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por
Amauri Mosquen
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Amauri Mosquen
Comissão de Avaliação:
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais Celso e Carmen, e ao meu irmão Renan, pelos ensinamentos
da vida, valores e constante incentivo. A minha namorada Caren, pelo apoio e compreensão.
Ao meu orientador Prof. Dr. Rogério José Marczak, ou “Rato”, pelas ideias, dicas e suporte
dados sempre que necessário. A UFRGS e aos professores do Departamento de Engenharia
Mecânica pelo ensino de qualidade e pelo crescimento pessoal e profissional proporcionado.
Aos amigos pelos momentos de descontração e de estudo. A equipe “Tchê” de Baja SAE pelo
apoio de seus integrantes na realização deste trabalho.
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MOSQUEN, A. Simulação Numérica de um Veículo de Chassi Tubular frente a uma
Situação de Capotamento Frontal. 2012. 20 folhas. Monografia (Trabalho de Conclusão do
Curso em Engenharia Mecânica) – Departamento de Engenharia Mecânica, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
RESUMO
ABSTRACT
KEYWORDS: front rollover, dynamic simulation, stiffness curves, finite element method
iv
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 1
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 2
3.1. A Dinâmica do Capotamento .......................................................................................... 2
3.2. Modelagem ..................................................................................................................... 3
3.3. Análise de Problemas Dinâmicos .................................................................................... 4
4. METODOLOGIA ............................................................................................................. 5
4.1. Modelagem do Veículo ................................................................................................... 5
4.1.1. Testes Experimentais: Suspensão e Pneus .................................................................... 7
4.1.2. Consideração da Rigidez das Juntas .............................................................................. 9
4.2. Modelagem da Rampa .................................................................................................. 12
4.3. Parâmetros da Simulação ............................................................................................. 12
4.4. Determinação do Espaço de Segurança ....................................................................... 12
5. RESULTADOS.............................................................................................................. 13
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................. 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 15
APÊNDICE I ............................................................................................................................. 16
APÊNDICE II ............................................................................................................................ 17
APÊNDICE III ........................................................................................................................... 18
APÊNDICE IV .......................................................................................................................... 19
v
1
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA
É importante ressaltar que apesar de a SAE Brasil impor requisitos mínimos visando à
segurança, parte do projeto estrutural do veículo recai sobre os participantes, de tal forma que
é imprescindível que seja realizada uma análise adequada da resistência do veículo e da
segurança do condutor em situações críticas.
A Tabela 3.1 [DNIT, 2010] mostra a estatística dos acidentes de trânsito segundo o tipo
e a gravidade, ocorridos em rodovias federais no ano de 2010. A análise destes dados permite
notar que dentre os tipos de acidentes automotivos, o capotamento está entre os três mais
graves, com mortalidade de 4%.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Apesar de o presente trabalho abordar nas seções seguintes este problema dinâmico
por meio de um modelo com maior complexidade, uma maneira alternativa e simplificada para
representação deste pode ser obtida a partir de um modelo de meio-carro com dois graus de
liberdade, apresentado na Figura 3.2. As equações que governam o movimento neste caso são
mostradas de (3.1) a (3.4) [Gao et. al., 2007].
3
mms v̈ ms cs,d (v̇ mns,d v̇ p,d ) cs,t (v̇ mns,t v̇ p,t ) (3.1)
s,d (vmns,d vp,d ) s,t (vmns,t vp,t ) 0
̈
ms ms ld (cs,d (v̇ mns,d v̇ p,d ) s,d (vmns,d vp,d ))
(3.2)
lt (cs,t (v̇ mns,t v̇ p,t ) s,t (vmns,t vp,t )) 0
3.2. Modelagem
Onde [m], [c] e [k] são as matrizes de massa, amortecimento e rigidez da estrutura, FEXT
é o vetor do carregamento externo ü , u̇ e u são os vetores de aceleração, velocidade e
deslocamento.
Segundo Logan, 2007, um método geral utilizado na solução da equação (3.5) e
aplicável a problemas não-lineares é o método da integração direta, que pode ser classificada
em explícita ou implícita. De acordo com Bathe, 1996, esse método é baseado em dois
princípios: (a) a equação de equilíbrio dinâmico (3.5) é satisfeita em intervalos discretos de
tempo, dados por Δt; (b) assume-se uma lei de variação para os deslocamentos, velocidades e
acelerações nodais entre cada intervalo de tempo Δt.
A integração direta explicita, também conhecida como método das diferenças centrais, é
baseada em expressões para a velocidade (3.6) e aceleração (3.7):
un 1 un 1
u̇ n (3.6)
2 t
u̇ n 1 u̇ n 1
ü n (3.7)
2 t
Com isso, a solução da equação (3.5) para diferentes passos de tempo pode ser
encontrada.
Em alguns casos é vantajosa a utilização do método explícito, isso se deve a algumas
de suas características, leia-se: (a) seu custo computacional cresce linearmente com as
dimensões do problema; (b) é mais eficiente na solução de problemas com grandes
descontinuidades; (c) é capaz de resolver problemas envolvendo contatos complexos e
generalizados [Dassault Systèmes, 2009].
Contudo, sua solução é condicionalmente estável, o que significa que o incremento de
tempo, Δt, utilizado durante a análise é limitado. Logan, 2007, sugere a aplicação de dois
critérios para verificação do máximo incremento de tempo (condição CFL):
2
t ( ) (3.9)
max
(3.10)
Onde é a frequência circular natural mais alta, Lmin é o mínimo tamanho de elemento
e cx é a velocidade de propagação do som no meio.
5
4. METODOLOGIA
Propriedade Valor
Módulo de Elasticidade 210 GPa
Coeficiente de Poisson 0,292
Densidade 7800 kg/m3
Componentes que realizam a ligação de duas ou mais regiões de uma estrutura podem
ser representados por meio de elementos conectores. Estes elementos podem ser ajustados
de modo que alguns de seus parâmetros obedeçam a determinados comportamentos. Isto é
útil na representação de molas, amortecedores e pneus, que podem ter respostas não-lineares
e outras características como pré-cargas e batentes.
Para caracterização destes componentes realizaram-se ensaios experimentais. Os
instrumentos de medição utilizados no caso dos pneus foram uma balança industrial classe III
de capacidade 300kgf e uma régua milimétrica de resolução 1 mm. Todos os demais
componentes foram testados em uma máquina de ensaios universal com capacidade de força
de até 25 kN e deslocamento máximo de 100 mm. Três testes foram realizados para cada
componente. Os dados considerados para as simulações foram referentes aos valores médios
obtidos nos testes, valores obtidos nos ensaios e incertezas de medição associadas são
mostrados nos Apêndices I e II.
Os procedimentos e dados provenientes dos testes são abordados na seção 4.1.1.
Um ajuste de curva por mínimos quadráticos foi realizado em torno dos pontos médios
de força e deslocamento. Com isso, assumiu-se valores para as rigidezes e pré-cargas das
molas dianteira e traseira de 4,75 N/mm e 36,32 N/mm, e de 555,74 N e 275,84 N.
8
Já no caso dos amortecedores, que possuem um coeficiente de amortecimento
dependente da taxa de aplicação das cargas, as curvas levantadas nos ensaios foram do tipo
“força x velocidade”.
O procedimento consistiu no levantamento de diversas curvas tipo “força x
deslocamento”, tomadas a diferentes velocidades de ensaio, tanto para compressão quanto
para tração. De cada teste extraiu-se a velocidade e a força médias, possibilitando assim a
construção da curva “força x velocidade” desejada. A igura .4 exibe os resultados obtidos. As
curvas foram inseridas no software ponto a ponto, tomando os valores médios para as forças e
velocidades.
Os pneus, assim como as molas, possuem uma rigidez que pode ser caracterizada por
meio de curvas do tipo “força x deslocamento”. Contudo, nesse caso, o aparecimento de forças
transversais devido ao contato com o solo tornaria inviável o emprego de conectores
convencionais. Para contornar este problema, optou-se pela utilização de um modelo de pneu
composto de um aro rígido ligado à ponta de eixo por meio de molas e amortecedores, que
reproduzem a rigidez (k) e o amortecimento (c) do pneu. A Figura 4.5 mostra a curva “força x
deslocamento” resultante do ensaio (à esquerda), e o modelo adotado para representação do
pneu (à direita). Não houve caracterização do amortecimento do pneu, contudo, para fins de
estabilidade adotou-se um valor de amortecimento igual a 0,75 N.s/mm.
Figura 4.5 – Curva “força x deslocamento” obtida no ensaio (esq.) e modelo utilizado na
representação do pneu (dir.).
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Neste modelo a plasticidade será levada em conta por meio de curvas de rigidez elasto-
plásticas, que serão adicionadas ao modelo em juntas consideradas críticas. Com isso,
objetiva-se uma representação adequada do comportamento plástico dispensando a utilização
no modelo dinâmico de elementos com maior complexidade, grau de refino e com
considerações de não-linearidades geométricas e de material. O modelamento de rótulas
plásticas em regiões intermediárias dos tubos não foi considerado uma vez que os pontos de
impacto esperados localizam-se próximos das juntas. Uma análise voltada a flambagem dos
elementos verticais também não foi realizada uma vez que a carga crítica para os tubos da
estrutura, considerando um comprimento de 1 metro, é de 134,43 kN – o que equivale a cerca
de 65 vezes o peso do veículo com piloto.
Na Figura 4.2 é possível notar que os tubos empregados têm em geral paredes finas.
Isso dificulta uma análise por elementos de viga porque a falha, ou perda de rigidez,
geralmente ocorre devido a um amassamento local na parede do tubo adjacente ao que está
sendo solicitado. A metodologia proposta nesse trabalho para contornar esta limitação é a de
substituir a ligação rígida entre as vigas por elementos conectores. Estes elementos serão
alimentados por curvas do tipo “momento fletor x ângulo de rotação”, provenientes de
simulações estáticas com elementos de casca de primeira ordem e dados referentes ao
escoamento do material.
Com objetivo de ajustar o material destes modelos, ensaiou-se uma junta em “T”,
soldada com tubos de diâmetro 31,75 mm e parede 1,58mm, os mesmos utilizados na
construção do veículo. Durante o teste a força foi aplicada verticalmente a uma distância “d”
constante de 115 mm do nó da junção dos tubos. O cálculo do momento fletor, M, foi realizado
através da multiplicação do valor registrado de força, F, por esta distância “d”. Já o ângulo de
giro, Ψ, foi calculado a partir do valor registrado de deslocamento, δ, e o uso de relações
trigonométricas, uma vez que Ψ = tan-1 (δ/d).
Como apenas um teste foi possível as incertezas de medição associadas a este ensaio
não foram calculadas. O modelo de material adotado nas simulações foi do tipo elasto-plástico
com endurecimento. As propriedades de um aço AISI 1010 foram escolhidas para uma primeira
simulação, sendo que para realização do ajuste optou-se por variar a tensão de escoamento e
o módulo tangente do material. A Figura 4.6 traz as curvas “momento fletor x ângulo de
rotação”, provenientes do ensaio e de três modelos numéricos testados, os valores adotados
para os parâmetros variáveis na sequência dos modelos foram: tensões de escoamento de 180
MPa, 200 MPa e 200 MPa e módulo tangente de 520 MPa, 600 MPa e 2500 MPa. As
propriedades de material adotadas como padrão são mostradas na Tabela 4.4.
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Figura 4.6 – Simulações testadas no ajuste das curvas do tipo “momento fletor x ângulo de
rotação”.
Propriedade Valor
Módulo de Elasticidade 210 GPa
Coeficiente de Poisson 0,292
Tensão de Escoamento 200 MPa
Módulo Tangente 2500 MPa
Figura 4.7 – Cargas unitárias aplicadas em pontos de possível impacto durante o capotamento.
11
Utilizando o mesmo procedimento validado anteriormente, estas juntas foram
modeladas em elementos de casca e uma simulação estática foi realizada para levantamento
das curvas “momento fletor x ângulo de rotação”.
Os modelos numéricos das juntas (1) a (5) são mostrados na Figura 4.8. Aplicaram-se
deslocamentos prescritos, δ, a uma distância de 115mm dos nós das juntas. Visando reduzir a
complexidade da construção do modelo, optou-se pelo levantamento da curva de rigidez
apenas para um tubo em cada junta, indicado pela cota “d” na igura .8, os demais tubos
foram engastados. Os momentos fletores e ângulos de giro foram calculados de acordo com o
procedimento utilizado no teste experimental. As curvas resultantes de cada simulação,
apresentadas na Figura 4.9, foram inseridas em conectores que substituem o comportamento
das juntas críticas. Como estas juntas podem ser encontradas em ambos os lados do carro,
foram substituídas ao todo 10 juntas. Com isso, acrescenta-se a identificação das juntas o lado:
esquerdo (E) ou direito (D); sempre a partir de um referencial que observa o veículo da
dianteira.
Dados referentes aos ensaios experimentais e as simulações numéricas mencionados
nesta seção podem ser encontrados nos Apêndices II e III.
Figura 4.9 – Curvas “momento fletor x ângulo de rotação” para as juntas críticas 1, 2, , e 5.
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4.2. Modelagem da Rampa
5. RESULTADOS
O modelo apresentado é relativo a uma simulação de 2,9 segundos, sendo que a coleta
do estado das variáveis foi realizada a cada 0,05 segundos. A dinâmica do movimento gerado
pode ser observada na Figura 5.1.
Na Figura 5.3 estão presentes os gráficos de “ângulo plástico x tempo” medidos nos
elementos conectores das juntas críticas. A fim de proporcionar uma melhor leitura do gráfico,
optou-se por mostrar apenas as curvas referentes ao lado (esquerdo ou direito) mais severo de
cada junta.
Figura 5.3 – Gráficos de “ângulo plástico equivalente x tempo” nos elementos conectores das
juntas críticas.
6. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Belytsch o, T.; Liu, W.K.; Moran, B.; “Non Linear Finite Elements for Continua and
Structures”, John Wiley & Sons, 1st edition, 2000.
Liu G.R.; Que S.S.; “The Finite Element Method: a Practical Course”, Butterworth-
Heinemann, 1st edition, 2003.
th
Logan D.L., “A First Course in the Finite Element Method”, Thomson, edition,
2007.
Timoshenko, S. P.; “Strength of Materials: Part III, Advanced Theory and Problems”,
D. Van Nostrand Co., 3rd edition, 1956.
W. Gao; N. Zhang; H.P. Du: “A Half-Car Model for Dynamic Analysis of Vehicles
with Random Parameters”, 5th ACAM, Australia, 2007.
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APÊNDICE I
TESTES EXPERIMENTAIS: MOLAS, AMORTECEDORES E PNEU