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ELETRÔNICA

Juliano Matias

Abordaremos neste artigo uma tecnologia que está sendo cada vez mais utilizada na área
industrial, que é a das Fibras Ópticas.
Os vários tipos de fibras, seus conectores e técnicas de montagem estão sendo apresenta-
mos neste artigo que, com o seu conteúdo, visa cobrir uma lacuna ainda existente nas nossas
literaturas técnicas.

Boa leitura!

A
s Fibras Ópticas (vamos chamá-las de F.O.) Isolar equipamentos eletricamente
servem para o trafegar dados de um ponto
ao outro utilizando a luz como forma de Esse é o segundo maior motivo de se utilizar F.O.
transporte dos mesmos, ao invés dos ca- em automação industrial. Muitas vezes, temos equi-
bos elétricos convencionais. pamentos da mesma rede Fieldbus sendo utilizados
Normalmente, elas são utilizadas em telecomuni- em prédios diferentes, ou até mesmo dentro de um
cações, telemetria e também em Automação Indus- mesmo prédio, porém em distâncias muito grandes.
trial, que é onde iremos abordar. Nesse caso precisamos
Em Automação Industrial, elas são basicamente isolá-los eletricamen-
empregadas quando há a necessidade de : te, pois no caso de
1. Imunidade contra Interferência Eletromagnética uma eventual di-
(EMI); ferença de po-
2. Para isolar equipamentos eletricamente; tencial entre os
3. Aumento de distância entre os equipamentos. dois equipa-
mentos evita-
Imunidade contra Interferência Eletromagnética mos a sua da-
nificação.
Esse é o maior motivo para se utilizar F.O. em am-
biente industrial. Normalmente, o ambiente industrial Aumento de
é um muito propício para o aparecimento de EMI e distância
algumas vezes, por mais que o cabo de dados (elétri- entre os
co) seja blindado, aterrado e com todas as condições equipamentos
teóricas de isolamento da EMI, nem sempre é sufici-
ente para evitar esse tipo de problema, e a solução Quando utili-
disso é a utilização de F.O. para a interligação dos zamos o meio físico
equipamentos. “cabo elétrico”, quanto maior for a

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Figura 1 - Eletrônica de um circuito ponto a ponto entre duas Tabela 1 - Dados técnicos do módulo.
estações em F.O..

distância entre os equipamentos maior será a resis-


tência do condutor elétrico dentro do cabo, aumentan-
do com isso a queda de tensão dentro do cabo. Para
evitarmos esse tipo de problema, utilizamos a F.O.
(não que a F.O. não tenha atenuação, na verdade ela
tem, algumas com mais atenuação e outras menos,
mas de qualquer forma as que possuem menos ate-
nuação permitem distâncias maiores do que o cabo
de cobre). onde:
Sft - Sensibilidade do fototransistor;
COMUNICAÇÃO ENTRE DOIS PONTOS ILED - Intensidade do LED;
M - Margem.
A figura 1 mostra como é fisicamente a eletrônica de
um circuito ponto a ponto entre duas estações em F.O.. Essa margem de segurança serve para prever fu-
Nela, podemos verificar que em um sistema full- turas atenuações devido a perdas no sinal durante a
duplex temos um par de cabos para a troca dos da- fase de instalação (perda prevista de 2 dBm na insta-
dos, sendo um o receptor e o outro o transmissor. lação) e no decorrer dos anos (perda prevista de 0,1d
A distância entre os dois equipamentos é determi- Bm por ano), com isso temos um tempo de vida útil
nada pela atenuação do cabo, pela intensidade de luz previsto de aproximadamante 10 anos em sua dis-
que o LED pode transmitir e pela sensibilidade do tância máxima.
fototransistor. Esse tipo de cálculo serve para qualquer tipo de
Todas estas variáveis são dados de catálogo do módulo e para qualquer tipo de Fibra Óptica.
módulo eletrônico em questão. Vamos tomar um exem- E, como saber qual é a distância do cabo que es-
plo. Na figura 2 vemos um módulo eletrônico da em- tou utilizando, se o cabo passa por tantas canaletas,
presa Phoenix Contact, esse módulo tem a função de eletrocalhas, curvas,...?
fazer a conver- Essa resposta é bem simples tendo em vista que
são de um sinal o cabo vem marcado de fábrica com metragem
em RS-232 para indicada de metro em metro do cabo, conforme é mos-
F.O., e vemos na trado na figura 3. Então, é só verificar a marcação
tabela 1 os da- mais próxima do primeiro equipamento e subtrair da
dos técnicos do distância mais próxima marcada no segundo equipa-
módulo. mento. Simples, não?
Vamos fazer
algumas contas
imaginando que
c on e c ta r e m o s Figura 2 - Módulo eletrônico da empresa
dois desses Phoenix Contact
módulos:
Atenuação de um cabo de Fibra Polimérica – 230
dB/km ou 230 dB/1000m
Figura 3 - Marcação da metragem.
Margem de segurança – 3 dBm

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Figura 4 - Dimensões da F.O. polimérica. Figura 5 - Fibra HCS.

TIPOS DE FIBRAS ÓPTICAS Vidro Multimodo: é utilizada em ambiente indus-


trial quando queremos trafegar os dados a muita dis-
Existem várias tecnologias de tância, onde nem mesmo o cabo
F.O., e vamos citar algumas delas: de cobre é capaz, pois com ela po-
Polimérica: também conheci- demos chegar aproximadamente a
da como fibra plástica, esta é a 3300 m (dependendo da atenuação
mais amplamente utilizada em am- da F.O. nesse caso de 3,0 dB/km).
biente industrial, pois é de uma Seu núcleo é todo de vidro e seus
tecnologia barata, de fácil diâmetros variam de acordo com
conectorização e fácil manuten- a F.O., mas o normal é 50/125 µm
ção. Porém, como tudo, também e 62,5/125 µm.
tem seu lado negativo, o dela é a Vidro Monomodo: quase nun-
alta atenuação do sinal em seu ca é utilizada em ambiente indus-
cabo, cerca de 230 dB/km, isto é, Figura 6 - Conector F-SMA. trial (já ouvi falar, mas pessoalmen-
em 1000 m de cabo ela atenua te nunca vi), ela é a melhor fibra
230 dB, com isso a distância má- quando falamos em distância, pois
xima dela chega a 70 m. Veremos sua atenuação é mínima tenden-
mais a frente como se calcula essa do à ideal. É muito utilizada em te-
distância. Temos na figura 4 as di- lecomunicações e a mais cara
mensões da F.O. polimérica, essa entre todas.
notação é dada por 980/1000 µm..
HCS: é a segunda mais utiliza- TIPOS DE CONECTORES
da, ela é constituída por um nú-
cleo de vidro coberto por um ma- F-SMA é o tipo mais prático de
terial polímero, como vemos na ser montado, pois existem kits de
figura 5. Figura 7 - Conector B-FOC ou ST. confecção para esse tipo de
A atenuação dela é de 9 dB/ conector. É mais utilizado em Fi-
km, nesse valor vemos sua baixa bras Poliméricas e HCS. Veja o
atenuação por quilômetro. conector na figura 6.
É muito empregada quando B-FOC ou ST é o padrão mais
precisamos aliar imunidade eletro- conhecido do mercado, pois está
magnética com distância, pois presente na maioria das F.O. de
com essa fibra conseguimos al- vidro, porém é pouco utilizado em
cançar aproximadamente 400 m. área industrial. Veja o conector na
A escolha dessa fibra é somen- figura 7.
te pela imunidade contra EMI e A capa protetora dos
isolação elétrica , mas não pela conectores das F.O. é de extrema
distância, pois distância igual con- importância, pois, previne que a fi-
seguimos utilizando cabo de co- Figura 8 - Os dois conectores com as bra propriamente dita engordure,
correspondentes capas de proteção.
bre em RS-485. arranhe ou até mesmo lasque, o

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valete ou uma base, deixando o seu centro girar livre-


mente, evitando com isso a torção no cabo, como mos-
trado na figura 9.
• Não torcer nunca o cabo (figura 10). O cabo de
fibra óptica não foi feito para trabalhar e nem ser ma-
nuseado nessa condição. Alguns tipos de cabos es-
peciais podem trabalhar movimentando-se linearmen-
te, por exemplo, em uma lagarta, mas como disse,
são cabos específicos para esse fim.
• Não pisar nunca em um cabo de Fibra Óptica –
imaginem uma placa de acrílico se dobrando: ela não
fica esbranquiçada no seu centro com várias fissuras?
Pois é isso o que acontece quando pisamos ou es-
Figura 9 - Como desenrolar. magamos um cabo de fibra polimérica. E com o pas-
sar do tempo essas fissuras vão aumentando, ocasio-
nando com isso o aumento da atenuação do cabo,
até uma hora em que a luz que chega no fototransistor
não é suficiente para ele entrar em ponto de satura-
ção. E essa condição torna-se ainda pior quando o
cabo é do tipo HCS ou vidro, pois uma pisada pode
quebrá-la na hora, interrompendo a passagem de luz.
• Normalmente, as sobras dos cabos elétricos em
canaletas, são escondidas nas mesmas apenas dobran-
do-os no seu leito. Esse procedimento é proibido ao uti-
Figura 10 - Não torcer nunca o cabo.
lizar F.O., pois ao dobrar o cabo em um ângulo acentua-
do as características de atenuação mudam, podendo

Figura 13 - Instalar os cabos de F.O. em canaletas separadas ou


Figura 11 - Não dobrar os cabos na prória canaleta. em conduítes diferentes

que prejudicaria (e muito) a performance da fibra. Veja fazer com isso que na condição do cabo dobrado ele
na figura 8 os dois conectores com as corresponden- não funcione mais. Observe as figuras 11 e 12.
tes capas de proteção. • Instalar os cabos de F.O. em canaletas separa-
das ou em conduítes diferentes (figura 13). Esse pro-
CUIDADOS AO SE TRABALHAR cedimento deve-se ao fato de que,
COM UMA F.O. se qualquer manutenção for feita
nos cabos de potências ou nos
Essa, eu diria, é a parte mais outros cabos que estiverem na
importante do artigo, pois se a Fi- mesma canaleta, ao serem remo-
bra Óptica for mal instalada toda a vidos não transmitam tensão me-
instalação fica comprometida. Ci- cânica para os cabos de Fibra
taremos alguns tópicos importan- Óptica, pois eles poderiam sofrer
tes que sempre devem ser obser- sérios danos. Caso isso seja ine-
vados em uma instalação. vitável, aconselha-se:
• Desenrolar sempre o cabo da Figura12 - Cabos dobrados na canaleta. - Remova primeiramente os cabos
Procedimento errado.
bobina com a bobina sobre um ca- de F.O.

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braçadeiras para
garantir um raio
mínimo de cur-
vatura da fibra
que deve ser de
no máximo de 5
cm, ver figura
15. Na verdade,
esse raio de cur-
vatura deve ser
Figura 17 - Cabos com protetor de
mantido sob curva.
qualquer hipóte-
se, até mesmo
ele entrando em
módulos eletrô-
nicos, conforme
Figura 14 - Proteger a F.O. contra cantos vivos e rebarbas. ilustra a figura
16.
• Utilizar pro-
teção para cur-
vas quando o
cabo for entrar
ou sair de um
painel elétrico,
pois normalmen-
te o cabo pode Figura 18 - Cabo com proteção de
curva conectado.
sofrer esforços
e, com isso, ser
forçado em um raio de curvatura menor que 5 cm;
observe as figuras 17 e 18.
• Ao instalar o cabo de F.O. em portas de painéis
ou em partes móveis, utilizar sempre um tubo prote-
tor para evitar que o raio mínimo de curvatura seja
ultrapassado, conforme mostra a figura 19.
Figura 15 - Raio mínimo de curvatura da fibra.

- Instale ou repare os cabos de cobre.


- Reinstale os cabos de F.O.
- Faça a medição do cabo e certifique-se de que ele
está bom.
• Proteja a
F.O. contra can-
tos vivos e
rebarbas para
evitar o seu cor-
te, para isso in-
sira um protetor
ou lime ou retire
os cantos vivos,
atente para a fi-
gura 14.
• Na necessi-
dade de curvas
em uma F.O. uti- Figura 16 - O raio de curvatura deve ser
mantido sob qualquer hipótese. Figura 19 - Utilizando um tubo protetor.
lizar para isso

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MONTANDO UM CONECTOR EM UMA FIBRA


POLIMÉRICA

Para se montar um conector F-SMA em uma F.O.


Polimérica necessita-se das seguintes ferramentas
mostradas no Kit da figura 21.

Decapar o cabo
1. O cabo deve ser decapado longitudinalmente.
• Posicione a faca do decapador a aproxima-
damente 10 cm do final do cabo (figura 22).
• Mantenha a lâmina do decapador longitudi-
Figura 20 - Não apertar as braçadeiras.
nalmente ao cabo, e puxe-a cortando-o até a sua ex-
tremidade.
• Quando utilizar braçadeiras, nunca apertá-las de- 2. Remova as fibras de aramida do interior da
mais, pois com isso provoca no local microfissuras, ate- fibra, estas fibras servem para dar sustentação
nuando assim o cabo e provocando em um curto espa- mecânica ao cabo e ajuda na isolação térmica do
ço de tempo a inutilização do mesmo; veja a figura 20. mesmo.

Figura 24 - Cortando com alicate de corte


Figura 21 - Ferramentas. diagonal. Figura 27 -Excesso cortado.

Figura 22 - Posicionando a faca do Figura 28 - Conector na base para


decapador. Figura 25 - Decapando a fibra. lixamento.

Figura 23 - Rasgando a capa do cabo. Figura 26 - Cortando o excesso. Figura 29 - Lixando.

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3. Enrole uma ponta da fibra em uma chave de 3. Comece a lixar fazendo movimentos de oitos
fenda e rasgue a capa por mais 15 cm no sentido da até sentir que a base de lixamento começa a girar.
outra extremidade (figura 23). Nesse processo, os dois 4. Troque a lixa por uma outra ainda mais fina para
condutores não podem ser danificados. dar o polimento e repita o movimento de oitos duran-
4. Corte a capa de proteção com as fibras de te 20 vezes (figura 30).
aramida e corte também as duas F.O. a uma distân-
cia de aproximadamente 12 cm do começo do cabo, Limpe a ponta da fibra com um pano extrema-
esse corte deve ser realizado com um alicate de cor- mente limpo (figura 31), e coloque a capa protetora.
te diagonal para evitar danos nas fibras (figura 24). Com isso o conector está pronto (figura 32).

Decapar a fibra e colocar o conector MONTANDO UM CONECTOR EM


1. Decape a fibra aproximadamente 10 mm em am- UMA FIBRA HCS
bos os condutores (figura 25).
2. Insira o conector F-SMA. Para se montar um conector F-SMA em uma F.O.
3. Rosqueie o conector com uma pressão de 0,1 HCS necessita-se das seguintes ferramentas mos-
Nm (não muito forte). tradas no Kit da figura 33.
4. Corte o excesso da fibra exposta no conector
com um alicate de corte diagonal, deixando somente Removendo a capa externa
1 mm para fora do conector (figu- 1. A capa externa deve ser re-
ras 26 e 27). movida em aproximadamente 200
mm. Um estilete normal pode ser
Polimento da fibra utilizado para este fim, veja figu-
Para minimizar a atenuação da ra 34.
F.O., ela precisa ser polida como 2. E com um alicate decapador
descrito nos passos abaixo: de fios remova a capa interna de
1. Inserir o conector na base proteção da fibra, como mostra a
para lixamento (figura 28). figura 35.
2. Colocar uma lixa abrasiva 3. Agora que a F.O. esta a mos-
(1500) sobre uma superfície regu- tra, corte as fibras de aramida com
lar (figura 29). Figura 32 - O conector pronto. uma tesoura especial (figura 36),

Figura 30 - Usando uma lixa mais fina. Figura 33 - Ferramentas. Figura 35 - Removendo a capa interna.

Figura 31 - Limpando a ponta. Figura 34 - Removendo a capa. Figura 36 - Cortando as fibras de aramida.

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Tabela 2 - Quadro comparativo.

e após isso retire a camada de polímero que envol- A tabela 2 mostra um quadro comparativo entre
ve a fibra utilizando um decapador de 0,3 mm dei- os diversos tipos de fibras ópticas.
xando cerca de 70 mm da fibra de vidro exposta
(figura 37). CONCLUSÃO
4. A fibra ficará a mostra conforme a figura 38.
Tentamos passar com este artigo um pouco das
Conectando a fibra novas tecnologias de Fibra Óptica em Automação
1. Insira o conector e fixe-o na F.O., mas muito Industrial. Notem que as F.O. utilizadas em Automação
cuidado, pois a F.O. pode quebrar com qualquer força Industrial quase não são utilizadas em Telecomuni-
maior imposta nela (figura 39). cações. São de tecnologias diferentes, porém com a
2. Com um equipamento especial (figura 40), en- mesma finalidade.
caixe o conector e “quebre” o excesso de fibra com a Em edições futuras estaremos discorrendo sobre
ajuda deste equipamento. Fibras Ópticas de vidros e suas técnicas de medição
e diagnóstico, bem como os conceitos teóricos a elas
Com isso a F.O. está pronta para ser utilizada (fi- relacionados.
gura 41). E vale lembrar que em um sistema de automação,
Para ambos os tipos de F.O. existe um instrumen- quanto mais fa cilmente o pessoal de manutenção
to muito útil que serve para verificar as condições da conseguir consertar um defeito, menos dinheiro é per-
fibra depois de montada no conector, é um tipo de dido, e esse é um dos motivos do uso da tecnologia
microscópio específico para esta finalidade, veja a de F.O. polimérica e HCS, pois sua conectorização é
figura 42. muito simples, e rápida para dar manutenção. l

Figura 37 - Retirando a camada de


polímero. Figura 39 - Inserindo o conector. Figura 41 - F.O. pronta para ser utilizada.

Figura 42 - Verificando as condições da


Figura 38 - Fibra a mostra. Figura 40 - Equipamento especial. fibra.

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