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A desigualdade
A covid-19 tem levantado dados onde seria mais letal em negros do que
em brancos, segundo o ministério da saúde.
Pretos e pardos representam 1 em cada 4 Brasileiros hospitalizados, e
chegam a 1 em cada 4 mortos por covid-19. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Medicina de Saúde e Comunidade, 67% dos brasileiros que
dependem do SUS são negros, sendo a maioria desses pacientes com
diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças crônicas renais, agravantes da
covid-19. Segundo Lucia Xavier, diretora da ONG de mulheres negras Criola
"A pandemia atingiu inicialmente uma população com condições
muito favoráveis e foi dura mesmo neste grupo de pessoas brancas, ricas e
com amplo acesso à saúde. É assustador pensar nos seus efeitos sobre a
população negra, que tem péssimas condições de vida e comorbidades
associadas", diz Xavier. O que é fruto de uma desigualdade social,
ligada a falta de saneamento básico nas periferias, por condições precárias de
vida, o que levam a uma maior chance de contaminação por doenças como
tuberculose, ou ate mesmo direcionam os moradores a hábitos que indicam
hipertensão e diabetes. São situações socioeconômicas que geram um colapso
no sistema de saúde durante a pandemia.
Mas essa desigualdade não está acontecendo
somente no Brasil, Nos Estados Unidos, um levantamento realizado pelo APM
Research lab aponta que negros morreram com uma taxa de 50,3 por 100 mil
pessoas, já as pessoas brancas, 20,7.
No Reino Unido a situação não é muito diferente, segundo
o Office of National Statistics um estudo mostra que homens negros de Gales e
Inglaterra tem três vezes mais chances de morrer por covid-19 do que homens
brancos. É uma desigualdade social que escorre pelo mundo todo, o vírus tem
maior taxa de mortalidade em negros e pobres, não por serem negros, mas por
serem pobres, é um reflexo claro da desigualdade social que vem acontecendo
a anos e não é exclusiva do Brasil.
A pandemia e o saneamento básico
Pesquisadores da fundação Oswaldo Cruz, em uma parceria com a
prefeitura do Rio de Janeiro realizaram uma pesquisa para verificar a presença
de material genético em amostras do sistema de saneamento básico da cidade,
com o intuito de analisar a disseminação do vírus ao longo da pandemia, na
primeira semana o vírus foi identificado em 5 amostras dos 12 pontos de
coleta. Belo horizonte teve uma iniciativa semelhante.
Já em São Paulo, Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de
Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência
Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP disse em entrevista
“A disseminação não é homogênea na cidade e, além disso, temos
muitas comunidades que não dispõem de uma rede de esgoto, então muitas
vezes são usadas aquelas fossas cuja água acaba vazando para a rua e
expondo a comunidade a condições precárias de saúde. Com isso,
a população fica fragilizada e, obviamente, uma pessoa com a saúde já
prejudicada se torna uma vítima ainda mais fácil do corona vírus nessa
situação”. Assim, a pandemia expõe a necessidade de saneamento básico.
Calor e o vírus
Com a chegada do verão, o aumento das temperaturas fez com que
algumas pessoas esquecessem do uso da mascara e correndo risco em praias
e parques lotados, o que pode aumentar a transmissão do vírus, indo contra as
normas de distanciamento social.
No início da pandemia acreditava-se que o vírus perderia força se
encontrado nas regiões mais quentes, porém, Amazonas e Amapá, com altas
temperaturas, que registraram altas temperaturas em maio de 2020, fez com
que essa teoria fosse descartada. Felipe Naveca, pesquisador de virologia e
biologia molecular da Fiocruz, afirma que o calor pode até reduzir, mas não
parar o vírus, segundo ele o frio gera uma tendência de aumento de
transmissão por fazer com que as pessoas passem mais tempo em ambientes
fechados.
Pandemia e o comercio
Com a chegada da pandemia, o comercio internacional começou a sofrer as
consequências, reduzindo a exportação de produtos como carros, veículos
para construção e turbinas a gás. Segundo a pesquisa da rede de pesquisa
solidaria, a crise na exportação de bens de alta complexidade foi maior que a
de bens de baixa, como o petróleo cru e minério de ferro e milho, segundo a
pesquisa os ganhos estavam concentrados no Norte e Centro-Oeste,
Pernambuco, Piauí e Alagoas, com os outros estados registrando queda de
exportações. Como consequência da pandemia, o fluxo de
comercio diminuiu, pelas ordens de restrição. Com o desemprego, muitas
pessoas dependendo do auxilio emergencial e o medo de serem demitidas faz
com que segurem o dinheiro, por medo da situação econômica do país,
tentando diminuir os gastos, o que faz a economia não girar. Com o aumento
do combustível e os preços dos alimentos, as pessoas precisam cortar gastos
indesejados, e muitas vezes mesmo assim, o dinheiro não sobra.
Conclusão
A pandemia do corona vírus traz a tona desigualdade social ao mostrar taxas
mais altas de mortalidade entre negros, não por serem negros e pobres, mas
por terem um menor acesso a saúde, saneamento básico, informação,
realçando a desigualdade vivida por pessoas no mundo inteiro. Os cientistas
seguem