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Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V – valorização dos
profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar
pública, nos termos de lei federal (BRASIL, 1988)
A educação, segundo Gadotti (2005), tornou-se um dos requisitos fundamentais para
que os indivíduos possam acessar o conjunto de bens e serviços disponíveis na
sociedade. Confere-se a ela a condição de um direito comum a todo ser humano,
como categoria necessária para ele desfrutar de outros direitos estabelecidos em uma
sociedade democrática. Por tal fato, a educação é um direito reconhecido e
consagrado na legislação brasileira e de quase todos os países do mundo. Vale
salientar, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente como um documento
também de referência sobre os direitos educacionais e gerais de todos os indivíduos, e
a Convenção dos Direitos da Infância das Nações Unidas como um dos documentos
de referência sobre esta universalidade no mundo.
EDUCAÇÃO E POLÍTICA
Cultura: Conceito polissêmico. Aquilo que determina práticas, ações, princípios e
hábitos de determinado grupo
Uma vez transposta para as relações políticas, torna-se uma categoria constitutiva do
complexo dinâmico dos elementos políticos, no qual a cultura é uma constante. Assim,
teríamos que a cultura e a democracia estão imbricadas numa mesma trama de
relações, constituindo-se interdependentes no campo da política (SILVA; LUIZ, 2005) .
Uma vez transposta para as relações políticas, torna-se uma categoria constitutiva do
complexo dinâmico dos elementos políticos, no qual a cultura é uma constante. Assim,
teríamos que a cultura e a democracia estão imbricadas numa mesma trama de
relações, constituindo-se interdependentes no campo da política (SILVA; LUIZ, 2005) .
A cultura política possui relação direta com o processo de formação educacional dos
indivíduos e também com as experiências vivenciadas individualmente e coletivamente
− históricas. Sua acepção representa a influência de crenças, sentimentos e valores
políticos na sociedade como um todo. Como se vê, a cultura política de uma
determinada sociedade representa um vasto e complexo campo porque lida com uma
multiplicidade de variáveis ou fatores. Entre as variáveis ou fatores estão: o
comportamento de apatia, alienação dos cidadãos; os graus de confiança e de
tolerância; a adesão ou recusa a determinadas formas de ação política e instituições,
em detrimento de outras; as configurações das forças políticas atuantes; as
identidades partidárias; e os modos como os conflitos políticos que surgem no sistema
são percebidos e solucionados. Vale acrescentar, ainda, que a influência dos meios de
comunicação sobre a percepção política acrescenta um papel central na volatilidade
de certos aspectos da cultura política, contribuindo também para reforçar a influência
do nível cognitivo na determinação de atitudes e comportamentos, por exemplo,
relativos a concepções ideológicas partidárias. Embora a cultura política esteja hoje
muito mais sujeita a mudanças, alguns valores básicos permanecem inalterados
(ALMOND, 1990). Assim, não é possível falar em educação neutra em relação à
formação política, já que a própria noção de neutralidade carrega em si um
posicionamento político.
Então, EDUCAÇÃO é entendida aqui como: um princípio de formação crítica de
indivíduos para mudança da realidade, o que, de certa forma nos impõe uma
intermediação direta com a formação política do sujeito.
No entanto, cabe ressaltar que a proposta de uma educação crítica é uma conquista e
um caminho a ser conquistado. Isso é muito diferente do que encontramos
materializado em nossa sociedade, a qual preconiza uma educação carregada de
relações de poder que exercem constantemente violência simbólica sobre os
indivíduos, seja por meio de códigos institucionais, seja por meio de símbolos sociais.