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Vamos aprender!
A fonética e a fonologia estudam o aspecto físico-fisiológico, isto
é, o aspecto fônico.
A fonética se ocupa do aspecto acústico e fisiológico dos sons
reais e concretos dos atos linguísticos: sua produção, articulação e
variedades.
Já para a fonologia, a unidade básica não é o som, mas o fonema,
visto como unidade acústica que desempenha função linguística
distintiva de unidades linguísticas superiores dotadas de significado.

 A Fonética: estuda os sons da fala.


 A Fonologia: estuda a função desses sons dentro de uma
determinada língua.

O estudo dos sons, de forma geral sem levar em


conta a região geográfica ou a cultura a que se aplica , recebe o nome
de FONÉTICA

FONÉTICA: é a ciência que estuda os sons da fala em suas várias


realizações.
FONOLOGIA: é a ciência que estuda os fonemas de uma língua,
ou seja, as unidades que tem função distintiva num sistema linguístico
também é parte da Gramática destinada ao estudo sobre a organização
e a classificação dos Fonemas.
Fonemas = sons da fala

São elementos sonoros mais simples das palavras. É a mínima


unidade do som capaz de estabelecer diferenciação entre uma palavra
e outro.
Podemos dizer que os fonemas são os sons que produzimos para
expressar nossas ideias e emoções. São considerados como sendo as
menores unidades sonoras que formam as palavras de uma língua.
Veja o exemplo:
f/ i/t/a
f/ i/l/a

Como se vê, a diferenciação entre as duas palavras acima é


marcada pelos fonemas /t/ e /l.
A língua portuguesa tem 12 fonemas vocálicos e 19 fonemas
consonantais.
Fonemas e sua representação

Fonema e Letra representam respetivamente sons (fala) e


sinais gráficos (escrita).
Os fonemas são as unidades sonoras que compõem o discurso ou
a fala e são representados entre barras oblíquas (//).
As letras, por sua vez, são os sinais gráficos que torna possível à
escrita. Juntas de forma ordenada, as letras constituem o alfabeto.
Exemplo 1:

coçar = 5 letras
/k/ /o/ /s/ /a/ /r/ = 5 fonemas
Exemplo 2:
máximo = 6 letras
/m/ /á/ /s/ /i/ /m/ /o/ = 6 fonemas

Embora o número de fonemas e letras coincida em muitas


palavras, nem sempre essa equivalência existe.
Exemplo 1:
acesso = 6 letras
/a/ /c/ /e/ /s/ /o/ = 5 fonemas

Exemplo 2:
chute = 5 letras
/x/ /u/ /t/ /e/ = 4 fonemas
Vogais: são sons formados pela vibração das pregas vocais e
modificados segundo a forma das cavidades supralaríngeas. Na
produção de um fonema vocálico (vogal) não há obstáculo para a saída
do ar.
As Vogais A, E, I, O, U são fonemas formados pela corrente de ar
que passa livremente dos pulmões para o nariz ou para a boca.
As Vogais se juntam a outras Vogais e às Consoantes para formarem
as sílabas e as palavras das línguas e é o núcleo (base) das sílabas da
língua portuguesa. Não há sílaba sem vogal.

Leia os exemplos a seguir e observe como as Vogais compõem o


núcleo das sílabas da nossa língua:

 Pipoca – pi – po – ca


 Água – á – gua
 Panela – pa – ne – la
 Filhote – fi – lho – te
 Urubu – u – ru – bu
 Gaivota – gai – vo – ta

Como você pôde perceber as Vogais estão presentes


em todas as sílabas e são essenciais para a produção dos sons que
formam sílabas e palavras.

A classificação das vogais!


As vogais são sons que passam livremente pela boca e é
considerada a base das sílabas da Língua Portuguesa como citado
anteriormente. Assim, temos cinco vogais, a saber: A, E, I, O, U. 
As vogais podem ser classificadas por:

Intensidade, 
Timbre, 
Articulação.

Quando classificadas pela Intensidade, elas podem ser:

 Tônicas,
 Semitônicas  
 Átonas.
Tônicas:
São vogais que apresentam o acento principal da palavra.
Exemplos:

 água
 óculos
 Pipoca

Semitônicas:
São vogais que apresentam o acento secundário da palavra.
Exemplos:

sapato
abacate
arma

Átonas:
São vogais que não apresentam nenhum acento da palavra.
Exemplos:

 Víbora
 Alimento
 salada

Quanto classificadas pelo Timbre, elas podem ser:

Abertas 
Fechadas.
Abertas:
Vogais que são pronunciadas com a boca bem aberta.
Exemplos:

 Pá
 lata
 céu

Fechadas:
Vogais que são pronunciadas com a boca quase fechada.
Exemplos:

Três
Amor
Pena

Quanto à classificação pela articulação, elas podem ser:


Pelo modo de pronúncia: oral ou nasal;

Modo:
a) Oralizadas (saem pela boca).
Exemplos:

 /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.


b) Nasalizadas na pronúncia (saem pela boca e pelo nariz)
Exemplos:


dente (e + n)
linda (i + n)
onça (o + n)
urucum (u + m)

Pelo ponto (posicionamento da língua na boca ao pronunciar a


vogal):

 posterior, 
 central,
 anterior.

a) posterior: [u] [o] [ɔ]


b) central ou anterior: [a] [ɐ]
c) anterior: [ɛ] [e] [i]
Então, na verdade, temos sete vogais orais, representadas por
cinco letras.

Fonema vogal letra correspondente


/a/ a
/e/ e
/e/ e
/i/ i
// o
/o/ o
/u/ u

Você vai dizer agora que está tudo explicado e acabado, não é?
Ainda não. Faltam as vogais nasais. São elas:

 /ã/ (maçã, ampola, antes).
 /ẽ/ (sempre, pente)
 / ĩ / (fim, cinto)
 /õ/ (compra, ponto)
 /ű/ (um, fundo).

Temos a seguinte correspondência entre vogais nasais e letras:

Fonema vogal Letras correspondente

/ã/ ã, am,
/ẽ/ an
em, en
/ ĩ /
im, in
/õ/
õ, om, on
/ű/
um, un
Em resumo, temos, em português, 12 vogais, das quais sete são
orais e cinco nasais, ou seja.

/a/, /e/, /e/, /i/, / /, /o/, /u/, /ã/, /ẽ/, / ĩ /, /õ/, /ű/.

Tradicionalmente, havia apenas cinco vogais na língua portuguesa


(a e i o u) e dezoito consoantes.
Essa situação sofreu alteração com a entrada das letras k, y, w no
alfabeto português:
 O y é uma vogal porque representa o som [i];
 O k é uma consoante porque representa o som [k];
 O w é uma vogal quando representa o som [u] e uma consoante
quando representa o som [v]
Consoantes:
São fonemas produzidos com obstáculos à passagem da corrente
expiratória (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, v, x, w, y, z).

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES

1. Quanto ao modo de articulação:


    * oclusivas: quando a corrente expiratória encontra um obstáculo
total (oclusão), que impede a saída do ar, explodindo subitamente.
/P/-/T/-/K/-/B/-/D/-/G/

    * constritivas: quando há um estreitamento do canal bucal, saindo a


corrente de ar apertada ou constrita, ou melhor, quando o obstáculo é
parcial. 

    * fricativas: quando a corrente expiratória passa por uma estreita


fenda, o que produz um ruído comparável a uma fricção.

 /F/-/S/-/X/-/N/-/Z/-/J/
 
    * laterais: quando a ponta ou dorso da língua se apoia no palato (céu
da boca), saindo a corrente de ar pelas fendas laterais da boca.
/ L / - / LH / 

    * vibrantes: quando a ponta mantém com os alvéolos contato


intermitente, o que acarreta um movimento vibratório rápido, abrindo
e fechando a passagem à corrente expiratória.
 
 / R /  - / RR /
2. Quanto ao ponto de articulação:

    * bilabiais: quando há contato dos lábios.

    * labiodentais: quando há contato da ponta da língua com a arcada


dentária superior.

    * alveolares: quando há contato da ponta da língua com os alvéolos


dos dentes superiores.

    * palatais: quando há contato do dorso da língua com o palato duro,


ou céu da boca.

    * velares: quando há contato da parte posterior da língua com o


palato mole, o véu palatino. 

3. Quanto ao papel das cordas vocais:


    * surdas: quando são produzidas sem vibração as cordas vocais.

/ P / -  / T / - / K / - / F / - / S / - / X /

    * sonoras: quando são produzidas por vibração das cordas vocais.
 (/ B  / - / D / - / G / - / V / - / Z / - /  J / - / L /- / LH /  - / R / -  /
RR / -  / M  / -  / N / -  / NH /)

4. Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal:


    * nasais: quando a corrente expiratória se desenvolve pela boca e
pelo nariz, em virtude do abaixamento do véu palatino.

/ M / - / N / - / NH /

    *orais: quando a corrente expiratória sai exclusivamente pela boca.

ENCONTRO CONSONANTAL
Encontro consonantal é a sequência de consoantes sem a presença
de qualquer vogal entre elas.
Exemplos:

atlas
pneu
adjetivo
sublime 

Classificações dos encontros consonantais


Os encontros consonantais podem ser separáveis, quando
ocorrem em sílabas diferentes.

• Perfeitos
Quando uma sílaba apresenta duas ou mais consoantes juntas são
classificadas como encontros consonantais perfeitos ou inseparáveis,
quando ocorre na mesma sílaba.
Geralmente esse encontro é feito por uma consoante seguida
pela letra “l” ou “r”. 
Exemplos:

o Atleta (A-tle-ta) 
o Atrasar (A-tra-sar)
o Bíblia (Bí-bli-a)
o Blusa (Blu-sa) 
o Bloco (Blo-co) 
o Branco (Bran-co) 
o Cliente (Cli-en-te)
o Dragão (Dra-gão)
o Framboesa (Fram-bo-e-sa)
o Grilo (Gri-lo)
o Grifo (Gri-fo)
o Pedra (Pe-dra)
o Primo (Pri-mo)
o Placa (Pla-ca) 
o Treino (Trei-no)
o Vidro (Vi-dro)

• Imperfeitos
Quando uma palavra possui duas ou mais consoantes juntas, mas
que ficam em sílabas separadas na separação silábica, separáveis,
quando ocorrem em sílabas diferentes. Classifica-a como encontro
consonantal imperfeito.
Exemplos:

o Lista (Lis-ta)
o Ritmo (Rit-mo)
o Abdicar (Ab-di-car) 
o Advogado (Ad-vo-ga-do) 
o Torta (Tor-ta)
o Algema (Al-ge-ma)
o Subsolo (Sub-so-lo) 
o Aspecto (As-pec-to) 
o Admitir (Ad-mi-tir)

• Mistos
Quando uma palavra possui consoantes juntas, mas que na
separação gramatical apresenta consoantes perfeitas e imperfeitas
tem-se um caso de encontro consonantal misto. 
Exemplos:

o Filtro (fil–tro)
o Destruir (des–tru-ir)
o Destro (des–tro)
o Displicente (dis–pli-cen-te)
o Displicência (dis–pli-cên-cia)
o Destreza (des–tre-za)
• Dífonos
Classificam-se como dífonos os encontros consonantais fonéticos,
em que a letra X perde o seu som e passa a ter o som de duas letras:
CS.
Exemplos:

o Oxigênio (“Ocsigênio” = 9 fonemas e 8 letras)


o Boxe (“Bocse” = 5 fonemas e 4 letras)
o Axila (“Acsila” = 6 fonemas e 5 letras)
o Oxidação (“Ocsidação” = 9 fonemas e 8 letras)
o Táxi (“Tácsi” = 5 fonemas e 4 letras)
o Látex (“Látecs” = 6 fonemas e 5 letras) 
o Tóxico (“Tócsico” = 7 fonemas e 6 letras)
o Fixação (“Ficsação” = 8 fonemas e 7 letras
o Nexo (“necso” = 5 fonemas e 4 letras)

DÍGRAFO OU DIGRAMA
É o grupo de duas letras que representam um só fonema. Os
dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos.

Dígrafos consonantais:

 CH, LH, NH, RR, SS, SC, SÇ. XC, XS, QU, GU.

Dígrafos vocálicos:

AM ou AN, EM ou EN, IM ou IN, OM ou ON, UM ou UN.


CONTAGEM DE FONEMAS

É muito comum o aluno confundir letra com fonema e sílaba, por


isso, ao contar os fonemas, é importante ter bem definidas as
diferenças entre essas três categorias, pois, quando contamos
fonemas, estamos contando apenas os sons que saem da nossa boca.

Dicas para a contagem de fonemas:


 O H inicial não tem som, portanto não é um fonema;
Exemplo:
Na palavra hoje /oje/ temos 04 letras, mas 03 fonemas.

 Os dígrafos equivalem a um único fonema;


Exemplo:
Na palavra pássaro /paçaro/ temos 07 letras, mas 06 fonemas.

 O M e o N nasalizados (depois de vogais) não são contados;


Exemplo: 
Na palavra âncora /ãcora/ 06 letras, mas 05 fonemas,
grampo /grãpo/ 06 letras, mas 05 fonemas.

 O X com som de KS equivalem a dois fonemas.


Exemplo:
Na palavra táxi /taksi/ 04 letras, mas 05 fonemas.
Semivogais

Os fonemas i e u e, em alguns casos, também os


fonemas e e o são classificados como semivogais quando se juntam a
uma vogal e são pronunciados com menos força.
Nas palavras cárie e lousa, o i da palavra cárie e o u da palavra
lousa são semivogais.
Já na palavras nódoa e cães, o o da palavra nódoa e o e da palavra
cães são semivogais.
Afinal, Qual é a Diferença entre Vogal e Semivogal?
Enquanto a vogal é o núcleo da sílaba,
A semivogal nunca desempenha esse papel.
As vogais são o apoio das semivogais.

Desta forma, a separação silábica das palavras:

 cárie/ cá-rie
 lousa / lou-sa
 nódoa/ nó-doa
 cães / cães

As semivogais são fonemas vocálicos, ou seja, fonemas


semelhantes às vogais por terem som de vogal, porém com duração
menor que a desta.
Como citado anteriormente às semivogais são os fonemas
/ i/ e /u / quando aparecem com outras vogais em uma mesma
sílaba.
Na Língua Portuguesa, a semivogal / i / pode ser representada
pelas letras 'i' e 'e', e a Semivogal /u/ pode ser representada pelas
letras 'u' e 'o'. 
Em alguns estados brasileiros, a letra 'l' pode ter o som da
semivogal 'u', como na palavra 'milharal', que pode ser pronunciada
como [milharaw].
Dígrafo
É quando duas letras emitem um único som! Teste os dígrafos
dessas palavras:

assar, banho, arroz, querido.

Percebe que ao pronunciar ss em assar, nh em banho, rr em arroz


e qu em querido, emitimos apenas um fonema?
Então, quando isso ocorre, chamamos de dígrafo, o qual
compreende o seguinte grupo de letras: 
 lh, nh, ch, rr, ss, qu e gu (seguidos de e ou i), sc, sç, xc, xs.

Observe as palavras:

quente e sequência.

Na primeira palavra “quente” possui o dígrafo “qu”.


No entanto, na segunda palavra sequência não compreende um
dígrafo, uma vez que a vogal “u” é pronunciada.
Da mesma forma ocorre com as palavras “cegueira” e “aguentar”.
O “u” da primeira palavra cegueira não é pronunciado e, portanto,
trata-se de um dígrafo.
Ao contrário do que acontece na segunda palavra aguentar , onde
“u” é pronunciado.

Portanto, fiquem atentos aos dígrafos “gu” e “qu” seguidos de e ou


i!
Vejamos alguns exemplos de palavras com dígrafos:

alho = lh
chuva = ch
ninho = nh
carro = rr
assistir = ss
águia = gu
aquilo = qu
nascer = sc
descer = sc
cresça = sç
exceção = xc
exsurgir = xs

Além desses, há os chamados dígrafos vocálicos, os quais são


formados pelas vogais nasais seguidas de “m” ou “n”
 (am, an, em, en, im, in, om, on, um e un):

amparar,
antigo,
lembrar,
encontrar,
importar,
indicar,
ombro,
onda,
umbigo,
fundo.
Interessante: Uma observação que podemos fazer é que toda
segunda letra do dígrafo não compreende um fonema, mas sim uma
letra diacrítica, ou seja, é aquela não pronunciada quando se utiliza
o dígrafo.
Como citado anteriormente, Para quem não se lembra, o dígrafo é
a combinação de duas letras que representam um único fonema,
resultando num som único ao se pronunciar, dando a impressão de
que apenas uma letra está presente na palavra.
Nos dígrafos com as letras sc (antes de e e i) e sç, a primeira letra é a
diacrítica, por exemplo, em cresça ou adolescente. Também são
diacríticas as letras m e n, quando em palavras nasaladas, como campo
ou tendão.
Nos outros dígrafos, como rr, ss, zz etc. é a segunda letra que
representa a diacrítica. Por exemplo, carro, passado, galho, entre
outras.

Lembre-se também que o “h” não é um fonema, mas uma letra,


considerada etimológica, ou seja, que permanece em nosso idioma por
uma questão de origem.

IMPORTANTE: Jamais confunda encontro consonantal com dígrafo,


pois no primeiro há o encontro de duas consoantes com sons distintos
(cartela = rt) e no segundo, como vimos, há a pronúncia de apenas um
som (massa). É o encontro de duas letras que representam um único
fonema.
Também chamado de digrama, há dois tipos de dígrafos: 

dígrafo consonantal 
dígrafo vocálico.
Dígrafo Consonantal
Encontro de duas letras que representam um fonema
consonantal.
Os principais são: ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, gu e qu.
Exemplos:

 chave, chefe
 olho, ilha
 unha, dinheiro
 arranhar, arrumação
 ossos, assadeira
 descer, crescer
 desço, cresça
 exceder, excelência
 gueixa, guirlanda
 queijo, quilômetro

É importante frisar
Não é todo encontro de duas letras em uma palavra que forma um
dígrafo. Os encontros QU, GU, SC e XC costumam confundir um pouco.
Curiosidade:
Os grupos GU e QU, quando trazem o U pronunciado, não
representam dígrafos,

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