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Campo Montenegro
São José dos Campos, SP - Brasil
2003
Determinação dos parâmetros cinéticos de um propelente de
foguete sem fumaça (smokeless) via análise térmica
• Ao Laboratório de Análises Térmicas Ivo Giolitto IQ-USP por ter cedido os equipamentos
• Ao amigo José Atílio Fritz Fidel Rocco pelo apoio, análise, conclusão na elaboração dessa
tese.
• Ao amigo José Eduardo Salgueiro Lima pelo incentivo na conclusão dessa tese.
companheirismo.
químicas cloradas durante sua queima e não se enquadra no conceito de baixa emissão de
957 kJ/mol e massa especifica (1,3 g/cm3). O nitrato de amônio (NA), largamente empregado
como oxidante na primeira geração de formulações de propelente sólido com baixa emissão
de fumaça (smokeless), tem uma série de vantagens em relação ao perclorato de amônio (AP):
metálico e outros aditivos balísticos a níveis sempre inferiores a 1-2% em massa. Na prática,
não há formulações que possam ser consideradas totalmente isentas de fumaça pois sempre há
como o VLS.
High energy, low signal, low vulnerability, and low pollution are the current trends in
the development of solid propellants. Ammonium perchlorate (AP)/hydroxyl terminated
polybutadiene (PBLH) propellants, in spite of their broad applications, give rise to toxic
hydrogen chloride as part of the combustion products and as such do not meet the requirement
of low emission and low pollution.
Glycidyl azide polymer (GAP) is a novel energetic binder with positive formation heat
(957 kJ/mol) and higher density (1.3 g/cm3). Ammonium nitrate (AN), once applied in the
first generation of composite solid propellants, has a series of advantages, such as
insensitivity, low signal, easy availability, and low environmental impact. The development of
phase stabilized AN has solved the crystal transformation problem and avoids volume change
resulting from storage temperature.
Smoke can be arbitrarily categorized as primary or secondary. So-called smokeless
solid propellants are formulated with aluminum and burn rate burn rate additives reduced to a
minimum compatible with interior ballistic requirements, generally less than 1-2 wt.% of the
propellant. They are not truly smokeless since the exhaust contains condensable gases which
will form a fog under the proper conditions of relative humidity and temperature of the
ambient air.
The aim of this work was compare the thermal decomposition behavior of smokeless
propellant like PBLH/NA and GAP/NA formulations in terms of kinetic parameters such as
activation energy (Ea), frequency factor (A) and reaction order (n) by differential scanning
calorimetry (DSC) and thermogravimetry (TG) experiments. The results showed that the
kinetic parameters obtained are in accordance with the literature and can be applied in many
propulsive systems including gas generators.
Sumário
I-Introdução 1
1I- Revisão Bibliográfica 3
II-1-Análise cinética pelo método de Flynn,Wall e Ozawa (FWO) a partir da 4
termogravimetria (TGA)
II-2-Análise cinética a partir dos dados da calorimetria exploratória diferencial (DSC) 6
II-3- Estado da Arte 7
II-4- Origem Química da Fumaça 9
II 4-1-Primária Alumina 10
II 4-2- Secundária 12
III- Parte Experimental 18
III-1- Substancias utilizadas 18
II-1-1- Polibutadieno Líquido Hidroxilado (PBLH) 18
III-1-2- Glycidyl Azide Polimer (GapDiol) 19
III-1-3 Nitrato de amônio (NA) 20
III-2 Formulações 21
III-3- Metodologia 21
IV- Resultados e Discussões 22
IV-1 Matérias Primas 22
IV-1-1 Polibutadieno Líquido Hidroxilado 22
IV-1-2 Nitrato de amônio 24
IV-1-3 Dioctil Ftalato (DOP) 25
IV-2 Formulações de Propelente sólido 30
IV-2-1 Smokeless (PBLH/NA) 30
IV-2-2 Smokeless (GAP/NA) 37
V- Conclusões 39
VI- Trabalhos Futuros 42
VII- Bibliografia 43
Figuras
02 Curvas TG, DTG e DSC para amostras de PBLH obtidas para a razão de 23
aquecimento de 10°C/min em atmosfera dinâmica de N2 com vazão de 50
ml/min.
03 Curvas TG/DTG e DSC obtidas sob atmosfera inerte de N2 (50 mL/min) e 24
razão de aquecimento de 10 oC/min da amostra de nitrato de amônio
04 Curvas DSC/DrDSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min) e 26
razão de aquecimento de 10 oC/min da amostra do DOP.
05 Curvas TG/DTG e DSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50mL/min) 28
e razão de aquecimento de 10 oC/min da amostra do propelente smokeless
(PBLH/NA).
06 Curva DSC de uma amostra de propelente sólido do tipo PBLH/AP com 29
massa de amostra de 1,8 mg obtida para uma razão de aquecimento de
10°C/min. e atmosfera dinâmica de N2 com vazão de 50 mL/min.
07 Curvas DSC de amostras da formulação PBLH/NA obtidas em atmosfera 30
dinâmica de nitrogênio (50 mL/min.) utilizando-se as razões de
aquecimento 10, 12,5, 17,5 e 20°C/min. utilizadas no método cinético de
Ozawa.
08 Gráfico de Ozawa baseado nos resultados dos ensaios apresentados na 31
Figura 07.
09 Curvas TG/DTG e DSC obtida sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min) 33
e razão de aquecimento de 10°C/min de amostra do GAP.
10 Curvas DSC/DrDSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (mL/min) e 34
razão de aquecimento de 10 oC/min de amostra de formulação do
smokeless GAP/NA.
11 Curvas DSC/DrDSC da temperatura de transição vítrea de amostra do 35
GAP/IPDI obtida sob atmosfera inerte de N2 (50 mL/min) e razão de
aquecimento de 10 oC/min.
12 Curvas DSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min) e razões 36
de aquecimento de °C de amostras da formulação do smokeless GAP/NA.
13 Gráfico de Ozawa baseado nas curvas DSC da Figura 12 para amostras da 37
formulação do GAP/NA.
1
I - INTRODUÇÃO
II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
II-1- Análise cinética pelo modelo de Flynn, Wall e Ozawa (FWO) a partir
da termogravimetria (TGA)
II-4.2. Secundária
Quantidade total
Efluente
(kg)
CO2 76800
H2O 65300
Al2O3 56100
HCl 35200
Cl 4000
NOx 2300
CO 240
Para obtenção das formulações acima descritas foram utilizadas as seguintes matérias
primas:
Valores
Propriedades Típicas Unidades Liquiflex H Liquiflex P
Poliol com terminações hidroxila, o GAP Diol (L-996) foi fornecido pela 3M S/A com
densidade de 1,3 g/mL, valor de hidroxila de 0,83 mEq/g, massa molar de 2900 g/mol e
viscosidade a 25°C de 5000 cP.
A fórmula estrutural do GAP Diol é apresentada na Figura 3 abaixo :
III-2. Formulações
O nitrato de amônio utilizado nas formulações de compósitos foi fornecido pela empresa
Merck S/A apresentando diâmetro médio de 100 µm devidamente acondicionado em um
dessecador com sílica gel. Este nitrato de amônio foi adicionado ao poliol (PBLH) com teor
de hidroxila de 0,805 meq OH/g. Acrescentou-se o plastificante di-octil ftalato (DOP) para
adequar as propriedades reológicas da massa como é denominado o compósito nesta etapa de
obtenção. Essa mistura foi devidamente homogeneizada em um copo de béquer de 500 mL.
Posteriormente, foi seca a vácuo (20 mm Hg) em temperatura de 60oC. Nesta etapa, a mistura
apresentou viscosidade de, aproximadamente, 200.000 cP antes da adição do alumínio
metálico à mistura. Finalmente, o diisocianato isoforona (IPDI) com teor de –NCO livre de
8,95 meq NCO/g foi adicionado a mistura dando início ao processo de cura do grão
propelente sólido. Após a adição do (IPDI), a mistura foi mantida sob agitação por 20 minutos
para, em seguida, ser carregada nos corpos de prova e levada para estufa onde o compósito
passou pelo processo conhecido como cura (secagem) por 7 dias a 65oC. Ao término do ciclo
de cura, os corpos de prova foram acondicionados em um dessecador para evitar a absorção
de umidade e garantir a integridade dos ensaios que se seguiram ao longo deste estudo.
A relação NCO/OH, que é a relação entre o poliol (PBLH) e o diisocianato (IPDI), foi de
0,93.
III-3. Metodologia
As curvas TG/DTG das amostras foram obtidas a partir da termobalança modelo TGA
50 (Shimadzu) na faixa de temperatura de 25 a 900oC sob atmosfera dinâmica de N2 (50
mL/min), razão de aquecimento de 10oC/min e massa de aproximadamente 1,7 mg em
cadinho de Pt. As curvas DSC foram obtidas mediante célula calorimétrica DSC-50, da marca
Shimadzu, na faixa de temperatura entre 25 e 500°C, sob atmosfera dinâmica de N2 (50
mL/min), razões de aquecimento de 5,0; 10; 15; 17,5; 20; 22,5; 30 e 40°C/min contendo
massa de amostra em torno de 2 mg, em cápsula de alumínio parcialmente fechada.
22
IV – RESULTADOS E DISCUSSÕES
DrTGA
mg/min DSC TGA
-1
x10 mW %
0 100
3
-2 TGA1
Derivada da massa (mg/min)
DrTGA1
2 DSC
Perda de massa (%)
-4 50
1
Exo
-6
-8 0
Figura 02: Curvas TG, DTG e DSC para amostras de (PBLH) obtidas para a razão de
aquecimento de 10°C/min em atmosfera dinâmica de N2 com vazão de 50
ml/min.
24
DrTGA
mg/min DSC TGA
-1
x10 mW/mg %
0 Exo
100
0
Fluxo de Calor (mW/ mg)
Derivada da massa (mg/min)
Exo
Fluxo de Calor (mW/ mg)
-1 DSC
-5
TGA
DrTGA
50
-10
Figura 03: Curvas TG/DTG e DSC obtidas para o nitrato de amônio (AN) sob
DSC DrDSC
mW mW/min
DSC
DrDSC
0
1
Exo
-1
Figura 04. Curvas DSC/DrDSC obtidas para o di-octil ftalato (DOP) sob atmosfera
dinâmica de N2 (50 mL/min) e razão de aquecimento de 10 oC/min.
O (DOP) é uma espécie química que absorve energia ao longo de sua decomposição
térmica como pode ser observado na curva DSC da Figura 04 pelo pico endotérmico
apresentado na temperatura de 214oC. Entre a faixa de temperaturas de 25 e 100oC ocorre
liberação de água não ligada (umidade presente na amostra).
Algumas formulações de “smokeless” podem conter plastificantes energéticos que tem a
finalidade, adicional, de contribuir energeticamente na queima do compósito aumentando o
valor do impulso específico (Isp) da formulação. Isto pode representar um ganho em termos de
potencial de energia química a ser transformada em energia cinética. No caso do (MFPS), um
aumento no empuxo total.
27
DrTGA TGA
mg/min DSC TGA mg
x10
-1
mW DrTGA x10
-1
DSC
Exo
Derivada da massa (mg/min)
5
0 Perda de massa (%)
-1
-1
-5
Figura 05: Curvas TG/DTG e DSC obtidas para a formulação (PBLH/AN) sob atmosfera
dinâmica de N2 (50mL/min) e razão de aquecimento de 10 oC/min da amostra do
propelente “smokeless”.
15
10 Exo
Fluxo de Calor
mW/mg
-5
Figura 06. Curva DSC de uma amostra de propelente sólido do tipo (PBLH/AP) com massa
de amostra de 1,8 mg obtida para uma razão de aquecimento de 10°C/min e
atmosfera dinâmica de N2 com vazão de 50 mL/min.
12,5, 17,5 e 20°C/min., cujas curvas DSC são apresentadas na Figura 07, resultou no gráfico de
Ozawa (Figura 09) e nos respectivos parâmetros cinéticos apresentados a seguir.
Exo
Fluxo de Calor (mW/mg)
Figura 08. Gráfico de Ozawa baseado nos resultados dos ensaios apresentados na Figura 07.
80
0.00 1.0
Fluxo de Calor (mW/mg)
-0.20 DSC E
TGA X
DrTGA O
40
0.5
-0.40
20
-0.60
0
0.0
0 100 200 300 400 500
Temp [C]
Figura 09. Curvas TG/DTG e DSC obtidas para o (GAP) sob atmosfera dinâmica de N2 (50
mL/min) e razão de aquecimento de 10°C/min.
DrDSC
DSC
mW mW/min
Exo
Fluxo de Calor (mW/mg)
DSC
DrDSC
10
Figura 10. Curvas DSC/DrDSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (mL/min) e razão de
aquecimento de 10 oC/min de amostra de formulação do “smokeless” (GAP/AN).
DSC DrDSC
mW DSC mW/min
1 DSC
DrDSC
2
0 Exo
0
-1
-2 -2
-3 -4
-4
-6
-100 0 100
Temp [C]
DSC
mW
GAP.D40
GAP20.D40
GAP30.D40 Exo
GAP40.D40
100
Exo
Fluxo de Calor (mW/mg)
50
Figura 12. Curvas DSC obtidas sob atmosfera dinâmica de N2 (50 mL/min) e razões de
aquecimento de °C de amostras da formulação do “smokeless” (GAP/AN).
Também, pelo gráfico de Ozawa (Figura 13) os pontos que determinaram a reta
apresentada permitem afirmar que o método cinético (Ozawa) é adequado ao material
energético estudado, no caso a formulação (GAP/AN) assim como foi para a formulação
(PBLH/AN).
37
Figura 13. Gráfico de Ozawa baseado nas curvas DSC da Figura 12 para amostras da
formulação do (GAP/AN).
V – CONCLUSÕES
V-1. As curvas TG/DTG da formulação do “smokeless” com “binder” não ativo (PBLH/AN)
apresentaram quatros eventos, principais, de perda de massa nas respectivas faixas de
temperatura: 25-100°C com 15% de perda de massa inicial da amostra, 100-300°C com 50%
de perda de massa inicial da amostra, 300-530oC com 25% de perda de massa inicial da
amostra e 530-900°C com 10% de perda de massa inicial da amostra. O primeiro evento é
relativo à perda de água não ligada (umidade) devido à alta higroscopicidade do nitrato de
amônio (AN) e os seguintes podem ser atribuídos à decomposição térmica do nitrato de
amônio (AN), do binder (PBLH/IPDI) e eliminação de material carbonáceo. As curvas DSC
apresentaram, abaixo da temperatura de 200oC, eventos endotérmicos associados à liberação
de água não ligada (umidade), mudanças de fase do nitrato de amônio (AN) e decomposição
parcial do binder (PBLH/AN) confirmando os dados observados nas curvas TG/DTG. O
evento térmico principal é exotérmico e ocorre entre as temperaturas 205 e 285oC, para o qual
foram determinados os parâmetros cinéticos da decomposição térmica das amostras da
formulação do “smokeless” (PBLH/AN) utilizando-se o método cinético de Ozawa gerando
os seguintes parâmetros cinéticos: energia de ativação de 163 kJ/mol; fator de freqüência (A)
igual a 1,94 10-16 min-1 e ordem de reação igual a 1,6.
Da comparação direta com uma formulação convencional de propelente sólido, representado
pelas formulações de (PBLH/AP) (perclorato de amônio), mostra que a formulação
(PBLH/AN) apresenta uma redução da energia liberada na fase exotérmica no ponto da
temperatura de pico (∆H) de 50%. Esta constatação representa um problema em termos
práticos na utilização destas formulações (PBLH/AN) em (MFPS) devido a baixa energia
liberada expressa em termos de impulso específico (Isp).
kJ/mol; fator de freqüência (A) igual a 6,74 10-10 min-1 e ordem de reação 1,2. A quantidade
de energia liberada nesta fase (exotérmica) é muito superior (da ordem de 2990 J/g) a
formulação do “smokeless” com “binder” não ativo (PBLH/AN) devido a substituição do
(PBLH) pelo (GAP) na obtenção do “binder” de acordo com a estratégia de recuperar parte da
energia intrínseca do compósito devido a substituição do (AP) pelo (AN) que,
reconhecidamente, é um material energeticamente menos ativo. Esta substituição se mostrou
adequada e, de acordo com a literatura pertinente, permite concluir que em termos energéticos
o (GAP) substitui com vantagens o (PBLH) nestas formulações de “smokeless”. Outras
considerações como propriedades mecânicas dos grãos obtidos a partir destas substituições
devem ser analisadas em trabalhos futuros.
V-5. A caracterização térmica das espécies químicas que compuseram as matérias primas
utilizadas nas formulações dos compósitos, pela utilização das técnicas de analise térmica
como a termogravimetria (TG) e calorimetria exploratória diferencial (DSC), tiveram seus
resultados confirmados pela literatura e puderam contribuir permitindo verificar de que
maneira a incorporação do oxidante, no caso o nitrato de amônio (AN), alterou as
características do “binder” carregado. Como exemplo pode-se citar o fato de que a
incorporação do nitrato de amônio ao (GAP/IPDI), na obtenção do (GAP/AN), alterou todas
41
V-6. Considerando que a propulsão de mísseis pode ser dividida nas fases: “booster”, onde o
míssil é acelerado até sua velocidade de cruzeiro (normalmente situada entre 4< Mach<6
dependendo do projeto do míssil); e fase “sustainer”, que mantém sua velocidade em níveis,
relativamente, constante podemos supor que as formulações estudadas neste trabalho
[(PBLH/AN) e (GAP/AN)] podem ser utilizadas nas duas fases de propulsão de mísseis
táticos mediante uma série de ajustes das propriedades mecânicas e balísticas do grão
propelente sólido como a adição de catalisadores de queima, aditivos metálicos (Al, Zn e Mg)
e plastificantes energéticos. Além disto, o (GAP) carregado com pequenas percentagens
(10%) de negro de fumo já vem sendo estudado na propulsão de mísseis aspirados onde um
gerador de gases é acoplado a um motor do tipo “Ramjet” [50].
42
VI – TRABALHOS FUTUROS
Como proposta para trabalhos futuros pode-se pensar em ampliar a faixa de razões de
aquecimento a serem utilizadas no levantamento das curvas DSC, aplicação do método
cinético de Ozawa a partir das curvas TG/DTG além de outros métodos cinéticos como o de
Kissinger, entre outros. Também, o emprego de aditivos balísticos nas formulações de
“smokeless”, como modificadores de velocidade de queima, além da utilização do nitrato de
amônio fase estabilizada (PSAN) no lugar do (AN).
Por outro lado, o mesmo estudo cinético pode ser repetido para formulações de
combustíveis sólidos baseados no (GAP) carregado com pequenas percentagens de negro de
fumo a serem carregados em geradores de gases. Para simular as condições de um motor
aspirado, a atmosfera inerte de N2 poderá ser substituída por ar nas técnicas de análise térmica
(termogravimetria e calorimetria exploratória diferencial). Novos “binders” ativos, como os
fluorados, sintetizados a partir de intensos esforços da comunidade química internacional
voltada a propulsão poderão ser incluídos em estudos futuros.
Variantes destas formulações, como a utilização de (RDX) e (HMX) no lugar do (AN),
também, poderão ser estudadas sob a ótica de cinética de decomposição térmica além da
utilização do dinitrato de amônio (ADN) que vem sendo muito pesquisado como alternativa
ao perclorato de amônio (AP) em formulações de propelente sólido do tipo compósito.
43
Propelentes; Redução de fumaça; Motores foguetes; Análise térmica; Poliuretano; Nitratos de amônio;
Energia de ativação; Cinética das reações; Engenharia química
10.
APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional
Os propelentes com baixa emissão de fumaça são usados em motores foguetes por terem uma melhor
camuflagem e de um melhor controle de direcionamento no campo de batalha, devido ao fato de
apresentar maior dispersão de fumaça lançada no ar em comparação com os propelentes tradicionais.
No desenvolvimento destes propelentes de alto desempenho são utilizados como oxidante o nitrato de
amônio que tem baixa toxicidade, baixo custo e menor teor de poluentes lançados na atmosfera porém,
possui baixa reatividade, alta higroscopicidade e um indesejável aumento de volume devido à transição da
fase sólida a 32 oC.
Com intuito de aumentar a reatividade do propelente é utilizado o “binder energético“ (resina formada por
exemplo: GAP), produzimos um propelente usando um poliuretano formado por GAP e um isocianato
alifático, na qual foi carregado com nitrato de amônio.
Após a cura completa do propelente realizamos estudo cinético com calculo de energia de ativação. As
técnicas utilizadas para essa finalidade foram a Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e o cálculo
da energia de ativação pelo Método Ozawa.
12.
GRAU DE SIGILO: