocionais ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 106
Anotações ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 107

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Candlesticks

Gráfico de Candles
Um dos métodos mais antigos e utilizados para análise técnica na atualidade, o gráfico de candlesticks foi desenvolvido pelos japoneses no século XVII para
análise do preço de arroz. Posteriormente, Steve Nilson, um investidor americano de Wall Street, trouxe a técnica para o Ocidente, popularizando-a como gráfico
de candles.
Pode-se dizer que são inúmeras as vantagens pela utilização do gráfico de candles. Através desta modalidade, é possível realizar uma melhor interpretação da
psicologia dos investidores e perceber momentos em que ocorrem sinais de mudança de comportamento no mercado financeiro.
Na imagem abaixo é possível verificar dois candlesticks. O primeiro em preto que representa o candle negativo e o segundo em branco que representa o candle
positivo. Em ambos podemos constatar os pontos de abertura e fechamento, que de um ponto ao outro é chamado de corpo do candle. Também a máxima e
mínima do preço, que foram os pontos mais alto e baixo que o preço atingiu durante o período de tempo estudado, os quais denominamos pavio.

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Fases da Psicologia de Candles
De modo geral os Candles podem demonstrar de forma clara as fases do mercado e geram boas oportunidades aos investidores. Claramente apresenta os
melhores momentos para participar ou não dos movimentos, tanto que os melhores negociadores do mundo aguardam os sinais abaixo para efetuar suas
entradas e saídas de posições.
Pode-se dizer que as fases de mercado são:

 Aceleração
 Acumulação
 Distribuição
 Desaceleração
 Exagero
 Exaustão

Aceleração
Após uma baixa volatilidade do mercado, percebe-se
retorno de convicção no movimento dos preços. Os
candles mostram interesse em fechar próximo da
mínima (ou máxima em um movimento de alta). O
comportamento dos players muda com a aplicação de
mais dinheiro nas negociações e aceitam pagar cada vez
mais caro para abertura de posições. Temos a
representação desse padrão na imagem ao lado.

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Acumulação
O pessimismo reina após uma tendência baixista. O investidor observador
acredita que o preço está barato e começa a comprar. Os candles neste
momento mostram longos pavios e pequenos corpos. Finalmente o preço
rompe a região de acumulação acompanhado de significativo volume, o que
representa que de fato houve uma acumulação e não apenas um pullback
da tendência baixista. Quanto mais tempo dura o comportamento de
consolidação, mais força terão os compradores após o rompimento.

Distribuição
Neste caso o investidor experiente percebe que segurar o ativo já não é um
bom negócio e começa a distribuir para quem acredita que ainda está
barato, o gráfico abaixo mostra uma região com Candles característicos de
uma região de distribuição, com corpos pequenos e longos pavios,
confirmada com a mudança da tendência. Assim como na fase da
acumulação, quanto mais durar essa região, mais fortes os vendedores
ficam ao romper e iniciar uma tendência baixista.

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Desaceleração
No gráfico seguinte percebe-se que houve uma fase de aceleração, quando os
touros ejetaram o preço para cima e depois a perda do entusiasmo na faixa de
negociação do retângulo. Houve então a desaceleração da tendência. Mesmo
após nova tentativa de prosseguir no movimento altista, observa-se
imediatamente (nos candles subsequentes) a ausência de força dos
compradores. Essa fase mostra uma diminuição progressiva no corpo dos
candles, o que indica ‘cansaço’ da força compradora. Não é, necessariamente,
sinal de reversão, pois pode apresentar simplesmente uma pausa na tendência.

Exagero
No gráfico abaixo é notável a euforia dos compradores durante o leilão de
abertura. O gap de negociações logo apresentou exagero na precificação do
ativo, pois o mercado iniciou a correção já com os próximos candles, realizando
até mesmo o fechamento desse gap.
Destaca-se que os gaps nem sempre serão fechados de imediato, portanto,
atenção para não considerar essa crença como verdade absoluta. Porém,
existem operacionais com alvo em fechamento do gap que podem ser utilizados.
Com gerenciamento de risco adequado, tais análises podem apresentar
excelentes lucros.

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Exaustão
Ocorre durante uma tendência de alta ou baixa, e como no gráfico seguinte
(15 minutos do Dólar Futuro), é caracterizado quando o preço realiza um
forte rompimento, porém não há continuidade na tendência.
Acompanhado de volume, isso é um forte sinal de reversão que, neste
caso, foi o último suspiro dos vendedores, indicando exaustão da
tendência.

Padrões de Candles
Alguns padrões de Candles podem ajudar diretamente na tomada de decisões dos investidores. Suas interpretações geram maior credibilidade para entradas e
saídas de posições.
Os mais conhecidos e utilizados são:

A – Enforcado (Haning Man)


B – Estrela da Manhã (Morning Star)
C – Martelo (Hammer, Blended Candle)
D – Nuvem Negra (Dark Cloud Cover)
E – Linha de Perfuração (Piercing Line)
F – Enforcado (Hanging Man)
G – Martelo (Hammer)

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Abaixo (10 minutos do Dólar Futuro) podemos ver alguns destes padrões em regiões estratégicas do gráfico:

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Observe no gráfico diário do Índice Futuro os padrões de Candles que geraram ótimas oportunidades de compra quando presentes em regiões estratégicas. No
ponto A, um Harami de fundo sinalizou uma possível reversão de tendência com o início de uma tendência de alta. No ponto B (região de 38,2% do movimento)
uma estrela cadente deu o sinal para formação de pivot de alta. Já no ponto C, um engolfo de alta assinalou a perpetuação da tendência e da eficiência do suporte
na região de 100%, gerando outra oportunidade de compra ao romper a máxima do candle.

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Pontos de Entrada do Candle
Suportes e resistências não são apenas linhas fixas ou preços
exatos no gráfico, mas sim regiões de preço onde acontecem
verdadeiras batalhas entre compradores e vendedores para
romper ou impedir rompimentos de pontos de interesse. São
nessas regiões gráficas em que os padrões de Candles geram as
maiores oportunidades de entrada ou saída, por demonstrarem
claramente quem obteve maior força entre os negociadores.
Nas ilustrações abaixo podemos exemplificar 3 situações
distintas para os padrões de Martelo (Hammer) e Martelo
invertido (Inverted Hammer). Temos que quanto menos
penetração na região de suporte, mais credibilidade e maior
aproveitamento do movimento seguinte será possível.

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No gráfico abaixo (período de 60 minutos do Índice Futuro) nota-se a força de uma região de suporte quando o ativo realiza a quarta tentativa de rompimento
do suporte (ponto A). O padrão martelo possui a mínima do pavio na entrada da região do suporte, apresentando convicção de compra nessa região. Diante da
situação, pela maior credibilidade gerada pelos compradores, o ponto ideal de se posicionar na compra estaria em 50% entre a abertura do candle e a mínima
do mesmo, obtendo assim, maior aproveitamento do movimento da alta, com stop na perda da mínima no caso de continuidade da queda.

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Suporte e Resistência

Princípios Básicos
Suporte e resistência é um conceito básico e fundamental na análise técnica. São regiões de maior probabilidade de segurar uma tendência, ao menos
temporariamente. A violação de um suporte faz com que ele se torne uma resistência, e vice-versa, conceito conhecido como bipolaridade. Adiante explicaremos
os diversos fatores que influenciam tais comportamentos.
No gráfico abaixo (10 minutos do Índice Futuro) podemos verificar que o estreito retângulo é uma região de suporte que quando violado se tornou uma resistência
muito eficaz capaz para segurar o preço nas duas tentativas seguintes.

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Suporte e Resistência e a sua Psicologia
Em uma região de suporte existe uma grande concentração de procura, assim como em uma região de resistência uma grande concentração de oferta. Mas o
que determina se o mercado irá romper a região de suporte ou resistência é o entusiasmo dos participantes. Enquanto houver oferta em uma resistência, por
exemplo, e os compradores estiverem empolgados, estes cobrirão todas as ofertas até que aquela região seja rompida, elevando o preço até a próxima
resistência.
Quando o preço viola uma dessas regiões, muitos participantes cobrem as suas posições, enquanto outros aguardam pelo pullback para se posicionar a favor da
tendência. O ponto mais interessante para os que acreditam no rompimento seria no ponto de resistência, que agora vira suporte (vice-versa no caso de queda).
Topos anteriores são possíveis regiões de resistência, visto que o investidor que comprou essa região foi frustrado com a queda do preço. Tanto que quando o
mercado visita esse topo novamente, finaliza a sua posição para finalmente se livrar da dor do prejuízo. Além disso, quem comprou no início da alta, busca topos
anteriores para realizar lucros, fazendo com que essa região tenha muitas ofertas de venda e se torne uma resistência.
O conceito se aplica também para fundos anteriores: o investidor que perdeu a oportunidade de comprar antes, prefere comprar nessa região, considerando
que o mercado estivesse lhe dando nova oportunidade. Já os vendedores consideram realizar nessas regiões.
Como já mencionado, o entusiasmo dos negociadores é um dos principais fatores que determina se a região de suporte ou resistência será ou não rompida. Daí
a importância de se analisar o máximo de sinais que o gráfico apresenta (indicadores, padrões de Candles, linhas de tendências, Fibonacci, entre outras).
Uma tendência poderá se tornar muito inclinada ou declinada, deslocando o preço rapidamente até uma próxima resistência ou suporte. Nesses casos é
importante adotar cautela, uma vez que quanto mais rápido o mercado sobe ou desce, mais rápido traders acionarão a realização de seus lucros. Assim, podemos
dizer que nas ocasiões em que a tendência se monstra menos inclinada é que existe a maior probabilidade de rompimento de um suporte ou resistência.
A exemplo disso, podemos verificar no gráfico da próxima página (10 minutos do Índice Futuro) as duas situações. Um primeiro momento que houve uma alta
imediata e inclinada, naturalmente sem rompimento da resistência, e um segundo momento em que a alta se demonstra mais lenta e com segurança e convicção
no rompimento da resistência.

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Abaixo mais um exemplo de importante região do preço em que hora se apresentava como resistência e posteriormente como suporte.

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A força de uma região
A premissa de que toda ação leva a uma reação também se encaixa no
mercado financeiro. Suportes e resistências possuem uma força que gera
uma ação de levar o preço para determinado patamar. No gráfico a
seguir (10 minutos do Índice Futuro), a linha central representa uma
região de resistência, sendo que o ponto A do quadrado demonstra a
força com que essa resistência derrubou o preço. Caio Possiedi nomeia
esse tipo de comportamento como movimento áureo, visto que as novas
reações que o preço produzirá ao se aproximar dessa região de preço
será proporções desse movimento. Frequentemente após o
rompimento o mercado pode realizar inclusive integralmente o
movimento anterior (100%) em direção oposta.
Utilizando a ferramenta de projeção de Fibonacci no gráfico, nota-se que
antes de realizar o movimento por completo o preço parou nos níveis de
38,2%, e 61,8% (proporções do quadrado do ponto A).

Canais e Tendência

Traçando linhas de Tendência


As linhas de tendência refletem a força dos compradores ou vendedores, de modo que uma linha em ascensão mostra que os compradores estão no poder e
uma linha em declínio mostra que quem está no controle são os vendedores.
Ao traçar uma linha de tendência é preciso conectar no mínimo dois fundos no caso de uma tendência de alta e dois topos em uma tendência de baixa.

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No entanto, é preciso bom
senso do investidor na hora
de traçar linhas de tendência.
Uma dica é observar os
pontos de maior interesse
dos participantes, ao invés de
fundos ou topos extremos
que só representam pânico
ou euforia demasiada dos
investidores.
Como traçar os canais,
usando os pavios ou os
corpos dos Candles? A
resposta é: depende. Se em
uma linha de tendência o
preço toca poucas vezes nos
pavios e muitas vezes no
corpo do candle é sensato
traçar no corpo, e vice-versa.
As linhas de tendência são
suportes e resistências
dinâmicos. Conforme a
tendência vai
amadurecendo, ajustes podem ser necessários para conectar novos topos ou fundos, até mesmo traçar novas linhas, mais inclinadas, menos inclinadas, desde
que conecte dois pontos importantes de fundos ou topos.
No gráfico acima (diário da Vale), a LTA (linha A) conectou vários fundos e foi bem respeitada todas as vezes que o preço chegou até ela. Próximo ao ponto B o
preço violou a linha e fez um topo menor que o anterior, isso fez com que uma LTB fosse traçada.

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Como identificar os canais?
O mercado quando se move executa topos e fundos, configurando
uma tendência. No gráfico ao lado (5 minutos do Índice Futuro) vemos
uma tendência de alta e ao ligarmos dois fundos ou mais temos a
nossa linha de tendência de alta (Linha A). As melhores operações de
compra ocorreram a partir da referida região (A) com stop técnico no
fundo anterior.
O canal possui uma linha de retorno (linha B), que serve para
determinar a amplitude aproximada do canal. Tal linha de retorno é
errática e por isso a devida cautela para encerrar a posição vencedora
pouco antes do toque nessa linha. Inclusive, note que a aproximação
do preço na linha de retorno já passa a apresentar candles fracos e
com pavios.
Observe que no gráfico ao lado (10 minutos do Índice
Futuro) o comportamento de topos e fundos descendentes
sinaliza uma tendência de baixa na qual a linha A é a LTB
(Linha de tendência de baixa), a linha B é a linha de retorno
e a linha C representa a linha central do canal, que
corresponde a 50% do movimento. Percebe-se que a linha
central funciona como um verdadeiro suporte e resistência
por muitas vezes para o preço. Para o caso do preço se
aproximar da LTB, um ótimo operacional consiste na
abertura de posição na LTB com parcial significativa no
ponto 50% e saída integral próximo da linha de retorno (stop
no topo anterior quando próximo ou financeiro com risco
retorno interessante).

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Operando canais em tendência
Sabemos que o mercado está em constante mudanças de
comportamento e quanto mais rápido for a identificação dessas
mudanças, melhores as oportunidades.
Ao identificar um canal em potencial, considere que assim como
qualquer movimento ele possui uma região muito importante, que é
o 50% (vide a linha pontilhada A no gráfico abaixo).
Podemos perceber que a linha de tendência é um suporte que possui
uma determinada força. Neste caso, ao realizar o toque no ponto B a
força do movimento foi determinada e após o terceiro toque no ponto
C o mercado executou a mesma amplitude de movimento, gerando
uma ótima oportunidade de compra. Inclusive, após romper com
convicção e volume financeiro a linha de retorno do canal, o mercado
projetou mais uma vez o alvo.

Rompimento de Canais
Como já dito, todo canal tem uma amplitude que é respeitada enquanto
perdurar a tendência ou enquanto a linha de retorno for respeitada. No
gráfico abaixo podemos verificar que quando os preços violam a linha
de tendência (A), o preço percorre a mesma distância que foi praticada
dentro do canal anterior indo até o ponto B, projetando ainda mais um
alvo até o ponto C. Martin J. Pring apresenta esse conceito como
“múltiplos alvos” no livro Analise Técnica Explicada. Em outros
momentos o preço executa um canal apenas para cima ou para baixo.
Indicadores de momentum podem auxiliar na determinação da saúde
do movimento.

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Rompimentos Falsos na Tendência
Para ocorrer um rompimento de
região já disputada no mercado, é
necessário interesse dos players.
Portanto, volume financeiro no ato
do rompimento serve de
confirmação de que, de fato,
existem interessados em levar o
preço até um novo patamar. No
ponto A do gráfico abaixo podemos
verificar que o mercado violou a
linha de tendência, mas o próximo
candle não deu continuidade. O
volume financeiro desse candle
seguinte reforça ainda que existe
interesse de vendedores nessa
região, pois não foi capaz de
romper o topo anterior. Tanto que
o próximo dia abriu com gap, o que
precificou o ativo de volta para a
tendência de baixa. Dica de ouro,
sempre duvide de rompimentos
contra a tendência.
Além disso, existe a máxima de que quando o preço trabalha fora de um canal e volta para dentro dele, o preço tende a executar o canal novamente. Uma boa
ideia para evitar rompimentos falsos é a busca por operações no retorno do preço para testar a linha que antes era resistência ou suporte, pois grande parte dos
rompimentos do mercado são falsos.

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Unindo Conceitos
Para melhor produtividade no mercado financeiro, a tomada de decisão deve ser baseada em vários fundamentos. Melhor que os argumentos tenham sinergia
entre si para aumentar a probabilidade de acerto. Contradições entre indicadores, por exemplo, além de atrapalhar na definição de alvo, podem acrescentar
mais ansiedade ao operador. Lembre-se, são raros os movimentos perfeitos no mercado. Opere o preço e não suas expectativas.
Observando o gráfico ao lado (60 minutos do
Dólar Futuro), podemos notar que quando
rompida a linha de retorno no ponto A o
mercado já não demonstrou mais tanto
interesse na alta. O volume na tentativa de
violação foi baixíssimo, constatando cansaço
dos compradores e sinalizando que a força
dos touros havia acabado.
Percebe-se que ao tocar o ponto B os
compradores já perderam completamente o
momento para continuar a tendência e a
queda veio com engolfo de baixa e volume
significativo, deixando um topo mais baixo
exatamente no meio do canal, muito comum
antes de uma reversão de tendência.
No ponto C podemos perceber que a linha
de tendência foi violada, assim como a linha
de pescoço de um Cabeça e Ombros. Seguiu-
se a última tentativa de os touros ejetarem o preço uma vez mais e foram imediatamente frustrados pelos ursos, provando o conceito de bipolaridade de um
suporte que se tornou resistência.
Depois disso, ao perder o canal de alta o mercado projetou múltiplos alvos do canal e da figura de reversão mencionada. Repare a perfeição do toque nos
suportes mais importantes dos canais e do Fibonacci (trataremos sobre Fibonacci mais adiante).

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Faixas de Negociação

Identificando faixas de negociação


Uma faixa de negociação é uma região
cujo preço lateraliza devido a força
equilibrada entre compradores e
vendedores. Observe no gráfico ao lado
que a ponta compradora não consegue
passar da resistência. Os vendedores,
ao identificar essa fraqueza, logo
efetuam a sua tentativa de fazer o
mercado perder o suporte,
caracterizando uma faixa de
negociação. Muitos operadores de
mercado preferem esperar o preço
romper essa região para iniciar a
negociação. No caso ao lado o preço
resolveu reverter a tendência,
mostrando que a faixa de negociação
foi uma região de distribuição.
Suportes e resistências em faixas de
negociação podem ser traçados
identificando regiões em que o preço é
respeitado duas ou mais vezes. No
entanto, importante ressaltar que não
se trata de linhas fixas e por isso é preciso se atentar ao volume e ao fechamento dos Candles quando ocorre rompimento, pois é muito comum rompimentos
falsos nessas regiões.

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Identificando Alvos

O conceito da força da região de


preço se aplica a todos os suportes e
resistências, inclusive em faixas de
negociação. Quando o preço rompe
essas regiões com fechamento do
candle e volume financeiro, é
possível determinar um alvo. Trata-
se da distância percorrida dentro da
faixa de negociação inicial.
Observe no gráfico ao lado (15
minutos do Índice Futuro) que, ao
romper a faixa de negociação, o
preço projeta múltiplos alvos
baseados no movimento inicial,
respeitando na maiorias dos casos a
linha pontilhada que corresponde a
50% do movimento de cada
retângulo.
Ressalta-se que para evitar os
comuns rompimentos falsos é
necessários analisar se existe
significância no volume financeiro, bem como verificar se o fechamento do Candle de rompimento foi acima da faixa de negociação com o próximo rompendo a
sua máxima, tendo, assim, uma maior probailidade de acerto.

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Movimento Áureo

No gráfico ao lado (15 minutos do Índice


Futuro), observe que o movimento do ponto
A levou o preço para dentro de uma faixa de
negociação e quando o preço rompe uma
linha de tendência no ponto B, a mesma força
que o levou para dentro dessa região o ejeta
para fora dela. Uma nova faixa de negociação
se forma no fim do pregão. O gap no próximo
dia leva o ativo a repetir o mesmo movimento
(distância).
A essa simetria de comportamento do
mercado chamamos de “Movimento Áureo”.
Geralmente ocorre ao romper uma região
importante, respeitar uma linha de tendência,
reverter uma tendência ou até mesmo
imediatamente após uma notícia impactante.
Ao identificar essa reação, é de se esperar que
em algum momento o ativo vai repetir, seja
integralmente ou uma proporção dele nas
projeções de Fibonacci. O acionamento dessa
expectativa deve ser acionado quando o
mercado repetir o início desse
comportamento, o que ocorrerá em futuros
testes de topo, fundo, linha de tendência e
etc.

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Volume Financeiro

Princípios Básicos
Um dos conceitos fundamentais da base da análise técnica é o Estudo do Volume. Charles H. Dow desenvolveu um estudo no início do século XX que se provaria
muito eficaz no decorrer dos anos. Basicamente, Dow estudou o comportamento das tendências do mercado e definiu alguns fundamentos.
Aqui não vamos abordar a teoria completa, mas alguns princípios que vão ajudar na análise técnica. Um dos conceitos de Dow é que devemos acreditar na
tendência enquanto ela perpetuar e de que o volume confirma saúde da tendência. Quando estudamos um gráfico de candles, avaliamos a psicologia de todos
os participantes que estão negociando aquele ativo. Onde existe negociação, existe entrada de capital. E onde existe entrada de capital, existe padrões
comportamentais que oferecem ótimas oportunidades.

Interpretação do Volume

O conceito mais relevante da interpretação do indicador de volume é que durante uma tendência de alta ou baixa o volume expande quando o preço se move
a favor da tendência, por exemplo, aumenta quando o preço sobe em tendência de alta e diminui nas correções ou expande quando o preço cai em tendência
de queda e diminui durante as correções. Caso esse indicador se mostre de maneira diferente disso, chamamos de anomalia e veremos como isso acontece na
sequência.
Além disso, o volume confirma rompimentos verdadeiros, quando o preço fecha próximo ou na máxima em um rompimento seguido de volume é mais
provável que o rompimento seja verdadeiro.

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No gráfico abaixo (10 minutos do Mini Dólar Futuro) podemos ver que durante uma tendência de baixa o volume aumenta enquanto os preços caem e diminui
nas correções, isso é normal em uma tendência baixista.

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Particularidades do Volume
O volume possui algumas características que diz muito sobre a psicologia das massas. Como já dito, não geram sinais de compra e venda, apenas um alerta
sobre o entusiasmo dos participantes.
No gráfico seguinte da Petrobrás, note a existência de uma tendência de alta. A reversão da tendência foi previsível ao analisar o volume financeiro, que
diminuiu enquanto o preço continuou a subir. Trata-se de um sinal baixista ou ao menos indica o início de uma lateralização (ambos processos de realização de
lucros). Nesse caso o preço sobe à deriva pela ausência de vendedores e não pelo entusiasmo dos compradores.

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Observe a mesma análise no gráfico abaixo (10 minutos do Mini Dólar Futuro). O mercado cai e o volume diminui à medida que o preço perde altitude. Com
ausência de novos vendedores, touros aproveitam e iniciam um processo de alta. Entrada massiva de volume em seguida à medida que o preço ganha novas
máximas.

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Outro sinal de anomalia é o topo arredondado de preço com o volume arredondado. Clássico sinal de reversão:

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Fundo arredondado de preço com volume arredondado. Dessa vez um sinal altista, como vemos no gráfico abaixo (10 minutos do Índice Futuro):

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Para ajudar na interpretação das barras de volume é indicado utilizar o indicador de média móvel aritmética de 20 períodos. Quando as barras estão acima da
média existe uma constância de volume, o que indica que o mercado está técnico.
No gráfico abaixo (10 minutos do Mini Índice Futuro), note no ponto A houve força vendedora para segurar o preço naquele patamar, com o volume aumentando
significativamente. Quando as barras de volume estão abaixo da média móvel como mostra no ponto B fica mais difícil de participar dos movimentos. Daí a
consolidação nesse patamar. Somente quando o preço encontrou a linha de tendência é que houve retorno de interesse na negociação. Note também o interesse
dos vendedores no nível da linha de tendência. Os toques na linha chamavam players a vender a descoberto. Tínhamos a constância do volume e, como vemos
nos pontos C e D, ótimas oportunidades.

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Fibonacci

Princípios Básicos
Uma das ferramentas mais utilizadas e essenciais na análise técnica é o Fibonacci. Com ele, podemos conferir níveis importantes de suportes e resistências
baseados em movimentos nos quais investidores e instituições defendem suas posições ou realizam lucros.
O uso do Fibonacci por si só não demonstra os momentos exatos de entradas nas operações, mas unindo com outras ferramentas de análise melhora
significativamente a probabilidade de sucesso.
Existem diversas maneiras de utilizar essa
ferramenta no gráfico e aqui veremos algumas
delas. Para tanto, utilizamos os seguintes
níveis: -11,8%, 0%, 23,6%, 38,2, 50%, 61,8,
76,4%, 100%, 111,8%, 141,4%, 161,8%,
261,8%.
Já no Fibonacci de Projeção utilizaremos os
níveis: 0%, 38,2%, 50%, 61,8%, 100%, 130,9%,
161,8%.

Fibonacci de Movimento
No gráfico ao lado (10 minutos do mini Índice
Futuro), podemos notar uma forte alta com
grande relevância que iniciou no ponto A e foi
até o ponto B. Neste caso, diante de uma
importante mudança de comportamento na
qual os touros empurram o preço em uma
forte alta, podemos utilizar o Fibonacci de

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preço com expectativa de movimentos que respeitem os níveis do mesmo durante a tendência.
Nota-se a relevância dos níveis 76% (ponto C) e 50% (ponto D) para segurar o preço nos momentos de correção da tendência de alta. Além disso, o 50% é uma
ótima região de compra com alvo ou parcial no 111%, sempre consciente de que a região (E) é conhecida como “violino”, pois geralmente reverte a tendência a
partir desse ponto ou faz o preço retornar até o nível de 76%, onde deve ser suficiente para ganhar força e romper o 111 rumo ao próximo nível de 141,4%
(ponto G. Destaca-se, novamente, a importância de associar o uso do Fibonacci com outros conceitos e ferramentas, como linhas de tendência, padrões de
candles, Elliott e canais.

Fibonacci de preço com Volume Financeiro


Uma das maneiras mais eficientes
de traçar Fibonacci de preço é
utilizar o volume financeiro.
Considera-se que onde há volume
significativo, temos mercado
técnico, com padrões de análise
eficiente. As emoções e
expectativas do mercado
financeiro estão representadas nos
movimentos dos preços. Lembre-
se que nossas ações e formas de
pensar possuem proporções
áureas, como na natureza. A
decisão dos players do mercado
segue níveis de Fibonacci. Em
outras palavras, o mercado se
move conforme a euforia ou
pessimismo dos participantes,
principalmente quando se trata de
intraday, eis que é mais suscetível
a fortes emoções.

37
No gráfico da página anterior (10 minutos do Mini Dólar Futuro), podemos verificar que o candle de abertura do dia (ponto A) apresentou grande volume de
negociações. O candle do ponto B também possui um alto volume, diante do contexto, foi traçado Fibonacci ligando a máxima do primeiro candle do dia (ponto
A) até a mínima do segundo candle de maior volume. Ao traçar o Fibonacci, caso possível, verifique se os níveis foram respeitados anteriormente.
Não existe regras fixas. É possível também aplicar o fibo de maneira inversa (mínima do candle em ponto B com máxima em ponto A). Porém o melhor é optar
por seguir a tendência, pois possui probabilidade maior de acerto.
Verifique que no ponto C, correspondente ao 50%, foi uma ótima oportunidade de venda após um engolfo de baixa, levando o preço até o nível de 76,4% e
depois 141,4%, importante nível para realização de lucro.

Fibonacci em Candles relevantes


Candles que rompem patamares
importantes do preço possuem grande
relevância para o mercado. No gráfico abaixo
(10 minutos do Mini Índice Futuro), podemos
observar que o candle localizado no ponto A,
teve seu fechamento abaixo do fundo
anterior (importante suporte por ter
segurado o preço). Chamaremos este de
candle relevante. Dada sua importância, é
possível ter um Fibonacci de preço traçado
da máxima até a mínima do próprio candle.
Na oportunidade dessa situação, a melhor
venda se encontra no nível do 50% de
retração no ponto B, com o stop acima do
23,6% e objetivo no 141,4% e 161,8%.

38
Retrações de Fibonacci

No gráfico ao lado (60


minutos do Mini Dólar
Futuro), tendo em vista a
perspectiva de mudança de
tendência pelo rompimento
de topos relevantes, utilizou-
se os pontos A e B para se
traçar o Fibonacci de
projeção, com base em uma
provável alta. Observe que o
método de aplicação da
projeção foi do ponto A ao
ponto B, arrastando de volta
até o ponto C. Observe a
retração do preço no ponto
D, precisamente no 50%
antes de executar novos
topos e fundos ascendentes.
Esse método pode ser
utilizado para acompanhar o
preço durante o processo de
retração e aguardar por
padrões para retomada da
tendência.

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Fibonacci dentro de Fibonacci
No gráfico ao lado (dois minutos do
Dólar Futuro), usando a ferramenta
Projeção de Fibonacci, traçamos do
ponto A ao ponto B de maneira que
essa distância seja de 100% do
movimento, visto que o preço parou
no ponto B e iniciou um processo de
alta. Como a tendência é baixista o
sensato é aguardar a finalização da
correção para uma entrada
estratégica, que no caso foi até o 50%
do movimento, considerado como o
nível ideal de entrada a favor da nova
tendência.
Perceba que existe um Fibonacci
menor dentro do Fibonacci maior,
ligando o ponto 1 ao ponto 2 (61,8%
ao 100% do Fibonacci maior). Pode
servir para auxiliar na operação de
venda no 50% do movimento maior.
Ao realizar essa venda no ponto C é
importante se atentar aos níveis do
Fibonacci menor. Uma boa ideia seria
realizar uma parcial nos níveis do Fibonacci menor.

40
Principais Indicadores

Os indicadores são ferramentas de análise que auxiliam o investidor a identificar tendências e tomar decisões ao comparar os mesmos com os candles.
Geralmente, traders iniciantes buscam por métodos fáceis e prontos. Aqueles que prometem consistência e que usam indicadores de fácil leitura. Entretanto,
não existe fórmula mágica e logo acabarão descobrindo que para se ter sucesso é preciso entender o movimento do preço e também estar preparado para as
mudanças de comportamento. Uma decisão que precisa ser tomada, quanto mais tardia pior para o caixa. Já ouviu falar que indicadores são lentos?
O investidor deve entender o contexto de mercado e que os indicadores podem auxiliar nesse processo. Imprescindível entender como funciona cada indicador
e qual momento ideal de acionamento. Podemos dividi-los em dois grupos: os indicadores rastreadores de tendências e os osciladores.
Os rastreadores de tendência funcionam melhor quando o mercado está se movendo em tendências. Geram sinais falsos no momento que o mercado está
lateral. Os osciladores funcionam com o mercado lateralizado. Estes, quando o mercado entra em tendência, emitem sinais antecipados e falsos.
Os três principais rastreadores que abordaremos são, Médias Móveis, MACD e Histograma MACD e OBV. Os dois principais osciladores que serão abordados são,
estocástico e IFR.

Médias Móveis (MMs)


Média móvel é uma linha plotada no gráfico que serve como um suporte ou resistência dinâmico para o preço. Dinâmico pelo fato da linha se mover juntamente
com o preço. As mais utilizadas: Média Móvel Simples ou Aritmética (MMA), Média Móvel Exponencial (MME) e a Média Móvel Ponderada (MMP).
A MM mostra no gráfico uma linha que representa a média de fechamento dos candles em um determinado período. Uma MM de curto período mostra mais
ruídos se comparada com uma MM de um período mais longo. As médias curtas mudam a sua direção com mais frequência, tornando mais suscetíveis a sinais
falsos. Um problema, pois muitos traders intraday utilizam MM de curto período para auxiliar nas rápidas negociações (9,13,20 por exemplo).
As MMs mais longas, como a de 200 períodos, são mais confiáveis e se tornam suportes ou resistências muito importantes no mercado.
As MMs suavizam as tendências e representam o sentimento do mercado. Quando o preço está acima de uma MM confiável, o ativo está em ascensão. Quando
está abaixo, o ativo está em declínio. Também é importante se atentar para a inclinação da média móvel. Quanto mais inclinada, mais forte está a tendência.
Nunca efetuar operações contra tendência nesse caso. Igualmente, pelo fato da media ser mais lenta em relação ao preço, tampouco efetuar operações a favor
da tendência, salvo em retrações com claros sinais para abertura de posições.

41
A MM aritmética de 40 períodos, por exemplo, calcula a média do fechamento dos últimos 40 candles, com peso igual para todos os valores da fórmula. Já uma
MM exponencial atribui maior peso aos últimos candles, visto que considera os dados de mercado mais recentes como mais importantes. Dessa maneira, esta
reage mais rapidamente as mudanças do que a MM aritmética. A MM ponderada é a mais sensível aos movimentos do mercado, o método mais utilizado para o
cálculo neste tipo de média é que o primeiro período é multiplicado por 1, o segundo por 2, o terceiro por 3 e assim sucessivamente.
Em um mercado lateral as médias móveis praticamente ficam horizontais e são violadas facilmente. Não as utilizar nesse caso.

No gráfico abaixo do Índice Futuro podemos ver a diferença entre os três métodos de cálculo das Médias Móveis de 200 períodos.

42
Observe o gráfico a do
lado do Índice Futuro. A
linha que acompanha a
tendência é uma média
móvel aritmética de 200
períodos. No ponto A, a
MMA está inclinada
para cima, mostrando
que os compradores
estão no controle. Por
duas vezes essa média
foi um excelente
suporte, servindo como
ponto de entrada.
Entendendo que se
deve operar o preço e
não apenas o indicador,
muitas oportunidades
como esta serão
apresentadas, inclusive
no intraday.
Mais adiante no gráfico,
a MMA vai ficando lateral, o que acontece quando o preço não mais avança em topos mais altos, indicando que o fôlego dos compradores está acabando. Ao
perder o suporte do ponto B temos um sinal de mudança de comportamento, confirmado quando o mercado inicia topos e fundos descendentes e perde a MMA
200. No ponto C a MMA provou ser uma resistência, juntamente com a linha que era suporte no ponto B, gerando uma ótima oportunidade de venda a
descoberto. Neste caso, existem duas resistências para o preço, tornando o argumento mais forte. Lembre-se, quando uma média móvel confiável está no mesmo
nível que um suporte, resistência ou linha de tendência, eles dobram a sua força, reforçando os sinais.

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Quem vem primeiro?
Muitos traders amadores operam olhando os
indicadores e esquecem que o preço vem em
primeiro lugar. Traders profissionais
aprenderam a não esperar milagres do
mercado. Analisam o comportamento e veem
o financeiro como consequência da sua
performance e boa disciplina. Todos os anos
saem do mercado vários traders
transbordantes de expectativas que foram
vendidas por gurus. Temos um paradoxo
grave: À medida que assimilam que o mercado
demanda estudo e dedicação, ficam
impacientes e cometem cada vez mais erros. A
paciência é uma virtude fundamental para se
alcançar o êxito diário. Acrescenta uma dose
de autocontrole e temos finalmente a
compreensão de que é o preço o indicador
mais importante.
Com essas considerações em mente, observe o
gráfico da B3SA3. No ponto A próximo a MMA 200 um padrão de reversão (OCO) foi formado e a MMA 200 serviu como confirmação de que de fato o preço
havia chegado até um suporte. Agora observe o ponto B. O gráfico trabalha abaixo da MMA 200 e alguns traders podem optar por vender quando o preço chegar
até a MMA 200. Porém, estão operando o indicador em primeiro lugar e não viram que outro padrão de reversão (fundo duplo) foi formado e com a projeção
total (100%) acima da MMA 200. Além disso, a média não está em declínio, indicando que muito provavelmente será rompida, pois o preço é que comanda o
cálculo do indicador.

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O conceito de força de
um suporte ou uma
resistência se aplica
muito bem a médias
móveis que, como
dito, são suportes e
resistências
dinâmicas. Observe
no gráfico abaixo do
Índice Futuro, o
retângulo do ponto A
representa a distância
que o preço percorreu
em um único
movimento ao violar a
MMA 200. Mais
adiante, ao romper
com volume para
cima no ponto B a
mesma distância é
percorrida em um
único movimento.

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Divergências
Antes de explicar os indicadores a seguir, é preciso entender o
conceito de divergência. Uma divergência de baixa é quando o
preço marca novas máximas e o indicador não acompanha.
Característica de que a força dos compradores está terminando.
Uma divergência de alta ocorre quando o preço marca novas
mínimas e o indicador não acompanha. Indica que a força dos
vendedores está terminando. O saudável para uma tendência seria
o movimento do preço é acompanhado pelo movimento do
indicador.

MACD
Gerald Appel desenvolveu o indicador MACD na década de 70. O indicador ficou muito popular entre investidores do mundo todo por sua simplicidade e
eficiência.
A sigla MACD deriva do inglês, Moving Average Convergence/Divergence (Convergência e Divergência de Médias Móveis). Sua construção consiste em 3 MMEs.
MME curta, MME lenta e outra MME usada para suavizar o indicador, conhecida como linha de sinal. A MME curta é subtraída da MME longa, formando uma
única linha, conhecida como linha MACD. Se a subtração da média curta com a média longa for maior que zero, a linha MACD ficará acima da linha zero. O
resultado negativo faz com que a linha MACD fique abaixo da linha zero.
Alguns investidores usam o cruzamento da linha MACD com a linha de sinal para realizar suas operações. Isso é uma alternativa ao cruzamento de médias móveis,
na qual uma média curta cruza uma média longa. Neste operacional, vende-se com o cruzamento da linha MACD para baixo da linha de sinal em uma região
sobre comprada (acima de 150 por exemplo). Mas atenção, apenas se confirmada pelo preço. Em uma região sobre vendida (abaixo de -150 por exemplo),
compra-se com o cruzamento da linha MACD para cima da linha de sinal. Profissionais afirmam que o mais sensato é esperar a linha MACD ficar acima da linha
de sinal e também acima da linha zero para buscar operações de compra. O oposto para operações de venda. Obviamente, alinhar os argumentos do MACD com
price action antecipa as entradas e ainda ameniza o risco das operações.

46
A configuração padrão é
12,26,9 (média curta,
longa e linha de sinal),
outra configuração
muito utilizada entre os
investidores é 26,55,13.
Como é baseado em
médias móveis o MACD
é um rastreador de
tendências, portanto
durante as faixas de
negociação emite sinais
falsos, tornando-se
ineficaz se operado sem
a devida cautela.
As divergências no
MACD geram ótimas
oportunidades de
negociações quando
confirmadas pelo preço.
Observe o gráfico
abaixo do Índice Futuro.
Alguns cruzamentos acima da linha zero na linha de tendência geraram boas oportunidades de compra. O cruzamento para baixo foi confirmado pelo preço ao
perder a linha de tendência. Mais adiante uma divergência entre o preço e o indicador se mostrou muito eficaz quando houve a confirmação do preço.

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Histograma MACD
O MACD é muito utilizado em forma de Histograma. São barras verticais que mostram qual é o grupo dominante, compradores ou vendedores e também a
força do movimento. O histograma MACD mede a diferença entre a linha de sinal e a linha MACD. Essa diferença é plotada em forma de histograma. Quando o
mercado está em equilíbrio, as barras de histograma ficam próximas a linha zero, o que dificulta operações usando este indicador.
Quando as barras de histograma estão
acima da linha zero, os compradores
estão no controle. O mais sensato neste
caso é buscar operações de compra.
Quando as barras de histograma estão
abaixo da linha zero, os vendedores
estão no controle, indicando operações
de venda. A força do movimento é
medida pelo tamanho das barras do
histograma, quanto maiores, mais forte.
Nos gráficos intraday os sinais falsos são
mais frequentes que os sinais
verdadeiros, tornando mais confiáveis
análises em prazos maiores.
As divergências no MACD histograma
geram ótimas oportunidades de
negociações. Quando o ativo atinge uma
nova máxima e o indicador acompanha
o preço, a tendência é saudável. O
oposto disso é considerado uma
divergência de baixa, em que o preço
alcança uma nova máxima e o MACD mostra um topo menor comparado a outro topo no próprio indicador. É um forte sinal de que os compradores estão
exaustos. Uma boa estratégia é esperar uma confirmação no gráfico e vender a descoberto quando as barras de histograma se voltarem para baixo.

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Quando o preço alcança uma nova mínima e o MACD mostra um fundo mais alto que os anteriores, existe uma divergência de alta. A estratégia correta é comprar
quando as barras de histograma cruzarem a linha zero para cima e o preço de fato mostrar um sinal de mudança de comportamento, indicando que os
compradores assumiram o controle.

VWAP
A sigla derivada do inglês VWAP quer dizer
Volume Weighted Average Price (Preço Médio
Ponderado pelo Volume). Basicamente é uma
média baseada em volume financeiro, diferente
da média móvel comum que soma o preço e
divide por um determinado período, o VWAP se
baseia no volume de negociações.
Quando existe interesse do mercado e entrada de
capital, o indicador se move. Com a diminuição do
interesse e queda da volatilidade, o VWAP se
mantém praticamente fixo. Muitos participantes,
robôs e instituições ficam esperando na região do
VWAP, que dependendo do contexto, apresenta-
se como o melhor preço para entrar ou sair de
operação. Trata-se, portanto, de um excelente
nível de suporte ou resistência. Tenha em mente
que o principal indicador é o preço, portanto
enxergue o contexto e reúna argumentos. Não
baseie entradas apenas no VWAP.
Diferente das médias móveis que mudam de
posição com a alteração do tempo gráfico, o
VWAP mantém no mesmo nível. O investidor pode usar o VWAP na configuração diária, semanal e mensal.

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Observe o gráfico da página anterior, do Dólar Futuro. A linha plotada no gráfico representa um VWAP diário. Perceba que no ponto A houve um falso rompimento
e muitos participantes venderam nessa região e não deixaram o preço romper definitivamente a linha do VWAP. Posteriormente o movimento do preço perdeu
volume na região do ponto B. Perceba que o VWAP se move lentamente nesse patamar, já que não existe mais interesse de venda no mercado.
O indicador VWAP diário muda o seu nível dia após dia. O mesmo ocorre de semana em semana no VWAP semanal e de mês em mês no mensal. No ponto 1,
houve uma mudança de comportamento com um martelo no início da manhã. Existe interesse do mercado em ficar acima do VWAP no decorrer do dia e no
período da tarde o VWAP mal se movimenta confirmando o baixo volume de negociações. No ponto C houve uma lateralização. O VWAP é violado diversas vezes,
indicando uma região de interesse para os participantes e se apresentando como um suporte relevante. No ponto 2 é possível notar um engolfo de alta que
muda o comportamento do VWAP devido entrada de volume nas negociações, o que eleva significativamente o preço do Dólar.

Prior Cote Ajuste


Nos contratos futuros existe um ajuste financeiro
que acontece diariamente. Este ajuste evita que os
investidores acumulem posições perdedoras sem
cobri-las a ponto de ficaram inadimplentes. O
comprador é creditado caso o ajuste for maior do
que o dia anterior e o vendedor é debitado, e vice-
versa.
O ajuste diário é definido próximo ao final do
pregão. O indicador Prior Cote de Ajuste
enxergamos o novo nível de ajuste que será usado
como suporte ou resistência até o dia seguinte.
Se o ajuste for mais baixo do que o último, indica
que os vendedores que estão posicionados foram
creditados e estão mais fortes, portanto, quando
em tendência vão defender suas posições e vender
novamente no ajuste, de maneira que tal região se
torne uma resistência ainda mais eficaz. Caso ajuste

50
ser maior que o anterior, quando em tendência indica que os compradores posicionados estão mais fortes. Eles comprarão novamente no ajuste, de tal região
se apresente como um suporte relevante.
O melhor dos mundos é analisar esse indicador em comparação com o preço.

OBV
O On-Balance Volume (OBV) ou em português, saldo
do volume, é usado para medir o fluxo positivo e
negativo de volume de um ativo em relação ao seu
preço ao longo do tempo. Calcula o total acumulado
de volume somado ou subtraído o volume de cada
período. O volume, como sabemos, é o sentimento
do mercado. Mostra o quanto os participantes estão
entusiasmados no caso de um mercado de alta ou o
quanto estão em desespero cobrindo suas posições
em um mercado de baixa. O OBV reflete essas
emoções, facilitando a leitura do investidor. Quando
o preço atinge uma nova máxima e o OBV
acompanha, os compradores estão com força e a alta
é saudável. O oposto acontece em um mercado de
baixa. O preço atinge novas mínimas e o OBV realiza
o mesmo movimento, temos que os vendedores
estão com força. A violação desse padrão mostra que
a multidão está mudando o consenso em relação ao
movimento.
O combustível do mercado é o volume financeiro. Essa é a razão por que as mudanças no volume geralmente precedem as mudanças no preço. Em um gráfico
diário o OBV sobe e desce dependendo do volume negociado naquele dia. Um volume maior faz com que o OBV marque nova máxima e vice-versa. Num gráfico

51
semanal o OBV sobe ou desce de uma semana para outra. Quando o preço sobe e o OBV não acompanha, é um alerta de que o combustível dos compradores
está terminando, resultando numa faixa de negociação (lateralizaçāo) ou até mesmo uma reversão da tendência.
Os sinais de divergência no OBV são mais importantes em tempos gráficos maiores. Os preços atingem nova máxima e o OBV faz um topo mais baixo, temos a
divergência. O operacional é aguardar a confirmação via padrão de candle e vender a descoberto. Quando o preço atinge uma nova mínima e o OBV faz um fundo
mais alto, estamos diante de um sinal de compra. Outro sinal relevante é preço trabalhando numa faixa de negociação e o OBV rompe nova máxima: sinal de
compra. O preço sai da faixa de negociação perdendo mínima e o OBV também: sinal de venda.
Observe no gráfico semanal da Petrobras uma divergência no início de 2016 que originou a nova tendência de alta, confirmada pelo OBV a cada nova máxima.
Em 2018 tivemos um sinal falso no OBV, o que reforça a importância de que as decisões devem que ser confirmadas pelo preço (este não perdeu fundo relevante).

Sobre comprado e Sobre vendido


Linhas de sobre comprado e sobre vendido podem ser traçadas em
alguns indicadores osciladores como estocástico e IFR. Tais linhas
indicam se o ativo está em uma região de supervalorização ou
desvalorização. Os valores onde serão plotadas essas linhas variam
de ativo para ativo tempo gráfico.
É possível estudar o comportamento do ativo que se possui interesse
de negociar, analisando os sinais de compra e venda que
aconteceram no tempo passado para aprender como acontece a
relação do indicador com os padrões de preço nesses momentos
oportunos. No caso de uma desvalorização do preço, por exemplo,
como os candles reagem em regiões de fundo e como os indicadores
de momentum acompanham o preço. Considere que cada ativo
possui as suas particularidades. Aprender o fluxo do movimento
daquele ativo lhe proporcionará muito mais segurança para confiar
nas entradas.

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IFR (RSI)
Índice de Força Relativa (RSI Relative Strength
Index) é um oscilador desenvolvido por Welles
Wilder que mede a força do ativo, monitorando
as mudanças dos preços com base em
fechamento de um determinado período. O
fechamento é o dado mais importante de
qualquer ativo. É o consenso entre compradores
e vendedores. O IFR mostra qual é o grupo
dominante no momento desse consenso. O
indicador IFR plota uma linha normalmente
usada separadamente do gráfico que flutua
entre 0 e 100, por padrão utilizamos a
configuração de 14 períodos. O movimento do
indicador varia conforme o tempo gráfico. Para
calibração, muitos analistas usam períodos
menores para gráficos diários ou semanais, como
7 ou 9 períodos por exemplo.
A leitura do IFR se baseia em divergências,
análise de figuras, linhas de tendência, força da
tendência e se sobre comprado ou sobre
vendido. Alerta se uma correção está para se iniciar. Todas essas leituras dependem de padrões de candles para serem confirmadas.
No indicador podemos notar que a linha percorre dois extremos. Ao atingir a parte superior pode se determinar uma linha de sobre compra, normalmente essa
linha fica entre 70 e 80, podendo variar de ativo para ativo e fases do mercado. Entre os níveis de 30 ou 20, representa região de sobre venda. Isso serve de
alerta. Observe o gráfico abaixo do Índice Futuro com o indicador IFR de 14 períodos. Quanto maior o tempo gráfico, mais confiante é o sinal do IFR. Neste caso
temos um gráfico de 60 minutos em que o IFR no nível 70 no indicador apresenta supervalorização do ativo. Os ursos imediatamente reagem e, após confirmação
do preço, realizam movimento de correção. Ao chegar no nível de 30 do IFR o ativo está desvalorizado. Agora é a vez dos touros reagirem e compras nessa região
passam a superar a quantidade de ordens de venda. Divergências também geram ótimas oportunidades, como se pode notar no gráfico por duas vezes. Outra

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fantástica técnica operacional
consiste em identificar figuras
gráficas e linhas de tendência no
indicador, que quando
encontradas também no preço
possuem alvos muito mais
confortáveis de se trabalhar.
Observe o gráfico diário do Itaú.
Alguns sinais do IFR foram muito
eficientes após uma
confirmação do preço.
Correções mais significativas ou
reversões têm maiores
probabilidades após um sinal de
divergência. Porém, lembre-se
que devemos acreditar na
tendência enquanto ela
perpetuar. O IFR sobre
comprado em uma tendência de
alta pode indicar apenas uma
correção de pequena escala.
Enquanto o preço de fato não
mostrar uma reversão, participe
da tendência.

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Estocástico
O estocástico é um oscilador criado por George Lane. Monitora a
relação do preço do fechamento com suas máximas e mínimas
recentes. O indicador consiste em duas linhas, uma rápida e outra
lenta. Existe duas formas de plotar o estocástico: a configuração
rápida e lenta. O estocástico rápido é muito sensível às mudanças
do mercado. Já o estocástico lento emite sinais mais confiáveis.
As linhas do estocástico flutuam entre 0 e 100 e podemos traçar
linhas de sobre comprado e sobre vendido, normalmente nos
níveis 20 e 80. Quando o estocástico trabalha acima do nível 80
caracteriza uma supervalorização do ativo. Ao trabalhar abaixo
do nível 20, caracteriza uma desvalorização.
O estocástico mede a capacidade dos compradores e dos
vendedores de fazer o fechamento do período próximo ao nível
superior ou inferior da faixa mais recente. Quando o preço sobe,
o mercado tende a fechar próximo a máxima. Caso os
compradores elevem o preço, mas não fecham na máxima, o estocástico naquele dia ou período vira para baixo, e vice-versa. As viradas do estocástico mostra
que os compradores ou os vendedores estão perdendo a força. Quando as linhas do estocástico estão subindo ou descendo na mesma direção, confirma a
tendência de curto prazo, indicando força e convicção no movimento. Normalmente temos movimentos fortes e direcionais por parte dos candles nesses casos.
O estocástico emite 3 sinais que podem auxiliar nas negociações, que são: divergências, nível de sobre compra ou sobre venda e a sua direção. As divergências
de alta ocorrem quando o preço caí até uma nova mínima, porém o estocástico faz um fundo mais alto, o que mostra que o preço está caindo à deriva e os
vendedores estão perdendo força. Um cruzamento do estocástico para cima emite um sinal de compra, se confirmado pelo preço.
As divergências de baixa ocorrem quando o preço sobe até uma nova máxima, porém o estocástico faz um topo mais baixo, isso mostra que o preço está subindo
a deriva e os compradores estão ficando mais fracos, um cruzamento do estocástico para baixo emite um sinal de venda se for confirmado pelo preço.
Os sinais de sobre venda ou sobre compra funcionam melhor em faixas de negociação. Ao analisados em períodos de tendência forte, rapidamente o estocástico
se mostra sobre comprado em uma tendência altista ou sobre vendido em uma tendência baixista. Isso não sinaliza que haverá uma reversão. O ideal é usar o
estocástico junto com outras ferramentas de análise, como indicadores rastreadores de tendências de maior prazo.
Observe o gráfico diário da Ambev. O estocástico lento de 14 períodos no mês de agosto se mostrou sobre comprado, mas não emitiu sinal de venda no preço.

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Agora observe o cruzamento no início de setembro após um candle de força compradora que gerou uma oportunidade de compra. Ao final da primeira quinzena
do mês de setembro houve um alerta de sobre compra que gerou um sinal de venda após um engolfo de baixa. A tendência era altista e essa venda possui um
elevado risco. Em casos como esse é necessário considerar que o preço possui maior probabilidade de realizar uma retração em nível relevante de Fibonacci do
que uma reversão de tendência (observar principalmente padrões de candles no nível de 50%). No mês de outubro o preço marca novas máximas, porém o
estocástico mostra um topo mais baixo indicando que o entusiasmo dos compradores havia terminando. Um alerta para uma oportunidade de venda após um
padrão de nuvem negra. No mês de novembro, a recuperação do estocástico após uma região sobre vendida gera um sinal de compra após um candle de força
compradora. Posteriormente o estocástico gera sinais compradores, cujos cruzamentos coincidem com o toque do preço na nova LTA. Verifique em seguida a
sobre compra no mês de dezembro. Muitos acreditariam numa reversão de tendência, porém o preço foi apenas realizar o toque na linha de tendência uma vez
mais.

Renko
Renko é uma forma de gráfico atemporal
que depende das oscilações do preço para
se movimentar. Um de seus mais
significativos benefícios é desconsiderar os
ruídos do preço, por isso vem ganhando
espaço como template cada vez mais
utilizado entre traders intraday. Sua
configuração é baseada na variação
mínima do ativo, por exemplo, o Índice
Futuro oscila de 5 em 5 pontos, logo a
configuração de 10R equivale a 50 pontos.
Dessa maneira, a cada 55 pontos que o
índice variar teremos a formação de um
novo box de Renko (50 pontos e mais 5 do
rompimento). No caso do dólar a oscilação
mínima é de 0,5 em 0,5 ponto, logo uma configuração de 4R no dólar equivale a 2 pontos.

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O Renko mostra
com mais clareza
regiões de suporte
e resistência,
figuras e
tendências. A
maioria dos
conceitos de price
action usados em
gráfico de barras
ou de candles
podem ser
aplicados no
Renko. Observe o
gráfico abaixo do
Índice Futuro com
a configuração
10R. Muito mais
fácil identificar o
padrão de Cabeças
e ombros com seu
rompimento que
ejetou o preço em
100% do movimento. Mais abaixo compare o mesmo movimento em candles, nos quais apenas os mais treinados são capazes de identificar a figura e o alvo.
A linguagem de candles é de fato mais complexa, porém com mais ferramentas de análises, como comportamento do preço, o sentimento do mercado em um
determinado período, análise de volume com comparação com o preço, dentre outras ferramentas e particularidades que eleva os candles acima de qualquer
outro modelo de gráfico.
No Gráfico abaixo do Dólar Futuro, configurado como 5R, mostra alguns exemplos de conceitos de price action aplicados no Renko, como múltiplos alvos, linhas
de tendência, padrões de preço e projeção de Fibonacci.

57
58
Figuras Gráficas

Como aprendido nos capítulos anteriores, já sabemos como funciona as regiões de suporte e resistência com seu conceito de bipolaridade, linhas de tendência,
psicologia de candles, alguns indicadores e a utilização das ferramentas baseadas na sequência de Fibonacci. A partir de agora poderemos dar um passo adiante
e utilizar todo o conhecimento adquirido até aqui para nos aprofundar sobre figuras gráficas. Como reconhecê-las, identificar suas peculiaridades, bem como
alvos e gerenciamento de risco.
As figuras gráficas são padrões que sinalizam uma mudança de comportamento, seja para consolidação, aceleração ou reversão da tendência. Esses padrões
frequentemente formam chamadas figuras, que nem sempre são de fácil identificação. Quando identificados e compreendidos pelo trader, podem gerar
operações muito lucrativas.

Medição e objetivos

Na análise técnica não há formas de se prever quando e onde um rompimento irá ocorrer. Entretanto, após um rompimento, seja qual for a sua direção, esta
ação de decisão do preço possui a intensão de um objetivo mínimo. Tal objetivo é a maior profundidade da formação projetada a partir do rompimento.
Como visto anteriormente nos capítulos sobre Preço Fibonacci e Projeção Fibonacci, estas ferramentas são de extrema importância na Análise Técnica para se
obter as regiões onde os preços devem corrigir ou seguir adiante até o próximo nível.
Neste capítulo usaremos a ferramenta Projeção Fibonacci e aprenderemos a forma correta de utilizá-la. Aqui será possível entender a importância de se identificar
tais figuras, sua relevância e validade.

Retângulos
Retângulo de reversão de topo e fundo (distribuição/ acumulação)
Após uma longa tendência de alta ou de baixa, a oferta e a demanda entram em equilíbrio para daí continuar seu caminho ou reverter.

59
O gráfico ao lado, do Índice
Futuro, apresenta a
formação de um retângulo
de consolidação de topo.
Essa região nos topos do
mercado é também
conhecida como área de
distribuição, onde os
investidores preparados e
bem informados distribuem
para os investidores
eufóricos que acreditam que
o mercado ainda continuará
em alta.
Essa formação se caracteriza
por compradores que
seguem empurrando os
preços para cima e carregam
esse sentimento de
valorização e otimismo até o
final do pregão. No dia
seguinte o mercado ainda inicia com a sensação de continuidade, porém na linha A vemos sinais de que os compradores se deram por satisfeitos e começam a
realizar parcialmente ou totalmente suas posições. Os preços recuam até a região da linha B onde investidores despreparados entram em operações de compra
acreditando tratar-se de uma correção, ou comprando aumentando suas posições a fim de melhorar o preço médio. Os preços são lançados novamente para a
região resistência A, porém não há mais compradores para sustentar a alta e os vendedores defendem suas posições. O processo de desvalorização é lento, mas
o alvo deste é o suporte B. Já não resta dúvidas de que se trata de uma consolidação. O range é um retângulo muito claro e o processo continuará até que o
mercado decida pela continuidade da tendência ou reversão. No dia seguinte, para desespero dos comprados, o mercado abre em GAP de baixa e rompe a região
da linha B.

60
Numa formação de retângulo, a forma correta de traçar a ferramenta de projeção de Fibonacci é traçar nos pontos onde os preços tocaram ou se aproximaram
o maior número de vezes entre o topo (resistência) e do fundo (suporte) da formação. No exemplo abaixo, como o rompimento foi no fundo (suporte), a lógica
é que os preços caiam, portanto, a ferramenta é traçada de cima para baixo.
Na grande maioria das vezes em que o mercado define sua direção após um período de consolidação, temos retorno de volatilidade e decisão no movimento do
preço. O alvo é 100% do range da formação do retângulo, com seu stop pouco abaixo da região interna do retângulo (quando retorna para dentro da figura
novamente, tende a executar todo o range). Não foi diferente no exemplo abaixo. Após o rompimento, os preços são lançados para baixo com decisão até o nível
de 161,8% de Fibonacci. Este nível de 161 é o ponto de realização de lucros dos mais preparados. Os compradores percebem a diminuição na pressão dos ursos
e iniciam operações mais agressivas, mas sem grandes resultados devido receio na aproximação do 50% da retração da queda. No dia seguinte o mercado abre
com GAP de alta, precisamente na região de resistência (anteriormente suporte durante o retângulo), uma breve batalha é travada, mas com definição mais
rápida devido memória dos players sobre a queda do dia anterior. Repare o aumento do volume financeiro, refletindo muito mais coragem dos players em
participar do movimento de queda. Esse tipo de comportamento é comum quando o preço testa região que antes era resistência ou suporte e existe a reação
contrária de movimento. Em primeiro momento após um rompimento existe uma certa hesitação dos players. Acontece o contrário após o pullback. Força,
convicção e lindos candles propagam a confirmação da nova direção do preço.

NOTA:
A utilização de mais de um tempo gráfico auxilia na visão macro e micro do mercado. Um tempo gráfico de 30 minutos pode conter um grande retângulo que
um tempo gráfico de 5 minutos não seja capaz de representar. Observar ambos os gráficos podem poupar o operador de comprar um rompimento de movimento
no gráfico de 5 minutos que na verdade ainda esteja brigando no range de uma forte resistência no gráfico maior.

Quanto maior a profundidade e a duração de uma formação, mais relevante será o movimento quando houver o rompimento.

61
No gráfico ao lado, do
Dólar Futuro em 60
minutos, podemos ver
um retângulo de fundo
(acumulação). Neste
caso, o GAP que iniciou
a formação serviu de
resistência e o topo
que antecedeu a perda
do penúltimo fundo do
mercado como a
máxima da
consolidação.
Podemos traçar a linha
de resistência (B) e
acreditar que quando
o preço romper essa
linha iniciaremos um
processo de correção
mais intenso. Após o
segundo teste na
região de fundo, com a
ajuda do padrão de
candle martelo com
pavio tocando
exatamente no fundo, já podemos traçar a linha de suporte (A). Definido o range do retângulo, podemos operar os movimentos enquanto dentro da figura
quantas vezes forem sinalizadas pelo mercado, desde que com a mão reduzida. Mais adiante, um evento ou notícia muito importante foi divulgada e serviu de
gatilho para a disparada dos preços. A explosão no volume financeiro e rompimento da região de resistência valida os alvos pretendidos.

62
Retângulos de Continuidade
Durante a formação do padrão,
deve-se presumir que a tendência
continuará até que um
rompimento na direção contraria
confirme a reversão da tendência.
Chamamos esse tipo de
comportamento de consolidação
de topo.
O gráfico ao lado, do Índice Futuro
de 60 minutos, mostra um
retângulo de continuidade, cujo
rompimento originou mais duas
áreas de consolidação. Com o
primeiro rompimento os preços
foram lançados para o nível de
100% da projeção de Fibonacci.
Após o rompimento da formação
2, com alto volume, os preços
foram ejetados para um nível ainda
mais alto, 161,8% de Fibonacci,
região da consolidação número 3.
Mais uma vez o movimento
apresenta força e segue para mais
um alvo, alcançando o nível de 130,9% de Fibonacci. A essa série de rompimentos chamamos também de múltiplos alvos (como já mencionamos, conceito
explicado por Martin J. Pring, no livro Analise Técnica Explicada).

63
Triângulos
São áreas de congestão e seus topos e fundos podem se estreitar ou se afastar. Na análise técnica os triângulos são divididos em duas categorias – expansão (os
chamados alargamentos) e contração. Recebem ainda as classificações: Triângulo simétrico, triângulo descendente e ascendente.
Triângulos simétricos: Triângulos simétricos são formados com sequência de topos descendentes e fundos ascendentes (quando de contração). Esse tipo de
formação reflete um equilíbrio
entre compradores e
vendedores, mas raramente
nos entrega uma percepção
segura sobre para qual lado
será seu rompimento. Por se
tratar de um momento de
consolidação, temos queda de
volume durante a execução do
triângulo, o que será
compensado no momento do
rompimento com o retorno do
interesse do mercado diante da
expectativa do novo
comportamento.
No gráfico ao lado, do dólar
futuro, vemos dois triângulos
simétricos de continuidade.
Após seu rompimento podemos
determinar o objetivo
utilizando a ferramenta de
projeção de Fibonacci. Para o
sucesso da operação a forma
correta de traçar o Fibonacci é

64
crucial. Devemos iniciar o traçado no ponto A onde deu início a linha de tendência que toca nos fundos cada vez mais altos. Conectamos o traçado com o ponto
B, movimento que iniciou a linha de tendência que liga os topos mais baixos até o ponto C. Note a queda de volume durante a execução do triangulo. O
rompimento acontece com retorno do volume e os próximos alvos obedecem muito bem os níveis do Fibonacci.

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Observe agora os gráficos abaixo, do Dólar futuro. Triângulos simétricos de reversão com o preço respeitando perfeitamente bem os níveis de Fibonacci

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Triângulos ascendentes e descendentes.
Possuem um dos lados formados por um ângulo de 90º, isto é, o suporte ou
resistência é horizontal. Possui maior probabilidade de rompimento nesta linha
reta. Nos triângulos descendentes seus topos são cada vez mais baixos e fundos
iguais. Nos triângulos ascendentes, seus topos estão no mesmo nível e seus
fundos cada vez mais altos. Existem também os triângulos expansivos
ascendentes e desentendes. A lógica é inversa: fundos iguais com topos cada
vez mais altos (ascendente) e topos iguais com fundos cada vez mais baixos
(descendente).

No gráfico a lado, do índice futuro, vemos a formação de um triângulo


ascendente que rompe a favor da direção da tendência principal. As técnicas de
volume, rompimento e aplicação da ferramenta projeção de Fibonacci são
igualmente válidas e precisas.

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No gráfico ao lado, do índice futuro, temos um exemplo de triangulo ascendente
com seu rompimento contra tendência. A aplicação do Fibonacci é baseada na
amplitude da figura. Observe o preço atingindo precisamente o nível de 130,9%.
O gráfico 1.10 Índice dólar futuro, mostra um triângulo descendente que foi além
da projeção de 161,8% de Fibonacci ao executar rompimento contra tendência.

O gráfico ao lado, do índice futuro, apresenta um interessante triangulo


descendente. Interessante porque seu rompimento lançou o preço no alvo de
161,8%, que se revelou topo de um grande retângulo. Repare que para chegar
até o topo do retângulo o preço desenhou uma figura de pivot, cuja retração
deixou mínima em cerca de 50% dessa figura. A partir do topo o preço desenhou
sua queda até o suporte, testado várias vezes durante a consolidação do
triangulo. Um simpático padrão de reversão se desenhou nessa região, iniciando
uma vez mais o processo de alta. Observe como se comportou o volume
financeiro durante a valorização do preço: significativamente comprometido,
visto ser óbvio para os players que o ativo entrou em consolidação. Note agora
como o mercado se comportou no próximo dia. Abertura em gap na região de
resistência, com expressivo e ascendente volume durante a perda de altitude
dos candles. Após a retração no ponto 50% do movimento, ficou escancarada a
intensão do mercado de perder a base do retângulo e executar seus próximos
alvos no contra tendência.

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Triângulo Expansivo (alargamentos)
A formação de alargamento ocorre quando seus topos se formam mais altos que seus antecessores e seus fundos se formam mais baixos que os anteriores e
podem ser ligados por duas linhas que divergem uma da outra. O gráfico abaixo, do Índice Futuro, mostra o padrão de alargamento no fundo de uma tendência.
A maneira de aplicação do Fibonacci compreende o rompimento de uma das linhas e é baseada na amplitude máxima da figura. Note que o rompimento abaixo
levou os preços além do nível de 161,8% da projeção de Fibonacci.

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Triângulo Expansivo de Ângulo Reto
Como já mencionado, possui uma das linhas de tendência em horizontal e
pode ser ascendente ou descendente. A figura de alargamento de preços
é volátil e possui volume irregular. Quanto mais tempo durar esse padrão,
mais fácil será para identificar o momento do rompimento, pois os
argumentos se reorganizam após a euforia da batalha.
O gráfico ao lado, do Dólar Futuro apresenta a formação de alargamento
com fundo plano. A batalha entre compradores e vendedores originou a
grande consolidação. Complexa durante o padrão, mas com alvo preciso e
fácil de participar após o rompimento.

A formação de alargamento de topo plano é um padrão de acumulação e


seu rompimento deve ser seguido por volume. No gráfico ao lado, do Índice
do Dólar Futuro, um alargamento de topo plano é formado no fim de uma
tendência de baixa. É possível perceber que durante a formação do
alargamento houve aumento de volume nas regiões mais baixas, indicando
que ocorreu processo de acumulação.

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O gráfico abaixo apresenta um triangulo expansivo ascendente com rompimento a favor da tendência. Uma das maneiras de se confiar num rompimento é
reparar na mudança de comportamento dos candles. Perceba a decisão do mercado quando se iniciou o processo de rompimento. A briga na região de metade
da figura, após decidida, executou um lindo movimento decisivo com pequena parada na região de 50% do alvo pretendido pelo mercado.

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Cunhas
O padrão de cunha é parecido com um triângulo, o qual possui
duas linhas que convergem a partir de seus topos
descendentes e fundos ascendentes (ou um dos lados em linha
horizontal). As cunhas possuem duas linhas que convergem
com seus topos e fundos, mas para uma mesma direção.
Uma cunha descendente em uma tendência de alta é altista,
uma cunha ascendente em uma tendência de baixa é baixista.
As técnicas de rompimento, volume e projeções são as mesmas
das figuras de triângulos. No gráfico ao lado, do Índice Futuro,
vemos uma cunha descendente em uma tendência de alta. A
aplicação da projeção de Fibonacci é iniciada do ponto A até o
ponto B (referência na amplitude da cunha). Soltar o traçado
no ponto de rompimento da cunha (ponto C). Acompanhado
por aumento no volume, os preços atingem o nível de 161,8%
de Fibonacci sem grandes pausas.

No gráfico ao lado, do Índice Futuro, uma cunha ascendente na


tendência de baixa é rompida e alcança os níveis de 100% de
Fibonacci. Posteriormente após a retração, perpetuou o
movimento até 130,9%.

72
Cabeças e Ombros
O Cabeça e Ombros (OCO) é considerado como padrão de reversão. Muito confiável, principalmente quando localizado em topos de longas tendências.
Eventualmente, pode ser um simples padrão de consolidação para posteriormente seguir a favor da tendência. Sua formação consiste em um topo maior entre
dois topos menores. Os topos menores não precisam ser idênticos. O Ombro direito será o penúltimo topo antes da queda. A Cabeça representa o ultimo e maior
topo da tendência. Durante a execução dessa figura os fundos podem ser conectados por uma linha de tendência, horizontal ou levemente inclinada, a qual
chamamos de linha de pescoço.
Neste padrão o volume é fundamental para
validar a figura. Durante a formação do ombro
esquerdo ainda é considerado normal para a
tendência de alta, ou seja, mantém-se relevante
durante a alta até o topo do ombro e diminui junto
com o preço durante a correção. Na formação da
Cabeça os volumes são ainda maiores na alta e
ultrapassam as barras de volume do Ombro
esquerdo, com redução durante a correção. A
situação de anormalidade acontece durante a
subida do ombro direito. As barras de volume são
menores durante a alta e passam a aumentar na
correção.
No gráfico ao lado, do Índice dólar futuro,
podemos ver a formação do padrão Cabeça e
Ombros com sua linha de pescoço na horizontal.
A projeção para esta figura é a amplitude entre a
linha de pescoço e a máxima da cabeça. Note que
o rompimento da linha de pescoço ocorre
acompanhado de aumento do volume. Durante o
pullback temos a queda do volume, indicando que o mercado não possui interesse nas máximas. A projeção de Fibonacci é traçada entre o ponto A e B, com alvo
esperado em 100%.

73
O padrão Cabeça e Ombros pode ser complexo e difícil de identificar. No gráfico ao abaixo, do Índice Futuro, vemos a formação do padrão no fim da tendência
de alta. Neste caso os itens que validaram o rompimento da figura foram o aumento de volume durante a correção do ombro direito e o GAP que se formou
abaixo da linha de pescoço. O nível de 161,8% foi alcançado com relativa facilidade.

74
Podemos encontrar também a figura de “cabeça e ombro complexo”.
Aqueles com mais topos. Podem ser validados desde que as características
de volumes sejam atendidas no ultimo topo. Ao lado, do Índice Futuro,
apresenta uma formação do Cabeça e Ombros complexo no topo da
tendência. A maneira de se aplicar o Fibonacci não muda. O GAP e a queda
expressiva do preço com grande volume foram decisivas para operações
de venda.

No gráfico ao lado, do dólar futuro encontramos a formação da figura


Cabeça Ombros Invertida (OCOI). Essa figura geralmente aciona uma
reversão de tendência a partir de um movimento baixista. Seu
rompimento, acompanhado de volume, gera as mesmas expectativas da
figura OCO. Verifique abaixo os alvos sendo acionados com facilidade.
Surpreendente também a retração do dólar até os níveis de 50% e 38,2%,
possibilitando novas entradas com alvo além do ponto de 161,8%.

75
O gráfico ao lado, do
Índice futuro,
apresenta outro
exemplo de formação
de Cabeça e Ombros
complexo.

Como tudo na análise


técnica, existe a
probabilidade da figura
cabeça e ombros não
executar a reversão da
tendência. Geralmente
isso acontece quando
não encontramos a
anomalia no volume
financeiro (aumento
de volume durante a
correção do ombro
direito). Uma das
maneiras de se prever
que a figura resultará
na continuidade da
tendência é analisar as ondas que originaram a sequência da alta. O OCO que vai falhar na reversão da tendência quase sempre se encontrará em níveis de
Fibonacci intermediários (50% da projeção do alvo da tendência, por exemplo). Dominar de forma avançada a teoria de Elliott ajuda consideravelmente nessa
análise.

76
Observe o gráfico ao
lado, do Dólar
futuro. Apesar da
facilidade de
encontrar o padrão
de cabeça e ombro,
note que o
rompimento não
veio acompanhado
do volume
financeiro. Ainda
que conseguiu levar
os preços até o nível
de 50% da projeção
do Fibonacci, não
perpetuou a nova
tendência e
rapidamente repeliu
o preço de volta à
tendência anterior.

Nota: Apresentaremos a teoria de Elliott nos próximos capítulos. Acrescento aqui para aproveitar a menção, que a mínima da cabeça e a mínima do ombro direito
formaram um ABC do ciclo da queda representado. O retorno para a tendência se originou a partir de uma nova onda 1, o que significa que este OCO se encontra
próximo da região de 50% de um alvo ainda maior.

77
Lembre-se de conferir os fatores que validam o rompimento da figura. Traders preparados são dotados de paciência e nunca antecipam entradas baseados em
expectativas. Infelizmente, o stop nesse tipo de figura é caro. Tecnicamente deve estar abaixo do ombro direito. Porém, considero que a reentrada abaixo da
linha de pescoço já é motivo para desacreditar no movimento. Isso porque a linha de pescoço, que antes era considerada como resistência, após o rompimento
deve se tornar um suporte e, portanto, capaz de segurar o pullback.

Topos e Fundos Duplos


Um topo duplo é formado por dois topos separados por um fundo entre eles. Como característica de validação, o segundo topo possui menor volume financeiro
e divergência de indicadores de momentum (IFR como usamos preferencialmente). Os topos da figura podem estar no mesmo nível, pouco mais alto ou mais
baixo que o topo anterior. É possível algumas variantes como, triplos e complexos.
É importante entender a disputa entre compradores e vendedores durante a formação dessa figura. A tentativa de realização de novas máximas ou novas
mínimas, porém o desinteresse de players relevantes no momento do rompimento, indica aumento da expectativa contrária a tendência. Quanto mais avançado
estiver o preço e quanto mais próximo de uma região de importante resistência ou suporte, maior validade teremos no acionamento do padrão.
A medição de sua projeção em Fibonacci para o padrão de topos e fundo duplos são as mesmas que de outras figuras, ou seja, suas extremidades entre o topo
mais alto e seu fundo. No caso dos topos ou fundos não estarem em regiões exatas, opte pela menor amplitude no cálculo do alvo. Não é errado utilizar a maior
amplitude, porém obviamente que aumenta o risco.

Na próxima página temos exemplos de fundo duplo e topo duplo, respectivamente.

78
O Índice futuro executa uma tentativa de rompimento da mínima,
porém o volume financeiro já indica desinteresse do mercado
(menores barras em relação ao primeiro fundo). O rompimento da
resistência foi realizado por candle relevante, com fechamento na
máxima e acompanhado de importante barra de volume.

Já o dólar futuro apresenta o exemplo de topo duplo. Observe a


divergência no IFR, expressivamente menor, apesar dos topos
estarem na mesma região. O aumento de volume na queda confere
tamanha relevância para a expectativa que no dia seguinte o GAP já
precifica inclusive o alvo de 161,8%.

79
Bandeiras
Bandeiras, também
chamadas de
Mastro Bandeira,
são pequenas
interrupções nas
tendências, quando
ainda fortes. Seus
movimentos são
acentuados e
caracterizadas por
queda de volume
no ponto da
consolidação, sinal
de realização
parcial de lucros
por parte de
investidores
seguidores da
tendência. As
bandeiras são
figuras de continuidade e bastante confiáveis. Seu rompimento gera a projeção de aproximadamente a mesma distância percorrida no início da formação
(mastro). Em tendência de alta, o ponto de consolidação pode ser ligeiramente descendente. Na tendência de baixa, ligeiramente ascendentes.

No gráfico acima um exemplo de bandeira, com seu rompimento e pullback com máxima na região de resistência. O alvo é o tamanho do mastro (ponto A até o
ponto B).

80
Flâmulas
Flâmulas são formadas nas mesmas
condições das bandeiras. Suas
características e implicações também. A
diferença é na formação do ponto de
consolidação. Suas linhas de tendência
nesse ponto se convergem para uma
mesma direção.

Gaps

Gaps são espaços vazios no gráfico em que não houve negociações em determinado período. São mais facilmente encontrados em gráficos diários.
Um gap de alta é caracterizado por um impulso no preço para uma nova faixa de negociação sem que candles apresentem a trajetória realizada pelo ativo. A
representação no gráfico é feita de maneira que a mínima do candle que abriu após o gap seja maior que a máxima do candle anterior. Já o gap de baixa se
apresenta de maneira inversa. O preço sofre uma desvalorização de forma que a máxima do candle de abertura após o gap seja menor que a mínima do candle
anterior, ambos os casos para qualquer tempo gráfico.

81
Podem surgir por diversos fatores. Por exemplo, entre um dia e outro geralmente temos um gap devido mercado precificar notícias de grande relevância que
foram divulgadas durante a noite. Essa precificação acontece durante o leilão de abertura. Outra maneira é quando o dia vigente possui altíssima expectativa,
como divulgação de resultados de empresas e calendário econômico recheado. Os gaps podem surgir também durante o pregão, em virtude de fato inesperado
ou divulgação de resultado que foge do previsto, o que pode gerar extrema volatilidade.
A região de ausência de negociação é considerada pelo mercado como importantíssima. Pode ser um importante suporte/ resistência ou um imã que atrairá o
preço. Chamamos de fechamento de gap o ato dos candles buscarem trabalhar na faixa de negociação que compreende o gap. Um gap é fechado quando os
preços corrigem por todo o espaço do
gap. Isso pode ocorrer rapidamente
durante o dia como também pode
levar dias, semanas, meses ou anos.
Muitas vezes os preços apenas voltam
até uma determinada área do gap e
posteriormente continuam a tendência
principal. Os gaps são classificados
como gap comum ou de área, gap de
fuga, gap de continuação ou medida e
gap de exaustão.

Gaps Comuns ou de Área


Gaps comuns ou de área não possuem
muita relevância. São formados em
meio a consolidações e fechados
rapidamente. No gráfico abaixo temos
formação de gaps de área em uma
importante região de lateralização do
preço. Note que foram fechados no
mesmo dia ou em poucos dias.

82
Gaps de Fuga
Gap de fuga é formado quando os preços rompem forte região de suporte ou resistência e são levados para fora de uma consolidação ou padrão de preço. Essa
característica é gerada pelo otimismo ou pessimismo dos investidores. O Gap de fuga, tanto para alta como para queda, precisa envolver entrada de volume para
validação. Preferencialmente, barras de volume crescente até o candle imediatamente anterior ao gap, entregando boa confiabilidade.
Como explicado
anteriormente, a maioria dos
gaps serão preenchidos em
algum momento. Porém, no
caso do gap de fuga, existe
grande probabilidade de isso
demorar bastante para
acontecer. Principalmente
no caso de saída de uma
consolidação para mudança
de tendência. O conselho é:
evite permanecer ou realizar
operações contra a
tendência esperando que o
gap seja fechado.
É importante observar o
volume após formação do
gap. Caso o volume seja alto
e nos próximos candles
venha ocorrer uma
diminuição enquanto os
preços se afastam, a
probabilidade de que o Gap
será fechado é de pouco

83
mais de 50% (o próprio gap servirá de suporte ou resistência para posteriormente o preço perpetuar o movimento da tendência). Caso o volume aumente
gradativamente à medida que o preço se afaste do gap, é bem provável que ele não será fechado tão cedo. Nesses casos, qualquer correção que ocorra,
normalmente será apenas uma tentativa para o fechamento.

Um gap de fuga para baixo que rompe uma consolidação ou padrões de preços possui as características inversa ao de um Gap para cima.

Gaps de Medida ou Continuação


Gaps de medida ou continuação surge com menos frequência e sua formação não está associada com regiões de consolidações ou rompimentos de pivot. Porém,
o gap de medida traz consigo muito significado, pois nos permite ter uma distância aproximada de alvo e uma boa perspectiva sobre a saúde da tendência
(quando se domina fatores e argumentos suficientes para tal nível de análise).
O Gap de medida surge no decorrer de um forte e decisivo movimento de alta ou baixa de preços. A análise psicológica desse gap consiste na seguinte descrição:
Enquanto os preços caminham para longe da onda que originou a nova tendência, os investidores começam a realizar lucros, causando uma diminuição do
volume financeiro. Devido euforia causada pela expressiva distância percorrida pelo preço num curto espaço de tempo, mesmo com a realização de lucros de
muitos traders e instituições, não ocorre retração significativa para o preço. Essa reação é como um chamariz para mais players participarem. Os preços saltam
novamente, formando um novo gap. Com frequência, esse novo gap surge aproximadamente no meio do caminho entre um gap de fuga e o fim de um forte
movimento. Sendo assim, podemos medir o movimento que se desenvolveu a partir do gap de fuga até o gap de medida, como representado no gráfico abaixo.
Só não esqueça, estamos falando de probabilidades. Gerenciamento de risco nunca é demais.
Em movimentos fortes, gaps de medida ou continuação podem surgir mais de uma vez, o que reforça a percepção de que a precificação do ativo ainda está em
andamento. Nessas situações, pode surgir a dúvida de onde de fato será a região de 50% do caminho. Para uma sensata tomada de decisão, lembre-se que
quanto mais informações convergirem para uma mesma interpretação, melhor. Confira o volume financeiro, quantidade de negócios realizados, velocidade e
distância do movimento, indicadores de força, ferramentas de projeção e de preço de Fibonacci. Com certeza a decisão será tomada com mais racionalidade.
Mas atenção, a cada novo gap os preços ficam mais próximos do ponto de exaustão.

Gaps de Exaustão
Sinalizam a exaustão de uma tendência. Seguido por expressivo volume, porém sem gerar novas altas. Os preços ficam voláteis por algumas barras e
brevemente voltam para realização do fechamento do gap.

84
Ilha de Reversão
Padrão combinado de alguns candles, consiste numa pequena área de consolidação no topo ou fundo de uma tendência e isolados por dois gaps, sendo um gap
de exaustão e outro de fuga. É
uma formação de relevância e
que indica exaustão do
movimento da tendência
vigente. Os preços serão
imediatamente lançados na
direção contraria, resultando
numa nova tendência de curto
ou longo prazo. Uma ilha de
reversão pode ser constituída
por apenas um dia (dia de
reversão) ou vários dias com
pequenas oscilações. Durante a
formação de uma ilha de
reversão, seja ela constituída
por apenas um dia ou mais, o
volume será muito alto. No
Gráfico ao lado, do Índice
Futuro podemos verificar a
formação de uma ilha de
reversão que foi formada, neste
caso, por dois gaps de fuga.
Analisamos dessa forma porque
o primeiro gap rompe uma
consolidação e o segundo gap rompe a formação de um fundo duplo. Para ambas as situações temos operacional: um de retângulo (a distância do preço em
consolidação seria o que o se distanciaria após perda de suporte, rompimento confirmado pelo gap e com crescimento de volume; outra de fundo duplo, sendo
essa mais forte devido padrão de ilha de reversão.

85
Teoria das Ondas de Elliott

Os textos abaixo são mais facilmente compreendidos quando aluno do curso de Elliott da Skycap 

História
Ralph Nelson Elliot (1971 a 1948)
Foi acometido por uma doença e precisou se isolar na Califórnia para fins de tratamento, onde iniciou seus estudos no mercado de ações. Sua inestimável
contribuição para o estudo da análise técnica surgiu de sua busca por entender o caos dos movimentos dos preços. Nessa busca focou seus estudos em vários
ativos e índices, levantando informações de décadas e mapeando centenas de milhares de padrões.
A conclusão de seus estudos o levou a escrever a teoria dos ciclos. Ele percebeu que os preços se movem conforme o psicológico dos participantes do mercado
e que, portanto, o mercado repetirá padrões conforme o contexto de tudo o que envolve a tomada de decisão a nível diário, semanal, mensal, anual e assim por
diante.
Elliott concluiu ainda que os movimentos podem ser previstos ao identificar padrões aos quais chamou de ondas. Sua descoberta atingiu proporções ainda
maiores quando percebeu que até mesmo as atividades humanas são influenciadas por tais padrões (exemplo a criação de uma indústria e o que envolve sua
atividade econômica, desde o início até seu encerramento).
Um dos feitos mais notáveis de Elliott foi ter previsto o importantíssimo fundo do índice de ferrovias de 1935. Em 1935 o mercado de ações havia perdido o topo
de 1933 e caminhava para o fundo de 1934. Os investidores ainda não haviam se recuperado da queda de 1929-1932 e essa nova sequência de topos e fundos
descendentes de 1935 tinha deixado todos desconsertados. Curiosamente, no último dia de queda do índice das Ferrovias, Elliott enviou um telegrama para
Charles J. Collins em que dizia que a queda havia finalizado e que aquele movimento teria sido somente uma correção de uma grande alta. Até então ninguém
havia sido capaz de prever a direção de tamanha relevância em algum ativo, muito menos ser capaz de explicar o motivo da especulação. Elliott foi então
convidado para trabalhar em algumas organizações, mas acabou se fixando em Wall Street. Alguns anos depois lançou o livro Nature’s Law onde incluiu as
maravilhas do Fibonacci.
Abordaremos abaixo os conceitos básicos do estudo das ondas de Elliott e suas características operacionais.

86
Princípios Básicos
O mercado financeiro trabalha em ondas de impulsão, correção e momentos de consolidação. Esses movimentos apresentam padrões que podem fortalecer
uma tendência ou enfraquecê-la, dependendo da força de execução da nova direção do preço e de como os players se comportaram no momento de correção
desse novo movimento. Uma das explicações mais simples para entendermos essas características é a evidente decisão de investidores que lucraram durante
um determinado período encerrarem suas posições e embolsarem seus lucros. Quando durante esse processo não entrarem novas posições significativas a favor
do movimento de correção (entrada de volume financeiro), temos que não existem investidores interessados na tendência anterior, o que aumenta ainda mais
a confiança do mercado na nova direção do preço. A anomalia no volume financeiro que ocorre após a correção produz uma euforia com vários investidores
interessados em participar do que Elliott rotulou como onda 3 ou C, aos quais analisaremos mais adiante.
Em uma nova tendência, o mercado costuma se
movimentar em cinco ondas, onde três delas são
classificadas como ondas propulsoras (1,3,5) e
estas são separadas por duas ondas corretivas (2
e 4).
Via de regra, a onda 2 nunca se movimenta além
do início da onda 1. A onda 3 é a maior de todas
as ondas e a onda 4 nunca entra no território da
onda 1. Já falando em Fibonacci, a primeira onda
de uma nova tendência possui 100% do nível de
Fibonacci. É desta que se calcula os alvos e
retrações das próximas ondas.
Um dos conceitos mais impressionantes da teoria
é de que cada onda possui dentro dela ondas
menores que podem possuir as mesmas
proporções dos movimentos maiores.
Na figura ao lado, temos um exemplo bem
definido de como funciona o ciclo de ondas. A
representação está já no nível intermediário de se

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rotular, mas por enquanto observe as 5 ondas da nova tendência. Perceba que suas proporções e comportamento são repetidos também pelas pequenas ondas
dentro das ondas maiores. Aquele comportamento após a quinta onda é o que acontece após uma sequência de 5 ondas, conhecido como movimentos A, B e C.
Os padrões de Elliott são encontrados em todos os tempos gráficos. As ondas são ainda classificadas pelos seus tamanhos relativos ou grau. Elliott escolheu os
seguintes termos para identificação dos graus, que são nove no total:

 Grand Supercycle: Centenas de anos.


 Supercycle: Décadas (40 – 70 anos).
 Cyclo: Um a vários anos.
 Primary: Poucos meses a alguns anos.
 Intermediate: Semanas a meses.
 Minor: Semanas.
 Minute: Dias.
 Minuette: Horas.
 Subminuette: Minutos.

Fundamentos das ondas


Onda 1
São complexas para se identificar, uma vez que realizam uma quebra de padrão da tendência anterior. Quando a primeira onda de uma expectativa compradora
começa, por exemplo, as notícias fundamentalistas ainda estão alimentando a sensação de pânico. A previsão da tendência da queda é considerada forte e
aponta mais quedas. Os volumes podem crescer um pouco à medida que o preço ganha força, mas não o suficiente para acionar padrões de análise técnica. Por
ser um movimento contra tendência, muitos operadores acreditam que essa onda 1 deve romper a linha de tendência. Isso não é obrigatório, ainda que quando
o faz deixa muito mais fácil a percepção do nascimento de um novo ciclo.

Onda 2
É a tentativa de retorno para a tendência anterior. Considerada como uma correção da primeira onda, quando se trata de uma legítima onda 2 não deve
corrigir até o início da onda 1. O Volume diminui então drasticamente, o que caracteriza a anomalia que deixa os players desconfiados de que se trata de um

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novo comportamento de movimento (lembre-se, o volume deve acompanhar a tendência e aumentar quando o preço retoma a propulsão). Durante esse
momento corretivo podem ser desenhados diversos padrões e variáveis, aos quais veremos alguns deles neste e-book. Exemplos de padrões corretivos:
corretivo plano, zig zag, qualquer três.

Onda 3
Comumente nesta onda existe aumento expressivo de volume. Caracteriza-se também como a mais ampla distância percorrida pelo preço. Sua proporção,
com alvo preferido em 161,8% da primeira onda, reside no fato da percepção do mercado de que finalmente estamos diante de uma reversão de tendência,
com entrada mais relevante de players a favor da nova tendência e encerramento de posições daqueles que ainda acreditavam na tendência anterior (stop). As
notícias mudam suas estimativas e o valor do ativo se move com cada vez mais força e decisão.
Um problema para muitos traders iniciantes é justamente o fato de a onda ser ter forte. Ela transmite a mensagem de que não vai parar tão cedo, convidando
os despreparados a abrirem e encerrarem posições diversas vezes. Não existe problema nisso se tiver gerenciamento de risco e parar de operar quando a onda
corretiva chegar. Mas existe um operacional ainda mais eficiente que consiste em operar as 5 ondas presentes dentro da onda 3, inclusive que permite o
aumento da posição na onda 3 da 3.

Onda 4
A Onda 4 é o momento em que os operadores mais bem posicionados encerram suas posições. É uma onda que corrige o último impulso em onda 3. O volume
financeiro sofre redução. Enquanto o ciclo ainda saudável, tipicamente a onda 4 é menor ou igual a 38,2% da onda 3. Quanto mais enfraquecida a tendência,
maior será essa retração. Assim como na onda 2 temos vários padrões diferentes, com inúmeras possibilidades de comportamentos e retrações em Fibonacci.
Triângulos, zig zag e padrões combinados são muito frequentes.

Onda 5
A quinta onda ainda apresenta fôlego, gerado pelo otimismo exagerado da terceira onda. Porém, é evidente a mudança na atitude dos movimentos do preço.
Indicadores de momentum passam a apresentar divergências, inclusive o volume apresenta a anomalia reduzir durante a retomada da tendência, exceto em
casos de onda 5 extensa, conceito que veremos a seguir. A onda 5 pode ser frustrada, ocasião que ocorre por diversos fatores. Isso acontece quando a onda
não atinge seu alvo esperado, não ultrapassa o topo da onda 3 ou simplesmente não é iniciada. Neste caso teremos a antecipação dos movimentos corretivos
A, B e C.

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Extensão das ondas
Uma extensão é um alongamento da onda de impulso com subdivisões exageradas (em número e grau). As subdivisões são as ondas presentes dentro da onda
principal de impulsão. A maioria dos ciclos possui uma das ondas propulsoras como exagerada (1,3 ou 5). A extensão que mais conhecemos é aquela mais
frequente, presente em onda 3. Algumas vezes as subdivisões dentro da onda estendida possuirão a mesma amplitude e duração das ondas seguintes, produzindo
uma contagem de nove ondas. Uma boa dica é sobre o fato de as extensões estarem presentes em apenas uma das ondas propulsoras. O que nos leva a crer,
por eliminação, que a próxima onda não será estendida. Semelhantemente, quando a primeira e a terceira onda forem aproximadamente do mesmo tamanho,
existe grande chance da quinta onda ser estendida. Abaixo seguem exemplos dessa configuração.

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Terminando em Diagonal
Esse padrão indica exaustão do movimento maior. Comum em onda 5, pode estar presente também em
onda C. Ele é executado em topos e fundos convergentes, ou seja, o movimento vai afunilando até o
momento de rompimento do padrão.
Possui 5 ondas, no entanto sua contagem é em padrão 3-3-3-3-3 (cada 3 é um ABC). O volume tende a
diminuir à medida que o triângulo se desenvolve, apesar de ser uma onda a favor da tendência vigente. As
evidências da perda de força da tendência apontam para a eminência da correção. A análise técnica clássica
chama esse padrão de “deriva”, na qual os preços continuam o movimento a favor da tendência mais pela
inércia do que pela entrada de novos players.

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Começando em
Diagonal
Considerado uma
variação do padrão
“Terminando em
Diagonal”, descrito por
Elliott, pode ser
encontrado na onda 1
do impulso ou na onda
A do zig zag corretivo A,
B e C. Portanto, dizemos
que lidera o movimento
das próximas ondas.
Aplicam-se as mesmas
características do
padrão “Terminando
em Diagonal”, com a
diferença de que se
desenvolvem em
padrão 5-3-5-3-5 e de
que possui a intenção
de conferir a
continuidade da
tendência.

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Ondas corretivas
Onda A
É a primeira reação de uma nova tendência. Assim como nas ondas 2 e 4, possui a função de correção. Os processos corretivos compreendem uma variação de
padrões bem mais amplos do que nas ondas propulsoras. Esta onda, após completada, indicará a proporção dos próximos movimentos. Igualmente as sub ondas
dentro da onda A produzirão pequenos alvos que poderão apresentar pistas de como serão o comportamento dos fractais em ondas maiores. Os padrões
corretivos que fazem parte do complexo ABC (também nas ondas 2 e 4) são divididos em quatro categorias principais: zig zag (5-3-5), triângulos (3-3-3-3-3),
correção plana (3-3-5) e os combinados (duplo três e triplo três).

Onda B
Tentativa do preço de retornar para a tendência anterior. O volume durante esta onda é normalmente menor que na onda A. O comportamento do mercado
pode ser errático, alimentando a ilusão de uma nova máxima. O rompimento da onda A pode até acontecer. Chamamos esse comportamento de correção plana
expandida (veremos adiante) em que a onda B rompe em falso o início da onda A e imediatamente se inicia propulsão em cinco ondas no sentido contrário (aos
quais representam a onda C).

Onda C
Assemelha-se a onda 3 de impulsão por convencer o mercado de que de fato a tendência mudou. Em uma onda C de queda, compradores passam a cobrir suas
posições e o pânico aumenta à medida que os stops são acionados, resultando em barras crescentes de volume. Trata-se do padrão mais fácil de se operar do
complexo A, B e C.

Padrões corretivos
Padrões que mudam a tendência anterior, seja para consolidação ou reversão. São desenhados nas ondas 2, 4 e B. As ondas A e C são consideradas também
correções, mas no sentido amplo (em relação a tendência anterior). Já com relação a mudança de comportamento e direção, possuem características de ondas
de impulsão.
As correções acontecem em dois tipos de processos: quedas rápidas e acentuadas com ângulos bem fechados contra a tendência de grau maior e correções
laterais que produzem uma retração mais lenta da onda anterior.
Como já mencionado, temos 4 categorias principais de padrões corretivos:

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Ziguezague (5-3-5, três tipos: simples, duplos ou triplos);
Correção plana (3-3-5 , três tipos: regular, expandida, e corrida);
Triângulo (3-3-3-3-3, quatro tipos: simétricos, ascendentes, descendentes e assimétricos);
Combinação (dois tipos: duplo três e triplo três).

Zig Zag
Em um mercado comprador, caracteriza-se por três simples ondas rotuladas como A, B e C em um padrão 5-3-5.

Ocasionalmente o padrão zigzag ocorrera duas


vezes ou três em sucessão, particularmente
quando o primeiro zigzag for menor que o alvo
esperado. Nesse caso, cada zigzag será
separado por uma intervenção em 3 pequenas
ondas denominadas como “X”, produzindo o
que se chama de duplo zigzag (figura 4.2). Toda
estrutura desse zigzag será resumidamente
rotulada como “W”,”X”,” Y”. Pode ainda haver
mais uma variável chamada de triplo zigzag.
Neste caso a correção seguinte será rotulada
como “XX” e “Z” para a última onda. O padrão
zigzag é mais comum em onda 2 do que em uma
onda 4 em movimentos de tendência clara.

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Particularidades e proporções de Fibonacci:

Ziguezague simples: As ondas A e C em um ziguezague se desenvolve em 5 sub ondas, podendo apresentar padrão diagonal. A onda B corrige 50%, 61,8%,
76,4%, 85,4% em relação a onda A.
A onda C executa 61,8%, 100%, 123,6%, 161,8% em relação a onda A.
Se a onda C executar 161,8% da onda A e não houver divergência de IFR (RSI) estamos em impulsão invés de ABC.

Duplo Ziguezague: A onda X corrige 50%, 61,8%, 76,4%, 85,4% em relação a onda W e pode ser de qualquer estrutura corretiva (plana, triângulo, ziguezagues,
combinações).
A onda Y executa 61,8%, 100%, 123,6%, sendo 161,8% o limite em relação a onda W.
Surgem divergências de IFR (RSI).

Triplo Ziguezague: A onda XX tem a mesma característica proporcional da onda X, podendo assumir qualquer padrão corretivo (qualquer três, correção plana,
triangulo, zigzag). A onda Z é 61,8%, 100%, ou 123,6% em relação a onda Y.

Correção plana - Flat


As correções em flat diferem do zigzag através da sequência de sub ondas, que são em 3-3-5. Podem aparecer em qualquer onda corretiva, ou seja, ondas 2, 4,
B ou X, além do ABC amplo que corrige todo o impulso.

Existem 3 tipos de correção plana: regular, estendido e corrido.

Em uma correção plana regular, a onda “A” não possui força suficiente para se tornar um padrão de 5 ondas. Executa, portanto, apenas 3 ondas. A onda B
realiza uma correção também em 3 ondas e termina próximo do início da onda “A”. A partir desse nível se inicia a onda C, que dessa vez executa seu
movimento em 5 ondas com estrutura parecida com padrão de impulsão. Geralmente termina muito próximo da mesma região da onda “A”.
Nas correções planas expandidas a onda “B” do padrão 3-3-5 termina rompendo o início da onda “A”. A onda “C” termina além do início da onda “B”. Esse
movimento também é chamado de correção plana irregular e são mais comuns que as correções planas regulares.

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As correções planas corridas são baseadas na onda B que falha em
fazer o movimento completo até o nível em que a onda “A”
terminou.

Particularidades e proporções de Fibonacci:

Correção plana regular: A onda B pode corrigir até 90% da onda A,


podendo parar nos níveis de 61,8%, 76,4% ou 85,4% em relação a onda
A.
A onda C tem proporção da onda A de 61,8%, 100%, 111,8% ou
123,6% .

Correção plana expandida: O topo da onda B ultrapassa o início da


onda A, executando 111,8%, 123,6% 127,2% podendo ir até
138,2% em relação a onda A.
A onda C se desenvolve em 5 sub ondas, frequentemente executa
161,8%, podendo chegar a 261,8% em relação ao início da onda A.

Correção plana corrida: A onda B tem as mesma características de


uma correção plana expandida, seguindo as mesmas proporções
em relação a onda A. A onda C falha em romper o fundo da onda
A, executando 5 sub ondas na área da onda A, com proporção de
61,8% até 100% em relação a onda A.

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Triângulos
O padrão de triangulo possui cinco ondas que se subdividem em 3-3-3-3-3 e são as
ondas presentes dentro da figura são classificadas como A-B-C-D-E.
Triângulos são padrões de continuação, portanto possuem maior probabilidade de
rompimento a favor da tendência. A sub onda “E” é a que antecede o retorno para a
tendência original. Existe uma característica de perpetuação do triangulo para mais 5
ondas. É o que acontece quando uma das sub ondas (geralmente a onda E) executa seu
movimento com mais um pequeno triangulo dentro dela. Neste caso rotulamos como
A-B-C-D-E-F-G-H-I. Existem quatro tipos de triângulos:

 Simétrico
 Ascendente
 Descendente
 Assimétrico

Os triângulos em expansão ou alargamento seguem as mesmas regras, com a diferença


inversa quanto a alvos e proporções. A contagem das ondas neste caso deve ser lida
em gráficos de grau maior para evitar erros na leitura.

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Exemplos de triângulos em gráfico

Triângulo ascendente: Topo plano e fundos ascendentes

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Triângulo Descendentes: Topos descendentes e fundos planos

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Triângulo Simétrico ou contração: Topo descendentes, fundos ascendentes

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Triângulo assimétrico ou expansão: Topo ascendente, fundo descendentes

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Regras para triângulos
 As Sub ondas são em padrão 3-3-3-3-3 e contadas como A-B-C-D-E.
 Sub ondas podem ser realizadas em triângulos, ou combos de zig zag, mas não em padrões de flat.
 A onda “C” não pode se mover além do topo da onda “A”. (Exceto em triângulos de expansão).
 A onda “D” não pode se mover além do topo da onda “B”. (Exceto em triângulos de expansão).
 A onda “E” pode se mover além do topo da onda “C”, porém muita atenção pela alta probabilidade de rompimento falso.
 Onda E frequentemente é mais emocional, podendo causar até um pico de volume ao seu final.
 Em triângulos ascendentes, descendentes e simétricos é muito comum a onda C executar 61,8% da onda A, assim como a onda D prefere executar
61,8% da onda B e a onda E 61,8% da onda C (podendo passar disso ou ser menor que isso por se tratar da onda E).

Duplo três e triplo três


O mercado trabalha em momentos de consolidação que pode durar dias. Tempo suficiente para levar lucros e recordes financeiros que eventualmente se
tenha realizado durante a fase de propulsão. Nos períodos de lateralizacão o mercado rompe topos e não continua a favor da nova tendência. Perde o fundo e
não inicia sequência de topos e fundos descendentes. Piora com o aumento da ansiedade do operador, que passa a aumentar suas posições com a esperança
de que o preço médio alivie a dor do prejuízo. Elliott estudou esses momentos em que o mercado fica sem direção e identificou que o mercado começa a
realizar combinações de padrões corretivos. Chamamos de Duplo três e triplo três. Podem ocorrer nos momentos de correção, mais frequentemente em ondas
4 e B. Na grande parte das vezes essa combinação é executada horizontalmente. Uma dica para reconhecer esses movimentos é que eles nunca se repetem
sequencialmente. Em uma onda 4, por exemplo, acabamos criando uma correção plana, seguida de qualquer padrão corretivo que se desenvolve em três sub
ondas, finalizando com um triângulo (Figura4.8). Quando temos essas combinações, usamos as letras W-X-Y para um duplo três e W-X-Y-XX e Z no caso de um
triplo três.

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Fatores Emocionais

Negociar na bolsa de valores demanda domínio de estratégias e habilidades emocionais para autocontrole. Meses passarão. Talvez anos ou até mesmo décadas
para se alcançar a tal “consistência de lucros”. Podemos responsabilizar essa morosidade no sentimento de ansiedade que, por definição, é uma resposta
emocional à antecipação de ameaça futura. Existe, mesmo que você não admita, o pensamento de que pode estar perdendo seu tempo estudando análise
técnica. Duvidamos de nós mesmos, do mercado, ou até mesmo de ambos. A frase que atormenta o processo de desenvolvimento do trader: “E se não der
certo?” passa a surgir com mais frequência com o passar dos meses. É um verdadeiro choque de realidade se dar conta de que nem o tempo e nem o seu dinheiro
esperará dar certo. Será necessário passar por perdas para aprender a dinâmica do mercado. Ganhar muito dinheiro e perder tudo num dia de descontrole. Ficar
dias e dias acumulando lucros, tempo suficiente para acreditar que a “chave virou” para depois descobrir que o mercado muda e você não. Virão semanas de
prejuízos que o farão acreditar que não consegue mais operar. Isso acontece com todos os seres humanos. Pelo menos com 90% da população. Ou 95%, 97%. O
que importa é descobrir como solucionar o problema. Não é novidade que o fator emocional é a causa da montanha russa de resultados. A solução, portanto, é
se conhecer o bastante para adquirir autocontrole. É o que fazem os 10%, 5% ou 3% dos vencedores. É necessário entender como seus comportamentos
destrutivos são acionados e reprogramá-los a seu favor. E já vou avisando que não é algo definitivo. Não se resolve de uma vez por todas. É contínuo. Tem a ver
com toda a sua existência.
Tudo começa enquanto somos embriões. Quando recebemos a carga genética de nossos pais. Depois, durante nosso crescimento, uma série de programações
são criadas em nossas mentes que impactarão diretamente nos nossos resultados enquanto adultos. É complexo tentar entender como toda essa teia de
desenvolvimento funciona. A cultura em que estamos inseridos, a maneira como somos criados e as frases de efeito que nos são ditas como “nasci pobre”,
“dinheiro faz dinheiro e não tenho dinheiro”, “você não nasceu pra isso”, “acorda pra vida”, tudo contribui para as dificuldades que se vive na meia idade. Já
reparou como uma criança rica consegue no futuro acumular dinheiro e até mesmo superar a receita que seus pais obtiveram no passado? Elas são programadas
para vencer. Portanto, para seus filhos será possível você agir diferente. Mas para você também existe uma solução. Estude livros de programação neuro-
linguística. Procure profissionais de excelência para lhe ajudar nessa área. E pouco a pouco você poderá reprogramar a sua mente. Indico leitura livros como “O
Poder do Subconsciente – Joseph Murphy”, “Quem Pensa Enriquece – Napoleon Hill” e “Poder sem Limites – Tony Robbins”. Indico também o livro mais importante
sobre a área: a Bíblia. Acredite se quiser, está recheada de frases que mudarão a maneira como você encara a vida e o mercado financeiro. A frase: você é amado
pelo Criador do Universo, tem poder 

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Última dica:
Júlio Pereira, especialista na área, escreveu em seu perfil no Instagram (@juliopereira.oficial) “os fracassos nos seus resultados vêm de afirmações como: as
coisas estão piorando, nunca vou obter respostas, não vejo a solução, não tem jeito, não sei o que fazer, estou confuso”. Mude sua maneira de pensar. Afirmações
positivas, como ensina Napoleon Hill, é uma das chaves para o sucesso. Invista tempo em mindset e você colherá muito mais cedo os louros de sua dedicação.
Deus abençoe sua jornada,
Caio R. Possiedi

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Anotações

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