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Resumo
O artigo tem como objetivo analisar em que medida policiais militares e civis capacitados em temáticas de Direitos
Humanos assimilaram os conhecimentos adquiridos nos cursos, investigando a percepção dos policiais em relação à
realização desses cursos e a aplicação de seus princípios no nível operacional. Para tanto, fez-se uso da metodologia
qualitativa através da técnica de grupos focais com 89 policiais militares e civis capacitados pela Secretaria de Estado
de Defesa Social de Minas Gerais, em 2008, em Belo Horizonte, Uberlândia, Teófilo Otoni, Barbacena e Varginha. Os
resultados indicaram que os policiais percebem a existência de uma relação positiva entre a realização dos cursos e
a aplicação de seus princípios no nível operacional. No entanto, evidenciou-se a existência de situações concretas do
cotidiano operacional que exigem soluções para as quais eles não foram treinados.
Palavras-Chave
Polícia. Direitos humanos. Capacitação profissional. Segurança pública.
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Artigos
INTRODUÇÃO
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As organizações policiais podem ser consi- cipalmente, como esse processo impactou a
deradas complexas na medida em que suas ati- percepção de sua rotina profissional, optou-se
vidades não são orientadas àquelas padronizadas por uma abordagem qualitativa. Tal escolha se
Artigos
e repetitivas (PERROW, 1976). Pelo contrário, justifica pela necessidade de compreender as-
cada vez mais, as instituições policiais são caracte- pectos subjetivos ligados às representações dos
rizadas pela vasta gama de ações desempenhadas sujeitos pesquisados. Além disso, impunha-se
por seus membros, tendo como reflexo a impos- a necessidade de analisar as interações entre
sibilidade de calcular os comportamentos indivi- os agentes ao tratarem sobre o tema e, espe-
duais durante as atividades operacionais. Em ou- cialmente, de avaliar em que medida tais in-
relacionadas aos direitos humanos. Os cursos direito à vida e (9) direito à privacidade.
de Promotor e Instrutor de Direitos Humanos
foram promovidos nas cidades de Belo Hori- Para tanto, diversas questões representati-
zonte, Varginha, Teófilo Otoni, Barbacena e vas de cada um dos eixos foram empregadas.
Uberlândia. Algumas delas, consideradas mais importan-
tes e representativas para cada eixo de investi-
Direitos Humanos e atuação policial: percepções
dos policiais em relação a uma prática cidadã
Simone Maria Santos e Lívia Henriques Oliveira
Os grupos focais foram formados, prefe- gação, foram apresentadas a todos os grupos
rencialmente, com profissionais que possuí- de policiais. Elas compunham um roteiro mí-
am a mesma patente ou cargo, para que eles nimo seguido indiscriminadamente por todos
se sentissem mais confortáveis em expressar os moderadores dos grupos focais. Outras
suas opiniões. A distribuição foi feita da se- questões, mais específicas, foram discutidas
guinte forma: em Belo Horizonte foram reali- somente com determinados grupos, de acor-
zados dois grupos focais com a Polícia Militar do com o julgamento do moderador, durante
e um com a Polícia Civil; Varginha, Teófilo a execução do grupo, a fim de esclarecer ou
Otoni e Barbacena receberam apenas um aprofundar algum ponto.
grupo com a Polícia Militar; em Uberlândia,
foram dois grupos de policiais militares; por Casos reais e hipotéticos foram utilizados
fim, em Teófilo Otoni foi realizado um grupo para provocar as discussões. Inicialmente, os ca-
com policiais civis. sos reais com desfechos conhecidos eram apre-
sentados, no intuito de “descontrair” os parti-
Todos os 70 policiais militares e os 19 po- cipantes e ambientar as discussões. Logo após
liciais civis capacitados pela Secretaria de Esta- essa fase de “aquecimento”, casos hipotéticos de
do de Defesa Social de Minas Gerais em 2008 situações vivenciadas por policiais eram propos-
e que foram identificados e localizados pelas tos, para que os participantes discutissem o que
respectivas instituições foram entrevistados. A eles mesmos fariam diante das situações. Por
distribuição seguiu o número de policiais ca- meio desta estratégia de abordagem, procurou-
pacitados em cada localidade. -se mensurar em que medida os conteúdos ofe-
recidos nos cursos de direitos humanos foram
Para nortear os grupos focais foram elabo- absorvidos pelos operadores policiais.
rados roteiros específicos para cada uma das
instituições. Dessa forma, todos os grupos ver- Complementarmente, a fim de traçar um
saram sobre questões preestabelecidas e abor- perfil sociofuncional dos operadores capaci-
daram nove temas considerados estruturadores tados, 37 profissionais do sistema de defesa
da temática dos direitos humanos: (1) vedação social que, por algum motivo, não compare-
à tortura, (2) não discriminação, (3) presunção ceram aos grupos focais foram entrevistados
de inocência, (4) integridade física e moral da por telefone.
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Cabe pontuar que este estudo foi aprova- característica muito importante das organi-
do pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Uni- zações burocráticas complexas e institucio-
versidade Federal de Minas Gerais – UFMG nalizadas: a correlação entre os componentes
Artigos
(ETIC 0010.0.203.000-11). próprios das organizações e as determinações
advindas do contexto externo e dos mitos ge-
RESULTADOS E DISCUSSÃO rados nestes ambientes organizacionais am-
No final da década de 1970, ganhou força no plamente institucionalizados.
âmbito da sociologia das organizações a vertente
do novo institucionalismo como um movimen- Meyer e Rowan dissecam o processo de
são “prescrições racionalizadas e impessoais [...] radores atuantes há mais tempo na instituição,
altamente institucionalizadas [...] e naturalmen- o que contribuiria para o desrespeito aos prin-
te aceitas como verdadeiras” (MEYER; RO- cípios estabelecidos pelos direitos humanos.
WAN, 1977, p. 343). Para Scott, são: Isso de certa forma seria tolerado dentro das
crenças amplamente aceitas e que não po- instituições. Ao ressaltar fatores ligados à or-
dem ser testadas objetivamente: são verda- ganização, a percepção dos policiais encontra
deiras porque se acredita nelas [...] e são consonância na literatura do novo institucio-
racionalizadas porque tomam a forma de nalismo, que destaca a possibilidade de uma
regras que especificam procedimentos ne- organização absorver mudanças sem que haja
cessários para atingir um determinado fim alterações em sua estrutura (PERROW, 1976).
(SCOTT, 1992, p. 118). Em outras palavras, o fato de o tema direitos
humanos tornar-se um elemento instituciona-
Por sua vez, “os critérios cerimoniais de va- lizado nas organizações policiais não significa,
lor” possuem uma função estabilizadora e legiti- necessariamente, que as organizações promo-
madora, levando as organizações a adequarem- vam mudanças em sua estrutura no intuito de
-se aos ambientes institucionais externos, o que melhor capacitar seus operadores e, principal-
as poupa da turbulência e de eventuais vulne- mente, difundir operacionalmente o emprego
rabilidades ou colapsos materiais e de sentido destes princípios no encontro com os cida-
(MEYER; ROWAN, 1977). Assim, critérios dãos. Os direitos humanos, como elemento
cerimoniais legitimam as organizações diante institucionalizado, podem apenas responder
de demandas externas e o aspecto formal de ao ambiente externo, garantindo legitimidade
grande parte das organizações institucionaliza- às instituições policiais (PERROW, 1976).
das da contemporaneidade reflete mitos de seu
ambiente institucional. Para ilustrar a situação anterior, cabe des-
tacar a posição dos policiais em relação a dois
Os dados relativos à percepção dos policiais princípios em especial: vedação à tortura e in-
no que diz respeito aos temas considerados es- tegridade física e moral da pessoa presa. Em
truturadores da temática dos direitos humanos relação ao primeiro item, os policiais militares
(vedação à tortura, não discriminação, presun- tenderam, inicialmente, a se colocarem contra
ção de inocência, integridade física e moral da os excessos na atuação da função policial. No
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entanto, posteriormente, relativizaram o uso da nados princípios, como o da vedação à tortura
força apontando contextos e situações em que a e preservação da integridade física e moral da
aplicação do princípio torna-se complexa: pessoa presa.
Artigos
Eu não falaria pra você que tortura foi só até
84, 85, não... até alguns 8 anos atrás, 10 anos Na literatura sobre as organizações poli-
atrás, você tinha resquícios ainda do militaris- ciais, pesquisadores apontam existir um des-
mo, do regime militar, você tinhas casos. Hoje compasso entre a formação do policial (que
você pode ouvir, é... burburinho, mas em quan- fornece informações muito gerais) e o variado
tidade muito menor do que eu ouvia quando número de situações inusitadas com as quais
forma: voluntariamente, o militar coloca seu princípios relacionados aos direitos humanos
nome em uma lista de interessados; posterior- remete a outra questão: o sistema de avaliação
mente, as seções indicam quais desses policiais de desempenho das atividades policiais enfa-
participarão do curso, seguindo critérios como tiza o caráter repressivo (como, por exemplo,
a ausência de infrações disciplinares. Ainda se- o número de prisões ou apreensões de armas),
gundo os entrevistados, os militares mais anti- fator que também pode atuar como incentivo
gos na corporação oferecem resistência em fa- à não aplicação dos princípios relacionados aos
zer tais cursos, pois não os consideram impor- direitos humanos (FYFE, 1982).
tantes para o profissional de segurança pública.
De acordo com sua visão, os direitos humanos No que diz respeito ao princípio da não
“apenas servem para proteger infratores” (Gru- discriminação, ou seja, nas situações de abor-
po focal – Polícia Militar). Nesse sentido, a dagem em que os policiais deveriam aplicar a
percepção dos policiais mais antigos sobre os não discriminação e a igualdade sem distinção
direitos humanos se perpetua, dentro da orga- de sexo ou orientação sexual, todos os policiais
nização, devido à falta de critérios para guiar militares afirmaram que realizariam os proce-
os policiais nas diferentes situações vivenciadas dimentos cabíveis sem distinção de qualquer
em sua rotina diária. Como corolário é lícito natureza em razão da condição pessoal da víti-
afirmar que os modelos burocráticos, comple- ma. Da mesma forma que os militares, os po-
xos e institucionalizados abrem espaço para liciais civis foram unânimes na afirmativa de
as idiossincrasias individuais apontadas pelos aplicação do princípio, exemplificando com a
profissionais: “nessas horas tem que ser radical, confirmação dos trâmites legais para o registro
eu enfiaria um espinho debaixo da unha dele” de ações ilícitas praticadas contra as pessoas
(Grupo focal – Polícia Militar). pertencentes aos grupos vulneráveis.
Eu creio que aos poucos o artifício da tortura
vai sendo minorado. Chegar ao fim eu acho Diante das situações apresentadas sobre dis-
impossível, porque isso sai da esfera institu- criminação de raça/cor e desigualdade de sexo
cional. Aí já entra na questão do indivíduo. ou orientação sexual, nenhum dos agentes de
Mesmo que você oriente, que você o eduque, segurança pública apresentou comportamento
tem indivíduo que não absorve. Isso em qual- discriminatório. Como exemplos, foram dis-
quer instituição policial, em qualquer local cutidos procedimentos relacionados a blitze.
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Parar um carro e revistar ou não seus ocupan- alguns policiais alegaram existir diferença de
tes – ou seja, considerá-los ou não suspeitos –, tratamento de acordo com a posição social do
segundo os policiais, depende do contexto e de envolvido. Os militares apontaram a possibi-
Artigos
fatores subjetivos, não sendo possível elencar, lidade de práticas distintas de acordo com a
objetivamente, situações ou sujeitos potencial- pessoa à qual se dirige a atuação. No que diz
mente suspeitos. respeito aos policiais civis, os participantes
também alegaram que não exibiriam um acu-
As respostas dos policiais em relação ao prin- sado e não permitiriam sua exposição sem sua
cípio da não discriminação por orientação sexual autorização. No entanto, alguns deles demons-
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proteção ao policial. Já os policiais civis ressaltaram frequentes. Segundo um deles, a atuação da po-
a impossibilidade de prever a própria reação diante lícia não mudou nesse aspecto: “não tem como
de situações de alta complexidade. A resposta dos combater o mal com o bem” (Grupo focal – Po-
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entrevistados condicionou-se ao fato de o suspeito lícia Militar). Os participantes indicaram, ainda,
ter sido ou não o autor do disparo. Particularmen- que a sociedade não está interessada em conhecer
te em algumas regiões, os participantes tenderam os meios utilizados na atuação policial, quer só
a afirmar que executariam o acusado, assumindo uma resposta aos problemas. Nesse mesmo senti-
que agiriam de forma passional. do, um participante afirmou que atualmente não
tem mais uma postura de “resolver o problema”
direitos humanos permite afirmar que as organiza- cados que atribuem à complexidade e à plura-
ções policiais refletem, de forma dramatizada, os lidade de situações com as quais se deparam.
mitos produzidos externamente, projetando uma
imagem que reforça sua legitimidade, mas que não No presente trabalho, verificou-se que quan-
representa sua verdadeira relação com o ambiente to maior a distância entre as temáticas tratadas
(MEYER; ROWAN, 1977). Nas organizações po- durante a instrução e as situações concretas do
liciais caracterizadas como burocráticas, complexas dia a dia, maior a possibilidade de o profissio-
e institucionalizadas, os princípios dos direitos hu- nal adotar posturas contrárias aos princípios dos
manos não são incorporados porque constituem direitos humanos. Foi possível pontuar vários
os meios mais eficazes para a realização da missão exemplos de situações em que os operadores
policial, mas porque possuem valor largamente puderam aplicar seus conhecimentos conforme
reconhecido em um contexto político e cultural. as capacitações relacionadas à defesa ou prote-
Caso contrário, várias mudanças na organização ção dos direitos humanos. Os participantes do
teriam que ser implementadas. estudo explicitaram que se tais situações aconte-
cessem no início de sua carreira na polícia – e,
CONSIDERAÇÕES FINAIS por conseguinte, antes da capacitação – sua atu-
Os dados obtidos indicam haver uma re- ação não estaria em consonância com os prin-
lação positiva entre a realização de cursos de cípios de direitos humanos. Ressaltaram ainda
capacitação em temáticas ligadas aos direi- que algumas situações incompatíveis com tais
tos humanos e a aplicação destes princípios princípios não teriam acontecido caso tivessem
no plano operacional. Ou seja, os cursos são sido capacitados de maneira mais consistente
importantes na medida em que pontuam di- durante sua formação inicial.
retrizes de atuação para os participantes. No
entanto, na maioria dos grupos de discussão os Muitos policiais relacionam de maneira
policiais ressaltaram o fato de que as situações bastante direta o estabelecimento de metas de
concretas que se apresentam no trabalho ope- produtividade policial à não aplicação dos prin-
racional exigem, muitas vezes, soluções para as cípios dos direitos humanos. Argumentam que,
quais eles não foram treinados ou capacitados. para fazer um “trabalho eficiente” (por exemplo,
Esta constatação foi frequentemente sintetiza- para localizar maiores quantidades de drogas ou
da pelos participantes, que afirmavam que “a armas), torna-se necessário ultrapassar certos li-
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mites da legalidade, contrariando os princípios acreditam que os policiais recebem tratamen-
dos direitos humanos. Mesmo os policiais que to desvantajoso das entidades de proteção dos
afirmaram não atuar à margem da lei ressalta- direitos humanos na análise de suas condutas,
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ram a relação entre o uso de métodos que não enquanto os demais cidadãos, inclusive aque-
estão de acordo com os princípios dos direitos les à margem da lei, não estariam sujeitos a tais
humanos e uma maior possibilidade de atingir exigências. Tais percepções produzem nos poli-
a produtividade esperada pela instituição – so- ciais um sentimento de insegurança que conta-
bretudo quando as metas são exclusivamente gia o desempenho de suas atividades.
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Resumen Abstract
Direitos Humanos e atuação policial: percepções
dos policiais em relação a uma prática cidadã
Simone Maria Santos e Lívia Henriques Oliveira
Derechos humanos y ejercicio policial: percepciones de Human Rights and police performance: police officer
los policías con relación a una práctica ciudadana perceptions of ethical police practices
El artículo tiene como objetivo analizar en qué medida The aim of this paper is to analyze student outcomes in Human
policías militares y civiles capacitados en materia de Rights training courses attended by both military and civil police
derechos humanos asimilaron los conocimientos adquiridos officers. The focus of this research is on students’ perceptions
en los cursos, indagando en la percepción de los policías of the effectiveness of these courses in helping them apply
con relación a la realización de esos cursos y la aplicación Human Rights principles to their professional practice. To this
de sus principios en el nivel operacional. Para ello, se hizo end, quantitative research methodology was used. Focus
uso de la metodología cualitativa a través de la técnica de groups discussions were conducted with 89 military and civil
grupos focales con 89 policías militares y civiles capacitados police officers who had been trained in courses held by the State
por la Secretaría de Estado de Defensa Social de Minas Secretariat for Social Defense of the State of Minas Gerais in the
Gerais, en 2008, en Belo Horizonte, Uberlandia, Teófilo Otoni, cities of Belo Horizonte, Uberlândia, Teófilo Otoni, Barbacena
Barbacena y Varginha. Los resultados indicaron que los and Varginha, in 2008. The survey results revealed that police
policías aprecian la existencia de una relación positiva entre officers found a positive correlation between attendance to
la realización de los cursos y la aplicación de sus principios these courses and the application of course principles to police
al nivel operacional. No obstante, se evidenció la existencia practice. Nevertheless, respondents also mentioned that these
de situaciones concretas de la cotidianidad operacional que courses did not provide training for the entire range of issues a
exigen soluciones para las cuales estos no fueron instruidos. police officer needs to address in their daily practice.
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dos policiais em relação a uma prática cidadã
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