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Disciplina: História da Africa

Alunos: Ricardo de Brito, Matheus Vilela, Isabella Franco

Texto: Para quando a África? Entrevista com René Holenstein/ Joseph Ki-Zerbo;
tradução Carlos Aboim de Brito.- Rio de Janeiro: Pallas, 2006.

RELATÓRIO DE LEITURA

O presente relatório aborda as temáticas discutidas por Joseph Ki-Zerbo em


entrevista com René Holenstein intitulada Para quando a Africa. Os capítulos que
foram discutidos na unidade são Globalizadores e globalizados e Guerra e paz.
Começaremos pelo primeiro.

Globalizadores e globalizados

Joseph Ki-Zerbo comenta o papel do continente africano no sistema mundo


capitalista que, segundo este pensador, ocupa o papel de globalizado, “porque é uma
questão de relação de forças” (KI-ZERBO, 2006, p.23). Também comenta o caráter
especulativo do sistema mundo capitalista e sua economia baseada na oferta imposta aos
seus mercados em contraponto à economia de demanda, como propôs Jhon M. Keynes.
Ki-Zerbo afirma que o continente africano ocupou, desde o século XVI, o papel de
“vagão” enquanto os países do centro do capitalismo ocuparam o papel de
“locomotiva”, ou seja, o papel de colônia e economia satélite das grandes potências
capitalistas, fornecendo matérias primas.

A pressão feita pelo FMI e o Banco Central sobre os países africanos também é
comentada por Ki-Zerbo. O entrevistado cita o exemplo de privatizações feitas na
saúde, transferindo hospitais públicos para a iniciativa privada dificultando ainda mais o
acesso à saúde para os mais pobres. E também são feitas algumas considerações sobre o
acumulo de capital nas mãos dos mais ricos e aumento da desigualdade social: é o
sistema capitalista quem produz a pobreza. São as condições estruturais do capitalismo
que geram o subdesenvolvimento e não a pobreza.
Guerra e Paz

Neste capitulo Joseph Ki-Zerbo comenta a respeito da reorganização do sistema


mundo capitalista a partir do fim do sistema bipolar. Segundo o entrevistado há uma
nova partilha do continente africano, semelhante ao período colonial, que agora se
materializa nas grandes multinacionais e organizações mundiais como o FMI, Banco
Mundial e Organização Mundial do Comercio – OMC.

Ki-Zerbo também discorre acerca da tentativa dos ex-colonizadores em


continuar a sua influência nos países africanos pelos mais variados meios. O primeiro
deles, segundo o autor, é por meio da língua, que possui grande impacto econômico,
político e geoestratégico. Outra forma seria através do acumulo de objetos culturais por
parte dos ex-colonizadores, atraindo a atenção de parte dos africanos para esses acervos.
Para o entrevistado as antigas potências coloniais criaram grandes redes de influência
sobre os países africanos, infiltrando quadros econômicos, formadores de opinião na
sociedade civil e dirigentes políticos. A outra forma, não menos importante, seria
através das agências de pesquisa que veiculam com facilidade toda ideologia europeia
no continente africano.

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