Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
introdução
Na introdução de sua obra, A revolução Industrial no Século XVIII, Paul Mantoux
define o processo de formação das Grandes indústrias como lento e originário de um
longo e long?nquo processo, de causas puramente econômicas. não podendo ser
caracterizada unicamente pela grande dimensão dos mercados para os quais vão seus
produtos, a Grande indústria pode ser definida como um novo regime de produção
surgido na Inglaterra entre 1760 e 1800.
Estas grandes indústrias presentes na França do século XVII viviam exclusivamente dos
privilãgios e caso houvesse uma diminuição da proteção estatal todas ruiriam, o que foi
observado durante o governo de Luís XV. Desta forma, o crescimento das manufaturas
áreais no século XVII foi artificial, pois se baseava em uma intervenção estatal, e não
apresentou nenhuma ligação direta com o crescimento da grande indústria do século
XVIII.
Conforme foi defendido por Marx, esta manufatura não era ainda a grande indústria
moderna, pois esta última caracteriza-se pela utilização de máquinas. além disso, as
máquinas levaram ao extremo a divisão do trabalho, aumentaram o capital fixo e
circulante das empresas e, conseq?entemente, aumentaram a divisão entre capital e
trabalho, determinando os quadros gerais da sociedade contempor?nea.
Para iniciar este estudo sobre a revolução Industrial, o autor afirma que foi obrigado a
fixar limites, tamanha a amplitude do assunto. Estes limites direcionaram o seu trabalho
para o desenvolvimento da revolução Industrial na Inglaterra, nos primeiros anos do
século XIX, especificamente na indústria de l?, algodão e ferro. Para tanto, foi deixado de
lado o desenvolvimento de outras indústrias, dentro e fora da Inglaterra, além das
doutrinas e leis que regem a indústria.
A indústria lan?fera, desenvolvida Após as conquistas normandas, foi o tipo mais
caracterástico e mais completo da antiga indústria e respons?vel por grande parte do
enriquecimento inglês. Esta atividade, cem por cento nacional, drenou para a Inglaterra
ouro e prata, aumentando o tesouro comum. Desta forma, a indústria de l? tornou-se
para os ingleses 'a indústria por excel?ncia, a indústria fundamental, essencial do reino'
(pg. 24). Vista como um objeto sagrado, a l? tornou-se a base de toda a riqueza inglesa e
para protege-la, foi criada umasérie de leis, além de ser um dos assuntos preferidos nas
discussões da imprensa, da câmara dos Comuns e da câmara dos Lordes.
Neste período o operário ainda trabalhava em casa, não estando submetido à
disciplina fabril . Essas transformações caracterizaram a passagem do sistema
domêstico para a manufatura, ainda no que chamamos de 'Hausindustrie', que se deu
sobretudo nos condados do sudoeste e do leste, onde predominava a indústria de l? de
pente, de preão elevado, o que exigia mais capital, dando condições mais favor?veis
para o desenvolvimento da indústria capitalista. Conforme a agricultura passa a assumir
uma posição secund?ria diante da indústria, o tecelão torna-se cada vez mais
dependente do capitalista, o que causava queda cada vez maior dos n?veis salariais.
além disso, a concentração industrial e a abund?ncia de mão-de-obra também contribu?
ram para agravar este quadro.
Com o surgimento dessas duas classes, uma que controlava o capital e outra que
vendia o trabalho, manifestou-se um antagonismo inevit?vel, abrindo espaço para o
surgimento das primeiras trade unions que, ao contrário do que pensamos, não surge
entre os mais oprimidos e sim entre aqueles que conservaram maior independência
como, por exemplo, os operários penteadores que se encontravam em número reduzido.
porém, rapidamente o Parlamento adotou en?rgicas medidas de repressão ?s coalizões
de trabalhadores e as greves passaram a ser punidas com severas penalidades. O
antagonismo era crescente: de um lado estava o capitalista que, para reduzir os gastos
com mão-de-obra, passava a recrutar crianças abandonadas para o trabalho; de outro
lado estavam as associações de trabalhadores que aumentavam a freqüência das greves
e os ataques ?s máquinas.
Podemos ver assim que a indústria auxiliou o desenvolvimento comercial que, por
sua vez, também auxiliou no desenvolvimento industrial. Tomemos como exemplo
Liverpool que, ao contrário do que se pensa, foi primeiramente um centro comercial e,
posteriormente, industrial.
BIBLIOGRAFIA